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Plano Estratégico 2022-2026

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


FICHA TÉCNICA:

Membros da Comissão do Plano Estratégico:

• Adalberto Alberto (Coordenador);

• Apolinário Joaquim Malauene Nhamposse

• Carlos Alexandre Lauchande

• Geraldo Teodoro Ernesto Mathe

• Guilherme Basílio

• Gustavo Sobrinho Dgedge

• Inocência Manuel João Rondinho

• Ozias Alfredo Matlula

• Sabil Damião Mandala

• Sandra de Fátima Dias Isidoro

• Sílvio Pedro José Saranga

Revisão Linguística:

• Isidro Emil Taela

• Aissa Mithá Issak

Título: Plano Estratégico – 2022-2026

Arranjo Gráfico e Paginação: xxxxx.

Impressão: xxx

Tiragem: xxx exemplares

Propriedade: Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo, Setembro de 2021

Moçambique

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


ÍNDICE

FICHA TÉCNICA: 2

ÍNDICE 3

ACRÓNIMOS 6

1. SUMÁRIO EXECUTIVO 8

2. BREVE HISTORIAL DA UP-MAPUTO 11

2.1 HISTORIAL DE CRIAÇÃO: DO ISP À UP-MAPUTO 11


2.2 DIAGNÓSTICO GERAL DA UP-MAPUTO 13

3. PRINCÍPIOS, MISSÃO VISÃO E VALORES 17

4. EVOLUÇÃO DOS DADOS E INDICADORES GERAIS DA UP-MAPUTO 19

4.1.1 EVOLUÇÃO DOS INGRESSOS, MATRICULADOS E GRADUADOS 19


4.1.2 TENDÊNCIA TEMPORAL DO NÚMERO DE ESTUDANTES EM GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO 20
4.1.3 EVOLUÇÃO DOS ESTUDANTES POR GÉNERO 22
4.1.4 CORPO DOCENTE 22

5. LINHAS DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA 23

6. OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS 26

6.1 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO DE MÉDIO PRAZO 26


6.2 LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: ENSINO 27
6.2.1 REFORMAR E MODERNIZAR O MODELO CURRICULAR 30
6.2.2 ASSEGURAR FORMAÇÃO DE QUALIDADE BASEADA EM PADRÕES CURRICULARES 32
6.2.3 GARANTIR A IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO 34
6.2.4 MELHORAR A EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DO SISTEMA DE ENSINO, COM QUALIDADE E EQUILÍBRIO 35
6.2.5 CONSOLIDAR E TORNAR SUSTENTÁVEL O SISTEMA DE EAD 37
6.2.6 POTENCIAR A PÓS-GRADUAÇÃO 39
6.3 LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO 42
6.3.1 CRIAR CONDIÇÕES PARA A PROMOÇÃO DA PESQUISA 45
6.3.2 ASSEGURAR A PUBLICAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA 46
6.3.3 PROMOVER A PESQUISA DE QUALIDADE 47
6.3.4 DESENVOLVER UM SISTEMA DE GESTÃO DE EXTENSÃO 48
6.3.5 DINAMIZAR UMA CULTURA DE INOVAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 50
6.3.6 ELEVAR O FINANCIAMENTO DA PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO 51
6.4 LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: RECURSOS (HUMANOS/ PATRIMONIAIS/ TECNOLÓGICOS/
BIBLIOTECÁRIOS/ FINANCEIROS) 52
6.4.1 RECURSOS HUMANOS 53
6.4.2 PROJECÇÕES DE DESENVOLVIMENTO DOS RECURSOS HUMANOS 55

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6.4.3 INSTALAÇÕES UNIVERSITÁRIAS 57
6.4.4 REESTRUTURAR UMA REDE DE CONECTIVIDADE (TICS) DE QUALIDADE 61
6.4.5 DESENVOLVER UM SISTEMA DE BIBLIOTECAS 64
6.4.6 RECURSOS FINANCEIROS 65
6.5 LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: GOVERNAÇÃO UNIVERSITÁRIA 76
6.5.1 GARANTIR O FUNCIONAMENTO E TRANSPARÊNCIA DOS ÓRGÃOS COLEGIAIS DE TOMADA DE DECISÕES 78
6.6 LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: COOPERAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO 79
6.6.1 INTERNACIONALIZAR A ACADEMIA E IMPRIMIR MAIOR VISIBILIDADE À UP-MAPUTO 80
6.7 LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: ASSUNTOS TRANSVERSAIS 80
6.7.1 MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA 82
6.7.2 PROMOVER A FORMAÇÃO INTEGRAL DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA 83
6.7.3 PROMOVER UM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO BASEADO NO EQUILÍBRIO DO GÉNERO 83

7. RESUMO DAS LINHAS E OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS 84

LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: ENSINO 84


LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO 85
LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: RECURSOS 85
LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: GOVERNAÇÃO UNIVERSITÁRIA 85
LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: COOPERAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO 85
LINHA DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA: ASSUNTOS TRANSVERSAIS 85

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87

ANEXOS 88

Índice de Tabelas

Tabela 1: Resumo da análise situacional da UPM ................................................................................................ 17


Tabela 2: Evolução de Novos Ingressos, Matriculados e Graduados: 2012-2020 ................................................. 19
Tabela 3: Objectivo 6.2.1: Modernizar o modelo curricular .................................................................................. 32
Tabela 4: Objectivo Estratégico 6.2.2: Assegurar formação de qualidade com base em padrões curriculares .... 33
Tabela 5: 6.2.3: Garantir a Implementação do Currículo ...................................................................................... 35
Tabela 6: Objectivo 6.2.4 Melhorar a Eficiência e Eficácia do Sistema de Ensino ................................................. 36
Tabela 7: Objectivo 6.2.5: Consolidar e Tornar Sustentável o Sistema de EAD ..................................................... 38
Tabela 8: Objectivo 6.2.6: Potenciar a Pós-Graduação ......................................................................................... 40
Tabela 9: Objectivo 6.3.1 Criar condições para a promoção da pesquisa ............................................................. 46
Tabela 10: Objectivo 6.3.2: Assegurar a publicação dos resultados de pesquisa ................................................. 47
Tabela 11: Objectivo 6.3.3: Promover Pesquisa de Qualidade .............................................................................. 48
Tabela 12: Objectivo 6.3.4 Desenvolver um Sistema de Gestão de Extensão ....................................................... 50
Tabela 13: Objectivo 6.3.5 Dinamizar uma cultura de inovação científica e tecnológica ..................................... 51
Tabela 14: Objectivo 6.4.1: Elevar a Qualificação do Corpo Docente, CTA e Gestores ......................................... 54
Tabela 15: Objectivo 6.4..3.1 Maximizar a Capacidade de uso das Instalações existentes .................................. 60
Tabela 16: Objectivo 6.4.3.2 Desenvolver Planta Física Moderna (Novo Campus Universitário) ......................... 60
Tabela 17: Objectivo 6.4.4: Reestruturar e Modernizar uma rede de Conectividade de Qualidade ..................... 63
Tabela 18: Objectivo 6.4.5: Melhorar o Acesso dos Estudantes ao Sistema de Bibliotecas .................................. 64
Tabela 19: Objectivo 6.4.6.1: Elevar os Níveis de Financiamento ......................................................................... 70
Tabela 20: Objectivo 6.4.6.2 Diversificar as Fontes de Financiamento ................................................................. 71
Tabela 21: Objectivo 6.4.6.3: Flexibilizar e melhorar a eficiência da gestão financeira ...................................... 72
Tabela 22: Objectivo 6.5.1 Melhorar o funcionamento e transparência dos Órgãos Colegiais ............................ 78

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Tabela 23: Objectivo 6.6.1: Internacionalizar a Academia e Imprimir Maior Visibilidade a UP-Maputo ............. 80
Tabela 24: Objectivo 6.7.1 Melhorar a Qualidade de Vida da Comunidade Universitária ................................... 82
Tabela 25: Objectivo 6.7.2 Incentivar a Formação Integral da Comunidade Universitária .................................. 83
Tabela 26: Objectivo 6.7.3 Promover um ambiente universitário baseado no equilíbrio do género .................... 83
Tabela 27: Evolução de categorias de estudantes, 2012-2020 ............................................................................. 89
Tabela 28: Evolução do Corpo Docente e CTA, 2014-2020 ................................................................................... 90

Índice de Figuras

Figura 1: Pintura do mural da UP-Maputo, Campus de Lhanguene ..................................................................... 11


Figura 2: Edifício do Campus de Lhanguene ......................................................................................................... 17
Figura 3: Tendência do número de estudantes ..................................................................................................... 20
Figura 4: Momento da visita do Reitor à FCNM .................................................................................................... 23
Figura 5: Estudantes em aula ................................................................................................................................ 27
Figura 6: Projeção do número de estudantes matriculados da UP-Maputo: 2022-2026 ...................................... 41
Figura 7: Aula laboratorial na FCNM .................................................................................................................... 45
Figura 8: Proposta de evolução percentual do Orçamento para Pesquisa, Extensão e Inovação......................... 52
Figura 9: Visita do Reitor à FCTA ........................................................................................................................... 53
Figura 10: Cenários de Evolução do Corpo Docente: 2021-2026 .......................................................................... 55
Figura 11: Cenários de Evolução do Corpo Docente Doutorado: 2021-2026 ........................................................ 56
Figura 12: Cenários de Evolução do Corpo Técnico e Administrativo: 2021-2026 ................................................ 56
Figura 13: Pátio do Campus de Lhanguene ........................................................................................................... 57
Figura 14: Laboratório de Informática .................................................................................................................. 62
Figura 15: Evolução do Orçamento Anual por Fonte de Financiamento, 2011-2020 ........................................... 66
Figura 16: Evolução da proporção da Receita Própria no Orçamento Anual, 2011-2020 .................................... 67
Figura 17: Evolução do Financiamento Anual, 2011-2020 .................................................................................... 68
Figura 18: Projecção de Cenários de Financiamento 2022-2026 .......................................................................... 74
Figura 19: Cenários de Financiamento por Categoria de Despesa: 2021-2026 .................................................... 75
Figura 20: Enconttro do Reitor com Estudantes Internacionais ............................................................................ 77

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Acrónimos

CNAQ – Conselho Nacional de Avaliação de


Qualidade CTA – Corpo Técnico e Administrativo EAD
– Ensino à Distância
FCLCA - Ciências da Linguagem, Comunicação e Arte
FCNM - Ciências Naturais e Matemática
FCSF - Ciências Sociais e Filosofia
FCTA - Ciências da Terra e Ambiente
FEFD - Educação Física e Desporto
FEG - Economia e Gestão
FEP - Ciências da Educação e Psicologia
FET - Engenharias e Tecnologias
GAQ – Gabinete de Autoavaliação e Qualidade
INDE – Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação
ISP – Instituto Superior Pedagógico
MINEDH – Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano
ODS – Objectivos de Desenvolvimento Sustentável
PE – Plano Estratégico
PEUP – Plano Estratégico da Universidade Pedagógica
SNE – Sistema Nacional de Educação
UP – Universidade Pedagógica
UP-Maputo – Universidade Pedagógica de Maputo

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Palavra do Reitor
(Após aprovação do Plano)

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1. Sumário Executivo

Ambiente e Linhas de Orientação Estratégica

O presente Plano Estratégico (PE), para o período 2022-2026, tem como principais linhas de
orientação: a) o Ensino; b) a Pesquisa, a Extensão e a Inovação; c) os Recursos - Humanos,
Instalações Universitários, Informáticos, Bibliotecários e Financeiros; d) a Gestão Universitária;

e) a Cooperação e a Internacionalização; e f) os Assuntos Transversais a todos os sectores da


comunidade universitária.

A elaboração deste PE da UP-Maputo, para o período 2022-2026, ocorre num contexto


prenhe de factores adversos, marcados, nomeadamente, pelo facto de a Universidade estar
em processo de estruturação após a extinção da Universidade Pedagógica e a sua criação
como Universidade Pedagógica de Maputo, pelo Governo, em 2019. Acresce a esta limitante
o ambiente geral da pandemia da Covid-19, com a introdução, inevitável, de restruturações
no funcionamento das instituições, por força dos protocolos sanitários. Estes dois factores
condicionaram a definição do horizonte temporal do Plano, para apenas 5 anos (2022-2026),
na esperança de melhoramento destes factores para o debate de visão a mais longo termo,
a partir de 2027.

A experiência de Planos Estratégicos anteriores, focados, essencialmente, na expansão e


avaliação dos seus resultados, facilitaram, de certo modo, a definição das principais
prioridades para o período do Plano, com foco na Pesquisa Científica e Inovação, como
alavancas para a qualidade de ensino, e ainda com a priorização da área da Educação como
foco principal das actividades de ensino e de extensão, dadas as vantagens comparativas da
UP-Maputo em recursos humanos e experiência acumulada.

As orientações Estratégicas do Ensino centram-se, essencialmente, na reforma e


modernização do actual modelo curricular, que deverá passar a incluir padrões mínimos de
ensino para a garantia da qualidade na formação e na melhoria da eficácia e eficiência em
todos os níveis e modalidades, nomeadamente, o ensino presencial e à distância, nos níveis
de graduação e de pós-graduação, bem como padrões que garantam a ligação entre o
ensino, a pesquisa e as práticas profissionais, respeitando a Inclusão, Equidade, Cooperação
e Solidariedade.

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Na Pesquisa, Extensão e Inovação, as estratégias visam a criação de melhores condições para
a promoção da Pesquisa Científica e Inovação de qualidade, socialmente reconhecida,
incluindo o melhoramento do financiamento, que deverá progredir dos actuais 2% do
orçamento anual da instituição, para cerca de 5% em 2026. Pela mesma via orçamental,
deverão ser, igualmente, melhoradas as facilidades para a publicação e disseminação dos
resultados da pesquisa.

O Plano dedica especial atenção à disponibilidade de recursos em quantidade e qualidade


para a prossecução dos Objectivos Estratégicos de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação,
com orientações estratégicas específicas para a elevação da qualidade dos recursos
humanos, a potenciação do uso optimizado das instalações actuais universitárias, incluindo a
requalificação e manutenção regular, bem como a mobilização de condições técnicas e
financeiras para a construção de um novo campus universitário de raiz a partir de 2026.

Ainda na Linha estratégica dos Recursos, particular ênfase é dada ao financiamento da


infraestrutura informática e à reestruturação do funcionamento do sector, base necessária
para uma conectividade de qualidade que permita uma rápida transição digital para formas
mais virtuais de ensino e de gestão universitária. Espera-se que a modernização da
infraestrutura informática evolua rapidamente para a expansão da oferta de serviços em
formato virtual, sugerindo-se estratégias para o sector se modernizar neste sentido.

Nos Recursos Financeiros, visa-se a elevação dos níveis de financiamento da instituição,


sugerindo-se a necessidade de diversificação das fontes de financiamento, bem como uma
maior flexibilização e eficiência na gestão financeira. É, ainda, proposto um modelo de
orçamentação anual da instituição, pelo qual se espera um financiamento equilibrado de
todos os sectores, com proporcionalidade diferenciada para os sectores de maior enfoque,
nomeadamente, a Pesquisa, a Extensão e a Inovação, o investimento em infraestruturas,
incluindo, a infraestrutura informática e bibliotecária.

O modelo de orçamentação sugere cenários de níveis de orçamentação anual que, a não


serem cobertos pelas disponibilizações fiscais e de receitas próprias, implicarão num
redobrado esforço de gestão da universidade para cobrir os gaps por via de captação de
recursos externos adicionais, particularmente, para os sectores de infraestruturas e de
Pesquisa, Extensão e Inovação.

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O Plano propõe, igualmente, estratégias com vista a aprimorar as actividades de cooperação
e internacionalização, com enfoque numa maior participação da UP-Maputo nos rankings
universitários internacionais.

Por fim, são propostas estratégicas com vista ao melhoramento da sã convivência da


comunidade universitária, visando aspectos transversais, tais como, a observância da
equidade do género, o bem-estar da comunidade, a melhoria na produtividade em todos os
sectores, o engajamento comunitário na educação sobre as pandemias, como o surto em
curso da Covid-19, entre outras.

Espera-se que o cumprimento dos indicadores propostos nos Objectivos Estratégicos do


Plano facilite a criação das bases necessárias para uma planificação estratégica já de longo
alcance, a partir de 2027.

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Figura 1: Pintura do mural da UP-Maputo, Campus de Lhanguene

2. Breve Historial da UP-Maputo

2.1 Historial de criação: do ISP à UP-Maputo

A, hoje, Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) foi fundada em 1985 como Instituto
Superior Pedagógico (ISP), como uma instituição vocacionada para a formação de professores,
para todos os níveis do Sistema Nacional de Educação (SNE), e de profissionais para diversas
vertentes do sector de educação. O ISP iniciou as suas actividades com, apenas, três Faculdades,
a saber: a Faculdade de Matemática e Física, que oferecia o curso de

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Licenciatura em Ensino de Matemática e Física; a Faculdade de História e Geografia, com o
curso de Licenciatura em Ensino de História e Geografia, e a Faculdade de Pedagogia e
Psicologia, que oferecia o curso de Psicologia e Ciências da Educação. Seguiu-se,
gradualmente, a criação de outras Faculdades, designadamente, a Faculdade de Línguas,
com os cursos de Licenciatura em Ensino de Português, Ensino de Inglês e Ensino de Francês,
e, em 1988, foi criada a Faculdade de Química e Biologia, oferecendo cursos de ensino de
Química e Biologia. Ainda como ISP, foi iniciado um processo de expansão, com criação de
Delegações na Beira e em Nampula, primeiras unidades de Ensino Superior fora da capital do
país, desde a proclamação da Independência Nacional.

Em 1995, o ISP passa a Universidade Pedagógica (UP), com a aprovação de novos Estatutos,
correspondendo a uma segunda fase de redefinição de estratégias para cumprir com a sua
missão de formação de técnicos para a educação e áreas afins, incluindo a pós-graduação.
Nesta segunda fase, a UP alargou o seu processo de expansão nacional, com a criação de
delegações em outras províncias, à excepção da Província de Maputo. Dos 180 estudantes
no início do seu funcionamento como ISP, a UP foi crescendo a nível de efectivos estudantis,
tendo atingido, em 2018, 61.784 estudantes.

Ainda no campo de expansão, a UP introduziu cursos na modalidade à distância, e os cursos


presenciais passaram a ser igualmente oferecidos em regime pós-laboral.

Em 2019, por decisão do Governo, a UP é reestruturada, dando origem a cinco novas


Universidades, nomeadamente, a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo), a
Universidade Save (Uni-Save), a Universidade Púngoe (Uni-Púngoè), a Universidade Licungo
(UniLicungo) e a Universidade Rovuma (Uni-Rovuma), como instituições de Ensino Superior
independentes, iniciando-se, assim, uma terceira fase de evolução da Universidade
Pedagógica, então Instituto Superior Pedagógico.

O presente PE da UP-Maputo, nova Universidade, criada em 04 de Março de 2019, pelo


Decreto 05/2019 visa projectar as bases do futuro desenvolvimento instituição, assente em
novos paradigmas da ciência e do papel das Universidades na sociedade, tendo em conta as
actuais contingências macroeconómicas do país.

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A esta abordagem cronológica da evolução da UP-Maputo podem ser agregadas
perspectivas mais específicas de mudança e crescimento da instituição como, por exemplo, a
evolução dos modelos curriculares ao longo do tempo, através de processos de reformas e
revisões curriculares que foram realizados, entre outros aspectos qualitativos.

2.2 Diagnóstico Geral da UP-Maputo

A Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo), Instituição Pública de Ensino Superior,


criada na sequência de desmembramento da Universidade Pedagógica em 5 Universidades,
vai estabelecer o seu primeiro PE de desenvolvimento para os próximos cinco anos.
Considerando que este seja, igualmente, um plano de transição para um contexto de

Universidade com cerca de 14.000 estudantes, 600 docentes (equivalentes1) e 400 técnicos
do Corpo Técnico e Administrativo (CTA), torna-se curial caracterizar a nova instituição nos
seus aspectos internos de funcionamento, bem como na envolvente externa, salientando-se
os aspectos que podem servir de oportunidades ou ameaças ao seu desenvolvimento e
equilíbrio qualitativo.

A nova universidade nasce já com um corpo docente e corpo técnico administrativo com
uma boa qualidade de formação e experiência profissional, em particular, na formação
direcionada para a educação e formação do corpo docente. A UP-Maputo desenvolve
programas de ensino a nível da Graduação e da Pós-graduação, que inclui os níveis de
Mestrado e de Doutoramento, nos regimes presencial e à distância.

O corpo discente é, em grande medida, bem equilibrado em termos de género, e os seus


graduados, particularmente, na área de formação de professores, são facilmente absorvidos
pelo mercado, pois, têm oportunidades de realizar práticas e estágios profissionalizantes
integrados ao longo de toda a sua formação.

Para além dos programas de ensino, a Universidade desenvolve um certo grau de Pesquisa,
Extensão e Inovação, com resultados publicados tanto em livros, como em artigos científicos
em revistas internacionais de pesquisa e em revistas nacionais, sobretudo, para a

1
Docentes necessarios para cobrir determinado numento de estudantes

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disseminação de resultados da pesquisa que é realizada. Existem algumas linhas de pesquisa
consolidadas, bem como núcleos temáticos de pesquisa bastante produtivos.

No geral, a administração e gestão da Universidade permitem o funcionamento pleno das


actividades da missão da instituição, e permitem ainda uma correcta interacção com outras
instituições de Ensino Superior no país.

Diferentes programas de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação são desenvolvidos em


parcerias com instituições congéneres, nacionais e internacionais, sob protocolos e
convénios de entendimento, tendo, inclusive, áreas de ensino disponibilizados para
estudantes internacionais.

No processo do melhoramento do seu funcionamento e desenvolvimento, a UP-Maputo


pode contar com um ambiente social que tem um elevado nível de estima da Marca ‘UP’, da
qual pede mais soluções em termos de formação e profissionalização de professores para o
Sistema Nacional de Educação, devidamente credenciada na formação de professores,
pesquisa educacional, bem como na formação em diferentes áreas de gestão dos sistemas
pedagógicos. Tendo em conta a qualidade de formação e experiência do seu Corpo Docente,
a UP-Maputo pode torna-se numa instituição de referência nacional e internacional, tanto
na Formação, como na Pesquisa de Processos Pedagógicos e de Políticas Educativas.

De forma geral, a procura de formação universitária, com o surgimento de novas áreas de


necessidades de técnicos com formação superior, são necessidades em crescimento na
sociedade que tornam, cada vez mais relevante e imprescindível, o papel da UP-Maputo.

No entanto, a UP-Maputo enferma de certos processos internos que necessitam de


intervenções apropriadas para que possam evoluir de forma eficiente, eficaz e harmoniosa.

Embora tenha herdado, desde a sua fundação como ISP, uma certa infraestrutura para
instalações universitárias, mais ou menos robusta, a mesma não evoluiu significativamente em
termos de espaços para albergar o rápido crescimento da comunidade universitária que orientou
o desenvolvimento anterior, de tal forma que cerca de 40% dos estudantes actuais fazem uso de
instalações arrendadas, situadas em pontos dispersos da cidade de Maputo, o que torna, ainda
mais desafiantes, os processos de gestão académica. A agravar esta situação

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e, devido ao deficiente financiamento do sistema de manutenção, as instalações próprias de
base estão em crescente estado de degradação.

Um dos aspectos que necessita de uma rápida restruturação é o sector de Tecnologias de


Comunicação e Informação, sobretudo, nas actuais condições da pandemia de Covid-19.
Para além da eventual possível desactualização e debilidade dos equipamentos actuais, o
sector não mostra capacidade de adequado nível de manutenção e desenvolvimento de
sistemas no seu todo, tornando a Universidade muito frágil a nível da disponibilidade de TICs
para apoio ao ensino, sobretudo, ao ensino diferido, à distância ou híbrido, bem como na
gestão de outros sistemas de apoio ao ensino, nomeadamente, para a gestão de bibliotecas
e documentação, gestão de recursos humanos, gestão de sistemas financeiros, materiais,
entre outros. Em resumo, a Universidade Pedagógica de Maputo necessidade de
desenvolver, rápida e de forma segura, um sistema de conectividade essencial e moderno
para, facilmente, expandir o ensino com qualidade e garantir uma gestão eficiente e flexível
dos diferentes processos e recursos da instituição.

A UP-Maputo necessita de aumentar, em quantidade e em qualidade de formação e


profissionalização o seu corpo docente, para garantir uma adequada qualidade na Pesquisa e
na expansão da Pós-Graduação, sectores que enfrentam desafios de qualidade e de
eficiência. Este aspecto, em particular poderá ter como resultados uma maior qualidade dos
projectos de pesquisa e, consequentemente, da publicação dos seus resultados, bem como a
solução do crónico problema de baixos níveis de conclusão dos cursos, em particular, os de
nível de mestrado.

Como nota de realce nos Pontos Fracos da instituição, de forma geral, é necessária uma
melhor coordenação entre os diferentes órgãos, níveis e sectores de Gestão Universitária,
por forma a garantir harmonia na planificação, tomada de decisões e comunicação
institucional clara e eficiente, para que todos se sintam envolvidos e participantes nos
principais processos da instituição.

A UP-Maputo vai necessitar de avaliar, em permanência, determinados processos da


envolvente externa que, dependendo da respectiva evolução, à qual a Universidade pouco
poderá influenciar, mas que poderão colocar em risco o futuro desenvolvimento da

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instituição. O principal factor é referente aos níveis de financiamento para o funcionamento
e para o investimento, tanto em infraestruturas, como em projectos de modernização nos
diferentes sectores. Sendo a UP-Maputo uma Instituição de Ensino Superior Pública, devem
ser clarificados e observados os modelos de financiamento estatal que garantam o
funcionamento, com qualidade, da instituição. Ainda assim, impõe-se o imperativo de
diversificação das fontes de financiamento, de forma devidamente planificada.

Tendo em conta que alguma legislação do Aparelho de Estado, em geral, conflitua com as
necessidades de desenvolvimento, com autonomia, da pesquisa e ensino a nível
universitário, a Direcção da Universidade deverá encetar um diálogo equilibrado com o
Estado para que sejam preservadas as características universais do funcionamento de uma
Instituição de Ensino Superior.

A UP-Maputo deverá estar permanentemente atenta ao surgimento massivo de IES Públicas


e Privadas que promovem formações em áreas similares, o que desencadeia um factor de
concorrência, com possíveis efeitos perversos, nos níveis de financiamento e na
multiplicação da oferta de cursos similares.

Finalmente, espera-se que a UP-Maputo estabeleça formas criativas para contornar


eventuais efeitos perversos da actual pandemia da Covid-19, podendo haver necessidade de
desenvolver, o mais rapidamente possível, as melhorias na conectividade, para, de forma
mais eficiente, oferecer alternativas funcionais de ensino, sem prejuízo da qualidade e
consequente competitividade da instituição.

Tabela-Resumo da análise situacional da UP:

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Tabela 1: Resumo da análise situacional da UPM
Pontos Fortes: Pontos Fracos
1. Existência de docentes com elevada formação e experiência de 1. Insuficientes Recursos humanos e financeiros alocados à Pesquisa
ensino e pesquisa na área de educação; Científica e Pós-graduação;
2. Boa empregabilidade dos graduados (formação de 2. Fraca conectividade TICs (dificulta em particular o ensino virtual);
professores); 3. Dificuldade de coordenação entre diferentes níveis/sectores de gestão
3. Desenvolvimento de programas de pós-graduação da instituição;
(Mestrados/Doutoramentos); 4. Pouco alinhamento entre cursos de Graduação/Pós-Graduação e
4. Oferta de Ensino à Distância; Pesquisa;
5. Internacionalização de algumas áreas de ensino e pesquisa 5. Exiguidade e vetustez de espaços físicos para o pleno funcionamento
(cursos frequentados por estudantes internacionais); das actividades de ensino, pesquisa e gestão, bem como a sua elevada
6. Práticas e estágios profissionalizantes integrados; dispersão pela cidade de Maputo;
7. Parcerias internacionais em programas de formação e de 6. Regulamentação geral desatualizada;
pesquisa; 7. Insuficiência de laboratórios para o ensino e para a pesquisa;
8. Sistema Integrado de Gestão Académica – SIGEUP. 8. Fragilidades dos serviços de apoio social;
Oportunidades Ameaças
1. Procura crescente da formação superior; 1. Redução continuada do financiamento por parte Estado;
2. Surgimento de novas áreas de saber no mercado; 2. Pouco financiamento para despesas de investimento;
3. Instituição pública reconhecida na formação de professores 3. Incompatibilidade da legislação da Administração Pública com a missão
4. Poucas instituições de pesquisa na área de educação: das IES;
5. Necessidade crescente de aperfeiçoamento profissional de 4. Surgimento rápido de muitas instituições de ensino superior públicas e
professores nos diferentes níveis do Sistema Nacional de privadas, concorrenciais nas áreas de ensino e no financiamento
Educação; público;
6. Crescente interesse de parceiros na cooperação com a UP- 5. Incertezas geradas pela imprevisibilidade da evolução da pandemia
Maputo; Covid-19;

Figura 2: Edifício do Campus de Lhanguene

3. Princípios, Missão visão e Valores

Em conformidade com os Estatutos aprovados pelo Conselho de Ministros, apresentam-se,


em seguida, os Princípios, Missão, Visão e Valores da UP-Maputo:

PRINCÍPIOS

1. A Universidade, como instituição de Ensino Superior, actua de acordo com os seguintes


princípios:
a) Respeito pela dignidade da pessoa humana e pelos direitos fundamentais a ela inerentes;

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


b) Democracia e pluralismo de expressão;
c) Igualdade, tolerância e não discriminação;
d) Valorização dos ideais da pátria, ciência e humanidade;
e) Liberdade de criação cultural, artística, científica e tecnológica;

f) Participação no desenvolvimento económico, científico, social e cultural do país, da região


e do mundo;
g) Autonomia administrativa, financeira, patrimonial e científico-pedagógico.

2. Para além dos princípios definidos no número anterior, a Universidade orienta-se pelos
princípios definidos nos artigos 1 e 2 da Lei n° 6/92, de 6 de Maio, que aprova o Sistema
Nacional de Educação, e pela Lei n° 27/2009 de 29 de Setembro, Lei do Ensino Superior.

MISSÃO

A Universidade Pedagógica de Maputo tem como missão formar técnicos superiores com
qualidade de modo a que contribuam de forma criativa para um desenvolvimento
económico e sociocultural sustentável.

VISÃO

A Universidade Pedagógica de Maputo pretende ser uma instituição de ensino superior de


qualidade e excelência no processo de ensino e aprendizagem e nos serviços de pesquisa e
extensão a nível nacional, regional e internacional.

VALORES

A Universidade rege-se pelos seguintes


valores: a) Excelência Académica;
b) Cultura Académica;

c) Liberdade de Pensamento e de
expressão; d) Autonomia;
e) Internacionalização;

f) Humanismo e Integridade;
g) Igualdade e Equidade; e
h) Reforço da cidadania, do patriotismo, da consciência cívica e ética.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


4. Evolução dos dados e indicadores gerais da UP-Maputo

Nesta secção é feita uma análise da evolução dos indicadores de população estudantil,
docentes e corpo técnico e administrativo. São também analisados os indicadores
financeiros. Com base nestes indicadores é feita a projecção dos indicadores para o período
2022 a 2026, tendo em consideração a linha de orientação para este plano, cuja base é o
paradigma da melhoria da pesquisa e da qualidade de ensino. Consequentemente, a
consolidação da dimensão actual de estudantes é um dos vectores fundamentais na
projecção do número de estudantes de graduação e pós-graduação.

É importante destacar que dados gerais, entre 2012 e 2020, não mostram uma tendência
crescente, mas sim uma propensão à estabilização, o que é consentâneo com as perspetivas
do plano de direccionar o investimento, fundamentalmente, para melhoria das condições
para a pesquisa e qualidade de ensino.

4.1.1 Evolução dos ingressos, matriculados e graduados

A Tabela 1 mostra os dados relativos a novos ingressos, matriculados e graduados. A taxa


anual de novos ingressos e matriculados não tem variado substancialmente, o que mostra
uma certa estabilização dos valores. A partir de 2014 a variação oscila nos 10%, tanto para
mais como para menos. Nos três últimos anos, a taxa de crescimento dos estudantes
matriculados baixou de 8% para 1%. A Figura 1 ilustra uma tendência de estabilização do
número de matriculados. A taxa de graduados tem tido o mesmo comportamento,
exceptuando nos anos 2013 e 2014 .

Tabela 2: Evolução de Novos Ingressos, Matriculados e Graduados: 2012-2020


2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020*
Novos Ingressos 3,046 2,860 3,063 3,257 2,829 3,361 3,027 3,306 2,887
Taxa anual de novos ingressos -6% 7% 6% -13% 19% -10% 9% -13%
Matriculados 7,850 10,916 11,431 11,859 12,508 13,550 14,403 14,501 13,206
Taxa anual de Matriculados 39% 5% 4% 5% 8% 6% 1% -9%
Graduados 564 901 1,750 1,766 1,366 1,651 1,773 2,065
Taxa anual de Graduados 60% 94% 1% -23% 21% 7% 16%

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


A figura 1, que se segue, mostra o histórico temporal dos fluxos das diferentes categorias
de estudantes matriculados.

Tx de Variação Anual de Estudantes Matriculados, Novos Ingressos e Graduados


1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
-0,2
-0,4
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Tx Anual Matriculados 0,4 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1 0,0
Tx Anual Novos Ingressos -0,1 0,1 0,1 -0,1 0,2 -0,1 0,1
Tx Anual Graduados 0,6 0,9 0,0 -0,2 0,2 0,1 0,2

Figura 3: Tendência do número de estudantes

Portanto, com base nos dados, é possível argumentar que a série temporal de dados
históricos não mostra uma tendência de expansão do número de estudantes na instituição.
O que ilustra que o sistema apresenta pré-requisitos para que o investimento, nos próximos
anos, seja direcionado para a melhoria de condições do processo de ensino e aprendizagem
e não para a expansão da instituição.

4.1.2 Tendência temporal do número de estudantes em graduação e pós-graduação

A Tabela 2 e a Figura 2 apresentam a evolução do número de estudantes em graduação e


pós-graduação entre 2012 e 2019. Embora os dados apresentem uma certa estabilização no
número total de matriculados, a taxa de variação anual entre o número de graduados e a
pós-graduação é acentuada. Por exemplo, a nível do mestrado, o número de estudantes
passou de 1088 para 459 entre 2017 e 2019.

Tabela 2: Evolução de Estudantes Matriculados por Nível de Formação: 2012-2020


2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Doutoramento 0 0 48 142 142 145 120 107
Taxa de Variação 196% 0% 2% -17% -11%
Mestrado 319 1,032 1,339 549 946 1,088 860 459
Taxa de Variação 224% 30% -59% 72% 15% -21% -47%
Licenciatura 7,531 9,884 10,044 11,168 11,420 12,317 13,423 13,935
Taxa de Variação 31% 2% 11% 2% 8% 9% 4%

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


O que ilustra um acentuado decrescimento. Por exemplo, o número de mestrandos decresceu
em 50% entre 2017 e 2019. É necessário identificar os factores que concorrem para esta situação
e estabelecer estratégias que permitam uma maior atractividade para estes cursos.

Figura 2: Tendência da evolução do número de estudantes por nível

A figura 3 mostra a proporção de estudantes nas diferentes modalidades. Os dados sugerem


que, ao longo dos anos, não tem havido grandes diferenças na proporção de estudantes das
várias modalidades, embora se observe alguma tendência decrescente na modalidade de
ensino à distância. As modalidades laboral e pós-laboral representam, sensivelmente, a
mesma proporção (45%) e a modalidade de ensino à distância representa a restante parte
(10%). Esta modalidade passou de 11% em 2012 para 7% em 2020. É importante considerar
que a aderência à pesquisa é mais provável entre os estudantes dos cursos laborais do que
os pós-laborais, embora estes últimos sejam uma fonte importante para as receitas próprias.
Como consequência, a médio prazo é necessário adoptar medidas que promovam o
aumento substancial dos estudantes do regime laboral comparativamente ao pós-laboral.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Figura 3: Tendência da evolução do número de estudantes por Modalidade/Regime

4.1.3 Evolução dos estudantes por género

A Figura 4, abaixo, demonstra a representação dos estudantes por género. A representação


do género feminino tem melhorado ao longo dos anos, tendo passado de 43% em 2012 para
58% em 2020.

Figura 4: Tendência da evolução dos número de estudantes por Género

4.1.4 Corpo Docente

A Figura 5, abaixo, apresenta a evolução do corpo docente, entre 2014 e 2020. Neste período, a
estrutura da composição do corpo docente mostra um ligeiro crescimento do número de
docentes doutorados e uma estagnação no número de mestrados. O número de doutorados em
2014 era de 21% e, em 2019, situa-se nos 25%, enquanto o peso dos mestrados variou

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


entre os 44%, em 2014, e 43% em 2019. Tendo em consideração que o paradigma dominante
neste plano é a pesquisa e a qualidade de ensino, é importante adoptar estratégias que
possibilitem incrementar, significativamente, os números de doutorados e mestrados.

Figura 5: Tendência da evolução do número de docentes por nível de Ensino

Figura 4: Momento da visita do Reitor à FCNM

5. Linhas de Orientação Estratégica

As ideias de Linhas de Orientação Estratégica, neste PE, referem-se a uma congregação de


Objectivos e Actividades que confluem para a orientação do desenvolvimento previsível de
cada um dos principais pilares da missão da Universidade, nomeadamente, o Ensino, a

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Pesquisa e a Extensão Universitária. São, igualmente, definidas como Linhas de Orientação
Estratégica os Recursos de apoio, nomeadamente, os Recursos Humanos, as Instalações
Universitárias, a Infraestrutura Informática (Conectividade), o Sistema Bibliotecário, os
Recursos Financeiros, a Gestão Universitária, a Cooperação e os Assuntos Transversais. Cada
Linha de Orientação Estratégica comporta os seguintes Objectivos Estratégicos:

1. Ensino

1.1 Modernizar o modelo curricular


1.2 Assegurar formação de qualidade com base em padrões do currículo
1.3 Garantir a Implementação do Currículo
1.4 Garantir acesso e Equidade
1.5 Melhorar a Eficiência e Eficácia do Ensino, com qualidade e equilíbrio
1.6 Consolidar e Tornar Sustentável o Sistema de EAD
1.7 Potenciar a Pós-Graduação

2. Pesquisa, Extensão e Inovação

2.1 Criar condições para a promoção da pesquisa


2.2 Assegurar a publicação dos resultados de pesquisa
2.3 Promover pesquisa de qualidade
2.4 Desenvolver um sistema de gestão da Extensão Universitária

3. Recursos:
i. Instalações Universitárias
3.1.1 Elaborar um mapeamento das Instalações Universitárias que maximize a sua
capacidade;
3.1.2 Desenvolver uma Planta Física Moderna;
ii. Infraestrutura Informática (Conectividade)
3.2.1 Reestruturar uma rede de qualidade das TICs
iii. Infraestrutura Bibliotecária
3.3.1 Melhorar o acesso dos estudantes à rede de bibliotecas
iv. Recursos Humanos
3.4.1 Elevar a qualificação do Corpo Docente, CTA e Gestores
v. Recursos Financeiros
3.5.1 Elevar os níveis de Financiamento
3.5.2 Diversificar as Fontes de Financiamento
3.5.3 Flexibilizar e melhorar a eficiência da gestão financeira
4. Gestão Universitária

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


1.1 Melhorar o funcionamento e a transparência dos Órgãos Colegiais de tomada de
decisões
1.2 Desenvolver um sistema de produção e circulação de informação para a gestão
5. Cooperação e Internacionalização
5.1 Internacionalizar a Academia e Imprimir Maior Visibilidade à UP-Maputo
6. Assuntos Transversais
1.8 Melhorar a qualidade de vida da comunidade universitária
1.9 Incentivar a Formação Integral da Comunidade Universitária Através da Promoção
cultural e desportiva

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


6. Objectivos Estratégicos

6.1 Síntese da Avaliação de Médio Prazo

No contexto anterior de Universidade com Delegações em todas as províncias do país, a


Universidade Pedagógica definiu, em 2010, um PE, documento orientador para o seu
desenvolvimento. Da avaliação global feita ao plano, em 2018, constatou-se que, em relação
à então UP-Sede, actual UP-Maputo:

• Houve crescimento dos indicadores demográficos relacionados com evolução dos


estudantes, do corpo docente e do corpo técnico e administrativo (CTA). Contudo,
continuava um desafio a necessidade de maior eficácia no ensino, nomeadamente, a
necessidade de melhoria dos índices de conclusão de cursos, em tempo útil, nas
licenciaturas e mestrados, corrigindo-se os ‘malparados’, estudantes que se
matriculam, mas não terminam os cursos;

• Estudos sobre a empregabilidade dos graduados contribuíram para o ajustamento


dos processos de implementação do currículo, incluindo algumas revisões pontuais;

• Melhorar o ambiente de pesquisa, assegurando a implementação de um programa


integrado de investigação, com mais projectos, bem como a publicação de resultados
em revistas de referência;

• Elevou-se o nível de formação académica dos docentes a nível de mestrado e


doutoramento, bem como a formação académica geral do CTA;

• O indicador de construção de infraestruturas de raiz para a Universidade foi o menos


conseguido, pois, para além da reabilitação de alguns edifícios, iniciaram-se apenas
as obras de preparação para a construção de um campus universitário em Bobole,
quando a previsão inicial indicava para um campus novo construído para 17.000
estudantes;

• Necessidade de melhoria das condições de vida dos estudantes com maior


incremento das infraestruturas residenciais e desportivas;

• Notou-se ser urgente a reestruturação do EAD, sobretudo, para incrementar a


coordenação/articulação com os sectores pedagógicos da UP, em geral, e com as
Faculdades, em particular, para não comprometer o objectivo geral da melhoria da
qualidade de ensino.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Estes são alguns dos resultados conseguidos na base do PE PEUP 2011-2017, avaliados como
globalmente positivos, à excepção das infraestruturas.

Figura 5: Estudantes em aula

6.2 Linha de Orientação Estratégica: Ensino

A componente de ensino constitui um dos pilares fundamentais em cada Universidade. Esta


componente está directamente dependente de vários elementos, entre os quais destacam-
se o currículo; a formação e a capacitação contínua do corpo docente e existência de
infraestruturas modernizadas.

Em relação ao currículo, o decurso das actividades de ensino-aprendizagem exige uma


planificação do currículo. No PE 2011-2017, está destacado que a “qualidade de educação
depende, em certa medida, da planificação do currículo, sua construção e implementação,
monitoria e avaliação”. Assim, o desafio da UP-Maputo nesta linha é melhorar o currículo de
acordo com o desenvolvimento da sociedade, das demandas nacionais e internacionais e
com a Agenda 2030. Outrossim, a Universidade está num movimento de reforma curricular
visando construir um currículo adequado às situações das tecnologias de ponta e das
calamidades naturais e desastres, ou seja, um currículo híbrido.

Trata-se de um currículo flexível às mudanças socioculturais e que garanta a mobilidade interna


e externa possibilitando, aos estudantes, a frequência de minors fora das Faculdades/Escolas, a
transferência de créditos académicos, dentro e fora da Universidade. O

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


currículo poderá melhorar as metodologias de ensino-aprendizagem, priorizando a
aprendizagem significativa ao longo da vida e a metodologia centrada no estudante.

Em relação à componente do Corpo Docente, o PE continuará a potenciar a formação e a


especialização do Corpo Docente, quer no processo de ensino-aprendizagem, quer em
processos de pesquisa. Atendendo aos objectivos da Universidade, o ensino deve ser
articulado com a pesquisa para melhorar o aprendizado do estudante. Assim, a UP-Maputo
vai desenvolver projectos de capacitação e de formação do Corpo Docente em matérias de
pesquisa oferecendo novas ferramentas metodológico-epistemológicas. A qualidade do
processo de ensino-aprendizagem e do formando dependem da qualidade do Corpo
Docente e, para isso, são desafios da Universidade formar e capacitar o corpo docente e
promover o processo de avaliação da qualidade de implementação do currículo e do ensino,
incrementando um processo de monitoria.

Outro elemento importante para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça com
qualidade é a infraestrutura. Assim, a Universidade tem, igualmente, como desafio a
ampliação e modernização dos espaços de ensino-aprendizagem.

Nesta linha do PE são apresentados como Pontos Fortes: a existência de elevada proporção
de docentes com formação de mestrado e doutoramento, sobretudo, na área de Educação;
existência de Corpo Docente com experiência elevada no ensino; o aumento do Corpo
Docente com os mais elevados níveis de categoria profissional; consolidação dos programas
de Pós-Graduação (Mestrados e Doutoramentos) em todas as Faculdades; equilíbrio de
género nos estudantes; sistema regular de avaliação do Corpo Docente e dos cursos;
existência de mecanismos de avaliação da qualidade de ensino; existência dos mecanismos
de aprovação colegial dos planos curriculares pelos órgãos colegiais da Universidade;
elevada experiência da oferta de Ensino à Distância, de abrangência nacional; boa
empregabilidade dos graduados dos cursos oferecidos pela Universidade, em particular os
de formação de professores e outros profissionais de educação.

São apontadas como Fraquezas na Linha de Ensino a fraca ligação entre ensino e pesquisa, pois,
constata-se uma desconexão entre as linhas de ensino definidas no currículo e as linhas de
pesquisa desenvolvidas pelos Professores. É desafio da Universidade harmonizar as Linhas de
Pesquisa com as Linhas de Ensino e vice-versa. Apontam-se também como fraquezas:

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


pouca relevância dos conteúdos de ensino para o desenvolvimento de competências
profissionais; necessidade de maior flexibilidade da matriz curricular tendo em conta o
surgimento rápido de novas áreas de ensino; insuficientes condições laboratoriais e software
especializado para o ensino e práticas profissionais; exiguidade de espaços físicos, em geral,
para as actividades de leccionação; dificuldades de disponibilização de ensino virtual, por
fraca conectividade; deficiências no acesso ao acervo bibliográfico, físico e virtual (livros,
revistas, acesso a bibliotecas virtuais; baixos índices de conclusão, em tempo útil, dos cursos
na Graduação e na Pós-Graduação; normação/regulamentação pedagógica desajustada,
dada a criação recente da Universidade; deficiente articulação com as ordens profissionais;
exiguidade de docentes especializados para os Minors no mercado, fraca empregabilidade
dos graduados, à excepção dos cursos de formação de professores, dado o contexto
socioeconómico geral do país; pouco domínio de línguas estrangeiras e de TICs pelo Corpo
Docente.

Um aspecto de fragilidade estruturante que, muito, influencia a qualidade da


implementação do currículo é a inexistência de escolas integradas para a realização de
práticas profissionalizantes e estágios pedagógicos.

Destacam-se como Oportunidades, na componente de ensino, as seguintes: elevada procura


da formação universitária na sociedade, demonstrada pelas candidaturas à admissão,
sempre em número muito superior às vagas anualmente disponíveis; possibilidades de
parcerias virtuais no ensino de nível internacional e de mobilidade académica; surgimento
de novas áreas de formação mais respondentes às dinâmicas da sociedade, permitindo a
abertura de novos cursos, dependendo da disponibilidade de docentes, da área científica e
de espaços físicos e meios auxiliares de ensino; disponibilidade e demanda da sociedade e da
economia por novas áreas de formação e elevado número de docentes do ensino secundário
para efeitos de formação contínua e em serviço, em articulação com o MINEDH/INDE.

São consideradas Ameaças para a Linha do Ensino: debilidade no financiamento das


actividades de ensino, incluindo restrições na contratação do Corpo Docente; Legislação de
desligamento precoce do Corpo Docente experiente, dificultando a renovação gradual e uma
aparente incompatibilidade da Legislação da Função Pública vigente no país com a natureza
e funcionamento das Instituições de Ensino Superior Públicas, nomeadamente, nas regras de

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


contratação e de aposentação de docentes, nas formas de programação financeira em
função das prioridades institucionais, entre outros aspectos.

O foco principal dos Objectivos Estratégicos nesta Linha é reformar e modernizar o modelo
curricular para responder à procura na área da educação, em diferentes sectores de
desenvolvimento. Desta forma, os Objectivos Estratégicos nesta Linha são: modernizar o
modelo curricular; assegurar uma formação de qualidade baseada nos padrões
estabelecidos no currículo; garantir a Implementação do Currículo; garantir o acesso e a
equidade; melhorar a Eficiência e Eficácia do Sistema de Ensino; Consolidar e Tornar
Sustentável o Sistema de EAD; potenciar a Pós-Graduação.

6.2.1 Reformar e modernizar o modelo curricular

O Objectivo Estratégico 6.2.1, deste PE assenta na reforma e modernização do currículo, tendo


em conta que o mesmo está em aplicação há cerca de 10 anos e que necessita de se confrontar
com novas exigências científicas para melhor responder às novas dinâmicas sociopolíticas. Ainda,
a exigência de a UP-Maputo focar a sua missão na pesquisa científica, irá requerer um currículo
de ensino baseado, sobretudo, na procura de soluções de problemas, em particular, na área
Pedagógica e das Políticas Educativas do Sistema Nacional de Educação.

As estratégias correspondentes a este objectivo giram em torno do desenvolvimento


curricular para a formação com qualidade, com enfoque na pesquisa; na modernização do
currículo e na criação de condições para a sua implementação e monitoria; na construção de
um currículo que estabeleça uma estreita ligação entre o Ensino, a Pesquisa, e a Extensão e
Inovação; na introdução de critérios de formação baseada em metodologias de investigação
científica; no estabelecimento de normas para que os curricula reflitam a ligação entre a
teoria e aprática e na ligação entre a graduação e a pós-graduação.

Em suma, o objectivo preconiza desenvolver um currículo flexível e modernizado, que


estabeleça uma ligação das diferentes áreas do Ensino Superior: Ensino, Pesquisa, Extensão
e Inovação. Um currículo voltado, não só para o ensino, mas também para a Pesquisa,
Extensão e Inovação; um currículo que liga a teoria à prática e a graduação à pós-graduação.
Assim, documentos como o Regulamento Académico e o Currículo devem reflectir os
aspectos descritos no PE.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22
Tabela 3: Objectivo 6.2.1: Modernizar o modelo curricular

Linha de Orientação Estratégica de Ensino

Objectivo 6.2.1: Modernizar o modelo curricular Ano de Referência


Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Assegurar que a modernização dos Existência de novo
1 curricula tenha condições mínimas documento curricular X
para sua implementação com os seguintes X
Potenciar a ligação curricular entre os critérios:
2 níveis de graduação e de pós- 1. Modalidades de X X
graduação ensino que
reflitam o
Induzir critérios para uma formação
presencial e
3 baseada em metodologias de X X
híbrido.
investigação científica 2. Pressupostos de
implementação;
3. Ligação ensino-
Desenvolver curricula para formação pesquisa;
4 híbrida? /virtual 4. Ligação teoria- X X
prática
Estabelecer normas para que os Regulamento revisto,
5 curricula reflictam a ligação entre a incluindo critério de X X
teoria, a prática e a pesquisa; ligação teoria-prática

Os indicadores deste objectivo estratégico são: existência de novo documento curricular


com os seguintes critérios: modalidades de ensino que espelhem o presencial, a ligação
ensino-pesquisa; a ligação teoria-prática e a existência de regulamentação que reflicta a
ligação entre a teoria e a prática.

O novo modelo curricular deve reflectir, em todos os níveis de ensino, que, a pesquisa científica
é o foco essencial para elevação dos padrões da qualidade do ensino na UP-Maputo.

6.2.2 Assegurar formação de qualidade baseada em padrões curriculares

Em relação a este Objectivo Estratégico, são definidas como Estratégias ou actividades: a


actualização do Regulamento Académico para permitir a implementação efectiva do
currículo; monitoria e avaliação dos processos de ensino e aprendizagem; implementação de
acções de supervisão pedagógica; melhoria constante das infraestruturas e outras condições

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem. Estão, ainda, previstas, como
estratégias, a formação e modernização do Corpo Docente em tecnologias específicas de
ensino na modalidade à distância; introdução de curricula na modalidade híbrida como
forma de transição digital para formas menos presencias na relação pedagógica e, de
imediato, responder às questões de calamidades e desastres naturais, como a Covid-19.

O currículo deve permitir que a formação oferecida esteja dentro dos padrões
internacionais, e, efectivamente, permitir a aquisição, pelo formando, das habilidades
programadas. O currículo deve, necessariamente, ter em conta as mais modernas
tecnologias de informação e comunicação e laboratoriais, que podem afectar,
positivamente, todo o processo de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa, Extensão e Inovação.

Tabela 4: Objectivo Estratégico 6.2.2: Assegurar formação de qualidade com base em padrões
curriculares

Linha de Orientação Estratégica de Ensino


Objectivo Estratégico 6.2.2: Assegurar formação de qualidade com
base nos padrões do currículo Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Actualizar a regulamentação
pedagógica que assegure a
implementação efectiva do Regulamento Académico
1 currículo actualizado X X
Monitorar e avaliar os processos de
2 ensino e aprendizagem Relatórios anuais de
Implementar acções para Avaliação, que incluam
superação/ melhoria constante das medidas de superação
3 condições de Ensino-aprendizagem X X
Proporção crescente de
Capacitar o Corpo Docente para o docentes no uso correcto Relatórios anuais
4 ensino remoto e à distância de plataformas digitais de avaliação
Existência de indicadores
de comparação entre
cursos, p.e., dissertações vs.
Introduzir mecanismos de exame/ % graduados /rácio
5 competitividade entre os cursos de docentes que publicam. X X

Para a materialização deste Objectivo Estratégico foram definidos como indicadores:


existência do Regulamento Académico revisto; relatórios de avaliação anuais e que

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


contenham medidas de superação, promoção de docentes e existência de plataformas
digitais; existência de normas que incentivam a competição entre cursos e entre estudantes.

Para garantia de qualidade do ensino, nos padrões do currículo, a pesquisa científica deve ser o
alicerce fundamental em todos os níveis de ensino, graduação, mestrado e doutoramento.

6.2.3 Garantir a Implementação do Currículo

Neste Objectivo Estratégico a Universidade desafia-se a gerir, monitorar e avaliar a


implementação do currículo. Como referido, a Universidade detém uma certa prática de
monitoria e avaliação do currículo por via dos Fóruns Pedagógicos, mas, no entanto, todos os
sectores relevantes para a questão da qualidade de ensino, em geral, devem melhorar os
processos de planificação, monitoria e avaliação dos processos pedagógicos, de modo a que
não sejam meras formalidades administrativas.

Como exemplo refira-se que a abertura de novos cursos deve ser programada em função de
existência real de Corpo Docente apropriado, para além de outras condições essenciais de
ensino ou, ainda, a planificação de novos ingressos anuais, que deve ter em conta todos os
factores envolvidos, nomeadamente, como docentes, instalações, equipamentos, acervos
bibliográficos, entre outros. Este é o pano de fundo para a definição deste Objectivo
Estratégico de ‘Garantir a Implementação do Currículo’, cujas estratégias essenciais
envolvem potenciar as faculdades para a gestão do currículo; assegurar a funcionalidade e
equipar os laboratórios e, adoptar as TICs para Ensino. Assim, serão priorizadas as normas
que regulem a gestão dos cursos nas faculdades e a monitoria e avaliação do processo de
implementação do currículo.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 5: 6.2.3: Garantir a Implementação do Currículo

Linha de Orientação Estratégica de Ensino


Objectivo 6.2.3: Garantir a Implementação do Currículo Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Existência de normas que
Potenciar as Faculdades na gestão regulem a gestão dos cursos nas
do currículo Faculdades (condições mínimas
para abertura, processo de gestão
1 e avaliação anual) X X
Assegurar a funcionalidade dos Existência de Manuais
laboratórios de ensino nas Normativos, com referências
2 Faculdades sobre operação, manutenção e X X
Adoptar mais aplicativos de TICs disponibilidade de insumos
3 para o Ensino X X X

Os indicadores deste Objectivo Estratégico são: existência de normas que regulem a gestão
dos cursos nas Faculdades (condições mínimas para abertura, processo de gestão e avaliação
anual) e a existência de manuais normativos com referências sobre operação, manutenção e
disponibilidade de insumos.

Em resumo, na implementação do currículo devem estar preservadas as normas que


garantam elevados padrões de qualidade.

6.2.4 Melhorar a Eficiência e Eficácia do Sistema de Ensino, com qualidade e equilíbrio

O Objectivo Estratégico Melhorar a Eficiência e Eficácia do Sistema de Ensino com Qualidade


e Equilíbrio responde às orientações da Agenda 2030, relativa aos Objectivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), especificamente o Objectivo 4 que postula a Educação
de Qualidade e às recomendações da Revisão de Políticas Educacionais em Moçambique.
Estes instrumentos apresentam orientações fundamentais para a melhoria do Sistema de
Ensino visando oferecer a aprendizagem ao longo da vida para todos. Para operacionalização
deste objectivo e, em função das recomendações da Agenda 2030 para a área da Educação,
a Universidade deverá planificar, com rigor, os cursos e os ingressos e a abertura de novos
cursos em conformidade com as demandas socioeconómicas e culturais da sociedade e as
novas tendências científicas e tecnológicas mundiais. A Universidade deverá avaliar
regularmente o desempenho dos graduados de forma a melhorar a eficácia e eficiência dos
seus cursos, garantido, assim, para a sociedade e para a economia, maior empregabilidade

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


dos seus graduados, mais parcerias para trabalhos de pesquisa e impulsionar maior
demanda social dos seus serviços.

Para uma adequada eficiência da UP-Maputo, que implica uma elevada produtividade
interna usando os recursos disponíveis, é importante uma planificação correcta e equilibrada
dos factores envolvidos, mormente, o número de estudantes que ingressam em função do
Corpo Docente disponível, bem como as condições materiais básicas. Esta planificação deve
ser feita com equilíbrio e equidade académica e social. A eficiência deve garantir que o
resultado da Graduação, da Pesquisa, da Extensão e Inovação e do uso de recursos, na UP-
Maputo, aconteça com os mais elevados índices de produtividade.

Tabela 6: Objectivo 6.2.4 Melhorar a Eficiência e Eficácia do Sistema de Ensino

Linha de Orientação Estratégica de Ensino


Objectivo 6.2.4 Melhorar a Eficiência e Eficácia do Sistema de Ensino Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Rácio Estudantes/Docente 23 22 20
Planificar com rigor os ingressos Taxa de conclusão (tempo
1 estipulado) 14% 15% 18%
Prover a abertura de novos cursos
em conformidade com as Existência de plano director
necessidades de desenvolvimento para abertura de novos
socioeconómico e de novas áreas cursos
2 científicas X X
Promover a extinção de cursos Existência de plano de
3 socialmente obsoletos extinção de cursos obsoletos X X
Existência de estudos de
Avaliar o desempenho profissional avaliação de empregabilidade
dos graduados e desempenho dos
4 graduados X X
Incrementar o número de Percentagem de Bolsas
5 beneficiários de bolsas de estudo atribuídas 6% 7% 8%

Os indicadores deste Objectivo Estratégico são: rácio Estudantes/Docente, taxa de conclusão


(tempo estipulado); existência de plano director para a abertura de novos cursos; existência de
estudos de avaliação de empregabilidade e desempenho dos graduados. Tendo em conta as
novas abordagens baseadas em construtivismo ou na metodologia centrada no aluno; a situação
da pandemia da Covid-19 e a necessidade de abrir cursos atractivos para o mercado, a
Universidade vai melhorar o rácio estudante/professor permitindo que o processo de ensino

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


e aprendizagem esteja centrado no estudante e que os cursos oferecidos sejam
fundamentais para o desenvolvimento das comunidades. Para controlo das questões de
equidade, os principais indicadores serão a percentagem significativa de bolsas atribuídas
aos estudantes; a paridade de género e a melhoria de acessibilidade física às instalações
para estudantes com necessidades especiais. Igualmente, e para eficácia e eficiência do
ensino, é fundamental que a abertura de novos cursos seja sempre fundamentada em
estudos sobre as condições da sua realização e a demanda social.

6.2.5 Consolidar e Tornar Sustentável o Sistema de EaD

O Sistema de Ensino à Distância (EaD) é recente em Moçambique e visa dar oportunidade de


educação aos jovens que não têm possibilidade de usufruir do direito à educação de forma
presencial. A UP-Maputo começou a oferecer essa modalidade de ensino em 2007. Portanto,
tem experiência de gestão de cursos na modalidade à distância. Desde o seu início, o EaD
privilegiou cursos de graduação, particularmente de formação de professores, por vezes,
com dupla titularidade. Uma das formas de garantir a sustentabilidade desta modalidade de
ensino pode ser a inclusão de sistemas modulares de formação para professores do ensino
secundário em serviço já graduados ou não graduados, numa perspectiva de formação em
serviço e actualização permanente e a longo prazo dos profissionais de educação.

Assim, o Objectivo Estratégico consolidar e tornar sustentável o sistema de EAD apresenta as


seguintes Estratégias para a sua concretização: introdução de módulos de formação de
professores em serviço; planificar com rigor os ingressos; integrar os cursos do EaD nas
actividades realizadas nas Faculdades; incentivar a elaboração de módulos de ensino,
disponibilizando-os para todos os estudantes; incentivar a produção de conteúdos e-
learning; formar e afectar recursos humanos no EaD; promover o autofinanciamento do EaD
e melhorar o sistema de internet.

Para garantia da qualidade desta modalidade de ensino, em conformidade com os padrões da


UP-Maputo, é necessária uma estreita interligação com os sectores da Universidade gestores dos
sistemas de planificação, monitoria e avaliação dos processos pedagógicos. É, igualmente,
fundamental que o EaD estabeleça uma estratégia de longo prazo, com focos em públicos-alvo
específicos, que pode ser, essencialmente, a formação em serviço de professores do ensino
secundário, em colaboração com o MINEDH, combinando a actual estratégia de graduação

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


com outra de formação/reciclagem profissional, dando maior ênfase a módulos didáctico-
pedagógicos inovativos.

Este Objectivo Estratégico visa assegurar que o sistema de EaD se consolide na instituição e
se torne efectivamente integrado nas actividades que ocorrem na Universidade. Portanto,
vai permitir que se desenvolva capacidade necessária para a planificação e gestão dos cursos
existentes e dos programas oferecidos nesta modalidade tornando-os sustentáveis e
relevantes.

Tabela 7: Objectivo 6.2.5: Consolidar e Tornar Sustentável o Sistema de EAD

Linha de Orientação Estratégica de Ensino


Objectivo 6.2.5: Consolidar e Tornar Sustentável o Sistema de EAD Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Introduzir formação, em serviço,
1 de professores do ensinoExistência de cursos modulares
secundário, em formato modular para formação contínua X X
Melhorar os sistemas de Existência de internet de banda
2 conectividade larga e plataformas apropriadas
para o EaD X X
Incentivar a elaboração de Existência de módulos e
3 módulos para estudantes e plataformas funcionais e-
conteúdos e-learning learning X X
Integrar os cursos de EAD nas Integração dos processos de EAD
4 actividades correntes das Facul- no sector pedagógico de cada
dades Faculdade X X
Tornar o sistema de EaD
5 autofinanciado Plano de formação de técnicos

Neste Objectivo Estratégico são considerados indicadores: introdução de sistema modular


de formação em serviço; integração dos processos de EAD no sector pedagógico; existência
de módulos para os cursos; existência de plataformas funcionais de e-learning, plano de
formação de técnicos e docentes; percentagem de autofinanciamento, e melhoria do
sistema de conectividade virtual com os intervenientes nesta modalidade de ensino.

Espera-se qua a UP-Maputo oriente-se no desenvolvimento de umo ensino híbrido, tendo


inclusive em perspectiva o uso consolidado do EaD em eventuais futuras situações de
pandemias como a Covid-19, limitante severa do ensino presencial. O EaD deve ser
baseado

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


em padrões de qualidade, potenciando o desenvolvimento profissional contínuo,
sobretudo na área da educação.

6.2.6 Potenciar a Pós-Graduação

A Pós-Graduação na Universidade Pedagógica de Maputo constituiu uma área muito


importante para a melhoria da qualificação do Corpo Docente. Com efeito, desde a
introdução dos programas de mestrado e doutoramento, a UP-Maputo melhorou a
qualidade do seu quadro de pessoal e formou outros profissionais em níveis de Mestrado e
Doutoramento. Os cursos de Pós-Graduação são fundamentais, não só para construir um
Corpo Docente consistente e de qualidade, mas também para integrar os estudantes nos
programas e projectos de pesquisa.

Assim, para a operacionalização do Objectivo Estratégico Potenciar a Pós-Graduação, são


definidas como estratégias ou actividades: diversificar as áreas de pós-graduação, com
prioridade para a área de formação de professores e educação, em geral, nas quais a
Universidade possui maior e melhor capacidade de intervenção; estabelecer mecanismos e
critérios para que uma proporção de estudantes de pós-graduação seja seleccionada com
base no mérito e isenção de propinas; assegurar que os cursos da pós-graduação sigam os
padrões e indicadores do ensino superior; estabelecer critérios de melhoria da qualidade da
produção científica nos cursos de pós-graduação; harmonizar os projectos de pesquisa com
as linhas de ensino dos currículos; estabelecer a ligação curricular entre os cursos de
graduação e de pós-graduação e uma maior integração da pós-graduação nas Faculdades, e
reflectir sobre programas de pós-doutoramento.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 8: Objectivo 6.2.6: Potenciar a Pós-Graduação

Linha de Orientação Estratégica de Ensino


Objectivo 6.2.6: Potenciar a Pós-graduação Ano de Referência

Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026


Percentagem
Desenvolver a Pós-Graduação
estudantes de Pós-
(Mestrados e Doutoramentos)
1 graduação matriculados 1,5% 2,5% 3,0%
Diversificar as áreas de Pós- Existência de plano
Graduação, com prioridade para a director para abertura
2 área de educação de novos cursos 34% 40% 50%
Elevar os níveis de conclusão de
% de graduados/ano
3 curso no tempo previsto
Estabelecer que uma proporção de
estudantes de Pós-Graduação seja
% de estudantes de pós-
seleccionada com base no mérito,
com isenção de propinas (financiados graduação bolseiros
4 pela UP-Maputo) 10% 15%
Estabelecer critérios para a melhoria % de dissertações e
da qualidade da produção científica teses publicadas por
5 nos cursos de Pós-Graduação ano 3% 5%
Gestão dos cursos de
Integrar os cursos de Pós-Graduação Pós-Graduação nos
nos departamentos de pesquisa das Departamentos de
Faculdades Pesquisa das
6 Faculdades. X X

Para este Objectivo Estratégico, constituem indicadores fundamentais da sua operacionalização:


percentagem de pós-graduados relacionada aos mestres e doutorados por ano; existência de
plano director para abertura de novos cursos e de conclusão dos estudantes; existência de
relatórios de avaliação dos cursos de Pós-Graduação; cursos de Pós-Graduação acreditados,
programas de gestão dos cursos nos Departamentos de Pesquisa das Faculdades.

Do sector de pós-graduação, espera-se ainda que estratégias sejam desenvolvidas para


garantir o acesso gradual dos estudantes â pós-graduação por mérito científico, criando
condições para a distribuição competitiva de bolsas de estudo. Espera-se igualmente que a
expansão da pós-graduação privilegie as áreas com vantagens competitivas para a UP-
Maputo, em particular o sector da Educação.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Como resumo da Linha de Orientação Estratégica do ensino, seguem-se as projecções do
número de estudantes, com tendência à diminuição até 2025, tendo em conta as condições
actuais da pandemia Covid-19, bem como as reais condições das instalações universitárias da
UP-Maputo. Tendo em consideração que a perspectiva de investimento para os próximos
anos será norteado pelo desenvolvimento da pesquisa e pela melhoria de qualidade de
ensino, as projecções do número de estudantes entre 2021 e 2026 foram elaborada
assumindo os seguintes pressupostos: (i) necessidade de reduzir o número de estudantes de
graduação que, neste momento, estão em instalações arrendadas, (ii) capacidade financeira
para reabilitar e remodelar as instalações actualmente disponíveis de forma que, em 2026,
todos os estudantes estejam acomodados nas instalações da UP-Maputo, (iii) aumento
gradual da quantidade e da qualidade dos estudantes de Pós-Graduação.

Assim, prevê-se que o volume máximo de estudantes da UP-Maputo não exceda os 10 000,
como projectado na Figura 5. Haverá uma redução anual de 11% de estudantes nos regimes
laboral e pós-laboral, um incremento de 19% dos estudantes de graduação na modalidade a
distância e um aumento do peso dos estudantes de pós-graduação dos atuais 5% para 10%,
em 2026.

Figura 6: Projeção do número de estudantes matriculados da UP-Maputo: 2022-2026

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Figura 5 Evolução dos matriculados por nível de Graduação e de Pós-Graduação

A figura 6, abaixo, mostra os dados históricos entre 2012 e 2022 bem como a projecção dos
estudantes graduados, nas diferentes modalidades e regimes, entre 2022 e 2026. Assim, o
total de matriculados na graduação passará de 12036, em, 2021 para 9094, em 2026.

Figura: 6 Evolução dos matriculados de graduação por modalidade e regime de estudos

A Figura 7 apresenta a distribuição percentual dos estudantes de graduação, em cada uma


das modalidades e regimes de estudo. Assim, o peso dos estudantes no regime pós-laboral
decrescerá dos atuais 44% para 36%, pois, como acima referido, é necessário potenciar os
estudantes no regime laboral, mais jovens e mais predispostos a participar em projectos de
pesquisa.

6.3 Linha de Orientação Estratégica: Pesquisa, Extensão e Inovação

O desenvolvimento científico e tecnológico da Universidade Pedagógica de Maputo


depende, em certa medida, do espírito de pesquisa científica, inovação e extensão a ser
incrementado nos Departamentos e Centros de Pesquisa. Neste sentido, o PE da
Universidade priorizará a componente de Pesquisa, Extensão e Inovação para a melhoria da
qualidade da educação e dos serviços relacionados à investigação científica.

Existem avanços no desenvolvimento da pesquisa científica na UP-Maputo, no geral,


nomeadamente, em relação à disponibilidade de mais docentes para orientar pesquisa feita
pelos mestrandos, iniciativas de financiamento e incentivos à pesquisa e disseminação de
resultados por via de Galas Científicas.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Contudo, existe necessidade de implementação de medidas específicas para que os
indicadores de pesquisa possam ser consistentes e regulares, nomeadamente, os níveis de
financiamento, quantidade de projectos e seu estado, qualidade dos resultados em termos
de publicações e disseminação consistente dos resultados. É, igualmente, necessário manter
as Linhas de Pesquisa que contribuam para a visibilidade da UP-Maputo, em particular com
foco nas Políticas e Processos Educativos.

Nesta Linha de Orientação Estratégia, torna-se essencial a incentivação de todas as


actividades atinentes à Pesquisa, Extensão e Inovação, com maior ênfase no sector da
Educação. O sector de Pesquisa, Extensão e Inovação deve, igualmente, incentivar a
publicação dos resultados de pesquisa, em particular os que mostrem inovação nos
processos e nos novos conhecimentos e tecnologias desenvolvidos.

Assim, para a Linha de Orientação Estratégica referente à Pesquisa, Extensão e Inovação


constituem forças: existência de programas de Pós-Graduação consolidados e oferecidos, com
regularidade, pelas Faculdades e Escolas Doutorais; aumento gradual do número de professores
com nível de mestrado e de doutoramento; existência de mecanismos formais de
enquadramento e dinamização da pesquisa; organização, pelas Faculdades, de Conferências
Científicas, Seminários e Workshops de discussão de resultados de pesquisa; existência da
editora Educar e de publicações em forma de livros e artigos, existência de Recursos Humanos
qualificados na área de educação e, não menos importante, existência de parecerias com
Universidades Nacionais e Internacionais (acordos de cooperação) que permitem a mobilidade
de docentes, discentes em actividades relacionadas com a pesquisa científica.

São, igualmente, Forças na linha de Pesquisa, Extensão e Inovação: existência de Revistas


Indexadas e do Sistema de Registo de Projectos (SIGEPRO); existência do Sistema Integrado
de Gestão Académica (SIGEUP); existência de Departamentos de Avaliação e Documentação,
de Gestão de Procedimentos e Desenvolvimento de Sistemas no GAQ e, de Autoavaliação e
Qualidade nas Faculdades; existência do acervo bibliográfico actualizado que permite o
desenvolvimento de pesquisas e a disponibilidade de serviços de conectividade na UP-
Maputo que auxiliam nas actividades de Pesquisa, Extensão e Inovação.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Nesta linha são descritas como Fraquezas: a falta de publicação sistemática dos resultados
de pesquisa; pouca publicitação dos produtos de inovação, falta de financiamento orientado
para a Pesquisa, Extensão e Inovação ao nível da graduação e da pós-graduação; fraco
aproveitamento dos memorandos com os parceiros nacionais e internacionais; falta de
grupos fortemente estruturados de pesquisa e de projectos de pesquisa conjuntos; falta de
política editorial para a Editora Educar; inexistência de uma unidade gráfica, Imprensa e de
uma Livraria Universitária; fraca divulgação das pesquisas realizadas nas Faculdades;
existência de poucos Professores Titulares para orientar determinadas áreas de pesquisa;
ténue sistema interno de informação sobre a pesquisa; poucos incentivos para a actividade
de pesquisa; elevada carga horária lectiva do Corpo Docente que conflitua com a necessária
serenidade do trabalho de pesquisa; pouca continuidade das Linhas de Pesquisa entre
graduação e pós-graduação, ou seja, falta de um sistema integrado de Pós-Graduação.

A Universidade pretende transformar a pesquisa em pilar fundamental para a sua


visibilidade nacional e internacional, através do incremento de projectos de pesquisa
especializados e interdisciplinares alinhados com Agenda 2030 e o Objectivo 4 de
Desenvolvimento Sustentável. Neste contexto, podem constituir oportunidades para o
desenvolvimento da Pesquisa, Extensão e Inovação, a disponibilidade de entidades e
instituições, tanto nacionais como internacionais, potenciais parceiros para as áreas de
Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação, tanto em termos de financiamento, como de execução
de projectos conjuntos; existência de elevada demanda de pesquisa na área da educação; e
consolidação dos Programas de Pós-graduação que dão suporte às pesquisas.

São consideradas Ameaças para a Linha de Pesquisa, Extensão e Inovação: existência de


poucos recursos financeiros para a pesquisa; deficiente articulação entre a academia e os
sectores de produção e serviços; serviços fracos de internet; aumento da competitividade
das instituições de pesquisa; existência de pesquisa que não tem ligação com as Linhas de
Pesquisa dos cursos; fraco acesso a bolsas de estudo; inexistência de um sistema de apoio
financeiro para a pós-graduação; falta de incentivos para os pesquisadores; falta de
alinhamento entre graduação e pós-graduação.

O foco principal dos Objectivos Estratégicos nesta Linha Estratégica é criar condições para a
promoção e desenvolvimento da Pesquisa, Extensão e Inovação, com qualidade, na UP-

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Maputo de forma a conseguir responder às demandas na área de educação e nos diferentes
sectores de desenvolvimento. Desta forma, os Objectivos Estratégicos nesta linha são: criar
condições para a promoção da Pesquisa Científica de Qualidade na UP-Maputo; assegurar a
publicação dos resultados de pesquisa; promover pesquisa de qualidade e desenvolver um
sistema de Gestão da Extensão Universitária. As tabelas 8, 9, 10, 11 e 12, abaixo, apresentam
as Estratégias e os Indicadores para a operacionalização dos objectivos.

6.3.1 Criar condições para a promoção da pesquisa

O Objectivo Estratégico 6.3.1, neste PE, assenta na criação de condições humanas, materiais
e financeiras para o desenvolvimento da pesquisa. As estratégias correspondentes a este
objectivo giram em torno da definição das áreas prioritárias para pesquisa, criação de fundos
de pesquisa, equipamento de laboratórios de pesquisa, apoio na participação em redes de
pesquisa; melhoria dos serviços de TICs e de internet na Universidade. Em suma, a criação de
um ambiente adequado para a investigação científica, em termos de recursos humanos,
financeiros, tecnológicos, laboratoriais e organizacionais. O objectivo visa, ainda, a criação de
um sistema de divulgação dos resultados da pesquisa e de mecanismos de monitoria.

Figura 7: Aula laboratorial na FCNM

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 9: Objectivo 6.3.1 Criar condições para a promoção da pesquisa

Linha de Orientação Estratégica de Pesquisa, Extensão e Inovação


Objectivo 6.3.1 Criar condições para a promoção da pesquisa Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Mapear as áreas prioritárias de-Existência de relatórios
pesquisa, com foco na Educação e sobre áreas prioritárias;
como suporte para as áreas de pós- - Plano institucional de
1 graduação pesquisa; X X
- Proporção de projectos
Estabelecer as áreas de pesquisa de pesquisa dedicados à
transversais às Faculdades bem como Educação
2 formas de coordenação 50% 60%
Elevar os níveis de financiamento da Aumentar as despesas
3 pesquisa para pesquisa em 15% 2% 3,5% 5%
Apoiar na participação em redes de
pesquisa nacionais e Internacionais
4 Criar Plano de Incentivo à Pesquisa
Existência de equipamento
Melhorar a qualidade dos serviços de moderno e internet de
5 TICs de apoio à pesquisa qualidade X X
- Existência de relatório de
Criar e Equipar laboratórios de inves- avaliação
tigação - Laboratórios equipados;
- Existência de plano de
6 manutenção. X X

Um base fundamental para o sucesso na promoção da pesquisa na UP-Maputo deve ser a


identificação de linhas de pesquisa fundamentadas no mapeamento das áreas com
vantagens competitivas para a instituição.

6.3.2 Assegurar a publicação dos resultados da pesquisa

O objectivo 6.3.2 visa criar as condições de publicação dos resultados de pesquisa. Neste
sentido, as Estratégias correspondentes a este objectivo são: criação de fundo de
financiamento, publicações científicas em quantidade e qualidade, indexação das Revistas
existentes na UP-Maputo, criação de livraria universitária e fortalecimento da Editora
Educar; organização de eventos científicos e criação de um sistema de informação e
divulgação das pesquisas.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 10: Objectivo 6.3.2: Assegurar a publicação dos resultados de pesquisa

Linha de Orientação Estratégica de Pesquisa, Extensão e Inovação


Objectivo 6.3.2: Assegurar a publicação dos resultados de pesquisa Ano de Referência

Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026


Aumentar a quantidade e qualidade
de publicações científicas e - % de publicações com
1 respectiva indexação revisão de pares 10% 15%
Apoiar a participação em eventos
científicos nacionais e internacionais, % orçamento de
no âmbito da orçamentação da participação científica
2 pesquisa internacional 2% 3,5% 5%

Promover visibilidade as obras Relatórios de participação


3 Publicadas pela Editora EDUCAR em feiras de livros X X
4 Criar uma Livraria Universitária Existência da livraria X X
Criada plataforma de registo
Criar um sistema de informação e das Dissertações e Teses;
5 divulgação sobre pesquisa livraria X X

A publicação e disseminação dos resultados da pesquisa deve promover uma maior


visibilidade da produção científica ca instituição, ao nível intra, nacional e internacional.

6.3.3 Promover a pesquisa de qualidade

O objectivo 6.3.3 visa a promoção da pesquisa de qualidade. As Estratégias correspondentes


a este objectivo são: mobilidade docente para os Centros de Referência em Pesquisa em
todos os domínios do saber; criação de sistemas de Cátedras como laboratório de produção
do conhecimento e espaços de criação de equipas de pesquisa; elaboração de projectos de
Pesquisa, Extensão e Inovação de Qualidade e financiáveis por instituições nacionais e
transnacionais; criação de Núcleos de Pesquisa Transversais que assegurem a continuidade
de experiências de pesquisa desenvolvidas nas áreas de Educação, Etnociências e
Tecnologias Educativas.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 11: Objectivo 6.3.3: Promover Pesquisa de Qualidade

Linha de Orientação Estratégica de Pesquisa, Extensão e Inovação


Objectivo 6.3.3: Promover a pesquisa de qualidade Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Promover mobilidade docente para os
Centros de Referência em Pesquisa nas % de docentes em
1 diferentes áreas de conhecimento mobilidade 5% 7,5%
Estabelecer e estruturar um sistema de
2 Cátedras Número de Cátedras 8 12
Estabelecer mecanismos de monitoria e
avaliação anual dos projectos de pesquisa e
3 extensão em curso na UP- Maputo Relatórios anuais X X
Incentivar a elaboração de projectos
financiáveis por instituições externas a UP- % financiamento
4 Maputo externo 50% 50%
Assegurar a continuidade de experiências de Proporção de
pesquisa nas áreas de Políticas Educativas, Projectos de Pesquisa
5 Etnociências e Tecnologias Educativas referentes à Educação 50% 60%

Para se garantir a promoção de pesquisa de qualidade, é fundamental uma maior promoção


da formação de pesquisadores na instituição, por forma a elevar a massa crítica dedicada à
pesquisa científica.

6.3.4 Desenvolver um sistema de gestão de Extensão

O Objectivo 6.3.4, Extensão Universitária, intrinsecamente ligada à pesquisa, ainda carece de


melhor estruturação, por forma a estabelecer uma mais profícua ligação com a sociedade,
tanto para socialização de conhecimentos desenvolvidos pela Universidade, através da
Pesquisa Científica e do ensino. As Estratégias para este objectivo são: mapeamento das
áreas potenciais para a extensão; reestruturação do sector de Extensão, criação de linhas de
incubação empresarial e criação de condições para maior articulação entre as unidades
orgânicas da UP-Maputo e os programas de desenvolvimento nacional.

No geral, os objectivos acima descritos procuram evidenciar a necessidade de desenvolver a


Cultura de Pesquisa na Universidade como base para a Extensão, e como base para o
desenvolvimento e visibilidade da instituição e concorrer para os diferentes rankings de
instituições de Ensino Superior, nacionais e internacionais. Deste modo, a Extensão vai

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


contribuir para a transformação do conhecimento científico que ajude a dar resposta aos
problemas da Sociedade Moçambicana.

A construção e difusão do conhecimento científico requer a existência de grupos fortemente


estruturados; docentes, discentes e CTA comprometidos, individual e coletivamente;
existência de infraestruturas modernizadas e competitivas. A difusão do conhecimento tem
um grande valor económico, social e cultural. Este facto coloca a Universidade Pedagógica
de Maputo perante vários desafios, como: a redefinição da sua posição no conjunto das
universidades moçambicanas e africanas; as funções que pretende atribuir à investigação
científica; a relação desta linha com outras linhas, designadamente, ensino, infraestruturas,
gestão de recursos humanos; sua relação com a Missão, Visão, Valores e os objectivos da
instituição e a sua relação com as áreas curriculares e interdisciplinares.

A Pesquisa, Extensão e Inovação devem contribuir para o desenvolvimento de uma nova


visão sobre a Universidade e proporcionam resultados inovadores com impacto académico
reconhecido e potencialmente gerador de valores.

A tabela que se segue resume as actividades e possíveis estratégias que poderão contribuir
para a construção de um sector de Extensão robusto na UP-Maputo.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 12: Objectivo 6.3.4 Desenvolver um Sistema de Gestão de Extensão

Linha de Orientação Estratégica de Pesquisa, Extensão e Inovação


Objectivo 6.3.4 Desenvolver um sistema de gestão de Extensão Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Existência de
Mapear áreas potenciais para a
relatório de áreas
1 Extensão Universitária prioritárias X X
Existência de
Estruturar o sector de Extensão na UP- organigrama de
Maputo funcionamento da
2 Extensão X
Estimular uma maior articulação entre
as unidades orgânicas da UP e os
programas de desenvolvimento
3 nacional Existência de
Incentivar a criação de linhas de Projectos de
incubação empresarial Incubação
4 (Empreendedorismo) X

6.3.5 Dinamizar uma cultura de Inovação científica e tecnológica

Ainda que a emergente área de Inovação científica e tecnológica sempre tenha estado
interligada às actividades de Pesquisa e extensão, a UP-Maputo pretende dar uma maior
atenção e acompanhamento a todas as actividades e projectos que se enquadram nesta
categoria, e desenvolver actividades de comunicação de ciência para o cidadão. Desta forma,
o PE estabelece um Objectivo e estratégicas especialmente dedicadas à Invocação, para
permitir uma melhor estruturação do sector, bem como o engajamento de todos os outros
sectores que para ela contribuam.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 13: Objectivo 6.3.5 Dinamizar uma cultura de inovação científica e tecnológica

Linha de Orientação Estratégica Pesquisa, Extensão e Inovação


Objectivo 6.3.5 Dinamizar uma cultura de inovação científica e
tecnológica Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Promover a inovação baseada Existência de documento
1 na pesquisa científica normativo para incentivar
concursos de inovação
Publicitação regular de
concursos sobre inovação.
Incentivar publicitação e
disseminação de novos Relatórios de auditoria sobre a
produtos de inovação (patentes, realização de concursos e
…) premiação dos melhores
Número de patentes
registadas
2 X X
Promover a modernização de Existência de documento
processos de prestação de normativo sobre a realização
3 serviços; de feiras de exposição de
Promover espírito de criação de inovações;
4 empreendimentos tecnológicos
Publicitação regular sobre a
existência de feiras de
exposição científica;
Relatórios de auditoria sobre a
Promover feiras de
realização de exposições e
disseminação de novos
premiação dos melhores
5 produtos e processos X X

Espera-se, com este Objectivo Estratégico, contribuir-se para uma maior dinâmica na criação
de produtos e processos inovativos nas diferentes áreas científicas e tecnológicas da
Universidade tornando gradualmente a Inovação num dos pilares da actividade da UP-
Maputo. Espera-se que cada sector especifique no seu plano operacional a natureza e
quantificação destes produtos de Inovação.

6.3.6 Elevar o financiamento da Pesquisa, Extensão e Inovação

O reforço da capacidade financeira da área de Pesquisa, Extensão e Inovação pressupõe um


aumento gradual do actual nível de financiamento correspondente a 2%, para cerca de 5%,
em 2026, tendo como base o orçamento de 2020. Isto pressupõe, por um lado, a correcção
de desbalanços históricos na orçamentação da pesquisa, por outro lado, implica uma maior

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


clareza do estado no cometimento do investimento na investigação científica no ensino
superior.

Figura 8: Proposta de evolução percentual do Orçamento para Pesquisa, Extensão e Inovação

O crescimento proporcional do orçamento para pesquisa deve ser orientado essencialmente


para a captação de projectos de financiamento externo, com o envolvimento do Centro de
Apoio e Promoção da Pesquisa, por forma a cobrir-se a diferença entre o financiamento
público possível e a necessidade de incremento do financiamento â pesquisa.

6.4 Linha de Orientação Estratégica: Recursos (Humanos/


Patrimoniais/ Tecnológicos/ Bibliotecários/ Financeiros)

A Linha de Orientação Estratégica de Recursos inclui as principais áreas de apoio à realização


dos Pilares Centrais da Missão da Universidade, nomeadamente:

• Recursos Humanos,

• Instalações Universitárias,

• Infraestrutura Informática (Conectividade),

• Infraestrutura Bibliotecária,

• Recursos Financeiros

Os Recursos de uma Universidade devem constituir a base material para o seu


funcionamento e incluem, entre as outras, as componentes humanas, financeira, a
conectividade e a rede bibliotecária, sem as quais a instituição pouco se pode desenvolver
com qualidade e cumprir cabalmente a sua missão de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Nesta área, o principal foco deve ser o melhoramento constante das condições de trabalho e
da qualidade dos docentes, estudantes e dos sectores de administração, na base da
construção, ou adaptação, das condições infraestruturais existentes ou na criação e na
modernização da rede informática, bibliotecária e laboratorial.

Figura 9: Visita do Reitor à FCTA

6.4.1 Recursos Humanos

De uma maneira geral, houve um aceitável crescimento do número de docentes, bem como do
recrutamento de pessoal técnico e administrativo, CTA. Através de acções de formação, internas
e no estrangeiro, aumentou igualmente o número de docentes com níveis de formação de
mestrado e doutoramento, bem como funcionários com formação de nível de licenciatura. Dada
a história própria da UP-Maputo, a maioria dos docentes são mestrados ou doutorados em áreas
ligadas à educação, nomeadamente, à formação de professores, políticas e gestão da educação e
ciências afins, o que explica a dificuldade de que a instituição se ressente em docentes de
qualidade na maioria das áreas não educacionais que leciona.

Entretanto, a UP-Maputo apresenta fragilidades relacionadas com os recursos humanos, que


ainda continuam em número insuficiente para cobrir, de forma aceitável e com qualidade, as
actividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação e, ainda, a Administração Universitária,
devendo introduzir-se maior rigor na admissão de estudantes com base em rácios
comportáveis. A acrescer, a morosidade na progressão nas categorias profissionais, tanto do

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


corpo docente, quanto do corpo técnico e administrativo, por razões históricas de formação
tardia dos funcionários, provoca sempre uma certa fricção inapropriada para um bom
ambiente de trabalho.

Note-se ainda que, no geral, os docentes recém-formados, tanto a nível de mestrado, quanto de
doutoramento, necessitam de uma correcta integração em equipas de trabalho, por forma a
ganharem, gradualmente, a experiência e profissionalização apropriados ao seu nível de
responsabilidade no ensino, na pesquisa e na gestão universitária, o que poderá melhorar as
taxas de graduação de estudantes em todos os níveis, a qualidade dos projectos de pesquisa e
publicação, bem ainda a qualidade da gestão universitária nos diferentes sectores.

Tendo, finalmente, os riscos do envelhecimento gradual do corpo docente e outros técnicos


e ainda o sistema de reformas compulsivas, de certo modo precoces, é necessário o
estabelecimento de um plano de desenvolvimento e gestão dos recursos humanos, que
facilite a previsão de recrutamentos de docentes e técnicos, em função dos rácios
apropriados, a formação e profissionalização em ligação estreita com as necessidades da
instituição e a gradual substituição regular em função das aposentações.

Tabela 14: Objectivo 6.4.1: Elevar a Qualificação do Corpo Docente, CTA e Gestores

Linha de Orientação Estratégica de Recursos/ Recursos Humanos

Objectivo 6.4.1: Elevar a Qualificação do Corpo Docente, CTA e Ano de


Gestores Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Existência do
Mapear áreas de prioridade na formação do plano da formação
1 Corpo Docente do corpo docente X
Existência de
plano de
renovação dos
docentes em
Clarificar mecanismos de renovação do Corpo processo de
3 Docente, assegurando o equilíbrio do género reforma X X
Existência do
plano da formação
Modernizar formação técnica para gestores, técnica dos
ajustada aos desafios de uma governação gestores da
4 universitária eficiente e transparente instituição X X

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Existência do
Estabelecer um plano de desenvolvimento
Plano de formação
5 profissional do CTA de CTA X
Existência de um
plano de
Formação permanente dos gestores da UP- capacitação de
6 Maputo gestores X X
Existência de uma
política de
retenção de
pessoal através de
Estabelecer mecanismos para minimizar a benefícios
migração de funcionários para outras profissionais e
7 instituições sociais X X

6.4.2 Projecções de desenvolvimento dos Recursos Humanos

Com base no histórico, em três diferentes cenários de crescimento de 5%, 10% e de 15%, de
docentes do quadro, tendo em conta a necessidade de estabilizar o rácio estudante/docente
em 2022 na média geral. Na figura 5 abaixo, segue a projeção da necessidade de formação
rápida de docentes doutorados, para melhorar a qualidade da pesquisa e do ensino, bem
com diminuir a proporção de docentes licenciados e mestrados.

Figura 10: Cenários de Evolução do Corpo Docente: 2021-2026

Na projecção de formação de doutorados, ilustrada na figura 6 que se segue, teve-se em


conta, de forma cruzada, as indicações do CNAQ sobre indicadores do nível de formação do
Corpo Docente, aumentando-se a proporção de docentes doutorados para efeitos de
qualificação dos cursos, bem com o quadro de pessoal existente.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Figura 11: Cenários de Evolução do Corpo Docente Doutorado: 2021-2026

Faz-se, igualmente, a projecção do CTA, tendo em conta as actuais grandes lacunas em


técnicos auxiliares, mostrada na figura 7, tendo em consideração a necessidade de uma
adequada proporcionalidade entre Corpo Técnico e Administrativo, Corpo Docente e Corpo
Discente.

Globalmente, o desenvolvimento de recursos humanos deve ter sempre em perspectiva o


seu enquadramento numa instituição assente na pesquisa, como se pretende que seja a UP-
Maputo.

Figura 12: Cenários de Evolução do Corpo Técnico e Administrativo: 2021-2026

Contudo, o principal foco da UP-Maputo deverá ser o melhor enquadramento nas carreiras e
a profissionalização dos funcionários actualmente existentes, com vista a funcionar em
melhores padrões de qualidade dos diferentes serviços.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Figura 13: Pátio do Campus de Lhanguene

6.4.3 Instalações Universitárias

A UP-Maputo é constituída, presentemente, e por Instalações Universitárias da Sede, nas


quais funcionam, igualmente, a Reitoria e quase todos os Serviços Centrais, a Biblioteca
(Central) bem como a Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes. A
instituição dispõe, ainda, do Campus de Lhanguene, onde funcionam as Faculdades de
Ciências Naturais e Matemática, Faculdade de Ciências Sociais e Filosóficas, Faculdade de
Educação e Psicologia, Faculdade de Engenharias e Tecnologias, Faculdade de Ciências da
Terra e Ambiente, bem como alguns Centros Universitários e a Residência de Estudantes. As
Faculdades de Educação Física e Desporto, e de Economia e Gestão funcionam em locais
autónomos, um pouco dispersos pela cidade. No global, as instalações próprias da UP-
Maputo comportam cerca de 60% do total dos estudantes actualmente matriculados, sendo
que os restantes frequentam os cursos em instalações arrendadas.

Para colmatar o deficit de instalações para albergar os estudantes, docentes e serviços, à UP


Maputo foram alocadas as instalações anteriormente pertencentes ao grupo Entreposto

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Comercial. Trata-se de um majestoso edifício em um espaço de cerca de 2.6 hc, localizado
próximo ao campus da Lhanguene. Volvidos cerca de dois anos apos a cedência dos edifícios,
a UP-Maputo enfrenta dificuldades para a requalificação, bem como para o aproveitamento
das áreas adjacentes. As referidas instalações, quando requalificadas, poderiam, em certa
medida, suprir, em grande escala, o deficit de espaços lectivos, administrativos e de
recreação, bem como reduzir a dispersão de estudantes em vários campi.

O sector de instalações universitárias requer uma especial atenção, por constituir o alicerce de
todo o sistema de planificação e de gestão dos processos da UP-Maputo, enquanto instituição de
Ensino Superior regular. Embora tenha herdado, desde a sua fundação como ISP, uma certa
infraestrutura para instalações universitárias, mais ou menos robusta, a mesma não evoluiu
muito em termos de espaços para albergar o rápido crescimento da comunidade universitária
que orientou o desenvolvimento anterior, de tal forma que cerca de 40% dos estudantes actuais
encontram-se acomodados em instalações alugadas, situadas em pontos dispersos da cidade, o
que torna ainda mais desafiantes os processos de gestão académica.

A falta de tradição e de financiamento para a manutenção adequada das instalações


universitárias constitui, de per si, um grave risco para a conservação e segurança da Planta
Física, tornando-as progressivamente desactualizadas na sua estrutura física e, sobretudo,
nos equipamentos de ensino, de pesquisa, de gestão, incluindo as instalações especializadas
no ensino e prática do desporto. Acresce-se a problemática da dispersão das diversas
instalações universitárias por diferentes áreas da cidade, desafiando a racionalidade da sua
gestão. A exiguidade financeira e orçamental são os maiores riscos para a) Construção e
Reabilitação de Instalações, b) Manutenção e modernização das actuais instalações.

Em síntese, a área de instalações universitárias deverá focalizar-se na melhoria das actuais


infraestruturas, na melhoria da capacidade de absorção de mais estudantes através da
requalificação dos edifícios anteriormente pertencestes à empresa Entreposto e na
preparação de condições para a construção de um campus universitário de raiz a partir de
2026.
6.4.3.1 Maximizar a capacidade das instalações Universitárias existentes

O Objectivo imediato na área de instalações universitárias deve focalizar-se na avaliação da


real capacidade das instalações face ao fluxo de estudantes e funcionários, serviços e outras

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


necessidades de gestão, para melhor planificação do seu uso racional. Sendo claro que as
incitações são exíguas e em degradação crescente, serão necessários urgentes trabalhos de
manutenção e de requalificação, para aumentar rapidamente a capacidade de acolhimento
de fluxos estudantis dentro das suas próprias instalações, sem recorrer ao aluguer de
instalações externas que, para além dos custos, exacerbam questões logísticas de gestão. A
avaliação da capacidade das instalações deve ser harmonizada com a planificação dos fluxos
anuais de estudantes e criação de novos serviços.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 15: Objectivo 6.4..3.1 Maximizar a Capacidade de uso das Instalações existentes

Linha de Orientação Estratégica de Recursos/Instalações Universitárias


Objectivo 6.4.3.1 Maximizar a capacidade de uso das instalações
existentes Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026

1 Mapear uso das instalações disponíveis

- Relatório de avaliação
Avaliar a capacidade ideal actual das
-Plano de
2 instalações universitárias reestruturação X X
Reestruturar as instalações para
Existência de
3 maximizar o seu uso de acordo com o
instalações em
PE
conformidade com os
4 Requalificar o Entreposto padrões do CNAQ X X
- Existência de relatórios
Assegurar a manutenção regular das
5 instalações anuais de auditoria da
manutenção X X

A UP-Maputo deve primar por uma gestão racional das infraestruturas, que assegure
um ensino e pesquisa no quadro dos padrões internacionais de qualidade.

6.4.3.2 Desenvolver uma Planta Física Moderna

O segundo Objectivo Estratégico na área de Instalações Universitárias, mais imediato, deve


ser a criação de condições para a construção de um campus moderno de raiz, que deve estar
disponível dentro de 10 anos. No presente PE, enquanto decorrem accoes tendentes a
acomodar todos os estudantes nas actuais instalações universitárias, serão igualmente
contempladas acções preparatórias para mobilização de espaços, projectos de engenharia e
mobilização financeira que permitam o início dos trabalhos de edificação a partir de 2026

Tabela 16: Objectivo 6.4.3.2 Desenvolver Planta Física Moderna (Novo Campus Universitário)

Linha de Orientação Estratégica de Recursos /Instalações Universitárias


Objectivo 6.4.3.2 Desenvolver Planta Física Moderna (Novo Campus Ano de
Universitário) Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Elaborar um Plano Director de
1 desenvolvimento de um campus de raiz
Estabelecer um plano de financiamento e Existência de plano e
2 construção fases de financiamento X

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Este Objectivo Estratégico coloca a possibilidade de a UP-Maputo, durante os próximos 5
anos, iniciar uma reflexão sobre a pertinência ou não da construção de um campus de raiz, e
eventualmente iniciar a mobilização dos meios necessários para implementação a partir de
2026.

6.4.4 Reestruturar uma rede de Conectividade (TICs) de qualidade

Uma das grandes fragilidades do funcionamento, com qualidade, da UP-Maputo é a


qualidade da UP-Net, a qual se caracteriza por meios de ligação e equipamentos de rede
obsoletos, com falhas constantes e “cascatas” no encaminhamento do sinal. Esta situação
leva a uma fraca conectividade das principais actividades da Universidade, nomeadamente,
no Ensino, na Pesquisa e na Gestão Universitária. É notória a ineficiente qualidade da
manutenção e actualização dos diferentes equipamentos de TICs, a debilidade geral nos
equipamentos de rede e nas plataformas de ensino e de gestão. Esta situação leva a uma
clara fraqueza na actualização do sistema informático da Universidade. A UP-Maputo
necessita, urgentemente, de sair deste marasmo das TICs, e, rapidamente, desenhar um
plano que permita a passagem rápida da Universidade a um funcionamento de base digital
em todos os sectores em todos os seus processos fundamentais.

Existe uma certa base para facilitar esta ‘transição digital’, nomeadamente, a acessibilidade
geral à Internet em todos os sectores, nomeadamente, estudantes, docentes e corpo
técnico-administrativo, a disponibilização básica da rede para o ensino não presencial,
sistemas de gestão informática de alguns sectores importantes da Universidade. É,
igualmente, de menção a visibilidade pública da Universidade que é possível via página web.
É também relevante que, via orçamentos anuais, a UP-Maputo acede à aquisição de um
certo volume de diversos equipamentos de TICs, que necessitam de ser devidamente
operacionalizados e mantidos por uma equipa técnica apropriada e dedicada.

Note-se que o sector de TICs pode ser facilitado pela evolução dos sistemas para formatos
cada vez mais virtuais e menos físicos, a possibilidade de maior cooperação com sistemas
internacionais provedores deste tipo de tecnologias.

Caso não sejam tomadas medidas urgentes para a reestruturação deste sector, para garantir
uma transição digital para um maior patamar de conectividade, existem riscos de colapso do

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


sistema informático da UP-Maputo, de ataques informáticos de dados sensíveis da
instituição ou, ainda, de acumulação de equipamentos de ponta sem a devida capacidade
técnica para a respectiva operacionalização.

Figura 14: Laboratório de Informática

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Tabela 17: Objectivo 6.4.4: Reestruturar e Modernizar uma rede de Conectividade de Qualidade
Linha de Orientação Estratégica de Recursos /Infraestrutura Informática
Objectivo 6.4.4: Reestruturar e modernizar uma rede de Ano de
Conectividade de qualidade Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Existência de relatório
Mapear os principais bloqueios no
1 funcionamento do CIUP de avaliação e plano de X
superação
- Existência de plano de
reestruturação
Reestruturar e modernizar a
- Relatórios de auditoria
infraestrutura informática da UP-Maputo ao funcionamento do
2 em conformidade com padrões de CIUP; X
qualidade (Centro de Dados,
- Existência de plano de
Conectividade…)
desenvolvimento
tecnológico X
Criar e implementar sistemas - Existência de
informatizados para apoio aos processos plataformas eletrónicas
de ensino e gestão universitária: de ensino remoto
• Sistema global de conectividade - Existência de salas de
sectorial; comunicação digital nas
• Sistemas sectoriais de gestão e Faculdades
3 X X
sua interligação (Registo - Existência de
Académico, Recursos Humanos, plataformas de gestão
Gestão financeira, Administração - Existência de
Patrimonial…) Relatórios anuais de
• Sistema global de fluxo de funcionamento das
informação plataformas
- Existência de plano
4 Elaborar de planos anuais de - Relatórios anuais de X
manutenção auditoria X
Monitorar o desenvolvimento Existência de Plano de
5 tecnológico das TICs na UP-Maputo monitoria X X

A tabela acima resume o conjunto de acções fundamentais para se garantir uma correcta
qualidade da conectividade, imprescindível para uma adequada transição digital da UP-
Maputo nos próximos 5 anos.

A reestruturação do sector informático da UP-Maputo deverá assegurar que os sistemas


informáticos sejam ferramentas efectivas para o desenvolvimento do ensino, pesquisa,
extensão e gestão universitária da instituição.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


6.4.5 Desenvolver um Sistema de Bibliotecas

O sector de Bibliotecas e Informação, que é central e responde às necessidades de todas as


Faculdades e serviços, na base de uma biblioteca ‘central’, tem estado a funcionar com uma boa
regularidade, pelo menos no seu sentido clássico de disponibilização física de acervo
bibliográfico para todas as áreas de ensino e pesquisa, disponibilização de publicações internas –
livros e revistas científicas publicados pela Universidade. Mesmo num ambiente de relativa
penúria financeira geral, o sector de bibliotecas sempre manteve um nível razoável de
financiamento que permite esta base. Tem, no entanto, algumas dificuldades de espaços físicos
exíguos para o número de utentes, tendo em conta o tamanho da Universidade, em particular
em situação de pandemia, bem como a distância física em relação aos Centros de Ensino e
Pesquisa e a parte das Faculdades. Uma das maiores fraquezas do sector é o nível de
disponibilização virtual dos seus serviços, com recurso às TIC’s.

O acesso virtual ao acervo bibliográfico físico existente, para consultas, empréstimos ou


disponibilização de cópias eletrónicas é praticamente inexistente, com excepção das
plataformas específicas ao ensino à distância. Os serviços bibliotecários podem explorar o
desenvolvimento internacional de bibliotecas virtuais e de disponibilidade de tecnologias de
acesso virtuais a recursos bibliográficos, para uma maior expansão virtual a recursos
bibliográficos, em colaboração com os serviços informáticos da Universidade.

A melhoria da conectividade deve permitir à UP-Maputo priorizar a digitalização da


biblioteca, para fornecimento de mais serviços como dados numéricos, som, imagens, para
além dos tradicionais livros, periódicos, obras de referências, etc. para facilitar a melhoria da
qualidade do Ensino e da Pesquisa e da Extensão e Inovação. A digitalização dos serviços
bibliotecários, para além de resolver o problema da obsolescência gradual, contribui ainda
para uma maior ética no trabalho dos estudantes, em particular, na pesquisa científica,
fornecendo condições para que não acedam a sites piratas.

Tabela 18: Objectivo 6.4.5: Melhorar o Acesso dos Estudantes ao Sistema de Bibliotecas

Linha de Orientação Estratégica de Recursos/ Infraestrutura Bibliotecária


Objectivo 6.4.5: Melhorar o acesso dos estudantes à rede
de bibliotecas Ano de Referência

Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Criar normas para o acesso virtual ao Manual de
1 sistema bibliotecário procedimentos X X
Disponibilizar acesso virtual ao % de utentes da
sistema de bibliotecas físicas da UP- biblioteca a usar acesso
2 Maputo virtual 25%
Disponibilizar o acesso electrónico aos
acervos bibliotecários internacionais, Nº de acessos em:
por exemplo, assinatura de revistas e - Revistas eletrónicas
3 disponibilização de códigos de acesso - Bibliotecas virtuais 25%
- Existência de biblioteca
4 Ampliar o acesso à biblioteca física nos diferentes campus X

Como sector crucial de apoio, o sector bibliotecário garantir que a qualidade e a


modernização dos seus serviços promovam o crescimento do ensino, pesquisa, extensão e
inovação de qualidade e referência nacional e internacional.

6.4.6 Recursos Financeiros

A evolução do financiamento da UP-Maputo, nos últimos 10 anos, reflecte alguns dos


contextos económicos e financeiros que marcaram o país e o mundo no mesmo período.
Após a grande queda orçamental registada no ano de 2011, produto da crise financeira
global, verificou-se, nos anos seguintes e até 2015, uma evolução positiva do financiamento
da instituição, tendo o total dos fundos desembolsados para a realização de despesas quase
que duplicado.

Esta tendência crescente do financiamento foi quebrada nos últimos cinco anos (2016-2020),
período marcado, entre outros aspectos, pela retirada do apoio dos parceiros ao Orçamento
do Estado e pela depreciação acelerada do metical em relação às principais moedas e, ainda,
pela recessão económica fruto da pandemia da COVID-19. Os impactos negativos desse
contexto incidiram e, ainda incidem, sobre as restrições de fundos atribuídos via Orçamento
do Estado que conduziram a uma variação negativa do financiamento total registado a partir
do ano de 2016, como se pode notar na Figura 8.

Num ambiente caracterizado pelas grandes e continuadas restrições orçamentais, como as


vivenciadas nos últimos anos, aliado à ausência de uma política de financiamento do Ensino
Superior Moçambicano, algumas, senão todas instituições de Ensino Superior público, apesar de
contarem com algum financiamento por parte do Estado, experimentam sérias dificuldades

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


financeiras para o desenvolvimento das suas actividades e, a UP-Maputo não constitui
excepção.

Figura 15: Evolução do Orçamento Anual por Fonte de Financiamento, 2011-2020

Em termos de fontes de recursos, nota-se que no período entre 2011 e 2020 as actividades
da UP-Maputo foram financiadas por fundos concedidos via orçamento do Estado-Receita
Fiscal, que, como foi visto, são recursos expostos a vários factores; pelas Receitas Próprias
resultantes da cobrança de propinas e outras taxas escolares que, igualmente, não escapam
aos efeitos negativos de alguns acontecimentos e, finalmente, por outras fontes como são os
donativos, empréstimos e outros e que, conforme evidenciado na Figura 9, não têm nenhum
peso na estrutura de financiamento da instituição, ou seja, a capacidade institucional de
angariação destes fundos ainda é muito fraca.

Portanto, é uma estrutura que mostra, claramente, que a UP-Maputo depende apenas de
duas fontes de recursos, as quais estão sujeitas a várias incertezas quanto à sua regularidade
e capacidade de atender aos desafios de desenvolvimento da instituição, facto que desafia a
instituição para a necessidade de diversificação das fontes de financiamento para as suas
actividades.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Figura 16: Evolução da proporção da Receita Própria no Orçamento Anual, 2011-2020

A outra característica da estrutura financeira da UP-Maputo é que, em termos de tipo de


despesa, nota-se que a maior porção dos recursos financeiros desembolsados vai para
despesas de funcionamento, em detrimento das despesas de investimento e, conforme
ilustrado na Figura 10, nos últimos três anos a capacidade de financiamento de despesas de
investimento reduziu ainda mais, passando de 31%, em 2015 para 10%, em 2017 e reduzido
para 2% em 2020, comparativamente ao valor total desembolsado.

Esta situação da atribuição de dotações (via Orçamento do Estado-Receita Fiscal) tende a


cobrir apenas despesas com o pessoal (salários e demais despesas com o pessoal), incidindo
os cortes orçamentais sobre as categorias fundamentais para o funcionamento e
desenvolvimento da instituição, como são o caso dos bens e serviços e investimentos.

A permanência desta estrutura orçamental, nos próximos cinco anos, colocaria em causa
algumas das opções de desenvolvimento pré-definidas neste PE que pressupõem a melhoria
dos níveis de financiamento da instituição, tanto em termos globais como por áreas
estruturantes do PE.

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


Figura 17: Evolução do Financiamento Anual, 2011-2020

A avaliação dos níveis de financiamento da instituição pode ser complementada com a


análise do custo anual por estudante que é possível alcançar a partir dos recursos financeiros
movimentados. Nos últimos oito anos (2013-2020), o nível mais alto de financiamento anual
alcançado foi de 52.047,00 Meticais por estudante, ou seja, mais ou menos um terço do

custo padrão, calculado em 150.750,00 Meticais2.

Entretanto, este nível de financiamento registado no ano 2015 começou a degradar-se, de


forma progressiva, a partir de 2016, para até menos de 40.000,00 Meticais em 2020,
portanto, cerca de um quarto do custo padrão. Embora sem base comparativa em relação a
outras instituições de ensino superior moçambicanas e da região, este financiamento está
muito abaixo dos níveis adequados para garantir processos de Ensino, Pesquisa, Extensão e
Inovação de qualidade comparável.

O diagnóstico da situação actual da área de recursos financeiros aponta para a existência de


vários elementos internos e externos que podem influenciar, seja positiva ou
negativamente, o desempenho da instituição na prossecução da sua missão.

No global, o sector de administração financeira é anualmente dotado de fundos orçamentais


apropriados para o funcionamento básico da instituição, por via das dotações orçamentais
do Estado e das Receitas Próprias. Há, igualmente, ainda que fraca ou insuficientemente

2
2.500,00 USD ao câmbio médio anual de 60.3 Meticais, preços de 2018

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


documentada, alguma contribuição em receitas externas provenientes de parceiros
internacionais, para financiar determinados projectos institucionais ou projectos de pesquisa
interinstitucionais.

Ainda como ponto positivo, a UP-Maputo dispõe de sistemas de gestão e controlo


financeiros eletrónicos e automatizados, bem como de equipas internas de auditoria
permanente aos diferentes órgãos de gestão.

Entretanto, a limitação dos recursos financeiros anualmente disponibilizados, cria na


instituição uma pressão na gestão financeira, pouca clareza na definição das prioridades
para financiamento e, ainda, uma certa tensão entre os órgãos centrais de gestão financeira
e as unidades beneficiárias. O sector carece, também, de um sistema global de gestão
financeira informatizado e interligado entre todos os sectores que facilite, não só o controlo
financeiro, mas ainda a rapidez na tomada de decisões e execução orçamental entre os
diferentes níveis de responsabilidade na gestão financeira da UP-Maputo.

Para além de propor formas de diversificação de fontes de financiamento, a UP-Maputo


deve, juntamente com outras IES Públicas, desenvolver os debates apropriados com as
instituições de tutela financeira do Estado para que regras de financiamento fiquem
regulamentadas com clareza, para que as alocações financeiras do Estado sejam previsíveis,
com base em fórmulas de financiamento definidas, sob pena de erosão completa do
financiamento público do ensino superior em Moçambique.

Neste contexto, os Objectivos desta Linha de Orientação Estratégica de Recursos Financeiros


procuram congregar actividades e estratégias que permitam uma elevação dos níveis de
financiamento anual da instituição, diversificar as fontes de financiamento e flexibilizar,
impulsionar e tornar cada vez mais transparente a gestão financeira da UP-Maputo, através,
nomeadamente, de:

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


6.4.6.1 Elevar os Níveis de Financiamento

Tabela 19: Objectivo 6.4.6.1: Elevar os Níveis de Financiamento

Linha de Orientação Estratégica de Recursos/ Recursos Financeiros

Objectivo 6.4.6.1: Elevar os Níveis de Financiamento Ano de Referência


Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Potenciar a negociação das dotações % de aumento dos fundos
atribuídos via OE em Base:
1 orçamentais alocadas pelo Estado relação ao ano base 2021 39% 60%
Actualizar as taxas de propinas e % de actualização da
2 outros emolumentos escolares; propina 18% 28%
Aumentar/melhorar a eficiência de Nível (% ) de arrecadação
3 arrecadação da receita própria da receita própria prevista 75% 80% 90%
% da receita própria não
Publicitar os Serviços passíveis de
proveniente de propinas Abaixo
4 gerar receitas escolares de 5% 15% 20%

Aprovado em Sessão do Conselho Universitário de 09/08/22


6.4.6.2 Diversificar as Fontes de Financiamento

Tabela 20: Objectivo 6.4.6.2 Diversificar as Fontes de Financiamento


Linha de Orientação Estratégica de Recursos/ Recursos Financeiros

Objectivo 6.4.6.2 Diversificar as Fontes de Financiamento Ano de Referência


Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2023 2025
Nº Memorandos com
Mapear e desenvolver parcerias susceptíveis financiamento.
de gerar receita para financiar as actividades Nº de contratos com
da instituição na prossecução da sua missão empresas
Nº de Donativos
1 registados
Incentivar a criação de unidades incubadoras
de negócio e de pequenas empresas/ e Existência do
capitalizar iniciativas que visem a produção Regulamento/Normas
de recursos financeiros pelas unidades de Incubação de
2 orgânicas Negócios X
Criar um órgão especializado (Gabinete) no
rastreio de ofertas nacionais e internacionais Gabinete criado;
de financiamento por concurso e na Nº de candidaturas
elaboração de candidaturas para projectos aprovadas e
3 financiáveis financiadas X
Rentabilizar financeiramente as
infraestruturas da UP-Maputo (Pensão, Lar,
Anfiteatro, posto médico, Gabinete % da receita destas
psicossocial, parque de estacionamento, fontes sobre a receita
4 cantinas, etc.). total 1.5% 2.5%
Desenhar programas de prestação de serviços Nº de programas
em matéria de gestão académica e financeira, desenhados e em
5 cursos variados não conferentes de grau, etc. implementação X X

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6.4.6.3 Flexibilizar e melhorar a eficiência da gestão financeira

Tabela 21: Objectivo 6.4.6.3: Flexibilizar e melhorar a eficiência da gestão financeira

Linha de Orientação Estratégica de Recursos/ Recursos Financeiros


Objectivo 6.4.6.3: Flexibilizar e melhorar a eficiência da gestão
financeira Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2023 2025
Estabelecer uma estrutura orçamental por % do orçamento total
tipo de despesas, com previsão percentual destinado a despesas
1 dos valores alocados ao investimento de investimento 12% 25% 25%
Automatizar de forma integrada toda a
gestão financeira da Instituição com base nas
2 TICs; x x
Nº de processos
Aplicar com rigor e de forma transparente os cancelados por falha
procedimentos de Licitação; de aplicação de
procedimentos de
3 contratação
Introduzir mecanismos de descentralização Existência de um
responsável e controlada dos processos de instrumento
4 decisão na gestão dos recursos financeiros orientador aprovado X
Implementar sistemas de monitoria e
auditoria dos processos de gestão financeira Nº relatórios de
5 descentralizados auditoria
Melhorar a capacidade técnica de gestão dos % de execução do
recursos financeiros da instituição orçamento aprovado 100% 100%

Estas actividades pressupõem uma maior coordenação entre os diferentes sectores


envolvidos na gestão financeira, incluindo finanças, licitação, auditoria interna, entre outros.

Em resumo, a elevação dos níveis de financiamento e a diversificação das fontes de receitas,


combinadas com maior flexibilização da gestão financeira, devem assegurar elevação da
qualidade dos pilares da missão da UP-Maputo.

6.4.6.4 Desafios Financeiros para o Quinquénio 2022-2026

Com o cenário financeiro anteriormente descrito e os aspectos internos e externos que


constituem condicionantes, é inquestionável a necessidade de diversificar as fontes de
captação de recursos financeiros e de elevar os níveis de financiamento da instituição, como
condição fundamental para a viabilidade da maioria dos propósitos definidos nas grandes
Linhas Estratégicas deste Plano.

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Portanto, a actual estrutura financeira, constituída por apenas duas fontes de recursos, não
garante a sustentabilidade financeira da instituição tornando-se, por isso, mais que
necessária a definição de estratégias que procurem contrariar esta situação, seja
melhorando e assegurando a eficiência na arrecadação da receita própria já estabelecida ou
explorando o potencial de obtenção de fundos alternativos aos provenientes do orçamento
do Estado e das taxas escolares.

Trata-se, portanto, de garantir o aumento da receita própria por via do desenvolvimento dos
três pilares da Missão (Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação), através da fixação de
propinas e taxas escolares sustentáveis, aproveitando ao máximo os programas e fundos,
nacionais e internacionais, de apoio à investigação científica e aumentando a capacidade de
captação de recursos financeiros, por via da cooperação, no âmbito da intervenção da UP-
Maputo no desenvolvimento comunitário, local, nacional e quiçá, regional.

Em paralelo com a diversificação das fontes de financiamento e com a melhoria da capacidade


de arrecadação de receitas próprias e de captação de outros fundos, constitui um dos desafios
estruturantes para o quinquénio 2022-2026 a alteração da actual estrutura de financiamento,
ajustando-a às necessidades de investimento que se impõem para o período e que, em grande
medida, condicionam a qualidade dos processos de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação. Este
desiderato requer, entre outras acções, a regulamentação e o estabelecimento de mecanismos
de gestão e controlo das receitas arrecadadas, a diferentes níveis, promovendo a eficiência,
eficácia e racionalidade da aplicação dos recursos.

6.4.6.5 Projecção do Financiamento

A Figura 11 apresenta três cenários de financiamento total para os próximos cinco anos,
nomeadamente:

1. No primeiro cenário, embora se procure elevar o nível de financiamento para 50% do


custo padrão, ou seja, para 75.350,00 Mt por estudante/ano, contra os actuais
39.090,00 Mt, considera-se uma situação crítica e, por isso, indesejada, pois, não
permite acomodar minimamente as acções definidas neste documento,
principalmente no que respeita à adequação da infraestrutura física e informática, às
necessidades de desenvolvimento e ao crescimento qualitativo da instituição;

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2. No segundo cenário, o PE da UP-Maputo 2022-2026 projecta elevar os níveis de
financiamento anual, dos actuais 39.090,00 meticais por estudante para 90.450,00
meticais, correspondentes a 60% do custo padrão (USD 2.500,00*60,30=150.750,00
Meticais). Embora não sendo o óptimo, este cenário é aceitável, pois, colocaria a
instituição numa situação intermédia em termos de resposta aos desafios
estabelecidos em cada uma das suas grandes áreas de intervenção. É uma projecção
um tanto ou quanto ambiciosa que vai demandar a combinação das várias acções
estratégicas anteriormente descritas, mas que reflecte as necessidades financeiras da
instituição para torná-la sustentável na construção do seu caminho para o futuro.

Figura 18: Projecção de Cenários de Financiamento 2022-2026

3. O terceiro cenário projectado corresponde a 100% do custo padrão. Trata-se do


cenário ideal para qualquer instituição de ensino superior tendo em conta o critério
de financiamento aplicado, no entanto, mostra-se muito fora da realidade e
impossível de se alcançar durante o quinquénio 2022-2026, avaliando pelo
comportamento do financiamento nos últimos cinco anos. É assim que este PE define
como meta, em termos de níveis de financiamento, o alcance do cenário 2, ou seja,
60% do custo padrão.

Paralelamente à elevação dos níveis de financiamento total, afigura-se importante para o


alcance de muitos dos Objectivos deste Plano, a alteração da estrutura actual de aplicação de
fundos por tipo de despesas (funcionamento e investimento), procurando aumentar a porção

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orçamental destinada a despesas de investimento como forma de garantir as seguintes
prioridades estratégicas:

• Requalificação e reabilitação de infraestruturas já identificadas e adequá-las às


necessidades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação e acomodando o efectivo
estudantil projectado, ao mesmo tempo que se prepara a mobilização de orçamentos
para a construção definitiva de um campus universitário de raiz a partir de 2026
(valor global 756,900,000.00, e média de orçamento anual de 151,380,000.00 Mt);

• Modernização das Tecnologias de Comunicação e Informação para garantir uma


conectividade de qualidade que facilite todos processos de Ensino, Pesquisa,
Extensão e Inovação e Gestão Universitária (valor global 104,000,000.00, e
20,800,000.00 em média por ano);

• Modernização dos processos académicos e administrativos rumo à migração para a


era digital e, ainda, a criação de condições nos laboratórios e nas bibliotecas como
factores condicionantes da qualidade de ensino (valor global/valor anual);

• Aumento gradual do orçamento dedicado à pesquisa, dos actuais 2% para 5% do


orçamento anual global, em 2026.

Para o efeito, e conforme reflectido na Figura 12, o presente PE define que, pelo menos, um
quarto (25%) do orçamento total deve ser orientado para despesas de investimento,
contrariando a situação actual que é de menos 10%.

Figura 19: Cenários de Financiamento por Categoria de Despesa: 2021-2026

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A diversificação de fontes de receitas deverá alterar a estrutura actual de financiamento da
instituição, constituída por apenas duas fontes de recursos, que são os fundos atribuídos via
Orçamento do Estado-Receita Fiscal (88%) e as Receitas Próprias (22%) que, actualmente,
provêm apenas de propinas escolares.

A exploração de outras fontes de receitas para instituição deverá permitir a redução gradual
da dependência total dos fundos do Orçamento do Estado, passando para uma estrutura
financeira em que 70% são recursos atribuídos via orçamento do estado e 30% são receitas
próprias, entre propinas escolares, com 26%, e outras fontes de receitas com 4%, até 2026.

Resumo do Impacto financeiro global:

Tabela 22: Resumo do Impacto Financeiro dos Cenarios do PE2022-2026


Projecção do Financiamento por Fonte de Recursos: 2021-2026

Total
Tipo de Cenário Fonte de Recursos 2021 2022 2023 2024 2025 2026 Cenario
Receita Fiscal 702,24 649,36 609,03 580,87 564,97 561,68 3 668,15
Cenário 1 (50%) Receita Própria 246,73 228,15 213,99 204,09 198,50 197,35 1 288,81
Total 948,97 877,52 823,02 784,96 763,47 759,03 4 956,96
Receita Fiscal 842,69 779,23 730,84 697,04 677,96 674,02 4 401,78
Cenário 2 (60%) Receita Própria 296,08 273,78 256,78 244,91 238,20 236,82 1 546,57
Total 1 138,77 1 053,02 987,62 941,95 916,17 910,83 5 948,35
Receita Fiscal 1 404,48 1 298,72 1 218,07 1 161,73 1 129,94 1 123,36 7 336,30
Cenário 3 (100%) Receita Própria 493,47 456,31 427,97 408,18 397,01 394,69 2 577,62
Total 1 897,94 1 755,03 1 646,04 1 569,91 1 526,95 1 518,05 9 913,92

Tendo em conta os cenários de financiamento propostos, o presente Plano Estratégico poderá


ter um impacto financeiro global que varia de cerca de 5 mil milhões de meticais no cenário mais
conservador, a cerca de 9 mil e novecentos milhões de meticais no cenário ideal de
financiamento. A Universidade deverá procurar garantir, para os cinco anos, pelo menos o
financiamento médio total de cerca de 6 mil milhões de meticais como cenário médio para
preservar a prossecução dos Objectivos Estratégicos nos níveis essenciais desejáveis.

Note-se ainda que, em qualquer dos cenários propostos, cerca de um quarto do impacto
financeiro deverá resultar de receitas próprias.

6.5 Linha de Orientação Estratégica: Governação Universitária

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A criação recente da UP-Maputo propiciou condições excelentes para a renovação do
sistema de gestão até então prevalecente, criando condições para a criação de novos órgãos
de gestão, renovação de gestores e eliminação das zonas de penumbra entre órgãos de
gestão. Foi estabelecida uma nova orgânica, novos órgãos colegiais a nível central e nas
unidades orgânicas, fóruns sectoriais de planificação e avaliação de processos e actividades.
Estes processos inserem-se numa já tradicional linha de visibilidade externa da UP-Maputo
por via de organização de eventos públicos, tanto académicos, como sociais.

No global, o renovado sistema de gestão universitária necessita de reforçar a capacidade da


UP-Maputo de geração e angariação de recursos financeiros por forma a garantir o
funcionamento pleno dos processos institucionais. Necessita, igualmente, de reforçar a sua
cultura institucional de Planificação, Comunicação, Monitoria e Avaliação de processos
académicos, incrementar, nos gestores a todos os níveis, maior cultura de aderência às
normas instituídas e consolidar rotinas administrativas sobre processos fundamentais como
decisões sobre novos ingressos e alocações orçamentais anuais.

Figura 20: Enconttro do Reitor com Estudantes Internacionais

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6.5.1 Garantir o funcionamento e transparência dos órgãos colegiais de tomada de decisões

Tabela 23: Objectivo 6.5.1 Melhorar o funcionamento e transparência dos Órgãos Colegiais

Linha de Orientação Estratégica de Governação Universitária

Objectivo 6.5.1 Melhorar o funcionamento e transparência dos Órgãos


Colegiais e dos demais órgãos de administração e gestão Ano de Referência

Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2023 2026


Estabelecer mecanismos de garantia do
funcionamento dos Órgãos Colegiais com: - Existência de
- Regularidade; Deliberações e
- Efectividade; Relatórios de cada
1 - Transparência órgão (Conselhos) X X
- Plano anual de novos
ingressos;
- Plano anual de
actividades da UP-
Melhorar os processos de planificação e tomada Maputo
de decisão sobre os processos anuais de gestão - Plano Orçamental
2 global da instituição anual X X
Garantir circuitos de circulação de informações
4 oficiais de forma eficiente X X
Estimular a criação / Adopção de mais aplicativos
de TIC’s na Gestão Universitária em todos os
5 sectores da Instituição X X
Assegurar mecanismos de monitoria/avaliação
anual coordenada dos principais processos
6 cíclicos anuais da instituição X X

Os Ojectivos Estratégicos que se seguem visam consolidar a Gestão Universitária, através do


funcionamento regular e transparente dos seus Órgãos Colegiais, garantir democraticidade na
tomada de decisões e melhorar os circuitos de circulação da informação de administração,
reduzindo-se perniciosas desconfianças na seriedade das informações sobre a Universidade.

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6.6 Linha de Orientação Estratégica: Cooperação e Internacionalização

No âmbito da Cooperação Institucional, a UP-Maputo tem um histórico de relacionamentos,


tanto nacionais, como internacionais já sedimentados. Comporta relações com diferentes
actores, com vista a elevar a cooperação académica, com instituições congéneres nacionais e
internacionais. São notórias as diferentes actividades de visibilidade pública que a UP-
Maputo realiza com diferentes parceiros, tanto académico, socioeconómicos ou
diplomáticos. A UP-Maputo tem acordos, protocolos e memorandos assinados com
diferentes instituições nacionais e internacionais. Muitas áreas científicas têm projectos
comuns que permitem uma certa mobilidade académica.

Como sector e, no geral, a UP-Maputo tem, claramente, necessidade de repensar e melhorar


a programação de diferentes fragilidades a nível da cooperação, sobretudo, a cooperação
académica, fundamento da Universalidade das instituições de Ensino Superior, pela qual se
executam projectos comuns de produção de conhecimento e inovação tecnológica. Uma das
fraquezas a serem remediadas é a avaliação pública e regular dos resultados das diferentes
iniciativas e protocolos de cooperação actualmente existentes, para melhor identificar
parceiros estratégicos, estabelecer alianças mais eficazes com vista a fortalecer a
cooperação académica, através das cada vez mais disponíveis redes de cooperação, com
maior envolvimento dos actores internos nas diferentes Faculdades e serviços.

Assim, o PE focaliza a concentração das actividades estratégicas no período 2021-2026, na


procura de uma maior internacionalização da academia, melhorando as regras de gestão do
sector, bem como no desenvolvimento de actividades que permitam maior visibilidade da
UP-Maputo a nível nacional e internacional.

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6.6.1 Internacionalizar a Academia e Imprimir Maior Visibilidade à UP-Maputo

Tabela 24: Objectivo 6.6.1: Internacionalizar a Academia e Imprimir Maior Visibilidade a UP-Maputo

Área de Cooperação e Internacionalização


Objectivo 6.6.1: Internacionalizar a Academia e Imprimir Maior
Visibilidade à UP-Maputo Ano de Referência

Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026


Estabelecer normas e padrões para
1 parcerias estratégicas, incluindo
avaliação pública dos seus resultados
Estabelecer e divulgar estratégias de
parcerias nacionais e internacionais,
2 incluindo as áreas de prioridade, os
resultados globais esperados e os Existência de documento
meios disponíveis orientador sobre Cooperação X X

% de docentes em mobilidade 5% 7,5%


3 Incentivar a participação de docentes
e estudantes em redes académicas - Existência de mobilidade de
internacionais estudantes de pós-graduação 10% 15%
Promover a imagem da instituição % de estudantes
4 para atrair estudantes internacionais internacionais 1% 1,5%
Promover a avaliação pública do
5 ‘rendimento’ de cada parceria Relatórios de auditoria dos
actualmente existente resultados das parcerias X X

Espera-se por via do sector de cooperação, melhorar o entrosamento com diferentes


sectores nacionais e internacionais, promover a internacionalização académica e melhorar a
visibilidade da instituição.

6.7 Linha de Orientação Estratégica: Assuntos Transversais

Um dos indicadores essenciais do funcionamento equilibrado de uma instituição de Ensino


Superior é a qualidade dos diferentes serviços que pode proporcionar, ao conjunto da sua
comunidade, nomeadamente, estudantes, docentes e funcionários. A gama de serviços
possíveis inclui a hotelaria, sobretudo dos estudantes, as actividades competitivas em
diferentes modalidades desportivas e de artes, actividades de saúde colectiva e com
envolvimento comunitário, entre outras. A UP-Maputo tem uma certa base que permite, de
forma geral, prestar assistência e acompanhamento social dos estudantes e funcionários no

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geral, uma vez que institucionalizou apoio básico a organizações associativas dos estudantes
e funcionários com uma relativa dotação orçamental. A UP-Maputo tem, igualmente,
participações em competições desportivas externas, para além de realizar eventos internos
regulares nas áreas do Desporto e da Cultura.

Alguns dos Pontos Fracos do sector incluem a pouca clareza no sistema de atribuição de
bolsas da UP-Maputo e do Instituto de Bolsas de Estudo, para facilitar o serviço de
residencial universitária. É, igualmente, patente a exiguidade de condições para albergar
mais estudantes em regime de internamento, sobretudo, estudantes estrangeiros para
facilitação das actividades de mobilidade estudantil com reciprocidade.

O PE 2022-2026 propõe Estratégias que visam o melhoramento da Qualidade de Vida da


Comunidade Universitária, em particular, dos estudantes em regime de internamento e do
melhoramento do ambiente universitário através da promoção do desporto e de actividades
artísticas, contidas nos dois Objectivos Estratégicos estabelecidos nas tabelas que se seguem.

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6.7.1 Melhorar a qualidade de vida da comunidade universitária

Tabela 25: Objectivo 6.7.1 Melhorar a Qualidade de Vida da Comunidade Universitária

Linha de Orientação Estratégica de Assuntos Transversais


Objectivo 6.7.1 Melhorar a qualidade de vida da comunidade
universitária Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Diversificar e melhorar os serviços de
apoio ao estudante, em particular os das X X
1 residências
Diversificar e melhorar os serviços de
X X
2 apoio ao funcionário (CD e CTA)
Melhorar hotelaria universitária para Relatório anual de avaliaçã
assegurar internacionalização, em do nível de satisfação dos X X
4 particular para o nível de pós-graduação Estudantes, Docentes e CT
Incentivar o funcionamento de % de orçamento de
associações de estudantes, dos receita própria para cada X X
5 funcionários e dos alumni associação
Implementar actividades de promoção do Paridade do género na
6 equilíbrio de género comunidade universitária X X
Promover acções colectivas de
intervenção na comunidade universitária
e na sociedade, no combate a pandemias,
X X
calamidades sociais ou naturais, como a
actual Pandemia Covid-19, HIV-Sida e Relatório anual de
7 outros avaliação

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6.7.2 Promover a Formação Integral da Comunidade Universitária

Tabela 26: Objectivo 6.7.2 Incentivar a Formação Integral da Comunidade Universitária

Linha de Orientação Estratégica de Assuntos Transversais


Objectivo 6.7.2 Promover a Formação Integral da Comunidade
Universitária e promoção cultural e desportiva Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Promover a formação e intercâmbio
de grupos artísticos, culturais e Planos/Relatórios X X
1 desportivos anuais
Promover campanhas de interesse
sociocultural e de saúde das X X
2 comunidades Relatórios anuais
Desenvolver acções de prevenção e
mitigação dos efeitos da natureza e X X
3 de ordem social Relatórios anuais

Espera-se, com este Objectivo Estratégico, maior intercâmbio entre os diferentes sectores da
Comunidade Universitária e melhor a interligação com a comunidade social envolvente.

6.7.3 Promover um ambiente universitário baseado no equilíbrio do género

O presente objectivo estratégico pretende, de forma transversal, preservar um ambiente de


harmonia entre os diferentes sectores da comunidade universitária com estrito respeito pelos
assuntos de género, bem como outras questões transversais equivalentes. Adicionalmente,
deve ser incetivada uma politica de equidade de género e empoderamento da rapariga.

Tabela 27: Objectivo 6.7.3 Promover um ambiente universitário baseado no equilíbrio do género

Linha de Orientação Estratégica de Assuntos Transversais


Objectivo 6.7.3 Promover um ambiente universitário baseado
no equilíbrio do género Ano de Referência
Estratégia/Actividade Indicadores 2021 2024 2026
Incentivar políticas para o equilíbrio Existencia de
do género nas diferentes áreas de documento orientador X X
formação para promoção do
Promover a participação e equilíbrio do género na
tratamento equitativo de docentes e área de docência e X X
1 CTA nas carreiras e na gestão gestão

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Promover acções de educação para
consciencialização sobre violência
baseada no género, estigmatização Existência de um X X
em todosos assuntos transversais na gabinete de mediação
3 sociedade e aconselhamento

equivalentes expectiva é a inclusão das politicas do género na Universidade no quadro geral


da politica geral sobre o género no pais.

7. Resumo das Linhas e Objectivos Estratégicos

O presente PE, desenhado em condições adversas, nomeadamente o período de Pandemia


Covid-19, que limitou de certo modo as questões metodológicas de consultas sectórias,
conjugado com o período de reestruturação dos órgãos de gestão, que igualmente limitaram
as contribuições dos titulares na sua maioria recém-nomeados, permitiu o estabelecimento
de metas e estratégias para um período de cinco anos, contendo:

• Previsões do que naturalmente deve acontecer, tendo em contas as tendências


naturais e as projecções colegialmente assumidas;
• Projecções do que seguramente pode acontecer, colocando cenários alternativos;

• Definição das potencialidades desejáveis, ou seja, aquilo que se pretende que


aconteça, aquilo que deve acontecer em função da ideia que a comunidade
universitária colectivamente assume que deve ser o futuro da UP-Maputo (Objectivos
Estratégicos).

Segue o quadro resumo dos Objectivos Estratégicos do PE, enquadrados nas respectivas
grandes Linhas de Orientação Estratégica:

Linha de Orientação Estratégica: Ensino


• Reformar e modernizar o modelo curricular
• Assegurar formação de qualidade com base nos padrões estabelecidos no currículo
• Garantir a Implementação do Currículo
• Garantir Acesso e a Equidade
• Melhorar a Eficiência e Eficácia do Ensino, com Qualidade e Equilíbrio
• Consolidar e Tornar Sustentável o Sistema de EaD
• Potenciar a Pós-Graduação

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Linha de Orientação Estratégica: Pesquisa, Extensão e Inovação
• Criar condições para a promoção da pesquisa
• Assegurar a publicação dos resultados da pesquisa
• Promover a pesquisa de qualidade
• Desenvolver um sistema de gestão de Extensão
• Dinamizar uma cultura de inovação científica e tecnológica
Linha de Orientação Estratégica: Recursos
• Recursos Humanos
o Elevar a qualificação do Corpo Docente, CTA e Gestores
• Instalações Universitárias
o Optimizar a capacidade de uso das instalações existentes
o Desenvolver Planta Física Moderna (Novo Campus Universitário)
• Infraestrutura Informática (Conectividade)
o Reestruturar uma rede de Conectividade de qualidade
• Infraestrutura Bibliotecária
o Melhorar o acesso dos estudantes à rede de bibliotecas
• Recursos Financeiros
o Elevar os níveis de Financiamento
o Diversificar as Fontes de Financiamento
o Flexibilizar e melhorar a eficiência da gestão financeira

Linha de Orientação Estratégica: Governação Universitária


• Melhorar o funcionamento e transparência dos Órgãos Colegiais de tomada de
decisões
• Desenvolver um sistema integrado de produção e circulação de informação para
a gestão

Linha de Orientação Estratégica: Cooperação e Internacionalização

• Internacionalizar a Academia e Imprimir Maior Visibilidade para a UP-Maputo


Linha de Orientação Estratégica: Assuntos Transversais
• Melhorar a qualidade de vida da comunidade universitária
• Promover a Formação Integral da Comunidade Universitária e promover a cultura
e o desporto.

Espera-se que as acções resumidas no presente PE apresentado, para cinco anos sirvam de
transição, para, a partir de 2026, projectar com segurança acções de desenvolvimento de
muito maior alcance temporal.

Como pressuposto para a correcta implementação deste PE, sugere-se a criação de uma
equipa de monitoria e avaliação, coordenada pela DPDI, devendo incluir o sector de auditoria,

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bem como representantes das principais Linhas Estratégicas, nomeadamente: Ensino;
Pesquisa, Extensão e Inovação; Património e Finanças.

A reunião anual de planificação e os diferentes foros sectoriais deverão incluir momentos de


discussão dos relatórios de monitoria do PE.

Maputo Setembro 2021

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Referências Bibliográficas

• GOVERNO DE MOÇAMBIQUE, Programa Quinquenal de Governo 2015-2019.


Maputo, 2015.
• UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA. Plano Estratégico 2011-2017. Maputo, 2011
• MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Plano estratégico do ensino superior 2012-2020.
Maputo, 2012
• MINEDH, DIEE. Novo Documento Orientador para o Programa de Construção
Acelerada de Infraestruturas Escolares (PCA). KFW. SWECO. Maputo, 2018
• COMITÉ DE CONSELHEIROS Agenda 2025 – Visão e Estratégias da Nação.
Maputo, 2003.
• BASSI, M., MEDINA, O. e NHAMPOSSA, L. Education Service Delivery in
Mozambique: A Second Round of the Service Delivery Indicators Survey. World Bank,
Washington, 2019
• CEDAW Concluding observations on the combined third to fifth periodic reports of
Mozambique. CEDAW/C/MOZ/CO/3-5. 2019
• GRANTHAM-MCGREGOR, S. Labor market returns to an early childhood
stimulation intervention in Jamaica. Science, 344, 998–1001. 2014
• BR, Decreto 05/2019, n serie, de 4 de Marco 2019

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Anexos

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Tabela 28: Evolução de categorias de estudantes, 2012-2020
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ESTUDANTES (NOVOS INGRESSOS/MATRICULADOS/GRADUADOS)
Tabela 29: Evolução do Corpo Docente e CTA, 2014-2020
EVOLUÇÃO DO CORPO DOCENTE E DO CTA

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