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Engenharia e Tecnologia mais Limpa 6 (2022) 100362

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Engenharia e Tecnologia mais Limpa

página inicial da revista: www.sciencedirect.com/journal/cleaner-engineering-and-technology

Resistência à compressão de concretos produzidos com agregado reciclado

de concreto e efluentes de vinhaça de cana-de-açúcar.

Jaqueline Roberta Tamashiro , Ângela Kinoshita a,*, Lucas Henrique Pereira Silva˜a,b ,
uma

Fabio Friol Guedes de Paiva , Patrícia Alexandra Antunes , Rebeca Delatore Simoes c
uma uma

uma

b ˜ Paulo, UNOESTE, Raposo Tavares km 572, 19067-175, Presidente Prudente, Sao ˜ Paulo, BrazilFederal Institute of
Universidade do Oeste de São
´
c Education, Science and Technology, Jos´e Ramos Junior St. 27-50, Jd. Tropical, 19470-000, Presidente Epitacio, Sao Sao ˜ Paulo State University , UNESP, ˜ Paulo, Brasil
˜
School of Sciences and Engineering, Domingos da Costa Lopes St. 780, Jd. Itaipu, 17602-496, Tupa, Sao ˜ Paulo, Brazil

INFORMAÇÕES DO ARTIGO ABSTRATO

A vinhaça é o principal subproduto da indústria sucroalcooleira. Para cada litro de etanol produzido a partir da cana-de-açúcar,
Palavras-chave:
Concreto são gerados aproximadamente 12 a 18 L de vinhaça. Sendo assim, seu uso como agente de hidratação em concretos pode ser útil
Agregado de concreto reciclado para economizar água potável. Este trabalho analisou a resistência à compressão de concretos fabricados com vinhaça e
Vinasse agregados de concreto reciclado (RCA), em substituição à água (100%) e areia (50 e 100%), respectivamente. Nos períodos
Resistência mecânica à compressão iniciais (7 e 14 dias), a resistência à compressão dos corpos de prova hidratados com água foi superior aos hidratados com vinhaça
Painel de concreto pré-fabricado devido ao atraso na hidratação do cimento causado pela sacarose presente na vinhaça. Portanto, nessas etapas, o agente de
hidratação é o principal contribuinte para as diferenças na resistência à compressão (p < 0,05, ANOVA de duas vias). Nas fases
posteriores (21 e 28 dias), o teor de RCA foi o que mais contribuiu para as diferenças na resistência à compressão. As amostras
com 50% RCA apresentaram os maiores valores (p < 0,05), independentemente do agente de hidratação; os corpos de prova com
vinhaça atingiram a mesma resistência que a referência. Após 63 dias de cura, o concreto com água substituída por vinhaça
adquiriu maior resistência em relação ao de referência devido à continuidade da cura. Como ambos os resíduos se mostraram
viáveis na composição de concretos, foram aplicados em um painel de concreto pré-moldado, que apresentou resultados
satisfatórios, possibilitando sua utilização como parede não estrutural. Pode-se concluir que a vinhaça de cana-de-açúcar com
agregado de concreto reciclado (ACR) é uma solução adequada para obter melhor reaproveitamento de resíduos de construção e
agroindústria como um novo composto de materiais de construção.

1. Introdução características importantes relacionadas ao uso de RCA (Berredjem et al., 2020; de

A indústria da construção utiliza matérias-primas não renováveis e consome
enormes quantidades de energia na extração de insumos para a produção de materiais
de construção. O tratamento adequado e o reaproveitamento dos resíduos, em novos
materiais de construção, pode ser uma forma viável de minimizar os impactos ambientais
e também uma alternativa para o seu depósito em aterros (Silva et al., 2016). Vários
estudos têm sido realizados para estudar a viabilidade do concreto reciclado como
agregados miúdos e graúdos em concretos, argamassas, concretos com propriedade
auto-regenerativa e outros. Outra aplicação comum é como componente agregado em
camadas de pavimentação de sub-base e base (Beja et al., 2020).
Brito e Kurda, 2021). Essas características estão relacionadas à variabilidade da fonte
de RCA, tipo de cimento, relação água/cimento e demais componentes em sua dosagem
(Friol Guedes de Paiva et al., 2021). A literatura contém relatos de várias porcentagens
de agregados naturais substituídos por RCA fino na composição de concretos (Hassan
et al., 2021; Nedeljkovi´c et al., 2021). Normalmente, uma relação de substituição entre
~15% e 50% RCA no concreto garante a manutenção da resistência (Duarte et al.,
2019; Kaarthik e Maruthachalam, 2020; Letelier et al., 2017). Kaarthik e Maruthachalam
(2020) analisaram as aplicações de RCA fino como substituição parcial ou total de
agregados naturais no concreto (a partir de 40% até 100% de substituição).

A resistência à compressão e a durabilidade do concreto são as A resistência à compressão aumenta em até 60% de substituição,

Abreviaturas: RCA, agregado de concreto reciclado; HESC, cimento Portland de alta resistência inicial; S, areia; B, cascalho basáltico; W, água destilada; V, vinhaça; BACALHAU,
demanda de oxigênio químico.
* Autor correspondente.
Endereços de e-mail: angelamitie@gmail.com, angela@unoeste.br (A. Kinoshita).

https://doi.org/10.1016/j.clet.2021.100362 Recebido
em 30 de maio de 2021; Recebido em formulário revisado em 2 de dezembro de 2021; Aceito em 11 de dezembro de 2021
Disponível online em 14 de dezembro de 2021
2666-7908/© 2021 Os Autores. Publicado por Elsevier Ltda. Este é um artigo de acesso aberto sob a licença CC BY-NC-ND
(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
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JR Tamashiro et al.
atingindo a resistência à compressão necessária de ~50 MPa e diminui com quantidades
maiores. Outras pesquisas também relatam que os requisitos de resistência foram
atendidos com o uso de RCA, mesmo com uma ligeira diminuição ao longo do tempo (Fan
et al., 2016; Güneyisi et al., 2016; Guo et al., 2020).
A vinhaça de cana-de-açúcar é um líquido residual do processo de fermentação das
destilarias de etanol e o setor sucroenergético tem grande relevância na atividade
econômica brasileira. Em 2020, Brasil e Estados Unidos foram responsáveis por 83% da
produção mundial de etanol (Renewable Fuels Association, 2021). Para a produção de 1
L de etanol de cana-de-açúcar, são gerados aproximadamente 12 a 18 L de vinhaça
(Demattˆe et al., 2016; Kusumaningtyas et al., 2020); por isso, a vinhaça é produzida em
grandes volumes no Brasil. Em outros países também é gerado na produção de etanol,
mas com diferentes matérias-primas como cenoura, milho, uva e beterraba. Devido à
matéria orgânica e nutrientes, como potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), a vinhaça
é amplamente utilizada como fertilizante e espalhada nos canaviais (Kusumaningtyas et
al., 2020). Cerca de 25-30 kg/m3 de nutrientes de baixo peso molecular estão presentes
na vinhaça, por isso é utilizada na fertirrigação (Demattˆe et al., 2016). No entanto, o uso
contínuo e prolongado da vinhaça nos solos causa impactos ambientais como a
desestabilização estrutural do terreno e a acidificação permanente dos recursos hídricos
(Christolofoletti, 2013; Fuess e Garcia, 2014). Fuess e Garcia (2012) avaliaram a matéria
orgânica em solos devido à aplicação de vinhaça. Os resultados foram equivalentes à
carga de poluição das populações (117–257 hab.haÿ 1
1
) e pelo menos 2 vezes maior do que
a das grandes cidades (78–70 hab.haÿ Por outro ).
lado, a vinhaça de cana-de-açúcar pode ser um potencial aditivo em compósitos
cimentícios por conter açúcar. Existem poucos relatos na literatura sobre o uso da vinhaça
de cana aplicada em compósitos cimentícios compósitos de matriz, diferente do melaço,
que tem a mesma origem. Huang et al. (2020) investigaram o uso de melaço como aditivo
para compósitos à base de cimento de sulfoaluminato. Os estudos foram conduzidos com
diferentes dosagens de melaço: 0%, 0,25% , 0,5%, 0,75% e 1% de cimento. Os resultados
mostraram que o melaço retardou a reação de hidratação e melhorou a trabalhabilidade.
Após 28 dias de cura, a resistência à compressão de todos os compósitos que utilizam
melaço atinge um valor médio de 37,92 MPa, superior que os compósitos de referência
(37,1 MPa ) . tártaros devido à diminuição de sua porosidade, resultando em estruturas
uniformes e densas quando curados. Akar e Canbaz (2016) observaram que o melaço de
cana-de-açúcar atribuiu características plastificantes ao concreto e promoveu retardo (mais
de 24 h) no tempo de pega do concreto fresco. Além disso, o uso de melaço também
reduziu o custo de fabricação em ~2% quando comparado ao custo de fabricação de
concretos comuns.
Rashid et ai. (2019) determinaram que 0,25% é a dosagem ideal de melaço de cana-de-
açúcar para aumentar o desempenho de RCA em concretos. A adição de melaço provocou
uma redução de água para atingir a consistência e trabalhabilidade normais. A proporção
0,25% de melaço aumentou a resistência à compressão aos 7, 28 e 365 dias, devido à
estrutura mais densa após endurecimento prolongado.
Portanto, o objetivo deste trabalho é estudar a viabilidade do uso do agregado
reciclado de concreto (ACR) como agregado miúdo em associação com vinhaça in natura
para melhorar as propriedades mecânicas do concreto.
Posteriormente, pretende-se avaliar as propriedades mecânicas de um painel de concreto
pré-moldado construído com este novo compósito.
2. Materiais e métodos
2.1. Materiais
Neste trabalho foram utilizados os seguintes materiais: vinhaça, agregados finos
(RCA e areia), agregado graúdo (brita basáltica com dimensão máxima de 12,5 mm),
cimento Portland de alta resistência inicial (HESC) e água.
2
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O agregado de concreto reciclado (ACR) foi coletado em edifícios residenciais. Foi
originalmente fabricado para atingir resistência à compressão de 32 MPa em 28 dias,
contendo 16,67% de cimento Portland brasileiro Tipo II; 33,32% de areia e 49,98% de
cascalho basáltico ÿ12,5 mm. O RCA foi fragmentado em moinho de martelos (3,73 MW)
e selecionado de forma a não conter possíveis agentes externos como: solventes, óleos,
graxas, vernizes, tintas ou mesmo a presença de aditivos químicos que pudessem
comprometer os resultados. A vinhaça de cana -de-açúcar in natura foi fornecida por uma
indústria sucroalcooleira, localizada no município de Osvaldo Cruz, São Paulo, Brasil.
A caracterização de RCA, areia e cascalho basáltico foi feita por análise de peneira
de graduação, densidade e absorção de água, seguindo os métodos padrão (C136-14,
2014; C138-17a, 2013; C294-19, 2019; NM-248, 2003 ; NM-52, 2009; NM-53, 2003).
A Tabela 1 apresenta os teores de óxidos dos cimentos determinados por meio de
fluorescência de raios X (Shimadzu X-ray Fluorescence).
2.2. Ensaios químicos
Os teores de açúcares redutores, açúcares totais e sacarose da vinhaça foram
determinados pelo método de Lane & Eynon (NBR-16253, 2019). A demanda química de
oxigênio (DQO) da vinhaça foi determinada por refluxo fechado, método colorimétrico
utilizando dicromato de potássio (K2Cr2O7) como oxidante (APHA, AWWA, WEF, 1998).
Foram medidos o pH da água destilada, da vinhaça e das pastas elaboradas com
HESC, vinhaça ou água. Os testes foram realizados de acordo com o método de teste
9045D (USEPA, 2004).
2.3. Amostras de concreto
Os corpos de prova foram fabricados de acordo com os procedimentos para resultar
em concretos com resistência à compressão em torno de 20 MPa, seguindo o método de
dosagem de Silva (1975), correspondente à especificação para concreto para painéis de
parede não estruturais (NBR-16475, 2017) com misturas em diferentes proporções de
areia/RCA como agregado miúdo e com vinhaça ou água como agente de hidratação,
conforme descrito na Tabela 2. As seguintes siglas foram utilizadas para identificar os
materiais: S: areia; RCA: agregado de concreto reciclado; W: água, V: vinhaça. Na
denominação da amostra, o número após a sigla S e RCA refere-se à porcentagem do
componente na mistura. Por exemplo: S0/RCA100/W significa 0% areia com 100% RCA
e água, S100/RCA0/V significa 100% areia, 0% RCA e vinhaça.
A mistura de concreto foi preparada de acordo com a prática padrão para fabricação
e cura de corpos de prova de concreto em laboratório (C192/ C192M-19, 2019) com
abatimento em 85 ± 9 mm (C143 e C143M-20, 2020). Em seguida, foram colocados em
cilindros metálicos (ø100 mm e 200 mm de altura) (C470/ C470M-15, 2015) e compactados
em mesa vibratória (C1176/ C1176M-13, 2013). Os corpos de prova foram desmoldados
após 24 h e colocados em câmara de cura a 25 ÿC, com umidade relativa de 65%, por 7,
14, 21 e 28 dias. Para a referência e com amostra de vinhaça na composição, foram
avaliados períodos adicionais: 35, 42, 49, 56 e 63 dias.
2.4. Teste de resistência à compressão de corpos de prova e análise estatística
O ensaio de resistência à compressão foi realizado em triplicata para todas as
composições, com máquina de ensaio de compressão, Instron Emic®, modelo 23–100
(C39/C39M-18, 2018; NBR-7215, 2019).
Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Em seguida,
foram aplicados os testes apropriados para comparar a resistência das amostras e a
interferência dos resíduos.
2.5. Fabricação de painéis de concreto pré-fabricado e resistência à compressão
Os painéis de concreto pré-moldado foram confeccionados com dimensões de 90 ×
60 × 4 cm (comprimento x largura x altura) com reforço interno por CA-60
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Tabela
1 As composições de óxidos dos cimentos Portland (% em massa).

Alto SiO2 Fe2O3 SO3 Al2O3 K2O SrO TiO2 MnO Cr2O3 ZnO CuO V2O5 Rb2O

HESC 66,59 19,75 3,05 3,26 4,48 0,83 0,74 0,29 0,12 0,04 0,04 0,03 0,03 0,03
55,22 17.01 2,31 4.08 5,22 1,08 0,12 0,35 2,27 – 0,01 – – –
Tipo II

Tabela 2
Identificação da amostra, proporção de concreto de adição, porcentagem de componentes, proporção agente de hidratação/cimento *S- areia; RCA - agregado de concreto reciclado; W- água e
V vinhaça.

Amostra Componentes (% em massa) Relação água/cimento ou vinhaça/cimento

Cimento HESC Areia RCA cascalho basáltico Água Vinasse

S100/RCA0/W (referência) 13,86 32,88 0 44,26 9 0

S50 / RCA50 / W 13,86 16,44 16,44 44,26 9 0
S0/RCA100/W 13,86 0 32,88 44,26 9 0 0,65
S100/RCA0/V 13,86 32,88 44,26 0 9
S50/RCA50/V 13,86 16,44 0 16,44 44,26 0 9
S0/RCA100/V 13,86 0 32,88 44,26 0 9

barra de aço, ø4,2 mm e 15 cm de espaçamento. O concreto foi feito com

substituição total de areia por RCA e água por vinhaça (S0/RCA100/V) com
faixa de abatimento em 85 ± 9 mm (C143; C143M-20, 2020).
Um teste de resistência à compressão não destrutivo (C805, 2018) foi
realizado usando um martelo de rebote Schmidt, Swiss Precision Since PAT,
energia de percussão de 30 Nm. Para as medições, a região central do painel
foi polida com carbeto de silício, limpa e seca para evitar a influência da umidade
nos resultados. Na área central, uma região de 40 ×
40 cm foi dividido em uma matriz 4 × 4 para medidas. Os impactos com o rebote
Schmidt foram aplicados nas 16 sub-regiões, foram feitas 3 medidas em cada
sub-região. Os dados foram analisados estatisticamente por meio do teste
ANOVA.

2.6. Espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR)

As amostras S0/RCA100/V foram analisadas em um espectrômetro Bruker®

FTIR, modelo Tensor 27, modo ATR não polarizado, por trans
1
mittance, com 32 scans e 4 cmÿ resolução espectral.

3 Resultados e discussão

3.1. Caracterização física de agregados

Fig. 1. Granulometria de areia e RCA.

O RCA foi triturado até que suas dimensões atingissem valores próximos
aos da areia, com tamanho menor que 2,36 mm (tamanho da peneira n.8). A Tabela 3
Fig. 1 apresenta os resultados da análise de peneira de classificação de Propriedades físicas dos agregados.
agregados miúdos. As dimensões dos grãos e areia RCA são semelhantes e
Propriedades Agregado grosso Areia RCA
estão de acordo com as normas (C136-14, 2014; NM-248, 2003).
Min. tamanho nominal (mm) 6.3 0,15 0,15
O módulo de finura (FM) para areia natural e RCA fino foi de 2,27 mm
Máx. tamanho nominal (mm) 12,5 4,75 4,75
indicando que o RCA tem o mesmo FM que a areia. Outros autores relatam 172,8 2,86 2,44
Densidade (g/cm3 )
valores semelhantes aos encontrados neste trabalho (Kaarthik e Maruthachalam, Absorção de água (%) 3,69 1 2,42
2020; Limbachiya et al., 2012; Ying et al., 2020).
A Tabela 3 resume as propriedades físicas dos agregados.
A densidade da RCA foi menor que a densidade da areia, pois foi constituída, 3.2. Ensaios químicos
em parte, por argamassa envelhecida, que apresenta poros ou vazios. Isso
também justifica sua maior absorção de água do que a areia. No entanto, o A Tabela 4 mostra os resultados de pH obtidos para a água destilada,
resultado de absorção de água do RCA foi inferior a outras investigações, o que vinhaça e as pastas preparadas para o ensaio. Os valores de pH obtidos são alcalinos
está associado a uma melhor qualidade do agregado. A maior absorção de água
do RCA em relação à areia pode ser favorável para a composição da argamassa, Tabela 4

uma vez que a água absorvida pode gerar cura nos grãos triturados (Omary et Potencial de hidratação e pasta de hidrogênio (pH) a 23 ÿC. Os valores são

al., 2016). Yacoub et ai. (2018) observaram que o RCA apresenta alta absorção apresentados como média e desvio padrão.

de água, durante a etapa do processo de agitação, que pode expulsar o ar Agente de hidratação e pastas pH
aprisionado nos poros e encher a água. Água destilada 8,06 ± 0,02
vinhaça de cana-de-açúcar 4,74 ± 0,03
HESC e água destilada 12,23 ± 0,01
HESC e vinhaça de cana-de-açúcar 12,09 ± 0,03

3
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exceto vinhaça. Tabela

A diminuição da alcalinidade da pasta de cimento preparada com vinhaça não 6 Resultados da ANOVA de duas vias de acordo com o período de 7, 14, 21 e 28 dias de
deve causar problemas, pois a intoxicação do concreto ocorre quando o pH da cura.
pasta está abaixo de 6 (Lacerda et al., 2017). Fonte de Soma de Df Significa F F
O método Lane & Eynon (NBR-16253, 2019) foi realizado para determinar a variação quadrados quadrado valor p crítico

quantidade de açúcar na vinhaça. Os resultados obtidos foram açúcares redutores 7 dias

21,70 g/L; açúcares totais 28,5 g/L e sacarose 6,5 g/L. Agente de hidratação 419,98 1,00 419,98 291,93 8,69E 4,75

Os açúcares, como a sacarose, são os retardadores mais eficazes na hidratação (água e vinhaça) 10

do cimento; os açúcares redutores como glicose, maltose, lactose e celobiose

RCA 103,51 2,00 51,76 35,98 8.53E 3,89
também são bons retardadores (Thomas e Birchall, 1983). 06
Taxa de
A demanda química de oxigênio (DQO) da vinhaça foi de 32.975 ± 224 . Sela substituição (0,
mg.Lÿ 1et ai. (2020) relatou DQO de 250 mg.Lÿ para têxtil para efluente
1
dede
coque
forno 50%, 100%)
1 Interação 506.31 2,00 253,16 175,97 1,28E 3,89
águas residuais, entre 200 e 6500 mg/Lÿ águas
09
residuais. Assim, a vinhaça tem alto potencial poluidor, equivalente à carga 12
Resíduos 17,26 1,44
1) (Combustível e
poluidora das populações das grandes cidades (78–70 hab.haÿ Garcia, 2012).
14 dias
Portanto, aplicações alternativas desses resíduos que evitem o descarte direto no
Agente de hidratação 99,22 1,00 99,22 14,87 2.28E 4,75
meio ambiente, como proposto neste trabalho, são de grande relevância. (água e vinhaça) 03

RCA 19h50 2,00 9,75 1,46 2.70E 3,89

Taxa de 01
3.3. Resistência à compressão substituição (0,
50%, 100%)

Os dados experimentais de resistência à compressão seguem uma Interação 305,53 2,00 152,76 22,89 8.02E 3,89
05
distribuição normal (p > 0,05, teste de Shapiro-Wilk). Portanto, a ANOVA de uma
Resíduos 80,07 12,00 6,67
via (análise de variância) foi aplicada para estudar os efeitos do tempo de cura e
da composição na resistência à compressão e a ANOVA de duas vias para 21 dias
Agente de hidratação 24,81 1,00 24,81 3,72 7.79E 4,75
analisar simultaneamente os efeitos de RCA e vinhaça na resistência à 02
(água e vinhaça)
compressão. O teste HSD de Tukey (diferença honestamente significativa) foi
realizado no procedimento de comparação múltipla para encontrar médias que RCA 210,66 2,00 105,33 15,78 4.37E 3,89

são significativamente diferentes (p < 0,05) entre si. Taxa de 04

substituição (0, 50%,
A Tabela 5 apresenta os resultados de resistência mecânica à compressão
100% RCA)
(em MPa) de corpos de prova fabricados com substituição de água destilada por Interação 147,37 2,00 73,69 11.04 1.91E 3,89
vinhaça (0% e 100%) e areia substituída parcialmente por RCA (0%, 50%) e 03

totalmente (100%). Resíduos 80.11 12,00 6,68

A comparação dos resultados do mesmo material, ao longo do período de 28 dias

análise, mostrou que o valor da resistência à compressão aos 28 dias é superior Agente de hidratação 0,67 1,00 0,67 0,17 6.89E 4,75

ao período de 7 dias (p < 0,05, ANOVA, Tukey) para todas as composições (água e vinhaça) 01

estudadas.
RCA 750,04 2,00 375,02 94.10 4.64E 3,89
A Tabela 6 apresenta os resultados da Two-way ANOVA de acordo com o 08
Taxa de
período e a Tabela 7 a contribuição estatística de cada fator para a propriedade substituição (0,
mecânica dos concretos. 50%, 100%)
Interação 80,17 2,00 40,08 10.06 2.72E 3,89
A análise estatística (Tabela 6) demonstra que o agente de hidratação e o
03
RCA afetam a resistência à compressão, uma vez que as interações entre essas Resíduos 47,82 12,00 3,99
variáveis resultaram em p < 0,05 em todos os períodos analisados. A Tabela 7
mostra a contribuição estatística de cada fator para a propriedade mecânica. De *Df: graus de liberdade.

acordo com os resultados, podemos notar que nos períodos iniciais de cura, 7 e
14 dias, o agente de hidratação e a % RCA foram os fatores responsáveis pela
Tabela
maior parte da diferença estatística enquanto no
7 Contribuição estatística de cada fator para a propriedade mecânica.

7 dias 14 dias 21 dias 28 dias

Tabela
5 Resistência à compressão de corpos de prova de concreto com 7, 14, 21 e 28 dias de % Vinasse 40,11% 19,67% 5,36% 0,08%
% RCA 9,89% 3,87% 45,50% 85,36%
idade (em MPa). Os valores são apresentados como média e desvio padrão.
% Vinhaça e % RCA 48,36% 60,58% 31,83% 9,12%
Amostras de concreto 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias Resíduos 1,65% 15,88% 17,30% 5,44%

S100/RCA0/W 15,79 ± 19,36 ± 21,30 ± 21,65 ±

(referência) 2,65a 1,60 0,44 3,56a
S50/RCA50W 26,97 ± 24,59 ± 29,52 ± 32,27 ± períodos posteriores, o % RCA determinou as diferenças.
0,59c 0,88 1,22 0,67b A influência da vinhaça nas fases iniciais pode ser explicada pela presença
S0/RCA100/W 9,80 ± 12,47 ± 14,17 ± 12,90 ± de açúcar na vinhaça. De acordo com a literatura, a sacarose retarda a hidratação
0,01d 0,93 1,35 0,07c
do cimento e, assim, pode-se explicar a diferença estatística observada nos
S100/RCA0/V 4,87 ± 12,18 ± 19,78 ± 18,44 ±
1.05b 4,95 5,31 1,00a
períodos iniciais devido à mudança do agente de hidratação (Huang et al., 2020;
S50/RCA50/V 4,99 ± 11,27 ± 19,79 ± 30,34 ± Mehta e Monteiro, 2008) , uma vez que os resultados deste trabalho indicam 28,5
0,38b 2.07 1,27 2.16b g/L de açúcares totais. Por outro lado, em períodos tardios, a contribuição do RCA
S0/RCA100/V 13,72 ± 18,88 ± 18,39 ± 19,21 ±
foi mais importante, e isso pode ser explicado pelo fato de conter partículas de
0,12a 2,66 2,60 2.25a
cimento não hidratado, que com o tempo cristalizaram, formando C–S–H e um
S: areia; RCA: agregado de concreto reciclado; W: água; V: vinhaça. Letras diferentes no ligação pode ser formada entre a matriz de cimento e o RCA
período de 7 e 28 dias indicam diferença estatisticamente significativa (p < 0,05, One-way
ANOVA, Tukey) entre os espécimes.

4
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partículas. A água inicialmente absorvida dentro dos poros fica disponível em idades
posteriores para a hidratação do cimento, levando à cura interna (Donza et al., 2002; Katz,
2003). Além disso, o aumento da resistência à compressão pode ser atribuído ao efeito de
enchimento do fino RCA (Nedeljkovi´c et al., 2021). Assim, a % de RCA afetou a resistência
à compressão.
Analisando os resultados de 28 dias de cura entre todas as composições (Tabela 5),
podemos notar que S100/RCA0/V e S0/RCA100/V apresentaram resistência à compressão
equivalente aos corpos de prova de referência, indicando que ambos os resíduos podem
ser utilizados.
Além disso, a substituição de 50% de RCA foi a que produziu materiais com maior
resistência à compressão (independente do agente de hidratação). Outros autores relatam
comportamento semelhante, Xiao et al. (2005) verificaram que o aumento na proporção nas
substituições, superior a 50% RCA, reduziu a resistência à compressão. Esse limite de
substituição de ACD observado pode ocorrer devido a um equilíbrio entre fatores que
contribuem para o aumento da resistência à compressão e outros que reduzem (Fan et al.,
2016; Güneyisi et al., 2016; Guo et al., 2020; Kaar thik e Maruthachalam, 2020). Conforme
mencionado, a presença de cimento não hidratado e água no RCA leva à cura adicional,
aumentando a resistência do concreto (Donza et al., 2002; Katz, 2003). Além disso, o efeito
de enchimento do RCA pode levar a um concreto mais compacto e mais denso (Nedeljkovi
´c et al., 2021). Por outro lado, a alta absorção de água RCA, que aumenta com os
percentuais de substituição, modifica a trabalhabilidade da mistura, resultando em uma
mistura de concreto mais seca. Isso reduz a coesão da mistura na moldagem, a uniformidade
do concreto e, consequentemente, a resistência do concreto (De Oliveira e Vazquez, 1996;
Jiang et al., 2019; Poon et al., 2004).
Como foram detectados açúcares na vinhaça e a literatura relata o atraso na hidratação
do cimento produzido por eles, a resistência à compressão dos corpos de prova S100/RCA0/
V, em comparação com a referência S100/RCA0/W, foi realizada por até 63 dias (Fig. . 2).
A Fig. 2 mostra a tendência crescente da resistência à compressão mecânica após o
28º dia de cura da mistura S100/RCA0/V. Apresentou um aumento de 104% no 63º dia em
relação aos 28 dias de cura. A resistência à compressão do concreto de referência (S100/
RCA0/W) atingiu a estabilidade aos 28 dias (Wood, 1992). Como já mencionado, o aumento
da resistência à compressão, após 28 dias, pode estar relacionado ao atraso na hidratação
do cimento produzido pela vinhaça, e também devido ao efeito de enchimento e efeito de
hidratação tardia dos resíduos de cimento não hidratados (Jesus et al., 2019). ; Roque et al.,
2020). Os açúcares podem reduzir
acesso das partículas de cimento à água retardando a formação de cristais de C–S–H
(Mehta e Monteiro, 2008). Milestone (1977) propôs que a sacarose atua como um retardador
efetivo na hidratação do silicato tricálcico (C3A), devido à lenta degradação em soluções
alcalinas, como pastas de cimento. Juenger e Jennings (2002) confirmaram que a adição
de açúcar altera a microestrutura do C–S–H, alterando seu processo de formação e a
densidade na fase inicial de hidratação. O açúcar atrasa a hidratação do cimento por vários
dias, mas após a reação, a resistência do concreto logo supera a do convencional.
Após 63 dias de cura, a resistência à compressão da mistura contendo vinhaça (S100/
RCA0/V) foi superior à da referência (p < 0,05, ANOVA, Tukey) atendendo a todos os
requisitos estabelecidos pela ASTM (C39/C39M-18 , 2018; NBR-7215, 2019). Assim, pode
ser considerada uma dosagem ótima, devido ao desempenho mecânico compressivo.
3.4. Resistência à compressão do painel de concreto pré-moldado
A Fig. 3 apresenta a média de resistência à compressão de cada uma das 16 regiões
(ponto de ressalto) do painel de concreto pré-moldado S0/RCA100/V, após 30, 90 e 150
dias de cura. Todos os resultados foram analisados estatisticamente através do teste One-
way ANOVA e não foram encontradas diferenças (p >
0,05, ANOVA, Tukey).
Apesar da literatura relatar uma correlação entre o ensaio destrutivo com máquina de
ensaio de compressão e o ensaio não destrutivo com rebote de Schmidt (Xu e Li, 2018),
devido ao fato de a placa conter uma malha de aço, os valores de resistência à compressão
são diferentes dos apresentados na Tabela 5, que foram medidos com corpos de prova de
concreto sem armadura.
O teste de rebote de Schmidt é um método de teste não destrutivo que fornece uma
indicação da resistência à compressão do concreto (Xu e Li, 2018). Por se tratar de um
ensaio não destrutivo, Kovler et al. (2018) validaram e sugeriram realizar este ensaio em
concreto pré-moldado diretamente nos canteiros de obras. Da mesma forma, Xu e Li (2018)
mostraram a viabilidade do uso desta técnica para avaliação das propriedades mecânicas
de vigas de concreto; encontraram valores próximos em diferentes posições materiais.
Embora não tenha havido diferenças estatisticamente significativas entre os tempos de
cura, os resultados (Fig. 3) indicaram um aumento na resistência à compressão do painel
de concreto pré-moldado feito com 100% RCA e vinhaça ao longo dos tempos de cura,
demonstrado pela linha de tendência dos pontos experimentais (Fig. 3). A resistência à
compressão final alcançada pelo painel é compatível com concretos de uso estrutural,
conforme normas brasileiras (NBR-16475, 2017; NBR-8953, 2015), e com uso de unidades
de muro de arrimo conforme especificação padrão para muro de arrimo modular pré-moldado
unidades (C1776/C1776M-17, 2017).

Fig. 2. Resistência à compressão dos concretos S100/RCA0/W e S100/

RCA0/V com 28, 35, 42, 49, 56 e 63 dias de cura (em MPa). Fig. 3. Média da resistência à compressão de cada ponto rebatido.

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3.5. Caracterização microestrutural (FTIR-ATR)

A Fig. 4 mostra o espectro FTIR da amostra S0/RCA100/V, areia, cimento HESC

e vinhaça. A Tabela 8 lista as principais bandas presentes nos espectros.

No espectro FTIR da amostra de concreto é possível encontrar as bandas mais

intensas dos materiais que a compõem (areia, cimento e vinhaça) que indicam que o
concreto não apresenta alterações químicas em suas estruturas moleculares após
toda a fabricação
processo.
1
No espectro da vinhaça, a banda de absorção em 1701 cmÿ atribuída ao é
grupo carbonila, presente em diversos produtos, como açúcares, aldeídos e cetonas
(Carlsson e Wiles, 1969; Urban iak-Domagala, 2012) e em 1319 cmÿ indica presença
1
de amidas 1 (Otieno et al., 2017). Doelsch et ai. (2009)
cmÿ éafirma
uma ligação
que a banda
C–O do
degrupo
1095
álcool presente em açúcares, ou ácidos ou ésteres. A região de 900 a 1200 cmÿ
corresponde à zona de absorção de amostras de bagaço de cana (Tewari e Irudayaraj,
1
2003; Tewari e Malik, 2007).

1
Segundo Bulatovi´c et al. (2017) a banda em ~1604 cmÿ (1539 cmÿ e em
1 1 Fig. 4. Espectro FTIR-ATR: areia, vinhaça, cimento Portland (HESC) e concreto
a região entre 1400 e 1500 cmÿ cimento e nos ) observado na areia, de adição S0/RCA100/V.
espectros do espécime corresponde, respectivamente, a gessos ou etringitas e a
óxido de cálcio ou outros metais alcalinos (Tang et al., 1 2016). A banda em 1236
cmÿ refere-se à vibração de silicatos de cálcio
hidratados (C–S–H). Os silicatos de cálcio hidratados
hidratação compõem
do cimento a principal
Portland, esta fase
fase de
tem Tabela
grande influência, principalmente nas propriedades físicas e mecânicas dos 8 Identificação das principais atribuições das bandas de FTIR para amostras S0/
compósitos cimentícios desta banda. RCA100/V, areia, cimento Portland (HESC) e vinhaça.

Bandas de absorção Bandas

1 1
(Pelisser, 2009). Outra banda forte ocorre em ~894 cm- indica a , (cmÿ )
presença de goethita (FeO(OH)). Goethita é um mineral de óxido de ferro. Pode ser 2931 Água ou vapor molecular (H2O) (Senthil Kumar e Rajkumar,
encontrada em solos e está associada, em parte, com quartzo, pirita e micas. Pode 2013)
ser observado nas vibrações entre ~495 (Senthil Kumar e Rajkumar, 2013). Doelsch 1701 Presença do grupo carbonila, como aldeídos e cetonas (Carlsson
1 cm- 1 e 894 cmÿ et ai. banda pode corresponder a inorgânicos e Wiles, 1969; Urbaniak-Domagala, 2012)
1
(2009) afirma que os sais de ~621 cmÿ,
1604 Gesso ou etringitas (Bulatovi´c et al., 2017; Tang et al., 2016)
como o aluminossilicato (Al–O–Si).
Neste trabalho, agregados de concreto reciclado (RCA) e vinhaça foram utilizados 1539 Óxido de cálcio ou outro metal alcalino (Tahri, 2013; Tang et al.,
como componentes de um novo compósito de matriz cimentícia. A vinhaça produziu 2016)
1319 Amida (Otieno et al., 2017)
uma hidratação mais lenta do cimento; este maior período de formação de C–S–H
1236 Silicato de Cálcio Hidratado (Pelisser et al., 2012)
devido aos açúcares, proporcionou uma resistência final à compressão mais alta. 1095 Açúcares, ou ácidos ou ésteres (Doelsch et al., 2009)
Assim, também pode ser utilizado como agente de hidratação do cimento Portland, 894 Goethite (Senthil Kumar e Rajkumar, 2013)
substituindo a água potável no processo de fabricação. A vantagem é que a vinhaça 621 Aluminossilicato (Doelsch et al., 2009)
é um resíduo da agroindústria, diferente do melaço, que geralmente é utilizado como
matéria-prima em alimentos adoçantes, nutrição animal e em outras áreas. Como tal,
• O painel de concreto pré-moldado para usos não estruturais pode ser fabricado
apresenta uma nova metodologia para utilização da vinhaça na fabricação de concreto
substituindo 100% da areia por RCA e água por vinhaça.
e painel de concreto pré-moldado, dispensando o uso de aditivos químicos para a
mesma finalidade, alcançando maior resistência à compressão. Este trabalho também
Pode-se concluir que a vinhaça de cana-de-açúcar com agregado de concreto
mostra a comparação de várias dosagens de concreto, resultados e vantagens de
reciclado (ACR) é uma solução adequada para obter melhor reaproveitamento de
cada aditivo por meio de análise estatística e valores de resistência à compressão
resíduos da construção civil e agroindústria como um novo composto de materiais.
(com RCA e água, ou RCA com vinhaça, ou areia com água ou vinhaça).
Estudos futuros devem se concentrar em analisar o estudo do processo de hidratação
do cimento na presença de vinhaça.
4. Conclusões
Declarações de interesse

Os resultados obtidos neste trabalho levam às seguintes conclusões:

Nenhum.

• A substituição de 50% RCA foi a que produziu concreto com maior resistência à
Reconhecimentos
compressão, independente do agente de hidratação.

Este estudo foi financiado em parte pela Coordenação de Aperfeiçoamento de

• A resistência à compressão do concreto com a substituição total de areia por RCA
Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Brasil - Código de Finanças 001. Os autores
e água por vinhaça é equivalente à referência no período de 28 dias. • A
agradecem ao PPGMADRE da Universidade do Oeste de São Paulo, FCT UNESP e
resistência mecânica após 63 dias de cura do concreto contendo vinhaça em
UNITOLEDO.Científico
Angela Kinoshita agradece
e Tecnológico Conselho
(bolsa Nacional de Desenvolvimento
CNPq 309186/2020–0).
substituição à água é superior à do concreto convencional

concreto.
• As medições de FTIR indicaram que o concreto com vinhaça não apresenta
alterações químicas em sua estrutura.

6
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