Você está na página 1de 1

DEPOIS DO SONETO VAIDOSO

atiro para lá a caneta


sem a tapar
arranco um cigarro que logo acendo
ainda nem a tinta está seca
nem ponto final, nem uma vírgula
nada nada me separa do mundo
nem o trabalho que ainda não está feito
nem a história que ainda não foi dita

sem sair do lugar


saio a dar uma volta pelos admiráveis
abrindo-se assim às boas
a sentir-me chegar
e a passar

Você também pode gostar