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“Ele [Cristo] foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, 19 no qual também foi
e pregou aos espíritos em prisão 20 que há muito tempo desobedeceram, quando Deus
esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída” I Pedro
3:18a-20 (NVI).
“Por meio de Noé, o Espírito Santo, que ressuscitou a Cristo, pregou aos
antediluvianos que estavam presos pelas cadeias do pecado.” Paráfrase do prof.
Leandro Quadros, “Na Mira da Verdade” (Casa), vol. 2, p. 52.
“Alguns defendem que a epístola (1Pe 3:18-20; 4:6) apoia a doutrina da imortalidade
da alma e da consciência após a morte e que, durante o intervalo entre a crucifixão e a
ressurreição, Cristo desceu ao hades, o reino figurado dos mortos (ver com. de Mt
11:23), para pregar aos espíritos desencarnados definhando ali. Todavia, a lógica
desse ponto de vista requer que os “espíritos” aqui mencionados estivessem em um
tipo de purgatório quando Cristo pregou para eles e que o propósito da pregação fosse
lhes dar uma chance de ser salvos e escapar dali. No entanto, a maioria dos
protestantes que creem que Pedro ensina a consciência do ser humano após a morte
ficaria horrorizada em aceitar a doutrina papal do purgatório e o conceito igualmente
antibíblico de uma segunda chance. Quem defende que Pedro apoia aqui a crença na
suposta imortalidade da alma também precisa explicar por que Cristo seria parcial em
não dar aos pecadores de outras gerações a mesma oportunidade dada aos “espíritos”
dos pecadores da época de Noé” CBASD – Comentário Bíblico de Bacon, vol. 7, p.
629.
Pregou: Cristo falou pelo Seu Espírito através de Noé, proclamando a mensagem da
salvação. Esta passagem não pode ser usada para ensinar que no período entre Sua
crucifixão e Sua ressurreição Cristo foi e pregou às almas imortais do povo do tempo
de Noé. Adicionalmente ao fato de que a Bíblia não provê apoio ao conceito de que a
alma é imortal, em sua segunda epístola Pedro exclui a possibilidade que o povo do
tempo de Noé tivesse uma segunda chance e pudessem ainda ser salvos … Andrews
Study Bible.
Prisão: O fato de somente oito pessoas terem escapado do dilúvio (Gn 6:5-13; 1Pe
3:20) evidencia que os antediluvianos estavam firmemente presos ao pecado.
Ninguém, além de Cristo, é capaz de libertar os seres humanos dos hábitos e desejos
maus que Satanás usa para acorrentá-los. CBASD, vol. 7, p. 630.
Com base em 1Pedro 3:19, muitos cristãos creem que, durante Sua morte, Cristo
desceu até o inferno e pregou aos “espíritos em prisão”.
Ao ler 1 Pedro 3:19, deveríamos fazer pelo menos as seguintes perguntas ao texto:
1º Quem pregou?
1ª resposta: Quem pregou não foi Jesus, e sim o Espírito Santo. No final do verso 18
é dito que Cristo foi vivificado pelo Espírito” e, por isso a NVI está corretíssima em
traduzir o termo “Espírito” com letra maiúscula no referido versículo. Isso está em
desarmonia com o que Jesus disse em João 16:8, quando declarou aos discípulos que
é a Terceira Pessoa da Divindade a função de convencer o mundo “do pecado, da
justiça e do juízo”.
Tendo isso em mente, não fica difícil entendermos a primeira parte do verso 19 que
diz: “no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão”. “No qual” se refere ao
“Espírito” do verso 18 e, por isso, se alguém tivesse “descido ao inferno” para “pregar
aos espíritos que lá estavam”, esse alguém foi o Espírito Santo, o “Espírito” que
“vivificou” a Cristo, ressuscitando-O dos mortos (Rm 8:11).
2ª resposta: Os “espíritos em prisão” não são espíritos de pessoas mortas, mas pessoas
que estavam vivas quando a Palavra de Deus foi pregada a elas. Isso fica evidente
quando lemos o verso 20, que descreve esses “espíritos” como sendo aqueles que
“desobedeceram, quando Deus esperava pacientemente, nos dias de Noé […].” Essas
pessoas que desobedeceram a Deus no tempo de Noé foram os antediluvianos,
pessoas reais e não espíritos desencarnados.
Através de 1Pedro 3:19, 20 é possível ver que em alguns casos os autores bíblicos
usam a palavra “espírito” para se referir a pessoas vivas. Leia, por exemplo, 1João 4:1,
onde os falsos profetas (vivos, nos dias de João) são chamados de “espíritos”. Já,
Hebreus 12:22, 23 usa a mesma palavra para descrever os justos a quem a carta de
Hebreus foi escrita.
O apóstolo Pedro nos informa que Noé foi o “pregador da justiça que levou o aviso
divino ao “mundo antigo” (2Pe 2:5) de que deveriam se arrepender dos seus pecados
antes que viessem as águas do dilúvio (Cf. toda a história em Gn 6-9). Porém, os
antediluvianos estavam tão presos pelas cordas dos próprios pecados que não
quiseram atender aos apelos do Espírito Santo feitos por meio de Noé.
“Por meio de Noé, o Espírito Santo, que ressuscitou a Cristo, pregou aos
antediluvianos que estavam presos pelas cadeias do pecado.”
Pedro escreveu a cristão que estavam sendo injustamente insultados pelos pagãos por
causa de suas crenças (1Pe 2:12; 3:9; 16; 4:14) e pede que seus leitores vejam um
contraste entre o mundo mau dos dias de Noé e o mundo em que eles viviam, para
encorajá-los a perseverar em seguir a Deus, mesmo sendo a minoria, assim como Noé
fazia parte da minoria.
E, do mesmo modo que Cristo sofreu pelos pecados da humanidade (1Pe 3:18), os
crentes foram convidados a sofrer por fazer o bem (1Pe 3:17), certos de que receberão
a recompensa do Senhor (cf. Mt 5:11, 12). Afinal, todas as autoridades, sejam
humanas ou angélicas, estão sujeitas ao Salvador que saiu vitorioso da sepultura e
voltou ao Céu para assumir o governo do Universo.
…
O assunto abordado pelo apóstolo nada tem a ver com “vida após a morte”, e sim com
fidelidade e perseverança cristã em meio aos insultos dos descrentes.