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As mulheres costumam pensar que ser líder requer sacrifícios. É claro, você
abre mão de algumas coisas sempre que assume uma função maior. Mas as
mulheres se concentram demais nos aspectos negativos de assumir um papel
de liderança – tempo longe da família, custos adicionais para cuidar das
crianças – e ignoram os aspectos potencialmente positivos. Liderança significa
maior renda, crescimento pessoal e a satisfação profissional que vem com
desafios maiores, mais responsabilidades e maior poder de influência.
Também observei que as mulheres, mais do que os homens, planejam suas
carreiras em passos mais curtos. Muito disso tem a ver, é claro, com
planejamento familiar e responsabilidades parentais. Mas também observei
que as mulheres são mais reticentes em articular aspirações futuras – seja um
emprego que desejam alcançar ou experiências que gostariam de adquirir. O
desafio com isso é que, quando as pessoas expressam suas vontades (quero
esse cargo, quero estar nesse projeto, quero participar dessa reunião), há mais
probabilidade de que isso aconteça e de que haja apoio ao longo do
caminho.
Pergunte a si mesma: “Tenho um plano a longo prazo para a minha carreira?”.
Uma vez, dividi um táxi para o aeroporto com uma mulher que fazia parte de
um programa de alta performance que eu estava conduzindo. Ela era o
símbolo de mulher forte, direta e determinada do leste europeu. Enquanto
falávamos sobre os workshops que eu havia realizado, ela perguntou se
poderia fazer uma rápida ligação antes de continuarmos a conversa.
Eu não podia entender o que ela dizia, mas sabia que estava falando com
uma criança. Sabia que era mãe solteira e que estar longe do filho era difícil.
Quando ela desligou o telefone, conversamos sobre os desafios de ser uma
líder sênior e a principal cuidadora de uma criança. Nesse momento, ela me
contou que sua equipe havia preparado uma intervenção logo antes de sua
vinda ao programa.
Sua equipe era formada por homens e eles a respeitavam imensamente.
Sabiam o quanto ela trabalhava, tanto no escritório como em casa. Mas
queriam que ela soubesse que não precisava assumir todos os desafios sozinha,
não precisava virar a madrugada enviando e-mails, nem conferir tudo o que
eles faziam. Queriam que delegasse mais responsabilidade à equipe para
poderem apoiar tudo o que ela estava tentando fazer.
E foi aí que ela percebeu: na tentativa de fazer tudo, não estava sendo um
bom exemplo para eles nem para o seu filho.
Pesquisas mostram que as mulheres têm mais dificuldade para delegar e
encontrar o nível certo de trabalho que precisam realizar em um desafio
específico. Para líderes, isso significa se concentrar apenas no que traz valor
estratégico, e não fazer o trabalho que deveria ser executado por pessoas um
ou dois níveis abaixo do seu.
Esse foi um dos desafios mais práticos que enfrentei ao liderar minha equipe. O
trabalho que fazíamos era intenso e, naturalmente, eu tinha vasta experiência
em realizá-lo e sabia como chegar ao produto final com mais rapidez e
eficiência. Mas esse não era mais o meu trabalho.
Para a minha equipe atingir o seu potencial máximo, eu precisava ser mais
estratégica e focar em aumentar nossa contribuição financeira, nossa posição
com os clientes e um modelo mais escalável que não fosse tão trabalhoso. Em
uma reunião de equipe, mapeamos o valor estratégico que cada um de nós
precisava agregar. Criamos gatilhos para me manter fora da ação e uma
millennial entusiasmada se ofereceu para me desafogar quando eu precisasse.
Ela perguntava sempre: “O que posso fazer por você?”. Aprendi a confiar
neles e eles sabiam que tinham o meu apoio se cometessem algum erro.
Tivemos alguns escorregões, claro, mas nos tornamos uma máquina muito mais
rápida sem eu obstruindo as engrenagens.
Anteriormente, descrevi o impacto de uma líder que não conseguia abrir mão
do controle e delegar mais à equipe. Apesar de sua forte ética de trabalho,
sua força e seu cuidado genuíno com a equipe e com a organização fazer
dela uma profissional exemplar, sua necessidade de manter o controle e não
abrir mão estava tendo impactos negativos naqueles à sua volta. As mulheres
costumam se importar mais com como, quando e com qual qualidade uma
tarefa é realizada. Muitas vezes, também entra a empatia. Se alguém está
muito ocupado, uma boa colega assume e conclui o trabalho.
Insistir em estar no controle de tudo em casa também pode impactar na sua
capacidade de capitalizar as oportunidades no trabalho.
Uma professora talentosa que conheci foi convidada para o cargo de diretora
em sua escola. Ela nem precisaria se candidatar, a administração a escolheu
pelas suas habilidades naturais de liderança. Mas ela se questionava se daria
conta do trabalho e se sua família conseguiria administrar o maior
compromisso de tempo que um cargo de maior responsabilidade exigiria dela.
Eu a lembrei de que ela não apenas tinha a confiança do conselho como sua
família também era completamente capaz de se adaptar. O marido
preparava o almoço tão bem quanto ela e até gostava de experimentar
novas receitas aos domingos, dia que se dedicava a cozinhar e preparar as
refeições da semana.
Seus filhos tinham um novo quadro de tarefas para ajudar e aprender
responsabilidades, e o dinheiro extra que ela ganhava poderia pagar por
serviços adicionais, como limpeza e entrega de alimentos. Quando ela se
libertou da ideia de que tudo era sua responsabilidade, pôde ver que a
promoção era possível, e até desejável.
Pergunte a si mesma: “Eu sou capaz de abrir mão do controle e concentrar
meu tempo e energia nas atividades mais valiosas?”.
O mito da perfeição aflige a maioria das mulheres. É a busca por ser a sócia,
mãe e filha perfeitas – ter a carreira perfeita, o lar perfeito, a aparência
perfeita. Acreditamos que, para ter tudo, precisamos ser perfeitas em tudo o
que fazemos. Estudos científicos mostraram claramente que as mulheres sofrem
de maiores níveis de ansiedade do que os homens. A crença, segundo
especialistas, é de que essas diferenças podem ser explicadas parcialmente
pelos hormônios, pela química do cérebro e pela criação, que condicionou as
mulheres a se sentir mais responsáveis pela felicidade dos outros, como o
marido ou os filhos.
Esse mindset costuma se manifestar em sentimentos de culpa implacáveis e
inevitáveis. Quando você está em casa, sente-se culpada por não trabalhar. E,
quando está no trabalho, sente-se culpada por não estar em casa.
Porém, há esperança para as mães trabalhadoras. Em um novo estudo de
Harvard, Kathleen McGinn e seus colegas descobriram que filhas de mães
trabalhadoras tiveram mais sucesso no ambiente de trabalho do que suas
colegas. Ganhavam mais e eram mais propensas a assumir cargos de
liderança. Filhos de mães trabalhadoras eram mais propensos a contribuir mais
significativamente para a criação dos filhos e das tarefas de casa. Além disso,
crianças abaixo dos 14 anos, expostas a mães que trabalharam pelo menos
um ano, tornam-se adultos com visões de gênero mais igualitárias.
Pergunte a si mesma: “Eu me enlouqueço tentando ser perfeita?”.
Pense na sua própria liderança em relação às áreas apresentadas. Em quais áreas você se
destaca? Quais áreas você ainda pode desenvolver?
Pergunte a si mesma, você:
Talvez você precise ter uma conversa com a sua gerência sobre como essa pessoa
pode apoiar o seu desenvolvimento e a progressão desejada, caso você não tenha
respondido positivamente a muitas das afirmações acima. Se você se deparou com
muitos obstáculos insuperáveis, pode ser a hora de encontrar uma nova gerência.