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Curso de Discipulado
salvação de Cristo. Esta palavra, a última, também nada tem a ver com o inferno
tradicional.
Surge então a pergunta: e o “fogo eterno” que Apoc. 20 diz que se formará depois
do milênio, com o fogo e enxofre que desce do céu?
A palavra grega para “eterno”, ou equivalente, é AION, que significa uma duração
relativa ao que se refere. Pode estar falando que é eterno “sem fim”, ou que é
eterno “enquanto dura”. Ou seja, precisamos examinar o contexto para saber se é
eterno sem fim, ou eterno até que acabe.
Em Apoc. 20:10 diz que serão atormentados pelos séculos dos séculos (AION TON
AION, em grego, que quer dizer “para sempre”, “eternamente”, conforme algumas
traduções). Mas esse “pelos séculos dos séculos” é previamente explicado no
verso anterior, que diz que o fogo que desceu do céu os “CONSUMIU” (do grego
KATAPHAGEN,a mesma palavra que Jesus utiliza na parábola do semeador para dizer
que as aves COMERAM as sementes que estavam à beira do caminho – cf. Mat. 13:4);
logo, serão atormentados “eternamente” até que toda a substância seja consumida,
tendo como resultado, a destruição - que será “eterna”.
Outro exemplo que nos ajuda a entender este “fogo eterno” é o texto de Judas
6,7, onde diz de forma clara que os anjos estão em trevas esperando o Juízo (o
mesmo que diz Pedro, como já vimos) em “algemas ETERNAS” (AION). Ora, as algemas
eternas serão tiradas quando chegar o Juízo e a condenação final, e a sentença
for decretada, assim, a algema é “eterna” somente até que se cumpra o seu
objetivo.
O verso 7 diz que o “exemplo do fogo eterno” é o da punição que caiu sobre
Sodoma e Gomorra e as cidades vizinhas. Qual foi a punição de Sodoma e Gomorra?
Estão queimando até hoje? Claro que não!
O apóstolo Pedro declara que Sodoma e Gomorra se tornaram em “cinzas” (2Pe 2:6)
para mostrar o exemplo do que acontecerá aos que vivem impiamente.
Deus é amor (cf. 1Jo 4:8). Como podemos crer que Ele deixaria alguém ficar por
milênios, pela eternidade afora, sendo queimado em dores inimagináveis por
pecados de uma vida passageira?
Deus NUNCA falou isso; mas disse que o homem que pecasse, morreria (cf. Ezeq.
18:20); a conseqüência de comer da árvore da Ciência do Bem e do Mal era a morte
(cf. Gên. 2:17).
Quem lançou o ensino da imortalidade não foi Deus, mas sim o diabo (cf. Gên.
3:4).
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Curso de Discipulado
suas responsabilidades nesta vida, em vez de assumir uma atitude positiva. Não
conhecia o verdadeiro significado do segundo grande mandamento da lei, que
ordena amar ao próximo (ver com. Mat. 5:43; 22:39; 25:35-44). Este rico, como a
nação judia, não estava fazendo nenhum bem positivo, e por isso era culpado de
um grave mal: apropriava-se de todas as vantagens que o céu lhe tinha concedido,
desfrutando delas apenas para seu próprio prazer e complacência. Essa era a
lição que Jesus queria ensinar com a parábola, conforme o próprio contexto da
passagem nos esclarece. Não tinha nada que ver com o destino dos mortos, mas sim
com a falta de compaixão que a nação judaica nutria pelos então considerados
“ímpios”.
CONCLUSÃO
Finalmente, o apóstolo Paulo ensina que mesmo os que morreram em Cristo não
estão ainda habitando o céu, a não ser quando ocorrer a ressurreição. Eles não
vão nem para o céu, nem para um lugar de tormento ao morrerem. Isso somente
ocorrerá com a final destruição dos ímpios na volta de Jesus. Também não vão
como almas sem corpo. A Bíblia ensina que se não houver ressurreição “naquele
dia”, todos os que morreram em Cristo, mesmo eles, estarão perdidos (cf. 1Cor.
15:16-18).
É interessante notar como a doutrina da ressurreição dos mortos é pouco falada
nos púlpitos que ensinam a vida após a morte, pois seria uma grande contradição
tentar conciliar estes dois ensinos – ressurreição x recompensa logo após a
morte.
Em Ezeq. 18:23 Deus declara que não tem prazer na MORTE do ímpio, não se compraz
em seu tormento eterno. Perder a salvação, sofrer “conforme as suas obras” e
receber a morte e o esquecimento eterno é a maior punição que Deus pode dar a
alguém. É um verdadeiro SADISMO se deleitar na dor prolongada de alguém. Deus
não faz isso, nem mesmo no ato da morte, quanto mais na contemplação eterna de
alguém em infinitas agonias.
Graças a Deus que sua Palavra nos informa: “não tenho prazer na morte de
ninguém” (Ezeq. 18:32; 33:11), mesmo que seja ímpio. A extinção é a pena máxima.
Louvado seja o Senhor pelo Seu infinito amor pelo ser humano!