Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE TURISMO
NITERÓI
2019
1
FERNANDA MONTEIRO LOBÃO DE DEUS
NITERÓI
2019
2
3
Dedico esse trabalho à minha vó, Geni
Silva de Deus (in memorian), que foi e
sempre será meu exemplo de força e
amor.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, que não mediram esforços para
investir na minha educação, além de fornecerem todo o apoio e carinho ao longo da
minha graduação.
Por fim, porém não menos importante, agradeço à professora Fátima Priscila
Morela Edra, que viu potencial em mim e investiu seu tempo e partilhou seu
conhecimento, para que construíssemos nossos projetos, além de construirmos uma
relação pessoal.
5
RESUMO
6
ABSTRACT
7
LISTA DE FIGURAS
8
Figura 37 Roteiros mais praticados por respondentes de SC e SP. 69
Figura 38 Origem dos cicloturistas das rotas mais praticadas. 71
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11
1. ARTIGOS (INTER)NACIONAIS SOBRE CICLOTURISMO ......................................... 15
1.1 Pesquisas Nacionais........................................................................................................16
1.2 Pesquisas internacionais .................................................................................................20
1.3 Discussão dos dados .......................................................................................................23
2. CICLOTURISMO E ROTEIROS NO BRASIL............................................................... 27
2.1 Rotas de Cicloturismo ...............................................................................................29
2.2 Comparativo entre as rotas nacionais ............................................................................33
2.3 Perfil do Cicloturista: pesquisas e dados ....................................................................36
2.3.1 Pesquisas e Dados Nacionais .....................................................................................37
2.3.2 Resultados Internacionais ............................................................................................39
2.3.3 Retomando os Resultados ...........................................................................................41
3. PESQUISA SOBRE AS ESPECIFICIDADES DOS CICLOTURISTAS EM ROTEIROS
NO BRASIL ..................................................................................................................... 43
3.1 Procedimentos Metodológicos ........................................................................................44
3.2 Resumo das respostas ....................................................................................................46
3.2.1 Sobre Você ....................................................................................................................46
3.2.2 Motivação para o cicloturismo .....................................................................................51
3.2.3 Preparando a Viagem ...................................................................................................54
3.2.4 A Viagem ......................................................................................................................57
3.2.5 Rotas de Cicloturismo Nacionais.................................................................................62
3.3 Cruzamentos de dados .................................................................................................66
3.3.1 Origem x roteiros...........................................................................................................66
3.3.2 Especificidades dos principais roteiros .......................................................................70
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 73
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 75
APÊNDICE....................................................................................................................... 80
10
INTRODUÇÃO
11
dos modais, proporcionando o acesso e qualidade de vida aos cidadãos. Com os
ambientes urbanos estruturados, as possibilidades e desejos de consumir esses
espaços de diferentes formas se desenvolvem cada vez mais. E, nesse cenário
favorável, a apropriação das cidades e de seus atrativos se relaciona diretamente
com a mobilidade urbana e o turismo, já que uma das bases do turismo é o
deslocamento (SANTOS; CAMPOS; ALVES, 2016).
1
Ciclovia: via voltada para os ciclistas, nesta há uma separação física isolando os ciclistas dos
demais veículos. Ciclofaixa: faixa pintada da rua/avenida reservada aos ciclistas. Ciclorrota: rota ou
trechos (sinalizados ou não), que representam a rota recomendada aos ciclistas.
12
Para Soares (2010), o cicloturismo pode ser visto como uma modalidade de
viagem turística, usando a bicicleta como meio de transporte geralmente em
estradas secundárias e caminhos de interior, vivenciando o trajeto, se relacionando
com as pessoas. Para o autor, o cicloturismo se insere numa modalidade de turismo
que se articula com outras modalidades, sendo elas o Ecoturismo, o Turismo Rural,
o Turismo de Aventura, o Turismo Cultural e o Gastronômico. Apesar de ser uma
definição mais completa que a do MtTur, ainda limita o conceito à ambientes
naturais, desconsiderando o Cicloturismo Urbano2, por exemplo.
Outro grande evento que ocorreu no Rio de Janeiro no ano de 2018 foi o
Bicicultura - Encontro Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta e Cicloativismo. Este
acontece anualmente, tendo como objetivo promover o uso da bicicleta em todas as
suas vertentes (BICICULTURA 2018, 2018). O tema da edição foi “O uso da bicicleta
2
A prática do cicloturismo dentro das grandes cidades, no ambiente urbano.
13
e seu impacto na vida cotidiana”, onde diversas rodas de conversas foram
ministradas.
15
Este capítulo teve como objetivo verificar as produções acadêmicas sobre o
segmento de cicloturismo. Para tal, foi realizado levantamento de artigos nacionais e
internacionais publicados em duas bases de dados. A primeira, a base da
Comunidade Acadêmica Federada, conhecida como CAFe, da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e, a segunda, a Biblioteca
Eletrônica com periódicos científicos, conhecida como SciELO.
16
Espanhol -
Inglês -
Fonte: Elaboração própria.
Os artigos encontrados que seguissem todos e/ou algum dos critérios, foram
revisados e selecionados para a presente produção, atuando como forma de filtro de
pesquisa.
17
Em relação ao conteúdo dos artigos em português com a palavra chave
cicloturismo apenas dois dos onze realmente eram relacionados à cicloturismo,
embora em contextos diferentes. O primeiro se refere aos efeitos corporais após a
realização do cicloturismo. Enquanto o segundo trata do perfil de cicloturistas.
Ademais, os artigos foram publicados em revistas acadêmicas e anos diferentes.
Dentro dos 24 artigos encontrados na palavra chave “turismo bicicleta”,
apenas uma publicação seguiu algum dos critérios que englobam o cicloturismo. Na
figura 2, apresentam-se os todos os artigos selecionados.
18
como essa atividade pode se inserir em processos educativos em relação ao meio
ambiente, o segundo foca na bicicleta e no conteúdo científico relacionado a ela.
foram encontrados 1.290 resultados. Todavia, o filtro de pesquisa foi pouco eficiente,
pois os resultados eram abrangentes à área do Turismo como um todo, onde
diversos outros assuntos e segmentos foram contemplados.
Para fins metodológicos, foi definida busca apenas nas dez primeiras páginas
de resultados, onde cada página contém uma média de dez publicações. Apesar do
grande volume de publicações, no recorte realizado não foi encontrado qualquer
produção sobre cicloturismo ou conteúdo que se aproximasse e/ou se relacionasse
com a prática da atividade sobre rodas de bicicleta.
Figura 4: Publicações nacionais selecionadas nas bases CAFe e Scielo, quadriênio 2013/2016.
3
Uma pontuação desenvolvida pela CAPES por meio de um conjunto de procedimentos para
estratificação da qualidade da produção dos programas de pós-graduação.
19
Serra da Canastra
A publicação mais antiga encontrada data de 2010, fato que pode ser
justificado pela agenda política na época que acabou por instaurar, em janeiro de
2012, a lei Nº 12.587 denominada Política Nacional de Mobilidade Urbana, tornando-
se um marco para as discussões sobre Mobilidade Urbana no país (BRASIL, 2012a).
20
foram inseridos, sendo um deles o aparecimento apenas de artigos, e num intervalo
de tempo de 2010 a 2018, já que o artigo mais antigo encontrado na pesquisa de
produções nacionais datou de 2010.
21
Intention of Mountain Turismo South African - KRUGER, M; 2016
Bikers to Return Esportivo; Journal for HALLMANN, K;
Research in SAAYMAN, M.
Sport, Physical
Education and
Recreation
Regenerating small and Turismo: City, Territory - MOSCARELLI, R; 2017
medium sized stations in Potencial and Architecture PILERI, P;
Italian inland areas by the cicloturismo; GIACOMEL, A.
opportunity of the cycle Infraestrutura
tourism, as territorial
infrastructure
Ecomuseums (on Clean Turismo MDPI - Jornais - SIMEONI, F; DE 2018
Energy), Cycle Tourism sustentável; de Acesso CRESCENZO, V.
and Civic Crowdfunding: A Aberto
New Match for
Sustainability?
Fonte: Elaboração própria.
No que se refere aos eixos temáticos, nos artigos nacionais foram observados
três e, nos internacionais, seis. Mas nenhum deles é comum. Nas figuras 6 e 7, os
resultados são expostos para fins de observação e comparação.
23
Figura 6: Eixos temáticos dos artigos nacionais.
24
Pensando em segmentação turística, os artigos nacionais não possibilitaram
tal adequação, mas nos artigos internacionais foi possível observar cinco áreas de
predominância (Figura 8).
25
O cicloturismo se apresenta como uma atividade dinâmica, envolve diversos
elementos, tais como atrativos, infraestrutura, roteiros, serviços, pessoas e
mobilidade. Trata-se de uma prática versátil e que pode se adequar a distintos
espaços, seja em território urbano ou não.
26
2. CICLOTURISMO E ROTEIROS NO BRASIL
Assegurar que os condutores atendam aos requisitos de qualificação definidos nesta Norma;
Assegurar que todo serviço contratado a terceiros, que afete a qualidade e a segurança do produto
turístico, atenda aos requisitos desta Norma e a outros que a própria organização estabeleça;
Adotar os planos de uso e zoneamento ecológico disponíveis quando o atrativo estiver em Unidade
de Conservação (UC) ou em áreas com alguma categoria de restrições ambientais;
27
Assegurar que sejam disponibilizadas informações necessárias ao processo de tomada de decisão
antes da formalização da compra, atendendo aos requisitos da ABNT NBR 15286.
Além disso, relato de Brasil (2012a) informava que o MTur havia produzido
material visando auxiliar o poder público, empresários e gestores do setor na
formatação de roteiros de cicloturismo denominado "Manual de Incentivo e
Orientação para Municípios Brasileiros: Circuitos de Cicloturismo", contudo, não se
encontra mais disponível para acesso on line.
28
da sustentabilidade, assim como em estratégias para estimular o turismo como um
todo.
29
Figura 10: Mapa do circuito Vale Europeu.
30
todos os municípios do Circuito Serras de Ibitipoca (VOLTA DAS TRANSIÇÕES,
2016).
A Volta das Transições é dividida em sete etapas, sendo cada uma delas com
início ou término em pontos que oferecem apoio logístico como hospedagem,
alimentação e alguns pontos de assistência técnica (VOLTA DAS TRANSIÇÕES,
2016).
Além das duas rotas citadas anteriormente reconhecidas pelo governo
brasileiro, o CCB divulga mais sete rotas sinalizadas e que possuem informações
aos praticantes (figura 12).
Rotas Estados
Circuito das Araucárias Santa Catarina
Circuito Costa Verde & Mar Santa Catarina
Circuito Vale Europeu Santa Catarina
Serra da Mantiqueira Minas Gerais e Rio de Janeiro
31
Serra da Canastra Minas Gerais
Salesópolis - Caraguá / Estrada da Petrobrás São Paulo
Sertão Nordestino Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba
Fonte: Elaborado a partir CCB, 2018.
Devido a isso, um quadro foi produzido (figura 14) com as rotas visualizadas
no tópico anterior acrescidas das rotas encontradas em blogs e sites. Assim, tornou-
33
se possível visualizar quais rotas são comuns entre as fontes. Ressalta-se que a
organização da figura está na ordem alfabética dos Estados Brasileiros.
34
Santos
4
Figura 13: Circuitos de Cicloturismo no Brasil, página 31
35
O levantamento possibilitou observar um tímido interesse no cicloturismo por
meio de Instâncias Nacionais. Entretanto, não pode se desconsiderar a existência de
organizações e/ou grupos voltados para o segmento.
Mas, afinal, quem é o praticante do cicloturismo? O que faz com que alguns
roteiros sejam citados e outros não? E qual seriam as especificidades daqueles que
percorreram as diversas rotas levantadas?
36
2.3.1 Pesquisas e Dados Nacionais
Onde Título
Artigo encontrado Cicloturistas na Estrada Real: Perfil, Forma de Viagem e Implicações para
no capítulo 1 o segmento
Artigos e Perfil do Cicloturista Brasileiro – 2008;
documentos Cicloturismo Religioso na Rota Franciscana;
encontrados ao Cicloturistas na Estrada Real: perfil, forma de viagem e implicações para
ampliar a busca o segmento;
O cicloturismo na perspectiva da gestão urbana na cidade de Curitiba
(PR);
Pesquisa da Fundação Turística de Joinville;
Pesquisa Velotur 2012 - Vale Europeu.
Fonte: Elaboração própria.
38
Para desenvolver a pesquisa, foi utilizado um questionário aplicado aos
turistas que praticam o cicloturismo na cidade de Curitiba. Dentre as perguntas, a
maioria estava relacionada ao perfil socioeconômico, possuindo também perguntas
sobre as distâncias percorridas, os transportes utilizados além da bicicleta e os
atrativos visitados.
Ainda que a temática principal não fosse o estudo do perfil, e sim a correlação
entre a perspectiva da gestão urbana e o cicloturismo, o questionário não fornece
complexidade de dados, permitindo somente análises mais superficiais.
Assim como nas Pesquisas e Dados Nacionais, foi realizada nova pesquisa
visando ampliar a amostra. Como no primeiro capítulo não foram encontrados
artigos específicos sobre perfil dos praticantes de cicloturismo nas produções
internacionais, nova pesquisa em diferentes bases de dados foi realizada. A figura
16 apresenta os títulos encontrados.
Onde Título
39
quantitative analysis”, tratou-se de pesquisa elaborada pelo o EuBike5 em parceria
com o Lifelong Learning Programme 6 e gerou um relatório de aproximadamente 74
páginas obtido via e-mail. Os respondentes eram provenientes da Itália, Áustria,
Alemanha e Suíça. O questionário possuía aproximadamente 30 perguntas, tendo
um enfoque central sobre a prática do cicloturismo durante as férias. Esse enfoque
se manifestava em diversas perguntas, como há quanto tempo praticavam a
atividade, o tipo de terreno favorito, até a estação do ano favorita para a prática.
5
Plataforma de compartilhamento de bicicletas na Europa. Disponível em: http://eubike.bike/sharing/
6
Programa da União Européia relacionado à educação. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Lifelong_Learning_Programme_2007%E2%80%932013
40
relacionado com o segmento. O questionário é estruturado e de fácil compreensão,
sendo possível obter dados importes sobre o público específico estudado.
A pesquisa foi feita com o público que consome estes modais, com
metodologia para identificar o seu perfil, utilizando também de escala de satisfação,
com fim de analisar se esse tipo de negócio de aluguel leva a uma melhora na
atratividade da área turística (NAKAMURA, H. ABE, N. 2016). Nesse caso, é
utilizado o estudo sobre o perfil em relação à atratividade turística, realizando um
cruzamento de dados para refutar ou confirmar as hipóteses estabelecidas pelos
autores, que assim, como no artigo anterior, possui nível de complexidade não
percebido nos estudos nacionais.
41
Mediante as informações coletadas sobre os materiais nacionais e
internacionais em relação ao perfil dos cicloturistas, foram percebidas informações
sobre a estruturação dos questionários e seus objetivos. Na figura 17, foi elaborada
tabela agrupando, de forma resumida, as percepções dos materiais obtidos.
43
Este capítulo tem como objetivo conhecer as especificidades dos cicloturistas
que percorrem e/ou percorreram um ou mais roteiros levantados ao longo do TCC.
Dividido em três tópicos, se inicia apresentando o processo de elaboração da
pesquisa e respectivo conteúdo. Prosseguindo, nas segunda e terceira partes, são
discutidos os dados, em resumo e por meio de cruzamentos.
Antes das seções, foi inserida descrição sobre o objetivo da pesquisa, o que
também proporcionava um filtro de respondentes, visto que somente poderiam
participar pessoas que já tivessem realizado um ou mais percursos, em parte ou
completo (figura 18).
7
Formulário completo no Anexo I.
8
Maiores informações sobre a pesquisa se encontram no segundo capítulo do trabalho, página 39.
44
Figura 18: Pergunta filtro do formulário
Com relação à idade, a figura 20 mostra que a partir dos 30 anos, tanto para
mulheres, quanto para os homens, há uma tendência de crescimento em relação à
prática da atividade, ainda que nas mulheres essa faixa se reduza ao se aproximar
dos 50 anos. Bem, como escrito anteriormente, torna-se necessário ampliar o
estudo, mas se a linha de raciocínio sobre esforço físico estiver correta, pode
47
explicar esses números. Ainda que, não se deva deixar de considerar a “geração
saudável” que está envelhecendo com mais vigor do que em anos anteriores e que
pode alterar esse cenário, mantendo a linha de crescimento a partir dos 30 anos.
Figura 22: Uso diário de bicicleta, por idade, entre os respondentes que praticam
cicloturismo.
49
Fonte: Elaboração própria.
50
Figura 23: Nível acadêmico dos respondentes.
51
considerados de média influência, e os indicadores 6 e 7 considerados de alta
influência.
Critérios
Variáveis Baixo Médio Alto
Cultura 30 43 27
Custo 46 42 12
Esporte 27 44 29
Lazer 9 51 40
Paisagem 5 49 46
Saúde 19 56 25
Turismo 13 40 47
53
Figura 25: Nuvem de palavras sobre outras motivações para o Cicloturismo.
54
Como pode ser visto na figura 26, 40% das respostas consideraram os sites
especializados em cicloturismo e/ou avaliações de atividades como a principal fonte
de consulta, seguido das redes sociais, com 25%. Interessante que o dados, de
certa forma, corrobora com o que foi percebido no segundo capítulo do trabalho9,
pois encontraram-se mais rotas em fontes não oficiais (22), como sites e blogs, do
que no MTur, secretarias de turismo e até mesmo no site do CCB.
9
Figura 14: Rotas cicloturísticas encontradas e respectivas fontes, nas páginas 33, 34, 35.
55
Figura 27: Transporte utilizado para chegar ao(s) roteiro(s).
56
3.2.4 A Viagem
10
Figura 25: Nuvem de palavras sobre outras motivações para o Cicloturismo, página 53
57
A grosso modo, pode-se dizer que embora as pessoas dêem preferência para
viajar acompanhadas, ainda sim, curtem a possibilidade de fazer amizades.
Entretanto, essa afirmativa somente poderá ser confirmada, se houver um
cruzamento que permita verificar se aqueles que indicaram fazer amizades estão
viajando sozinhos ou acompanhados.
58
Quanto aos meios de hospedagem utilizados durante a viagem/percurso, com
39% das respostas, o mais utilizado é pousada, seguida do camping (figura 30).
Mas, de forma geral, todas as opções indicadas no formulário foram preenchidas.
Figura 31: Média de dias utilizados pelos cicloturistas para percorrerem roteiros.
60
Interessante observar que quando se perguntou aos respondentes se eles
realizam os percursos dos roteiros completos ou não, a grande maioria informou que
sim (figura 33).
Entretanto, mais uma vez esse dado se apresenta como um indicador, não se
pode afirmar que se trata de uma tendência nos roteiros existentes ou em novos,
pois para essa certeza ter-se-ia que realizar cruzamento entre o tamanho do
percurso, horas diárias de pedaladas e existência ou não de equipamentos
hoteleiros.
Por outro lado, destaca-se o fato de observar a relação entre quem faz
roteiros completos e incompletos e indicou pedalar entre cinco e oito horas
diariamente. Dos 68 respondentes que informaram realizar o roteiro completo, 41
deles (60,3 %) indicaram pedalar a média de cinco a oito horas. No caso dos
respondentes que fazem o roteiro em parte (32), 23 deles (71,9 %), pedalam a
média entre cinco e oito horas.
61
Figura 34: Alimentação durante os percursos.
Foi percebido que existe uma relação entre hospedagem e tipo de serviço de
alimentação. Isto porque dos 35 cicloturistas que indicaram levar seus próprios
alimentos e bebidas, 27 deles (77,1 %), também utilizam meios de hospedagem de
menor ou até sem custo: camping, albergue/hostel, couch surfing ou cama e café. E,
dos 33 que indicaram utilizar restaurantes, 25 deles (75,8 %) utilizam pousadas e
hotéis.
11
Comparativo entre rotas no segundo capítulo do trabalho, páginas 33, 34 e 35.
62
forma que o respondente apenas marcasse aquele que já havia percorrido,
completo ou em parte12.
Embora essa decisão tornasse a análise dos dados mais complexa, julgou-se
mais conveniente e eficiente para o êxito final. Entretanto, ao chegar “aqui”,
observou-se que dos 100 respondentes, seis não haviam pedalado em nenhum dos
roteiros. Logo, imaginaram-se três alternativas:
visto que os dados levantados neste trabalho estão sendo trabalhados como
indicadores e não como amostra, informar o engano e dar continuidade às
análises.
Voltando-se aos roteiros, observou-se que a rota mais realizada foi o Circuito
Vale Europeu (SC), citado por 47 respondentes. Em seguida, estão o Caminho da
Fé (SP) com 30 respondentes e a Estrada Real (MG), com 30. Chama a atenção o
roteiro Cidade de Afuá (PA), pois não foi citado uma única vez. O resultado completo
pode ser visualizado na figura 35.
12
Formulário completo disponível em apêndice 1.
63
Figura 35: Roteiros citados pelos respondentes como percorridos.
Interessante observar que uma das rotas que mais esteve presente nas
fontes pesquisadas13, a Rota do Descobrimento, aparece como citada apenas cinco
vezes.
Outro ponto notado foi que quatro das cinco rotas com as menores
quantidades de respostas, estão localizadas nas regiões Norte e Nordeste. Somado
a isso, não foram encontradas outras rotas nas mesmas regiões o que mostra o
baixo desenvolvimento do cicloturismo no Norte e Nordeste.
13
Site do MTur, secretarias estaduais de turismo, sites e blogs (capítulo 2).
64
A última pergunta da seção era aberta e solicitava que os respondentes
escrevessem em que ano(s) havia realizado o(s) roteiro(s) marcado(s). O primeiro
ano citado foi de 1986 com apenas um respondente e, desde então, até o ano de
2006, o quantitativo não passou de quatro. Mas, a partir de 2007, verificou-se a
ascensão do cicloturismo, com maior intensidade a partir de 2016. Inclusive, embora
a pesquisa tenha sido fechada ainda no primeiro semestre, já se observou relevante
quantitativo de rotas realizadas em 2019 (figura 36).
65
3.3 Cruzamentos de dados
66
Figura 36: Origem dos respondentes, estados e regiões.
Acre Norte 1 -
Amazonas Norte 1 -
Bahia Nordeste 1 1
Pará Norte - 1
Paraíba Nordeste 2 -
Paraná Sul 7 1
Pernambuco Nordeste 1 -
Tocantins Norte - 1
Total 48 52
67
Interessante ressaltar que foram obtidas respostas em todas as regiões do
país, e que dentro das próprias regiões, os praticantes dos diferentes Estados
responderam de diferentes formas, não possuindo unanimidade nas respostas. Essa
característica pode permite inferir que a atividade cicloturística se desenvolve de
diferentes formas, variando de acordo com seus praticantes.
14
3.2.4 Seção - Rotas de Cicloturismo Nacionais, página 55.
68
Figura 37: Roteiros mais praticados por respondentes de SC e SP.
70
Rotas Origem dos Respondentes
Com mais de 70% das respostas, os cicloturistas das rotas mais populares
optam por realizar os roteiros completos, o que na maioria dos casos requer dias
nos percursos, justificando também a maior busca por pousadas como meio de
hospedagem, com aproximadamente 55% das respostas.
71
implementação da PNMU 15, que visou priorizar os transportes não motorizados,
incentivando o uso da bicicleta (BRASIL, 2013).
15
Política Nacional de Mobilidade Urbana - PNMU
72
CONSIDERAÇÕES FINAIS
73
o segmento pode ser considerado raso, enquanto a realidade do país é
potencialidade no cicloturismo, contendo rotas em diversos estados da federação.
Esse fator limitante pode ser utilizado como sugestão para futura evolução da
pesquisa, onde poderia ser aplicada em forma de pesquisa de campo, em diferentes
regiões do País, para assim ter maior propriedade no que se refere às
características dos cicloturistas nacionais. Além disso, pesquisas visando quem são
os responsáveis pela criação e organização dessas rotas, os motivos referentes à
falta de padronização e ligação entre as mesmas poderão contribuir para o
segmento, já que com mais pesquisas sobre o assunto, mais forte o segmento pode
se tornar.
74
REFERÊNCIAS
_______. Ministério do Turismo. Turismo sobre duas rodas. 2012a. Disponível em:
<http://www.turismo.gov.br/ultimas-noticias/1253-turismo-sobre-duas-rodas.html>.
Acesso em: 02 set. 2018.
_______. Política Nacional de Mobilidade Urbana. Lei Nº 12.587, De 3 De Janeiro
De 2012b.
75
CAPES. QUALIS. 2009. Disponível em:
<http://www.capes.gov.br/component/content/article?id=2550:capes-aprova-a-nova-
classificacao-do-qualis>. Acesso em: 06 nov. 2018.
FULLAGAR, S; PAVLIDIS, A. “It's all about the journey”: women and cycling
events. International Journal of Event and Festival Management. 2012, Vol. 3, N. 2.
GEHL, Jan. Boas cidade para pedalar. In: GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. 2.
ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. p. 182-191.
79
SOARES, A. Circuitos de cicloturismo. Manual de incentivo e orientação para
os municípios brasileiros. Universidade do Estado de Santa Catarina:
Florianópolis, 2010.
APÊNDICE
Apêndice - Questionário: Pesquisa sobre as especificidades dos cicloturistas em
roteiros no Brasil
80
81
82
83
Seção 3 de 7- Motivação para o Cicloturismo
84
Seção 4 de 7 - Preparando a viagem
85
Seção 5 de 7 - A viagem
86
Seção 6 de 7 - Rotas de Cicloturismo Nacionais
87
88
Seção 7 de 7 - Final do Trajeto!
89