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Encontro de Eng.

De Materiais, Processos e Fabricação – de 13 de Dezembro de 2022


“PÓ DE VIDRO EM SUBSTITUIÇÃO DO AGREGADO PARA
CONCRETO”
(Ferrari.AP Kato.JT Ruckert.GA Simões.KCS)
Universidade São Judas Tadeu – Av. Angelica, 2565 – Bela Vista – São Paulo - SP

Introdução: Conclusão
A indústria de concreto é geradora de grandes impactos ambientais e Após analisar os resultados obtidos com as três fases do estudo, pode-
sociais, segundo Metha (2002) ela utiliza 1,6 bilhões de toneladas de se notar que a substituição parcial do agregado por pó de vidro tem
cimento, 10 bilhões de toneladas de rocha e areia e 1 bilhão de toneladas como consequência uma perda de resistência, sendo maior em idades
de água. Tendo em vista melhorar tais impactos, começaram a ser feitas mais avançadas do concreto e nas maiores porcentagens de
pesquisas de diferentes materiais para produção de cimento, argamassa substituição. Porém, a substituição de 5% de pó de vidro, demonstrou
e concreto, de modo que fosse suprir de forma sustentável a demanda da melhor resultado no que tange a resistência de ruptura aos 28 dias,
Construção Civil. Os principais materiais para a formação do cimento são comparado a resistência vista no traço de referência da mesma idade.
calcário e argilas, ambas retiradas da natureza. Na produção desse Esse resultado pode ser diretamente relacionado ao preenchimento de
cimento é gasta muita energia. Segundo Oliveira, Brito e Veiga (2012) o espaços vazios, que se aumentar a porcentagem de substituição, pode
consumo térmico pode chegar a 3.300MJ/t de clínquer produzido e seu acarretar na hidratação insatisfatória dos sólidos, aumentando os vazios
consumo de energia elétrica é estimado entre 90 e 120 kWh/t de cimento e consequentemente alterando a resistência média.
produzido. Para a diminuição desse impacto ambiental e uma redução Além disso, após os testes feitos com os corpos de prova, foi visto que
econômica no quesito energia, foi necessário um estudo onde houvesse a tanto para o teste de compressão, quanto o de resistência à tração
substituição de matérias naturais por materiais artificiais e/ou reciclados. diametral, apresentam valores parecidos em comparação a outros
O pó de vidro é uma das alternativas, pois além de ser um material 100% testes, que avaliaram o efeito de filler, por adição e/ou substituição de
reciclável, ele apresenta uma alta capacidade mecânica, por conta de outros materiais que não fossem o pó de vidro. Assim, após essa
suas características de inalterabilidade, dureza, resistência, entre outras. análise, pode-se entender a substituição do agregado por pó de vidro,
O artigo estudado tem como objetivo mostrar que pode haver uma não influencia de maneira negativa a resistência mecânica.
substituição parcial do agregado graúdo de concreto por pó de vidro , Com base nos resultados obtidos concluímos que este estudo
mostrando em seu corpo de prova que é apta e atinge uma resistência apresenta os resultados de um estudo de viabilidade do uso de resíduos
mecânica satisfatória tornando viável o processo. de vidro como ingrediente na fabricação de concreto para promover
uma alternativa viável para o reaproveitamento de materiais,
Palavras - Chaves: contribuindo para o conceito sustentabilidade na construção civil.
Sustentabilidade, Concreto, Resistência e Pó de Vidro. Os resultados obtidos de tensão são diretamente proporcionais ao
tamanho da partícula de vidro, e a distribuição granulométrica final do
Metodologia: agregado graúdo deve ser próxima do tamanho de partícula ideal do
material, uma redução significativa dos vazios no concreto, este por sua
A metodologia utilizada foi os estudos das principais propriedades do
vez, leva uma possível resistência à tração da amostra.
concreto. Os materiais utilizados na experiência foram Cimento Portland
Para outros valores, a resistência à tração diminui constantemente com
CP II-F 40, agregados como areia e brita, e vidro de descarte de uma
o aumento da quantidade de vidro na mistura. Esse fenômeno pode ser
fábrica triturado manualmente e passado por peneiras com diferentes
explicado pelo aumento da quantidade de matéria seca que deve ser
aberturas obtendo diversas granulometrias mas de acordo com a NBR
hidratada.
NM 248/2003. Logo após, diversos traços de concreto foram formulados,
submetidos a inúmeros ensaios, das quais as porcentagens de
substituição de vidro variaram nas composições. Bibliografia:
O estudo foi dividido em três fases: onde na primeira foram analisadas as MEHTA, P. K. 2002. Greening of the Concrete Industry for Sustainable
principais características dos componentes do concreto como Development. Concrete International, Vol. 24, No. 7, July 2002.
granulometria, finuras das partículas entre outras. Na segunda houve a
substituição de 5, 10, 15 e 20% do peso de agregado miúdo por pó de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7215:
vidro (quadro 1). Na última foram realizados os corpos de prova e os Cimento Portland - Determinação da Resistência à Compressão. Rio
mesmos foram submetidos a ensaios de resistência a tração e de Janeiro, 1996.
compressão diametral de modo que viesse a revelar qual traço teria
melhor comportamento em relação às propriedades analisadas. HELENE, P.; TERzIAN, P. Manual de Dosagem e Controle do
Em laboratório foram moldados 150 corpos de prova de 10x20cm (figura Concreto. Ed. Pini, Brasília, 1992.
1), usando recomendações do Método de Dosagem IPT/EPUSP
(HELENE e TERZIAN, 1992) onde 75 foram atribuídos a ensaios de COSTA E SILVA, Angelo Just da ; MARANHÃO, Amanda Gabriela
compressão e os outros 75 foram submetidos a ensaio de tração Dias ; ALENCAR, Luiz Antônio Araújo Coelho. 2017. Estudo do uso de
diametral e as idades para rompimentos desses corpos foram 7, 14 e 28 resíduo de pó de vidro em substituição do agregado para
dias. argamassas. Recife, 2017

RIGHI, Debora; KHOLER, Lucas; KIRCHHOF Larissa ; LIMA,


Rogério. 2011. Efeitos da Substituição de Areia por Vidro Moído no
Comportamento de Concretos em Elevadas Temperaturas. São
Paulo, 2011.

OLIVEIRA, Renata; BRITO, Jorge; VEIGA, Rosário. 2012. Redução


do teor de cimento em argamassas com incorporação de agregados
finos de vidro . Lisboa. 2012.
Quadro 1 - Traço Figura 1 - Molde

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