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INTEGRIDADE SUSTENTABILIDADE SOLIDARIEDADE INOVAÇÃO DESENVOLVIMENTO

2030
AGENDA
MENSAGEM
DO PRESIDENTE
“Transformar o ciclismo no desporto
do século XXIe desenvolver um modo
de vida em torno da bicicleta”
DESENVOLVIMENTO
Caros amigos,
O mundo evolui, transforma-se e as crises atuais demonstraram que as realidades de
amanhã podem ser diferentes das realidades de hoje. A pandemia da COVID-19 intensificou
substancialmente a utilização da bicicleta em todo o mundo, que tem aumentado de forma
exponencial. Paralelamente, a União Ciclista Internacional (UCI) mostrou-se ágil, reativa e
inovadora, de modo a propor um importante calendário de corridas. Paradoxalmente, a
modalidade do ciclismo saiu reforçada da crise da COVID-19 e a UCI é saudada como uma
das Federações Internacionais que soube adaptar-se rapidamente.
Devemos tirar partido deste sucesso para transformar o ciclismo no desporto do século
XXIe desenvolver um modo de vida em torno da bicicleta. Estou convicto de que o ciclismo

INOVAÇÃO
continuará numa via de forte desenvolvimento, ajudado pelo sucesso na utilização da
bicicleta.
Esta Agenda 2030, aprovada pelo Comité Diretor da UCI e apresentada no Congresso da
UCI de 2022, permite formalizar a nossa visão para os anos vindouros. Disponível em nove
línguas, será uma ferramenta inestimável para as Federações Nacionais e Confederações
Continentais, a fim de alargar ainda mais a difusão do ciclismo.
Num mundo em mudança, o acolhimento de novas disciplinas que vão ao encontro das
expetativas dos praticantes e do público constitui uma oportunidade para fortalecer a
nossa audiência.
Devemos inovar constantemente a fim de nos prepararmos para o futuro e não deixar

SOLIDARIEDADE
que importantes segmentos do ciclismo se realizem sem nós.
O desenvolvimento do ciclismo feminino continua a ser uma prioridade para a nossa
Federação Internacional. Embora muito tenha sido alcançado, devemos continuar a nossa
ação para assegurar que todos os atletas beneficiem das mesmas oportunidades.
A nossa missão de solidariedade será ainda mais reforçada para garantir a universalidade do
ciclismo e para permitir a disseminação de equipamentos e competências especializadas,
bem como para acolher no Centro Mundial de Ciclismo (CMC) da UCI atletas que não
disponham de recursos suficientes no seu próprio país.
Além disso, a UCI assegurará que os valores olímpicos da paz, da solidariedade, da
tolerância e da amizade sejam promovidos através do ciclismo, no âmbito de uma
governação de qualidade, com um funcionamento democrático e transparente.

SUSTENTABILIDADE
Por último, o nosso desporto e a nossa Federação Internacional terão de ter em conta,
de uma forma ainda mais empenhada, as questões do desenvolvimento sustentável e
enfrentar o desafio climático. A bicicleta é um dos meios de transporte mais eficientes e
sustentáveis, desempenhando um papel essencial na resposta às alterações climáticas à
escala global e na construção de um mundo melhor. Teremos de evoluir e de nos adaptar
para reduzir o nosso impacto ambiental.
A elaboração de uma Agenda 2030 significa a formalização de uma visão a longo prazo
que permitirá à UCI consolidar o seu lugar entre as principais federações mundiais. Este
documento irá orientar a nossa ação para os próximos anos e convidamos todos os
intervenientes no ciclismo a implementá-lo ao seu nível.
INTEGRIDADE

David Lappartient
Presidente da UCI
Membro do COI

AGENDA 2030 | P. 3
A UNIÃO CICLISTA
INTERNACIONAL
DESENVOLVIMENTO
A UNIÃO CICLISTA INTERNACIONAL
Fundada em 1900 em Paris, França, a União Ciclista Internacional (UCI) é a maior autoridade
do ciclismo a nível mundial. Desenvolve e supervisiona o ciclismo em todas as suas formas
e em todo o mundo, não só na sua componente competitiva, como também na vertente do
lazer e como meio de transporte e de recreação.
Representa junto das instâncias desportivas e públicas os interesses de 202 Federações
Nacionais, cinco Confederações Continentais, mais de 1 500 corredores profissionais, vários
milhões de ciclistas de competição e dois mil milhões de utilizadores de bicicletas em todo

INOVAÇÃO
o mundo.
A UCI lidera o desenvolvimento do ciclismo como desporto de competição e em todas as
suas vertentes em todo o mundo. Tem o compromisso de ir ao encontro das mais elevadas
normas de exigência em todas as suas atividades e de merecer e conservar a reputação de
uma federação internacional desportiva capaz de obter excelentes resultados.
A UCI garante a gestão e a promoção das dez disciplinas ciclistas: ciclismo de estrada, ciclismo
de pista, ciclismo de montanha, BMX Racing, BMX Freestyle, ciclocrosse, trial, ciclismo de sala,
ciclismo eletrónico e ciclismo em terra batidaterra batida. Cinco destas modalidades constam
do programa dos Jogos Olímpicos (estrada, pista, bicicleta de montanha, BMX Racing e
BMX Freestyle Park), duas do programa dos Jogos Paralímpicos (estrada e pista) e quatro do

SOLIDARIEDADE
programa dos Jogos Olímpicos da Juventude (estrada, ciclismo de montanha, BMX Racing e
BMX Freestyle Park). Têm sido realizadas corridas de ciclismo em todas as edições dos Jogos
Olímpicos da era moderna, sendo o ciclismo atualmente o terceiro desporto olímpico mais
popular em termos de medalhas atribuídas e quotas de atletas no maior evento desportivo
do planeta.

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 5
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

A UCI promove os seus próprios eventos, em particular os Campeonatos do Mundo, para


todas as suas disciplinas. Estas competições consagram os Campeões do Mundo da UCI,
que vestirão a famosa e prestigiada camisola arco-íris durante um ano.
Os Campeonatos do Mundo da UCI constituem o ponto alto da época em cada disciplina
e recebem uma extensa cobertura mediática internacional.

A UCI organiza igualmente as Taças do Mundo da UCI, séries que incluem ao longo da
temporada competições ao mais alto nível nas diferentes disciplinas. As classificações das
SUSTENTABILIDADE

Taças do Mundo da UCI constituem o fio condutor de cada temporada. A corrida pelas
camisolas de líder é um desafio importante e o título de vencedor de uma Taça do Mundo
da UCI representa uma consagração desportiva.
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 6
DESENVOLVIMENTO
A fim de promover o desenvolvimento global e equitativo do ciclismo, a UCI criou em 2002
o Centro Mundial de Ciclismo (CMC) da UCI que, além de albergar a sua sede, é um centro
de formação e treino de alto nível que acolhe anualmente mais de uma centena de jovens
atletas promissores, bem como pessoas que procuram formação em todas as áreas do
ciclismo. Os programas do CMC da UCI foram concebidos para dar a todos, seja qual for a
sua origem e quaisquer que sejam os recursos disponíveis no seu país, a oportunidade de
realizar o seu potencial, a nível nacional ou internacional. Aliás, o ciclismo é mais do que
um desporto de competição: a utilização da bicicleta responde a muitas necessidades fora
da esfera competitiva, como meio de transporte e como atividade de lazer. Por essa razão,
a UCI está empenhada em desenvolver os seus programas de “bicicletas para todos”, que

INOVAÇÃO
visam melhorar as condições para a prática do ciclismo e a sua acessibilidade.

A UCI é responsável por garantir que o ciclismo disponha do programa antidoping


mais avançado e eficaz, em colaboração com a Agência Mundial Antidoping (AMA) e as
Organizações Nacionais Antidoping (ONAD). No entanto, não está diretamente envolvida
nos controlos e planeamento destes últimos: estes foram confiados a uma entidade
independente, a Agência de Controlo Internacional (International Testing Agency – ITA).

SOLIDARIEDADE
51
44
44

202 5 CONFEDERAÇÕES
54
41 M€
FEDERAÇÕES 8 ORÇAMENTO
NACIONAIS MÉDIO ANUAL
DA UCI
(EXCLUINDO O ANO OLÍMPICO)

SUSTENTABILIDADE
2 m.M. 1M 1 500
DE UTILIZADORES CICLISTAS CICLISTAS
DE BICICLETAS FEDERADOS PROFISSIONAIS
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 7
CICLISMO,
UM DESPORTO
GLOBAL
DESENVOLVIMENTO
CICLISMO, UM DESPORTO GLOBAL
Foi enviado um questionário durante a primavera de 2022 à totalidade das 202 Federações
Nacionais, filiadas na UCI. As suas respostas permitiram-nos estabelecer uma visão global
do ciclismo hoje*.

As páginas seguintes contêm inúmeras informações sobre o número de corredores


federados, de clubes, de eventos, de velódromos, de pistas de BMX e de comissários
em todo o mundo, bem como o orçamento acumulado das Federações Nacionais
filiadas na UCI, um número que reflete o seu peso no ciclismo internacional. Devido à

INOVAÇÃO
pandemia da COVID-19, alguns números revelaram-se pouco significativos. Por essa
razão, foram substituídos pelos números do inquérito de 2018. São, assim, indicados por
dois asteriscos**.

*Cumpre notar que as informações apresentadas têm unicamente por base as declarações das Federações
Nacionais.

Federados

SOLIDARIEDADE
824 036
123 239
28 400

30 288

1 037 424
FEDERADOS** NOS 5 CONTINENTES
31 461

SUSTENTABILIDADE
DISTRIBUIÇÃO** ENTRE DISTRIBUIÇÃO** POR
HOMENS E MULHERES DISCIPLINAS

187 225
MULHERES
BMX FREESTYLE 25 359
PARACICLISMO 25 686
CICLOCROSSE 46 294
PISTA 46 348
BMX RACING 68 637
CICLISMO DE MONTANHA 187 624

850 199 OUTROS


INTEGRIDADE

213 792
ESTRADA 365 840
HOMENS

** Números baseados no inquérito de 2018

AGENDA 2030 | P. 9
DESENVOLVIMENTO

Clubes

58 597
2 284
2 677

971
INOVAÇÃO

65 000 CLUBES 471

NOS 5 CONTINENTES
SOLIDARIEDADE

Eventos

25 231
5 149
1 539

1 409

33 755
SUSTENTABILIDADE

EVENTOS ** 427

NOS 5 CONTINENTES
18 797

DISTRIBUIÇÃO POR
DISCIPLINAS
5 062
2 730 3 408
416 1 351 1 847
144
INTEGRIDADE

BMX PARA BMX PISTA CICLO- CICLISMO OUTROS ESTRADA


FREESTYLE CICLISMO RACING CROSSE DE
MONTANHA
** Números baseados no inquérito de 2018

AGENDA 2030 | P. 10
DESENVOLVIMENTO
Velódromos

292
88
127

INOVAÇÃO
576 62

VELÓDROMOS
NOS 5 CONTINENTES

SOLIDARIEDADE
Pistas de BMX

680
466
71

SUSTENTABILIDADE
23

1 340
100

PISTAS DE BMX**
NOS 5 CONTINENTES

** Números baseados no inquérito de 2018.


INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 11
DESENVOLVIMENTO

Comissários/Classificadores

15 640
5 419
11 009
INOVAÇÃO

1 233

37 311 4 010

COMISSÁRIOS/
CLASSIFICADORES**
NOS 5 CONTINENTES
SOLIDARIEDADE

11 236
DISTRIBUIÇÃO POR
DISCIPLINAS
7 013
4 768 4 780
4 004
3 173
2 337

PARACICLISMO OUTROS BMX CICLO- CICLISMO PISTA ESTRADA


(Incluindo 1 234 CROSSE DE
classificadores) MONTANHA
SUSTENTABILIDADE

** Números baseados no inquérito de 2018


INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 12
DESENVOLVIMENTO
Orçamento anual acumulado da totalidade das Federações Nacionais

INOVAÇÃO
€ 255 922 645

SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 13
CENTRO MUNDIAL
DE CICLISMO
DA UCI
DESENVOLVIMENTO
CENTRO MUNDIAL DE CICLISMO DA UCI
UM INTERVENIENTE DE PRIMEIRA LINHA DO DESENVOLVIMENTO E DA EXCELÊNCIA
DESPORTIVA

Sede da União Ciclista Internacional (UCI), o Centro Mundial de Ciclismo (CMC) da UCI
é também um centro de treino e de formação de alto nível reconhecido pelo Comité
Olímpico Internacional (COI). Localizado em Aigle, na Suíça, desempenha um papel
central na estratégia da UCI de desenvolvimento do ciclismo em todo o mundo, em
colaboração com as respetivas Confederações Continentais e Federações Nacionais.

INOVAÇÃO
FORMAÇÃO DE ATLETAS NO CMC DA UCI

A UCI organiza no CMC da UCI cursos de treino e formação nas diferentes disciplinas para
jovens talentos identificados nos cinco continentes. Os programas do CMC da UCI visam
desenvolver o potencial dos atletas, oriundos principalmente de países emergentes, para
lhes permitir participar nas competições mais prestigiadas – Taças do Mundo da UCI,
Campeonatos do Mundo da UCI e Jogos Olímpicos em particular – e integrar equipas
profissionais, nacionais ou regionais. A UCI também organiza cursos de deteção de talentos
no CMC da UCI.

SOLIDARIEDADE
FORMAÇÃO NAS PROFISSÕES DO CICLISMO NO CMC DA UCI

É ministrada formação no CMC da UCI para treinadores, mecânicos, diretores desportivos,


agentes de corredores e comissários. Um dos principais objetivos é oferecer aos
profissionais, cujas Federações Nacionais não possuam os recursos necessários, os meios
para desenvolverem o seu potencial. É fundamental aumentar o nível de competência
dos intervenientes no ciclismo em todo o mundo para que a modalidade se desenvolva
de forma sustentável.

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 15
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE

FORMAÇÃO ORGANIZADA FORA DO CMC DA UCI

O CMC da UCI tem cinco centros satélites: em Paarl (RSA), Shuzenji (JPN), Yeongju
(KOR), Nova Deli (IND) e Anadia (POR). Em colaboração com as Federações Nacionais,
estes centros satélites aplicam a estratégia estabelecida pelo CMC da UCI para
oferecer formação a jovens talentos, de modo que os mais promissores integrem
INTEGRIDADE

subsequentemente o CMC da UCI ou outras estruturas. O CMC da UCI organiza também


várias formações para treinadores e mecânicos nos centros satélites e noutras partes do
mundo sob a supervisão dos seus especialistas, em colaboração com a Solidariedade
Olímpica, as Confederações Continentais e as Federações Nacionais.

AGENDA 2030 | P. 16
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
AS ATIVIDADES DO CMC DA UCI EM NÚMEROS

Os números abaixo indicados referem-se às operações do CMC da UCI desde a sua


abertura e abrangem o período 2002-2021.

No CMC da UCI:
u

SOLIDARIEDADE
8,6 M€
2 648
FORMANDOS
ORÇAMENTO 192 PAÍSES REPRESENTADOS
MÉDIO ANUAL DO CMC
1 345
AGENTES DE
174 4 TÍTULOS
OLÍMPICOS

10
(A UCI DEDICA 20% CORREDORES

DO SEU ORÇAMENTO 1 422 MEDALHAS


AME

OCE

ATLETAS
EUR
AFR

ASI

AO FUNCIONAMENTO
488 472
DIRETORES
DESPORTIVOS 567 DE PRATA
DO VELÓDROMO E ÀS

11
OPERAÇÕES DO CMC 263 TREINADORES* 403 MEDALHAS
DA UCI, ASSIM COMO 80 MECÂNICOS 82 DE BRONZE
AOS PROJETOS MUNDIAIS

39
DE DESENVOLVIMENTO DISTRIBUIÇÃO DOS DISTRIBUIÇÃO DOS CAMPEÕES DO

SUSTENTABILIDADE
E SOLIDARIEDADE) FORMANDOS POR FORMANDOS POR
MUNDO DA UCI
CONTINENTES TIPOS (Dados de 2004 - 2021)
* Na sequência da pandemia da COVID-19, foram lançados cursos de nível 1 online a partir de dezembro de 2020.
Receberam formação em todo o mundo 663 treinadores, representando mais de 20 países em 4 continentes

Nos centros satélites do CMC da UCI no mundo:


u

ATLETAS 2 554
TREINADORES 643

114
MECÂNICOS 38

3 235 DISTRIBUIÇÃO DOS


INTEGRIDADE

FORMANDOS POR
PAÍSES
TIPOS
REPRESENTADOS FORMANDOS

AGENDA 2030 | P. 17
AGENDA 2030
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I – DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVER O CICLISMO NO MUNDO E REFORÇAR A SUA UNIVERSALIDADE

1. Desenvolver a prática do ciclismo na sociedade e reforçar a nossa estratégia de


mobilidade

a. Atrair novos públicos


b. Contribuir mais para a integração do ciclismo nas políticas públicas
c. Reforçar a marca UCI Bike City

INOVAÇÃO
d. Elaborar uma estratégia para a juventude e introduzir um programa de ciclismo
nas escolas e para as crianças

2. Continuar a expandir a influência da UCI

a. Filiar os últimos países não membros


b. Continuar a promover a universalidade do ciclismo
c. Reforçar as ligações com outros intervenientes no ciclismo
d. Preservar o seu estatuto no Movimento Olímpico e, além disso, ajudar o Comité
Olímpico Internacional (COI) a desenvolver novos circuitos inovadores (desporto
eletrónico, desportos urbanos, etc.)

SOLIDARIEDADE
3. Desenvolver o ciclismo feminino e promover a igualdade de género

a. Promover a igualdade de género para criar mais oportunidades


b. Assegurar a igualdade de acesso ao desporto
c. Promover uma maior cobertura mediática do ciclismo feminino
d. Continuar a reforçar o lugar das mulheres no ciclismo
e. Elaborar uma estratégia para o desenvolvimento do ciclismo feminino nas
Federações Nacionais e acompanhá-las na implementação desta estratégia

4. Desenvolver todas as disciplinas ciclistas

SUSTENTABILIDADE
a. Explorar o potencial das disciplinas urbanas
b. Implementar o ciclismo na neve
c. Apoiar o sucesso do ciclismo em terra batidaterra batida e do granfondo
d. Capitalizar o desejo da natureza para desenvolver o ciclismo de montanha e o
enduro
e. Continuar a modernização do ciclismo de pista
f. Promover a universalidade das nossas disciplinas
g. Promover o ciclismo entre as populações das cidades anfitriãs dos Campeonatos
do Mundo da UCI
INTEGRIDADE

AGENDA 2030
2022 | P. 19
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO

CAPÍTULO II – INOVAÇÃO
INOVAR E DESENVOLVER AS NOSSAS COMPETIÇÕES

1. Utilizar novas tecnologias para incentivar a participação e conquistar novos


públicos

a. Desenvolver o ciclismo eletrónico para incentivar a prática desportiva


b. Incentivar a ligação entre desporto e entretenimento, cultura, arte, música e moda
SOLIDARIEDADE

para transformar o ciclismo num estilo de vida


c. Dar destaque às conquistas e assegurar uma radiodifusão inovadora durante os
Campeonatos do Mundo da UCI
d. Narrar a história da vida dos atletas
e. Tirar partido dos desenvolvimentos tecnológicos: digital, realidade aumentada,
simulação
f. Reforçar a nossa estratégia digital e coordenar a criação de uma aplicação móvel
centralizada

2. Modernizar as nossas disciplinas existentes e integrar novos formatos de


competição ou novas disciplinas
SUSTENTABILIDADE

a. Reforçar os diferentes Campeonatos do Mundo de Ciclismo da UCI


b. Institucionalizar de forma permanente a Liga dos Campeões de Pista da UCI
c. Criar os Campeonatos do Mundo da UCI nos Países Emergentes do Ciclismo
d. Continuar a internacionalização do ciclocrosse
e. Desenvolver novas disciplinas que possam aumentar o peso do ciclismo no
programa olímpico
f. Manter a recetividade a todas as novas disciplinas

3. Empreender com os intervenientes uma reforma ambiciosa do ciclismo


profissional de estrada
a. Lançar uma reforma do ciclismo profissional de estrada
b. Reforçar o diálogo com os intervenientes
c. Desenvolver o modelo económico do ciclismo profissional de estrada
d. Alterar a governação do ciclismo profissional
INTEGRIDADE

e. Reforçar a atratividade
f. Implementar um calendário inovador e equilibrado
g. Continuar a estruturação do ciclismo feminino

AGENDA 2030 | P. 20
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO III – SOLIDARIEDADE
CONSOLIDAR AS NOSSAS AÇÕES EM PROL DAS FEDERAÇÕES NACIONAIS E
REFORÇAR A SOLIDARIEDADE

1. Reafirmar o papel central das Federações Nacionais

a. Relembrar o papel das Federações Nacionais


b. Reforçar o apoio às Federações Nacionais
c. Adaptar ainda mais as nossas ferramentas às necessidades das Federações

INOVAÇÃO
Nacionais
d. Reforçar o acolhimento das Federações Nacionais nos Campeonatos do Mundo da
UCI
e. Estabelecer uma classificação mundial das Federações Nacionais da UCI
f. Incentivar a implementação de uma Agenda das Federações Nacionais em linha
com a da UCI e apoiá-las na elaboração da sua estratégia
g. Reconhecer a contribuição dos voluntários

2. Consolidar as missões das Confederações Continentais

a. Continuar o apoio às Confederações Continentais

SOLIDARIEDADE
b. Promover a estruturação das Confederações Continentais
c. Propor uma estratégia plurianual de apoio financeiro às Confederações
Continentais
d. Aumentar a atratividade dos Campeonatos Continentais

3. Consolidar o Centro Mundial de Ciclismo (CMC) da UCI como interveniente de


primeira linha do desenvolvimento e da excelência desportiva

a. Reforçar os meios e expandir as missões do CMC da UCI


b. Implantar novos centros satélites do CMC da UCI
c. Desenvolver a competência do CMC da UCI para alcançar resultados ao mais alto
nível

SUSTENTABILIDADE
d. Desenvolver uma política de apoio à construção e exploração de equipamentos
desportivos em todo o mundo

4. Reforçar ainda mais os nossos programas de solidariedade e cooperação

a. Aumentar os fundos de solidariedade no âmbito de uma estratégia plurianual


b. Colocar o CMC da UCI ainda mais no centro das questões de solidariedade
c. Promover a cooperação
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 21
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO

CAPÍTULO IV – SUSTENTABILIDADE
PROMOVER UM CICLISMO SUSTENTÁVEL
SOLIDARIEDADE

1. Enfrentar o desafio climático

a. Gerar um impacto positivo no clima


b. Elaborar uma estratégia de adaptação às alterações climáticas
c. Reunir todos os intervenientes no ciclismo em torno de uma ação reforçada

2. Respeitar a natureza e o ambiente

a. Evitar a construção de infraestruturas em áreas naturais sensíveis e assegurar a


atenuação do impacto das provas de ciclismo na biodiversidade
b. Reforçar a ligação entre o ciclismo e a natureza

3. Conciliar as questões sociais e económicas


SUSTENTABILIDADE

a. Respeitar os direitos sociais


b. Promover uma economia do ciclismo próspera e respeitadora das questões do
desenvolvimento sustentável
c. Reforçar os laços com a economia do ciclismo e a indústria

4. Aumentar a contribuição do ciclismo para uma população saudável

a. Aderir aos objetivos definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS)


b. Estabelecer a ligação entre a saúde e os eventos oficiais da UCI

5. Assegurar que os nossos eventos deixem um legado aos seus anfitriões

a. Assegurar que os Campeonatos do Mundo da UCI deixem um legado


b. Promover a utilização das instalações olímpicas e dos Campeonatos do Mundo da
INTEGRIDADE

UCI
c. Controlar os custos e aumentar os benefícios económicos

AGENDA 2030 | P. 22
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO V – INTEGRIDADE
PROTEGER OS ATLETAS E ASSEGURAR A IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

1. Prosseguir uma luta eficaz contra o doping e a fraude tecnológica

a. Continuar a inovar na luta contra o doping e reforçar a nossa colaboração com a


Agência de Controlo Internacional (ITA)
b. Desenvolver um plano de prevenção e educação antidoping
c. Continuar a ser uma fonte de propostas junto da Agência Mundial Antidoping

INOVAÇÃO
(AMA)
d. Manter os nossos esforços contra a fraude tecnológica

2. Proteger os atletas

a. Reforçar a segurança durante as corridas e reduzir o risco de acidentes


b. Assegurar a igualdade de oportunidades entre os atletas e para outros
intervenientes no ciclismo
c. Prevenir e combater o assédio e outros abusos e promover o bem-estar dos atletas
d. Combater a manipulação das provas de ciclismo
e. Estabelecer um controlo médico regulamentar independente
f. Desenvolver a especialização dos Comissários da UCI

SOLIDARIEDADE
3. Dar uma maior atenção aos atletas nas políticas da UCI

a. Elaborar uma carta dos direitos e obrigações dos atletas


b. Reforçar as estruturas que representam os atletas no seio da UCI
c. Prestar aos atletas o apoio necessário para acederem ao financiamento das suas
carreiras
d. Trabalhar na reconversão dos atletas em final de carreira

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 23
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO

CAPÍTULO VI – GOVERNAÇÃO
PROMOVER OS VALORES OLÍMPICOS E REFORÇAR A UCI ATRAVÉS DE UMA BOA
GOVERNAÇÃO

1. Promover os valores olímpicos da paz, inclusão, diversidade e solidariedade

a. Implementar as missões do COI definidas na Carta Olímpica e aderir à Agenda


2020+5 do COI
b. Reforçar o estatuto do ciclismo ao serviço do ideal olímpico
c. Contribuir para a paz mundial
SOLIDARIEDADE

d. Prestar apoio aos refugiados e pessoas deslocadas


e. Aumentar a inclusão e a diversidade

2. Reforçar o lugar da UCI no Movimento Olímpico e Paralímpico

a. Afirmar-nos como uma Federação Internacional líder nas questões do Movimento


Olímpico e Paralímpico
b. Zelar para que o ciclismo seja uma mais-valia para os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos
c. Desenvolver o paraciclismo em conjunto com o Comité Paralímpico Internacional (CPI)

3. Garantir a implementação dos princípios da boa governação


SUSTENTABILIDADE

a. Melhorar ainda mais a governação e a transparência da UCI


b. Continuar os nossos esforços em prol da ética e lutar contra a corrupção
c. Disseminar os princípios da boa governação

4. Transformar a UCI numa Federação Internacional ainda mais forte e respeitada

a. Manter e desenvolver a capacidade de influência da UCI


b. Honrar os compromissos assumidos
c. Desenvolver a identidade da UCI

5. Estabelecer uma estratégia financeira de longo prazo para assegurar as nossas


missões

a. Gerar novas receitas através de modelos inovadores


INTEGRIDADE

b. Elaborar uma estratégia financeira até 2028 e, subsequentemente, de acordo com


os ciclos olímpicos
c. Garantir os fundos destinados à solidariedade e ao desenvolvimento

AGENDA 2030 | P. 24
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
INTRODUÇÃO
A sociedade está a atravessar grandes crises: uma crise sanitária com a pandemia da
COVID-19, mas também uma crise geopolítica, o que nos leva a refletir sobre o mundo
do futuro e, mais especificamente, sobre as consequências de um ponto de vista social,
económico, ambiental ou político. O mundo do desporto não está imune a este debate.
Este é, inclusivamente, necessário. A pandemia afetou todos os setores e o desporto não
é exceção. Os Jogos Olímpicos tiveram de ser adiados para 2021, quando só a Primeira
e a Segunda Guerras Mundiais tinham ocasionado o seu cancelamento. É, desde
logo, legítimo interrogarmo-nos sobre o futuro do Movimento Olímpico e dos seus

INOVAÇÃO
intervenientes num mundo globalizado e transformado.
Na mensagem “O Olimpismo e o Coronavírus” do Presidente do Comité Olímpico
Internacional (COI), dirigida em 2020, foram-nos propostos três cenários para imaginar o
mundo após o coronavírus. Aparentemente, deve ser privilegiado o cenário baseado numa
solidariedade e cooperação internacionais mais fortes, a fim de encorajar uma ordem
mundial mais equitativa e cooperativa. O Movimento Olímpico tem naturalmente o seu
lugar neste mundo e deve fazer-se ouvir para que a sua contribuição seja reconhecida.
O COI e os intervenientes do Movimento Olímpico, do qual a União Ciclista Internacional
(UCI) faz parte, não só devem agir para enfrentar a crise atual, no âmbito de uma gestão
de natureza conjuntural, mas também imaginar o mundo do futuro de acordo com uma

SOLIDARIEDADE
visão de longo prazo num mundo em rápida mudança. Governar é prever e, mesmo que
ninguém possa prever o futuro, é necessário construí-lo e antecipar as mudanças que
se anunciam, a fim de melhor preparar o desporto, em geral, e o ciclismo, em particular,
para os desafios de amanhã (desportivos, sociais e ambientais).
Os oito grandes temas seguidamente descritos serão apresentados nos seis principais
eixos de ação da Agenda 2030, e cremos que todos eles são desafios a enfrentar e a
vencer coletivamente.

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 27
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

Valores olímpicos a reafirmar e valores da UCI a promover


Os valores olímpicos da paz, solidariedade, respeito e unidade em toda a nossa diversidade
nunca estiveram tanto na ordem do dia como hoje. Devemos ser fiéis a estes valores, que
constituem a força do Movimento Olímpico. Os Jogos Olímpicos foram criados como
um instrumento ao serviço destes ideais e não o contrário. É necessário reafirmar estes
SUSTENTABILIDADE

valores que são o elo indissolúvel entre todos os membros da família olímpica. Estamos
perfeitamente conscientes de que esta crise sanitária e geopolítica, com inúmeras guerras
e conflitos, suscita uma questão fundamental, ou seja, o lugar que o ser humano ocupa.
Devemos assegurar a promoção da unidade da humanidade em toda a sua diversidade.
O desporto e o ciclismo têm esta virtude universal de reunir aqueles que podem estar
envolvidos em todo o tipo de conflitos e de quebrar barreiras entre os povos. O desporto
une e reúne.
O desporto é um instrumento de educação, uma vez que ensina o respeito, a humildade,
a tolerância e a superação de si mesmo.
O COI e os intervenientes do Movimento Olímpico, como a UCI, têm um papel importante
a desempenhar tanto no plano social como educativo para reafirmar o alcance destes
valores e partilhá-los, em particular com os jovens de todo o mundo.
Por essa razão, a UCI decidiu afirmar veementemente os seus valores: unidade, paixão,
INTEGRIDADE

integridade e excelência.
Estes valores são uma mais-valia considerável para fazer ouvir a nossa voz e para promover
um mundo onde todos possam encontrar o seu lugar.

AGENDA 2030 | P. 28
DESENVOLVIMENTO
Responder aos desafios de um mundo instável
O mundo está a mudar e a mudar rapidamente. Os governos deparam-se com inúmeros
desafios, num mundo confuso e interligado que os dirigentes políticos e desportivos
têm dificuldade em compreender. Para o Movimento Olímpico, é importante identificar
os problemas e as decisões que terão maior impacto num mundo onde a natureza dos
conflitos evolui.
As guerras, o terrorismo, os ciberataques, o aumento descontrolado da biotecnologia,
o crescimento do nacionalismo, as pandemias ou o aquecimento global, para citar
apenas alguns, contam-se entre os desafios futuros que exigem uma maior cooperação

INOVAÇÃO
internacional, sendo evidente que o Movimento Olímpico tem um papel a desempenhar
para ajudar a resolvê-los, sob pena de ficar, voluntariamente ou não, à mercê das
consequências destas ocorrências.
Tudo indica que as organizações governamentais internacionais não estarão à altura
de enfrentar os desafios do futuro. Infelizmente, é o que vemos hoje nos debates na
Organização Mundial da Saúde (OMS) e em muitas outras organizações. A organização e
a aparente fraqueza do COI constituem, na realidade, a sua força. Não é uma organização
governamental internacional, mas o peso que adquiriu e o poder da sua mensagem e
dos seus valores significam que fala ao mundo inteiro, residindo precisamente aqui a
sua força, que não teria se dependesse de um acordo entre governos. A mensagem do
COI tem grande amplitude e pode ser transmitida com eficácia. Por exemplo, a formação

SOLIDARIEDADE
de uma equipa coreana unificada para os Jogos Olímpicos de Pyeongchang não só teve
repercussões consideráveis, como também permitiu, sem dúvida, discussões políticas
internacionais favoráveis a um clima de paz. Acredito profundamente no poder da
mensagem do COI e na sua capacidade para assumir o papel de mensageiro da paz. A
UCI contribui igualmente para a difusão desta mensagem e a sua importante influência e
popularidade a nível mundial são outras tantas mais-valias para transmitir estes valores.

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 29
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

No entanto, devemos estar cientes dos perigos que nos rodeiam e, especificamente, em
alguns casos, o Movimento Olímpico. Infelizmente, é possível que o terrorismo continue a
sua ascensão como ameaça internacional. Embora não se pretenda aqui explicar as origens
do terrorismo, acontece que os Jogos Olímpicos ou os eventos organizados por membros
do Movimento Olímpico como a UCI podem ser alvos, não obstante as mensagens de
paz que transmitem. Os custos de segurança continuarão a crescer exponencialmente
e poderão, em dado momento, pôr em causa a capacidade de realizar determinados
SUSTENTABILIDADE

eventos.
O crescimento do nacionalismo, do protecionismo, do populismo e da política antissistema
é também uma constante em todo o mundo. Estamos a assistir a uma rejeição da
globalização, em que o pensamento popular está a tornar-se-lhe cada vez mais hostil.
Trata-se de um fenómeno fundamental a que devemos prestar atenção porque terá
consequências no mundo do desporto.
Os grandes eventos desportivos internacionais ou as organizações internacionais como o
COI ou a UCI, apesar de não governamentais, transmitem uma imagem da globalização.
Por isso, a oposição local à realização de grandes eventos parece consolidar-se, como é o
caso da rede “Olympics Anywhere”, que não só se opõe à realização dos Jogos Olímpicos
na sua cidade, como também pretende acabar com o COI.
Felizmente, esta forma de pensar está longe de ser maioritária, mas deve ser integrada
nas nossas reflexões e na nossa análise dos riscos a fim de responder aos desafios de um
INTEGRIDADE

mundo instável. Embora desde o final da Segunda Guerra Mundial a situação parecesse
simples e linear, com os países a competir para acolher os Jogos Olímpicos e as receitas
sempre em crescendo, os próximos anos serão muito mais caóticos, tornando imperativa
a introdução de mudanças na abordagem global.

AGENDA 2030 | P. 30
DESENVOLVIMENTO
Responder aos desafios climáticos
O clima está a mudar rapidamente e nenhuma pessoa razoável contesta a realidade do
aquecimento global. A pegada ecológica de cada um pode ser medida e é, por vezes,
motivo de crítica das pessoas que fazem demasiadas viagens de avião, que utilizam meios
de transporte poluentes ou que não adotam uma atitude ambientalmente responsável.
No futuro, os dirigentes também serão julgados pela sua capacidade de colocar o seu
país ou instituição no eixo da resposta aos desafios climáticos.
A economia do futuro será descarbonizada e a pegada ecológica será medida com o
objetivo de transitar para uma economia com baixo nível de emissões de gases com efeito

INOVAÇÃO
de estufa. A ameaça climática é real e constitui uma das maiores preocupações das gerações
jovens. Assiste-se, em todo o mundo, à mobilização dos jovens que se manifestam no
sentido de os governos terem em conta os desafios climáticos e respeitarem os acordos
de Paris em matéria de clima. Face à inação de certos governos, não podemos deixar de
ver com agrado a mobilização das populações e, em especial, dos jovens, das empresas
e das instituições.
A este respeito, a Agenda 2020+5 do COI destaca a sustentabilidade, a solidariedade e a
cooperação ao integrar a Agenda 2030 da ONU. Este compromisso do COI é salutar para
o futuro do Movimento Olímpico. Refletir-se-á igualmente na Agenda 2030 da UCI, na
sequência dos compromissos já assumidos pelo Comité Diretor da UCI em junho de 2021.
Estamos a assistir a um aumento acentuado do aquecimento global, sendo que as

SOLIDARIEDADE
temperaturas superiores a 50 °C estão a tornar-se uma realidade em algumas regiões do
mundo. A maioria das cidades que acolheram os Jogos Olímpicos no século XX teria hoje
grande dificuldade em organizá-los em pleno verão, devido ao clima e às temperaturas
muito elevadas, bem como às ilhas de calor nas áreas metropolitanas. Por esta razão,
poderia, por exemplo, colocar-se a questão de transferir futuramente os Jogos Olímpicos
para períodos de menos calor, o que inevitavelmente faria surgir conflitos de agendamento
com outros grandes eventos desportivos.

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 31
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

A evolução do clima está também a ter impacto no ciclismo, como durante os Campeonatos
do Mundo de Estrada da UCI no Catar, em 2016, ou em virtude das ondas de calor na
Austrália durante o Santos Tour Down Under.
No entanto, o Movimento Olímpico e o ciclismo em particular podem e devem ser
exemplares na abordagem das questões climáticas e da sustentabilidade. Temos a
vantagem – e a responsabilidade – de representar um desporto que é também um dos
meios de transporte mais eficientes e sustentáveis e desempenha um papel fundamental
na resposta às alterações climáticas.
O exemplo foi dado pelo COI com a construção da Casa Olímpica, um dos edifícios
mais sustentáveis do mundo, e com o seu compromisso para que os Jogos Olímpicos
SUSTENTABILIDADE

apresentem um balanço de carbono negativo a partir de 2030, sendo também exemplar


o facto de a própria organização apresentar um balanço de carbono negativo. Estes
exemplos inspiraram o nosso próprio compromisso e acompanham-nos desde a
assinatura da estrutura da ONU “Desporto para a Ação Climática”, um apoio que nos
permite desenvolver objetivos alinhados com os do COI. Seria, aliás, lógico a nosso ver
que o apoio financeiro do COI às Federações Internacionais fosse acompanhado por um
compromisso por parte destas relativamente aos desafios climáticos.
Desejamos afirmar a vontade clara da UCI em matéria de sustentabilidade e de
consideração das questões climáticas.
O Movimento Olímpico deve ser igualmente uma fonte de inovação e pode incentivar os
países, as regiões ou as cidades a comprometerem-se ainda mais com um processo de
transição. Saibamos tirar partido desta mais-valia. A título de exemplo, podemos citar a
criação da Aldeia Olímpica para os Jogos Olímpicos de Paris de 2024, que será um dos
primeiros projetos hipocarbónicos em França, e o acolhimento de provas de ciclismo a
INTEGRIDADE

nível mundial, que são cada vez mais um instrumento para uma política mais global em
prol da utilização da bicicleta.
O Movimento Olímpico não só pode ser exemplar, como também deve inovar e reinventar-se.

AGENDA 2030 | P. 32
DESENVOLVIMENTO
Considerar o desafio tecnológico
A tecnologia está a evoluir muito rapidamente e já estamos a enfrentar as consequências
da sua evolução. Dificulta a visibilidade no longo prazo, criando ruturas em todas as áreas.
O que antes era considerado como garantido já não o é e estas evoluções concorrem para
fragilizar os modelos e, por conseguinte, o modelo desportivo.
O ciclismo deve ter em conta este aspeto a fim de promover a inovação tecnológica em
benefício das pessoas e do desenvolvimento do desporto, mas deve também enquadrar
a sua evolução e as suas consequências no que diz respeito às questões de ética e de
igualdade de oportunidades, dois pilares dos valores olímpicos.

INOVAÇÃO
O ciclismo é um exemplo perfeito destas evoluções, uma vez que combina o esforço físico
com uma máquina que pode ser objeto de inúmeras melhorias. O risco é que o homem
se torne um mero coadjuvante da tecnologia, passando a ser simplesmente um promotor
da tecnologia em vez de ser servido por ela. Todos nós podemos saudar o aparecimento da
bicicleta elétrica, uma vez que contribui para o desenvolvimento da prática do ciclismo por
um maior número de pessoas e, mais concretamente, por aquelas que estavam afastadas
desta prática, em especial, nas grandes cidades. Contudo, pode representar um desafio
para as competições de ciclismo, onde a tendência para a miniaturização obriga a UCI a
realizar investimentos substanciais para garantir, através de controlos precisos, que não seja
prestada qualquer assistência artificial a um corredor através de uma bicicleta transformada.
Do mesmo modo, a evolução da tecnologia pode resultar numa disparidade entre os

SOLIDARIEDADE
atletas e os países. O ciclismo de pista ilustra perfeitamente esta problemática. Quando
as medalhas por vezes são ganhas por escassos milésimos de segundos, a aerodinâmica
e a investigação são fundamentais. Foram desenvolvidos protótipos, de forma não
regulamentar, com investimentos da ordem dos milhões para criar componentes (quadros,
rodas, capacetes, guiadores, têxteis, etc.) que proporcionam uma vantagem considerável
apenas a alguns atletas, distorcendo mesmo o ideal olímpico de acordo com o qual cada
atleta deve ter as mesmas oportunidades. A UCI reagiu proibindo os protótipos nos Jogos
Olímpicos e reforçando significativamente os seus regulamentos.

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 33
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE

Em termos mais gerais, será indiscutivelmente útil que o COI lance um debate sobre os
limites a estabelecer no contexto de um documento de orientação aplicável à participação
nos Jogos Olímpicos, que as Federações Internacionais deverão transpor para os seus
próprios regulamentos, sob pena de a disparidade se alargar ainda mais e de apenas
alguns países ricos estarem em posição de competir.
O desafio da engenharia genética terá também de ser enfrentado, porque se transforma
em realidade e pode afetar também a ética e a credibilidade das competições desportivas.
Apesar disto, a evolução tecnológica pode igualmente representar uma mais-valia que
contribui para uma melhor compreensão e uma maior acessibilidade das competições
desportivas ao público em geral, utilizando a inteligência artificial, a qual, embora
suscetível de criar um fosso, é também uma ferramenta excelente ao serviço do desporto.
Assistimos atualmente à transição da economia global para uma economia baseada
INTEGRIDADE

numa utilização mais intensa da tecnologia. Tiremos o máximo partido dela gerindo os
possíveis obstáculos para torná-la uma mais-valia ao serviço do desporto, uma vez que as
inúmeras vias que se abrem constituem outros tantos desafios para o desporto.

AGENDA 2030 | P. 34
DESENVOLVIMENTO
Que futuro queremos para os Jogos Olímpicos, os grandes eventos e os Campeonatos
do Mundo da UCI?
Os Jogos Olímpicos atravessaram um período difícil. Como o Presidente do COI referiu
na sua mensagem “O Olimpismo e o Coronavírus”, este período obriga-nos a refletir
sobre o futuro do modelo olímpico.
São possíveis várias conclusões e colocam-se várias questões, sendo imperativo
que apresentemos coletivamente uma visão para o futuro do Movimento Olímpico,
que tem mais de 125 anos de história. Em primeiro lugar, diminuiu o número de
candidaturas para a organização dos Jogos Olímpicos, embora saudemos o regresso

INOVAÇÃO
a um maior número de candidaturas a futuras edições e os orçamentos tendam a um
forte aumento, favorecendo muitas vezes o aparecimento na cidade em causa de um
movimento contra os Jogos Olímpicos. Perderam-se quase todos os referendos, exceto
em Vancouver (Canadá) e em Oslo (Noruega), e as cidades que irão acolher os próximos
Jogos Olímpicos não organizaram esses referendos. A atribuição dos Jogos Olímpicos
tanto de verão como de inverno com bastante antecedência foi uma iniciativa feliz
que poupou o COI e os membros do Movimento Olímpico à tomada de uma decisão
imediata e permite que seja organizado um debate sobre o futuro dos Jogos Olímpicos
e dos seus intervenientes.
A questão não é saber se os Jogos Olímpicos têm futuro, mas que futuro queremos
para os Jogos Olímpicos. Precisamos de assentar a nossa ação em bases sólidas,

SOLIDARIEDADE
nomeadamente o ideal olímpico e os seus valores. Não só não se tornaram obsoletos,
como são mais relevantes do que nunca. Neste sentido, os Campeonatos do Mundo da
UCI devem falar ao coração dos jovens e do mundo em geral.
Os Jogos Olímpicos foram modernizados, à semelhança dos Campeonatos do Mundo
da UCI, com a criação de novos Campeonatos do Mundo e a concentração dos nossos
diferentes Campeonatos do Mundo de Ciclismo de quatro em quatro anos no mesmo
lugar. Os nossos eventos devem estar ligados à geração mais jovem.
O desejo de alguns de promover ligas fechadas à margem das Federações Internacionais
é um risco que deve ser considerado, uma vez que pode fragilizar o modelo olímpico e,
consequentemente, o seu mecanismo de solidariedade, o que poderia eventualmente
conduzir a uma situação de grande dificuldade para certos intervenientes do Movimento

SUSTENTABILIDADE
Olímpico.
É também legítimo questionar o futuro das receitas dos Jogos Olímpicos e das
Federações Internacionais. Hoje em dia, as receitas provêm principalmente dos direitos
de transmissão e marketing, bem como dos direitos de organização dos nossos eventos.
Mas quais serão os nossos eventos amanhã e quais serão as consequências para as
nossas receitas? Uma maior diversificação das nossas fontes de receita seria vantajosa
para reduzir riscos futuros.
A este respeito, devemos interrogar-nos sobre o lugar do desporto eletrónico e do
desporto físico virtual.
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 35
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

Garantir uma governação exemplar


Como todos os governantes sabem, está a tornar-se cada vez mais difícil governar seja
SUSTENTABILIDADE

a que nível for. O espírito de contestação está a crescer e verifica-se uma desconfiança
crescente em relação aos responsáveis pela governação dos países, das instituições ou
das empresas. As redes sociais e a proliferação de “notícias falsas” contribuem para a
divulgação de informações erróneas e a manipulação das multidões é cada vez mais fácil
e generalizada.
Além disso, muitos representantes eleitos ou dirigentes têm-se contentado em gerir o dia
a dia sem preparar o futuro. Mas a política não consiste apenas em gerir o dia a dia: passa
também por prever e imaginar o futuro a fim de o construir melhor.
Temos de ser suficientemente honestos para reconhecer que a governação do Movimento
Olímpico tem vindo a lume com frequência, em particular no que se refere a casos de
corrupção. Estes casos, muitas vezes altamente publicitados, têm afetado em grande
medida as Federações Internacionais e os próprios membros do COI. Há muitos exemplos
de processos de elevada visibilidade, detenções, etc., o que é extremamente prejudicial para
INTEGRIDADE

a nossa imagem coletiva. O que afeta um de nós afeta toda a comunidade. Os referendos
perdidos em relação ao acolhimento dos Jogos Olímpicos, se por vezes refletem uma
falta de vontade de acolher os próprios Jogos Olímpicos, por vezes exprimem também a
rejeição das organizações desportivas internacionais, à luz dos escândalos revelados.

AGENDA 2030 | P. 36
DESENVOLVIMENTO
Têm sido adotadas medidas robustas para promover a boa governação e reforçar a
transparência. Estas medidas eram necessárias e estão a dar frutos. Do mesmo modo,
a Associação das Federações Internacionais Olímpicas de Verão (ASOIF) criou um
instrumento de vigilância da governação das Federações Internacionais, tendo sido
realizados progressos consideráveis. Não pode haver cedências em matéria de boa
governação e transparência. É esse o preço de sermos credíveis e mantermos a confiança
dos atletas, mesmo que tal não impeça as críticas de alguns, sempre prontos a apontar o
dedo a quem foi confiada a tarefa de governar.
Espera-se que os intervenientes do Movimento Olímpico tenham melhor em conta o
lugar das mulheres na governação, uma maior transparência e um funcionamento mais

INOVAÇÃO
democrático. Regozija-me constatar que o trabalho realizado durante o meu último
mandato como Presidente da UCI permitiu aumentar para um terço a percentagem de
mulheres com assento no Comité Diretor da UCI.
A UCI, à semelhança das outras Federações Internacionais, deve desenvolver o seu
desporto e promover mecanismos de solidariedade.
É também gratificante constatar nos últimos anos a evolução muito favorável no sentido
de um reforço da governação de qualidade entre os membros da UCI e no Movimento
Olímpico. Devemos pautar-nos por esta exigência para fazer do ciclismo um modelo de
boa governação.

SOLIDARIEDADE
Quais são os desafios que se colocam ao modelo do Movimento Olímpico e quais as
receitas futuras para as Federações Internacionais?
O funcionamento do Movimento Olímpico está parcialmente dependente dos Jogos
Olímpicos. O próprio COI tem baseado o seu modelo económico em Jogos Olímpicos
cada vez mais rentáveis. Redistribui cerca de 90% das suas receitas pelos intervenientes da
família olímpica (Comités Olímpicos Nacionais, Federações Internacionais, solidariedade
para com os atletas, etc.).
Ainda que as Federações Internacionais estejam significativamente menos dependentes
das receitas dos Jogos Olímpico, algumas continuam a ficar de fora. Na UCI, o nosso
objetivo era tornar a nossa Federação Internacional independente das receitas dos Jogos
Olímpicos e dedicar essas receitas a ações de solidariedade, bem como ao desenvolvimento

SUSTENTABILIDADE
e funcionamento do CMC da UCI. Este objetivo foi alcançado.
No entanto, é legítimo questionar a sustentabilidade do modelo económico do
Movimento Olímpico. As tentativas de privatização do desporto em benefício exclusivo
de alguns são cada vez mais frequentes e podem ameaçar o nosso modelo atual baseado
na solidariedade entre os níveis. Estão a surgir inúmeros projetos de ligas fechadas em
diferentes modalidades e o ciclismo não é exceção, embora tenha sempre conseguido
evitar que se concretizassem.
No entanto, é necessário que as Federações Internacionais sejam proativas e trabalhem
com os intervenientes privados para fazer evoluir os modelos que controlam.
Além disso, estamos a assistir a uma evolução digital radical em todas as áreas, o que no
curto prazo pode ameaçar as fontes tradicionais de financiamento. Por outro lado, a UCI
deve considerar a sustentabilidade das suas fontes de financiamento e imaginar formas
de as diversificar.
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 37
DESENVOLVIMENTO

Transformar o desporto e o ciclismo nos principais agentes em termos de desafios


globais
A crise do coronavírus demonstrou que as pessoas em boa forma física têm menos
probabilidades de desenvolver formas graves da doença e a OMS recordou a importância
da prática regular de exercício físico. O ciclismo tem legitimidade para apoiar esta ambição
ao lado dos governos, sendo prova disso o recente acordo entre o COI e a OMS.
Para além do desporto de alto nível, a UCI deve reforçar a sua estratégia para participar
no desenvolvimento da prática do desporto. A prática do ciclismo enquanto desporto e as
deslocações ativas de bicicleta são fatores importantes para melhorar a saúde (bem-estar
INOVAÇÃO

físico, mental e social, no sentido da definição adotada pela OMS). A prática regular do
desporto ajuda a prevenir a obesidade e a ocorrência de um vasto conjunto de doenças
crónicas que são altamente prevalecentes nos países de rendimento elevado. Entre outros
aspetos, o desporto impõe o respeito pelas regras, pelos concorrentes e pela diversidade,
promove a tolerância e desenvolve o espírito de solidariedade, etc. Este papel, que não
estava necessariamente no centro das preocupações das Federações Internacionais, deve
agora ser plenamente integrado na sua estratégia, na senda da missão e da visão muito
mais ampla da UCI relativamente à prática do ciclismo.
O desenvolvimento da prática do ciclismo constitui uma resposta muito concreta e eficaz
aos desafios ambientais, à semelhança da utilização da bicicleta nas deslocações urbanas.
Por exemplo, a deslocação de bicicleta, ao contrário do automóvel, em trajetos curtos reduz
SOLIDARIEDADE

as emissões associadas em cerca de 75%. Muitas autoridades públicas adotaram políticas


ambiciosas para promover o desenvolvimento do ciclismo, nomeadamente através da
criação de infraestruturas de qualidade e da oferta de serviços aos ciclistas. A escolha da
bicicleta como meio de transporte ajuda a combater o congestionamento do tráfego e a
poluição, bem como a assegurar a atividade física dos residentes e, consequentemente,
melhorias em termos de saúde. De acordo com vários estudos de casos, a mobilidade
ativa, como a marcha e o ciclismo, pode reduzir as emissões dos transportes urbanos até
10% e promover uma melhor qualidade de vida.
O sucesso do ciclismo é, por conseguinte, um fator de desenvolvimento para a nossa
Federação Internacional. Também acreditamos que uma sociedade que pratica desporto
produz necessariamente melhores homens e mulheres e maior tolerância entre os seus
cidadãos.
SUSTENTABILIDADE

Em conclusão, o período atual constitui uma oportunidade para a bicicleta e o ciclismo.


Todos estes desafios constituem outras tantas oportunidades para o ciclismo em todas
as suas vertentes. Foi o que pretendemos traduzir nesta Agenda 2030 da UCI, para traçar
as perspetivas de longo prazo e inscrever a nossa ação numa visão clara, debatida e
partilhada.
O ciclismo tem um grande futuro e a UCI continuará a mobilizar-se, a modernizar-se
e a atuar em prol dos seus membros. Contamos com todos vós para nos ajudarem a
construí-lo.
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 38
DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I – DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVER O CICLISMO NO MUNDO E REFORÇAR A SUA UNIVERSALIDADE

O ciclismo é um desporto histórico que tem evoluído continuamente, abrindo-se a novas


práticas para se converter numa tendência. Assistimos, em todo o mundo, a uma expansão
significativa do ciclismo em todas as suas vertentes: atividade de lazer, ferramenta
educativa, desporto de competição, fator de bem-estar, meio de transporte, etc.
O ciclismo representa uma das grandes esperanças do mundo para impulsionar a
transição da humanidade para meios de transporte com emissões de carbono baixas ou

INOVAÇÃO
nulas e para combater as alterações climáticas, a poluição atmosférica e a mortalidade
prematura decorrente da inatividade. O apoio à agenda internacional de transportes
ativos e sustentáveis é, há muitos anos, um dos principais pilares do programa “Bicicletas
para Todos” da UCI, que colabora regularmente com organizações internacionais de
defesa do ciclismo, agências das Nações Unidas e ONG para promover uma maior
utilização da bicicleta como meio de transporte. O reforço da liderança da União Ciclista
Internacional (UCI), da sua presença global e das oportunidades de colaboração em
matéria de mobilidade urbana permitirá à Federação Internacional desempenhar um
papel fundamental reconhecido na transição para um futuro sustentável com baixas
emissões de carbono.
A UCI deve aproveitar este forte interesse para transformar o ciclismo no desporto do

SOLIDARIEDADE
século XXIe continuar a trabalhar para que a prática do ciclismo seja uma força positiva
para as populações do planeta. Todos os públicos devem ser visados: mulheres, crianças,
pacientes, pessoas com deficiência ou com fatores de risco para a saúde, utilizadores da
bicicleta como meio de transporte, etc. Da mesma forma, a diversidade das bicicletas
que podem ser utilizadas em todos os tipos de atividades permitirá, em grande medida,
alcançar todos os públicos. Cabe à nossa Federação Internacional ser o motor do conceito
“viver o ciclismo”.

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 41
DESENVOLVIMENTO

1. DESENVOLVER A PRÁTICA DO CICLISMO NA SOCIEDADE E REFORÇAR A NOSSA


ESTRATÉGIA DE MOBILIDADE

a. Atrair novos públicos


Estamos a assistir a uma evolução e diversificação significativas das práticas
ciclistas. O ciclismo não é apenas um meio de transporte ou um desporto de
competição; estão a emergir inúmeras práticas lúdicas ou de lazer que promovem
um desenvolvimento significativo do ciclismo em todo o mundo. Abrem-se novas
oportunidades para atingir novos públicos:
INOVAÇÃO

△ Desenvolver o pumptrack em todo o mundo


△ Promover as atividades na natureza como o ciclismo em terra batida
△ Desenvolver o ciclismo na neve no âmbito das disciplinas da UCI
△ Reconhecer o polo em bicicleta como uma disciplina da UCI
△ Inovar para reconhecer novas disciplinas
△ Tirar partido do forte interesse pelo ciclismo eletrónico
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 42
DESENVOLVIMENTO
b. Contribuir mais para a integração do ciclismo nas políticas públicas
Assistimos a um desenvolvimento considerável da prática do ciclismo em todo o
mundo com substanciais desafios sociais. As cidades implementam importantes
programas de desenvolvimento do ciclismo e os poderes públicos exortam à sua
utilização tendo em conta os seus benefícios. Devemos reforçar a nossa presença
nestas reflexões, como complemento da nossa experiência tradicional no domínio
da competição.
△ Sensibilizar mais autoridades públicas para a promoção da deslocação ativa em
bicicleta com vista à melhoria do estado de saúde das populações.

INOVAÇÃO
△ Transformar a UCI num líder mundial da mobilidade em bicicleta
△ Criar um “Comité de Alto Nível” para desenvolver o ciclismo em todo o mundo
com intervenientes conceituados
△ Reforçar a promoção da bicicleta como um meio de transporte ecológico
△ Fortalecer a colaboração com intervenientes reconhecidos no desenvolvimento
do ciclismo na sociedade
△ Atualizar o manifesto “Bicicletas para Todos” da UCI (2017) com base nos
projetos em curso e nos novos temas prioritários para o ciclismo e as suas
partes interessadas
△ Envolver mais Federações Nacionais na implementação do programa “Bicicletas

SOLIDARIEDADE
para Todos”
△ Criar uma campanha específica centrada no ciclismo e na saúde, em
colaboração com parceiros internacionais, apresentando embaixadores do
ciclismo com histórias pessoais de melhoria da saúde através do ciclismo
△ Comunicar os mais recentes conhecimentos epidemiológicos sobre os
benefícios da prática do ciclismo para a saúde
△ Transformar as diferentes práticas do ciclismo numa mais-valia para a nossa
área de influência
△ Promover o impacto e as contribuições do ciclismo para a Agenda 2030
das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável, identificando
simultaneamente os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS)

SUSTENTABILIDADE
prioritários
△ Intensificar a promoção do Dia Internacional da Bicicleta da ONU em 3 de
junho de cada ano no Centro Mundial de Ciclismo (CMC) da UCI e junto das
nossas 202 Federações Nacionais
△ Apoiar o desenvolvimento de infraestruturas, estratégias de promoção do
ciclismo e eventos públicos em torno do CMC da UCI em Aigle em conjunto
com as autoridades públicas
△ Criar uma plataforma digital de partilha de conhecimentos com exemplos de
boas práticas globais no sítio Web da UCI, incluindo conselhos específicos para
as cidades em matéria de infraestruturas e desenvolvimento de programas de
ciclismo para todos
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 43
DESENVOLVIMENTO

c. Reforçar a marca UCI Bike City


Ao longo dos anos, a UCI tem vindo a criar uma rede mundial denominada “UCI
Bike City” destinada a reconhecer e estabelecer ligações entre cidades e regiões,
tendo desenvolvido uma política voluntarista em prol do ciclismo e acolhido
diversos eventos de envergadura da UCI (nomeadamente, Campeonatos do
Mundo da UCI e Taças do Mundo da UCI). Esta rede desenvolveu-se e regista um
verdadeiro sucesso. Contudo, será conveniente alargá-la e reforçar o seu conteúdo
e o intercâmbio de boas práticas nos próximos anos. Além disso, a criação do
Fórum da UCI “Bike City & Mobilidade” em 2018 permitiu à UCI disponibilizar
uma nova plataforma de envolvimento entre os especialistas em mobilidade e
INOVAÇÃO

em desenvolvimento sustentável de todo o mundo e a grande família ciclista. No


entanto, será essencial para a UCI reforçar este evento.
△ Dar a conhecer melhor e expandir a nossa rede “UCI Bike City” nos cinco
continentes e junto dos organizadores de provas de ciclismo
△ Criar um novo sistema obrigatório de acompanhamento e avaliação para todos
os membros da rede, que, numa segunda fase, incluirá ligações aos ODS da
ONU, a fim de comunicar o impacto tangível deste programa
△ Desenvolver uma nova estratégia de educação e promoção para reunir a rede
virtualmente várias vezes por ano e reforçar a comunicação em torno dos seus
projetos e realizações
SOLIDARIEDADE

△ Reforçar a atratividade do Fórum da UCI “Bike City & Mobilidade” para que se
torne numa conferência sobre a mobilidade reconhecida internacionalmente
por todos os intervenientes nos ecossistemas do ciclismo e do transporte
△ Lançar um “percurso da marca UCI Bike City” para apoiar as cidades que ainda
não são elegíveis para a marca, mas que estão ativamente empenhadas no
desenvolvimento de uma estratégia para o ciclismo
△ Promover a animação da rede por meios adequados
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 44
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
d. Elaborar uma estratégia para a juventude e introduzir um programa de ciclismo
nas escolas e para as crianças
O ciclismo concilia práticas lúdicas e desportivas e permite alcançar públicos jovens.
Os campeões de amanhã formam-se entre os jovens de hoje, que podem não só
seguir um percurso de aprendizagem e desenvolvimento específico centrado na
competição, mas também tirar partido dos benefícios para a saúde mental e física
do ciclismo enquanto atividade quotidiana. Algumas Federações desenvolveram
com sucesso o princípio das escolas de ciclismo no âmbito dos seus clubes para
permitir aos jovens praticar o ciclismo em todas as suas vertentes. Na sequência do

SUSTENTABILIDADE
desenvolvimento do seu “Children’s Cycling Education Toolkit” em 2019, em parceria
com a Bikeability, a UCI procura dar o próximo passo, comprometendo-se com um
programa mundial que possa ser replicado em todos os países para desenvolver
competências de ciclismo entre a geração mais jovem.
△ Federar os intervenientes envolvidos no ciclismo infantil e criar um fórum para o
intercâmbio de boas práticas
△ Desenvolver um programa global de escolas de ciclismo em parceria com
organizações e/ou Federações especializadas neste domínio
△ Garantir a partilha dos conhecimentos especializados de algumas das principais
Federações Nacionais em matéria de educação para o ciclismo junto de todas as
crianças
△ Integrar esta ambição no Programa de Solidariedade da UCI
△ Criar uma bicicleta especial, em conjunto com a indústria, que possa ser
INTEGRIDADE

comercializada em larga escala


△ Promover a criação de bibliotecas de bicicletas, bem como a reutilização,
reparação e redistribuição de bicicletas para as crianças nas comunidades

AGENDA 2030 | P. 45
DESENVOLVIMENTO

2. CONTINUAR A EXPANDIR A INFLUÊNCIA DA UCI

a. Filiar os últimos países não membros


Desde a implementação da Agenda 2022, a UCI assistiu ao aumento do número
das suas Federações Nacionais filiadas de 183 para 202. Contudo, ainda existem
alguns países não filiados. O objetivo é prosseguir os esforços para assegurar que o
ciclismo esteja presente em todos os países do mundo.
△ Filiar os países que ainda não têm uma Federação Nacional de Ciclismo
△ Acompanhar estas Federações para uma melhor integração
INOVAÇÃO

△ Trabalhar com a Confederação de Ciclismo da Oceânia (OCC) de onde provém


a maioria dos países que ainda não têm uma Federação Nacional filiada na UCI
△ Trabalhar com os Comités Olímpicos Nacionais dos países em causa
△ Assegurar a integração dos potenciais membros associados

b. Continuar a promover a universalidade do ciclismo


Embora a UCI seja uma das Federações mais largamente implantadas no mundo, a
prática das diferentes disciplinas varia de continente para continente e de país para
país. Pensamos que é fundamental desenvolver esta universalidade a fim de dar
SOLIDARIEDADE

continuidade a estas disciplinas e à sua presença no programa olímpico.


△ Utilizar as disciplinas de BMX Racing e BMX Freestyle para entrar na malha das
cidades ou das grandes metrópoles e promover assim as práticas urbanas e
contribuir para que os jovens das zonas desfavorecidas andem de bicicleta
△ Tirar partido do ciclismo de montanha e da sua difusão mundial para alargar o
nosso público
△ Incentivar a criação de estruturas nos cinco continentes para atingir novos
públicos (pistas de BMX Racing, parques de BMX Freestyle, pumptracks,
velódromos, etc.)
△ Assegurar a aplicação de uma política de quotas de qualificação para as nossas
provas oficiais que promova a universalidade
SUSTENTABILIDADE

△ Utilizar o CMC da UCI e os fundos de solidariedade para permitir o envio de


equipamentos e ministrar formações que garantam a prática universal
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 46
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
c. Reforçar as ligações com outros intervenientes no ciclismo
São muitos os intervenientes que trabalham no desenvolvimento ou representação
do ciclismo no mundo: associações representativas do cicloturismo, federações
de utilizadores da bicicleta, entidades públicas que constroem infraestruturas
ciclistas, etc. Todos trabalhamos, seja qual for a nossa responsabilidade, em prol do
desenvolvimento do ciclismo, sendo necessário trabalhar em rede. A UCI trabalha há
muitos anos com estes diferentes intervenientes internacionais e tem a oportunidade

SUSTENTABILIDADE
de reforçar estas colaborações através de campanhas e projetos conjuntos no futuro.
△ Reforçar a cooperação com as várias federações de ciclistas
△ Criar uma campanha específica de segurança rodoviária da UCI que aconselhe
o público sobre comportamentos seguros e encoraje o respeito entre todos os
utentes da estrada, em colaboração com um parceiro internacional de defesa do
ciclismo e/ou uma agência das Nações Unidas
△ Continuar a participar ativamente nos grupos que se dedicam às questões
associadas ao ciclismo
△ Trabalhar com outros intervenientes para consolidar um estudo global sobre a
importância económica do ciclismo
△ Trabalhar com outras partes interessadas e com as universidades para avaliar o
impacto das provas de ciclismo no comportamento das pessoas em matéria de
mobilidade
INTEGRIDADE

△ Atuar coletivamente para promover infraestruturas ciclistas de qualidade e partilhar


as melhores práticas a nível mundial a inspirar novas cidades a elaborar estratégias
△ Reforçar os meios internos afetados ao ciclismo para todos e ao ciclismo para a saúde

AGENDA 2030 | P. 47
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

d. Preservar o seu estatuto no Movimento Olímpico e, além disso, ajudar o


SUSTENTABILIDADE

Comité Olímpico Internacional (COI) a desenvolver novos circuitos inovadores


(desporto eletrónico, desportos urbanos, etc.)
O ciclismo tem feito parte dos Jogos Olímpicos desde o seu renascimento em 1896.
É um desporto praticado em todo o mundo e a UCI é uma das poucas Federações
Internacionais que conta com mais de 200 membros. A sua voz é ouvida e tem
estado frequentemente na vanguarda do Movimento Olímpico para contribuir para
a evolução do desporto em relação a questões comuns a todos os intervenientes:
antidoping, formato das competições, inovações, etc. Queremos continuar a ser um
membro ativo e influente do Movimento Olímpico.
△ Continuar a inovar para criar formatos de competição que satisfaçam as
expetativas dos atletas e do público
△ Promover a inovação para reforçar o envolvimento
△ Colaborar com o COI para integrar determinadas disciplinas ciclistas nas novas
INTEGRIDADE

séries (séries urbanas olímpicas, séries virtuais olímpicas, etc.)


△ Colocar-se na vanguarda do Movimento Olímpico para abordar questões
comuns a todos

AGENDA 2030 | P. 48
DESENVOLVIMENTO
3. DESENVOLVER O CICLISMO FEMININO E PROMOVER A IGUALDADE DE GÉNERO

a. Promover a igualdade de género para criar mais oportunidades


Para além dos aspetos desportivos e de governação, a UCI vela no sentido do reforço
da posição das mulheres no seio da família ciclista. Continuaremos a afirmar-nos
como uma Federação líder neste domínio.
△ Capitalizar a nossa certificação EDGE Move
△ Elaborar um manifesto “As mulheres e o ciclismo”

INOVAÇÃO
△ Aumentar o número de mulheres comissárias em todas as disciplinas
△ Oferecer às mulheres as mesmas oportunidades que aos homens na gestão do
ciclismo
△ Desenvolver programas de prevenção e vigilância médica adaptados às
especificidades médicas do ciclismo feminino

b. Assegurar a igualdade de acesso ao desporto


Historicamente, o nosso desporto tem-se articulado principalmente em torno da
prática masculina. As mulheres só tiveram acesso aos Jogos Olímpicos em 1984 em
estrada e em 1988 em pista. Estamos gradualmente a recuperar o atraso em termos

SOLIDARIEDADE
de igualdade entre homens e mulheres. Registaram-se, desde 2017, progressos
consideráveis. Contudo, ainda há muito trabalho a fazer. A UCI continuará fortemente
empenhada em assegurar a igualdade de acesso das mulheres ao desporto.
△ Assegurar a igualdade de acesso de mulheres e homens às competições
organizadas pela UCI
△ Criar uma corrida separada para as mulheres na categoria de menos de 23 anos
nos Campeonatos do Mundo de Estrada da UCI a partir da edição de Kigali
(Ruanda) em 2025
△ Assegurar que as nossas provas de estafetas nos Campeonatos do Mundo da
UCI respeitem a igualdade entre homens e mulheres a nível de participação
△ Oferecer às mulheres as mesmas oportunidades de qualificação para os

SUSTENTABILIDADE
Campeonatos do Mundo da UCI
△ Encorajar uma recuperação progressiva em relação aos prémios das corridas
para as mulheres em todo o Calendário Internacional da UCI
△ Utilizar o CMC da UCI para criar equipas femininas nas várias disciplinas de
modo a garantir oportunidades para as mulheres em todo o mundo
△ Promover o acesso das mulheres a todas as profissões do ciclismo (mecânicas,
treinadoras, diretoras desportivas, comissárias, agentes de corredores, etc.)
△ Desenvolver programas para a prática do ciclismo entre as mulheres
△ Apoiar as Federações Nacionais e as Confederações Continentais,
especialmente fora da Europa, na construção de circuitos nacionais e
continentais femininos mais densos.
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 49
DESENVOLVIMENTO

c. Promover uma maior cobertura mediática do ciclismo feminino


A atratividade do ciclismo feminino passa pela sua mediatização. A UCI desenvolve
esforços constantes a este respeito há muitos anos e os resultados têm sido positivos.
Promovem o investimento dos parceiros. Continuaremos os nossos esforços em
conjunto com todos os intervenientes no ciclismo.
△ Tirar partido da criação de provas femininas pelos organizadores das maiores
corridas (Volta à França, Paris-Roubaix, Volta à Flandres, etc.) para elevar o perfil
do ciclismo feminino
△ Valorizar as nossas campeãs ciclistas através da criação de “histórias” e
INOVAÇÃO

acompanhando-as ao longo do ano


△ Impor uma programação das nossas provas que fomente a mais ampla
cobertura mediática possível do ciclismo feminino
△ Reforçar a coordenação dos calendários masculino e feminino
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 50
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
d. Continuar a reforçar o lugar das mulheres no ciclismo
A Agenda 2022 previa um aumento significativo da participação das mulheres na
governação do nosso desporto, na UCI, nas Confederações Continentais ou nas
Federações Nacionais. No espírito do trabalho empreendido pelo COI, temos sido
proativos nesta matéria e os resultados são espetaculares, havendo seis mulheres
entre os 18 membros no Comité Diretor da UCI e pelo menos 25% de mulheres entre

SOLIDARIEDADE
os membros dos órgãos executivos das Confederações Continentais e os delegados
votantes no Congresso da UCI. Continuaremos nesta via.
△ Estabelecer um programa destinado a revelar talentos femininos e promover o
seu acesso a cargos de responsabilidade
△ Integrar nos estatutos da UCI a obrigação das Federações Nacionais de
assegurar a representação das mulheres nos seus órgãos diretivos e garantir a
eficácia desta medida
△ Acompanhar as Federações Nacionais para incentivá-las a aplicar medidas que
garantam o reforço da posição das mulheres
△ Assegurar a representação das mulheres entre os comissários e ter como

SUSTENTABILIDADE
objetivo o seu aumento para um terço
△ Implementar um programa que incentive o recrutamento de pessoal feminino
nas equipas da UCI

e. Elaborar uma estratégia para o desenvolvimento do ciclismo feminino nas


Federações Nacionais e acompanhá-las na implementação desta estratégia
Verifica-se que os homens ainda estão em grande maioria no funcionamento das
Federações Nacionais e na prática do desporto. As mulheres representam apenas
18% dos nossos federados em todo o mundo. Partindo do princípio de que o
desenvolvimento começa ao nível das bases, é necessário apoiar as Federações
Nacionais na elaboração de uma estratégia de desenvolvimento.
△ Pedir às Federações Nacionais que elaborem um plano estratégico de
desenvolvimento do ciclismo feminino
INTEGRIDADE

△ Apoiar as Federações Nacionais com ferramentas-tipo e indicadores


continentais
△ Intensificar a nossa ajuda solidária em prol do ciclismo feminino

AGENDA 2030 | P. 51
DESENVOLVIMENTO

4. DESENVOLVER TODAS AS DISCIPLINAS CICLISTAS

a. Explorar o potencial das disciplinas urbanas


Criada na década de 1970 nos Estados Unidos, a BMX Racing conheceu uma expansão
considerável em todo o mundo, passando a disciplina olímpica em 2008 por ocasião
dos Jogos Olímpicos de Pequim (China). É praticada nos cinco continentes e
destina-se em particular aos jovens, ávidos de sensações fortes e formatos curtos.
A BMX Freestyle veio diversificar as práticas urbanas e o seu sucesso foi imediato
nos Jogos Olímpicos de Tóquio (Japão). Consciente do potencial da BMX Racing
e da BMX Freestyle, a UCI implementará um plano de ação ambicioso. Dirigidas
INOVAÇÃO

a públicos jovens, estas disciplinas possibilitam o desenvolvimento de qualidades


técnicas excecionais e ajudam na prática de outras disciplinas. Existem também
outras disciplinas ciclistas urbanas que constituem outras tantas oportunidades.
△ Desenvolver as pistas de BMX Racing em todo o mundo
△ Produzir ferramentas de ajuda à criação de pistas de BMX Racing
△ Implantar a BMX Racing em zonas urbanas sensíveis
△ Apoiar a BMX Freestyle desenvolvendo-a globalmente para assegurar a sua
sustentabilidade no programa olímpico
△ Formar treinadores de BMX Racing e BMX Freestyle no CMC da UCI e nas
SOLIDARIEDADE

Federações Nacionais
△ Integrar o BMX Freestyle Flatland como uma especialidade com futuro para os
jovens
△ Dar atenção ao Hardcourt Bike Polo, que é muito popular em ambientes urbanos
△ Trabalhar para reforçar a proteção dos atletas e prevenir as quedas na BMX Racing
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 52
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
b. Implementar o ciclismo na neve

SOLIDARIEDADE
O ciclismo na neve está ainda na sua infância a nível mundial, mas têm sido
lançadas várias iniciativas locais e algumas Federações Nacionais, como em França,
começaram a estruturar a disciplina. As estâncias de esqui, ansiosas por diversificar
as suas atividades, encaram o ciclismo na neve como uma verdadeira oportunidade.
Iremos, portanto, elaborar uma estratégia de desenvolvimento ambiciosa.
△ Integrar vários formatos no ciclismo na neve para reforçar a sua atratividade
(descida, slalom duplo, biatlo, ciclocrosse na neve, cycling boardercross)
△ Criar uma Taça do Mundo de Ciclismo na Neve da UCI
△ Criar um Campeonato do Mundo de Ciclismo na Neve da UCI
△ Trabalhar com parceiros de craveira mundial para assegurar a sua

SUSTENTABILIDADE
internacionalização e difusão

c. Apoiar o sucesso do ciclismo em terra batida e do granfondo


O ciclismo de lazer para o público em geral está a crescer rapidamente. É a principal
mais-valia para a indústria do ciclismo de modo a comercializar bicicletas de gama
alta. As Federações Nacionais devem interessar-se por estas especialidades, pois
constituem um potencial real para novos membros. O ciclismo em terra batida, que
é muito mais recente e praticado com todos os estilos de bicicletas, está em plena
expansão. Contudo, deve ser adotada uma política adequada localmente para atingir
todos os públicos e, em particular, os ciclistas de fundo, granfondo e terra batida.
△ Criar Campeonatos do Mundo em terra batida da UCI
△ Incentivar as Federações Nacionais a integrar estas disciplinas na sua estratégia
de desenvolvimento
INTEGRIDADE

△ Elaborar uma estratégia mundial para o ciclismo de fundo e em terra batida


△ Promover a criação de uma licença dedicada ao ciclismo para todas as
Federações Nacionais

AGENDA 2030 | P. 53
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO

d. Capitalizar o desejo da natureza para desenvolver o ciclismo de montanha e o


enduro
O desenvolvimento do ciclismo de montanha em todo o mundo tem sido significativo
e, juntamente com o ciclismo de estrada, é a disciplina mais universal do nosso
desporto. O setor do ciclismo de montanha está a florescer e o aparecimento da
SOLIDARIEDADE

bicicleta de montanha elétrica democratizou a sua utilização. Concilia-se assim o


desejo pela natureza e por andar de bicicleta. Estão a surgir novas formas de prática
e a UCI deve continuar a integrá-las.
△ Implementar um programa destinado a criar locais permanentes para a prática
do ciclismo de montanha dedicados a atividades de lazer de acordo com os
modelos das Federações-piloto e em estreita ligação com elas
△ Desenvolver mais amplamente o enduro na UCI
△ Utilizar o ciclismo de montanha para introduzir o ciclismo nas escolas
△ Transformar a nova parceria com a Discovery Sports em torno da Taça do Mundo
de Ciclismo de Montanha da UCI numa montra para desenvolver a disciplina
SUSTENTABILIDADE

△ Estabelecer um festival de ciclismo de montanha no âmbito da Taça do Mundo


da UCI
△ Dar a conhecer os guias turísticos sobre ciclismo de montanha

e. Continuar a modernização do ciclismo de pista


O ciclismo de pista é a principal disciplina olímpica da UCI, com 12 das 22 medalhas
no programa olímpico após o regresso da prova de Madison ao programa dos Jogos
Olímpicos em 2020, em Tóquio. A sua universalidade deve ser reforçada através de
uma melhor utilização da rede de velódromos existentes no mundo. No entanto, é
necessário tornar o ciclismo de pista mais atrativo através da reforma do seu modelo
de funcionamento e da criação de uma rede de provas de grande visibilidade.
△ Continuar a desenvolver a Liga dos Campeões de Pista da UCI,
transformando-a num meio de promoção e popularização do ciclismo de pista
INTEGRIDADE

△ Elaborar uma estratégia de animação dos velódromos


△ Auxiliar as Confederações Continentais na implementação de um calendário do
ciclismo de pista mais ambicioso

AGENDA 2030 | P. 54
DESENVOLVIMENTO
f. Promover a universalidade das nossas disciplinas
A UCI deve garantir a universalidade das suas disciplinas. Como critério fundamental
para a inclusão ou manutenção no programa olímpico, deve merecer especial
atenção da nossa parte. Além disso, algumas disciplinas históricas não alcançaram
a universalidade que deveriam ter. Esforçar-nos-emos por integrar estes objetivos
de universalidade nos nossos programas.
△ Garantir a participação do maior número possível de países em cada uma das
disciplinas
△ Implementar uma estratégia para envolver as Federações Nacionais no plano

INOVAÇÃO
internacional, de acordo com o seu nível de prática
△ Desenvolver a universalidade do ciclocrosse
△ Apoiar as Confederações Continentais nesta estratégia
△ Utilizar o CMC da UCI e os centros satélites continentais para alcançar este
objetivo
△ Assegurar que as quotas para os Campeonatos do Mundo da UCI ou para os
Jogos Olímpicos sejam distribuídas de acordo com esta lógica
△ Utilizar os Campeonatos do Mundo da UCI nos Países Emergentes do Ciclismo
para desenvolver a universalidade do ciclismo

SOLIDARIEDADE
g. Promover o ciclismo entre as populações das cidades anfitriãs dos
Campeonatos do Mundo da UCI
Os Campeonatos do Mundo da UCI constituem o ponto alto da temporada em cada
disciplina. As cidades que acolhem estes eventos fazem-no frequentemente para
promover o seu território, mas também para desenvolver ou reforçar uma política
em prol do ciclismo. Temos de assegurar que os nossos campeonatos integrem esta
lógica nos seus objetivos.
△ Incluir nos cadernos de encargos dos Campeonatos do Mundo da UCI de
todas as disciplinas a vontade de fomentar a prática do ciclismo entre todos os
públicos

SUSTENTABILIDADE
△ Introduzir sistematicamente um dia da bicicleta para todos nos Campeonatos
do Mundo de Estrada da UCI
△ Integrar a lógica de património ao nível da prática nos processos de candidatura
para a organização de Campeonatos do Mundo da UCI
△ Transformar a prática do ciclismo pela população num critério de avaliação do
sucesso do evento
△ Incentivar as deslocações de bicicleta (e, de um modo mais geral, a mobilidade
ativa) dos espetadores, dos trabalhadores e das partes interessadas por ocasião
dos Campeonatos do Mundo da UCI
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 55
INOVAÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO II – INOVAÇÃO
INOVAR E DESENVOLVER AS NOSSAS COMPETIÇÕES

O ciclismo sempre foi capaz de evoluir e conquistar novos públicos. Tem sabido combinar
uma história rica com uma inovação constante, em termos de equipamento, da produção
televisiva ou do formato das competições. Num mundo em constante mudança,
que inova e altera os nossos hábitos, temos de continuar a inovar e a desenvolver as
nossas competições, como já fizemos com sucesso. Se o ciclismo é agora um desporto
importante a nível mundial, deve-o à sua capacidade para inovar sem perder o seu

INOVAÇÃO
espírito. Continuaremos os nossos esforços para tornar o ciclismo cada vez mais aberto às
expetativas dos atletas, dos adeptos e dos parceiros.

1. UTILIZAR NOVAS TECNOLOGIAS PARA INCENTIVAR A PARTICIPAÇÃO E


CONQUISTAR NOVOS PÚBLICOS

a. Desenvolver o ciclismo eletrónico para incentivar a prática desportiva


O mundo passa atualmente por uma revolução digital que está a mudar o nosso
estilo de vida, incluindo as formas de praticar desporto. O ciclismo eletrónico fez a

SOLIDARIEDADE
sua aparição e o COI optou por interessar-se por esta nova prática, que abre novos
universos de desenvolvimento para a prática desportiva. O período da COVID-19
e as medidas de confinamento implementadas em todo o mundo forçaram as
populações a considerar outras formas de prática. O ciclismo tem uma grande
vantagem sobre outros desportos, na medida em que o ciclista conectado está
a praticar uma atividade desportiva real e virtual ao mesmo tempo. Face a este
fenómeno da sociedade, a UCI deve permanecer na vanguarda das Federações
Internacionais e continuar a estruturar esta prática.
△ Integrar as reflexões globais iniciadas pelo COI neste domínio
△ Federar, estruturar e organizar as atividades de ciclismo eletrónico
△ Continuar a organizar os Campeonatos do Mundo de Ciclismo Eletrónico da

SUSTENTABILIDADE
UCI e criar Campeonatos Nacionais e Continentais
△ Apostar na inclusão do ciclismo eletrónico no programa olímpico de Los
Angeles de 2028, partindo do princípio de que o desporto físico virtual será
incluído no programa
△ Fazer do ciclismo um dos principais desportos da Série Virtual Olímpica
△ Integrar o Campeonato Mundial de Ciclismo Eletrónico da UCI no programa
dos Campeonatos do Mundo de Ciclismo que terão lugar de quatro em quatro
anos a partir de 2027
△ Continuar a reflexão sobre a melhor forma de assegurar a credibilidade dos
eventos
△ Finalizar o programa de certificação de home trainers
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 57
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

b. Incentivar a ligação entre desporto e entretenimento, cultura, arte, música e


moda para transformar o ciclismo num estilo de vida
O desporto é essencial para o bem-estar, a convivência, a boa saúde, bem como
SUSTENTABILIDADE

simplesmente para o equilíbrio e qualidade de vida das pessoas. O desporto, em


geral, e o ciclismo, em particular, contribuem para este equilíbrio global da mesma
forma que a cultura, as artes ou a música. Devemos promover uma experiência
global que integre o desporto num ecossistema mais alargado.
△ Integrar uma ligação entre o ciclismo e a cultura nos eventos da UCI para
alcançar um público mais vasto e promover o seu carácter de entretenimento a
nível global
△ Estimular a arte em torno do ciclismo como fonte de inspiração
△ Repensar alguns dos nossos eventos para reforçar a vertente de
entretenimento, como na Liga dos Campeões de Pista da UCI, e incluir o trial ou
outras disciplinas para fins de animação
△ Considerar a instalação de esculturas de artistas de renome no Centro Mundial
de Ciclismo da UCI
INTEGRIDADE

△ Identificar influenciadores conhecidos como apoiantes do ciclismo para que


sejam embaixadores do nosso desporto

AGENDA 2030 | P. 58
DESENVOLVIMENTO
c. Dar destaque às conquistas e assegurar uma radiodifusão inovadora durante
os Campeonatos do Mundo da UCI
O ciclismo é um desporto em que as conquistas dos campeões e a sua dedicação
são admiradas. Todas as pessoas recordam os sucessos ou insucessos que tornaram
o nosso desporto sublime e alimentaram a imaginação popular. Para que o público
compreenda o verdadeiro valor destas proezas, a produção televisiva deve ser tão
inovadora quanto possível.
△ Reforçar a colaboração entre organizadores, equipas, atletas e produtores para
uma melhor experiência televisiva

INOVAÇÃO
△ Transmitir mais informações em direto aos telespetadores para que possam
compreender melhor a corrida e os respetivos desafios
△ Transformar os Campeonatos do Mundo da UCI num espaço de maior inovação
para dar a conhecer melhor os esforços dos atletas e as estratégias de competição
△ Permitir aos espetadores que acompanhem um determinado corredor, tendo
acesso aos seus dados transmissíveis (câmara, potência, posição na corrida,
classificação virtual, etc.)
△ Integrar som e imagem durante as corridas na transmissão em direto
△ Colaborar com parceiros da televisão para inovar e reduzir o impacto ambiental
das transmissões dos Campeonatos do Mundo da UCI

SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 59
DESENVOLVIMENTO

d. Narrar a história da vida dos atletas


Os atletas são os intervenientes principais do nosso desporto, pelo que devemos
dá-los a conhecer melhor através de uma estratégia apropriada. Os entusiastas de
todo o mundo estão interessados em compreender melhor a vida dos atletas, o
seu treino, etc. O nosso desporto não tem grandes estrelas internacionais, apesar
de os ciclistas serem excelentes atletas em todas as modalidades. Assim, a nossa
estratégia terá de passar por uma maior valorização dos nossos atletas.
△ T rabalhar com parceiros como a Discovery ou a Netflix para construir uma
narrativa em torno dos nossos atletas
INOVAÇÃO

△ Integrar a lógica de promover uma maior compreensão dos esforços dos


atletas, como fazemos, por exemplo, com a Liga dos Campeões de Pista da UCI
ou a Taça do Mundo de Ciclismo de Montanha da UCI
△ Identificar atletas embaixadores que possamos seguir mais especificamente ao
longo das suas carreiras
△ Utilizar as redes sociais da UCI para fortalecer a interação com os nossos atletas
△ Dar a conhecer a atividade de “bastidores” dos atletas do CMC da UCI durante
alguns meses, ou melhor ainda, de talentos promissores ao longo dos anos
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 60
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
e. Tirar partido dos desenvolvimentos tecnológicos: digital, realidade aumentada,
simulação
Os desenvolvimentos tecnológicos estão a abrir um campo infinito de inovações em
prol da participação e da simulação. Embora já estejam em curso alguns projetos,

SOLIDARIEDADE
há que fomentar outros que permitam tornar o nosso desporto mais acessível e
competir com os atletas em prova, bem como permitir a estes que treinem de forma
eficaz em condições de corrida.
△ Incentivar o desenvolvimento de uma simulação em realidade aumentada para
permitir a participação virtual em corridas reais
△ Utilizar a tecnologia para fomentar o envolvimento com os atletas
△ Trabalhar com parceiros para modelizar os percursos das corridas e permitir o
reconhecimento pelos corredores em realidade virtual
△ Imaginar um simulador de descida para treinar de forma eficaz

SUSTENTABILIDADE
f. Reforçar a nossa estratégia digital e coordenar a criação de uma aplicação
móvel centralizada
A nossa sociedade está cada vez mais conectada e a prática do ciclismo faz parte
desta tendência, que está a revolucionar todas as abordagens. Embora já existam
certas aplicações específicas do ciclismo, é necessário prever a presença da UCI com
uma aplicação para todos os públicos. Será assim possível conectar e federar todas
as comunidades de praticantes do mundo. Poderá ser utilizada a experiência das
Federações-piloto. Além disso, os entusiastas do ciclismo devem poder acompanhar
os nossos atletas e as nossas provas mercê de uma vasta estratégia digital.
△ Transformar a UCI numa Federação ainda mais conectada e acessível
△ Criar uma aplicação para o grande público com vista ao desenvolvimento do
ciclismo em conjunto com as Federações Nacionais
△ Trabalhar com os intervenientes relevantes para tornar acessíveis as nossas
INTEGRIDADE

provas e os nossos atletas


△ Continuar a nossa estratégia eficaz nas redes sociais
△ Promover experiências “físico-digitais”

AGENDA 2030 | P. 61
DESENVOLVIMENTO

2. MODERNIZAR AS NOSSAS DISCIPLINAS EXISTENTES E INTEGRAR NOVOS


FORMATOS DE COMPETIÇÃO OU NOVAS DISCIPLINAS

a. Reforçar os diferentes Campeonatos do Mundo da UCI


Os Campeonatos do Mundo da UCI nas várias disciplinas enriquecem o desporto
e a UCI. Os primeiros, em pista, foram criados em 1893, e desde então, os nossos
Campeonatos do Mundo continuaram a evoluir. A camisola arco-íris é reconhecida
por todos e contribui para a singularidade do ciclismo. É um sonho de todos os
corredores. A fim de aumentar a atratividade dos Campeonatos do Mundo da UCI e
a paixão que geram, é fundamental que evoluam ainda mais no futuro.
INOVAÇÃO

Os entusiastas do ciclismo devem também poder participar na festa durante os


Campeonatos do Mundo da UCI com um programa que lhes dê mais atenção.
△ Tornar os Campeonatos do Mundo de Ciclismo da UCI, realizados de quatro em
quatro anos, um evento global
△ Desenvolver os Campeonatos do Mundo de Ciclismo da UCI integrando as
últimas disciplinas ainda não presentes (pista júnior, enduro, terra batida, polo
em bicicleta, ciclismo eletrónico, pumptrack, etc.) e fazê-los acompanhar de
uma política de “saúde e bem-estar”.
△ Oferecer, por ocasião deste evento, seleções diretas para os Jogos Olímpicos,
SOLIDARIEDADE

de acordo com critérios a definir


△ Tornar os Campeonatos do Mundo da UCI ainda mais internacionais em termos
de localização e visitar os cinco continentes com mais regularidade
△ Reforçar as provas de estafetas mistas com o máximo de disciplinas possível
△ Organizar sistematicamente uma prova de ciclismo de massas num dia
específico durante os Campeonatos do Mundo de Estrada da UCI
△ Retomar a fórmula dos Campeonatos do Mundo de Estrada da UCI em circuito,
exclusivamente, sem qualquer ligação entre a cidade de partida e o circuito
△ Apostar na alternância de tipos de circuitos a fim de permitir que todos os tipos
de corredores possam atuar nos Campeonatos do Mundo de Estrada da UCI
△ Assegurar a paridade completa no programa dos Campeonatos do Mundo da
SUSTENTABILIDADE

UCI
△ Construir um novo programa de marketing com uma abordagem transversal a
todas as disciplinas olímpicas (por exemplo, os parceiros mundiais de ciclismo)
△ Repensar a cobertura mediática e os formatos para melhor gerir as expetativas
dos meios de comunicação social ao longo do evento
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 62
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
b. Institucionalizar de forma permanente a Liga dos Campeões de Pista da UCI
A Agenda 2022 identificou a necessidade de criar um evento internacional de
ciclismo de pista de referência. Foi possível criar em 2021 a Liga dos Campeões de
Pista da UCI com o nosso parceiro Discovery Sports Events Ltd. da Warner Bros. que
foi um grande sucesso, apesar da pandemia da COVID-19. Este sucesso deve ser
alargado e a série deve tornar-se num embaixador do ciclismo de pista.
△ Colaborar eficazmente para tornar a Liga dos Campeões de Pista da UCI
incontornável para os atletas
△ Considerar atrair os melhores corredores de enduro, tendo em conta as
restrições do calendário
△ Visar uma maior internacionalização dos velódromos anfitriões nos próximos
anos
INTEGRIDADE

△ Continuar a inovar para que a experiência de uma noite numa ronda da Liga
dos Campeões de Pista da UCI seja imperdível
△ Continuar a valorizar os atletas que participam na Liga

AGENDA 2030 | P. 63
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO

c. Criar os Campeonatos do Mundo da UCI nos Países Emergentes do Ciclismo


As 202 Federações Nacionais da UCI não têm todas o mesmo tamanho e o mesmo
grau de desenvolvimento. É muito difícil para algumas delas qualificarem-se para
os Campeonatos do Mundo da UCI, considerando a dimensão do país ou a menor
qualidade na prática do ciclismo no seu território. A fim de ajudar o desenvolvimento
destes países com objetivos desportivos internacionais ao seu nível, criaremos os
Campeonatos do Mundo da UCI nos Países Emergentes do Ciclismo, seguindo o
modelo dos Jogos dos Pequenos Estados da Europa, por exemplo.
SOLIDARIEDADE

△ Organizar de quatro em quatro anos, a partir de 2024, os Campeonatos do


Mundo da UCI nos Países Emergentes do Ciclismo, compreendendo quatro
disciplinas olímpicas
△ Definir os critérios de qualificação de um país para estes Campeonatos do
Mundo da UCI
△ Considerar a inclusão de critérios de qualificação direta para estes
Campeonatos do Mundo da UCI nas disciplinas em causa
△ Integrar formações pelo CMC da UCI para atletas, treinadores e mecânicos por
ocasião destes Campeonatos do Mundo da UCI
SUSTENTABILIDADE

d. Continuar a internacionalização do ciclocrosse


O ciclocrosse é uma disciplina que nasceu no início do século XX em França e
cujo sucesso assenta maioritariamente em alguns países, sobretudo europeus. O
número de países que participam nos Campeonatos do Mundo da UCI na disciplina
não ultrapassa os 25, embora o potencial seja inegável e o número de espetadores
e telespetadores impressionante, com um modelo económico que funciona muito
bem. O nosso objetivo é tornar o ciclocrosse uma disciplina global.
△ Tirar partido do sucesso do ciclismo em terra batida, cujas bicicletas não são
muito diferentes das do ciclocrosse, a fim de alargar a prática deste último.
△ Trabalhar para identificar países que se revezem nos cinco continentes para
alargar a prática do ciclocrosse (pelo menos uma ronda em cada continente)
△ Tirar partido do desejo por desportos na natureza para desenvolver o ciclocrosse
△ Utilizar o CMC da UCI para treinar atletas em ciclocrosse e encorajar os
INTEGRIDADE

corredores de montanha a participar em provas de ciclocrosse


△ Visar a participação de cerca de 40 países nos Campeonatos do Mundo de
Ciclocrosse da UCI até 2030

AGENDA 2030 | P. 64
DESENVOLVIMENTO
e. Desenvolver novas disciplinas que possam aumentar o peso do ciclismo no
programa olímpico
O ciclismo é o terceiro desporto no programa olímpico em termos de medalhas e
atletas. Este programa é avaliado de quatro em quatro anos, não sendo garantida
a sua manutenção. Devemos, portanto, questionar constantemente a atratividade
das nossas disciplinas e imaginar a integração de novas disciplinas.
△ Manter a atratividade das nossas cinco disciplinas olímpicas para garantir a sua
presença no programa olímpico
△ Desenvolver a BMX Freestyle Flatland para reforçar as disciplinas urbanas

INOVAÇÃO
△ Promover o ciclismo eletrónico para que seja o primeiro desporto a ter uma versão
virtual nos Jogos Olímpicos, se o programa olímpico for aberto a esta modalidade
△ Desenvolver a participação dos países em provas de contrarrelógio por equipas
de estafetas mistas para demonstrar a sua universalidade
△ Tornar o corta-mato em pista curta uma mais-valia para desenvolver a
atratividade do ciclismo de montanha

f. Manter a recetividade a todas as novas disciplinas


Embora o ciclismo e a UCI se tenham historicamente desenvolvido com base em

SOLIDARIEDADE
duas disciplinas, estrada e pista, temos sido gradualmente capazes de acolher novas
disciplinas, algumas das quais se tornaram olímpicas. Nos últimos anos, assistimos a
um alargamento dos modos de prática e do número de disciplinas. A fim de melhor
refletir os desejos dos ciclistas de todo o mundo, devemos permanecer abertos ao
acolhimento de novas disciplinas.
△ Prestar atenção à evolução dos modos de prática, analisar a sua potencial
integração na UCI e proceder a uma rápida integração para evitar que estas
novas disciplinas potenciais sejam geridas por uma empresa externa
△ Encetar um diálogo com as primeiras comunidades de uma disciplina
△ Assegurar a integração de novas disciplinas sempre que pertinente
△ Dedicar os meios necessários a uma boa integração destas disciplinas

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 65
DESENVOLVIMENTO

3. EMPREENDER COM OS INTERVENIENTES UMA REFORMA AMBICIOSA DO


CICLISMO PROFISSIONAL DE ESTRADA

a. Lançar uma reforma do ciclismo profissional de estrada


O ciclismo profissional de estrada é a montra do nosso desporto e a sua
componente mais mediática. Disciplina com história de mais de um século, com
raízes profundas, o ciclismo de estrada sempre gerou a paixão e o entusiasmo do
público pelas proezas dos campeões. Todos os anos, algumas corridas lendárias são
o ponto alto da temporada de ciclismo de estrada, atraindo milhões de espetadores
e telespetadores. O ciclismo profissional de estrada globalizou-se e tem uma
INOVAÇÃO

forte presença nos cinco continentes. A fim de adaptar o ciclismo de estrada à


realidade do século XXI, a UCI deseja trabalhar com as partes interessadas para
lançar uma reforma ambiciosa, tanto para homens como para mulheres, à luz do
desenvolvimento significativo do ciclismo feminino. Temos de realizar um projeto
que confirme o ciclismo como um dos principais desportos do mundo.
A organização do ciclismo de estrada deve ser mais transparente a fim de promover
a sua atratividade e globalização, atrair novos patrocinadores, assegurar a
sustentabilidade das estruturas existentes, interessar os entusiastas e atrair novos
adeptos. A reforma introduzida em 2017 não cumpre inteiramente estes objetivos.
Permite simplesmente, com o acordo unânime de todas as partes interessadas,
SOLIDARIEDADE

dispor de regras de funcionamento claras. É, portanto, necessário desenvolver um


projeto mais ambicioso que torne o ciclismo profissional de estrada um desporto
importante a nível mundial. Para tal, é necessário trabalhar num clima de confiança
com todos os intervenientes. A UCI terá de definir orientações claras em termos
de calendário, formato das corridas, financiamento das equipas profissionais,
desenvolvimento de receitas, gestão dos orçamentos e regulamentação do sistema.
Esta reforma será discutida em 2022 e 2023 no âmbito de uma ampla consulta,
sendo subsequentemente implementada.
△ Criar um modelo económico mais rentável para todos os intervenientes através
de um trabalho coletivo
△ Reforçar a influência global do ciclismo, consolidando as suas raízes
SUSTENTABILIDADE

△ Promover a introdução de novas provas em todo o mundo


△ Rejeitar qualquer sistema fechado de organização do ciclismo
△ Garantir a estabilidade das regras para incentivar a mobilização de investidores
△ Permitir a evolução das equipas num ambiente estável
△ Construir uma organização com base no valor desportivo e na qualidade das
associações
△ Oferecer oportunidades reais aos intervenientes de segundo nível
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 66
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
b. Reforçar o diálogo com os intervenientes
As discussões são por vezes tensas entre os intervenientes no ciclismo profissional
de estrada masculino. Embora estas tensões tenham surgido durante a última

SUSTENTABILIDADE
reforma, há outros assuntos importantes para o bom funcionamento do nosso
desporto que também podem dar azo a tensões (contratos-tipo com os corredores,
salários mínimos, obrigações dos organizadores e das equipas, etc.). Apesar de
tudo, a crise da COVID-19 demonstrou a coesão das diferentes famílias em prol
do ciclismo. É, assim, preferível organizar um diálogo mais formal entre as partes
interessadas antes da decisão da UCI.
△ Assegurar a representatividade das associações internacionais
△ Gerar confiança através da escuta e do diálogo
△ Promover a concertação entre todos os intervenientes no ciclismo
△ Saber respeitar e fazer aplicar as decisões tomadas
△ Formalizar a nível regulamentar o quadro de diálogo conjunto entre a
Associação Internacional dos Organizadores das Corridas de Ciclismo (AIOCC),
a Associação Internacional dos Grupos Profissionais de Ciclismo (AIGCP) e os
INTEGRIDADE

Ciclistas Profissionais Associados (CPA), antes da decisão da UCI


△ Enquadrar com rigor o papel dos agentes dos corredores para promover a
transparência

AGENDA 2030 | P. 67
DESENVOLVIMENTO

c. Desenvolver o modelo económico do ciclismo profissional de estrada


Embora o ciclismo profissional de estrada possua uma base popular considerável,
o seu modelo económico deve ser desenvolvido no interesse de toda a família
ciclista. Muitos organizadores debatem-se para conseguir equilibrar o orçamento
e as equipas dependem quase exclusivamente do seu patrocinador principal. Além
disso, há poucos patrocinadores de classe mundial e o valor económico do nosso
desporto é bastante reduzido em comparação com os principais desportos a nível
mundial. Será necessário melhorar o modelo económico do ciclismo para fortalecer
a sua estabilidade e atrair novos investidores.
INOVAÇÃO

△ Fazer o ciclismo de estrada entrar na era do profissionalismo, transformando-o


num grande desporto mundial em termos económicos
△ Estudar a possibilidade de agrupar os direitos televisivos, numa base voluntária,
em determinados organizadores que não possuam dimensão suficiente
△ Assegurar a difusão dos dados de telemetria
△ Garantir uma produção televisiva normalizada e de alta qualidade através da
mutualização da produção
△ Considerar a criação de uma nova empresa que integre os direitos
comercializáveis de todas as partes, com base num acordo de valorização
△ Encetar uma discussão sobre a partilha dos lucros
SOLIDARIEDADE

△ Repensar a organização do Calendário Mundial de Estrada da UCI por


sequência e tipo de corrida para otimizar o valor
△ Criar uma plataforma digital única com o apoio de todas as partes interessadas
△ Tornar a organização do nosso desporto mais transparente
△ Estudar a possibilidade de supervisionar o orçamento das equipas
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 68
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
d. Alterar a governação do ciclismo profissional
As estruturas representativas dos organizadores, das equipas e dos corredores são
indispensáveis ao bom funcionamento do ciclismo profissional de estrada, mas
representam apenas parte dos membros da sua família. A UCI tem todo o interesse

SUSTENTABILIDADE
em dialogar com estruturas fortes e representativas. Sem interferir na gestão desses
órgãos, deve ser iniciada uma discussão capaz de promover o desenvolvimento da
sua representatividade e governação.
A UCI criou o Conselho de Ciclismo Profissional (CCP) que, sob a sua autoridade,
administra o WorldTour da UCI. As suas missões pouco mudaram desde a sua criação
e a ligação com o segundo nível profissional deve ser fortalecida. Para o efeito, será
lançada uma reforma do funcionamento do CCP.
△ Rever a estrutura e as missões do CCP, sob o controlo do Comité Diretor da UCI,
a fim de torná-lo mais eficaz
△ Enquadrar funcionalmente o CCP no Regulamento da UCI
△ Garantir a presença das Federações Nacionais no CCP
△ Promover uma melhor representação das estruturas
△ Participar numa discussão entre a AIOCC, a AIGCP, a UNIO e os CPA sobre a
INTEGRIDADE

melhoria da sua governação


△ Prosseguir o trabalho no sentido de melhorar o sistema de gestão dos prémios
de corrida e torná-los acessíveis ao maior número possível de pessoas

AGENDA 2030 | P. 69
DESENVOLVIMENTO

e. Reforçar a atratividade
A popularidade do ciclismo profissional de estrada masculino foi construída sobre
a incerteza do resultado e as conquistas dos campeões. Cumpre constatar que
algumas provas, particularmente as corridas por etapas, podem ser pouco atraentes,
o que pode levar ao desinteresse do público e dos telespetadores. A introdução das
novas tecnologias tornou por vezes as nossas corridas algo estereotipadas. A fim de
recuperar o interesse pelo ciclismo, é necessário abordar esta questão.
△ Integrar a questão da atratividade das corridas no trabalho em curso sobre a
reforma do ciclismo profissional
INOVAÇÃO

△ Promover formatos de corrida atípicos


△ Regulamentar a utilização de novas tecnologias
△ Considerar a proibição da comunicação durante a prova através de
auscultadores entre os corredores e o seu diretor desportivo

f. Implementar um calendário inovador e equilibrado


O calendário ciclista é o resultado da história centenária do nosso desporto. A
internacionalização do ciclismo, o aumento do número de corridas e a promoção
de muitas delas no WorldTour da UCI tornaram este calendário por vezes pouco
transparente e deram origem a inúmeras sobreposições. O calendário feminino,
SOLIDARIEDADE

mais recente, não enferma dos mesmos males, mas o aumento significativo do
número de provas femininas obriga-nos também a repensar este calendário.
Será necessário realizar um trabalho de fundo com as partes interessadas para
reorganizar gradualmente o calendário.
△ Organizar o calendário das corridas de nível superior por sequências
geográficas
△ Equilibrar o calendário para apoiar os esforços de redução das emissões de
carbono relacionadas com os transportes
△ Evitar a sobreposição de provas
△ Organizar o calendário para maximizar o seu valor
SUSTENTABILIDADE

△ Promover as melhores provas numa série mundial de alto nível


△ Promover a concertação entre as partes interessadas
△ Ter em vista uma internacionalização do ciclismo e não uma concentração
suplementar nos países líderes
△ Proceder a uma reformulação completa do calendário para o período de 2026-
2028
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 70
DESENVOLVIMENTO
g. Continuar a estruturação do ciclismo feminino
O ciclismo de estrada feminino tem tido um forte crescimento em todo o mundo nos
últimos anos. Foram criadas corridas, por vezes associadas a provas do WorldTour
da UCI (masculino), e o seu nível tem melhorado continuamente. Como resultado,
a cobertura mediática e o interesse do público têm aumentado. No entanto, devem
continuar a ser realizados grandes esforços para consolidar o ciclismo de estrada
feminino. A UCI prosseguirá as ações iniciadas.
△ Aumentar a atratividade e a cobertura mediática do WorldTour feminino da UCI
△ Incentivar os organizadores do WorldTour da UCI a criar uma prova feminina

INOVAÇÃO
△ Tornar as equipas femininas financeiramente viáveis
△ Alinhar a duração e periodicidade das licenças dos organizadores de provas
femininas e das equipas femininas com as masculinas
△ À semelhança da reforma masculina, coordenar a criação de uma nova empresa
incumbida de gerir os direitos comercializáveis que lhe sejam concedidos pelas
partes interessadas
△ Criar um organismo de supervisão do ciclismo profissional feminino idêntico ao
dos homens
△ Reforçar o programa antidoping do ciclismo feminino
△ Rever a estrutura do Calendário Internacional Feminino da UCI e reforçar no

SOLIDARIEDADE
futuro o segundo nível das equipas femininas
△ Ajudar as Federações Nacionais a implementar um plano de ação para
desenvolver o ciclismo feminino

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 71
SOLIDARIEDADE
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO III – SOLIDARIEDADE
CONSOLIDAR AS NOSSAS AÇÕES EM PROL DAS FEDERAÇÕES NACIONAIS E
REFORÇAR A SOLIDARIEDADE

A UCI está ao serviço das suas Federações Nacionais filiadas e a sua ação deve inscrever-
se nesta perspetiva. Possui os recursos e ferramentas capazes de desenvolver o ciclismo
em todo o mundo. O CMC da UCI, a nossa peça central ao serviço dos atletas, das
pessoas que praticam ciclismo e da solidariedade, deve encontrar uma nova dinâmica. A
UCI também desenvolverá outras ferramentas para este efeito. Será necessário fortalecer

INOVAÇÃO
a solidariedade e a nossa política para o desenvolvimento de equipamentos de ciclismo
em todo o mundo.

1. REAFIRMAR O PAPEL CENTRAL DAS FEDERAÇÕES NACIONAIS

a. Relembrar o papel das Federações Nacionais


As Federações Nacionais são os membros da UCI. Quando a UCI foi fundada em
Paris, a 14 de abril de 1900, existiam cinco Federações Nacionais (Bélgica, França,
Itália, Suíça e Estados Unidos), hoje são 202, oriundas dos cinco continentes. A UCI

SOLIDARIEDADE
tem fortalecido as suas missões, competências e conhecimentos especializados ao
longo dos anos e deve estar ao serviço das suas Federações Nacionais, sem exceção,
qualquer que seja a sua dimensão. O papel central destas Federações deve ser
reafirmado. É importante que exerçam o seu poder e permaneçam no centro das
nossas preocupações.
△ Reforçar o papel das Federações Nacionais no funcionamento da UCI
△ Promover a proximidade com todas as Federações Nacionais
△ Consultar préviamente, quando necessário, as Federações Nacionais,
△ Proceder a um inquérito regular sobre o estado das Federações Nacionais para
melhor responder às suas preocupações
△ Reconhecer a especificidade das “pequenas” Federações e das Federações

SUSTENTABILIDADE
dos “países emergentes do ciclismo” na Comissão de Solidariedade e Países
Emergentes do Ciclismo
△ Implantar o ciclismo em países não filiados na UCI, em especial na Oceânia, de
modo a que cada país tenha uma Federação Nacional filiada na UCI
△ Alcançar uma cobertura total dos 206 Comités Olímpicos Nacionais com uma
Federação de Ciclismo filiada
△ Aumentar o número de membros associados incluindo os territórios órfãos
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 73
DESENVOLVIMENTO

b. Reforçar o apoio às Federações Nacionais


A UCI deve estar atenta às preocupações das suas Federações Nacionais e ao seu
serviço. Por conseguinte, será necessário continuar a desenvolver uma lógica de
recursos ao serviço das Federações Nacionais.
△ Estabelecer uma base documental em diferentes línguas
△ Agrupar determinadas aquisições de equipamentos
△ Agrupar as soluções técnicas e informáticas
△ Continuar a reforçar o Departamento das Relações Internacionais
INOVAÇÃO

△ Apoiar as Federações Nacionais na elaboração da sua estratégia de


desenvolvimento
△ Colocar a tónica nas ferramentas educativas para as Federações Nacionais,
tornando-as mais autónomas a longo prazo
△ Desenvolver uma plataforma intranet de troca de informações ao serviço das
Federações Nacionais, reunindo todos os dados relevantes
△ Apoiar as Federações Nacionais no terreno com ações concretas e um
acompanhamento rigoroso das ações de solidariedade
△ Desenvolver um programa de webinários por língua e por continente para
ajudar as Federações Nacionais: administração da sua Federação, programa
SOLIDARIEDADE

educativo, etc.
△ Desenvolver um software de emissão de licenças para as Federações Nacionais
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 74
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
c. Adaptar ainda mais as nossas ferramentas às necessidades das Federações
Nacionais
As Federações Nacionais precisam de ferramentas para estruturar o seu
funcionamento e desenvolvimento. Apesar de essenciais, muitas Federações
Nacionais não dispõem de meios suficientes para desenvolver estas ferramentas e é
mais eficiente criá-los de forma mutualizada. É o que a União Ciclista Internacional
deve fazer para melhor assistir as Federações Nacionais.
△ Criar um sistema de gestão dos federados e de emissão das licenças para as
Federações Nacionais
△ Reforçar a extranet dedicada às Federações Nacionais, tornando-a mais eficiente
INTEGRIDADE

△ Partilhar normas relativas à deteção de talentos


△ Colocar ferramentas de gestão administrativa, técnica e desportiva à disposição
das Federações Nacionais

AGENDA 2030 | P. 75
DESENVOLVIMENTO

d. Reforçar o acolhimento das Federações Nacionais nos Campeonatos do Mundo


da UCI
As Federações Nacionais estão no centro da UCI e é com enorme satisfação que
testemunhamos toda a atividade ciclista que realizam e toda a energia que empregam
para desenvolver o ciclismo e participar nos Campeonatos do Mundo da UCI, quer com
os seus atletas, quer com os seus dirigentes nas reuniões oficiais. Devem sentir-se bem-
vindas, cumprindo-nos assegurar que tudo é feito para facilitar o seu acolhimento.
△ Apoiar as Federações Nacionais nas suas diligências para obtenção de vistos
△ Dedicar um serviço ao acolhimento das Federações Nacionais nos vários
INOVAÇÃO

Campeonatos do Mundo da UCI


△ Ajudar as Federações Nacionais a participar no Congresso da UCI
△ Facilitar o transporte das Federações Nacionais desde o aeroporto até aos
respetivos alojamentos

e. Estabelecer uma classificação mundial das Federações Nacionais da UCI


O potencial desportivo das Federações está constantemente a crescer. Enquanto
algumas sobressaem em todas as disciplinas, outras são particularmente brilhantes
numa outra. A fim de criar uma harmonização desportiva entre as Federações e
reconhecer o seu valor, a UCI vai criar uma classificação mundial anual das suas
SOLIDARIEDADE

Federações Nacionais.
△ Criar uma classificação mundial anual das Federações Nacionais para cada
disciplina, tendo em conta as disparidades entre as Federações
△ Estabelecer uma classificação anual rotativa das Federações Nacionais
△ Fazer o necessário para estabelecer uma classificação dos países em cada um
dos Campeonatos do Mundo da UCI
△ Criar uma classificação geral para todas as disciplinas, que dará o título
de Campeão Mundial das Federações Nacionais da UCI, bem como uma
classificação por continente
△ Apresentar um troféu às Federações vencedoras por ocasião da Gala anual ou
SUSTENTABILIDADE

do Congresso da UCI
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 76
DESENVOLVIMENTO
f. Incentivar a implementação de uma Agenda pelas Federações Nacionais em
linha com a da UCI e apoiá-las na elaboração da sua estratégia
A Agenda 2030 da UCI destina-se a ser implementada com o apoio das nossas
Federações Nacionais. Deve também inspirá-las na elaboração da sua própria
Agenda que lhes permita alcançar os objetivos fixados em conformidade com a
estratégia da UCI. Ajudaremos as Federações Nacionais a estruturar a sua ação
através da elaboração de uma Agenda própria.
△ Apoiar as Federações Nacionais na elaboração e implementação de uma Agenda
△ Ter em conta esta Agenda das Federações Nacionais nos fundos de

INOVAÇÃO
solidariedade
△ Prestar ajuda em linha com ferramentas adequadas para a elaboração da Agenda
△ Assegurar que as Agendas sejam realistas e estejam em conformidade com os
objetivos da UCI

SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 77
DESENVOLVIMENTO

g. Reconhecer a contribuição dos voluntários


O desporto e o ciclismo, em particular, devem o seu desenvolvimento e atividade às
centenas de milhares de voluntários que, em todo o mundo, trabalham diariamente
para animar os nossos clubes e Federações Nacionais. São a alma da UCI e são eles
que tornam possível uma atividade tão intensa nos quatro cantos do globo. São
pessoas apaixonadas que não fazem contas ao tempo nem se poupam a esforços e
sem as quais o ciclismo não poderia simplesmente funcionar. A UCI sabe o que deve
a todos estes voluntários nos clubes e Federações Nacionais e procurará valorizá-los
e apoiá-los no cumprimento da sua missão.
INOVAÇÃO

△ Salientar a importância dos voluntários no funcionamento dos nossos clubes e


Federações Nacionais
△ Incentivar as Federações Nacionais a que criem planos de formação para
voluntários
△ Ajudar as Federações Nacionais a formar os seus voluntários, desenvolvendo
ferramentas em várias línguas
△ Promover o reconhecimento pela UCI dos voluntários considerados de maior
mérito
△ Valorizar os voluntários, com uma forte presença nas nossas redes sociais
△ Partilhar boas experiências de iniciativas de voluntariado
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 78
DESENVOLVIMENTO
2. CONSOLIDAR AS MISSÕES DAS CONFEDERAÇÕES CONTINENTAIS

a. Continuar o apoio às Confederações Continentais


As Confederações Continentais ajudam a promover o ciclismo a nível continental
e permitem levar a bom termo as missões da UCI no seu território. A fim de
desenvolver as suas missões e atividades, a UCI deseja estreitar os seus laços com
as suas Confederações Continentais e o apoio à sua influência.
△ Fortalecer o apoio às Confederações Continentais no âmbito de uma estratégia
plurianual

INOVAÇÃO
△ Aumentar a dotação financeira das Confederações Continentais
△ Ajudar as Confederações Continentais a melhorar ainda mais a sua governação
△ Incentivar a nomeação de um(a) diretor(a) responsável pelo bom
funcionamento e pelos aspetos operacionais de cada Confederação Continental
△ Reconhecer a contribuição das Confederações Continentais para o
desenvolvimento do ciclismo
△ Continuar a envolver as Confederações Continentais na gestão dos fundos de
solidariedade

b. Promover a estruturação das Confederações Continentais

SOLIDARIEDADE
As Confederações Continentais têm inúmeras missões, mas nem sempre estão
estruturadas para as cumprir. Os Campeonatos Continentais são cada vez mais
importantes e requerem acompanhamento e coordenação. O mesmo se aplica às
tarefas administrativas. Devemos, por conseguinte, apoiá-las.
△ Apoiar as Confederações Continentais na elaboração de uma agenda plurianual
△ Trabalhar com as Confederações Continentais para que possam beneficiar
de colaboradores de qualidade que lhes permitam gerir os seus desafios
quotidianos
△ Dotar as Confederações Continentais da especialização necessária para levar a
cabo a sua missão

SUSTENTABILIDADE
△ Garantir que as Confederações Continentais disponham de um gabinete
próprio

c. Propor uma estratégia plurianual de apoio financeiro às Confederações


Continentais
O apoio financeiro da UCI constitui a principal fonte de financiamento das
Confederações Continentais. A fim de promover a sua ação a longo prazo, este apoio
deve fazer parte de uma estratégia plurianual, associada à estratégia financeira da
UCI.
△ Definir o montante do apoio financeiro da UCI por períodos de três anos
△ Obter das Confederações Continentais o compromisso de elaborar um plano
financeiro plurianual
INTEGRIDADE

△ Ajudar as Confederações Continentais a captar os seus próprios recursos

AGENDA 2030 | P. 79
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

d. Aumentar a atratividade dos Campeonatos Continentais


Os Campeonatos Continentais das várias disciplinas são os principais eventos
das Confederações Continentais. No entanto, a sua cobertura mediática é baixa,
os locais não são devidamente divulgados de antemão e o interesse desportivo
pode ser relativo, dependendo do continente. Estamos convencidos de que se
podem tornar eventos importantes com implicações na qualificação para os Jogos
Olímpicos e para os Campeonatos do Mundo da UCI, favoráveis a uma presença
SUSTENTABILIDADE

forte dos atletas. Devem também servir para identificar atletas e promover o
ciclismo nas Confederações. Pretendemos ajudar as Confederações a tornar os seus
Campeonatos Continentais mais atrativos.
△ Promover a atribuição de Campeonatos Continentais com uma visão plurianual
e com uma duração mínima de dois anos
△ Profissionalizar a atribuição dos Campeonatos Continentais
△ Assegurar a cobertura mediática dos Campeonatos Continentais
△ Reforçar a identidade visual das camisolas dos Campeões Continentais
△ Identificar datas ou períodos fixos para realizar os Campeonatos Continentais
nas diferentes disciplinas
△ Sublinhar a importância dos Campeonatos Continentais para as classificações e
os sistemas de qualificação da UCI
△ Considerar os Campeonatos Continentais como um catalisador para o CMC
INTEGRIDADE

da UCI ou os seus centros satélites, a fim de organizar formações e seminários


dedicados às Federações Nacionais sobre questões administrativas, de
organização de eventos e de desenvolvimento dos atletas

AGENDA 2030 | P. 80
DESENVOLVIMENTO
3. CONSOLIDAR O CENTRO MUNDIAL DE CICLISMO (CMC) DA UCI COMO
INTERVENIENTE DE PRIMEIRA LINHA DO DESENVOLVIMENTO E DA EXCELÊNCIA
DESPORTIVA

a. Reforçar os meios e expandir as missões do CMC da UCI


O CMC da UCI foi construído com base numa ideia inovadora e vanguardista. Tem
contribuído significativamente para desenvolver a universalidade das disciplinas
ciclistas, permitindo a atletas de todo o mundo chegarem ao mais alto nível,
incluindo os Jogos Olímpicos. A UCI deve consolidar ainda mais o CMC, dando-lhe
os meios necessários ao cumprimento das suas missões depois de redefinir os seus

INOVAÇÃO
objetivos estratégicos num período mais longo.
△ Elaborar um roteiro para o CMC da UCI, implementando a Agenda 2030
△ Organizar o CMC da UCI em três eixos: alto nível, solidariedade e formação
para as profissões do ciclismo
△ Criar um centro de alto rendimento para a prática do ciclismo em colaboração
com especialistas do universo da formação (escolas superiores, universidades,
parceiros privados, etc.)
△ Contribuir para preparar a reconversão dos corredores
△ Renovar, em conjunto com o município de Aigle, o centro onde os atletas ficam

SOLIDARIEDADE
alojados em Aigle (“Mon Séjour”)
△ Estabelecer uma programação orçamental por ciclos olímpicos
△ Reforçar a coordenação com o CMC da UCI para a gestão dos fundos de
solidariedade com o objetivo de assegurar a sua eficiência
△ Iniciar relações com patrocinadores e partes interessadas no ciclismo para o
financiamento do CMC da UCI
△ Encorajar os atuais parceiros da UCI a participar no Programa de Solidariedade
da UCI e a usufruir das instalações do CMC da UCI
△ Incentivar o desenvolvimento do ciclismo feminino
△ Integrar o paraciclismo no CMC da UCI
△ Qualificar os nossos centros satélites de modo a respeitar uma estrutura em

SUSTENTABILIDADE
pirâmide clara e precisa para o acesso dos atletas ao mais alto nível
△ Prosseguir os nossos esforços de apoio à diversidade junto do CMC da UCI

INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 81
DESENVOLVIMENTO

b. Implantar novos centros satélites do CMC da UCI


A abertura do CMC da UCI em Aigle foi acompanhada pela criação de centros satélites
continentais. Estes centros satélites estão mais ou menos ativos e não contribuem
necessariamente para a estratégia global do CMC da UCI. No âmbito de uma visão
estratégica e tendo em conta o forte crescimento do ciclismo em determinados
territórios, será necessário abrir novos centros satélites. Esta abordagem deve ser
contratualizada com os países anfitriões, devendo ser celebrado com cada centro
um contrato de objetivos por ciclo olímpico.
△ Definir uma nova estruturação dos centros satélites aprovada pelo Comité
INOVAÇÃO

Diretor da UCI e pelo Conselho da Fundação do CMC da UCI


△ Reorganizar a implantação territorial e hierárquica dos centros satélites
continentais
△ Elaborar um caderno de encargos (incluindo normas operacionais sustentáveis)
para a abertura dos novos centros satélites continentais
△ Abrir três novos centros satélites em África, incluindo um no Egito (pista e BMX
Racing), outro na África Ocidental e um último na África Centro-Oriental
△ Abrir igualmente um centro satélite na China
△ Redefinir a política dos centros satélites do CMC da UCI na Ásia
△ Implementar um satélite partilhado pelos países das Caraíbas
SOLIDARIEDADE

△ Abrir um centro satélite na América do Sul


△ Implantar pelo menos um centro satélite continental do CMC da UCI na
Oceânia, em colaboração com a Confederação de Ciclismo da Oceânia (OCC)
△ Trabalhar com a União Europeia de Ciclismo (UEC) para definir uma política de
formação de atletas e de criação ou animação de centros satélites continentais
△ Transformar o CMC no veículo das formações da UCI (comissários, treinadores,
mecânicos, agentes de corredores, diretores desportivos, responsáveis de
segurança, etc.)
△ Assegurar a formação das profissões do ciclismo em corridas como a Volta do
Futuro e a Volta à Romandia em colaboração com o CMC da UCI
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

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DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
c. Desenvolver a competência do CMC da UCI para alcançar resultados ao mais
alto nível
Inicialmente voltado para o mais alto nível, a fim de permitir aumentar o número
de países suscetíveis de ganhar medalhas nos Campeonatos do Mundo da UCI e
nos Jogos Olímpicos, o CMC da UCI deve manter este objetivo. Confrontado com o
aumento dos recursos ao dispor de algumas Federações Nacionais, particularmente
no ciclismo de pista, é necessário que o CMC da UCI continue a ser uma referência
em termos de conhecimento e tecnologia ao mais alto nível de modo a que os seus
atletas possam competir com os melhores países.
△ Organizar o CMC da UCI e os seus centros satélites numa lógica de acesso ao

SUSTENTABILIDADE
mais alto nível
△ Dotar o CMC da UCI dos melhores meios técnicos e científicos
△ Desenvolver uma política científica de acompanhamento dos atletas do CMC da
UCI na sua preparação (monitorização fisiológica, apoio nutricional, vigilância
biológica, etc.)
△ Criar uma zona de trial no CMC da UCI
△ Acolher uma equipa de 30 atletas africanos sob a égide do CMC da UCI para
preparar os Campeonatos do Mundo de Estrada da UCI em 2025 em Kigali (Ruanda),
bem como os Jogos Olímpicos de Paris em 2024 e de Los Angeles em 2028
△ Desenvolver parcerias técnicas e tecnológicas
△ Envolver mais os parceiros da UCI na execução destes programas de
investigação e desenvolvimento e utilizar esta abordagem como um
instrumento de comunicação e uma oportunidade de criação de conteúdos
INTEGRIDADE

△ Integrar o paraciclismo no CMC da UCI


△ Implementar um programa de deteção de talentos para melhor apoiar os
atletas com potencial elevado

AGENDA 2030 | P. 83
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

d. Desenvolver uma política de apoio à construção e exploração de equipamentos


desportivos em todo o mundo
Muitas disciplinas e especialidades ciclistas são praticadas em equipamentos
SUSTENTABILIDADE

específicos (BMX Racing, ciclismo de pista, BMX Freestyle, ciclismo de montanha,


pumptrack, trial, etc.). A falta destes equipamentos em alguns países constitui um
obstáculo ao desenvolvimento das Federações Nacionais. Além disso, a falta de
especialistas, de documentação e de um inventário completo deve levar a UCI a
prestar um apoio ainda maior às iniciativas das Federações Nacionais.
△ Proceder a um inventário dos equipamentos desportivos existentes em todo o
mundo
△ Apoiar os projetos das Federações Nacionais em busca de maior conhecimento
△ Identificar especialistas capazes de acompanhar os projetos nacionais
△ Elaborar normas de conceção ecológica e produzir documentação em
diferentes línguas para explicar as especificações dos vários equipamentos de
ciclismo, a fim de promover a construção e o funcionamento sustentáveis
△ Criar um ponto de contacto para equipamentos desportivos na UCI
INTEGRIDADE

△ Promover a transmissão de conhecimentos por parte do CMC da UCI no


desenvolvimento e reforço das atividades dos equipamentos desportivos
presentes e futuros

AGENDA 2030 | P. 84
DESENVOLVIMENTO
4. REFORÇAR AINDA MAIS OS NOSSOS PROGRAMAS DE SOLIDARIEDADE E
COOPERAÇÃO

a. Aumentar os fundos de solidariedade no âmbito de uma estratégia plurianual


Os meios à disposição das Federações Nacionais variam consideravelmente de
umas para outras. A solidariedade é necessária para desenvolver o ciclismo e
aumentar a diversidade do nosso desporto em todos os países do mundo. Para
o efeito, continuará a ser implementada uma verdadeira política de solidariedade
para benefício das Federações com menos recursos, a fim de assegurar uma maior
participação em competições a nível mundial e financiar o desenvolvimento dos

INOVAÇÃO
atletas.
△ Trabalhar em parceria com a Solidariedade Olímpica e reforçar a nossa
colaboração com esta última
△ Reforçar a rubrica orçamental afetada à solidariedade
△ Transformar o CMC da UCI na ferramenta operacional de realização de ações
de solidariedade
△ Tornar mais transparente o processo de candidatura a fundos de solidariedade
através da UCI
△ Identificar patrocinadores para reforçar este fundo em comparticipação com a UCI

SOLIDARIEDADE
△ Encontrar patrocinadores dos atletas que os acompanhem ao longo da sua carreira
△ Aumentar este fundo de solidariedade através da aprovação de uma estratégia
financeira plurianual
△ Definir critérios claros de elegibilidade e atribuição de acordo com os princípios
da boa governação e uma estratégia de desenvolvimento sustentável.
△ Estabelecer um documento-quadro que permita às Federações Nacionais
conhecer as ações elegíveis para fundos de solidariedade
△ Produzir um relatório anual sobre a utilização destes fundos de solidariedade,
que será apresentado ao Congresso da UCI

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 85
DESENVOLVIMENTO

b. Colocar o CMC da UCI ainda mais no centro das questões de solidariedade


Muitas Federações Nacionais candidatam-se a fundos de solidariedade, mas por
vezes sem verificar a elegibilidade da ação ou sem uma verdadeira agenda. Apesar
de constatarmos uma grande boa vontade, a falta de método torna impossível
a sua eficácia. O CMC da UCI será mobilizado para coordenar todas as ações de
solidariedade.
△ Reforçar o departamento responsável pela execução da solidariedade no CMC
da UCI
△ Aumentar todos os anos o número de bicicletas em circulação em todo o mundo
INOVAÇÃO

△ Integrar ações locais mais próximas dos beneficiários e menos onerosas


SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 86
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
c. Promover a cooperação
Algumas Federações Nacionais possuem competências reconhecidas e programas
de cooperação. Além disso, alguns países criaram ministérios dedicados à
cooperação e também podem partilhar conhecimento, uma operação facilitada,

SUSTENTABILIDADE
consoante os casos, pelo facto de falarem a mesma língua. É necessário promover o
estabelecimento de programas de cooperação entre estados ou regiões.
△ Incentivar as Federações Nacionais ou as suas organizações regionais a
adotarem programas de cooperação (treinadores, comissários, alto nível,
material, etc.).
△ Identificar e orientar os programas de cooperação entre países
△ Fortalecer as relações com organizações identificadas (Federação dos Jogos
da Commonwealth, União Francófona de Ciclismo, organizações regionais ou
multidesportivas, etc.) para promover esta cooperação
△ Referenciar estas ações de cooperação no CMC da UCI
△ Incentivar as Confederações Continentais a criar e/ou a reforçar as suas relações
com as associações dos Comités Olímpicos Nacionais
△ Identificar as melhores práticas ou iniciativas das Federações Nacionais para
INTEGRIDADE

uma partilha mais objetiva


△ Qualificar determinadas Federações Nacionais com base nas suas ações de
formação

AGENDA 2030 | P. 87
SUSTENTABILIDADE
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO IV – SUSTENTABILIDADE
PROMOVER UM CICLISMO SUSTENTÁVEL

Os desafios de sustentabilidade assumiram um grande protagonismo em toda a


sociedade e temos de estar conscientes dos equilíbrios a preservar e do nosso papel
nesta preservação. Os danos ambientais são numerosos, com uma alarmante perda de
biodiversidade. As suas marcas são visíveis em inúmeros domínios. O clima está a mudar
e o aumento sem precedentes das temperaturas e as suas consequências suscitam
preocupação. Em todo o mundo, os cidadãos e os governos estão a mobilizar-se para

INOVAÇÃO
combater as alterações climáticas e adaptar-se às suas consequências.
O ciclismo não deve ser um fator de agravamento destas perturbações e a nossa
Federação Internacional deve assegurar que estas questões sejam integradas em todas
as suas políticas. Além disso, o ciclismo é um excelente meio para responder eficazmente
a alguns destes desafios. Por conseguinte, a sustentabilidade está no centro da Agenda
2030 e das políticas da UCI.

1. ENFRENTAR O DESAFIO CLIMÁTICO

a. Gerar um impacto positivo no clima

SOLIDARIEDADE
Os desafios climáticos estão no centro das preocupações dos cidadãos de todo o
mundo e, em particular, da geração jovem. A ação dos dirigentes, qualquer que seja
a sua natureza, é agora julgada pela sua capacidade de enfrentar o desafio climático.
O acordo-quadro assinado entre o COI e a ONU em 2018 intitulado “Desporto para
a Ação Climática” (do qual a UCI é signatária desde 2020) estabelece o quadro de
intervenção do Movimento Olímpico. Em 2021, a nossa Federação Internacional
aprovou igualmente objetivos que nos comprometemos a cumprir até 2030. O
nosso objetivo é claro: alcançar a neutralidade carbónica.
△ Alcançar a neutralidade carbónica da UCI até 2030
△ Assegurar que os Campeonatos do Mundo da UCI apresentem um balanço de

SUSTENTABILIDADE
carbono neutro ou negativo do ponto de vista climático
△ Reduzir as nossas emissões em 50% em 2030 em relação ao ano de referência (2019)
△ Intervir ao nível da nossa sede no CMC da UCI, da nossa frota de veículos, das
nossas deslocações, da eficiência energética, da gestão de resíduos, etc.
△ Promover as energias renováveis nas instalações do CMC da UCI
△ Divulgar as nossas emissões e o nosso desempenho em relação aos nossos
objetivos de sustentabilidade
△ Compensar as emissões que não podem ser evitadas ou reduzidas com
projetos que melhorem a natureza e a qualidade de vida e reforcem os ODS
das Nações Unidas
△ Aconselhar as nossas partes interessadas (equipas, organizadores e Federações
Nacionais) a que se alinhem com a estratégia da UCI e integrem as obrigações
decorrentes nos respetivos cadernos de encargos, bem como a que publiquem
INTEGRIDADE

a sua pegada de carbono


△ Disponibilizar às nossas partes interessadas uma ferramenta de cálculo digital
da pegada de carbono

AGENDA 2030 | P. 89
DESENVOLVIMENTO

b. Elaborar uma estratégia de adaptação às alterações climáticas


Apesar de a UCI prever atingir a neutralidade carbónica até 2030, o planeta registará
um aumento dos níveis de temperatura de 1,5 °C na melhor das hipóteses, podendo,
no entanto, atingir +3 °C, dependendo dos cenários estabelecidos para o horizonte
temporal de 2100. Nestas condições, determinados fenómenos meteorológicos irão
afetar profundamente a realização de alguns eventos de ciclismo. Será, portanto,
necessário elaborar uma estratégia de adaptação às alterações climáticas.
△ Implementar um processo de acompanhamento e controlo do impacto dos
fenómenos climáticos extremos nas provas de ciclismo
INOVAÇÃO

△ Adaptar o calendário de modo a evitar os dias de canícula durante as provas de


ciclismo
△ Em conjunto com as autoridades públicas suíças, incluir na matriz de riscos o
perigo de cheias do Ródano no local do CMC da UCI
△ Rever o Protocolo em caso de condições meteorológicas extremas para uma
melhor integração das alterações climáticas na prevenção dos riscos em
competição
△ Adaptar a nossa sede a fenómenos climáticos extremos
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 90
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
c. Reunir todos os intervenientes no ciclismo em torno de uma ação reforçada
O problema das alterações climáticas diz respeito a todos e não podemos superá-
lo isoladamente. Embora o papel da UCI seja apontar o caminho, tomar medidas e
estabelecer obrigações, devemos acelerar a tomada de consciência da necessidade

SUSTENTABILIDADE
urgente da ação climática.
△ Educar para a ação climática no âmbito do desporto, propondo programas de
formação, partilhando as melhores práticas e tornando-nos no centro mundial
de soluções de sustentabilidade para o ciclismo
△ Promover as deslocações ativas e o papel do ciclismo no combate às alterações
climáticas, a melhoria do bem-estar e a construção de um futuro mais
sustentável para todos
△ Apoiar as Federações Nacionais e Confederações Continentais na transposição
da Estratégia e Orientações de Sustentabilidade da UCI para o seu nível e de
acordo com os seus desafios particulares
△ Tornar os nossos atletas embaixadores de uma ação global no mundo do
ciclismo
△ Impor determinadas obrigações regulamentares aos nossos organizadores e
INTEGRIDADE

equipas para tornar a nossa ação mais eficaz


△ Identificar mecanismos adequados para a compensação global do mundo do
ciclismo no caso das emissões inevitáveis

AGENDA 2030 | P. 91
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

2. RESPEITAR A NATUREZA E O AMBIENTE

a. Evitar a construção de infraestruturas em áreas naturais sensíveis e assegurar a


atenuação do impacto das provas de ciclismo na biodiversidade
Os Campeonatos do Mundo da UCI e as provas do nosso calendário podem por
vezes, consoante as disciplinas e os locais, realizar-se em espaços naturais vulneráveis
e sensíveis. O nosso objetivo deve ser, em primeiro lugar, evitar quaisquer danos
e, em segundo lugar, repor o estado natural do espaço após a nossa passagem,
SUSTENTABILIDADE

evitando a construção de infraestruturas permanentes que possam afetar a área.


△ Promover a implementação prática das linhas de orientação da União
Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e da UCI em matéria de
sustentabilidade da biodiversidade
△ Evitar a construção de infraestruturas permanentes em áreas naturais sensíveis
para assegurar a sua reversibilidade
△ Lançar projetos para melhorar e preservar a biodiversidade nos locais onde têm
lugar os eventos
△ Sensibilizar para o valor da biodiversidade para as pessoas, para as ligações
com o ciclismo e para a importância da conservação através da informação e
dos meios de comunicação social.
△ Colaborar com as autoridades públicas para adaptar os nossos cadernos de
encargos conforme necessário
INTEGRIDADE

△ Privilegiar os obstáculos ou instalações desmontáveis


△ Concertar-se com os gestores destes espaços
△ Assegurar a conformidade com a norma ISO 20121

AGENDA 2030 | P. 92
DESENVOLVIMENTO
b. Reforçar a ligação entre o ciclismo e a natureza
Os cidadãos em todo o mundo anseiam pela natureza. Trata-se de uma fonte de
equilíbrio, de bem-estar e de paz. A bicicleta é o meio perfeito para descobrir e
passear na natureza, podendo ser implementadas diversas políticas públicas que
tornem a natureza, as florestas e outros espaços naturais acessíveis à bicicleta.
△ Promover o ciclismo como meio de descoberta dos espaços naturais
△ Desenvolver, à semelhança de algumas Federações Nacionais e em conjunto com
todas elas, locais para ciclismo de montanha com trilhos certificados pela UCI
△ Trabalhar com as autoridades públicas para tornar a natureza acessível à

INOVAÇÃO
bicicleta, no respeito da biodiversidade e dos ecossistemas
△ Procurar, em conjunto com as Federações Nacionais, que os regulamentos
nacionais ou locais não proíbam o ciclismo enquanto atividade de descoberta
da natureza
△ Assegurar que não sejam abandonados objetos de plástico na natureza e
implementar uma política rigorosa nos nossos eventos
△ Continuar a trabalhar com o COI e o Programa das Nações Unidas para o
Ambiente (PNUA) na promoção do guia prático em 10 passos destinado a
quem deseje contribuir para a preservação das montanhas para benefício das
gerações futuras

SOLIDARIEDADE
3. CONCILIAR AS QUESTÕES SOCIAIS E ECONÓMICAS

a. Respeitar os direitos sociais


A UCI é uma organização responsável que pretende respeitar os direitos sociais
dos intervenientes no ciclismo (incluindo os atletas) e dos seus fornecedores,
numa abordagem de desenvolvimento humano e sustentável. Muitas organizações
desportivas assumiram o compromisso de respeitar os direitos sociais através de
cartas. A UCI deve reforçar o seu interesse por estas questões. Seguindo os princípios
do aprovisionamento sustentável, utilizaremos a nossa influência para promover o

SUSTENTABILIDADE
respeito pelos direitos humanos, o direito ao trabalho, bem como as medidas de
proteção do ambiente e de luta contra a corrupção em toda a nossa cadeia de valor.
Queremos viabilizar o fornecimento de bens e serviços segundo princípios de ética
e no respeito do clima que contribuam para o desenvolvimento sustentável nas
regiões em que operamos.
△ Elaborar uma Carta dos Direitos Sociais da UCI
△ Desenvolver um Código de Aprovisionamento Sustentável da UCI
△ Assegurar o respeito pelos princípios do aprovisionamento sustentável nas
aquisições da UCI e do CMC da UCI
△ Privilegiar os serviços prestados por trabalhadores com deficiência
△ ntegrar critérios de responsabilidade social no contexto da atribuição de
eventos da UCI
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 93
DESENVOLVIMENTO

b. Promover uma economia do ciclismo próspera e respeitadora das questões do


desenvolvimento sustentável
Desde o início da crise da COVID-19, as vendas de bicicletas aumentaram
exponencialmente em todo o mundo. Esta crise acelerou um fenómeno que já se
fazia sentir, mas que agora ganhou maior relevo e se afigura duradouro. A indústria
está com dificuldades em produzir de forma que a oferta satisfaça a procura. Por outro
lado, as bicicletas novas estão a contribuir significativamente para o crescimento
da indústria do ciclismo: bicicletas de terra batida, bicicletas elétricas, bicicletas de
corrida com travões de disco, etc. A UCI tem um papel importante a desempenhar,
porquanto estabelece um grande número de regras aplicáveis às bicicletas que
INOVAÇÃO

têm, inclusive, consequências para as bicicletas destinadas a uso corrente.


△ Permitir a inovação de forma controlada nos nossos regulamentos sobre
bicicletas destinadas ao grande público
△ Promover os esforços da indústria do ciclismo para eliminar os resíduos e
reduzir a poluição, bem como para manter os produtos e os materiais em uso
△ Participar em redes circulares de inovação e em colaborações intersetoriais para
desenvolver novos processos
△ Apoiar o desenvolvimento de uma norma de avaliação do ciclo de vida para os
equipamentos de ciclismo utilizados em competição
SOLIDARIEDADE

△ Organizar Campeonatos do Mundo da UCI em todas as disciplinas e em todos


os tipos de bicicletas para apoiar a economia
△ Trabalhar com a indústria do ciclismo para maximizar os benefícios económicos
e dissociar o crescimento económico da degradação ambiental

c. Reforçar os laços com a economia do ciclismo e a indústria


A indústria do ciclismo prospera e é robusta, com marcas de renome mundial
que são embaixadores do nosso desporto. Estas marcas investem na competição,
funcionando como uma montra do seu conhecimento. A UCI deve manter relações
privilegiadas com a indústria do ciclismo.
SUSTENTABILIDADE

△ Organizar reuniões regulares com a indústria do ciclismo, incluindo sobre


iniciativas colaborativas em matéria de sustentabilidade
△ Dialogar com a indústria do ciclismo sobre regulamentos técnicos
△ Avaliar com os responsáveis a possibilidade de contribuírem para o Programa
de Solidariedade da UCI
△ Incentivar a admissão de intervenientes representativos desta indústria como
parceiros da UCI
△ Desenvolver iniciativas conjuntas com a indústria no âmbito do programa de
embaixadores da UCI
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 94
DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
4. AUMENTAR A CONTRIBUIÇÃO DO CICLISMO PARA UMA POPULAÇÃO SAUDÁVEL

a. Aderir aos objetivos definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS)


A OMS emite regularmente alertas para os riscos inerentes à inatividade física e ao
sedentarismo para a saúde das populações. A recente crise da COVID-19 mostrou-
nos que as pessoas saudáveis, especialmente as que não sofrem de excesso de
peso, tinham melhor proteção contra a infeção pelo vírus e contra formas graves
da doença e mais probabilidades de recuperar rapidamente, sem sequelas e sem
complicações pós-infeção. A OMS estima em 3,2 milhões o número de mortes que
poderiam ter sido evitadas por ano se a população fosse mais ativa. Para tal, as

SUSTENTABILIDADE
populações são encorajadas a praticar atividade física. O ciclismo é um excelente
meio para o efeito, constituindo uma oportunidade que a nossa Federação
Internacional deve aproveitar para reforçar o trabalho já iniciado com a OMS no
âmbito do seu grupo de especialistas em deslocações ativas (ciclismo e marcha).
△ Aderir ao plano global da OMS para promover a atividade física
△ Promover a prática do ciclismo para uma boa saúde
△ Incentivar a prática do ciclismo pelos colaboradores da UCI e do CMC da UCI
através de infraestruturas específicas e saídas organizadas
△ Convidar as Federações Nacionais a trabalhar com as autoridades públicas do
seu país para desenvolver um plano de ciclismo para a saúde
△ Criar parcerias oficiais multidesportivas com outras Federações desportivas
olímpicas para demonstrar o impacto positivo e tangível que uma família
desportiva unificada pode ter na promoção da atividade física e das
INTEGRIDADE

deslocações ativas
△ Divulgar os conhecimentos científicos mais recentes para identificar os
benefícios esperados da prática do ciclismo para a saúde

AGENDA 2030 | P. 95
DESENVOLVIMENTO

b. Estabelecer a ligação entre a saúde e os eventos oficiais da UCI


Constatamos que o acolhimento de um evento da UCI é muitas vezes uma
oportunidade para a cidade anfitriã promover a prática do ciclismo e até para
encorajar a utilização da bicicleta a fim de combater estilos de vida sedentários e
melhorar a saúde dos seus cidadãos. Devemos integrar estes objetivos na estratégia
de promoção dos nossos eventos.
△ Pedir às cidades anfitriãs dos Campeonatos do Mundo da UCI que promovam a
utilização da bicicleta, dedicando a cidade à bicicleta ou promovendo o acesso
aos locais de competições de ciclismo
INOVAÇÃO

△ Incentivar as cidades ou regiões que queiram promover a saúde pública a


acolher eventos da UCI para transmitir esta mensagem, à semelhança dos
Campeonatos do Mundo de Ciclismo da UCI de 2023 em Glasgow, na Escócia
(Reino Unido)

5. ASSEGURAR QUE OS NOSSOS EVENTOS DEIXEM UM LEGADO AOS SEUS


ANFITRIÕES

a. Assegurar que os Campeonatos do Mundo da UCI deixem um legado


SOLIDARIEDADE

Os Campeonatos do Mundo da UCI constituem um evento importante e


historicamente marcante para as cidades que os acolhem. Se em alguns casos
são eventos repetidos, noutros casos são eventos isolados. No entanto, estes
Campeonatos do Mundo da UCI farão parte da história do nosso desporto e da
cidade. Se queremos que a população local tenha uma boa imagem dos nossos
eventos, é necessário que estes deixem um legado positivo. A marca UCI Bike
City representa uma alavanca importante para assegurar um forte legado entre a
população local, mas a UCI pode reforçar ainda mais este elemento, criando novas
obrigações durante a fase de candidatura.
△ Incluir um programa de legado e sustentabilidade dos Campeonatos do
Mundo da UCI desde a fase inicial de candidatura
SUSTENTABILIDADE

△ Incentivar a conservação de infraestruturas que sirvam a população local de


forma sustentável
△ Avaliar o legado dos nossos eventos vários anos mais tarde e divulgá-lo

b. Promover a utilização das instalações olímpicas e dos Campeonatos do Mundo


da UCI
São construídas instalações específicas para os Jogos Olímpicos ou para os
Campeonatos do Mundo da UCI. Enquanto algumas são temporárias, outras serão
permanentes. Para que o nosso desporto seja credível, é necessário que estas
instalações sejam utilizadas para o desenvolvimento do ciclismo após o evento.
△ Conceber, desde a construção das infraestruturas de ciclismo, um programa de
exploração que assegure um legado em benefício das comunidades locais de ciclistas
INTEGRIDADE

△ Envolver as Federações Nacionais na utilização futura destas instalações


△ Dialogar com as cidades anfitriãs para calibrar os equipamentos numa lógica de
utilização futura

AGENDA 2030 | P. 96
DESENVOLVIMENTO
c. Controlar os custos e aumentar os benefícios económicos
Os Campeonatos do Mundo da UCI representam geralmente um custo significativo
para os organizadores, apoiados por fundos públicos e parceiros privados. Tal como
o COI, que quis introduzir uma “nova norma” para conter os custos das candidaturas
olímpicas, a UCI deve assegurar o controlo dos custos dos seus eventos e otimizar os
respetivos benefícios económicos para os organizadores.
△ Assegurar a elaboração de cadernos de encargos organizacionais que limitem
os custos, garantindo ao mesmo tempo a qualidade do evento
△ Atribuir, se necessário e antecipadamente, os eventos a um continente,

INOVAÇÃO
tal como fizemos em África em 2025, a fim de evitar custos de candidatura
excessivos
△ Criar um processo mais transparente de atribuição dos Campeonatos do
Mundo da UCI que respeite as regras da boa governação
△ Desenvolver eventos em conjunto com os intervenientes locais, adaptados às
circunstâncias locais
△ Publicar regularmente estudos sobre os benefícios económicos e o impacto
social (saúde, atividade física, mobilidade) dos Campeonatos do Mundo da UCI
△ Promover a participação dos ciclistas amadores nos Campeonatos do Mundo
da UCI para otimizar os benefícios

SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 97
INTEGRIDADE
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO V – INTEGRIDADE
PROTEGER OS ATLETAS E ASSEGURAR A IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

O ciclismo é um desporto magnífico e as conquistas dos corredores garantem a sua


atratividade junto do grande público. Para que o público continue a seguir o nosso
desporto com paixão, temos de garantir a credibilidade dos resultados desportivos, facto
que por vezes tem sido afetado pelos muitos casos de doping ou por suspeitas de fraude
tecnológica. A UCI deve assumir esta missão essencial para o futuro do ciclismo. Além
disso, as evoluções tecnológicas podem criar disparidades significativas entre os atletas.

INOVAÇÃO
Por conseguinte, temos de assegurar a equidade das competições.
Além disso, os numerosos acidentes põem os atletas em risco e refletem-se negativamente
no nosso desporto. O trabalho empreendido com os corredores e os organizadores deve
prosseguir para melhorar a segurança em competição.

1. PROSSEGUIR UMA LUTA EFICAZ CONTRA O DOPING E A FRAUDE TECNOLÓGICA

a. Continuar a inovar na luta contra o doping e reforçar a nossa colaboração com


a Agência de Controlo Internacional (ITA)

SOLIDARIEDADE
O ciclismo sofreu durante muito tempo de uma imagem muito negativa devido à
proliferação dos casos de doping. Foi possível uma verdadeira tomada de consciência
no nosso desporto, tendo a UCI desenvolvido esforços muito significativos. A nossa
Federação tem sido pioneira a nível mundial neste domínio. Foi, nomeadamente, a
primeira a introduzir controlos antidoping, a implementar os métodos mais recentes
para detetar a presença de EPO, a criar o passaporte biológico e a delegar o seu
programa antidoping numa fundação independente (a CADF e, posteriormente, a
ITA). Proibiu também o uso de tramadol para proteger a saúde dos atletas.
No entanto, a luta contra o doping continua a ser uma batalha contínua. Por
conseguinte, deve continuar a ser reforçada em conjunto com os seus principais
intervenientes: a Agência Mundial Antidoping (WADA), as Organizações Nacionais

SUSTENTABILIDADE
Antidoping (ONAD), a Agência de Controlo Internacional (ITA), o COI e as autoridades
governamentais.
O COI anunciou na reunião do seu Comité Executivo, em 1 de junho de 2016, que
irá continuar a fazer campanha para que todos os controlos sejam realizados
independentemente das organizações desportivas e para harmonizar os programas
nacionais e internacionais antidoping sob a tutela de uma nova entidade. A UCI
adiantou-se a esta recomendação com bastante antecedência com a criação da
CADF em 2008. Desde então, reforçou ainda mais esta independência com a
transferência das suas atividades antidoping para a ITA em 1 de janeiro de 2021. No
entanto, devemos procurar sempre a inovação para sermos cada vez mais eficazes.
△ Reforçar os poderes regulamentares de investigação em matéria de combate ao
doping
△ Atribuir fundos e recursos adicionais para fins de investigação e informação
INTEGRIDADE

△ Colaborar com as forças policiais e os serviços de informação dos países


△ Aumentar as contribuições das partes interessadas

AGENDA 2030 | P. 99
DESENVOLVIMENTO

△ Conduzir uma reflexão sobre os princípios de financiamento do programa


antidoping para as equipas profissionais de estrada
△ Aumentar o orçamento atribuído a outras disciplinas além do ciclismo
profissional de estrada
△ Elaborar uma Carta para um ciclismo limpo e propô-la aos intervenientes no
ciclismo
△ Manter e desenvolver a colaboração com agências antidoping para reforçar a
eficácia
△ Assegurar a contenção dos custos logísticos da luta contra o doping para
INOVAÇÃO

manter um elevado nível de controlo


△ Reforçar e alargar a colaboração com os serviços públicos e promover o
intercâmbio de informações
△ Continuar a ser uma fonte de propostas junto da AMA desde que as
circunstâncias o exijam
△ Reforçar os procedimentos de proteção de dados em vigor
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 100


DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
b. Desenvolver um plano de prevenção e educação antidoping
Enquanto algumas Federações Nacionais sempre estiveram na vanguarda da
prevenção e da educação antidoping, outras registam um certo atraso. As políticas
de educação e prevenção devem, portanto, ser reforçadas. As ações inovadoras
devem ser valorizadas.

SUSTENTABILIDADE
△ A
firmar-se de forma duradoura como o desporto de referência na luta contra o
doping através de ações inovadoras e vanguardistas
△ Reforçar a prevenção e a educação antidoping para os atletas do CMC da UCI
△ Implementar e normalizar um plano de prevenção e educação antidoping para
dirigentes, pessoal técnico, preparadores físicos e jovens corredores
△ Reforçar a colaboração com a ITA no domínio da prevenção e educação
antidoping
△ Exigir que determinadas Federações Nacionais elaborem um plano de
educação e luta antidoping
△ Realizar uma ação específica na América do Sul e na América Central em
conjunto com a AMA, as ONAD, as ORAD, a Confederação Pan-Americana de
Ciclismo (COPACI) e as nossas Federações Nacionais
△ Apoiar e promover a cooperação entre as Federações Nacionais e as suas
INTEGRIDADE

Organizações Antidoping
△ Encorajar as Federações Nacionais mais avançadas a partilhar os seus
conhecimentos e a ajudar outras

AGENDA 2030 | P. 101


DESENVOLVIMENTO

c. Continuar a ser uma fonte de propostas junto da AMA


A lista de produtos proibidos é estabelecida pela AMA. A UCI congratula-se
com o facto de os seus esforços terem resultado na adição dos corticosteroides
(independentemente do tipo de injeção) à lista de produtos proibidos em competição
em janeiro de 2022. No entanto, alguns produtos com um efeito cientificamente
comprovado no desempenho dos ciclistas ainda hoje são permitidos. É assim
imperioso solicitar o alargamento da lista a determinados produtos.
△ Acompanhar de perto, todos os anos, a evolução da lista de produtos proibidos
adotada pela AMA e participar ativamente no processo de consulta
INOVAÇÃO

△ Explorar a possibilidade de proibir o uso de certas substâncias autorizadas, em


colaboração com a AMA
△ Solicitar a normalização da regulamentação de substâncias e métodos
proibidos, considerando apenas uma modalidade de proibição, “em todas as
circunstâncias, dentro e fora das competições”
△ Participar na reflexão sobre a melhor maneira de lidar com as substâncias de
abuso (por exemplo, canábis)
△ Lançar um estudo científico internacional sobre as consequências da utilização
de “cetonas” no ciclismo e tomar todas as medidas necessárias nesta base
SOLIDARIEDADE

d. Manter os nossos esforços contra a fraude tecnológica


O primeiro caso comprovado de fraude tecnológica, que ocorreu nos Campeonatos
do Mundo de Ciclocrosse da UCI de 2016, foi a revelação de que este fenómeno
poderia tornar-se uma realidade. Este caso foi seguido por outros no ciclismo
amador. Assim, a UCI tomou todas as medidas necessárias para reforçar a luta
contra a fraude tecnológica, implementando um plano credível e eficaz. O futuro
do nosso desporto está em jogo.
A evolução tecnológica e a miniaturização exigem uma vigilância constante. A
procura das soluções tecnológicas mais adequadas deve ser uma prioridade de
modo a manter elevada a pressão. Os controlos efetuados pela UCI serão exaustivos
e realizados com equipamento aprovado por laboratórios independentes. Os
SUSTENTABILIDADE

fundos necessários para a implementação destas tecnologias continuarão a estar


disponíveis.
△ Reforçar os controlos, utilizando todos os meios tecnológicos existentes
△ Instalar dispositivos de raios X mais leves para aumentar o número de controlos
△ Encorajar os Estados a criar uma sanção penal específica
△ Desenvolver um tablet de nova geração mais eficiente, a um preço acessível
e, portanto, suscetível de ser distribuído em todo o mundo pelas Federações
Nacionais
△ Continuar a desmontagem das bicicletas para controlos aprofundados, se
necessário
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 102


DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
2. PROTEGER OS ATLETAS

a. Reforçar a segurança nas corridas e reduzir o risco de acidentes


A segurança nas competições é fundamental para proteger os corredores. Nos
últimos anos, temos assistido com demasiada frequência a acidentes graves. O
desenvolvimento urbano torna mais perigosa a prática do ciclismo de estrada em
competição. A UCI, atenta à situação, deverá melhorar ainda mais a segurança das

SUSTENTABILIDADE
corridas em conjunto com todas as partes interessadas.
△ C
ontinuar os nossos esforços para priorizar a segurança nas corridas
△ Agilizar o observatório de quedas ocorridas em competição, criado em 2021, a
fim de extrair do mesmo os ensinamentos necessários
△ Continuar o trabalho técnico empreendido para melhorar as barreiras, a
proteção contra obstáculos, etc.
△ Tornar obrigatória a formação pela UCI de todos os responsáveis pela
segurança das organizações identificados pelos organizadores
△ Reforçar o plano de ação elaborado pela UCI, em colaboração com os
organizadores, tendo em conta as preocupações dos corredores
△ Adaptar o tamanho do pelotão às condições da corrida, se necessário
△ Reforçar as sanções aplicadas por incumprimento das regras de segurança
△ Avaliar a possibilidade de instalar elementos de proteção dos travões de disco a
INTEGRIDADE

fim de promover a segurança


△ Utilizar novas tecnologias para modelizar os percursos em três dimensões e
colocá-los à disposição dos corredores

AGENDA 2030 | P. 103


DESENVOLVIMENTO

b. Assegurar a igualdade de oportunidades entre os atletas e para outros


intervenientes no ciclismo
É imperativo que a UCI garanta as mesmas oportunidades a todos os atletas e que
o ser humano tenha precedência sobre a máquina. Por conseguinte, tendo em
conta os excessos observados nos últimos anos e aos quais pusemos fim, a nossa
Federação deve ser ainda mais rigorosa para assegurar o respeito destes princípios,
procurando sempre a inovação.
△ Rever os procedimentos de homologação do equipamento tornando-os
mais rigorosos, proibindo protótipos não destinados a comercialização e
INOVAÇÃO

assegurando o acesso universal ao equipamento


△ Impor a utilização de equipamentos comercializados nas condições definidas
nos regulamentos da UCI para todas as competições e, em especial, para os
Jogos Olímpicos
△ Continuar a aplicar o princípio de registo prévio sistemático do equipamento
antes da sua utilização em competição
△ Alargar o nosso procedimento aos têxteis
△ Assegurar a igualdade de oportunidades para todas as funções do ciclismo
(treinadores, comissários, etc.)
SOLIDARIEDADE

c. Prevenir e combater o assédio e outros abusos e promover o bem-estar dos


atletas
Os problemas de assédio e outros abusos assumiram um lugar importante no mundo
do desporto e as vítimas estão finalmente a manifestar-se. A UCI implementou os
objetivos definidos na Agenda 2022 a este respeito, reforçando profundamente o
seu Código de Ética e contratando uma Gestora de Integridade e Educação. Ainda
há muito a fazer e este tópico será uma prioridade nos próximos anos.
△ Trabalhar para o bem-estar dos atletas desenvolvendo uma estratégia proativa
△ Dar a conhecer de forma mais generalizada as disposições do Código de Ética
da UCI e as obrigações daí decorrentes
SUSTENTABILIDADE

△ Sensibilizar e dar formação a todos os intervenientes no ciclismo sobre as


questões de proteção contra o assédio e outros abusos
△ Pedir às Federações Nacionais que adotem um Código de Ética e
procedimentos para um desporto mais seguro
△ Assegurar que a Gestora de Integridade e Educação seja uma pessoa
considerada e de confiança para os atletas e as vítimas
△ Estabelecer um procedimento entre as equipas que lhes permita comunicar as
suas preocupações
△ Agravar as sanções para desencorajar comportamentos impróprios
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 104


DESENVOLVIMENTO
d. Combater a manipulação das provas de ciclismo
As apostas desportivas têm aumentado consideravelmente no mundo do desporto,
acompanhadas de uma série de consequências em termos da potencial manipulação
das provas desportivas. O nosso desporto deve precaver-se contra estes fenómenos.
Para tal, será necessário fortalecer a nossa regulamentação nesta matéria.
Alguns países adotaram legislação sobre as apostas desportivas a fim de controlar
os operadores. A sua experiência e competências podem ser valiosas para a UCI no
âmbito da sua missão de assegurar a credibilidade dos resultados desportivos.

INOVAÇÃO
O ciclismo é um desporto que comporta riscos potenciais devido à possibilidade
de comunicação com um corredor em plena competição. Esta situação pode
potencialmente redundar em riscos de resultados manipulados, tal como noutros
desportos. Será necessário avaliar os riscos para o nosso desporto.
△ Avaliar a situação das apostas desportivas e fortalecer a regulamentação em vigor
△ Estabelecer regulamentos adequados para proibir, em determinadas condições,
a participação de federados da UCI em provas que estejam associadas a
apostas desportivas não autorizadas pela UCI
△ Sensibilizar os órgãos reguladores nacionais com vista a proibir certas formas
de apostas consideradas de “risco”, como as “Live-betting” ou “Head-to-head”

SOLIDARIEDADE
△ Realizar um trabalho de prevenção e de sensibilização para os riscos associados
às apostas desportivas
△ Reforçar a fiscalização das apostas nos Campeonatos do Mundo da UCI e na
Taça do Mundo da UCI
△ Estabelecer um sistema de fiscalização das apostas nas maiores provas do
Calendário Internacional da UCI
△ Integrar as reflexões do mundo do desporto neste domínio
△ Avaliar a conveniência de proibir ou regulamentar a comunicação com os
ciclistas durante a corrida

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 105


DESENVOLVIMENTO

e. Estabelecer um controlo médico regulamentar independente


Quando o ciclismo foi duramente atingido pela proliferação de casos de doping
entre 1990 e 2010, a sua política orientou-se legitimamente para a luta contra o
doping em detrimento da medicina desportiva e da medicina preventiva. A medicina
desportiva permite garantir a saúde do atleta e prevenir a ocorrência de acidentes
médicos em competição.
△ Definir uma verdadeira política de medicina preventiva ao serviço dos atletas
△ Estabelecer uma vigilância médica regulamentar independente das equipas
△ Levar a bom termo o estudo lançado sobre as cetonas e as suas possíveis
INOVAÇÃO

consequências
△ Estabelecer uma base de dados epidemiológicos de critérios de aptidão
médicos e biológicos, respeitando o sigilo médico
△ Promover e apoiar o desenvolvimento da investigação em epidemiologia e
medicina do ciclismo, particularmente em benefício de disciplinas menos
conhecidas (epidemiologia das patologias médicas e traumáticas)
△ Ampliar os critérios de aptidão médica para competir
△ Continuar a agrupar as análises ao sangue com as realizadas pela ITA no quadro
do passaporte biológico, a fim de limitar o número de amostras colhidas e
reduzir os custos
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 106


DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
f. Desenvolver a especialização dos comissários da UCI
Os comissários da UCI são essenciais para a regularidade das nossas provas e
trabalham empenhadamente para assegurar o cumprimento dos regulamentos da
UCI. São voluntários formados na gestão de situações complexas, que estão por

SUSTENTABILIDADE
vezes sujeitos a uma pressão mediática considerável. Afigura-se necessário elaborar
uma estratégia para que os nossos comissários continuem a ser eficientes e eficazes.
△ Implementar a formação contínua dos comissários que garanta a atualização
permanente dos seus conhecimentos especializados
△ Elaborar uma estratégia de formação de comissários em territórios onde estes
escasseiam (América do Sul, Ásia e África)
△ Utilizar instrumentos modernos para reunir virtualmente os comissários com
grande regularidade e trocar informações sobre situações que tenham surgido
de forma a uniformizar as decisões
△ Estabelecer um sistema de avaliação dos comissários a fim de definir o nível em
que podem exercer funções
△ Planear sessões mensais com os comissários que desempenham funções no
WorldTour da UCI e na ProSeries da UCI
INTEGRIDADE

△ Formar os comissários na gestão das crises e da pressão mediática


△ Formar e educar regularmente os comissários durante a temporada para ajudá-
los a aplicar as decisões de uma forma coerente

AGENDA 2030 | P. 107


DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE

3. DAR UMA MAIOR ATENÇÃO AOS ATLETAS NAS POLÍTICAS DA UCI

a. Elaborar uma carta dos direitos e obrigações dos atletas


Os atletas são os intervenientes principais do nosso desporto e as suas conquistas
merecem a nossa admiração. Devem estar no centro das nossas preocupações.
Se têm direitos, também têm obrigações, que devem ser apresentados num
documento-quadro.
△ A
ssistir a Comissão de Atletas da UCI na elaboração deste documento, que será
submetido ao Comité Diretor da UCI
△ Respeitar a Carta Olímpica na Carta dos Direitos e Obrigações dos Atletas
SUSTENTABILIDADE

△ Assegurar a divulgação da Carta junto dos atletas em todo o mundo e em todas


as disciplinas
△ Investir na reconversão dos atletas

b. Reforçar as estruturas que representam os atletas no seio da UCI


A voz dos atletas deve ser respeitada e a UCI considera que a sua contribuição é
essencial para a melhoria da organização do nosso desporto. Para tal, os atletas
exprimem as suas opiniões através de diferentes associações. Pensamos que a
tomada em consideração da opinião dos atletas deve constituir uma prioridade.
△ Manter a Comissão de Atletas da UCI, fornecendo-lhe os meios técnicos
necessários ao seu funcionamento
△ Reforçar a colaboração com os CPA, a organização oficial dos atletas de estrada
△ Garantir a presença dos dois atletas eleitos pelos seus pares nas comissões da
INTEGRIDADE

respetiva disciplina
△ Organizar reuniões em videoconferência com os atletas das diferentes
disciplinas para ouvir as suas opiniões

AGENDA 2030 | P. 108


DESENVOLVIMENTO
c. Prestar aos atletas o apoio necessário para acederem ao financiamento das
suas carreiras
Nem todos os atletas são iguais quando se trata do financiamento das suas carreiras.
Embora alguns tenham meios para financiar os seus projetos, pessoalmente
ou com a ajuda dos seus patrocinadores, não é este o caso de todos os atletas,
particularmente em países desfavorecidos. A missão da UCI passa por dar as
mesmas oportunidades a todos os atletas.
△ Atuar como elo de ligação dos atletas nas suas candidaturas a bolsas olímpicas
△ Identificar atletas de elevado potencial que a UCI poderá apoiar com os seus

INOVAÇÃO
fundos de solidariedade através do CMC da UCI
△ Conceber um sistema que permita aos patrocinadores apoiar um atleta durante
a sua carreira
△ Encontrar parceiros privados ou institucionais que permitam apoiar mais atletas
△ Identificar um elo de ligação no CMC da UCI para apoiar os atletas que
procuram financiamento

d. Trabalhar na reconversão dos atletas em final de carreira


Os atletas fazem enormes sacrifícios para atingir o nível mais alto, por vezes desde

SOLIDARIEDADE
tenra idade. Tal pode ter consequências para os seus estudos.
No entanto, a sua carreira é, por vezes, curta e intensa. Deixa-lhes pouco tempo
para considerarem o futuro. Por conseguinte, é essencial preparar a reconversão dos
atletas desde o início da sua carreira para lhes garantir um futuro após o ciclismo.
△ Elaborar uma verdadeira estratégia para a reconversão dos atletas
△ Apoiar mais especificamente os atletas do CMC da UCI na sua reconversão para
lhes garantir um futuro
△ Incentivar a aprendizagem das profissões do ciclismo que permitam partilhar a
experiência adquirida após a carreira
△ Trabalhar com organizações de formação para apoiar os atletas

SUSTENTABILIDADE
△ Colaborar com os CPA para ajudar os corredores de estrada, tendo em conta as
ações já em curso

INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 109


GOVERNAÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO VI – GOVERNAÇÃO
PROMOVER OS VALORES OLÍMPICOS E REFORÇAR A UCI ATRAVÉS DE UMA BOA
GOVERNAÇÃO

A força do Movimento Olímpico reside na sua promoção de fortes valores de amizade,


paz, solidariedade, tolerância e inclusão através do desporto. Num mundo assolado por
conflitos, estes valores são fundamentais para unir as pessoas. O ciclismo é o desporto
perfeito para veicular firmemente estes valores e para difundir o ideal olímpico.
Para ser credível na transmissão destas mensagens, a UCI deve inspirar confiança e

INOVAÇÃO
respeito. Tal só é possível com uma governação de qualidade. Tem vindo a ocorrer, há
muitos anos, uma evolução positiva, sendo importante continuar nesta via para tornar a
UCI numa Federação exemplar, cuja voz seja ouvida em todo o mundo.

1. PROMOVER OS VALORES OLÍMPICOS DA PAZ, INCLUSÃO, DIVERSIDADE E


SOLIDARIEDADE

a. Implementar as missões do COI definidas na Carta Olímpica e aderir à Agenda


2020+5 do COI

SOLIDARIEDADE
Sob a presidência de Thomas Bach, o COI levou a cabo uma modernização
da instituição olímpica. Com base em 40 recomendações, este programa visa
assegurar a sustentabilidade dos valores olímpicos renovados numa sociedade
moderna, transparente e conectada, colocando sempre o atleta e a mensagem
de paz e solidariedade no centro da ação. Esta Agenda 2020 foi complementada
e simplificada em torno de 15 recomendações para estar ainda mais próxima das
preocupações da atualidade. Foi assim que nasceu a Agenda 2020+5 do COI. É neste
estado de espírito que a UCI deve agir. Os desafios enfrentados pela UCI coincidem
com os do COI. A nossa Federação continuará, portanto, a modernizar-se para ser
ainda mais credível e eficaz e para tornar o nosso desporto ainda mais atrativo.
△ Controlar o custo das infraestruturas necessárias para organizar os

SUSTENTABILIDADE
Campeonatos do Mundo da UCI e integrar a “nova norma” do COI
△ Promover o legado e a sustentabilidade
△ Promover a igualdade de género
△ Proteger os atletas íntegros
△ Apoiar a universalidade do nosso desporto
△ Colaborar com o Canal Olímpico
△ Elaborar uma estratégia para a juventude
△ Apoiar a diversidade e a inclusão
△ Aumentar a transparência e a boa governação
△ Incentivar o estabelecimento de uma política que promova o legado dos
Campeonatos do Mundo da UCI
△ Promover eventos desportivos sustentáveis
INTEGRIDADE

△ Proporcionar as mesmas oportunidades aos atletas de todo o mundo

AGENDA 2030 | P. 111


DESENVOLVIMENTO

b. Reforçar o estatuto do ciclismo ao serviço do ideal olímpico


O ideal olímpico, tal como definido por Pierre de Coubertin em 1894, não se
tornou obsoleto e continua a ser plenamente relevante. Numa altura em que
algumas pessoas exigem ao COI que evolua e atue no campo político, perdendo
a sua neutralidade, é importante recordar este ideal e concretizá-lo no quotidiano.
O ciclismo, através da sua universalidade e dos seus valores, é uma mais-valia
excecional para a promoção do ideal olímpico.
△ Reafirmar vigorosamente a mensagem de paz do Movimento Olímpico
△ Assegurar que a UCI mantenha a sua neutralidade política
INOVAÇÃO

△ Celebrar a amizade, utilizando o ciclismo como meio para aproximar os povos


△ Capacitar os atletas para que visem a excelência
△ Reforçar a solidariedade
△ Respeitar os direitos humanos e lutar contra a discriminação e o racismo

c. Contribuir para a paz mundial


A paz mundial é afetada pelas inúmeras guerras e conflitos que assolam o mundo
(Ucrânia, Iémen, Síria, etc.). Estas guerras realçam a necessidade de transmitir uma
mensagem de paz ao mundo, mensagem esta que está no centro das missões
SOLIDARIEDADE

olímpicas. O ciclismo tem um papel importante a desempenhar para que sejamos uma
das Federações líderes neste contexto e tencionamos tomar iniciativas neste domínio.
△ Criar uma Corrida pela Paz no Médio Oriente por iniciativa da UCI que ligue
Jerusalém a Damasco e a Bagdade, com a participação de equipas nacionais de
países da área geográfica
△ Colaborar na criação da Corrida pela Paz no Médio Oriente
△ Ajudar as Federações Nacionais e os federados em zonas de guerra
△ Criar um prémio anual para a melhor iniciativa de ciclismo pela paz
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 112


DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
SOLIDARIEDADE
d. Prestar apoio aos refugiados e pessoas deslocadas
Infelizmente, os conflitos e as guerras no mundo obrigam as populações a
abandonar as suas casas para lhes escapar. Nunca houve tantos refugiados e
pessoas deslocadas no mundo. A UCI tem sido extremamente reativa, afirmando-
se como a Federação líder a nível internacional na ajuda aos refugiados e às pessoas
deslocadas. Iremos prosseguir estas ações de solidariedade.
△ Assegurar a continuação da nossa ação em prol dos refugiados afegãos

SUSTENTABILIDADE
evacuados pela UCI, a fim de lhes proporcionar uma nova vida
△ Integrar refugiados ou pessoas deslocadas nas equipas de ciclismo do CMC da UCI
△ Cooperar com o COI para implementar a recomendação 11 da Agenda 2020+5 e
apoiar os atletas através da bolsa olímpica
△ Apoiar, em conjunto com o CMC da UCI, os ciclistas qualificados na equipa de
refugiados para participar nos Jogos Olímpicos
△ Trabalhar com as Federações Nacionais para acolher e apoiar refugiados e
pessoas deslocadas
△ Reunir com o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados para
discutir áreas de colaboração
△ Aplicar ao nosso nível o programa “Desporto para o Desenvolvimento” do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)
△ Continuar a dialogar com os governos dos países de trânsito de refugiados ou
INTEGRIDADE

pessoas deslocadas para acelerar a sua proteção


△ Intervir nos campos de refugiados para lhes permitir praticar aí determinadas
formas de ciclismo

AGENDA 2030 | P. 113


DESENVOLVIMENTO

e. Aumentar a inclusão e a diversidade


Nenhuma atividade se compara ao desporto para permitir práticas inclusivas e
o respeito pela diversidade. A UCI está empenhada nesta via a fim de permitir a
prática do ciclismo por todas as pessoas. O paraciclismo está no centro das nossas
preocupações e iremos desenvolver eventos de ciclismo – estrada e pista – em conjunto
com o paraciclismo. Em relação aos atletas transexuais, esta questão complexa deve
ser abordada de forma razoável para conciliar o necessário respeito pelos direitos
humanos e competições leais. Não podemos ignorar a mensagem das mulheres
atletas, mas devemos também tomar decisões baseadas em dados científicos sólidos.
INOVAÇÃO

△ Criar um grupo de trabalho de especialistas externos sobre igualdade,


diversidade e inclusão para apoiar a elaboração de uma estratégia para a UCI e
o desporto do ciclismo, com uma política, objetivos, medidas e marcos claros
△ Prosseguir os nossos esforços de promoção do paraciclismo
△ Integrar paraciclistas no CMC da UCI
△ Promover, sempre que possível, a inclusão de provas de paraciclismo nos
Campeonatos do Mundo de Estrada e Pista da UCI
△ Continuar os esforços de inclusão de todos os públicos
△ Reafirmar, em nome dos direitos humanos e das liberdades individuais, o
direito dos transexuais à transição de género
SOLIDARIEDADE

△ Apoiar o direito dos transexuais a praticar ciclismo em todas as suas vertentes


△ Trabalhar com outras Federações Internacionais e especialistas para atualizar os
nossos regulamentos de modo a assegurar competições leais, particularmente
nas provas femininas
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 114


DESENVOLVIMENTO
2. REFORÇAR O LUGAR DA UCI NO MOVIMENTO OLÍMPICO E PARALÍMPICO

a. Afirmar-nos como uma Federação Internacional líder nas questões do


Movimento Olímpico e Paralímpico
Os desafios comuns aos intervenientes do Movimento Olímpico são cada vez mais
numerosos e exigem frequentemente que trabalhemos em conjunto para assegurar
que a nossa voz coletiva seja ouvida. O papel e as missões das Federações Internacionais
são também regularmente postos em causa e entendemos que muitas vezes é
necessário privilegiar uma ação conjunta. Tendo em conta a sua especificidade e o
seu peso no Movimento Olímpico, a UCI tem um papel importante a desempenhar.

INOVAÇÃO
△ Participar ativamente no funcionamento das organizações de tutela do
Movimento Olímpico (ASOIF, GAISF, etc.)
△ Destacar questões comuns às Federações Internacionais, como o perigo
de ligas fechadas, o respeito das nossas prerrogativas nos calendários e
regulamentos, etc.
△ Manter o papel de liderança e concentrar esforços em torno da luta contra o doping
△ Trabalhar com outras Federações Internacionais em questões atuais
(transexuais no desporto de alto nível, lista de produtos proibidos da AMA, etc.)

SOLIDARIEDADE
b. Zelar por que o ciclismo seja uma mais-valia para os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos
O ciclismo faz parte do programa olímpico desde o renascimento dos Jogos e assistiu à
introdução de três novas disciplinas: ciclismo de montanha, BMX Racing e BMX Freestyle.
O BMX Freestyle foi incluído no programa olímpico por ocasião dos Jogos Olímpicos de
Tóquio de 2020, reforçando ainda mais a importância do nosso desporto. O ciclismo
é uma mais-valia inegável para a difusão e universalidade dos Jogos Olímpicos. No
entanto, estamos conscientes da necessidade de nos desafiarmos constantemente.
Temos de trabalhar para garantir que o ciclismo seja um dos principais desportos em
termos de audiências televisivas, afluência do público, popularidade junto dos jovens,
desenvolvimento do desporto feminino, integração digital e luta contra o doping. A UCI

SUSTENTABILIDADE
zelará por que o ciclismo continue a ser um desporto importante no programa olímpico.
△ P
romover a integração de novas disciplinas de ciclismo, preservando ao mesmo
tempo as disciplinas atuais
△ Tirar partido do elevado nível de audiências do ciclismo e do forte apoio popular
△ Assegurar a presença do ciclismo nos principais recintos olímpicos e em
recintos partilhados
△ Tornar o ciclismo num desporto para a juventude mundial, em conformidade
com a estratégia da UCI para a juventude, que será implementada
△ Disponibilizar produções televisivas de alta qualidade a custos razoáveis, em
particular para o ciclismo de montanha e o BMX Racing, com base na inovação
△ Promover a inclusão do ciclismo eletrónico nos Jogos Olímpicos de Los Angeles
de 2028
△ Propor a inclusão de uma prova mista no programa olímpico, como o
INTEGRIDADE

contrarrelógio por equipas mistas de estafetas (estrada)


△ Avaliar o sucesso do ciclismo de neve para determinar se corresponde aos
padrões olímpicos

AGENDA 2030 | P. 115


DESENVOLVIMENTO

c. Desenvolver o paraciclismo em conjunto com o Comité Paralímpico


Internacional (CPI)
O ciclismo integrou os Jogos Paralímpicos com duas disciplinas: estrada e pista.
Foram criados Campeonatos do Mundo da UCI e continuamos a trabalhar no
desenvolvimento destas disciplinas. No entanto, há ainda muitas ações que podem
ser realizadas para aperfeiçoar a integração do paraciclismo e para continuar o seu
desenvolvimento.
△ Promover a integração do paraciclismo nas Confederações Continentais e
Federações Nacionais
INOVAÇÃO

△ Reforçar a colaboração e as ligações com o CPI


△ Integrar o paraciclismo nas políticas de treino de atletas no CMC da UCI
△ Visar a integração de provas de paraciclismo nas provas de estrada e pista
sempre que possível

3. GARANTIR A IMPLEMENTAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA BOA GOVERNAÇÃO

a. Melhorar ainda mais a governação e a transparência da UCI


SOLIDARIEDADE

A transparência é essencial no mundo do desporto. A UCI realizou progressos


assinaláveis nos últimos anos e não devemos abrandar os nossos esforços. Graças
ao trabalho realizado, em 2022, a UCI foi classificada como a segunda melhor
Federação Olímpica Internacional no domínio da governação. A nossa Federação
Internacional deve procurar continuar a evoluir em matéria de boa governação.
Continuará a ser um líder nesta área.
△ Melhorar os princípios de boa governação da UCI, das suas Confederações
Continentais e Federações Nacionais, e assegurar a sua aplicação rigorosa
△ Dar continuidade ao processo de gestão transparente dos fundos de
solidariedade
△ Elaborar um relatório anual circunstanciado sobre a atribuição de fundos de
SUSTENTABILIDADE

solidariedade
△ Confiar a organismos independentes a auditoria regular das atividades da UCI
△ Publicar anualmente as verbas pagas ao Presidente e aos membros do Comité
Diretor
△ Manter um processo transparente de atribuição dos eventos
△ Trabalhar com as Federações Nacionais para aumentar a transparência de
algumas destas Federações
△ Assegurar que os direitos humanos sejam respeitados nas nossas decisões
△ Estabelecer requisitos claros de boa governação para efeitos de filiação na UCI
e dotá-la dos instrumentos necessários à adoção das reformas necessárias
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 116


DESENVOLVIMENTO
b. Continuar os nossos esforços em prol da ética e da luta contra a corrupção
Em junho de 2021, a UCI adotou um novo Código de Ética, que é muito mais
sólido do que o anterior e permite sancionar melhor as violações das regras.
Subsequentemente, foram tomadas várias medidas para assegurar um tratamento
independente das queixas, para encorajar as pessoas a denunciar comportamentos
abusivos e para criar um clima de confiança. De facto, a Comissão de Ética é
totalmente independente, tendo sido criada uma plataforma de denúncia anónima
e sido contratada uma gestora de integridade para pôr em prática um programa
de educação e apoiar as vítimas de comportamentos abusivos. Além disso, a UCI
iniciou procedimentos por alegados casos de corrupção, não podendo deixar

INOVAÇÃO
de observar o tratamento deficiente destas questões em algumas Federações
Nacionais. Sendo esta uma questão importante para a nossa credibilidade coletiva,
temos de continuar os esforços empreendidos.
△ Assegurar a ampla difusão do Código de Ética da UCI junto dos membros
△ Priorizar a luta contra a corrupção
△ Encorajar as Federações Nacionais a adotar um Código de Ética e a criar órgãos
independentes para tratar os processos
△ Promover e divulgar a plataforma de denúncia para identificar violações
△ Formar os dirigentes durante os Congressos das Confederações Continentais e

SOLIDARIEDADE
os cursos de formação de diretores desportivos ou treinadores, etc.
△ Estabelecer e executar um programa de educação das partes interessadas no
ciclismo

SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 117


DESENVOLVIMENTO

c. Disseminar os princípios da boa governação


Embora a governação da UCI tenha melhorado consideravelmente nos últimos 10
anos, os nossos princípios devem ser amplamente comunicados para que os atletas
e os membros da comunidade ciclista sintam que o desporto é bem governado a
todos os níveis e merece a sua confiança.
△ Elaborar uma Carta de Princípios de Boa Governação nas Federações Nacionais
e solicitar que a mesma seja transposta para os seus Estatutos
△ Reforçar a boa governação das Confederações Continentais, em coordenação
com as mesmas
INOVAÇÃO

△ Alinhar o número máximo de renovações de mandatos nas Confederações


Continentais com os da UCI
△ Formar os nossos dirigentes nos princípios da boa governação
△ Confiar a um organismo independente a auditoria regular das Confederações
Continentais
SOLIDARIEDADE
SUSTENTABILIDADE
INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 118


DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO
4. TRANSFORMAR A UCI NUMA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL AINDA MAIS FORTE E
RESPEITADA

a. Manter e desenvolver a capacidade de influência da UCI

SOLIDARIEDADE
A UCI é uma das Federações Internacionais mais antigas e representa um dos
principais desportos do Olimpismo, presente desde o início dos Jogos da era
moderna. A sua voz deve ser ouvida no movimento desportivo internacional.
Infelizmente, nem sempre tem sido o caso. Será, por conseguinte, necessário
reforçar a nossa estratégia de influência vinculada a uma verdadeira liderança da
nossa Federação.
△ Reforçar a presença da UCI nas instâncias internacionais
△ Fazer ouvir as propostas da UCI para a modernização do desporto ou sobre
questões importantes para o Movimento Olímpico
△ Estabelecer novas relações com Organizações Não Governamentais
△ Manter laços fortes com as autoridades políticas suíças

SUSTENTABILIDADE
△ Reforçar as relações com as demais Federações Internacionais
△ Reforçar a colaboração com os programas da ONU, da UNESCO, da OCDE, da
União Europeia e de qualquer outra organização internacional relevante

b. Honrar os compromissos assumidos


As eleições na UCI são decididas com base num programa claro e ambicioso.
Para fortalecer a credibilidade da nossa instituição, os compromissos terão que
ser mantidos. O objetivo é compartilhar com todos os intervenientes no ciclismo
uma programação para os próximos oito anos, tal como fizemos com a Agenda
2022, que está quase totalmente implementada. Esta Agenda 2030 formaliza estes
compromissos.
△ Garantir uma ampla divulgação e implementação da Agenda 2030
INTEGRIDADE

△ Estabelecer um calendário de implementação e definir os recursos afetados


△ Apresentar anualmente ao Congresso da UCI um relatório sobre os resultados
△ Honrar os compromissos assumidos

AGENDA 2030 | P. 119


DESENVOLVIMENTO
INOVAÇÃO

c. Desenvolver a identidade da UCI


A UCI possui uma marca única e internacionalmente reconhecida: a faixa arco-íris. É
uma mais-valia extraordinária que faz sonhar todos os atletas do mundo. O design
SOLIDARIEDADE

gráfico correspondente foi modificado com sucesso há alguns anos para reforçar esta
marca, mas acreditamos que ainda há margem para melhorias através da inovação.
△ Reforçar e desenvolver a marca UCI, dando destaque à faixa arco-íris
△ Ponderar a criação de uma nova bandeira com base na faixa arco-íris
△ Compor um novo hino da UCI mais empolgante

5. ESTABELECER UMA ESTRATÉGIA FINANCEIRA DE LONGO PRAZO PARA


ASSEGURAR AS NOSSAS MISSÕES
SUSTENTABILIDADE

a. Gerar novas receitas através de modelos inovadores


As receitas da UCI provêm principalmente dos Campeonatos do Mundo da UCI,
dos direitos televisivos, dos patrocinadores, das taxas de calendário e das receitas
olímpicas. Esta diversificação permite-nos assegurar as nossas receitas tanto quanto
possível, mas acreditamos que com modelos novos e inovadores podemos aumentá-
las no futuro e dedicar assim mais recursos à solidariedade e ao desenvolvimento.
△ T irar partido dos Campeonatos do Mundo de Ciclismo da UCI (“agrupados”)
para aumentar as nossas receitas
△ Renegociar com sucesso os direitos televisivos
△ Desenvolver as nossas parcerias privadas com parceiros de dimensão mundial
△ Prosseguir a nossa estratégia de abordagem integrada, como na Taça do Mundo de
Ciclocrosse da UCI, na Taça do Mundo de Ciclismo de Montanha da UCI ou na Liga
dos Campeões de Pista da UCI, para alargar o nosso público e gerar mais receitas
INTEGRIDADE

△ Criar novos produtos que possam ser valorizados e que satisfaçam as


necessidades dos corredores e dos adeptos
△ Desenvolver ainda mais a marca UCI como uma fonte potencial de receitas

AGENDA 2030 | P. 120


DESENVOLVIMENTO
b. Elaborar uma estratégia financeira até 2028 e, subsequentemente, de acordo
com os ciclos olímpicos
A UCI é uma Federação que dispõe de meios para a missão que desenvolve, mas a
crise da COVID-19 e o cancelamento ou adiamento de determinadas provas como os
Campeonatos do Mundo da UCI ou os Jogos Olímpicos recordaram-nos que nada
pode ser tomado como certo e que podemos vir a encontrar-nos numa situação
difícil mercê de acontecimentos externos (pandemia, guerra, etc.). Sentimos que era
necessário ter uma visão de longo prazo da nossa ação e dispor de uma estratégia
financeira plurianual, particularmente tendo em conta a não linearidade das nossas
receitas associadas aos Jogos Olímpicos.

INOVAÇÃO
△ Elaborar uma estratégia financeira plurianual até 2028 e, subsequentemente,
por ciclos olímpicos
△ Atribuir os Campeonatos do Mundo da UCI com cinco anos de antecedência
para controlar as nossas receitas
△ Definir um nível “estratégico” de reservas abaixo do qual não podemos descer
de modo a garantir a nossa capacidade para enfrentar uma crise
△ Definir os fundos afetados à solidariedade e ao desenvolvimento por ciclos olímpicos
△ Fixar as taxas de calendário e outras contribuições com uma periodicidade definida
△ Ajustar esta estratégia financeira à evolução observada

SOLIDARIEDADE
c. Garantir os fundos destinados à solidariedade e ao desenvolvimento
Os fundos de solidariedade e desenvolvimento são essenciais para as nossas
Federações Nacionais e Confederações Continentais e permitem o crescimento real
do ciclismo em todo o mundo. O CMC da UCI, que se dedica ao treino e à formação
dos atletas, deve ser capaz de trabalhar em ciclos olímpicos para cumprir as suas
missões. Uma estratégia plurianual permitirá decidir antecipadamente os montantes
atribuídos e prever as ações a levar a cabo.
△ Definir os fundos de solidariedade das Federações Nacionais e das
Confederações Continentais, bem como a ajuda ao funcionamento das

SUSTENTABILIDADE
Confederações Continentais por ciclos olímpicos
△ Implementar o diálogo previsto no acordo UCI/CMC da UCI para garantir os fundos
atribuídos ao CMC da UCI por olimpíada e permitir-lhe cumprir as suas missões
△ Reforçar os fundos de solidariedade e desenvolvimento para o futuro
△ Prestar mais assistência às Federações Nacionais das categorias 3 e 4 INTEGRIDADE

AGENDA 2030 | P. 121


202 FEDERAÇÕES
NACIONAIS
DESENVOLVIMENTO
AFEGANISTÃO EMIRADOS ÁRABES LIBÉRIA REPÚBLICA
ÁFRICA DO SUL UNIDOS LÍBIA DEMOCRÁTICA POPULAR
EQUADOR DO LAOS
ALBÂNIA LISTENSTAINE
ERITREIA REPÚBLICA
ALEMANHA LITUÂNIA
DOMINICANA
ANDORRA ESLOVÁQUIA LUXEMBURGO
REPÚBLICA ISLÂMICA
ANGOLA ESLOVÉNIA MACAU, CHINA DO IRÃO
ANGUILA ESPANHA MADAGÁSCAR REPÚBLICA POPULAR
ANTÍGUA E BARBUDA ESTADOS UNIDOS MALÁSIA DA CHINA
ARÁBIA SAUDITA ESTÓNIA MALÁUI REPÚBLICA POPULAR
ARGÉLIA ETIÓPIA MALDIVAS DEMOCRÁTICA
ARGENTINA EX-REPÚBLICA MALI DA COREIA
JUGOSLAVA DA

INOVAÇÃO
ARMÉNIA MALTA REPÚBLICA UNIDA
MACEDÓNIA DA TANZÂNIA
ARUBA MARROCOS
FEDERAÇÃO RUSSA ROMÉNIA
AUSTRÁLIA MAURÍCIA
FIJI RUANDA
ÁUSTRIA MAURITÂNIA
FILIPINAS SAMOA
AZERBAIJÃO MÉXICO
FINLÂNDIA SANTA LÚCIA
BAAMAS MIANMAR
FRANÇA SÃO CRISTÓVÃO
BAHREIN MOÇAMBIQUE
GABÃO E NEVES
BANGLADEXE MÓNACO
GÂMBIA SÃO MARINO
BARBADOS MONGÓLIA
GANA SÃO MARTINHO
BÉLGICA MONTENEGRO
GEÓRGIA SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
BELIZE NAMÍBIA
GRÃ-BRETANHA SÃO VINCENTE
BENIM NEPAL E GRANADINAS
GRANADA
BERMUDAS NICARÁGUA SEICHELES

SOLIDARIEDADE
GRÉCIA
BHUTAN NÍGER SENEGAL
GUAME
BIELORRÚSSIA NIGÉRIA SERRA LEOA
GUATEMALA
BOLÍVIA NORUEGA SÉRVIA
GUIANA
BÓSNIA-HERZEGOVINA NOVA ZELÂNDIA SINGAPURA
GUINÉ
BOTSUANA OMÃ SOMÁLIA
GUINÉ-BISSAU
BRASIL PAÍSES BAIXOS SERI LANCA
HAITI
BRUNEI DARUSSALÃ PALESTINA SUAZILÂNDIA
HONDURAS
BULGÁRIA PANAMÁ SUDÃO
HONG KONG, CHINA
BURQUINA FASSO PAQUISTÃO SUÉCIA
HUNGRIA
BURUNDI PARAGUAI SUÍÇA
IÉMEN
CABO VERDE PERU SURINAME
ILHAS CAIMÃO
CAMARÕES POLÓNIA TAILÂNDIA
ILHAS COOK
CAMBOJA PORTO RICO TAJIQUISTÃO
ILHAS VIRGENS

SUSTENTABILIDADE
CANADÁ PORTUGAL TOGO
ILHAS VIRGENS
CATAR BRITÂNICAS QUÉNIA TRINDADE E TOBAGO
CAZAQUISTÃO ÍNDIA QUIRGUISTÃO TUNÍSIA
CHADE INDONÉSIA REPÚBLICA ÁRABE SÍRIA TURQUEMENISTÃO
CHILE IRAQUE REPÚBLICA BOLIVARIANA TURQUIA
CHINA DE TAIPÉ DA VENEZUELA
IRLANDA UCRÂNIA
CHIPRE REPÚBLICA CENTRO-
ISLÂNDIA UGANDA
AFRICANA
COLÔMBIA ISRAEL URUGUAI
REPÚBLICA CHECA
COMORES ITÁLIA USBEQUISTÃO
REPÚBLICA DA COREIA
CONGO JAMAICA VANUATU
REPÚBLICA DA
COSTA DO MARFIM JAPÃO VATICANO
MOLDÁVIA
COSTA RICA JIBUTI VIETNAME
REPÚBLICA
CROÁCIA JORDÂNIA DEMOCRÁTICA ZÂMBIA
CUBA KOSOVO DE TIMOR-LESTE ZIMBABUÉ
CURAÇAU KOWEIT REPÚBLICA
DINAMARCA DEMOCRÁTICA
LESOTO
DOMÍNICA DO CONGO
INTEGRIDADE

LETÓNIA
EGITO LÍBANO
SALVADOR

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AGENDA
2030

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