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A evidência bíblica do inferno

Christopher Morgan 11 de setembro de 2014 78,181 Visualizações Artigo10 min de leitura


Ministério Fiel Teologia

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Um Jesus amoroso realmente ensinaria sobre o inferno? Sim, e assim também o faz
todo autor do Novo Testamento. Consideremos o que eles ensinam.

O inferno em Mateus
No Sermão do Monte, frequentemente conhecido por sua ênfase no amor e no reino,
Jesus ensina a realidade e a natureza do inferno (5.50-30; 7.13-27). Em Mateus 5.20-
30, Jesus contrasta o inferno com o reino de Deus e adverte que o inferno é um
perigo real para pecadores impenitentes. O fogo do inferno, a justiça do inferno e o
extremo sofrimento no inferno são especialmente enfatizados. Os impenitentes são
advertidos a usarem medidas extremas para evitarem ser lançados lá por Deus.

Conforme Jesus conclui o Sermão do Monte, ele contrasta o reino do céu com os
horrores do inferno (7.13-27). Jesus avisa que o inferno é um lugar de destruição,
descrito como o fim de um caminho largo. O inferno aguarda a cada um que não
entra no reino dos céus — mesmo aqueles que professam conhecer Cristo mas
continuam no pecado. Jesus é o Juiz e Rei que pessoalmente exclui os perversos de
sua presença e do reino dos céus (“Apartai-vos de mim”, 7.23). De fato, aqueles que
falham em seguir a Jesus são como uma casa construída sobre a areia que, no fim,
acaba desmoronando.

Mateus reconta também o surpreendente aviso de Jesus de que os judeus


desprovidos de fé sofrem o perigo de ir para o inferno, que é retratado como as
trevas exteriores e um lugar de intenso sofrimento (8.10-12). Jesus fala do inferno
quando envia seus discípulos dizendo que eles não deveriam temer o homem, mas
apenas Deus, “que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”
(10.28). Nas parábolas de Jesus sobre o joio do campo (13.36-43) e sobre a rede (vv.
47-50), o inferno é visto como uma exclusão ou separação do reino de Deus,
descrito em termos de fogo e um lugar de sofrimento. Mais tarde, jesus descreve o
inferno como um lugar de “fogo eterno” (18.8) e até mesmo adverte os escribas e
fariseus a respeito do inferno, caracterizando-o como inescapável para o impenitente
(23.33).

No Sermão Profético, Jesus fala do castigo futuro nas parábolas dos servos bom e
mau (24.45-51), das virgens (25.1-13), dos talentos (25.14-30) e no trecho das
ovelhas e dos cabritos (25.31-46). Várias verdades a respeito do inferno emergem. O
inferno é castigo pela desobediência ao mestre. O inferno é expresso visualmente
como um lugar onde as pessoas são cortadas em pedaços e colocadas junto aos
hipócritas (24.51) e também como um lugar de sofrimento (24.51; 25.30). Jesus
também aponta para a semelhança do inferno com um lugar exterior, ou um lugar de
exclusão ou separação (25.10-12, 30), como as trevas exteriores (v. 30), como ele
mesmo banindo pessoas de sua presença e do reino (“Apartai-vos de mim”, v. 41), e
como simplesmente condenação ou castigo (vv. 41, 46). O inferno é, então, descrito
como eterno. É um lugar de “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (v.
41) e de “castigo eterno” (v. 46).

O inferno em Marcos
Marcos 9.42-48 é semelhante a Mateus 18.6-9 e registra o ensino de Jesus de que o
inferno é um castigo pelo pecado que é pior que a morte e o sofrimento terreno. O
inferno é a exclusão do reino de Deus, um resultado do ativo julgamento de Deus
sobre o pecado e um lugar de eterno sofrimento.

O inferno em Lucas
Em Lucas 13.1-5, Jesus fala do inferno como um castigo para os impenitentes e
aqueles que estão no inferno são retratados como perecendo. Em Lucas 16.19-31,
Jesus conclama à generosidade aos pobres proclamando que a justiça prevalecerá
através do julgamento vindouro sobre os perversos opressores. O castigo é marcado
por sofrimento, tormento, fogo, agonia, exclusão do céu e em caráter definitivo.

O inferno em Paulo
Tomaria muito espaço fazer um panorama de tudo o que Paulo escreve a respeito do
inferno, então ressaltaremos Romanos e 2 Tessalonicenses.

Em sua carta à igreja romana, Paulo enfatiza que tanto judeus quanto gentios estão
debaixo do pecado, debaixo da ira e do julgamento de Deus. Aqueles que têm fé em
Cristo escaparão. Nesse contexto, Paulo relata importantes verdades a respeito do
inferno.

Primeiro, o castigo futuro é conectado à ira de Deus. Os perversos estão


presentemente sob sua ira (1.18-32), são objetos de ira (9.22), continuamente
acumulam para si ira para o dia da ira (2.5-8; 3.5), e podem ser salvos da ira apenas
pela fé em Cristo (5.9-21).

Segundo, o castigo futuro é o julgamento de Deus. Os perversos são merecidamente


condenados sob o julgamento de Deus, que é imparcial, verdadeiro, justo e certo
(2.1-12; 3.7-8). Essa condenação é resultado do pecado e é o justo castigo pelo
pecado (6.23).

Terceiro, o castigo futuro consistirá em tribulação e angústia. Esse sofrimento não


mostra favoritismo entre judeus e gentios (2.8-11).

Quarto, o castigo futuro consiste em “morte” e “destruição”. Pecadores merecem a


morte (1.32), o salário do pecado é a morte (6.16-23), como pecadores, nós
produzimos o fruto que dá para a morte (7.5), aqueles que vivem de acordo com a
morte devem esperar a morte (8.13), e os pecadores são vasos de ira “preparados
para a destruição” (9.22). Quinto, tanto o pecado quanto o castigo futuro são
separação de Cristo (“anátema, separado de Cristo”; vide 9.3).

Conforme ele encoraja os crentes sofrendo perseguição em 2 Tessalonicenses, Paulo


salienta que a justiça de Deus prevalecerá (1.5-10). Em poucos versos, Paulo
enfatiza várias verdades importantes sobre o inferno: o inferno é o resultado da
justiça retributiva de Deus sobre pecadores; o inferno é um castigo para aqueles que
não conhecem a Deus e não obedecem o evangelho; o inferno é destruição eterna; e
o inferno é exclusão da presença e da majestade de Jesus.

O inferno em Hebreus
Duas passagens em Hebreus falam claramente a respeito do juízo futuro. Hebreus
6.1-3 se refere ao castigo futuro dos perversos como o “juízo eterno” (6.2), que é um
“princípio fundamental” da fé. Hebreus 10.27-30 retrata esse juízo como horrível e
severo, e como um fogo vingador que consumirá os inimigos de Deus. Também
ensina que o inferno vem de Deus como castigo, juízo e retribuição.

O inferno em Tiago
A carta de Tiago retrata o castigo futuro primariamente em termos de destruição,
morte, justiça e sofrimento. Em particular, os opressores murcham e são destruídos
(1.11); o pecado produz a morte e seus descendentes (1.15; vide 5.20); e Deus é o
Legislador e Juiz, capaz de salvar e destruir (4.12). Tiago ensina que os opressores
do povo de Deus merecem ser punidos severamente. Esse justo sofrimento é certo e
severo, visualmente retratado como misérias, carne sendo consumida pelo fogo, e o
dia da matança.

O inferno em Pedro e Judas


A segunda carta de Pedro é cheia de referências ao inferno, e Judas faz um paralelo
muito próximo a 2 Pedro 2. Tanto Pedro quanto Judas descrevem o inferno como
destruição (2 Pedro 2.1, 3, 12; Judas 5, 10, 11), como condenação estando sobre os
perversos (2 Pedro 2.3; Judas 4), e como abismos das trevas onde anjos rebeldes são
reservados para juízo (2 Pedro 2.4; Judas 6 é semelhante). Pedro ilustra o castigo
futuro com um relato de Sodoma e Gomorra sendo reduzidas a cinzas (2 Pedro 2.6)
e adverte que Deus reserva os injustos para o Dia de Juízo, mantendo-os sob castigo
(2.9). Pedro também escreve que o inferno é um lugar de retribuição, ou salário (v.
13) e como a negridão das trevas (v. 17; Judas 13). Judas adiciona que o inferno é
um castigo de fogo eterno (Judas 7, 15, 23).

O inferno no Apocalipse
O Apocalipse ensina que o inferno é um lugar onde a fúria e a ira de Deus são
sentidas em total força (14.10). O inferno é um lugar de intenso sofrimento, cheio de
“fogo e enxofre” (14.10; veja o lago de fogo em 20.10, 14-15; 21.8), um lugar onde
“a fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos” (14.11). O sofrimento é
contínuo: “Não têm descanso algum, nem de dia nem de noite” (14.11), e “serão
atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (20.10).

Em Apocalipse 20.10-15, o apóstolo João enfatiza que o inferno é o justo castigo


para o perverso. Deus lança o diabo, a Besta e o Falso Profeta no inferno. Eles não
governam ou possuem qualquer poder no inferno, mas são “lançados” lá (20.10). Lá
também estão todos aqueles cujos nomes não são encontrados no livro da vida (v.
15). Esses serão separados de Deus no inferno (21.6-8) e banidos do céu (22.15).

Três retratos do inferno


Claramente o castigo futuro dos perversos é um tema significativo na Escritura.
Jesus o ensina, assim como todo escritor do Novo Testamento. Embora este breve
panorama tenha demostrado uma lista de verdades sobre o inferno, três descrições
chave do inferno recorrerão no Novo Testamento:

1. Castigo
O retrato principal do inferno é o de um lugar de sofrimento pelo pecado. O castigo
é merecido, consiste em sofrimento e é eterno.

2. Destruição
Tal destruição é descrita como morte, segunda morte, perda e ruína (veja o artigo
de Robert Peterson para mais informações sobre isso).
3. Ostracismo
Enquanto o castigo salienta o lado ativo do inferno, o ostracismo mostra o horror do
inferno ao ressaltar o que os incrédulos perdem — a própria razão de sua existência,
a saber, glorificar e amar a Deus.

Inferno — é isso que merecemos. Esse é o tamanho da nossa pecaminosidade. Foi


isso que Cristo suportou por amor de nós, e isso deveria nos estimular a
compartilhar o evangelho.

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