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Nos movimentos uniformes progressivos,

Movimento Uniforme

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os valores do deslocamento (∆𝑆) e da distância
(M. U.) percorrida (d) coincidem, pois não há mudanças de
sentido durante o percurso. Nos movimentos
Tanto em movimentos retilíneos como em uniformes retrógrados, o deslocamento é negativo,
movimentos curvilíneos, um móvel pode manter sua mas seu valor absoluto coincide com o valor da
velocidade escalar constante. Quando isso acontece, distância percorrida. Portanto, qualquer que seja o
diz-se que o móvel está em movimento uniforme. sentido de percurso num MU, a distância percorrida
Observe o esquema: é igual ao valor absoluto do deslocamento:
𝑑 = ∆𝑆
2s 4s 6s 8s
10 m 20 m 30 m 40 m Função Horária do espaço do MU: 𝑠 = 𝑓(𝑡)
A posição (S) em que se localiza um móvel em MU
depende do instante (t) considerado, da posição
S S S S inicial (S0) e da velocidade escalar (v) que se
desenvolve sobre a trajetória.
∆𝑆 10 20 30 40 A função horária do espaço, s = f(t) ou espaço em
𝑣𝑚 = = = = = = 5𝑚/𝑠 função do tempo, que mostra essas dependências
∆𝑡 2 4 6 8 é deduzida a seguir:
Note-se que a velocidade escalar instantânea (v) é ∆S S−S0
sempre igual à velocidade escalar média (𝑉𝑚 ) nos No MU, 𝑣 = 𝑣𝑚 ou v = =
movimentos uniformes, pois não há alteração no valor
∆t t−t0
da velocidade em instante algum. Resumindo:
Considera-se o espaço inicial S0 no instante t0 = 0
M. U. → 𝑣 𝑐𝑡𝑒 ≠ 0 e o espaço S no instante t. Então:
∆𝑆 S − S0
𝑣 = 𝑣𝑚 → 𝑣 = v= ou S − S0 = v ∙ t
∆𝑡 t−0
Pode ter qualquer forma de trajetória Finalmente, a função horária do espaço do MU:

Caso a trajetória de um
MU seja uma reta, tem-se S = S0 + v ∙ t
um movimento retilíneo
uniforme (MRU). Essa função horária é uma função do 1º grau, da
forma 𝑓(𝑥) = 𝑎 ∙ 𝑥 + 𝑏.
Não apenas os movimentos uniformes, mas
quaisquer movimentos podem ser classificados em
dois tipos quanto ao sentido do percurso: Diagrama: s x t
Podemos analisar diferentes formas de se
representar os espaços em função do tempo. A
seguir, um mesmo MU está representado três
vezes:
a) Esquematização em trajetória:
s (m)

70
60 t=3s
10 20
0 t=0 30 50
t=1s 40 t=2s
b) Função horária do espaço:
𝑠 = 10 + 20 ∙ 𝑡 (m, s);
c) tabela de valores do espaço em função do
tempo:
s (m) 10 20 30 40 50 60 70
t (s) 0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

A função horária e a tabela têm a


desvantagem de não mostrarem a forma da
trajetória seguida pelo móvel.
Frequentemente, a Física utiliza-se de

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diagramas, nos quais as relações entre duas
grandezas são mostradas graficamente. O mesmo
MU anterior é representado desta forma:

Movimento uniformemente
Portanto, o diagrama é o conjunto formado
VARIADO (M. U. V.)
O movimento uniformemente variado é o
pelo gráfico e pelos eixos que definem o plano de
movimento no qual a velocidade escalar varia
representação.
uniformemente no decorrer do tempo. Quando se
Seguem abaixo resumidamente diagramas
observa que a velocidade de uma partícula é
s x t (espaço em função do tempo) e v x t
uniforme, independentemente de sua trajetória,
(velocidade em função do tempo) para o
diz-se que a partícula possui aceleração constante.
movimento progressivo e retrógrado:
No estudo dos movimentos variados tem particular
Sendo a velocidade constante, importância o movimento variado
isto é, a mesma em qualquer uniformemente. Nesse tipo de movimento,
instante, concluímos que o também conhecido como movimento
gráfico (v x t) é uma reta paralela uniformemente variado, a velocidade varia de uma
ao eixo dos tempos, podendo estar acima para (v > 0) e maneira regular, ou seja, em intervalos de tempos
abaixo quando (v < 0). iguais ocorrem iguais variações de velocidades. A
identificação de um movimento uniformemente
variado pode ser feita por meio de uma tabela, de
um gráfico ou ainda por suas funções horárias.
Uma vez que em intervalos de tempos iguais, as
variações de velocidade são iguais, temos a
seguinte definição:
No movimento uniformemente variado, a
aceleração escalar é constante e não nula.
Matematicamente, temos:

∆𝑽
𝒂𝒎 → 𝒂 =
∆𝒕
A aceleração escalar, de acordo com o sentido de
orientação da trajetória também pode ser positiva,
nula ou negativa:
𝑎 > 0 ==> o valor algébrico da velocidade escalar
aumenta com o decorrer do tempo.
𝑎 = 0 ==> a velocidade permanece constante.
𝑎 < 0 ==> o valor algébrico da velocidade escalar
diminui com o decorrer do tempo.

A Classificação de um movimento com variação de


velocidade escalar, num determinado instante, é
feita da seguinte forma:
I – MOVIMENTO PROGRESSIVO E ACELERADO Função horária da velocidade: 𝒗 = 𝒇(𝒕)

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Vamos considerar um ponto material em movimento
uniformemente variado, como mostra a figura abaixo.

Estando o móvel em MRU, temos a seguinte equação


horária:
∆𝑉 𝑣 − 𝑣0
II – MOVIMENTO PROGRESSIVO E RETARDADO 𝑎𝑚 → 𝑎 = =
∆𝑡 𝑡 − 𝑡0
Para 𝑡0 = 0, temos:

𝑣 = 𝑣0 + 𝑎 ∙ 𝑡
A expressão acima é uma função horária da velocidade
escalar no MUV. Conhecendo a velocidade inicial do
móvel e sua aceleração escalar, podemos determinar a
velocidade escalar do móvel em um determinado
instante t.
III – MOVIMENTO RETRÓGRADO E RETARDADO
Função horária dos espaços: 𝑺 = 𝒇(𝒕)
O conhecimento da função horária de um movimento
talvez seja a meta final para se efetuar a sua descrição:
relacionar todas as posições do móvel com os
respectivos instantes. Como sabemos, o deslocamento
escalar ΔS pode ser obtido por meio da área, no gráfico
da velocidade em função do tempo:

IV – MOVIMENTO RETRÓGRADO E ACELERADO

No gráfico acima temos:


𝑣 + 𝑣0
∆𝑆 = Á𝑟𝑒𝑎 = ( )∙𝑡
2
Sendo
RESUMINDO:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎 ∙ 𝑡, a expressão anterior passa a ser:
𝑣0 + 𝑎 ∙ 𝑡 + 𝑣0
𝑆 − 𝑆0 = ( )∙𝑡
2
2𝑣0 ∙ 𝑡 + 𝑎 ∙ 𝑡 2
𝑆 − 𝑆0 = ( )
2
Que finalmente resulta em:

𝒂 ∙ 𝒕𝟐
𝑺 = 𝑺𝟎 + 𝒗𝟎 ∙ 𝒕 +
𝟐
Essa equação recebe o nome de função horária do
espaço do MRU.
Evangelista

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Torricelli
Nasc.: 15/10/1908 – Faenza
Morte: 25/10/1947 – Florença
Foi um físico e
matemático italiano,
mais conhecido pela
invenção do
barômetro e por
descobertas na área
Lançamento vertical
de óptica. ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE (g)
Se largarmos uma pena e uma pedra de uma mesma
altura, observamos que a pedra chegará antes ao chão.
Por isso, pensamos que quanto mais pesado for o corpo,
mais rápido ele cairá. Porém, se colocarmos a pedra e
Equação de Torricelli a pena em um tubo sem ar (vácuo), observaremos que
A função horária do espaço relaciona as posições com ambos os objetos levam o mesmo tempo para cair.
os instantes. Por outro lado, nos movimentos variados, Assim, concluímos que, se desprezarmos a resistência
a cada instante há uma velocidade. Podemos, então, do ar, todos os corpos, independente de massa ou
estabelecer uma relação direta entre as posições e as formato, cairão com uma aceleração constante: a
respectivas velocidades. Esse procedimento é aceleração da Gravidade.
conveniente nas situações em que a variável tempo não Quando um corpo é lançado nas proximidades da Terra,
aparece. Resumidamente, a equação é: fica então, sujeito à gravidade, que é orientada sempre
na vertical, em direção ao centro do planeta.
𝒗𝟐 = 𝒗𝟐𝟎 + 𝟐 ∙ 𝒂 ∙ ∆𝑺 O valor da gravidade (g) varia de acordo com a latitude
e a altitude do local, mas durante fenômenos de curta
Essa expressão é conhecida como a equação de duração, é tomado como constante e seu valor médio no
Torricelli. É bom ressaltar que os problemas resolvidos nível do mar é:
pela equação de Torricelli podem ser resolvidos também
pelas funções horárias do espaço e da velocidade. 𝒈 = 𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓𝒎/𝒔²
No entanto, como um bom arredondamento, podemos
Tenha agora uma visão global dos diagramas dos usar sem muita perda nos valores:
referidos movimentos.
𝒈 = 𝟏𝟎𝒎/𝒔²
LANÇAMENTO VERTICAL
Um arremesso de um corpo, com velocidade inicial na
direção vertical, recebe o nome de lançamento vertical.
A trajetória descrita pelo móvel é retilínea vertical e o
movimento é classificado como uniformemente variado,
devido à aceleração constante, desprezados os efeitos
do ar, isto é, o movimento independe da massa do
corpo. Conclui-se, então, que o movimento é retardado
na subida e acelerado na descida, mudando o sentido
ao atingir a altura máxima. Veja abaixo os esquemas:

A expressão queda livre, utilizada com frequência,


refere-se a um movimento de descida, livre dos efeitos
do ar; é, portanto, um MUV acelerado sob a ação da
aceleração gravitacional nas proximidades da superfície
da Terra.
10 – Um corpo parte do repouso, acelerado com 2m/s².

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Após percorrer a distância de 16 m, com que velocidade
o móvel se encontrará? 8 m/s

11 – Qual o tempo necessário para que um corpo que


acelera a 2m/s², partindo do repouso, atinja a velocidade
01 – Dois ciclistas que se movem com velocidade de 108km/h? 15 s
constante possuem funções horárias 𝑆1 = 20 + 2 ∙ 𝑡 e
𝑆2 = −40 + 3 ∙ 𝑡; em relação a um mesmo referencial e 12 – O gráfico da velocidade em função do tempo de um
com unidades do Sistema Internacional. Pode-se ciclista, que se move ao longo de uma pista retilínea, é
afirmar que o instante de encontro entre eles é: mostrado a seguir. Considerando que ele mantém a
a) 30 s b) 40 s c) 50 s d) 60 s e) 70 s mesma aceleração entre os instantes t = 0 e t = 7
segundos, determine a distância percorrida neste
02 – Um automóvel se deslocando com velocidade intervalo de tempo. Expresse sua resposta em metros.
constante de 30 m/s está a 600 de outro que se desloca 77 m
com velocidade de 20 m/s. O tempo decorrido até que o
primeiro ultrapasse o segundo é:
Dado: considere os automóveis como pontos materiais.
a) 30 s b) 60 s c) 90 s d) 100 s e) 120 s

03 – Dois móveis cujas funções horárias de suas


posições são SA = 10 + 2.t e SB = 4.t (SI) trafegam numa
mesma trajetória retilínea. Pode-se afirmar que o
instante de encontro entre eles é:
a) 2 s b) 3 s c) 4 s d) 5 s e) 9 s

04 – Um trem de 100 m de comprimento atravessa uma


ponte de 150 m de extensão. Sabendo que a velocidade
desse trem é 36 km/h, o tempo gasto que ele gasta para
atravessa-la é em segundos:
a) 10 b) 20 c) 25 d) 15 e) 30 13 – Um corpo é arremessado verticalmente para cima,
do solo, com velocidade escalar de 30 m/s. Despreze os
05 – Um trem desloca-se com velocidade de 72 km/h, efeitos do ar e adotando 𝑔 = 10𝑚/𝑠 2 , determine:
quando o maquinista vê um obstáculo à sua frente. a) a função horária ℎ = 𝑓(𝑡);
Aciona os freios e pára em 4s. A aceleração média b) a função da velocidade 𝑣 = 𝑓(𝑡);
imprimida ao trem pelos freios, foi em módulo, igual a: c) o tempo de subida;
a) 18 m/s² b) 10 m/s² d) a altura máxima do movimento;
c) 5 m/s² d) 4 m/s² e) o instante de chegada ao solo;
e) zero

06 – Um veículo parte do repouso em movimento 14 – Um corpo é abandonado em um ponto situado a 80


retilíneo e acelera a 2m/s². Pode-se dizer que sua metros acima da superfície da Terra, numa região em
velocidade, após 3 segundos, vale: que a aceleração da gravidade é 𝑔 = 10𝑚/𝑠 2 . Despreze
a) 1 m/s b) 2 m/s a resistência do ar.
c) 3 m/s d) 4 m/s a) Quanto tempo o corpo gasta até atingir o solo?
e) 6 m/s b) Com que velocidade o corpo atinge o solo?

07 – Consideremos um móvel, em movimento 15 – Abandona-se um corpo do alto de uma montanha


uniformemente variado, cuja velocidade varia com o de 180 metros de altura. Desprezando a resistência do
tempo, conforme a tabela a seguir. ar e adotando g = 10 m/s2. Responda:
a) Qual o tempo gasto pelo corpo para atingir o solo?
A aceleração do móvel, em m/s², b) Qual a velocidade do corpo ao atingir o solo?
é:
a) 23 16 – Uma cachoeira tem uma altura de 320m.
b) 17 Desprezando a resistência do ar e adotando 𝑔 =
c) 3 10𝑚/𝑠 2 . Determine, a velocidade da água na base da
d) 4 cachoeira.
e) 11
17 – Um corpo é abandonado de uma altura H, leva 7 s
08 – Em relação aos dados da questão anterior, pede- para chegar ao solo. Dando 𝑔 = 9,8 𝑚/𝑠 2 calcule H.
se determinar:
a) a equação horária da velocidade; a) V = 4 + 3.t; 18 – Abandona-se uma pedra do alto de um edifício e
b) a velocidade no instante t = 5s. b) 19 m/s está atinge o solo 4s depois. Adote 𝑔 = 10𝑚/𝑠 2 e
despreze a resistência do ar. Determine:
09 – A equação horária 𝑆 = 3 + 4 ∙ 𝑡 + 𝑡 2 , em unidades a) a altura do edifício;
do sistema internacional, traduz, em um dado b) o modulo da velocidade da pedra quando atinge o
referencial, o movimento de uma partícula. No instante solo.
𝑡 = 3𝑠, qual a velocidade da partícula? 10 m/s
19 – Um corpo é lançado verticalmente para baixo com

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velocidade inicial de 15m/s. Sabendo-se que a altura
inicial era de 130m, determine o instante em que o corpo
se encontra a 80m do solo. (Dado: 𝑔 = 10𝑚/𝑠 2 ,
despreze a resistência do ar.)

20 – (PUC 2009) Uma bola é lançada verticalmente para


cima. Podemos dizer que no ponto mais alto de sua
trajetória:
a) a velocidade da bola é máxima, e a aceleração da
bola é vertical e para baixo.
b) a velocidade da bola é máxima, e a aceleração da
bola é vertical e para cima.
c) a velocidade da bola é mínima, e a aceleração da bola
é nula.
d) a velocidade da bola é mínima, e a aceleração da
bola é vertical e para baixo
e) a velocidade da bola é mínima, e a aceleração da bola
é vertical e para cima.

21 – (Mackenzie) Lança-se, da superfície terrestre, um


corpo verticalmente para cima, com certa velocidade
inicial. Desprezando-se as forças passivas atuantes
sobre ele, podemos afirmar que:
a) A altura máxima atingida será sempre a mesma,
independentemente da velocidade de lançamento.
b) a altura máxima atingida pelo corpo dependerá de sua
massa.
c) o tempo de subida é diretamente proporcional ao
quadrado da velocidade inicial do corpo
d) em qualquer ponto de sua trajetória, a velocidade
de subida é igual, em módulo, à de queda.
e) na altura máxima, a velocidade é não nula.

22 – (Mackenzie) Estando a certa altura do solo, um


estudante lança uma esfera A verticalmente para cima e
outra, B, verticalmente para baixo, com velocidade de
mesmo módulo. Desprezando a resistência do ar, ao
chegar no solo:
a) a esfera A tem velocidade de módulo maior que a de
B
b) a esfera B tem velocidade de módulo maior que a de
A.
c) as velocidades das duas esferas são diferentes e
dependem da altura
d) as velocidades das duas esferas são iguais
e) a esfera de maior massa tem maior velocidade.

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