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FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
Salvador
2017.2
JÉSSICA SANTOS GOMES
TCC QUANDO, ONDE, PORQUE, PARA QUÊ E PARA QUEM: Uma Metanálise da
Produção dos Graduandos em Direito da Universidade Federal da Bahia no
Trabalho de Conclusão de Curso.
Salvador
2017.2
JÉSSICA SANTOS GOMES
TCC QUANDO, ONDE, PORQUE, PARA QUÊ E PARA QUEM: Uma Metanálise da
Produção dos Graduandos em Direito da Universidade Federal da Bahia no
Trabalho de Conclusão de Curso.
Salvador
2017.2
“[...] Ebenézer, até aqui nos ajudou o
Senhor.”
I Samuel 7: 12
AGRADECIMENTOS
Chegando ao fim de mais uma etapa, neste momento não posso deixar de
agradecer a todos àqueles que contribuíram nessa jornada.
Primeiramente, a Deus por permitir que tudo isso fosse sonhado e realizado.
A minha família, Luciana Santos, Antônio Gomes e Laércio Santos, por todo apoio e
incentivo incondicional.
Obrigada aos meus amigos de que de perto ou de longe, me incentivam e
torcem por mim. A Fernanda Gonçalves, por estar sempre presente e me confortar,
nos momentos de desespero. A Elisângela da Hora, por acreditar no meu trabalho e
pelo apoio. A Daiana, pela ajuda em alguns momentos, ouvindo meus lamentos. A
Lucas, pelo apoio e conforto nos momentos difíceis.
Aos membros do NUMAC, professora Laíse Magalhães, Osvaldo e Ramanita
Alburquerque, obrigada pelo apoio e carinho.
Ao café e a espingarda, minhas companhias inseparáveis na confecção deste
trabalho. Risos.
E especialmente, ao meu orientador, professor Homero Gouveia, por todo
incentivo, orientação e paciência comigo.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar o perfil dos Trabalhos de
Conclusão de Curso apresentados na Faculdade de Direito da Universidade Federal
da Bahia, nos semestres letivos de 2009.1, 2009.2, 2016.1, 2016.2 e 2017.1.
Utilizou-se de pesquisa quantitativa e qualitativa, além de pesquisa bibliográfica,
documental e empírica para desenvolvê-lo. Os resultados obtidos revelam que o
perfil dos TCCs apresentados na FDUFBA está em significativa transformação, pois
está saindo de um perfil tradicional, onde os trabalhos de cursos apresentados se
davam nas áreas básicas do curso: Direito Constitucional, Direito Penal, Direito do
Trabalho e Direito Civil, para uma abordagem mais interdisciplinar. Também, há
sinais que apontam para uma maior participação de membros da classe
trabalhadora na Instituição, com o advento do curso noturno e da expansão da
democracia dos cursos universitários. Além disso, verificou-se que a regra NBR
6028 da ABNT, que trata dos modelos acadêmicos, não é aplicada correta ou
inteiramente nos TCCs analisados; e, por fim, constatou-se o crescimento da
participação feminina na Faculdade, nos últimos anos.
ABSTRACT
The main objective of this paper is to analyze the profile of the Course Completion
Works presented at the Law Faculty of the Federal University of Bahia, in the
semesters of 2009.1, 2009.2, 2016.1, 2016.2 and 2017.1. We used quantitative and
qualitative research, as well as bibliographic, documentary and empirical research to
develop it. The results show that the profile of the TCCs presented in the FDUFBA is
in a significant transformation, since it is coming from a traditional profile, where the
courses presented were given in the basic areas of the course: Constitutional Law,
Criminal Law, Labor Law and Law For a more interdisciplinary approach. There are
also signs that there is a greater participation of working class members in the
institution, with the advent of night classes and the expansion of democracy in
university courses. In addition, it was verified that ABNT rule NBR 6028, which deals
with academic models, is not applied correctly or entirely in the analyzed CBTs; and,
finally, the growth of female participation in the Faculty in the last years.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO
Para fazer esta explanação foi feita uma pesquisa documental, na própria
Faculdade, levantando Atas de Departamento e Colegiado, Documentos, Site
Institucional e Resoluções do Ministério da Educação.
Como se sabe, o Brasil foi colônia de Portugal entre os séculos XVI e XIX.
Naquele, através da política de ocupação da Coroa, iniciou-se a exploração
econômica, estruturada no povoamento e na exploração da parte conhecida da
Colônia: a faixa de costa litorânea.
A exploração econômica se deu, inicialmente, por meio da indústria
extrativista de riquezas naturais, como ocorreu com a madeira do pau-brasil
(AZEVEDO, SERIACOPI, 2013, p.298-299). Posteriormente, seguiu-se com a
implementação da agricultura e com a exploração de lavouras lucrativas, como a de
cana-de-açúcar e do café, e de outras culturas de importância secundária, como a
do fumo.
A Metrópole, visando à concentração de riquezas em seu território ultramarino
estabeleceu o Pacto Colonial, como uma medida administrativa de normas e regras,
que pregava a exclusividade do comércio externo da Colônia em face da Metrópole.
Também era uma forma de rechaçar concorrentes das explorações da Colônia, que,
consequentemente, promoveriam a autossuficiência da Metrópole (FAUSTO, 2013,
p. 55-56).
O interesse da Metrópole pelo Brasil era meramente comercial. A ideia de
povoamento não ocorreu no primeiro momento; surgiu como uma contingência, uma
imposição: era a forma de tornar a colônia portuguesa atraente para investimentos e
17
O sistema colonial não era, portanto, apenas uma questão comercial, mas
um sistema complexo de fatores econômicos e culturais que se enlaçavam
numa trama por interesses recíprocos entre os setores sociais dominantes
locais e metropolitanos.
1
Texto do Núcleo de Pesquisas sobre Ensino Superior e Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
apresentado na reunião da Academia Brasileira de Ciências e Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência, em junho de 1998.
2
A Reforma Universitária de 1968: “A reforma teve dois princípios norteadores, o controle político das
universidades públicas brasileiras e a formação de mão de obra para economia. As transformações na
organização das universidades do Brasil, com a Lei 5540, de 28 de novembro de 1968, possibilitou o aumento
das matrículas em instituições de ensino superior, principalmente em estabelecimentos de iniciativa privada,
permitiu o prolongamento da interferência dos ideais “revolucionários” na educação superior. A Reforma ao
declarar a autonomia econômica e didático-científica das universidades públicas, estabelece a escolha dos
Reitores ao Presidente da República; cria a unificação das unidades acadêmicas; surge a figura do
Departamento; a anulação dos movimentos estudantis; maior interação ensino-pesquisa, a criação da
monitoria, o aumento de programas de extensão, atividades desportivas, culturais e cívicas, que viabilizassem a
“ocupação” do corpo discente”. Disponível em: www.cchhla.ufrn.br. Acessado em: 18/12/2017.
20
3
O Fórum de Reflexão Universitária foi criado em 1999 por iniciativa do Professor Ivan Chambouleyron, Pró-
Reitor de Pesquisa da Unicamp, para criar um espaço de discussão acadêmica dos problemas do sistema de
ensino superior. O Fórum é composto pelos Professores: Anibal Vercesi (Faculdade de Ciências Médicas),
Daniel Joseph Hogan (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), Ivan Chambouleyron (Instituto de Física ‘Gleb
Wataghin’), José Mario Martínez (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica), José Roberto
de França Arruda (Faculdade de Engenharia Mecânica), Oswaldo Luiz Alves (Instituto de Química), Paulo Arruda
(Instituto de Biologia) e Rodolfo Hoffmann (Instituto de Economia). E-mail para contato com os autores:
ivanch@ifi.unicamp.br. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/spp/v16n4/13570.pdf. Acessado em:
18/12/2017.
21
4
Pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (CNPq) na década de 1980, apud
NOBRE, Marcos. Apontamentos sobre a pesquisa em Direito no Brasil. In: Cadernos Direito GV. São
Paulo: Fundação Getúlio Vargas, n.º 1, set./2004, p. 07.
22
5
Miguel Reale, jurista, filósofo, escritor, nasceu em São Bento do Sapucaí, SP, em 6 de novembro
de 1910, e faleceu na cidade de São Paulo em 14 de abril de 2006. Filho do médico italiano Dr. Braz
Reale e de D. Felicidade da Rosa Góis Chiarardia Reale. Bacharel em Direito em 1934, quando
publicou seu primeiro livro, O Estado moderno. Doutor em Direito, em 1941, quando se tornou
catedrático de Filosofia do Direito, após concurso realizado em setembro de 1940.
Com sua tese Fundamentos do Direito (1940), lançou as bases de sua “Teoria
Tridimensional do Direito”, que se tornaria mundialmente conhecida.
25
Tridimensional porque baseada em: fato, valor e norma, a qual teve um peso
significativo no campo da pesquisa jurídica, pois transporta a advocacia para a
pesquisa jurídica brasileira, através de pareceres casuísticos. Observe-se:
6
“O atual Conselho Nacional de Educação – CNE, órgão colegiado integrante do Ministério da
Educação, foi instituído pela Lei 9.131, de 25/11/95, com a finalidade de colaborar na formulação da
Política Nacional de Educação e exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento
ao Ministro da Educação. As Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, que compõem o
Conselho, são constituídas cada uma, por doze conselheiros, sendo membros natos em cada
Câmara, respectivamente, o Secretário de Educação Fundamental e o Secretário de Educação
Superior do Ministério da Educação, nomeados pelo Presidente da República”. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/observatorio-da-educacao/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-
82187207/14306-cne-historico>. Acesso em: 14 nov.2017.
29
7
Ata do Colegiado de Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, realizada no
dia 21 de novembro de 2003, constante no Livro de Atas do Colegiado da Faculdade de Direito da
Universidade Federal da Bahia. Verso.
8
Livro de Ata da Congregação de 2003/2004.
30
9
Ata do Colegiado de 30 de abril de 2014. Verso.
10
Art. 39. Compete à Congregação: I - apreciar o plano anual da Unidade Universitária; II - propor diretrizes
para a elaboração do orçamento anual da Unidade Universitária, fixando as prioridades para a aplicação dos
recursos; III - promover articulação e compatibilização das atividades e planos de trabalho acadêmicos dos
Colegiados de cursos vinculados à Unidade Universitária; IV - supervisionar a atuação dos Colegiados de cursos
vinculados à Unidade Universitária; V - apreciar propostas, planos, programas e projetos de pesquisa, criação e
inovação e de extensão, educação permanente e serviços no âmbito da Unidade Universitária, submetendo-os
a contínua avaliação, em conformidade com as diretrizes do Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão; VI -
estabelecer instruções e normas a que se devam submeter os órgãos de programação e execução das
atividades de ensino, pesquisa e extensão da Unidade Universitária, em consonância com as diretrizes do
Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão; VII - deliberar sobre a realização de concurso para a carreira do
Magistério Superior, em todas as suas etapas, na forma prevista no Regimento Geral da Universidade; VIII -
avaliar, no âmbito da Unidade Universitária, as políticas de desenvolvimento de pessoal adotadas pela
Universidade Federal da Bahia; IX - pronunciar-se a respeito de pedido de remoção de ocupantes de cargos da
carreira do Magistério Superior e de pessoal técnico administrativo; X - organizar as listas de nomes para
escolha e nomeação, pela autoridade competente, do Diretor e do Vice-Diretor da Unidade Universitária; XI -
eleger, na última reunião ordinária do ano, dentre os seus membros docentes, o Substituto Eventual do Vice-
Diretor; XII - escolher, para mandato de dois anos, os representantes e respectivos suplentes da Unidade
Universitária junto aos Conselhos Acadêmicos e, correlativamente, ao Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e
Extensão; XIII - pronunciar-se, em caráter deliberativo preliminar, a respeito de proposta de criação de Órgão
Complementar a ela vinculado, a ser submetida, posteriormente, à aprovação do Conselho Universitário; XIV -
instituir prêmios escolares e propor a concessão de títulos e dignidades universitárias; XV - manifestar-se sobre
31
qualquer matéria da competência do Diretor, quando por ele solicitado; XVI - avaliar o desempenho global e
aprovar o relatório anual da Unidade Universitária; XVII -julgar, em grau último de recurso, processos
referentes a decisões dos Colegiados de cursos vinculados à Unidade Universitária, bem como dos órgãos
referidos no Art. 36, Parágrafo único. XVIII - elaborar e modificar o Regimento Interno da Unidade Universitária,
submetendo-o à aprovação do Conselho Universitário; XIX - decidir sobre matéria omissa no Regimento Interno
da Unidade Universitária.
11
Art. 34. Compete ao Colegiado: I - eleger, dentre seus membros docentes, o seu Coordenador e o Vice-
Coordenador; II - fixar diretrizes e orientações didáticas para o respectivo curso ou programa, visando a
garantir sua qualidade didático-pedagógica; III - fixar normas para a coordenação interdisciplinar e promover a
integração horizontal e vertical dos componentes curriculares; IV - coordenar e fiscalizar as atividades do curso,
incluindo acompanhamento e avaliação dos componentes curriculares do curso ou programa; V - propor e
aprovar, em primeira instância, alterações no projeto pedagógico e no currículo do curso, bem como criação e
extinção de componentes curriculares; VI - fixar normas quanto à inscrição em componentes curriculares e à
integralização do curso; VII - responsabilizar-se pelas informações referentes aos sistemas oficiais de avaliação;
VIII - subsidiar a instância competente no que se refere a processos de revalidação de diplomas de cursos de
graduação ou de reconhecimento de diplomas de cursos de pós-graduação expedidos por estabelecimentos
estrangeiros de ensino superior; IX - cumprir e fazer cumprir as decisões da Congregação e dos Órgãos
Superiores de Deliberação sobre matérias relativas ao curso; X - encaminhar à instância competente solicitação
de providências que viabilizem o seu funcionamento; XI - planejar, semestralmente, a oferta de componentes
curriculares e definir o horário dos mesmos, de forma a assegurar o cumprimento do turno estabelecido para o
curso; XII - articular-se com órgãos diversos que possibilitem a implementação de ações no campo da pesquisa
e da extensão; XIII - decidir sobre procedimentos referentes aos pedidos de matrícula, trancamento ou
aproveitamento de estudos; XIV - deliberar sobre solicitações, recursos ou representações de alunos referentes
à vida acadêmica dos mesmos, na forma definida no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós-Graduação.
XV - participar diretamente dos programas de avaliação da Instituição, com vistas à manutenção da boa
qualidade de seus cursos; XVI - apreciar o Relatório Anual de Atividades do curso elaborado pelo Coordenador,
encaminhando-o à Congregação; XVII - deliberar, em grau de recurso, sobre decisões do Coordenador do
Colegiado; XVIII - exercer as demais atribuições conferidas por lei, no Regulamento de Ensino de Graduação e
Pós-Graduação, no Regimento Interno da Unidade Universitária ou no seu Regimento próprio, quando for o
caso.
12
Ata da Reunião do Colegiado do Curso de Graduação em Direito, realizada no dia 06 de julho de 2004. Livro
de Ata do Colegiado de Graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, Verso.
32
13
Ata da Reunião do Colegiado do Curso de Graduação em Direito, realizada no dia 16 de agosto de 2004. Livro
de Ata do Colegiado de Graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia.
Anverso.
33
15
Disponível em : http://www2.mec.gov.br/sapiens/portarias/dec5773.htm. Acessado em 01/12/2017.
36
16
“A Pró-Reitoria de Ensino de Graduação tem o papel de coordenar, em articulação com as
Unidades Universitárias e com os Órgãos Complementares, a formulação e a implementação de
políticas para o ensino de graduação e as atividades dos órgãos executores dessas políticas. Além
do assessoramento a gestores acadêmicos, comissões e grupos de trabalho em procedimentos
administrativos e no desenvolvimento de programas e projetos voltados para os cursos de graduação,
compete à PROGRAD: propor e coordenar as formas de acesso aos cursos; gerenciar atividades de
planejamento acadêmico; registrar e gerenciar informações e dados relativos à graduação e expedir
documentos diversos. Seu principal objetivo é criar condições favoráveis à melhoria do
funcionamento da vida acadêmica e da qualidade dos cursos oferecidos pela Universidade Federal
da Bahia”. Disponível em: https://prograd.ufba.br/. Acessado em: 28/11/2017.
37
17
Art. 41 - O Núcleo de Pesquisa e Extensão (NPE) será o órgão de apoio à pesquisa e extensão
universitárias e de estímulo à publicação docente e discente no âmbito da Graduação, sendo
composto pelo Coordenador e Vice-Coordenador designados pelo Colegiado do Curso de
Graduação, com mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução. Art. 42 - Compete ao Núcleo de
Pesquisa e Extensão: I - manter suporte para divulgação e para o registro de dados referentes à
produção intelectual dos docentes, discentes e técnico-administrativos; II - desenvolver ações para
promover a integração entre a Graduação e a Pós-Graduação na realização de pesquisa e de
extensão; III - registrar e acompanhar as atividades dos grupos de pesquisa e de extensão que atuem
no âmbito da Graduação da Faculdade de Direito; IV - reunir e divulgar as informações relacionadas
aos grupos de pesquisa e de extensão. Art. 43 - Compete ao Coordenador do Núcleo de Pesquisa e
Extensão: I - promover a execução das atividades que lhe são inerentes; II - estabelecer o Programa
de Metas do Núcleo, fiscalizando sua execução e apresentando Relatório Anual de seu desempenho;
38
III - tornar público os procedimentos relativos à pesquisa e extensão; Parágrafo único: O Coordenador
do Núcleo poderá contar com a colaboração de professores, mediante ato formal de designação.
18
Ata do CCGD do dia 16 de agosto de 2004
39
4 O DESEVOLVIMENTO METODOLÓGICO
Para Demo, a pesquisa é tida como princípio educativo, formativo, vai além
do que ele chama de “pesquisa profissional, própria da sofisticação acadêmica”
(2008, p. 71). A pesquisa nessa seara é tida como uma forma de poder o
44
A leitura das atas antigas foi feita com um pouco de dificuldade para
compreender as caligrafias, já que são manuscritas. O que não aconteceu com as
atas mais novas, que estão digitadas e coladas no livro, razão pela qual não houve
dificuldades em analisar. Se isso facilita o trabalho no curto prazo, pode significar
um risco para o futuro, pois, como ressaltou na ocasião a bibliotecária já referida, as
atas impressas podem perder informações com o passar do tempo, pois sua
46
durabilidade é curta. Afirma que a elaboração das atas deveria continuar sendo
escritas manualmente no próprio livro e não sendo coladas com a folha impressa.
Ademais, após a coleta dos dados, pode-se fazer a análise das informações,
levando em consideração todas as respostas dadas as perguntas. Alguns
questionamentos surgiram ao longo dessa etapa, tendo que realizar novas
conversas com a Professora Laíse Guimarães para compreender os dados colhidos.
Os estudos das técnicas e instrumentos de pesquisa e sua consequente aplicação
permitiram que as dificuldades encontradas durante a pesquisa fossem
neutralizadas, assim podendo chegar ao resultado esperado da pesquisa.
48
No dizer do autor:
Era orientada por meio de uma lista de colação de grau, fornecida pelo
NUMAC, podendo conferir se estavam todos os TCCs no acervo. O servidor,
Osvaldo, que faz parte dos servidores do Núcleo, ajudou grandemente na
elaboração do levantamento, fornecendo todos os documentos e informações
necessárias para realizá-lo. Após esta atividade de manipulação dos dados, passou-
se a analisá-los, organizando-os em um quadro que descrevia e interpretava as
informações.
O objeto de análise dessa pesquisa foi com base na indução, não houve um
estudo aprofundado nas teorias para escolhê-lo. Os motivos que levaram a
produção dessa monografia já foram explicados acima.
Além dessas subáreas, também tem como variante o TCC que aborda,
simultaneamente, temas com área do Direito e com outras áreas afins do
conhecimento, denominando-se de: Interdisciplinar. Também foi inserida a variante
em que o mesmo trabalho monográfico pode ter tema abordando duas subáreas do
curso de Direito segundo a CAPES; tal tipo TCC denominou-se: de Transdisciplinar.
19
Disponível em: http://www.capes.gov.br/avaliacao/instrumentos-de-apoio/tabela-de-areas-do-
conhecimento-avaliacao. Acessado em: 08/01/2017.
52
Gráfico 01
172
157
138
105 99
Pode-se inferir que isso se deveu ao fato de que, em 2009 ainda não existia
o curso noturno na FDUFBA e também não tinha se concretizado o alcance do
Reuni20. Assim, o menor percentual deve ser explicado levando em consideração
esses dois fatores. Já o ano de 2016 ocorreu uma alta no número de apresentações
dos trabalhos de curso, visto que já estava estruturado o curso noturno de Direito na
FDUFBA, bem como houve a ampliação das vagas nos cursos superiores das
Universidades Federais pelo Brasil, em decorrência do Reuni, fator este de grande
relevância para a inserção da população da classe trabalhadora nas Universidades
Públicas Federais.
20
“O que é o Reuni? A expansão da educação superior conta com o Programa de Apoio a Planos
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que tem como principal objetivo
ampliar o acesso e a permanência na educação superior. Com o Reuni, o governo federal adotou
uma série de medidas para retomar o crescimento do ensino superior público, criando condições para
que as universidades federais promovam a expansão física, acadêmica e pedagógica da rede federal
de educação superior. Os efeitos da iniciativa podem ser percebidos pelos expressivos números da
expansão, iniciada em 2003 e com previsão de conclusão até 2012.As ações do programa
contemplam o aumento de vagas nos cursos de graduação, a ampliação da oferta de cursos
noturnos, a promoção de inovações pedagógicas e o combate à evasão, entre outras metas que têm
o propósito de diminuir as desigualdades sociais no país.O Reuni foi instituído pelo Decreto nº 6.096,
de 24 de abr*il de 2007, e é uma das ações que integram o Plano de Desenvolvimento da Educação
(PDE). Disponível em: http://reuni.mec.gov.br/o-que-e-o-reuni. Acessado em: 28/01/2018.
55
Quadro 1
Gráfico 02
120
100
80
60
40
20
0
2017.1 2016.2 2016.1 2009.2 2009.1
Também se pode inferir que há pouca expressão dos estudos nas subáreas
propedêuticas, tais como: Filosofia do Direito, Antropologia Jurídica, Sociologia
Jurídica e Lógica Jurídica, visto que, apenas em 2017.1 e 2009.2 contiveram
trabalhos acadêmicos na área de Filosofia do Direito e Lógica Jurídica, nos demais
casos os estudos estas áreas estão inseridas em outras áreas do conhecimento.
Verifica-se ainda que há uma leve abertura do Curso de Direito para estudos
interdisciplinares, visto que dos seiscentos e setenta e um trabalhos de cursos,
oitenta e dois foram temas que abordavam alguma subárea do Direito e mais áreas
diversas da Ciência. Esse dado demonstra que já há na Instituição uma visão do
processo educativo em sua dimensão política e social, a partir de um estudo global
do conhecimento, permitindo pensar o Direito para além de uma visão micro e
interna.
Por fim, é importante notar que a FDUFBA tem concretizando um dos eixos
da Reforma Curricular de 2010 do Curso de Direito da FDUFBA, que é tornar o curso
interdisciplinar.
professor não era da instituição, nesse caso colocou-se como não vinculado. Pode-
se visualizar o cenário no gráfico abaixo:
Gráfico 03
76
59 61
45
42
4 2 4 2 3
Temos que:
Gráfico 04
EFETIVO EXTERNO
154
143
128
97 102
14 18
10
2 3
De acordo com o gráfico exposto, dos 671 TCCs, apenas 47 foram orientados por
professores substitutos ou externos, sendo assim, é baixo o número de orientações
de professores não vinculados, visto que há requisitos para estes orientarem alunos
da IES.
61
21
A ABNT é o Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da sociedade brasileira desde a
sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo governo federal por meio de diversos
instrumentos legais.Entidade privada e sem fins lucrativos, a ABNT é membro fundador da
International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização - ISO), da
Comisión Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas -
Copant) e da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização - AMN).
Desde a sua fundação, é também membro da International Electrotechnical Commission (Comissão
Eletrotécnica Internacional – IEC).A ABNT é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras
(ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização
Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE).Desde 1950, a ABNT atua
também na avaliação da conformidade e dispõe de programas para certificação de produtos,
sistemas e rotulagem ambiental. Esta atividade está fundamentada em guias e princípios técnicos
internacionalmente aceitos e alicerçada em uma estrutura técnica e de auditores multidisciplinares,
garantindo credibilidade, ética e reconhecimento dos serviços prestados.Trabalhando em sintonia
com governos e com a sociedade, a ABNT contribui para a implementação de políticas públicas,
promove o desenvolvimento de mercados, a defesa dos consumidores e a segurança de todos os
cidadãos. Disponível em: http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt. Acessado em:28/01/2018.
62
Gráfico 05
90
76 73 76
62 63
48 49
20
14
Conforme se pode constatar neste gráfico, a regra NBR 6028 não é aplicada
corretamente, pois nos semestres analisados há pouca indicação dos métodos
utilizados na investigação da pesquisa nos resumos das monografias. A
porcentagem é muito baixa para trabalhos acadêmicos de natureza científica, visto
que, no semestre de 2017.1, dos cento e trinta e oito TCCs analisados, apenas 25%
dos alunos indicaram a metodologia no resumo, os outros 75% não aplicaram a
regra; no semestre de 2016.2, de cento e trinta e oito investigados, 32% aplicaram a
regra da ABNT, os demais não o fizeram; no semestre de 2016.1, de cento e vinte e
dois TCCs analisados, apenas 26% indicam a metodologia no resumo, os demais
não cumprem a regra; no semestre de 2009.2, de setenta e sete investigados,
apenas 7% seguem a regra, os demais não a cumprem; e, em 2009.1, dos noventa
e seis TCCs analisados, apenas 10% acatam o modelo da ABNT, enquanto os
demais não indicam a metodologia no resumo. Dessa forma, expõe-se:
63
Gráfico 06
2009.1
10%
2017.1
2009.2 25%
7%
2016.1
26%
2016.2
32%
Gráfico 07
SEXO BIOLÓGICO
MASCULINO FEMININO
87 85
77 80
71
67
61
51 48
44
Nos últimos anos, os dados mudaram para uma maior inserção das mulheres
nos cursos de nível superior, por diversos fatores sociais, tais como, a redefinição
dos papeis familiares, sobretudo pela maior mobilidade de grupos feministas.
Ressalta-se que, só a partir de uma análise dos anos que virão, se confirmará
uma provável predominância ou não do sexo biológico femenino apresentando
TCCs na FDUFBA, considerando que, embora com pouca diferença, elas são a
maioria da população nacional.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Cristóvão Domingos de; Silva, Jackson Ronie Sá; Guindani, Joel Felipe.
Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de
História e Ciências Sociais. Ano I, N. 1. Julho de 2009.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. Ed. Universidade de São Paulo. – São Paulo.
2013.
GALEANO, Eduardo. As veias da América Latina. Ed. Paz e Terra. 42ª ed. – Rio
de Janeiro. 2002.
GÜNTHER, Hartmut. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É
a Questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. 22 n. 2, pp. 201-210. Universidade
de Brasília. Maio e Agosto de 2006.
MENDES, José Sacchetta Ramos. O Direito na História: Uma Reflexão Crítica sobre a
Pesquisa em Direito no Brasil. Revista Eletrônica de Metodologia UFBA. Salvador. Vol.1.
p. 1-12. 2013.