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Requisitos e padrões de qualidade da água

1. Padrões de qualidade

1.1. Introdução

Sobre os padrões que generalizam a qualidade da água.


Além dos requisitos de qualidade, que traduzem de uma forma generalizada e
conceitual a qualidade desejada para a água, há a necessidade de se estabelecer
também padrões de qualidade, embasados por um suporte legal. Os padrões devem
ser cumpridos, por força da legislação, pelas entidades envolvidas com a água a ser
utilizada. Da mesma forma que os requisitos, também os padrões são função do uso
previsto para a água.

Em termos práticos, há três tipos de padrão de interesse direto dentro da


Engenharia Ambiental no que tange à qualidade da água:

• Padrões de lançamento no corpo receptor.

• Padrões de qualidade do corpo receptor.

• Padrões de qualidade para determinado uso imediato.

(VON SPERLING Vol.1, 1996 2. ed., p. 42)

2. Poluição das Águas

2.1. Conceitos Básicos


Tem-se por poluição das águas a soma de substâncias ou de formas de energia que, alterem a
natureza do corpo d’agua direta ou indiretamente de forma que torne inviável o uso legitimo que
dele são feitos.

Segundo Von Sperling (1996) Esta definição é essencialmente prática e, em decorrência,


potencialmente polêmica, pelo fato de associar a poluição ao conceito de prejuízo e aos usos do
corpo d'água, conceitos esses atribuídos pelo próprio homem. No entanto, esta visão prática é
importante, principalmente ao se analisar as medidas de controle para a redução da poluição.

♦ Quantificação das cargas poluidoras

Para a avaliação do impacto da poluição e da eficácia das medidas de controle, é


necessária a quantificação das cargas poluidoras afluentes ao corpo d'água. Para
tanto, são necessários levantamentos de campo na área em estudo, incluindo
amostragem dos poluentes, análises de laboratório, medição de vazões e outros. Caso
não seja possível a execução de todos estes itens, pode-se complementar com dados
de literatura. (VON SPERLING Vol.1, 1996 2. ed.)

3. Quantificação das cargas poluidoras do biodiesel em 2021 no Brasil.


Brasil produziu 6,76 bi de litros de biodiesel em 2021
O ano passado não foi inteiramente perdido para o setor de biodiesel. Mesmo com o
governo federal determinando seguidas reduções na mistura obrigatória de maio em
diante numa tentativa de – pelo menos – aliviar a tendência de alta nos preços finais
do diesel, as usinas brasileiras ainda encontraram espaço para aumentarem a
produção em quase 5,1% sobre o ano anterior.

Em termos absolutos, os fabricantes irrigaram o mercado brasileiro com cerca de


6,76 milhões de m³ de biodiesel. São pouco mais de 326,4 mil m³ acima do que foi
apurado ao longo de 2020. (BiodieselBR.com - 01 fev 2022)

Seguindo a literatura do Von Sperling (1996), a quantificação dos poluentes deve ser apresentada em
termos de carga. A carga é expressa em termos de massa por unidade de tempo, podendo ser
calculada por um dos seguintes métodos, dependendo do tipo de problema em análise, da origem do
poluente e dos dados disponíveis (nos cálculos, converter as unidades para se trabalhar sempre em
unidades consistentes, como por exemplo, kg/d):

• Esgoto domésticos e industriais:


o carga = concentração x vazão
• Esgoto doméstico:
o carga = contribuição per capita x população
• Esgoto industriais:
o carga = contribuição por unidade produzida (kg/unid produzida) x produção (unid produzida)
• Drenagem superficial:
o carga = contribuição por unidade de área (kg/km². d) x área (km²)

Para quantificar o potencial poluidor da indústria, foi extraído os dados do portal do BiodiselBr que
contem referência mundial sobre biodiesel. O Brasil produziu 6,76 bi de litros de biodiesel em todo o
ano de 2021.
O que é o biodiesel?

O biodiesel se insere na categoria de fonte de energia renovável, sendo um


combustível biodegradável líquido. Ele é derivado de óleos vegetais extraídos de
diferentes matérias-primas, como palma, mamona, soja, girassol, amendoim, algodão
e canola ou de gorduras animais, sendo obtido, principalmente através do
craqueamento ou transesterificação. No Brasil, a maior parte da produção é a partir
do óleo de soja. (Propeq, julho 1, 2021)

Segundo os autores, o volume total médio de água necessário para produção de 1


litro de biodiesel de soja é de 13,6 litros conforme comprovado na Tabela 1.
Como não se encontrou na tabela de IMHOFF os valores relacionados ao BioDisel, foram usados os
valores do gênero alimentícia - produção de levedura, pois o BioDisel pode vir ser feito através desse
processo.
Pesquisadores fabricam biodiesel a partir de levedura

Pesquisadores da Escola de Engenharia Química de Cockrell da Universidade do Texas


estão desenvolvendo uma levedura geneticamente que converter açúcar comum em
óleos. O óleo pode, então, ser usado na produção de biodiesel. (BiodieselBR.com. - 28
jan 2014)

Conferindo a tabela da Metodologia de IMHOFF (TABELA 2), no gênero alimentícia - produção de


levedura, podemos observar o consumo especifico de água e também a carga especifica de DBO,
foram usados a média dos valores encontrados na tabela 2.

Tabela 2
4. Cálculos pela metodologia IMHOFF:

O consumo especifico de água 150 (m³/uni)


A carga especifica de DBO 1.100 (kg/uni)
A produção de anual foi de 6,76 bi de litros de biodiesel, o ano de 2021 teve 365 dias, logo
18.520.547,94 de litros por dia, aproximadamente 18,521 milhões de litro por dia.7

Vasão Efluentes:
𝑚3 𝑚3 𝑚3 𝑚3
𝑄 ( 𝑑 ) = 18,521  ⋅  104   (𝑑𝑖𝑎 ) ⋅ 150 (𝑚3) = 27.781.500 (𝑑𝑖𝑎 )

Carga orgânica potencial:


𝑘𝑔 𝑚3 𝑚3 𝑘𝑔
𝐶𝑂 ( ) = 18,521  ⋅  104   ( ) ⋅ 1.100 ( ) =  203.731.000 ( )
𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑖𝑎 𝑚3 𝑑𝑖𝑎

Concentração de DBO:
𝑚𝑔 203.731.000 𝑘𝑔 𝑚𝑔
𝐷𝐵𝑂 ( )=   =  7,333  ( 3 ) = 7.333 ( )
𝑙 27.781.500 𝑚 𝑙

Vazão do rio (Qr) = 1,12 m³/s, concentração máxima de DBO aceita: 5mg/L
5. Verificando as quantidades de DBO, percebe-se que é necessário a redução da carga poluidora em
99,93% para que atenda aos requisitos mínimos de aceitabilidade. Observe que o valor obtido foi
alto devido a corresponder a dados de todo o Brasil.

É necessário que seja adotado a redução da DBO nos efluentes que é um processo
complexo, mas algumas estratégias-chave podem torná-lo mais eficiente e eficaz.
Compreender a natureza única dos efluentes e as condições na região específica de
uma instalação de tratamento, permite que os produtos químicos e os processos de
tratamento sejam ajustados e personalizados. O controle de temperatura e
equipamentos de tamanho adequado podem preparar as estações para o sucesso.
Uma abordagem estratégica pode reduzir a DBO nos efluentes de forma rápida e
eficaz. (Digital Water, 2022)

5.1. O processo escolhido para a redução da carga poluidora é o aumento a aeração para processos
de lodo ativado que tem eficácia de 93% à 98%.

Uma das melhores maneiras de reduzir a DBO em efluentes, é aumentar a aeração


em bacias e lagoas de tratamento. A aeração é fundamental para o uso de lodo
ativado, um dos métodos mais populares em todo o mundo para filtrar a
contaminação de efluentes. O lodo ativado usa bactérias benéficas para digerir esgoto
prejudicial e água limpa por meio de processos biológicos.

O oxigênio é necessário para que o lodo ativado funcione. Isso pode parecer irônico a
princípio, já que a DBO depende parcialmente da fome de bactérias e microrganismos
nocivos de oxigênio. No entanto, neste caso os difusores de ar fornecem oxigênio às
bactérias benéficas no lodo ativado, para que elas permaneçam vivas o tempo
suficiente para decompor os resíduos.

O lodo ativado é altamente eficaz na redução da DBO nos efluentes. Funciona


essencialmente através da construção de duas equipes na bacia de aeração e no
clarificador secundário: a equipe de bactérias benéficas e a equipa de resíduos de
lodos. Misturá-los através da aeração, permite que as bactérias benéficas convertam
lenta, mas seguramente os poluentes em lodo residual, que é filtrado e descartado no
clarificador secundário. (Digital Water, 2022)
Referencias:

https://www.biodieselbr.com/noticias/usinas/producao/brasil-produziu-6-76-bi-de-litros-de-
biodiesel-em-2021-010222

https://www.digitalwater.com.br/como-reduzir-dbo-nos-
efluentes/#:~:text=O%20lodo%20ativado%20%C3%A9%20altamente,equipa%20de%20res%C3%ADd
uos%20de%20lodos.

SPERLING, Marcos Von. Introdução a qualidade das águas. Vol.1, 2 ed., 1996.

GERBENS-LEENES, P. W.; HOEKSTRA, A. Y.; van der MEER, T. The water footprint of bioenergy.
Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 106, n. 25, p. 10219-10223, 2009

https://propeq.com/producao-
biodiesel/?gclid=CjwKCAiAzKqdBhAnEiwAePEjkjdB2v48NFkqTSDDSQmM3OU_i2A_1fC8Nyv0GPXAof
84hZYJxAq-zBoCSz4QAvD_BwE

https://www.biodieselbr.com/noticias/pesquisa/pesquisadores-fabricam-biodiesel-partir-levedura-
280114

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