MOLHO DE CHAVES

Por Chuck Wendig

A casa, na verdade, apenas uma cabana, ficava em um cume. O cume dava para um
barranco e ao fundo da ravina corria um riacho lamacento, uma serpente de água agita-
da e barrenta que serpenteava pelas colinas escuras. Mesmo agora, na parte da manhã,
o sol da manhã já estava quente, pálido e turvo. Um par de urubus circulou um ao outro
acima com asas negras impulsionadas por exalações de ar quente.
Um carro se aproximou. Um sedan prata de quatro portas. Alugado. Nuvens de poei-
ra levantaram-se atrás dos pneus uma vez que acabou a vegetação torta de grama verde
que creciam à sombra do granito. Ele parou na cabana, pneus aparecendo no cascalho
de calcário. O sol se moveu para se esconder atrás da única nuvem no céu.

– Não parece um grande lugar, – disse Greg, sobre o local. Ele tocou em uma
lâmpada empoeirada ao lado de uma cadeira irregular. Uma pilha de revistas de caça
e de corrida se espalhou, então suspirou. – Então, você pode nos dar uma boa e rápida
avaliada?
Bárbara, com seus cabelos lisos de penteado simples e rosto como couro de sela
pálida, estalou a língua e balançou uma caneta. Sua mandíbula mascando teimosamente
um pedaço de chiclete de hortelã; mesmo após a viagem de duas horas até aqui, Greg
ainda podia sentir o cheiro de hortelã obsoleto.
– Não é possível ser muito rápida, – disse ela. – Efeitos fiscais. Fins imobiliários.
Tudo mais. Honestamente, eu estou surpresa. Ouvi dizer que você queria vender esta
pequena jóia, e eu pensei comigo mesma, que é apenas uma maldita vergonha. Bela
cabana, localizada bem em cima de Buzzard Creek.
 – Sobre isso, – Karen, a esposa de Karen, sua rocha, sua constante, a sua
Greg, começou. – É seco aqui em cima, âncora, colocou uma mão calmante sobre
osso seco, estou tendo hemorragia nasal e seu ombro.
eu estou usando um monte de hidratante, A mulher olhou o imóvel picado como
mas esse fluxo abaixo de nós, são como se alguém que apenas tirasse a goma da sua
corredeiras lá em baixo. Por que isso? boca. – Você não tem que usar uma lingua-
– Neve derretida, – disse Barbara. – Ca- gem tão indelicada. Somos pessoas educa-
ramba, não havia neve no chão há apenas das.
duas semanas. Mas o final da primavera – Foda-se. Caia fora daqui. Eu vou en-
chegou e assim faz sol. Parte da seca, contrar alguém que quer fazer o trabalho.
porém, é todo o ar aqui em cima e você
quer que atente para a doença de altitude,
porque...
– Ouça, – Greg interrompeu. – Você é Momentos depois, uma porta bateu. Um
a mulher dos imóveis e motor de carro. Mais
faz a sua coisa de cascalho sob os pneus.
imobiliário. Eu quero Greg caiu na cadeira,
vender esse lugar. “Eu só sei que molas guinchando. Ele
Eu não quero ficar com respirou profundamen-
ele. esta pequena jóia te. Rangeu os dentes.
– Se você diz que é um depositário – Dia difícil no
sim. Eu só sei que esta escritório? – Perguntou
pequena jóia é um de- de verdade" Karen, de pé atrás dele.
positário de verdade, e Ela esfregou os dedos
obviamente, o seu pai o sobre as têmporas. Era
amou muito; ele parece muito con- uma piada, essa pergun-
fortável e acolhedor e simplesmente viveu ta, algo que ela perguntou-lhe quase todos
aqui. - Barbara fez uma cara triste. os dias. Engraçado, ou pelo menos divertido
Greg já tinha o suficiente. – Parece ter para eles, porque ele trabalhava fora da casa,
vivido porque morou aqui. Meu pai mor- em seu estúdio no sótão.
reu de um ataque cardíaco naquela cadeira Greg riu um pouco. Era bom, tanto o
ali mesmo, por isso é que há uma lata de busílis templo e o pequeno sorriso que tocou
refrigerante vazia na mesa, é por isso que no canto de sua boca. – Mmm. Mês áspero.
há a porra de um saco vazio de Funyuns Ano difícil, década áspera. Vamos recapi-
caido no chão. Então, você quer fazer o tular, vamos? Papai se divorcia de mamãe
negócio ou não? Você nos arrasta todo o há dez anos. Mamãe morre de câncer no
caminho até aqui, todo o caminho para o pâncreas. Papai compra uma casa, esta casa,
cu da montanha para quê? Vai me dar lição esta pequena cabana de orifício, e se afasta
de moral? Me vender um lugar que graças do epicentro aproximado do nada. Ah, mas
ao Will encontraram umas minas debaixo antes que ele se mude, me diz que sou um
do maldito colchão? Ou você quer ficar desperdício inútil de bom sêmen, porque ele
quieta e fazer o seu maldito trabalho? queria um trabalhador e em vez disso
ganhou um artista da aquarela. Em segui- coisa lá dentro. Meu estômago já está ron-
da, ele desaparece por dez anos. Nenhum cando. Você quer sair do caderno e caneta,
telefonema. Nenhuma carta. Nem mes- e iniciar o inventário? Poderia muito bem
mo um cartão-postal de Buzzard Creek. matar o tempo até a corretora perceber
Depois, então, o velho morre. O coração que nos deixou para morrer no alto deste
cresce e explode. Ele deixa sua fortuna, cume. Ela vai voltar.
que inclui esta palaciana propriedade e
tudo nela, todas as cabeças de animais e
revistas de corrida que eu poderia querer.
O desperdício inútil de bom sêmen. Assim, Greg abriu a geladeira, e um cheiro
ficamos em um efeito de olhos verme- forte golpeou a cara dele. Ele engoliu
lhos, e eu não consigo uma ância de vômito e
dormir porque algum respirou fundo. Moscas
idiota de dois anos de
idade, brincou de roleta
Assentados na prate- apareceram; elas circu-
laram sua cabeça. Não
russa na parte de trás da leira mais baixa es- demorou muito para
minha cadeira há quatro identificar os crimino-
horas. tavam dois pacotes sos. Não foi o suco de
– Estou esquecendo embrulhados em papel cereja ou a prateleira
alguma coisa? de condimentos em sua
– Uma coisa. de acougueiro maioria vazios. Não, na
– Ah, é? O que? prateleira mais baixa
– A corretora nos foram dois pacotes
trouxe aqui e agora ela se foi. Com o carro. embrulhados em papel de açougueiro: uma
Ele mordeu o interior de sua bochecha. marcada ALCE, o outro URSO. Sangue
– Bem, merda. marrom encharcado. Trilhas dele crescen-
do vermelho e vicioso.
Fechando a porta com o pé, Greg cam-
baleou para trás, assim que Karen apareceu
Não há sinal de telefone celular. Nenhu- com o notebook de bolso.
ma barra. E Greg tinha decidido há meses, – Primeiro dois itens no inventário, –
como executor da propriedade, parar de Ele disse, – dois pacotes de carne estraga-
pagar a conta de telefone na cabana, por- da. Talvez possamos vendê-los no eBay.
que ele não achava que iria precisar. Então, – Sem comida, então.
com certeza o telefone estava mudo. Eles – Não se você não sabe como matar o
estavam presos. botulismo, não.
– Nós não temos comida ou água? – – Para o inventário?
perguntou Greg. – Para o inventário.
– Uma garrafa de Aquafina e dois paco-
tinhos de Mentos.
– Ajuste de refeições para um rei, então.
Vou verificar a geladeira, ver se há alguma O quarto. Onde seu pai tinha dormido
nos últimos dez anos. Camas de campanhas
com lastros de troncos de pinheiros, pai. Ele é um grande mistério para mim.
torcidos e amarrados. O colchão no meio. Como eu era provavelmente pra ele.
Nenhuma penteadeira: apenas pilhas de – Adicione este presente à pilha, en-
roupas dobradas junto à parede, a maioria tão. – Karen se afastou e tilintavam algo
de flanela e denim, um pouco de camu- na frente do rosto de Greg. Um molho de
flagem e laranja da chama jogado em boa chaves. Sete chaves de tamanhos variados
medida. Sob a cama, três fuzis e duas pendiam em um anel penduradas e trança-
espingardas. Na parede, uma pintura a óleo das em um arame. – Encontrei próximo a
de algum Índio escalpelando um urso, e um antigo moedor de pimenta na cozinha.
duas fotos autografadas de John Wayne. – Onde elas destrancam?
Greg esfregou os olhos. Ele estava exausto – Essa, meu marido, é a questão. Além
e entrado no território de da porta da frente, Eu
“acordado e nervoso”. não vi uma única fe-
Ele sentiu Karen chegar Um molho de Cha- chadura neste lugar. E
por trás. você?
– Aviso, – disse ele, ves. Sete chaves – Nenhuma. – Ele
varrendo os braços com de tamanhos varia- checou, levou as chaves,
um gesto dramático – olhou para elas por um
Nenhuma das minhas dos penduradas e bom minuto. – A porta
pinturas. Pinturas de ve- da frente não tem sequer
ados e lobos malditos em
trancadas num cir- uma fechadura. Poderia
todos os lugares. Índios culo de arame. ser chaves de volta ao
em todo canto também, leste, eu acho.
como se o meu pai não – Elas estavam,
fosse um branco de co- basicamente, sobre o
larinho azul de Hammonton, New Jersey. balcão, porém, com o moinho de pimenta.
John Wayne neste quarto. Gary Cooper e Por que deixar um conjunto de chaves de
botões vermelhos na sala de estar. Tudo duas mil milhas embora?
autografado. Mas nenhuma das minhas – Temos que chamar Scooby Doo e sua
pinturas. turma. Talvez eles possam nos dizer onde
Ela colocou os braços ao redor de sua Barbara está também.
cintura. – Alguma vez você deu-lhe algu- Karen fez uma careta. – Eu realmente
ma? não acho que ela vai voltar.
Bem, não, Greg pensou, mas o velho – Sim. Eu também não. – Ele checou
nunca lhe pediu. Mas ele não disse. Em seu telefone novamente. Sem sinal. – Di-
vez disso, ele perguntou: – Eu me pergunto ga-lhe o quê. Vou lá fora. Vou dar uma
o que ele sonhou aqui. Será que ele sonha- volta, bater meus braços, agitar o celular
va em se arrepender? Foi este o seu lugar aproximadamente. Ver se eu não consigo
de paz? Sua... como o Cherokee chamava- algum bar aberto lá fora. Continue inventa-
-o? Caçador Feliz? Você sabe, eu basica- riando, eu acho.
mente não sei merda nenhuma sobre o meu
 Karen o beijou na bochecha. – Não caia – Minhas pinturas.
na ravina e morra. Foi a primeira coisa que Greg notou.
– Eu vou fazer o meu melhor. Outros teriam dito que não era a coisa
mais estranha na sala, e não por um tiro
longo. Mas, para ele? As palavras não
Ele encontrou um alçapão. Se puder ser poderiam descrever.
chamado assim. Não muito longe da linha Na parede do fundo: roxo, aquarelas
da cerca, perto da borda da serra e a apenas turvas, impressões de uma tempestade que
uns passos de uma casinha meio podre, se aproxima.
colocaram uma laje de concreto no chão. À sua direita: a velha casa da fazen-
Uma porta de aço enferrujado econtrava-se da, com o celeiro que parecia que estava
no meio. suspirando.
Ao redor da porta, À sua esquerda: os bancos verdes luxu-
seis fechaduras, nenhu- riosos acionados através
ma do mesmo tamanho de uma lança serpentina,
que a outra. “Tudo bem. Vamos o Rio Delaware em Gray
– Tudo bem. Eu Churn.
vamos jogar, – disse jogar", disse – Eu não entendo, –
ele, tirando o molho de ele, tirando o disse em voz alta, e era
chaves. Tentou as duas verdade. Ele tinha pinta-
primeiras na fechadura. molho de chaves. do estes quadros. Estes
A terceira – uma pe- eram os originais. Ele
quena chave de bronze, nunca tinha dado ao seu
se ajustou. pai uma única pintura, nenhuma. Cada um
Antes que percebesse, uma sensação destes três vieram de uma galeria em uma
poderosa o varreu. Ele encontrou-se com pequena cidade não muito longe de onde
suas mãos e joelhos na poeira e sujeira, fre- Greg e Karen morava. Comprados por um
neticamente tentando cada chave em cada comprador anônimo; não raro que algumas
bloqueio. Greg ouviu-se ofegante. Ouvi pessoas simplesmente se recusem a deixar
seu coração bater em seus ouvidos; artérias suas informações de contato.
pulsavam em seu pescoço. Ele passou as mãos sobre o vidro, ao
Em seguida, a chave final, a fechadura longo dos quadros. Uma coluna de luz
final. Sentia-se calmo novamente. Um pou- brilhante brilhou do alçapão acima de sua
co tonto. No céu, uma pomba lamentou. cabeça. Ciscos de poeira rodopiavam.
Greg rangeu os dentes, abriu a porta. Foi então Greg voltou sua atenção para
A câmara escura, envolta em concreto, o resto da sala.
esperou. A câmara em si não era muito grande.
Greg olhou em volta. Ninguém à vista. Não era maior do que uma pequena sala de
Karen ainda estava na casa, em algum estar – 3 metros por 3 metros, tudo de con-
lugar. Puxando a respiração, desceu para a creto. As pinturas foram parafusadas na
escuridão. parede com grossos chumbadores de ferro.
Duas estantes assentadas contra as
paredes. Um tapete trançado, uma espiral Todas dizendo a mesma coisa.
de tecidos heterogêneos, estava empoeira- Leilão Blum e Gipp, e o endereço. Um
do no chão frio e uma cadeira de madeira endereço na cidade mais próxima.
bem-vestida estava próxima ao lado de Greg teve uma idéia. Ele estendeu a mão,
uma lâmpada fina de ouro. puxou o tapete.
Greg acendeu a lâmpada. Pálida, a luz Sim, uma etiqueta pendurada por baixo,
encheu o carvoeiro. a marca Blum e Gipp, mas outra coisa lhes
As estantes estavam cheias de livros. roubou o fôlego. Sob o tapete tinha um tipo
Livros estranhos. Algo chamado Grimó- de marcação. Um sinal, um símbolo. Pin-
rio de Honório. Um pequeno livro ver- tado em faixas escuras de carvão vegetal;
melho chamado Tabuletas de Verkung. ângulos agudos casado com redemoinhos
O Código de Laldabaoth. As Viagens de vertiginosos. E o chão estava marcado com
Lark Demonde. Pantagruel e Gargantua. manchas de sangue velho, algumas delas
Uma autobiografia de alguém chamado entupidas de tufos de pelo... animal. Talvez
“Chevalier Thélème”. de um cervo, talvez
As Antigas Ilhas da um coelho, Greg não
Pentalogia. O Código Sua ultima imagem sabia.
das Mentiras. A Chave Então: voaram.
de Bronze e Chamas. antes de subir foi Elas saíram do
Papai não lia. Não o tapete se con- nada, um vórtice de
livros. Revistas de caça, moscas de ventre gor-
talvez. É claro que torcendo em mais duroso desceu através
Greg não tinha visto o da abertura do alça-
homem há dez anos.
de mil moscas. pão. Algumas pousa-
Mas se tivesse lido ram na boca de Greg
alguma coisa, seria... e ele cuspiu, mas não
livros sobre os índios. Uma autobiografia era ele que as moscas queriam: eles pousa-
de John Ford ou Ronald Reagan. Não ram nas manchas de sangue, sobre as faixas
essas coisas. de carvão. Elas zumbiam e se alimentavam.
Então, alguma coisa chamou a atenção Rapidamente, Greg arrancou a etiqueta
de Greg. Algo saia de cada um dos livros. do fundo do tapete, em seguida, deixou ele
Ele puxou - um pequeno marcador branco cair de novo. O tapete caiu levantando po-
saiu. Escrito à mão no topo: “Leilão Blum eira. Sua última imagem antes de subir foi o
e Gipp”, e um endereço. tapete se contorcendo mais de mil moscas.
Greg puxou um pouco mais. A mesma
etiqueta, mesma inscrição. Ele viu um
adesivo branco no canto inferior esquer-
do da estante: a mesma etiqueta, mesma
inscrição.
A etiqueta na outra estante. Uma eti- Lá fora, a luz do dia parecia levar tudo
queta na cadeira. embora. Aves voavam. A brisa agitava
Ele puxou suas pinturas: em cada uma,
uma etiqueta.
distante, e o cheiro foi levado por ela.
Ele olhou para as chaves. Sete chaves,
mas seis fechaduras. Uma chave restante.
Isso incomodava ele. Recomendou em
seu cérebro como uma mosca na orelha.
Ele espantou-os para longe e continuou
andando, descendo após a linha das árvores
e na sombra reconfortante, um alívio em
relação ao crescente calor do dia.

A cidade não era bem uma cidade. A

– Encontrei alguns Windex, – disse única rua transversal tinha um cruzamento
Karen, brandindo a garrafa como se ela ti- de quatro vias e um sinal congelado intermi-
vesse acabado de ganhar um Oscar. – Pen- nente. Um bar com o muro branco assen-
sei em como eu limpar invetariando. Isso é tado, janelas embaçadas, melros pousados
uma palavra, inventariandos? nos beirais das portas da frente. Algumas
– Eu, ahhh, não sei. cabanas esmagadas jun-
– disse Greg, alisando tas, placas semi apodre-
o cabelo para trás. – Eu Ele olhou para cidas. Uma clínica vete-
vou dar um passeio. rinária com uma parede
Nenhum sinal la fora, as chaves. Sete de estuque parecia ser o
mas talvez se eu me chaves, só seis único lugar que estava
virar de cabeça para aberto. Greg piscou os
baixo em direção a fechaduras. Resta olhos turvos, raspou a
essa cidade, passamos uma chave. língua empoeirada e
eu vou chegar perto de seca contra os dentes e
uma torre de celular. depois viu: um tanto na
Karen se virou, olhou de soslaio. rua mais adiante, um
– Você está bem? Parece que você... pequeno edifício quadrado com teto preto.
– Vi um fantasma. Não. Eu estou bem. Uma placa na frente estava escrito “Blum e
É tudo um pouco esmagador. Eu pego você Gipp”.
de volta aqui em uma hora mais ou menos.

Enquanto caminhava levantava poeira
atrás de si, seca e chupando sol acima, Greg
ficava vendo algo em sua periferia. Algo es-
tava seguindo-o. Uma forma vermelha, um
borrão quente como uma impressão digital
de sangue manchado. Ele olhava, e o que
quer que fosse tinha ido embora.
Uma núvem de mosquitos que picam
formaram uma aureola ao redor de sua
cabeça.
O sino tilintou.
Era muito maior por dentro do que pare-
cia por fora. Três corredores oscilaram aci-
ma dele: antiguidades, tudo ensacado, tudo
etiquetado, empilhados juntos sem nenhuma
ordem perceptível. Um boneco de ventrí-
loquo com um crânio rachado caido sobre
uma lancheira de metal arranhada, apoiada
em uma torre de revistas mofadas Vida do
Garoto, que meio desabou contra uma caixa
de gelo de madeira com símbolos estranhos
em ângulo, riscados nele.
 Um homem apareceu: tufos de cabe- Ofegante, limpou a boca molhada com
lo branco saindo quase todos os lugares, a parte de trás do braço e começou a falar
menos na parte superior da cabeça, uma novamente.
redonda barriga como uma grávida pendu- – É estúpido, mas o meu pai, ele tinha
rada sobre uma fivela de cinto na forma do este... bem, eu encontrei alguns itens, e eles
Estado do Colorado. foram todos marcados com...
– Eu sou Henry Gipp, – disse o homem – Respire primeiro, Greg, – disse Geor-
com uma voz nítida e calma (Greg pensou ge Blum, seu sorriso nunca vacilando.
estranhamente no som da primeira página – Nós sabemos quem você é, – disse
de um livro novo se Henry, acenando com
abrindo na dobra), e a cabeça. – Sabíamos
estendeu a mão. Seus olhos, aci- do seu pai muito bem.
Antes que Greg zentados, nao Bem famoso. Vem com
podesse apertá-la, uma a gente, meu rapaz. Nós
voz atrás dele o fez olharam direnta- temos algo para lhe
girar nos calcanhares: mostrar.
– Eu sou George
mente para Greg
Blum, – disse um - em vez disso,
homem alto, provavel-
mente pelos seus 40 pareciam procurar Eles levaram-no
anos, e nenhum cabelo seu contorno, des- de volta. George atrás
fora do lugar, nem dele. Henry à sua
sequer uma mancha lizando o olhar. frente.
branca. Seus olhos, Chegaram a uma
acizentados, não olha- porta com seis fe-
ram diretamente para Greg, em vez disso,
chaduras. Henry se atrapalhou com seis
pareciam procurar seu contorno, deslizando
chaves em um anel de bronze, uma chave
o olhar.
para cada fechadura, e ele continuou sor-
– Escute, – Greg se viu começando,
rindo para Greg enquanto ia abrindo.
gaguejando, com a boca tremendo enquan-
to falava, porque ele não tinha um pingo de (Quando Greg passou pela porta viu
umidade na garganta. mais símbolos estranhos, estrelas como
Gipp entregou-lhe uma garrafa plásti- flocos de neve, ou gravadas no batente da
ca de água. – Você está com sede. Precisa porta).
disto. Relaxe. Refresque-se. – Seu pai, – disse Henry enquanto
– Molhe o bico, – disse Blum. caminhavam, – amou um pouco você.
Greg piscou. Henry Gipp não tinha uma – Duvido muito disso, – disse Greg.
garrafa de água antes, tinha? Tanto faz. Fo- Estava quente ali - úmido, também, o que
da-se, ele estava com sede. Pegou a garrafa era estranho. Ele sentiu o suor na testa, ao
e apertou-a em sua boca. redor de seu pescoço.
– Pish posh!, – Disse George, um chia-
do estranho.
 – É como esta, – disse Henry, fazendo – Mas eu não vou dizer isso a você. Não
uma pausa antes de uma cortina vermelha gostaria disso. – Henry acariciou a gaiola a
suja que pendia através de um outro baten- forma como se fosse acariciar o cabelo de
te da porta. – Seu velho, só porque ele te uma amante. – É uma coisa engraçada, uma
amava, não significa que ele sabia como cena engraçada aqui. Porque a cerca de dez
lidar com você. Eu sei que ele não manteve anos, seu pai ficou onde você está de pé,
contato. Ele não ligava, o que, dez anos? e fez a mesma pergunta que você acabou
Mas ele achou seus meios. Tinha os seus de fazer. Ele veio à procura de... o que era,
meios de cuidar de você. Manter o dedo George?
sobre o pulso. – Cômoda de gave-
– Em seu pulso, – tas, sim senhor. Cômo-
George imitou. “O que está na da de gavetas.
– Eu não sei do que – Certo. A cômoda.
você está falando, –
gaiola, Greg, é E nós começamos a fa-
disse Greg, e ele come- algo realmente lar e andar, e ele parecia
çou a dizer algo mais, um homem em busca
mas Henry lhe deu este especial" de algo. Porque nosso
olhar, e ele achou a objetivo é agradar, nós
língua ligada ao céu da o trouxemos para cá
boca. Henry só piscou e puxou a cortina. para ver se tinha o que ele estava procuran-
do. Nós fizemos. Ele levou para casa este
utilitário, levou-o profundamente.
– Eu não estou entendendo.
– Esse é o ponto. Você não vai. Seu
velho queria saber das coisas. Estava com
No meio de uma sala escura, no centro medo de chamá-lo ou vê-lo, o que com a
de um tapete oriental cor-de-sangue, estava coisa com sua mãe morrer e tudo. Além
uma gaiola. O suficiente para manter um disso, todas as coisas que ele disse para
cão grande, mas nada maior. você. As coisas não-sonice. O que há na
Dentro da gaiola, algo observava. Quan- gaiola, Greg, é algo realmente especial.
do se moveu, uma névoa vermelha - como George entrou na conversa: – Super
uma impressão digital com sangue, Greg especial.
pensou - estremeceu e pulsou. – Lhe dá olhos onde você não tem olhos.
Ele ouviu o zumbido distante de moscas. Lhe diz coisas que você não poderia saber
Seus olhos lacrimejavam. O suor escor- de outra maneira. O velho quis saber sobre
ria pelas costas. Ele sentiu-se mal. Febril. você, finalmente, realmente, verdadeira-
– Você vai ficar bem!, – Disse George, mente, te conheço, e esta foi a sua maneira
batendo nas costas de Greg e sorrindo. de consegui-lo.
A voz de Greg voltou, num sussurro: – A coisa na gaiola estremeceu, fez um
O que... que diabo é isso? estalo sussurrante fraco.
– Ele tem um nome, – disse Henry, se entrin- Greg piscou. Sufocado, tonto, doente. –
cheirando pela gaiola e olhando para dentro Por quê? Por que ele faria isso? Porque
não bastou... chamar? Porque não bastou – Oh, eu...
escrever a porra de uma carta? Não diga nada, e você vai ter tudo.
– Não posso responder a isso. – Henry – Greg?
respirou profundamente pelo nariz. – – Não estava prestando atenção. Passei
Porque eu não sei. Mas posso dizer que o a mão na merda de um pedaço do parapei-
nosso amigo na gaiola sabe. Ele sabe tudo to. Eu encontrei o sinal. Um sinal. Fiz uma
sobre o seu pai. Ele ficou muito aconche- chamada e tem um táxi vindo nas próximas
gante com ele. Ouviu cada pensamento horas.
seu. Experientou tudo o que seu Karen aproximou-se,
pai fez. As pessoas são sentiu sua testa. – Você
como as portas tranca- está suando.
das, meu rapaz. Você A forma verme- – Está quente.
só tem que encontrar a lha flutuava em – Você está bem?
chave para entrar. – Nunca estive melhor.
– Nós temos a sua periferia. – Ele não tinha certeza
chave, – disse George, se era uma mentira.
esfregando os ombros
Só ele podia – Eu vou matar um
de Greg. ver. Só ele po- pouco mais de tempo lá
– O quanto você fora. Pegar um pouco de
quer a chave?, – per- dia ouvi-la. ar fresco.
guntou Henry. – Tudo bem, querido.
O mundo desmaiou. – Ela beijou sua bochecha
A forma vermelha tremia, o barulho da – Vá para o quarto. Tenho coisas para te
porta da gaiola. Greg rangeu os dentes e mostrar.
fez uma escolha. Ele saiu da casa, o molho de chaves já
tilintando em sua mão. A forma vermelha
flutuava em sua periferia. Só ele podia
vê-la. Só ele podia ouvi-la.
– Como você cortou sua mão? E o chute foi o seguinte:
Greg olhou para a palma da mão. A Ele falou com uma voz que era quase -
barra inferior da sua manga foi enrolada quase - de seu pai.
em torno de uma mancha escura marrom.
Algumas moscas dançava sobre a mancha.
 Edição Traduzida
Título Original: Inferno
Tradutores: Jogadores
Revisão: Jogadores
Diagramação: Jogadores
Agradecimentos: Ao blog do Mundo das Trevas
(MdT) e a toda comunidade brasileira de Storytelling.

Esta edição foi gentilmente elaborada por fãs, sem fins

lucrativos, para o uso único e exclusivamente pessoal.

SUA VENDA É PROIBIDA.

Comprem livros. Colaborem com o mercado do

RPG!

14
creditos
 Introducao
Introdução
O orgulho e o precur-
sor frequente da queda.
O orgulho é o precursor
Foi o pecado do diabo e a
frequente da queda. Foi o
ruina do diabo; e tem sido,
pecado do diabo e a ruína
desde sempre, estrategia
do diabo; e tem sido, desde
do diabo, que, como um
sempre, estratégia do diabo,
especialista, geralmente
que, como um especialista,
da a um homem um elevador
geralmente da a um homem
antes de lhe dar um andar.
um elevador antes de lhe
- Bispo Robert
dar um andar.
South
- Bispo Robert South
16
introducao
Nós todos temos nossos demônios.
Para alguns, eles são figurativos: um hábito de jogo, um filho problemático,
um passado assombrado. Mas este livro não é sobre demônios figurativos. É sobre
o negócio real, entidades genuínas de fora deste reino: muitos diabretes de boca
sibilando e clicando no canto, uma sombra de pernas compridas, cujo rosto é uma
máscara de gafanhotos; uma Súcubo com dedos famintos, carne diáfana e o inevi-
tável cheiro azedo do leite que a mãe deixou em seu rastro.
Um demônio tenta: ele promete segredos contidos em um frasco de vidro, os
segredos que se pode ter apenas estando disposto a pagar o preço.
Outro demônio destrói: Ele se rebela contra todos os que supostamente traba-
lham para o bom Deus, rasgando a carne e pele, eviscerando o virtuoso e xingando
os exorcistas que caçam-no noite a dentro, noite a fora.
Um terceiro demônio possui: fareja fraqueza, uma espécie de podridão moral
e emocional, e ele encontra o viciado ou o louco e abre caminho para a sua alma
como larvas sob a pele, e aí passa a residir, agora duas almas partilham um corpo,
o humano e o demônio.
No Mundo das Trevas, demônios são muitas coisas, mas isso não significa que
eles não são coisas reais, oh não. Eles usam muitas faces e buscam muitas coisas
(assim como os seres mortais que andam pelo mundo, não são espécies demasiado
complicadas?) não significa que sejam menos sinistros ou menos sedutores.
Os demônios estão lá fora. Você vai ser tentado?
Indulgências Infernais
Pode parecer uma pílula amarga para engolir - e certamente qualquer sacerdote
que vale o seu sal no Mundo das Trevas discorda veementemente (talvez não, estan-
do do lado errado de um cano duplo), mas os demônios não são maus. Ou, mais
especificamente, eles não fazem o mal pelo mal.
O tema Infernal é este: os demônios são intrinsecamente egoístas.
Eles são movidos pelo pecado, consumidos pelo vício. Eles não são apenas
consumidos, pois eles são as próprias manifestações da iniquidade, nascidos dos
desejos escuros e de loucos apelos. Um demônio quer. Isso é tudo. Sua virtude é
apenas uma farsa, uma máscara que usa para atingir uma meta temporária. Mas
seu vício é o que está no núcleo mais profundo de seu espírito. O inferno titular
não é necessariamente as chamas literais do Inferno lambendo a criatura e tudo
a sua volta, são as paixões terríveis, tão rápidas em consumir, que conduzem os
demônios com obstinada determinação.
Para alguns demônios, isto é pessoal: uma criatura colérica busca vingança con-
tra a família de um exorcista e demonologista que o enviou de volta para o inferno
tantas décadas atrás, ou uma entidade nascida do orgulho agarrando-se tão somen-
te a seu sangrento caminho pelos incontáveis degraus da escada da hierarquia do
terrível Pandemonium. Para outros, é absolutamente impessoal: o demônio faz o
que faz porque nada mais conhece. Ele persegue luxúria, porque é um súcubo,
obriga os outros ao desfiladeiro, porque é simples e fraco e tem uma alma genui-
namente gulosa.
A Verdade Sobre Demônios
Além de ser conduzido por suas próprias indulgências inegáveis, demônios são:
Fracos. Isso mesmo. Eles são fracos. Eles podem ser física ou sobrenaturalmente
fortes, com certeza. Se alguma Duquesa miserável em seu choro, tiver seu caminho
livre da boca do inferno por algum tempo ela pode muito bem ter a capacidade
de rasgar uma cidade inteira em pedaços, indo tão longe a ponto de queimar
da memória sua incursão na mente de qualquer um que
testemunhou, deixando apenas ruínas carbonizadas e total
confusão em seu rastro. Isso, no entanto, não é o tipo de
força que estamos falando. Demônios são espiritualmente
fracos, facilmente tentados, entregues à poderosos impul-
sos, mesmo a entidade mais poderosa pode estar perdida
em caprichos infantis ou necessidades cruéis e imaturas.
Nascidos do conhecimento proibido. Demônios (ou dae-
mons) já foram tidos como espíritos orientadores, inteli-
gencias efêmeras, criaturas do conhecimento. Mas preva-
lecentes atitudes religiosas muitas vezes perverteram seu
significado, assim como sátiros tornaram-se associados
com a imagem de Satanás, ou da mesma forma que a co-
bra era uma vez um símbolo tradicional de sabedoria, mas
eventualmente se tornou o signo corrompido do saber que
espreita lascivamente no Jardim do Éden. Seja a verdade
qual for, demônios ainda estão representando formas de
sabedoria e conhecimento, o conhecimento especifica-
mente proibido. Demônios sabem coisas. Se isto é devido
simplesmente por existirem há muito tempo, ou se tem
algo a ver com a natureza original do demônio como deten-
tores da sabedoria oculta, permanece obscuro: o que está
claro é que um demônio pode oferecer conhecimentos que
podem ser inacessíveis ou difíceis de obter de outras for-
mas. Um demônio sabe segredos. E vai compartilhá-los... a
um custo, sempre um custo.
Rebeldes. O pecado é a rebelião contra a justiça, uma
insurreição viciosa contra a virtude. Demônios são a perso-
nificação da rebeldia, que podem ser vistos como anjos ca-
ídos rebelando-se contra um Deus quebrado ou um ninho
vicioso de demônios se rebelando contra a preeminência
da humanidade (muito ciumentos, muitos pequenos de-
mônios?).
Mentiras contadas com língua bifurcada
E aqui, uma revelação cruel: estamos mentindo o tem-
po todo. Este livro não é sobre demônios. É sobre os seres
humanos. Demônios não são realmente interessantes, eles
são? Oh, eles são interessantes em um caminho religioso,
barroco, estranho e sobrenatural, mas como personagens
são razoavelmente de uma nota só quando se trata de enti-
dades jogáveis. O que é interessante sobre os demônios são
os seres humanos afetados por eles, e este livro os tem aos
montes: demonologistas esculpindo sigilos em suas palmas
para chamar alguma pálida e deslizante larva diabólica,
gangues de exorcistas encaminhando a violenta influência
Infernal (não importa o quando doa), tolos que se enfra-
quecem tão profundamente que um demônio é capaz de
possuí-los fazendo de seus corpos fantoches em busca de
prazer ou dor, e esses monstros infelizes que são o patrimó-
nio próprio Lúcifer ficam se mexendo em seu DNA como
um monte de vermes famintos.
Sem os seres humanos, os demônios são sem sentido.
Os seres humanos são os árbitros do vício; demônios po-
dem incorporar esses vícios, mas demônios sempre foram
o reflexo de uma cultura humana. Aleister Crowley falou
para um “demônio abissal” através de uma tábua de Ouija,
e o demônio falou em línguas humanas usando frases hu-
manas. O anjo caído Azazel supostamente ensinou as mu-
lheres como pintar o rosto com maquiagem. Na tradição
hindu, se uma pessoa é suficientemente egoísta, ao morrer
a sua alma não se move no ciclo da reencarnação cármica,
e em vez disso nasce imediatamente como um espírito
demoníaco. Demônios estão inexoravelmente ligados à
humanidade, é por isso que este livro é tanto sobre os
seres humanos que lidam e são afetados por demônios,
quanto sobre os próprios demônios.
Como usar este livro
Mundo das Trevas: Inferno é projetado para jogado-
res e Narradores que querem usar o demoníaco em seus
jogos. Contendo muitas formas e tons do demoníaco,
muitos temas, humores e idéias de histórias para permi-
tir um certo grau de flexibilidade em seus jogos. É tanto
Hellraiser (ou The Hellbound Heart), quanto O Exorcista;
igualmente Silent Hill e Demon City Shinjuku.
Prólogo: Molho de Chaves mostra os segredos infer-
nais que estão por trás de nossas expectativas, e também
dá um vislumbre de quão longe uma existência infernal
está disposta a ir para encontrar um pequeno tipo de paz.
Capítulo Um: Demonologia - sombras e lágrimas ex-
põem os demônios por aquilo que são: refrações da Vir-
tude, reflexos do Vício. As faces diversas do Inferno estão
contidas, dos fracos Sussurrantes até os Dominions mais
poderosos. A taxonomia de demonologia não é apenas
por uma questão de determinar a autoridade diabólica,
que dá poder de entidades infernais.
Capítulo Dois: Pactos Infernais - examina a nature-
za da relação do homem com o Inferno – uma alegoria
clássica de terror é a convocação dos pactos com demô-
nios do além deste mundo, e este capítulo cobre isso. O
que um ser humano pode aprender com um demônio? E
o que o demônio ganha em troca? Além disso, você vai
encontrar um punhado de Artefatos “abençoados pelo
Inferno” ou corados com a corrupção demoníaca.
Capítulo Três: Os Possuídos - Às vezes, a relação do
homem com os demônios vai terrivelmente mal. Não se
trata de fazer pactos ou acordos. Não, às vezes um ser
humano cresce muito fraco ou muito pecaminoso - ras-
gando buracos em sua própria alma, e através deste lugar
vago demônios podem rastejar. Quando o fazem, o ser
humano torna-se um Possuído, com um hospedeiro no
corpo, que joga em casa com a alma humana e demônia-
ca. Quem tem o controle? Você vai encontrar as regras de
criação de personagens, bem como um exame das Vesti-
mentas Infernais, aquelas habilidades que se manifestam
a partir do demônio sangrando na carne do hospedeiro.
Finalmente, o livro une tudo isso com um grande
grimório repleto de antagonistas. Capítulo Quatro: As
Hostes do Inferno lhe dá uma variedade de demônios,
os personagens Possuídos, e aqueles que fizeram pactos
com o Pandaemonium para ganhar poderes cruéis. Além
disso, você vai aprender sobre o L’enfants Diabolique, aque-
les seres humanos que despertam para descobrir que um
cisco Infernal se esconde em sua linhagem, um DNA dis-
torcido desde muito, muito tempo atrás.
Nas sombras, os demônios se reúnem. Você ouve o
zumbido das moscas? O sussurro das páginas de pergami-
nho virando? O cheiro de sangue desenhado em grandes
espirais e cortes na parede? Você vai fazer um acordo com
o demônio? Abra o livro e descubra.
17
como usar este livro
 Você percorreu um longo caminho.
Você nunca foi jovem. Seus ancestrais remontam nas brumas,
em outra época que eu não estou autorizado a falar. Eles eram
estúpidos. Eles não tinham ambição. Desejo. Lá havia algo em
comum entre nós. Quando você nasceu, pensei que ia ser como o
resto, fodendo vergonhosamente sob a chuva, confinando sua
violência ao domínio de inocentes gestos embaralhados.
Quando você pegou uma pedra, eu sorri. Quando eu vi
sangue nela, eu aplaudi. Finalmente, alguém estava falando a
minha língua.
Houve apresentações embaraçosas. Você nunca me viu antes,
mas eu estava sempre ali, esperando, até que os seus sentidos
estivessem desenvolvidos. Quando eles levaram-no
para fora, eu o segui. Quando você voltou com fogo
(nem precisa nos agradecer por isso) e os queimou, eu
o elogiei enquanto eles gritavam e amaldiçoavam. Eu fiz
algumas sugestões, mostrei como fazer um trabalho melhor
na próxima vez.
Sei que você se sentiu culpado algumas vezes, mas
te ajudei a superar isso. Colaboramos
em algumas técnicas para definir o seu caminho
certo. Em primeiro lugar, aprendeu a diferenciar
as pessoas fracas. Honestamente, eu fiz apenas
uma pequena sugestão, mas você que
realmente o fez. Você inventou palavras para
mantê-los baixos.
Bárbaro. Escravo. Infiel. Vagabundo. Você
fez novas ferramentas para dar a essas
palavras algum sentido. Bastante coisa para
falar com um espeto ou um conjunto de bomba, não?
A fraqueza vai ser sempre o seu fardo. Eu
simpatizo.
Eles tem os números ao seu lado, mas eu estou
tentando fazer que eles cheguem ao seu modo de pensar.
As vezes para obter o melhor de você, te fiz pensar que
estava errado.
As vezes, você mesmo me culpa por tudo o que aconteceu.
Não é bem assim.
Pense nisso da seguinte forma. Como se nós já andássemos
ao longo de uma praia juntos e quando você olha para trás via dois
pares de pegadas em alguns lugares, mas apenas um par em outros,
quando você estava no seu pior momento. Você pergunta: “será que você
me levou a isso e me obrigou a fazer aquelas coisas horríveis?”
Não, você é um miserável covarde. Você me carregou. Você não poderia
dar um outro passo sem me levar junto, para então poder dizer: “O diabo
me fez fazer isso”. Tudo que fiz foi falar.
Está tudo bem. Eu te perdoo.
Eu sempre vou te perdoar.
 Capitulo Um:
Capítulo Um:
Demonologia
Demonologia
Demônios são fracos, realmente. Eles são falhos além das falhas
mortais, humildes, esmagados sob o calcanhar das coisas mais puras
do mundo. As pessoas os derrotam todos os dias, embora possam não
conhecer o coração sobrenatural de um impulso, um sussurro ou um
tique errante. No Inferno, eles podem ter palácios de bronze e ossos
sendo senhores das almas dos condenados, mas no mundo dos vivos,
eles são quase nada: um truque da mente, um pressentimento trevoso.
É tudo o que eles são, até um ser humano preso no meio da malícia
pessoal dár-lhes um nome e poder.
Sem uma vontade má, eles não são nada. Mas mesmo que os demô-
nios sejam fracos, o mal é forte.

Mitos e Fatos
Nomeio
meiododo caminho
caminho de
A verdadeira natureza dos demônios é um mistério, mesmo os
No de
nossa vida
vida Encontrei-me
maiores estudiosos do ocultismo lidam mais com lendas do que fatos
nossa Encontrei-me
numa selva obscura,
obscura, que
que aa
concretos. Demônios são mentirosos, afinal, e sua relação peculiar
numa selva com o pecado humano torna difícil encontrar relatos objetivos. Mitos
estradareta
retafora
fora perdi-
estrada perdida. que são verdadeiros? Vamos quebrar descrições populares pela sua ve-
da.
racidade.
-- Dante Alighieri,
Cultos e feiticeiros convocam demônios podem comandá-los:
Dante Alighieri, Verdadeiro. As condições espirituais que dão poder aos demônios
Inferno
Inferno também os submetem a restrições. Alguns demônios podem ser con-
vocados e obrigados a obedecer ocultistas. Outros demônios possuem
total livre-arbítrio, mas fingem que podem ser ligados.
Demônios pertencem a hierarquias e têm nomes secretos: Ver-
dadeiro na maior parte do tempo. Um demônio ganha mais poder
sobre o mundo quando os outros o definem. Não pode ser verdadeira
qualquer hierarquia demoníaca, mas existem muitas classificações e
nomes que exercem uma preensão poderosa no Inferno.
Os demônios não podem prejudicar os puros de coração: Falso
tanto quanto qualquer um sabe. Demônios exploram o pecado. Ape-
sar das histórias de santos e bodhisattvas que não podem ser possu-
ídos, tentados ou mesmo perturbados, é uma coisa rara encontrar o
artigo genuíno.
Os demônios são espíritos malignos: Verdadeiro. Demônios são
uma classe de espíritos. Há muitos espíritos no Mundo das Trevas.
Demônios impregnam praticamente a todos os espíritos, o ponto é
que difícilmente se distingue os “verdadeiros” demônios de espíritos
maliciosos. Talvez seja uma diferença de grau, não de tipo.
Demônios são anjos caídos: Desconhecido. Demônios chamavam
a si mesmos anjos caídos, espíritos obscuros e partes da psique huma-
na, dependendo do público e seus esquemas particulares. Na era mo-
derna, os demônios especialmente gostam de jogar a parte de rebeldes
para capacitar as pessoas que já foram “escravizados” por princípios
morais convencionais.
Demônios são fragmentos de vícios humanos: Um pouco verda-
deiro. Como ocultistas conhecem bem, os demônios estão intrinseca-
mente ligados aos vícios. Alguns até começam a sua existência como
vícios magicamente compelidos. Um toque do Infernal os distorce
20
Capitulo um - demonologia
fora de controle. Também deve ser notado que a ma-
lignidade demôniaca não está inerentemente ligada
à condição humana. Lobisomens, vampiros antigos
e até mesmo espíritos caíram à tentação demoníaca.
Demônios são mentirosos: Muito, muito verda-
deiro. Demônios não mentem inutilmente, mas eles
mentem. Eles são enganadores qualificados, a pon-
to de poderes sobrenaturais não poderem roubar
segredos de suas “mentes” nem detectar falsidade.
Ironicamente, esta propriedade realmente ajuda ca-
çadores de demônios sobrenaturais a encontrar suas
presas, já que é uma das poucas qualidades objetivas
que definem verdadeiros demônios dos outros espí-
ritos.
Demônios possuem os vivos: Verdadeiro. De-
mônios também possuem os mortos-vivos, mortos,
espíritos, animais, muitos seres sobrenaturais, luga-
res e objetos. Almas humanas normais e demônios
interagem de maneiras estranhas, porém potentes,
dando origem ao Possuído.
Fé, símbolos religiosos e lugares sagrados repe-
lem os demônios: Verdadeiro, às vezes. Quando um
demônio se manifesta no mundo sob certas condi-
ções, pode ser vulnerável a fé verdadeira, solo sagra-
do ou artefatos religiosos.
O Inferno existe: Ah, ele certamente existe.
O Que Demonologistas Sabem
Nem todo ocultista é um demonologista, mas
os demônios são tão centrais para o conhecimento
sobrenatural que você seria duramente pressionado
a encontrar um estudante sério do oculto que não
tenha feito pelo menos um exame superficial do
campo. Em termos de jogo, isso significa que perso-
nagens com pontos de ocultismo automaticamente
tem alguma compreensão sobre demônios, embora
eles filtrem os fatos através de seus próprios sistemas
de crenças. Este conhecimento geral não confere
automaticamente a habilidade de invocar os demô-
nios, vinculá-los ou descobrir fraquezas específicas.
Como de costume, requer uma investigação (Inteli-
gência + Ocultismo) ou uma busca desesperada por
uma lembrança (Raciocínio + Ocultismo).
Se um personagem tem a Especialização de Ha-
bilidade ‘Demonologia’, adicione um ponto ao seu
conhecimento automático quando você consultar a
seguinte lista de fatos. O personagem sabe as infor-
mações em sua habilidade atual, além de todas as
informações que o precedem na lista.
• Rumores e boatos: O personagem não sabe
muito na forma de fatos concretos, mas Narradores
devem sentir-se livres para fornecer pistas e liderar
as pesquisa para os ganchos mais óbvios da história
na Crônica.
•• Os demônios têm a essência de certos pe-
cados dentro deles: Cada demônio é especializado
em um determinado pecado, em termos de jogo a
manifestação de pelo menos um vício. Demônios
poderosos estão por vezes ligados a vícios múltiplos.
Todos os demônios querem dar seus vícios uma pre-
sença maior no plano material.
••• Pecados fazem demônios mais fortes: O
personagem sabe que no mundo dos mortais, os
pecados favoritos de um demônio o sustentam e
podem até fortalecê-lo. No entanto, desta forma os
demônios não se beneficiam de seus próprios maus
atos. Alguém mais deve cometê-los.
•••• Existe uma horda de demônios com
muitos disfarces: O personagem sabe que não há
uma hierarquia objetiva de demônios por si só, mas
uma classe de espíritos maléficos que têm caracterís-
ticas comuns. Ele sabe que os demônios e espíritos
goeticos feridos podem ambos serem demônios, mas
que nem todas essas criaturas são “membros” des-
ta classe de seres, e que um mero “espírito do mal”
pode se transformar em um demônio verdadeiro.
••••• O mundo mortal define os demônios:
Demônios tomam o seu poder de conhecimento
oculto, objetos, lugares e pessoas. Estes se ligam ao
demônio em uma “forma” metafísica que melhora o
seu acesso ao mundo da matéria, embora eles tam-
bém possam impor certas limitações, tais como a
capacidade de se comprometer com um ritual, ou a
necessidade de estar perto de um objeto-chave.
•••••• (geralmente Ocultismo ••••• com
especialização em Demonologia) - conhecimento
Secreto: O personagem sabe algo sobre a última na-
tureza de demônios na crônica do Narrador.
Seres sobrenaturais que foram totalmente inicia-
dos em suas respectivas sociedades conhecem um
pouco mais, tanto quanto se cruzam com a sua tradi-
ção nativa. Um mago instruído sabe que verdadeiros
demônios têm muitas necessidades, geralmente as
mesmas tanto no plano astral quanto no reino mate-
rial, por exemplo.
Sobre a Natureza
dos Demonios
Eles são enganadores, capazes de assumir inúme-
ras formas. Um demônio pode ser um fragmento da
alma de um feiticeiro antigo, um fantasma cujos mil
anos de ódio o promoveram para as fileiras do Infer-
no, ou até mesmo uma voz na sua cabeça que sussur-
ra sugestões vis. Para minimizar a confusão usamos o
termo “demônio verdadeiro” para definir uma certa
classe de seres que podem nascer de maus espíritos,
lugares, pessoas e coisas, mas têm qualidades que os
distinguem de suas origens. Porém, não se deixe en-
ganar. Esta designação não é para implicar que ou-
tros seres malignos não sejam demônios reais, mas
para esclarecer que eles não são inerentemente os
tipos de seres em discussão.
21
a natureza dos demonios
 Verdadeiros demônios são marcados por certas
necessidades e características. Podemos falar deles
como se eles viessem do inferno e se fixassem em
algo além, para corrompê-lo. Isso pode ser verdade,
mas novamente, é possível que cada coisa aqui cres-
ça a partir de suas origens. Talvez cada espírito tenha
um demônio dentro de si, e os Sussurrantes sejam
nada mais do que projeções de uma mente montada
em malícia humana.
Um Demônio para Cada Pecado
Demônios são especialistas. Cada demônio está
ligado a um vício e a uma manifestação específica.
Demônios poderosos têm carteiras mais amplas.
Demônios podem adquirir outros poderes com base
na maneira como eles se manifestam, mas são todos
dedicados a formas específicas de malícia. Alguns di-
riam que eles são parte do pecado, da mesma forma
que o espírito de um rio é o rio. Exemplos:
• Um demônio da Gula convence o proprietário
de uma fábrica em uma cidade pequena a cortar sa-
lários e ignorar as leis trabalhistas para financiar um
imóvel cada vez mais ostensivo. Depois que o demô-
nio o usa, ele incita uma mulher para queimar seu
próprio prédio. Meia dúzia de pessoas morrem de
modo que ele possa usar o dinheiro do seguro para
pagar sua traficante. Este é um demônio da Gula
agindo através da propriedade.
• Um demônio sempre convence as vítimas a
22
Capitulo um - demonologia
queimar seus inimigos até a morte. Este é um demô-
nio da Ira e fogo.
• Um mago conjura seu Orgulho em uma forma
espiritual (magos chamam isso de um demônio Go-
ético). Já que possui verdadeiros poderes demonía-
cos ele aprende a possuí-lo. Sem o conhecimento do
mago, ele passa as noites cantando feitiços de con-
trole mental para atrair candidatos a amantes, antes
de afirmar o seu domínio com abuso e humilhação.
Trata-se de um demônio do Orgulho sexual.
Os Primeiros Sussurros
No inferno, os demônios podem ser onipotentes,
capazes de fazer chover cada castigo ordenado por
Deus, encarnações pecaminosas da vítima ou malí-
cia infinita do demônio, sem fim. Por predefinição,
um demônio pode exercer apenas um toque mais
leve fora do Inferno, e só quando alguém se abrir
para entrar em contato através do comportamen-
to malicioso. O demônio se manifesta como uma
voz, coincidências menores, escritos descartados (in-
cluindo e-mail anônimo) ou um sonho perturbador,
mas não pode impor a sua vontade sobre uma vítima
ou verdadeiramente prejudicá-la de alguma forma.
Ele só pode cutucar e sugerir. Demônios inteligentes
se mascaram como o próprio monólogo interno de
uma vítima. Há muitos nomes para essas manifesta-
ções. Nós vamos usar o termo genérico Sussurante.
No Mundo das Trevas, alguns textos sobre demono-
logia usam este nome também. Aqui está como um
Sussurrante pode se manifestar:
• Depois que ele atinge a sua filha pela terceira
vez, ele ouve uma voz que diz: “Pegue essa faca de
cozinha e dê a cadela uma marca para se lembrar
disso”.
• Quando a chefe volta do almoço ela encontra
um arquivo de texto no desktop do seu computador.
Ele diz: “Se você é muito estúpida para descobrir
quem entrou no seu sistema, você é muito estúpida
para executar essa função”.
• É o seu trabalho dirigir o caminhão cheio de
ajuda alimentar para a aldeia, mas o radiador aque-
ceu quando o comboio de um coronel corrupto pas-
sava com sua unidade. O coronel está com medo de
atrair a atenção estrangeira por apenas roubar, mas
ele se ofereceu para pagar ao motorista e desviar su-
primentos, e esta é a oportunidade perfeita.
O objetivo de um Sussurrante é aumentar seu po-
der. Ele faz isso convencendo seus contatos a saciar
os pecados favoritos do demônio ou dar-lhe uma
forma conceitual através de pesquisa oculta, arte e
ritual. Se o demônio é bem sucedido, ele aumenta a
sua presença no terreno mundano e cresce cada vez
mais perigoso.
A Forma do Mal
Demônios não são como os outros seres sobre-
naturais. Eles são parte do discurso público, e não
apenas como metáfora. No mundo antigo, nós os
culpávamos pela doença, a guerra, o mau tempo,
quase tudo. Na era moderna, a maioria das pessoas
dão as costas quando culpamos os demônios pelo
sofrimento do mundo, mas os demônios não fugi-
ram dos nossos medos completamente. Muitos ain-
da acreditam em demônios ou os têm transformado
para atender a nossa forma de estruturar o mundo.
Alguns dizem que um demônio é um fragmento de
consciência corrompida; outros falam de vermes ve-
nenosos.
A forma que damos ao mundo, e o lugar que
damos demônios lhes permite invadi-lo. Esta não é
uma questão de crença na criação da realidade. No
Mundo das Trevas, demônios simplesmente existem,
não podem ser banidos com vontade crua ou pensa-
mento positivo. Apenas a definição de um demônio
também não lhe dá poder. O ato deve ser vinculado
a uma violação moral ou ambição má.
Nomes e hierarquias não são a única maneira de
um demônio construir poder no mundo mortal. É
apenas um método de muitos. Todos eles se juntam
ao demônio na nossa realidade através de um símbo-
lo, objeto ou pessoa associada a um ato de maldade.
Aqui estão alguns exemplos:
• Um ocultista procura furiosamente uma ma-
neira de matar seu rival. O nome “Makazirel” vem
para ele espontaneamente. Ele constrói um ritual
usando o nome, e convoca um Sussurrante que assu-
me o manto de Makazirel, crescendo no papel, tanto
quanto ele é capaz.
• Uma mulher vende seus filhos por uma for-
tuna em diamantes. Os diamantes lhe dão Avareza,
um símbolo concreto, abrindo caminho para um de-
mônio habitá-lo.
• Um lobisomem vai para o limiar de uma Cha-
ga e liga-se a um espírito com sangue humano para
escravizá-lo a serviço de sua alcatéia. Eles vão usá-lo
como um espião e assassino para ajudar a ganhar
supremacia sobre lobisomens rivais. O Orgulho
insensível do ato muda o espírito em um demônio
verdadeiro, e ele logo descobre que tem poderes que
nunca previu.
Uma vez que um demônio ganhe uma forma
mundana ele pode voltar a ela novamente, desde que
ele possa reproduzir aproximadamente as condições
que lhe deram a nova forma. Se alguém encontrar o
ritual para invocar Makazirel novamente, ele chega
com o mesmo poder. Moer diamantes cobiçosos em
pó, em um conjunto de esmeraldas que compraram
de trabalhadores forçados na América do Sul, pode
acolher o demônio seguinte.
Um mundo
de Danacao
Você não é uma boa pessoa.
Você vive no século 21, durante o qual temos
documentado o mal até seus elementos mais repug-
nantes. Nós não temos nenhuma desculpa para o
pecado, porque podemos acompanhar os custos so-
ciais, psicológicos e históricos do mal de ano após
ano, dia após dia e às vezes até de uma hora para
outra. Temos narrado todos os vícios humanos com
mais rumores de escritura, lendas, e homilias. Há
taxonomias escuras: listas e advertências que defi-
nem a psicopatia, fascismo, e todos os outros favores
de malícia, registros em fotos, microfilmes, bancos
de dados e transcrições. Registramos o caminho do
fogo dos neurônios do estuprador e abrimos as valas
comuns deixadas por genocídios. Notamos efeitos
mais sutis, também. Nós pegamos corporações rou-
bando países inteiros, enquanto os CEOs riam para
si mesmos como sendo “Os Mais Espertos da Sala”.
Você já leu sobre o pior dos piores. É nisso que
a notícia se concentra, depois de tudo. Você já viu
todos os tipos de males. Você sabe o que ele faz com
as pessoas. Ainda assim, persiste. Você tolera a fome,
a pobreza e a violência, mesmo quando as causas são
claras. Interesses nacionais conduzem exércitos em
cantos distantes do mundo, mas há lugares com re-
cursos escassos, as pessoas cortando umas as outras
com facões e você não está interessado. Há ainda as-
sassinos e racistas, especuladores glutões e policiais
corruptos. Você já viu tudo isso antes, mas nunca
23
um mundo de danacao
 muda, mesmo quando você sabe como mudar isso.
É que isso será muito difícil, muito arriscado ou
você simplesmente não se importam o suficiente?
Objetar, se quiser. Você tem uma família para ali-
mentar. Você tem que fazer concessões. Você não
pode ser tão bom quanto um santo. Você não pode
contar para mais ninguém o que fazer. Os problemas
do mundo são muito grandes para uma pessoa, ou
mesmo alguns, manusear. Talvez você teria votado
para o candidato com integridade, mas o outro cara
vai cortar seus impostos, e o que você pode comprar
com a justiça? Talvez todas essas coisas terríveis são
simplesmente muito divorciadas das suas próprias
experiências. Você não sabe por onde começar. Você
apenas tenta fazer a coisa certa em sua vida diária,
não é?
Talvez, a verdade seja que você nunca foi testado.
É fácil fazer a coisa certa quando a coisa errada, não
é mesmo conveniente. Estas escolhas morais nem
sequer podem ser classificadas como “boas obras”,
uma vez que não apresentam nenhum dilema. Tal-
vez você possa se imaginar sendo apresentado com
uma escolha real, no entanto. Talvez as piores pesso-
as emascensão ao poder peçam para você se juntar
ao Partido. Talvez eles ofereçam suborno e você não
vai levá-lo. Cada vez, a sua auto fantasia pode fazer
a escolha certa, ou privadamente, o errado, apenas
pela emoção de desviante ou fazer catarse dela. Não
importa. Você provavelmente acha que vai fazer o
bem caso a pressão se torne um empurrão. Infeliz-
mente, fora da sua esfera de experiência, as pessoas
fazem a escolha errada o tempo todo.
Você é realmente melhor do que eles? Malfeitores
provavelmente experimentam pressões nascidas de
seu ambiente, a pobreza neuroquímica. Finge justi-
ça, mas você simplesmente não sabe o que você faria.
Você não tem nenhuma prova. Enquanto isso, de
vez em quando você retira um pouco de bondade,
apenas um passo pequeno que não pode machu-
car ninguém. Você ri de uma piada preconceituosa
quando as metas não estão em jogo. Talvez você es-
tremeça, mas não queremos causar uma cena. Você
a chama de vagabunda burra para um riso rápido,
porque todo mundo a odeia também.
Sua vida é cheia dessas pequenas falhas. Não há
pelo que se desculpar. Você vive no século 21. Você

Demonologia Multicultural
Esta seção fala sobre a metafísica do mal e como isso afeta a forma como os demônios
se manifestam. Não fique com a idéia de que você deve resolver sobre a natureza do mal
imediatamente, ou que você tem que aderir a uma forte premissa. Se você quiser misturar e
combinar idéias, considere as seguintes opções.
Demônios mentem: Demônios amam enganar as pessoas. Eles vão dizer qualquer coisa
que leve as pessoas ao pecado, mas existe apenas uma verdade. Neste tipo de crônica, a
maioria das religiões são falsas e demônios as promovem para tornar a humanidade mais
vulneráveis. Esta é uma doutrina real em algumas religiões fundamentalistas e, portanto, tem
um monte de tração cultural. Por outro lado, isso pode realmente ofender o seu grupo de
jogo, por isso certifique-se que realmente seria desfrutada uma crônica onde, por exemplo,
taoístas estão certo e todo mundo está errado.
O mal é um mistério: Todas as religiões estão erradas. Os demônios têm uma hierar-
quia que difere da natureza dos escritos humanos, com a possível exceção de alguns tomos
ocultos e raros. Se você jogar um jogo com personagens sobrenaturais, a verdade pode ser
encontrada dentro de suas mitologias secretas. Se demônios são anti-qashmallim, corruptas
emanações Supernas ou os verdadeiros criadores de vampiros corre o risco de jogadores
alienados serem impelidos a um conjunto diferente de lendas, mas, ao mesmo tempo, estes
fornecem recursos imediatos para uma crônica que indique progresso verdadeiro sobre a
natureza dos demônios.
O mal é pessoal: Há demônios diferentes para pessoas diferentes. Se um cristão atrai um
demônio, ele serve ao demônio Satan. Se um ateu atrai um, é uma doença mental com
efeitos psicóticos. Se você seguir esse caminho deixe a natureza única e imprecisa do mal
e concentre-se no que fazer dos demônios em situações particulares. Quando um demônio
chega, ele se comporta de acordo com a mitologia dominante. A trama adere às suas regras,
e os jogadores podem usar as forças culturais predominantes em seu proveito.
Deleite-se com Paradoxos: A corrupção demoníaca poderia ser capaz de destruir a lógica
e a consistência de si. Como um todo, o Mundo das Trevas não tem uma premissa metafísica,
a menos que o Narrador decida assim faze-lo. Aceitar as contradições e até mesmo jogá-las
para cima, enfatiza o quão frágil a compreensão humana realmente é.

24
Capitulo um - demonologia
sabe por que que é errado, e onde os seus fracassos
morais o levariam se fossem só um pouco mais ex-
tremos.
A verdade é que você não é uma boa pessoa, ou
pelo menos, não perfeitamente boa. Demônios te
amam por isso. Eles sabem que você tem o potencial
de que eles precisam. Você só precisa do estímulo
correto.
O Antigo
Problema
É um exagero dizer que os demônios não têm po-
der contra o virtuoso, mas também não é algo longe
da verdade. Não é fácil para um demônio escapar do
Inferno. Se houver um portão, ele rasteja pela aber-
tura apenas durante atrocidades. Se há uma parede
barrando o caminho, o pecado cria uma fratura de
curta duração. Demônios escoam para fora de um
fluxo para o mal. Um dia, algo nos ciclos secretos
do universo poderia deixar demônios pisar na terra
mortal à vontade, mas por agora, a imoralidade é a
única coisa confiável que abre as portas para o nosso
mundo.
Religiões, filosofias e, agora, a ciência cognitiva
tentou de tudo para explicar o que torna os seres
humanos suscetíveis ao que os cientistas chamam de
“comportamento anti-social”, e moralistas chamam
mal. Pode ser parte do genoma ou um bloqueio na
essência espiritual da humanidade, ou pode ser algo
que todos nós escolhemos. Todas essas narrativas
tentam explicar o que é o mal, e por isso que é tão
atraente. Essas histórias são histórias de demônios,
também, porque os demônios e maus pertencem a
uma essência. A natureza do mal é a verdade do In-
ferno.
O Adversário
Satanás. É uma palavra e idéia com origens anti-
gas. Uma etimologia diz que vem do verbo “acusar”,
e em hebraico, ha-Satanás tem essa conotação. Ele é
o acusador, que testa a fé de Deus. Uma raiz possível
significa “andarilho”. Em Jó, Deus diz a Satanás que
ele terá “de ir para lá e para cá na terra, e andando
para cima e para baixo dela.” Ele é um ser de outro
mundo, dado a autoridade para trilha-lo e testar al-
mas humanas.
Estirpes diferentes do judaísmo conflitem sobre
o papel de Satanás, mas em geral, ele não é o grande
inimigo de Deus, mas apenas um. Estando com um
papel a cumprir, no entanto este não é o único. Al-
guns escritos dizem que Satanás inventou a morte,
ou era um príncipe da Grigori: que assistiu anjos
ensinarem artes a humanidade e ciência, mas foram
finalmente corrompidos pela Luxúria.
Alguns historiadores acreditam que Satanás foi
levado de servo de Deus a um inimigo por influ-
ências do Zoroastrismo e maniqueísmo. Ambas as
religiões (a última é descendente da primeira) dizem
que existem duas potências, governando o bem e o
mal, lutando pelas almas de toda a humanidade.
Zoroastrianos modernos acreditam Spenta Mainyu
tenta levar a humanidade à verdade e sabedoria de
Ahura-Mazda, o criador último, enquanto Angra
Mainyu leva a maus atos. Maniqueístas (e, possivel-
mente, zoroastrianos antigos) não acreditam em um
Deus supremo, bom em tudo, há apenas os gêmeos
do bem e do mal, lutando nos corações humanos e
espíritos subordinados.
Talvez isso tenha preparado o palco para a idéia
popular moderna de Satanás como um anjo rebelde
que balançou parte das hostes para o seu lado. Algu-
mas tradições dizem que um terço dos anjos caiu e
até mesmo hà pretensão de saber seu número, mas
os valores estão na faixa dos 200 a milhões de pes-
soas.
A partir desta perspectiva, os demônios são anjos
caídos, ou os espíritos de uma hierarquia que flui do
menor imp para a raiz de todo o mal. Os demônios
são parte de um plano épico, e seu sucesso ou fracas-
so vem balançando as almas humanas ao determi-
nar o caráter do cosmos. Se eles capturarem muitas
almas, ou inspirarem alguns para realizar algum mal
ato já a muito profetizado, então o adversário vai vir
ao mundo ou Deus pode destruí-lo para salvar os
justos.
Os Jinn
No Islã, a tradição diz que Iblis, o adver-
sário, não era um anjo, mas um dos gê-
nios, um povo invisível feito de “fogo sem
fumaça.” Os gênios, os anjos e os seres
humanos são as três criações de Allah.
Allah elevou Iblis até o poder e a beleza
dos anjos, mas quando ele ordenou que
se curvasse diante da humanidade, Iblis
recusou, dizendo: “Eu sou melhor do que
eles. Tu me criaste de fogo, enquanto eles
criaste de lama.” Iblis, assim, se tornou o
primeiro dos Shaitan, ou espíritos malig-
nos. Iblis influenciou muitos outros gênios,
embora não todos, ainda há gênios justos
no mundo que secretamente ajudam a
humanidade.
Uma diferença importante entre Iblis e seus
pares é que ele não é o inimigo de Deus,
porque seria impossível para um ser onipo-
tente realmente ter inimigos. Ele está sendo
punido por seu orgulho, mas também serve
ao propósito de testar as almas humanas.
25
o antigo problema
 Deuses da Escuridão
e os Maus Espíritos
Se há um Deus, ele (ou ela) prefere confiar na
fé, onde a prova é difícil de encontrar e nunca in-
contestável. Talvez haja muitos deuses, governando
um universo em convivência caótica. O bem e o
mal são afiliações ou aspectos do caráter divino.
Este pode ser um mundo onde Set, deus
das trevas, envia as forças do mal con-
tra rivais no panteão, onde os xamãs
ficam em guarda contra o veneno-
so coração de bruxas e espíritos,
onde os Titãs foram esculpi-
dos no sangue que
fez o mundo, ou
arremessados
para a cova
sem luz.
Polite-
ísmo e 11
pante-
ís-
mos cobrem o mundo, e em muitos lugares ainda
são a religião dominante, até mesmo prosperam ao
lado de grandes e organizados monoteísmos e filo-
sofias. No Japão, por exemplo, o budismo é a fé de
funerais e retiros silenciosos, enquanto Xintoísmo
é a prática do dia-a-dia. Deuses e teologias formam
relacionamentos complexos e instáveis inspirando
teorias a respeito da criação e formando uma ima-
gem do cosmos. Esta complexidade aplica-se a ques-
tões morais também. O mal não é uma frente co-
mum contra toda a moralidade, mas abarca dezenas
de perspectivas corruptas. Em alguns mitos, até os
bons deuses têm momentos maus. A paixão de Ares
leva soldados a se destacar, mas sua fúria derrama o
sangue de forma armada e desarmada. Ele é a guerra
sem restrição. Existem alguns deuses Dedicados ao
mal, mas mesmo o melhor que conheci em Set tem
outras funções (Na verdade, Set foi considerado um
Deus benevolente durante o meio tarde e início de
novos reinos). Muitas vezes, eles são evitados porque
representam coisas desagradáveis. Enma (ou Enma-
-O) é um juiz dos mortos e um príncipe dos demô-
nios Oni, mas mesmo que ele seja conhecido por
sua dura carranca e sentenças duras, se faz necessá-
rio que ele exista. Deuses menores e espíritos locais
às vezes supõem terem se tornado malignos quando
seus protetorados causam sofrimento. Um lugar do-
ente deve ter um espírito de um demônio mal.
Se o mundo tem muitos deuses, não há ne-
nhuma força demoníaca única, mas espíritos
individuais e malignos que compartilham
apenas um amor pela imoralidade.
Eles querem atender o aspecto
integral de um deus, ou deu-
ses do mal em si. Eles são
fúriosos ou temem
personifi-

26
Capitulo um - demonologia
ca-la. Na verdade, um demônio pode ser um avatar
mal para um deus amoral ou mesmo benevolente
que se revela quando os seres humanos afastam
comportamento justo. O inferno é uma parte par-
ticularmente desagradável do submundo, onde as
almas mortas se embaralham por causa de uma exis-
tência inútil, ou sofrem as torturas ordenadas pelos
deuses da morte. Se esta é a verdadeira natureza de
seu Mundo das Trevas, você pode querer omitir Do-
minions do jogo e concentrar-se nos Diaboli, como
eles dão mais apoio à idéia de que o mal tem muitas
fontes.
Mentes Envenenadas
Os budistas falam sobre os “três venenos” que
barram o caminho para a iluminação: a ignorância,
avareza e ódio. O budismo é um dos muitos siste-
mas de crenças que não atribuem o mal a uma for-
ça externa sobrenatural. Nestas místicas, doutrinas
psicologicamente focadas, o mal vem de se afastar
do caminho para a iluminação. Neoplatônicos dis-
seram que o mal não era uma força independente,
mas uma falta de sabedoria, assim como a escuridão
é a ausência de luz e não uma força em si.
No entanto, os adeptos nem sempre negam os
efeitos sobrenaturais da ignorância espiritual. Os
infernos da cosmologia budista estão cheios de en-
carnações que deve sofrer por bilhões de anos para
trabalhar com o karma acumulado de seus crimes
terríveis. Os piores crimes não só levam os outros a
sofrer, mas interferem com o objetivo da libertação
universal. As maiores condenações são por ter assas-
sinado um ser iluminado, ou semear a discórdia em
uma comunidade espiritual legítima.
Não há divisão entre os maus pensamentos e
más ações, ou conseqüências mundanas e sobrena-
turais. Um demônio é a personificação da própria
turbulência interna, mas os pensamentos escuros
são transpessoais: eles se manifestam no univer-
so em geral. Alguns místicos dizem que demônios
são formas-pensamento que os tibetanos chamam
tulpas que crescem com a paixão e a vontade. Se-
gundo a tradição, um místico qualificado pode criar
ou dissolver uma forma-pensamento à vontade, mas
fantasias coletivas e desejos pode gerá-los também.
Quando uma comunidade tolera os três venenos,
eles adquirem carne efêmera.
Esta não é a única forma de demônios nascerem
nessas tradições. Ações têm conseqüências. Quan-
do um pecador acumula karma a lei universal exige
consequências. O mais extremo karma atrai a mais
extrema resposta. Ao contrário da crença popular
clássica, o Budismo não acredita que o karma é bom
ou ruim. Em vez disso, ele representa um apego
mental e metafísico para os ciclos de causa e efeito
que definem o universo em movimento. No entan-
to, há uma consequência para cada ação, e quando
uma pessoa falha profundamente cometendo um
ato terrível, a ordem cósmica o condena ao Infer-
no. Alguns demônios são as encarnações de miserá-
veis pecadores, que experimentam tanto sofrimento
quanto eles causaram. Há alguns, no entanto, que
são a lei universal personificada, e soltam a sua ira
incontrolável sobre os seres mais imorais.
Se essas idéias são verdadeiras em seu Mundo
das Trevas, um demônio adquire seus traços dos pe-
cados aos quais ele responde. Diaboli astrais fazem
excelentes modelos para formas-pensamento e fan-
tasmas demoníacos (também chamado Larvals, ver
p. 60) habilmente representam encarnações demo-
níacas, mas quando alguém comete um crime que
ofende o princípio iluminador o suficiente, os domi-
nadores entram no mundo. Demônios estão menos
interessados em ganhar almas, porque estas não são
parte da premissa central de seu sistemas de crenças.
Neles, há ou não essa coisa de alma, ou ele tem uma
natureza transpessoal, afastada da divindade ou do
princípio supremo da iluminação.
O Que é o Mal?
Ao longo deste capítulo você vai ler sobre “atos
maus” que afetam as manifestações e habilidades de
um demônio. Isso significa que você, Narrador, tem
que projetar um padrão moral para o jogo. Não é
fácil, mas é absolutamente essencial quando se trata
de explorar os temas que os demônios são projeta-
dos para suportar.
Contrariamente a algumas premissas, o sistema
de Moralidade no Mundo das Trevas não pretende,
por si só, julgar o bem e o mal. A Moralidade é sobre
a luta entre a compaixão idealista e pragmatismo in-
sensível, e o preço que é cobrado sobre a sanidade de
um personagem. Mesmo quando um personagem
viola a Moralidade com as melhores intenções isso
gera uma tensão sobre a sua psique. Um ato mal é
mais extremo e menos desculpável.
O sistema de jogo base para determinar se um
personagem cometeu um ato de maldade é simples.
Um ato mal é uma violação moral que se aplica a
uma pontuação de 5 ou menos, e surge se o perso-
nagem coloca em cheque a Moralidade, as vezes não
tendo uma classificação alta o suficiente para nem
sequer tentar resistir. (Como explicado no livro bási-
co do Mundo das Trevas).
Esse é o sistema. A complexidade não está em
usá-lo, mas em determinar o que tem o potencial
de ser um ato de maldade. Eles estão sempre violan-
do a Moralidade (mesmo quando a Moralidade do
personagem mergulhou abaixo do ponto onde uma
determinada ação iria perturbá-lo), mas nem todas
as violações da Moralidade são más, pelo menos no
sentido que este livro explora.
27
o que e o mal
 Nas crônicas com demônios, as más ações têm
cinco características adicionais:
Escolha: O personagem viola a Moralidade como
escolha, não por absoluta necessidade. Ela não pre-
cisa ser fácil de se fazer, a moral (ou pelo menos
amoral) envolve de tudo, e as opções ainda precisam
estar sempre sobre a mesa. Auto-preservação não
pode, por si só, ser suficiente para justificar uma
violação, especialmente quando o auto-sacrifício iria
evitar maiores danos.
Extremidade: Mesmo que uma violação pequena
possa se qualificar como mal de acordo com nossa
Moralidade de senso comum, para fins de influên-
cia demoníaca atos malignos são significativos quan-
do são violações associadas com uma Moralidade 5
ou menos.
Dano ou Presumindo Danos: São atos de mal-
dade que causam prejuízo real para a saúde mental,
física ou social dos outros, ou si mesmo que se acre-
dita que vá causar tal mal. Mecanismos psicológicos
de enfrentamento como negação ou ignorância deli-
berada não mitigar a possibilidade de crença, apenas
deixando que o personagem se envolva em autoen-
gano.
Malicia: O personagem prejudica os outros sem
precisar odiá-los, possúi uma indiferença razoável
para as consequências de seus atos, ou simplismente
não quer enxergar o que tem feito. Um acidente não
Os sistemas são Desalmados
Parece estranho reduzir complexas ques-
tões morais a um sistema de jogo, não
é? Definitivamente, não é para todos, e
Narradores que sentem que as regras
definidoras do mal acabam por banalizar
o tema ou acabam por tornam a crônica
menos autêntica deve dispensá-las.
Além disso, deve-se notar que alguns
sistemas de Moralidade nem sempre se
referem as questões “morais”. Um pode
representar um código de ética do poder,
em vez de um conflito entre a compai-
xão e o pragmatismo, como o sistema
de Sabedoria de Mago. Outra poderia
representar ações susceptíveis de provo-
car traumas que afetam a mente, como
a Lucidez de Changeling. A questão do
“mal” se torna muito mais sombria na
exploração de cada caso, e tais variações
de temas podem levar a uma história
rica em filosofia se você for inclinado a
isso.
28
Capitulo um - demonologia
representa um pecado como um ato pleno de mal-
dade, mesmo que provoque muito mais danos que
o ato planejado.
Sem Remorso: O personagem pode lamentar
seu ato em cima de uma base puramente egoísta ou
prática, mas não porque ele estava errado. Ele pode
enganar-se a acreditar que ele fez a coisa certa ou
justificar-se com uma falsa emoção, mas ele não con-
segue realmente se voltar para o que ele fez. Em ter-
mos de jogo, o personagem deve falhar no teste de
Moralidade aplicado. Se a sua Moralidade já é muito
baixa para fazer um teste, ele não tem essa chance de
evitar cometer um ato de maldade.
Definindo o Mal na Crônica
Essas diretrizes ainda fornecem uma grande
quantidade de liberdade, talvez demais para geren-
ciar um jogo que envolve demônios. É por isso que
cabe ao seu grupo estabelecer padrões adicionais. A
discussão pode ficar um pouco tensa, por isso se dá
a alguma distância conceitual do mundo real, lem-
brando-se que você está explorando o mal como um
elemento sobrenatural em um cenário fictício. Ele
não precisa ser um padrão moral realista, e só por-
que algo não está definido como mal para propósi-
tos de jogo não quer dizer que não é imoral.
A menos que você tenha cuidado, a conversa
pode explorar alguns elementos desagradáveis que o
grupo realmente não quer discutir. É por isso que re-
comendamos que defina os critérios para maus atos
com base nas coisas características de sua crônica re-
conhecendo as situações que podem encontrar. Se-
ria excessivamente demorado e perturbador definir
orientações completas. Membros do seu grupo pro-
vavelmente conhecem pontos críticos básicos uns
dos outros, pontos comuns de indignação moral. É
seguro supor que eles vão ver esses atos como maus.
Estes são critérios para os personagens e não para os
jogadores. Afinal, os personagens têm de ter algum
risco ao fazer o mal para que ele seja significativo.
Fique com o que realmente pode acontecer du-
rante o jogo. É o mal de vingança que aparece em
seu jogo? É o mal de matar alguém para cometer
atos horríveis? Descubra os atos relevantes que sepa-
ram violações de Moralidade regulares de atos maus
e você vai gerar um conjunto de precedentes para
orientar sua crônica.
Para reforçar o tema da Moralidade objetiva e
encabeçar discordâncias, você deve ter o consenso
do grupo sobre o “código” que você eventualmente
gerou. O fato de que você está lidando com questões
pessoais podem levar a discussões explosivas, mesmo
entre os bons amigos. Este não é um caso em que
a opinião da maioria vence, porque as vozes discor-
dantes no grupo podem sentir que seus valores estão
sendo rejeitados e a acabar trazendo para o jogo ca-
lunias de caráter moral. Não vá para este lado.
Por fim, lembre-se que os demônios não apare-

A caricatura do Bem e do Mal
Enquanto a maioria dos grupos, provavel-
mente, vai abordar estas questões do ponto
de vista de seus costumes reais, você sempre
pode ter uma visão mais especulativa. Se
você percorrer esse caminho, os jogadores
não vão discutir como as suas ações medem
seus padrões no mundo real, mas vão se
perguntar o que gostariam de jogar em um
mundo onde a metafísica do bem e do mal é
diferente de suas próprias crenças.
Usar essa abordagem dá origem a uma re-
ligião da “verdadeira fé” em sua crônica, ou
acabar definindo a Moralidade objetiva ade-
quar para atender um determinado tema.
Pode criar um mundo onde todos deveriam
seguir o caminho do Buda Óctuplo, ou onde
pacifistas são ferramentas do diabo. Deixe
claro que esta é uma exploração ficcional,
sem relação com a forma que as coisas po-
dem ou não funcionar na vida real.
cem a cada vez que alguém comete um ato de mal-
dade. Se o fizessem, o Mundo das Trevas seria inun- ele pensou
dado no Inferno, e seria um lugar muito diferente a como
beira do Armageddon.
Conhecimento
Sobrenatural
As religiões do mundo e filosofias têm muito a
dizer sobre demônios, mas todos elas têm um defei-
to: a maioria dos adeptos, incluindo aqueles que já
escreveram sobre demônios, têm pouco ou nenhum
contato real com o sobrenatural. Existem, natural-
mente, as sociedades secretas que não sofrem com
estas falhas. Há os vampiros imortais, que se encon-
tram refletidos no folclore demoníaco, e me pergun-
to se eles já encontraram seus verdadeiros ancestrais.
Os Uratha, ou lobisomens, nasceram para lutar
contra espíritos de desarmonia, e preservaram seus
conhecimentos em nas canções das tribos nascidas
da experiência direta. Magos vinculam suas almas a
fagulhas desvanecimento da verdade universal. Al-
guns têm medo e ódio dos enganadores, mas outros
são escravos voluntários, dispostos a ouvir o que os
demônios têm para ensinar.
Vampiro: um mal antigo
Os músculos de Salomão Birch queimavam pelo
esforço, mas só por um instante: o tempo que levou para
ele se lembrar que foi apenas uma falha mental. Não
houve ácido láctico nele para gritar por sangue, fadiga
apenas. Ele pulou um muro com nova leveza tão logo
ele se lembrou que ele não era um homem, mas a paixão
Longinus feita carne.
O ponto de encontro foi em outra quadra e, como
esperava, as bruxas Crone estavam lá, jogando ossos es-
culpidos para arrancar conhecimento de seus miseráveis,
falsos deuses.
- A ninhada está em seu caminho, - disse ele, quebran-
do as suas meditações. - Cinco deles são os de sempre:
insanos, descartáveis cultistas. Mas dois deles...
- Oh, nós sabemos, - disse o chefe do Coro. - Pedimos a
ela, usando os nomes fornecidos por você. Haviam visões.
O número quatro figurou proeminente.
- Graças a Deus demônios tem sabedoria própria. O
rito é um tanto eficaz. - Birch levantou a mão para cha-
mar o seu aluno. Ela já estava mexendo para encontrar o
pergaminho de invocação.
- Chame-o do que quiser, - disse o Noviço. - Se ele é um
demônio, você comprometeu sua fé por conveniência em
um tempo de guerra. Um golpe muito grande para nós,
considerando quem você é.
Ele não disse nada, mas abriu um pulso sobre o turí-
bulo adequado. Antes de voltar sua mente para o ritual,
em doutrinas que nunca poderiam ser faladas,
o Senhor cria o mal para combater o mal, em
exércitos disputando para cumprir o seu designo. Salomão
Birch estava consolado, e então ele cantou.
Três das coalizações tem afinidades com o oculto,
mas o resto também não ignora assuntos esotéricos.
Vampiros precisam olhar mais longe do que eles
para encontrar provas de leis secretas subjacentes
que estruturam do mundo. Cartianos exploraram
as explicações científicas, mas os resultados são ge-
ralmente insatisfatórios. Vampiros quebram tantas
regras que eles praticamente exigem respostas de for-
ma paralela, as incompatíveis escolas de física, biolo-
gia e psiquiatria.
Vampiros não costumam ver a evidência direta
do Infernal. Claro, a Prole Belial se dedica a de-
monolatria, mas para a maioria dos membros bas-
ta pegar a religião como uma forma de justificar a
sanguinária vontade de poder. Parentes na linha de
frente investigam e narram lendas diabólicas sobre
como obter uma forma de manipular a ideologia do
inimigo, mas às vezes eles encontram algo mais. O
vampiro demonologista inteligente geralmente com-
partilha o que aprendeu sozinho com a sua aliança.
Demonologia é geralmente irrelevante para assuntos
noturnos, mas quando importam, realmente fazem
a diferença. É quando a sabedoria oculta se transfor-
ma em moeda. Ocultistas comérciam o que sabem a
29
conhecimento sobrenatural
 respeito de favores especiais. As negociações
são muito tensas; cada parte explora a bor-
da da doutrina aceita. É um demônio um
anjo caído, um deus mau, ou a Besta mani-
festada? Os compromissos resultantes, boa-
tos e raras experiências pessoais informarão
as crenças de um ancilla típico. Vampiros
com um bom número de noites sob o San-
gue geralmente acreditam que os demônios
podem existir, mas que lendas mortais são
provavelmente falsas ou incompletas, exata-
mente como elas são sobre vampiros. Alguns
Membros demonstram poderes além das
Disciplinas comuns e dizem que demônios
lhes ensinaram, mas esses vampiros também
tendem a ser um pouco desequilibrados. Os
vampiros que acreditam em demônios fre-
quentemente dizem que têm alguma relação
com a Besta, ou mesmo que a Besta é um
demônio. Certamente, alguns vampiros ou-
viram sussurros, bem como rugidos.

Demônios e as Coalizões
Cada Coalisão tem demonologistas em
suas fileiras, mas apenas a Ordo Dracul, Cír-
culo do Anciã e Lancea Sanctum estudam
demônios de uma forma organizada. Cada
coalização chegou a conclusões divergentes,
mas em caso de emergência os representan-
tes têm sido conhecidos a por trabalhar em
conjunto de forma muito eficaz.
Demônios e O Círculo da Anciã
A maioria dos Acólitos acreditam que a
ideia de uma força primordial do mal é ab-
surda. O mundo sobrenatural é simplesmen-
te muito desorganizado para permitir algum
fio escuro passar interrompido através de
milhares de deuses e rituais. Todos os demo-
nologistas tem visto os traços do Infernal e
notaram algo em comuns. A pesquisa não
é tão extensa quanto a da Lancea Sanctum,
mas inclui muitas coisas que os Santificados
desconhecem por completo, como sacrifí-
cios que são de tradições ocultistas pagãs.
A explicação mais comum para os demô-
nios é que eles não são uma ordem separada
de criaturas, mas um aspecto da malevolên-
cia que todos os espíritos e deuses possuem.
Se você for para o altar sangrento com a
corrupção em seu coração, você vai trazer o
demônio do deus. De acordo com a Coali-
são, a corrupção não tem nada a ver com
os valores humanos. Qualquer um que nega
os riscos de sua verdadeira natureza acaba
se abrindo para o lado escuro. Os seres hu-
manos devem ser compassivos cuidadores
da terra. Vampiros devem ser os predadores

30
Capitulo um - demonologia
que pagam o preço pelo mundo em sangue. Deixar o
seu nicho é a arrogância, que convida a condenação.
Demônios e a Lancea Sanctum
Deus fez os vampiros para purificar o mundo. Eles
são lobos que devoram os mais fracos, coisas profa-
nas que fazem o gosto do céu muito mais doce em
comparação. Uma mente sem sofisticação poderiam
dizer que eles são como demônios, mas para linha
dura de santificados, isso é blasfêmia. Um vampiro
pode ser uma manifestação de ha-Satan, uma cria-
tura enviada para testar os mortais e tão somente o
mais puro pode se aproximar do trono de Deus, mas
um demônio não tem tal motivação. É um avatar
de impureza e cegueira espiritual. É a doença muito
acima do que servos de Deus foram feitos.
O Santificado acredita que os demônios são ser-
vos ou literalmente Satanás (ou talvez algum tipo
de falso demiurgo) ou uma série de seres desorga-
nizados que desempenharam o papel dos deuses
Prole de Belial e VII
Estas seitas (embora no caso de VII, “seita”
pode ser um equívoco) estão associadas
aos demônios. A ligação Prole Belial é sim-
ples. Eles acreditam em demônios, e têm
poderes estranhos que podem confirmar
que eles existem ou indicar que existem
pelo menos muitas linhagens estranhas
e poderosos anciões capazes de ensinar
Disciplinas únicas. Alguns membros acre-
ditam que os VII são vítimas de possessão
demoníaca. Há poucas provas disso, ape-
sar de alguns vampiros colocarem ambos
os inimigos em uma estrutura comum e
compreensível, e explicarem por relatórios
as incomuns habilidades dos agentes VII.
Demônios menores não podem ensinar
Disciplinas a vampiros, mas isso pode
estar contido no poder dos Arquidemônios
certos. O que os leva a procurar pactos
Infernais na troca de libertar um demônio
no Sangue? É um mistério, mas os vam-
piros sabem que quando um deles altera
sua essência através de meios místicos, as
repercussões ecoarão na linhagem abaixo
dele. Algumas Disciplinas podem ser o re-
sultado de pactos feitos no mundo antigo,
além da Idade das Trevas, entre bebedores
de sangue e patronos demoníacos esqueci-
dos. Se foi assim, o que acontecerá quando
os demônios mais velhos despertarem
para reivindicar o que lhe é devido?
pagãos em tempos antigos. Para alguns, resulta que
os deuses dos incrédulos são demônios disfarçados,
mas adeptos diplomáticos são cuidadosos para não
deixar que isso fique no caminho de assuntos po-
líticos. Felizmente, Deus deu nomes secretos aos
demônios, ritos e símbolos para ajudar os devotos
a controlá-los. Ele revelou alguns destes símbolos
através de Feitiçaria Tebana, mas o Senhor esconde
seus segredos em qualquer lugar, até mesmo na boca
dos pagãos.
Demônios e Ordo Dracul
Demonologistas da Ordo Dracul pouco se im-
portam com Céu, Inferno ou submundos politeís-
tas, mas eles sabem que a alma de um vampiro pode
ser refinada para brilhar com uma pureza que ne-
nhum santo mortal pode corresponder.
Para Coalisão não importa especialmente de
onde os demônios vêm. É o que eles fazem que
importa. O mundo sobrenatural não tem falta de
fenômenos inexplicáveis, mas é um trabalho Dra-
coniano transcender tudo. Demônios são inimigos
da perfeição pessoal, no entanto, a Ordo Dracul
mantém extensos registros sobre o que os demônios
podem fazer. Eles registram poderes conhecidos e
estratégias. Outras Coalizões ocultas possuem um
conhecimento mais cru, mas as vezes também falta
foco aos pragmáticos Draconianos.
Demônios e o Invictus
Os Invictus pouco sobem em altares ou praticam
exorcismos mas eles sabem como fazer contratos de
trabalho, e como fazer para destilar o desejo organi-
zando uma barganha em troca de poder oculto. Essa
é a coisa mais importante. Caso contrário, eles estão
apenas dispostos a se entreter com todos os tipos de
ideias sobre demônios.
A Coalisão trata demônios como fatores econô-
micos. O que eles oferecem? Que danos eles podem
causar? Alguns anciãos têm papéis amarelados que
incluem negócios demoníacos, junto com as notas
que listam como o acordo valeu a pena, as possíveis
lacunas, e o destino de cada parte. O Invictus está
ciente de que alguns desses contratos iriam cons-
trangê-los e irritar a Lancea Sanctum, então demo-
nologistas da ordem geralmente transmitem infor-
mações devidamente “sanitizadas” através de canais
apropriados.
Demônios e os Cartianos
A maioria dos Cartianos não sabem quase nada
a respeito, e suas atitudes tendem a mantê-los como
aprendizagem no assunto. Eles acham que os demô-
nios são um ardil. Eles são bichos-papões inventados
para manter os recém-nascidos na linha. Simbolis-
mo demoníaco é útil, porque abre o caminho para
uma filosofia luciferiana de auto aperfeiçoamento e
de revolução.
Por outro lado, para cada dúzia de mortos-vivos
que gritam sobre o “ópio do povo” há um vampiro
31
conhecimento sobrenatural
 mais velho que, silenciosamente, faz anotações sem
tirar os pés da linha do partido, porque ele acredita,-
ma se menos pessoas acreditarem, ele ganha sem que
eles sequer pensem em fazer alguns negócios muito
ruins. Existem aqueles que realmente acreditam e há
alguns que tentam encontrar a noção de infernalis-
mo duplamente condenável, pois esta é uma escravi-
dão muito pior do que a obediência mundana.
Lobisomem:
Guerra Contra as Chagas
- Um predador cava a doença do mundo com os seus
dentes, mas também lhe dá o dom das presas e medo.
Ela cultiva o seu comportamento com a precisão de um
psicólogo. A alcatéia aprende a governar a si própria em
conformidade. Você está ouvindo?
Não foi ela, porque a lua sangrou poder. O vento tra-
zia um cheiro rico, denso, com informações sobre coelhos,
pássaros, lutando e amando na floresta mas tudo parou
com um tapa. Anne olhou para cima a tempo de ver o
ancião puxar a mão. Ele tinha uma forma estranha,
como se tivesse a ponto de desenhar com suas garras.
- Isso é importante. Da próxima vez, vou deixar uma
marca.”
- Sinto muito.
- Isso acontece. O ser humano em você confunde o
instinto de liberdade. Isso é um erro. Predadores não fazer
o que querem. Eles fazem o que devem.
- Como posso saber a diferença?
- Eu não posso te dizer, mas eu posso te mostrar. Se
vier comigo fique em guarda. A confusão que você está
sentindo tem um lar envenenado. Estamos indo para lá
agora.
Dor. Raiva. Morte. Para o Uratha, estas coisas
não são pecados. São perturbações. Elas testam o
compromisso de um lobisomem com a Harmonia
e às vezes arrancam sua pretensão humana, quando
um dos filhos do Pai Lobo entra no meio dela, chei-
ra a sangue e não recua, inala profundamente e não
sente medo humano, mas o prazer da caça.
Os Uratha não são humanos. Eles não têm pe-
cados humanos, mas eles têm pecados, no entanto.
Eles sabem sobre os demônios, embora suas tradi-
ções ortodoxas não falem sobre um grande adversá-
rio, ou mandamentos do alto. A verdade é fato, não
fé. Eles olham dentro da Sombra e veem a beleza da
Harmonia, ou a feiura de equilíbrio contaminado, e
definem o bem e o mal a partir de lá.
Para lobisomens, demônios são espíritos que ca-
íram na ordem natural e que não deveriam existir,
mas como uma paródia da vida, eles provaram ser
tão adaptáveis e mutáveis como reais, coisas vivas.
Eles são corruptos demais para sobreviver neste
32
Capitulo um - demonologia
Dons e Ritos de
Lobisomens e Demônios
Poderes dos lobisomens que afetam
espíritos, afetam um Diaboli, assim como
afetam as versões normais dos mesmos es-
píritos. Domínions não podem ser notados
ou comandados por habilidades Uratha.
Lobisomens podem, no entanto, utilizar
os mesmos rituais que os seres humanos
comuns fazem para interagir com eles.
mundo por muito tempo, de modo que eles criam
corrupção e a respiram como um ambiente estimu-
lante. Eles criam Chagas em todo mundo, e crescem
de modo a sujar até mesmo a Primeira Língua, a mú-
sica da própria natureza, não podendo defini-los, e
eles ensinam seus servos um nome feio: Maeljin.
Sete Pecados Devoram o Mundo
Os Meia-Lua modernos identificam sete dos
nove Maeljin mais poderosos como os Pecados Mor-
tais tradicionais. Parece uma escolha estranha, dado
que os Uratha sabem que há muito mais no mundo
do que o pontos de vista humano reconhece, mas
há uma razão: Esses demônios exploram uma forma
de confusão moral que afeta apenas os lobisomens.
Praticamente todo o lobisomem foi criado como
um ser humano, mas quando a Primeira Mudança
vem, seus instintos morais contradizem sua educa-
ção. Novos Uratha são vulneráveis a qualquer pessoa
ou qualquer coisa que se oferece para resolver a con-
tradição. Em situações ideais, os anciãos fazer o seu
trabalho e dão ao jovem lobisomem uma identidade
e propósito, mas há anciãos pobres, e Urathas que
vão ainda além de seus ensinamentos. Estes são os
melhores alunos dos Maeljin. Eles enviam demônios
menores, que cultistas mortais chamam Immundi
para ajudá-los, e Sussurrantes para dizer-lhes que os
seus novos sentimentos não são sinais de vocação e
Harmonia, mas que o seu novo estado o torna imu-
ne ao pecado.
Sua mente desmorona. Eles abusam de prazeres
básicos que já foram amplificados pelos sentidos de-
sumanos. Eles assassinam por impulso. Eles abando-
nam suas tribos, se mantem em segredo, até que não
podem mais sobreviver sem ajuda.
O Maeljin responde. Há uma iniciação, dores ter-
ríveis, e então os Senhores das Chagas reivindicam
um outro escravo: um Cão Nefando.
Maeljin pesam como o chumbo sobre lobisomens
desviados. Os seres humanos não experimentam o
tipo de confusão que os faz tomar o controle, mas
isso não é consolo. As pessoas têm muitas, muitas
outras deficiências, e o Maeljin abraça mais do que me animar com ficção escapista. Eu estou aqui por uma
os sete pecados. Onde o desejo falha, engano e vio- coisa real: Isto. - Movran empurrou o contrato no rosto
lência pode ter sucesso. enrugado de Angrboda. Isso provocou uma grande e
honesta gargalhada. Em seu corpo magro, parecia uma
A Hierarquia Maeljin convulsão. Angrboda sorriu. - Beezlebub? Asmodai? Eu
lido em pureza, Movran. Pechinchas demoníacas são
Há nove Maeljin: Carnala, Senhora da Luxúria; tão... mundanas. O Abismo não se importa se você lida
Mammon, Cevador da Avareza; Maastrac, Mestre com apertos de mão ou de estupros.
da inveja; Baalfegor, Rei da Gula; Lamashtu, Califa - Poderia ter me enganado.
do Orgulho; Beliar, Escravo da Preguiça; Asmodai, - Mentes quebram diante da glória do além, e quebrar
Rainha da Ira; Pseulak, Ministro do Engano e Thu- mentes abre o coração Lie-limite para a glória. É um
rifurge, Arquiteto da Violência. Para os propósitos meio, não um fim. Demônios olham pessoas no aqui e
deste livro, são Arquidemônios, superiores as nor- agora. Eles não são meus amigos.
mas aqui apresentadas. Eles podem projetar Sussur-
rantes para abrir o caminho para os seus servos e - Não há necessidade de deixá-lo viver, então.
aumentar o sofrimento do mundo. - Espere! Eu nunca disse que não poderia ajudá-lo.
Abaixo destes senhores, o Maeltinet são os pa- Você vê, a gente sempre gosta de manter o controle sobre
tronos dos seres inferiores. Eles são espíritos totem a concorrência...
para lobisomens corruptos, mas não recusarão qual-
quer ser que sinceramente os adore. Regras para es- Os Reinos Supernos são a Verdade, mas eles não
ses espíritos estão detalhados em Blasfêmias (Blas- são virtuosos. Magos amam a Verdade, e a sentem
phemies) para Lobisomem: Os Destituídos, mas os em suas almas tão fortemente, que estão sujeito a
sistemas de Domínions, que evoluíram a partir de esquecê-la. Assim como é Acima é Abaixo. Existem
Immundi serão suficientes. Se você estiver jogando regras para o pecado, tanto quanto para a magia.
Lobisomem, você pode adicionar as regras deste li- Magos acreditam em todos os tipos de demônios.
vro a sua lista de habilidades. A sua existência é fato, não suposição. Todas as or-
Na parte inferior, os espíritos de sombra corrup- dens místicas mantem registros dos demônios que
tos são os seus guerreiros, espiões e intermediários. eles encontraram. Este amplo conhecimento não
Use os sistemas de Immundi neste livro, adaptando significa necessariamente que é facil de identificá-
as regras de Lobisomem, ou combinando os dois. -los. Demônios rastejam através de todos os mun-
Eles permanecem nos lugares cheios de dor e peca- dos invisíveis, usando formas nativas e ressonâncias
do chamados Chagas, que pode ser equivalentes aos ocultas familiares.
Lugares Profanados. A confusão aumenta com o fato de que “demô-
Para os propósitos deste livro, os Maeljin e seus nio” é um termo flexível. Magos usam a palavra para
servos são demônios. Eles são uma nova perspectiva se referir a seres goeticos: Vícios personificados que
sobre uma ordem Infernal ainda maior? Eles com- são paixões amorais, mas não necessariamente ser-
partilham muitas semelhanças com os demônios de vem ao Inferno. Ainda assim, mais do que um mago
outras tradições, por isso esta é uma forte possibili- se referiu as criaturas de alma destruída como demô-
dade. Se há um mal universal e penetrante em seu nios do Abismo.
Mundo das Trevas, os Maeljin são a sua aparência Os Despertos sabem que os verdadeiros demô-
original. Os Uratha sabem a melhor forma de en- nios são outra coisa, mas há tantos tipos de mal
frentá-los no campo de batalha das Sombras, mas espiritual que não dizem respeito aos Infernais em
se eles são maiores do que até mesmo as Chagas especial. Portanto, embora muitos magos estudem
que governam, eles podem ter recursos que os lo- “demônios”, o número de demonologistas dedica-
bisomens não podem imaginar: avatares em outros dos que estudam poderes infernais e pactos é me-
planos, Sussurrantes, rituais e sonhos caídos capazes nor do que se poderia supor. A demonologia está
de infectar seus espíritos. tão ligada a lendas e superstições inconsistentes dos
Adormecidos que os magos estão mais interessados
no conhecimento Superno, e tendem a esquecê-lo.
Da mesma forma, os Magos não têm leis universais
Mago: Os Mais Caídos para lidar com demônios, embora o ‘Consilii’ local
possa desenvolver suas próprias políticas depois de
algum desastre Infernal.
- Yog-Sothoth é a chave, você não sabe? - Angrboda riu Sim, os magos são muitas vezes ignorantes - para
e se contorce em seus grilhões como um verme branco liso outros magos. Mas a ignorância na escala dos Des-
recentemente exposto à luz do dia. Movran verificou suas pertos ainda é geralmente melhor informada que
correntes e corrigiu um pouco uma das runas, então se os ocultistas Adormecidos. Talvez a verdade sobre
inclinou para a frente fazendo caretas a Scelestus. os demônios esteja coletando poeira na biblioteca
- Eu tenho uma no caderno. Eu leio quando quero de algum mago, sem uso para nenhuma outra razão

33
conhecimento sobrenatural
 que seu proprietário não ache muito importante.
Conhecimento Desperto
Magos são indivíduos metódicos com uma sede
de conhecimento e seus esforços para estudar demô-
nios deram frutos. Demonologistas Despertos reuni-
ram os seguintes fatos sobre os demônios:
Eles não são do Abismo. Alguns magos gosta-
riam muito que o anfitrião Infernal fosse um sin-
toma de um Mundo Decaído, mas mesmo que as
trevas se infiltrem na ignorância da humanidade e
cause momentos loucos, não é a fonte de verdadei-
ros demônios. O Abismo puxa o cosmos para o caos
indescritível e o fim de tudo. Demônios não são
alheios a realidade. Eles não são forças impessoais.
Nem todos os demônios goeticos são demônios,
mas alguns são. A goetia Adormecida faz pouca
distinção entre pecados personificados e visitantes
do inferno, porque no seu caso, geralmente não há
diferença entre eles. A goetia Desperta são animais
diferentes. Seus feitiços muitas vezes usam a imagi-
nação demoníaca para dar forma aos Vícios, mas es-
ses demônios goeticos geralmente são paixões, não
pecados. Há exceções: entidades goeticas que refle-
tem as expressões mais corruptas de Vícios de seus
criadores, porque os próprios criadores têm lhes pro-
porcionado o modelo mais escuro possível.
Nem todos os demônios são vulneráveis a magia
dos Despertos. Magos sabe que a maioria dos de-
mônios são espíritos de um tipo ou de outro. Como
tal, os magos geralmente pode convocar, comandar
e bani-los com os mesmos feitiços que eles usariam
para outros espíritos de sua espécie. Há exceções, no
entanto. Domínions não são meros elementais, for-
mas-pensamento ou fantasmas de ódio. Seus Nomes
Secretos, poderes e astúcia podem torná-los imunes
a compulsão mágica. Magias podem prejudicá-los e
proteger as pessoas contra os ataques demoníacos,
mas quando se trata de convocar Dominions, os ma-
gos devem usar os mesmos ritos como Adormecidos.
Roubando
Conhecimento Sobrenatural
- Eu não posso lê-lo.
- Eu pensei que você entendesse uma dúzia de línguas tima a capacidade das pessoas normais para espio-
antigas. - Maya franziu a testa, e recuperou as contas que ná-los, roubar seus escritos e bater em suas redes de
ela tinha colocado sobre a mesa. - Você se gaba muito.
- Eu tenho permissão para me gabar. Eu sei como ler
todos os tipos de merda que línguas nerds de Harvard
podem construir “Vejo o Ponto de largada”. Eles não
podem ler isto. Eu não posso ler isso. Ninguém pode ler
isto. Isso é de envergonhar tanto que eu posso dizer que
esta linguagem nem existe, apesar de encontrar exemplos
o tempo todo.
34
Capitulo um - demonologia
Trevas contra Trevas
Demônios infernais não são do Abismo.
Nas raras ocasiões quando o inferno conta-
ta a marca externa da escuridão, o resul-
tado é uma inimizade intensa. O Abismo
busca um cosmos sem sentido e forma, ou
pelo menos não da forma como os seres
humanos compreendem, mas o inferno de-
pende do mundo, ama-o ainda. O mundo
é um forno de pecado, e os demônios se
aquecem nele. O Inferno queima, mas para
os demônios, apenas o pecado fornece
calor realmente reconfortante. Para sua sor-
te, os seus asseclas do Abismo - os Scelesti,
cultistas loucos e servos alienígenas me-
nosprezam a maneira como a corrupção
Infernal corrige a mente de uma vítima na
sensação carnal, e os interesses mesqui-
nhos de mentes e corpos humanos.
Às vezes, um lado bloqueia a outra agenda.
Eles levantam exércitos disformes e tecem
venenosos feitiços e encontram aliados
improváveis entre quem tem mais motivos
para temer um lado do que do outro.
- Eu preciso de seu nome. Diga-me como o que você
está dizendo pode supostamente ajudar-me, Karl.
- Eu ainda sou melhor do que as cadelas do estabeleci-
mento, porque mesmo que eu não possa ler, eu sei alguma
coisa que pode.
- Alguma coisa? - Maya empurrou cerca de metade do
dinheiro de volta para ele.
- Oh, ela parece uma pessoa, mas eu tenho suspeitas.
Quando as sociedades sobrenaturais aprendem
algo sobre o Inferno, as pessoas comuns podem
aprender também. Os monstros e seres humanos do
Mundo das Trevas não mantem segredos cuidadosa-
mente como se gostaria de pensar, e às vezes subes-
informação.
Se os demônios são os antagonistas centrais da
sua história, amarre sociedades sobrenaturais na tra-
ma. Se você percorrer esse caminho, um lobisomem
não é o principal antagonista. Ele é um informante
perigoso que sabe os nomes dos Maeljin. Bibliotecas
de Magos são tão importantes quanto suas magias.
Mitologia sobrenatural também fornece hierar-
quias prontas e lendas para seus demônios.
 Três Fontes do
Submundo Sobrenatural
Aqui estão três fontes de demonologia que podem cair nas mãos de alguém como corte-
sia de uma sociedade secreta sobrenatural.
• O Livro da Besta: Esta pilha de uma dúzia de cadernos com espirais são mantidas
unidas por elásticos grossos e sujos armazenados em um velho saco de Serviço Postal
dos EUA. As folhas pautadas de cada caderno são repletas de indecifráveis rabiscos - que
o culto vampiro chamado Prole de Belial chama de “Discurso da Fera”. Ele pode ser lido
apenas por vampiros que têm o tipo especial de loucura associada a ele... ou qualquer
pessoa que entenda a Língua do Dragão. (Ambas as línguas são a mesma, então? Tal-
vez) Qualquer um que possa ler aprende os Nomes Secretos e Testamentos de três Domí-
nions da Gula. O Livro da Besta está atualmente nas mãos de uma mulher que é viciada
em sangue de vampiro: a única pessoa que seus autores mortos-vivos nunca matariam
em um ataque de fome ou raiva.
• A Laceração Invisível: Escrito em Vulgate Latin, o autor deste livro se identifica como
o “Bispo Verde”. Há várias passagens em uma língua desconhecida que se parece com a
escrita cuneiforme ou runas grosseiramente pintadas. Lobisomens iriam reconhecer mui-
tos deles a partir de seus próprios glifos e marcas, mas eles foram adaptados para uma
linguagem única: a liturgia que exalta os nove lordes Maeljin e listam seus atributos em
detalhes amorosos. O último capítulo prediz a vinda do “Escolhido sem Alma, que será
um lobo entre os homens como o Cristo, nosso inimigo, é o seu pastor.” Um antiquário
educado diria que o livro foi escrito na Alemanha, há pelo menos 800 anos.
• Santo Ezra: No Novo México, o mosteiro supostamente Católico do Santo Ezra man-
tém o corpo de seu homônimo, em um caixão de vidro. A diocese local não tem regis-
tro particular deste St. Ezras ou do mosteiro e, se solicitada, chama o lugar de comum.
Os monges dizem que Ezras era “incorruptível”, que demonstrou santidade quando
seu corpo nunca apodreceu. Mas a verdade é que, em algum sentido, Ezras ainda está
vivo. Algumas noites, ele abre os olhos e profere cânticos em um idioma desconheci-
do. Às vezes, os irmãos encontram seu caixão aberto, e símbolos estranhos esculpidos
nas paredes. No ano passado, um visitante orou com cinco monges antes de conduzir.
Depois disso, todos os cinco conseguiram entender Ezras. Eles sabem que ele é algum
tipo de ocultismo autômato que existe para proporcionar avisos e informações sobre 66
demônios “afogados nos dias da Atlântida.” Eles também sabem que Ezras foi obrigado
a repetir sua advertência 3.333 vezes, e já se manifestou em mais de 2.000 ocasiões.
Quem era aquele estranho, afinal?

Combine-os com os principais pontos de vista re-
ligiosos ou use-os por conta própria, para enfatizar
que os demônios são tão misteriosos que os sistemas
de crença mais conhecidos não podem descrevê-los.
Tomando a Atlantis dos Desperto, a Sombra, ou a
Prole Belial fora de seu contexto natural na linha do
Mundo das Trevas adiciona uma roupagem exótica
aos demônios a sua história, mas preserva a idéia
que os personagens podem pesquisar, estudar e até
mesmo usar a seu próprio risco. Mesmo que os de-
mônios gostem de jogar com os papéis que as pes-
soas esperam deles, eles não são tão inflexíveis em
recusar vítimas que estão intrigados com lendas in-
comuns. Se os seres humanos se prostram para vam-
piros ou juram sobre um Artefato Atlante maldito,
demônios ainda vão amá-los, cuidar deles e empur-
rá-los para a condenação absoluta.

35
conhecimento sobrenatural
 Tomos,
Testamentos e
outros Segredos
Infernais
Demonologia não é um campo organizado. Se há
bibliotecas perfeitamente indexadas e classificadas,
elas não estão disponíveis para o público em geral.
Porém, isso não significa que todos os demônios são
secretos. De fato, uma das marcas distintivas do cam-
po é que ele é um dos tópicos mais populares no
ocultismo. Muitas pessoas acreditam em demônios,
ou estão intrigados por eles, e anotam tudo o que a
pesquisa em notebooks, teses, folhetos religiosos, pá-
ginas da web e tudo mais oferecem. É fácil para um
demonologista descobrir todos os tipos de curiosida-
des, mas difícil para destila-las em informações úteis.
O mundo sempre brinca com notas do Inferno, sem
dar muito na forma de conhecimento que pode ser
usado para ligar ou banir demônios reais. Ainda as-
sim, a informação está lá fora se eles souberem onde
procurar, o que procurar e como interpretar os sím-
bolos e metáforas que são tão comuns para ocultar
escritos.
As pessoas escrevem sobre demônios de inúme-
ras maneiras. Demonologistas práticos criaram vá-
rias categorias para essas obras. Por uma questão de
clareza, vamos dividi-las em Hierarquias, Mitologias,
Nomes Secretos e Testamentos.
Hierarquias
Bahalul: Barão, Vassalo de Tofete, Mestre do Fogo
Ouro de Fusão.
Bezzaric: Conde, o Forja Verde, o Duas Caras.
Byrof: Arquiduque, Diretor dos Maus Conselheiros,
de Língua Partida.
Uma autêntica Hierarquia Infernal é uma lista
que classifica uma série de verdadeiros demônios
por nome, posição e foco. Uma pequena Hierarquia
tem cerca de uma ou duas páginas e apresenta uma
certa quantidade de demônios, não mais do que 10,
normalmente. Exemplos maiores podem preencher
vários volumes e listas com centenas ou mesmo
milhares de demônios. Como regra geral, quan-
to maior a Hierarquia, mais é mais provável dela
conter “enchimentos”: entradas falsas que o autor
adicionou para ocultar informações autênticas ou
disfarçar problemas com precisão na Hierarquia. Se
um demonologista acredita em uma matriz de forças
Infernais em torno dos sólidos platônicos, mas tem
36
Capitulo um - demonologia
apenas 10 nomes para os Senhores do Dodecaedro,
ele pode simplesmente inventar mais dois para pare-
cer uma visão consistente.
Hierarquias são recursos muito comuns, mas elas
não são muito úteis em si mesmas. Autores deixam
de fora Nomes Secretos dos demônios, poderes,
assinaturas e aparência para economizar espaço e
assegurar o suficiente para que, se um ocultista im-
placável encontrar a lista, ele não vai apenas matar
o escritor. O demonologista contém informações
o suficiente para tornar-se valioso o bastante para
permanecer vivo. Isso às vezes sai pela culatra, no
entanto, especialmente quando os caçadores de bru-
xas estão realmente lá para destruir o conhecimento
Infernal, e não para obtê-lo. Se o conteúdo de uma
Hierarquia implica que o autor sabe mais do que
ele está dizendo, então eles também precisam dispor
dele. Uma Hierarquia Infernal é um ponto de parti-
da para estudos mais sérios. Este é o lugar onde um
ocultista aprende primeiro que Barbas, Presidente
do Inferno, existe, e que ele é um mestre do conhe-
cimento e da mudança de forma secreta. O pesqui-
sador inicia abrindo uma entrada na direção certa.
A Hierarquia define a relação entre um grupo de
demônios. Ela diz ao leitor quem manda em quem.
Ele estabelece uma burocracia infernal, a ordem de
batalha que se encaixa no mito de seu autor favori-
to. Um ocultista pode usar isso em seu favor, ame-
açando a um demônio com a ira de seu superior,
ou comparando o que promete com o seu lugar na
Hierarquia, reconhecendo se realmente lhe confere
o direito de prometer. Ele também pode sugerir o
poder relativo de demônios diferentes na cadeia de
comando Infernal.
Sistema
Hierarquias fornecem bônus de equipamento
para os testes com dados. Uma autêntica Hierarquia
Infernal fornece um bônus de +1 a +3 a qualquer
tentativa de pesquisar ou negociar com um demô-
nio na lista, embora neste último caso, a Hierarquia
também deve listar superiores do demônio. O bônus
é baseado na qualidade da Hierarquia.
Existem Hierarquias de vários tamanhos. Para
fins de jogo, são três categorias:
• Hierarquias breves não são mais do que algu-
mas páginas (ou o equivalente, a uma mídia exterior
de impressão) de comprimento. Praticamente falan-
do, eles são suficientemente curtas para que o Nar-
rador possa escrever a Hierarquia para o uso como
um recurso de personagem. Se o recurso é preciso o
suficiente para fornecer um bônus, também é excep-
cionalmente confiável, já que não há “enchimento”.
Qualquer teste que recebe o bônus também ganha a
explosão do 9 como benefício na rolagem de dados.
A desvantagem é que este bônus aplica-se apenas aos
10 demônios ou mais listados e nenhum outro.
• Hierarquias longas ocupariam um pequeno
volume e seriam muito para o Narrador reprodu-
zir textualmente. Ainda assim há tanta coisa que o
conhecimento pode fornecer para elaborar o texto.
Se um pesquisador não estiver usando a Hierarquia
quando fizer um teste, reduzir-se seu bônus em 1.
Isso indica que o ocultista está acabando de receber
a informação que é relevante para a sua situação. Se
alguma figura distante (e não apenas um aliado) re-
ceber nas mãos a Hierarquia, recupera-se seu bônus
original, porque, para ele, a informação ainda está
fresca.
• Hierarquias abrangentes são de vários volu-
mes ou coleções. Algumas delas são o resultado final
de projetos que tentaram listar cada demônio verda-
deiro no mundo. Outros foram obras de maníacos
em escrita automática, que combinam frases coe-
rentes com página após página de livre associação e
desconexão paranoica. Os ocultistas sempre podem
encontrar algo valioso em tal Hierarquia enorme,
mas a relação sinal-ruído não é boa e pode realmente
enganar o pesquisador. Se quaisquer teste de dados
que usam a Hierarquia obtiverem 1 no dado, deve-se
remover um sucesso do total do jogador. Rola-se os
sucessos extras antes de fazer a redução.
Mitologias
Então a criança pegou o anel e saiu, e eis que nas
horas habituais de Ornias, o demônio feroz veio como um
fogo ardente para tomar o pagamento da criança. Mas
a criança, de acordo com as instruções recebidas pelo rei,
jogou o anel no peito do demônio, e disse: “Rei Salomão
te chama para cá!” E então ele saiu correndo para o rei.
Mas o demônio gritou em alta voz, dizendo: “Filho, por
que fizeste isso comigo? Pegue o anel de cima de mim,
e eu vou dar-te o ouro da terra. Só tirar isso de mim, e
deixai-me ir embora para longe de Salomão.”
-O Testamento de Salomão, FC Coneybeare, Trans.
Apenas os mais cínicos demonologistas chamam
as histórias de origem e lendas tradicionais de de-
mônios de “mitologias”, porque isso implicaria dizer
que elas são falsas, mas há um monte de demonolo-
gistas cínicos, também. Demônios mentem o tempo
todo, de modo a se esperar que cada velha história
de ataque de um demônio venha a ser questionável,
para dizer no mínimo, mas, paradoxalmente, muitas
contêm pelo menos um grão de verdade. Talvez os
demônios são tão ligados ao flexível, adaptáveis a na-
tureza das mentiras que eles são obrigados a honrar
qualquer história que de alguma forma ressoe com
as suas naturezas. Talvez as histórias os tornem mais
poderosos conforme as pessoas falem delas, ou tal-
vez demônios simplesmente as apreciem.
Mitologias incluem parábolas em que um de-
tomos testamentos e outros segredos infernais
mônio aparece de fato ou metaforicamente, mitos
de criação que caracterizam o demônio como um
malandro, um rebelde ou um deus de pureza caído,
boatos locais sobre o que realmente está enterrado
sob estátuas que revelam algo sobre um demônio e,
ao fazê-lo, dá a ocultistas uma maneira de entender
ou mesmo manipulá-lo.
A Mitologia demoníaca ajuda evocadores e exor-
cistas a construir os rituais apropriados para suas
respectivas tarefas. Em ambos os casos, um ritual
que de alguma forma reencena ou responde ao mito
é especialmente eficaz. Olhando para a citação no
início desta seção, podemos ver qualquer pessoa que
pretenda atrair Ornias deve preparar um anel de
ouro com a inscrição selo verdadeiro de Salomão.
Se um ocultista quer poder sobre Penemue, o Vigi-
lante, que ensinou os seres humanos a escrita, ele
pode persuadir uma mulher bonita (um sinal dos
Vigilantes “tentação e queda”) a mentir sobre um
altar, segurando um papel e caneta. Demônios são
criaturas de hábito e tradição. Quando eles veem os
sinais adequados, eles reagem de acordo, repetindo
o próprio mito. Demonologistas não devem esperar
um comportamento robótico, já que os demônios
são capazes de adicionar uma “licença artística” a al-
gumas destas encenações.
Sistema
Dependendo de sua qualidade, uma Mitologia
legítima fornece um bônus de +1 a +3 para os se-
guintes sistemas no Capítulo Dois:
• Testes para atrair o demônio, se necessário.
• Testes para realizar um exorcismo, se o mito é
um exemplo do demônio sendo vinculado, banido
ou derrotado.
• Testes Sociais para perceber os motivos de um
demônio e antecipar suas ações.
O bônus só se aplica aos demônios mencionados
no mito em particular.
Nomes Secretos
Chris garganta queimada. Algo verde se arrastou para
fora do círculo. Ele tinha o rosto de uma cobra. A língua
tinha três forquilhas, em vez de duas.
- Eu ouvi você chamando meu nome, - disse. - Agora
me diga por que não é hora de eu foder uma ferida fresca
na parte traseira de sua cabeça.
Ele queria se irritar, mas colocou o sorriso mais falso
do mundo na cara, segurou o papel e disse: - Isso seria
contrariar o número quatro. Este é o seu John Hancock,
não é?
Ele estava certo e errado. Não poderia fazer isso com
ele, mas havia uma brecha. Ele fez outra coisa. Duas
37
 horas depois o deixou vivo, como eles concordaram.
Ele só queria morrer.
Então foi pelo menos a sua língua, assim ele
não poderia dizer esse nome nunca mais.

Sussurrantes não têm nomes reais, mas os

desejam muito. Os Diaboli - os demônios do
nosso mundo corrupto - têm nomes muito se-
melhantes aos de outros espíritos, porque eles
são de naturezas muito parecidas. Somente al-
guns demônios tiram o seu poder diretamen-
te do Inferno. Eles amarram as energias em
um Nome Secreto. Sem ele, estes Domínions
não poderiam sobreviver à exposição até mes-
mo das mais fracas virtudes e da ordem na-
tural dos mundos superiores. Um Nome Se-
creto é o coração de um Domínion. Fala-se,
e o demônio sente a vibração de seu núcleo.
Profere-se um comando, e o demônio batalha
em uma compulsão para obedecer, geralmen-
te, reduzindo a ordem para a sua forma mais
literal, e perversa possível.
Um Nome Secreto não é realmente uma
palavra. Demônios não podem ser definidos
por caneta e tinta, ou uma língua abanando.
Pense nisso mais como uma freqüência espiri-
tual: uma onda portadora que transmite o
poder do inferno. Ele tem uma propriedade
peculiar, como pode ser “incorporado” em
muitas formas de informação: uma palavra
falada ou escrita, uma série de números, até
mesmo uma imagem. Isso não significa que
você possa rabiscar ou dizer qualquer coisa e
exigir o demônio trate-a como um Nome Se-
creto. O demonologista ainda deve aprender
que a fonte possúi uma linha de transmissão
que consiste em uma cadeia de representações
honestas, movendo-se a partir da fonte da re-
velação para o aluno.
Por exemplo, um Domínion sussurra seu
Nome Secreto na mente de um mago negro.
Ele ouve o som de bebês gritando, vê a bile
verde e sente o gosto de uma mistura de carne
podre e cobre. Sua mente segue cambaleando
e ele escreve uma palavra que irá representar
a experiência: Naberius. Ele honestamente
pretende representar o nome desta forma, de
modo que quem invoca o nome está realmen-
te usando o Nome Secreto do demônio, ainda
que o nome em si seja uma inundação aluci-
nante de sons e imagens.
Se a pessoa seguinte na cadeia usar o Nome
Secreto, ele será valido. Depois disso, ele pode
escolher outra representação do nome, embo-
ra ele deva fazê-lo com a intenção sincera. Por-
tanto, enquanto Nomes Secretos mudam de
época para época e de cultura para cultura,
eles nunca fazem isso por razões triviais. Um
erudito não pode mudar o nome para escon-
38
Capitulo um - demonologia
dê-lo, ou confundir outros. Os Nomes Secretos dos
maiores demônios assumem muitas formas, mas na
verdade eles são todos um único nome, escritos para
transmitir uma essência indescritívelmente horrível.
Esse fato é a razão de demônio com nomes famo-
sos – Asmodai, Belphegor e os demais – geralmente
não serem verdadeiros Nomes Secretos, mesmo que
haja algum momento na história em que eles foram
usados como tal. Eles foram copiados por muitas
mãos ignorantes com o passar das eras, e sua grande
maioria nunca usou o nome para chamar um demô-
nio. Isso nem sempre é verdade, há uma diferença
entre o nome Belphegor que aparece em uma pági-
na aleatória da web, e com o mesmo nome aparece
quando é escrito em um grimorio negro real.
Nomes Secretos aparecem em três formas. A pri-
meira é uma tradução fonética simples que permi-
te que um ocultista fale ou cante isso. A segunda é
uma assinatura demoníaca: uma série de pictogra-
mas exóticos ou palavras disformes que o demônio
pode usar para vincular-se em um contrato escrito. A
terceira forma é o selo do demônio, que um ocultis-
ta utiliza para exercer autoridade sobre o demônio.
Saber uma forma do Nome Secreto não transmite
conhecimento para os outros.
Sistema
Se um personagem aprende uma forma do Nome
Secreto ele pode pesquisar as outras. Ele deve sem-
pre começar com o conhecimento de uma das for-
mas do nome demôniaco, e que aprendeu de uma
fonte legítima. Aprender outras versões (como o selo
ou assinatura) requer um teste de Pesquisa padrão
(veja o livro de regras do Mundo das Trevas). Sua
parada de dados é Inteligência + Ocultismo + Equi-
pamento acadêmico do personagem. O personagem
não pode tentar a tarefa sem pelo menos um ponto
de Ocultismo. O número de sucessos necessários é
listado em parêntese, ao lado dos efeitos de cada for-
ma do Nome Secreto:
Falado (6 sucessos): Falando um nome secreto
ganha-se um bônus de +3 para invocar o demônio
chamado. Alguns demônios odeiam quando os
humanos dizem seus nomes, mas muitos não se
importam, porque eles querem ser convocados. A
chamada dá-lhes uma maneira de sair do inferno e
aumentar seu poder. Eles, no entanto, às vezes fazem
uma grande demonstração de ofensas, apenas para
convencer os invocadores que eles estão obrigando-
-os a fazer algo contra sua vontade.
Assinatura (6 sucessos): Ocultistas não podem
usar um formulário de assinatura em si, mas se eles
podem convencer um demônio a assinar um acor-
do escrito ou marcar um símbolo dedicado de seu
acordo (uma escultura, talvez, essa forma é mais
comum em não-culturas letradas), o demônio deve
TOMOS TESTAMENTOS E OUTROS SEGREDOS INFERNAIS
respeitar as condições. Demônios estão muitas ve-
zes bastante confortáveis fazendo isso, porque eles
geralmente compreendem as condições semi-legais
desses contratos melhor do que a outra parte. Esses
contratos são o resultado da fase de negociação (veja
os sistemas de convocação de demônios no Capítu-
lo II). Nada impede que um demônio utilize uma
assinatura falsa que faz a sua promessa sem sentido,
mas é de esperar que um convocador que o quer por
escrito saiba como identificar marca legítima de um
demônio.
Selo (12 sucessos): O Selo é uma das formas mais
úteis do Nome Secreto. Consequemntemente, de-
mônios trabalham duro para torná-los difíceis de
adquirir. Rendereizar corretamente um selo requer
um teste de Raciocínio + Ocultismo com uma pe-
nalidade igual ao Posto Infernal do demônio, já que
demônios mais poderosos têm selos mais complica-
dos. Se o ocultista consegue enganar um demônio
em um espaço confinado (um quarto, uma garrafa)
ou um círculo fechado marcado com o selo, o demô-
nio não pode sair até que alguém danifique o selo,
crie uma abertura na área de confinamento, ou ele
domine alguém com um teste de seu Poder + Posto,
penalizado pelos pontos que o criador do selo obte-
ve em seu teste (O demônio não pode atacar o selo
ou algo além das fronteiras de seu confinamento).
O demônio pode tentar escapar no primeiro turno
de prisão, mais uma vez na cena subseqüente e mais
uma vez na próxima hora, dia, semana, mês e ano.
Depois disso, o demônio permanece aprisionado até
que outra pessoa cause danos a vedação ou crie uma
abertura na área selada.
O confinamento enfurece os demônios, mas tam-
bém serve como alavanca eficaz para as negociações.
Infelizmente, o selo também bloqueia um demônio
de prestar os serviços negociados no pacto. Se um
ocultista quer os benefícios de um pacto, ele tem
que deixar o demônio ir, embora ele possa aplicar
condições. O invocador deve ter o cuidado de in-
cluir disposições para a sua própria segurança, ou o
demônio certamente irá se vingar. Ele deve receber
o termo por escrito com a assinatura do demônio,
se possível.
Testamentos
Um Testamento é uma longa descrição de um
demônio. Um Testamento completo pode listar um
número de títulos do demônio, o sigilo usado para
convocá-lo, as habilidades de renome do demônio,
suas associações com planetas e cores e números, e
assim por diante. Testamentos se entrelaçam com os
outros elementos listados acima. Por exemplo, uma
Hierarquia Infernal detalhada conterá um número
de Testamentos em vários graus. Um Nome Secre-
to pode ser encontrado dentro de um Testamento,
39
 embora isso seja bastante raro. Em alguns casos, a
Mitologia de um demônio e Testamento podem ser
transcritos em conjunto.
No entanto, a Mitologia Hierarquica e o Nome
Secreto são projetados para ajudar a pretensos de-
monologistas. O Testamento é algo que beneficia
os demônios mais do que tudo. O ato de escrever
um testamento pode elevar um Sussurrante em um
Dominion, por exemplo (veja p. 61). Demônios tira-
ram forças da percepção humana, e um Testamento
é uma concentração dessa percepção.
Sistema
Um Testamento pode ser usado como um gati-
lho para convocar um demônio, embora o Nome
Secreto seja mais eficaz, o Testamento pode ser usa-
do como base para uma invocação. Citar um Tes-
tamento respeitosamente também pode conceder
um bônus de equipamento de +1 ou +2 para testes
feitos para negociar com um demônio determinado.
(O bônus pode até subir a +3 em casos de demônios
do Orgulho, pois eles gostam de ter suas honrarias
mencionadas).
Cultos
A atração de um culto é compreensível até certo
ponto. Ele oferece a compreensão e a aceitação a cer-
ta distância de um mundo menos simpático. Ele faz
promessas de esperança para aqueles que se sentem
isolados e deixados para trás. Ele é intensamente
pessoal e envolvente, e até certo ponto pode oferecer
amor por amor – o amor a favor do líder do culto
ou patrono em troca do amor e esforços do cultista.
E é a chance de entrar em um comportamento que
seria considerado inaceitável no mundo a fora, seja
por severa austeridade ou pela debochada busca do
prazer.
Quando os demônios se envolvem, os benefícios
aumentam, embora também seja necessária a parti-
cipação. Um culto pode se tornar ainda mais forte
se forem dadas pequenas doses regulares de ativida-
de sobrenatural genuína para recompensar sua fé.
E é para benefício do demônio, bem como: quem
melhor do que um culto de seguidores mortais de-
liberadamente satisfazendo suas Malapraxis sem
questionar? Claro, cultos podem atrair a atenção, e
muitos demônios não têm a criatividade plena para
manipular um grupo inteiro de uma vez. Mesmo as-
sim, há uma série de cultos Diabolistas espalhados
por todo o Mundo das Trevas com clientes reais.
O material a seguir pode ajudar na elaboração do
culto perfeito para seu jogo, quer como adversários
potenciais, contatos, ou mesmo peões. Seleccionan-
do a idade de um culto, crenças e patronos podem
40
Capitulo um - demonologia
ser um bom ponto de partida para discutir os deta-
lhes reais em torno do culto.
Idade
Nem todos os cultos começam ao mesmo tem-
po. Alguns fundadores sobreviveram por séculos, ou
mesmo milênios talvez. A idade do culto pode afetar
muito o seu estilo e metodologia, bem como enfati-
zar temas diferentes pelo seu pedigree.
Antigos
Muitas seitas fingem ser antigas, mesmo que se-
jam apenas recriações modernas escolhendo peda-
ços de sabedoria antiga para atender às suas finali-
dades. Cultos verdadeiramente antigos são bastante
raros, embora freqüentemente muito perigosos. É
difícil para uma organização religiosa do tamanho
de um culto sobreviver por décadas, muito menos
milênios sem se tornar algo totalmente diferente de
sua origem. No caso de um culto Infernalista genui-
namente antigo, o demônio pode ajudar a manter
seus seguidores “honestos”.
Antigos cultos continuamente se reinventam
para usar qualquer método moderno que possam
precisar. Um grupo que recrutava os soldados de
Roma pode ter evoluído para chamar os membros
do militar moderno, ou poderia ter mudado o foco
para os soldados do crime organizado ou policiais
corruptos (ou ambos). No entanto, as tradições cen-
trais freqüentemente permanecem praticamente
intactas. Em parte, isso é devido a tendência huma-
na de valorizar “as velhas formas.” Um antigo culto
pode ser um ponto que veda a muitas pessoas desen-
cantadas com o mundo moderno que podem acre-
ditar que o único mérito real pode ser encontrado
nas velhas práticas de um tempo “simples”. A idade
é pedigree, em certa medida.
É claro, alguns cultos suportam os longos anos
não por adaptar a sua forma e as estratégias de recru-
tamento, mas por permanecer isolado. Mesmo as-
sim, o culto pode ser em grande parte o mesmo, mas
ter passado por uma mudança na demografia. Por
exemplo, um grupo de adoradores do demônio en-
tre os desajustados e párias Cherokee’s e Apalaches
poderiam ter criado sangue colono gradualmente
mais e mais branco em sua linhagem, mudando a
sua identidade étnica, mas não sua cultura religio-
sa. Isso pode fazer um culto verdadeiramente velho
e difícil de identificar e se o antigo demônio que
eles adoram é ainda mais forte pela idade, e concede
todos os benefícios mais fortes aos seus servos, os
inimigos da organização podem ser pegos despreve-
nidos de forma letal.
Exemplo de Culto Antigo: Os Sete Nomes
Os líderes dos Sete Nomes traçam o seu pedigree
desde a Mesopotâmia, onde os fundadores do cul-
to veneravam um demônio monstruoso, com sete
aspectos. A maioria dos sete nomes é de conheci-
mento proibido, com apenas o primeiro – Pagash –
sendo usado entre o culto inteiro. Os ensinamentos
do culto exigem que um membro deva oferecer sete
vidas ao seu patrono profano, a fim de alcançar ver-
dadeiras bênçãos. Isso não significa exclusivamente
sacrifícios: esta é também uma exortação para recru-
tar novos seguidores. O mestre final do culto é tam-
bém o guardião das tábuas que registram todos os
sete nomes. Estas tábuas são artefatos que resistiram
ao longo de milênios, e ensinam o Nome Secreto do
patrono do culto. O Culto de Sete Nomes é atual-
mente liderado por Richard Kingston, um banquei-
ro de herança Africana, que possui um gráfico gene-
alógico supostamente traçando sua linhagem até a
Suméria. O culto é bem organizado e tem uma gran-
de influência social nas cidades onde seus membros
vivem, sabem todos os caminhos sujos para jogar
o dinheiro sobre um problema ou em pessoas que
podem consertar um problema para eles. Os Sete
Nomes são citados indiretamente em algumas obras
de ocultismo. Seus inimigos mais perigosos são os
filhos da lua cheia onde os vários dos nomes de seu
patrono são conhecidos pela história oral dos lobi-
somens, e marcado como um inimigo dos Uratha.
Gerações
Cultos geracionais são assuntos da família. Eles
surgem de um pressuposto simples: a melhor manei-
ra de se cercar de pessoas que acreditam assim como
você é levanta-las sozinho. Embora esta não seja
uma filosofia infalível, muitos pais descobriram que
podem ser reforçados com medo e brutalidade, ou
com recompensas sobrenaturais. Cultos de gerações
tendem a manter os seus familiares próximos, e cui-
dadosamente doutrinados a cada nova geração. Eles
florescem em isolamento, onde é mais fácil manter
os membros da família sem serem expostos a outras
crenças. Alguns o fazem muito bem em meio a socie-
dade, no entanto, mantem suas crenças familiares
tranqüilamente escondidas.
Um culto de geração normalmente traça as suas
origens de volta a um pacto feito pelo patriarca ou
matriarca do clã. O Bem-estar da família é muitas
vezes de grande interesse para o patrono, e pode ser
uma das fichas de negociação predominantes no
acordo original. Crianças nascidas de um culto às
vezes são oferecidas como sacrifício ao patrono, quer
no sentido de assassinato ritual ou como vasos de
acolhimento para a possessão. Em alguns casos, o
fundador original conseguiu se manter além anos
mortais, talvez fingindo a sua morte e afirmando ser
o seu próprio filho a cada geração ou talvez ele esteja
preso de forma segura no porão, se contorcendo e
tremendo por causa da coisa que ele tem dentro de
sí, e trouxe para o resto da família nos dias de festa.
Aquele que cruza com um culto de gerações pode
ter a certeza que terá uma experiência memorável,
independente dos pecados do sangue.
Exemplo de Culto de Gerações: Os Creytons
Qualquer um na cidade conhece os Creytons.
Eles são ricos a tempo, e tem seu nome em um mon-
te de edifícios da cidade. Os meios de comunicação
também não conseguem resistir a uma sessão de fo-
tos com uma ou mais das novas filhas do clã unifor-
memente lindas, muito mais fotogênicas e atraentes
do que a raça habitual de herdeiras nacionalmente
expostas. Eles são mais respeitáveis, também não
há uma pitada de escândalo envolvendo a família.
Claro, isso é porque ninguém sabe que a fortuna da
família pode ser rastreada até Josias Cretyon, que fez
um pacto com um demônio do Orgulho em 1840
para garantir a sobrevivência e a prosperidade de seu
nome. Os Creytons sabem que seus filhos são recur-
sos valiosos, e esperam que eles tragam os maridos
e esposas de excelente recursos financeiros e... ética
maleável. A prosperidade da família deve ser cons-
tantemente mantida, depois de tudo. Um persona-
gem que acaba romanticamente envolvido com uma
Creyton pode achar que não é tão desejável quanto
a mídia pode fazer os outros acreditar, mesmo se a
família aprova. Se não aprovar, todo o inferno é pro-
vável que se solte.
Estabelecido
Um culto estabelecido é aquele que está enraiza-
do no último século ou dois. Foi a tempo suficiente
para ter estabelecido um sistema de sucessão, mas
não tem muito da linhagem de um culto genuina-
mente antigo. Eles são populares entre aqueles de
uma persuasão acadêmica, a maioria foi fundada
em cima de uma assembleia de maior sabedoria, e a
maioria tem uma reputação de astúcia ocultista para
revelar.
Cultos estabelecidos geralmente são rígidos em
sua estrutura de poder. Dada a sua ênfase na linha-
gem e na idade, eles podem ser abusivos para os mais
novos, até que os membros declararem que “pagou
suas dívidas”, o que os transforma em endurecidos
tradicionalistas. Eles também são, curiosamente, al-
guns dos cultos mais prováveis de ter se deslocado
nos últimos anos; novos cultos, muitas vezes ficam
onde estão fundados, e cultos verdadeiramente an-
tigos tendem a procurar lugares onde eles podem
permanecer em paz por décadas. Um culto estabele-
cido é muitas vezes confortável o suficiente em suas
tradições para arrumar as malas e mudar para outro
41
CULTOS
 lugar, confiando nas velhas formas de se manter por práticas derivem de grimórios mesmo). Aqueles que
onde passa. procuram um culto recém formado tem que pres-
tar mais atenção aos eventos atuais e fofocas de rua,
como não há como a história tê-los registrado.
Exemplo de Culto Estabelecido: Os Iniciados da
Cortina Violeta Exemplo de Culto Novo: O Clube Perdição
Os Iniciados da Cortina Violeta foi estabelecido Reúne-se na parte de trás de um clube de feti-
durante o auge do sensacionalismo oculto vitoriano. chismo bastante conhecido. Até mesmo celebrida-
Ele foi fortemente influenciado pela Ordem Hermé- des têm sido rejeitadas para a adesão. O Clube da
tica da Golden Dawn, de fato, os seus fundadores Perdição promete maior excesso, mais hedonista dis-
eram intensamente ciumentos da notoriedade da poníveis: os parceiros melhores e mais bonitos, os
Golden Dawn e influência. Essa rivalidade inten- atos sexuais mais ultrajantes, e praticamente sem li-
sa começou a manchar a abordagem dos Iniciados mites, em absoluto. As festividades são regularmente
para prática de magia e, assim, atraiu a atenção de invocadas em nome do “Deus, do Grande Bacanal”,
Thofollus, um patrono demoníaco da Inveja. Tragi- e como se vê, um demônio da Luxúria começou a
camente, Thofollus nunca lhes permitiu atingir um responder a esse nome. Os membros do núcleo se
nível semelhante de sucesso e notoriedade, afinal, encontraram impulsionados cada vez mais pelo seu
como poderia alimentar-se de sua Inveja, se superas- espírito sendo levados por ele quase literalmente.
sem seus rivais? Agora, os partidos estão se tornando mais lendários
No início do século 20 cismas na Golden Dawn do que nunca, e os ritos mais devassos. Mas não é
reduziram sua influência, porém, Thofollus haviam mais suficiente. Os ritos deixaram a sensação de oco
se acostumado a influência-la como seu animal de vazio nos participantes, sujos e incompletos no dia
estimação. Em seguida, ele começou a influenciar seguinte. O Bacanal tem sugestões para o clube ir
a ordem a fim de se alimentar dela, ironicamente mais longe, porém gradualmente, os rituais foram se
perpetuando sua existência. Aos poucos, o demônio tornando cada vez mais depravado e formalizados.
encorajaria um Mestre do Templo a se tornar tão in- Os membros estão sentindo a necessidade de san-
feliz com sua vida que ele estaria disposto a cometer gue novo, e está ocorrendo a eles que poderia valer
o suicídio ritual, passando seu cargo para o próximo. a pena... uma surpresa, alguns novos recrutas com
Isto também se tornou a metodologia para o culto participação.
como um todo: a tentativa de arruinar a vida e a sa-
nidade dos rivais de tal forma que qualquer inimigo
da Cortina Violeta iriam cometer suicídio. Como
tal, os Iniciados têm mantido o foco em cima de Crenças
erudição hermética, mas também evoluíram ligeira- Para um patrono demoníaco a função de um cul-
mente em um culto de morte, a “A Cortina Violeta” to é alimenta-lo. Malapraxis não é necessariamente o
tornou-se um termo não só para o véu de transcen- mesmo que a sua função no que diz respeito aos seus
dência, mas para a própria morte. membros. Muitas seitas são ignorantes em relação
a verdadeira natureza de seu patrono. O sistema de
crenças de uma seita descreve do que os seus mem-
Novos bros estão ficando de fora e porque ela foi fundada.
Ele também fornece uma base para os rituais, que
Cultos que são relativamente novos, provavel- podem ser explicados tanto com mística profunda
mente tem seu início nos últimos 10 anos, talvez ou talvez, como pseudo-ciência. Os detalhes reais
muitos com 20. O fundador original ainda é o de um sistema de crenças variam amplamente, de
mais provável no comando. Um novo culto ainda indulgência deliberada na maldade a “negócios de
precisa se estabelecer em suas tradições, descobrir o porão”, satanismo, a uma racionalização ética par-
que funciona melhor e experimentar, muitas vezes tindo de um ponto de vista moral superior. A ma-
de maneiras que são altamente desagradáveis para neira mais simples de organizá-las é partindo de seus
aqueles quem se interessam. Mesmo aqueles que pontos de origem: se são criações modernas, extra-
herdou uma tradição muito mais antiga ainda pode polações das tradições antigas, ou revelações diretas
ter refinado seu tratamento a tradição, ainda não dadas pelo próprio demônio patrono.
está totalmente confiante de que eles têm a forma
adequada. O “culto da personalidade” é quase cer-
tamente um novo culto, assumindo a personalidade
em questão que não é imortal. Moderno
Novos cultos têm uma certa vantagem de ano- Sistemas de crenças modernas são fundamen-
nimato. Eles não são susceptíveis de ter a sua conta tadas nas necessidades e desejos específicos de um
registrada em um grimório antigo para qualquer ini- crente moderno. Essa é a abordagem principal.
migo do seu patrono descobrir (a não ser que as suas
42
Capitulo um - demonologia
Alguns deles ainda recorrem a antigas (ou suposta-
mente antigas) tradições em uma tentativa de atrair
seguidores que querem uma desculpa para rejeitar
conscientemente a pompa e pensamento convencio-
nal da sociedade moderna. Outros começam com
uma abordagem mais científica, filosofia normal-
mente, às vezes uma interpretação ímpar de física,
psicologia ou a astronomia pode desencadear uma
abordagem peculiar.
Alguns novos sistemas de crenças são criados
com intenções boas o bastante e um esforço genuíno
para tentar enquadrar existência no contexto do que
os seres humanos modernos sabem. Muitos são cria-
dos com a intenção específica de cortejar seguidores
que podem ser fraudadores de dinheiro ou serviços.
Demônios são capazes de corromper ou, embora na-
turalmente há um pouco menos de trabalho envol-
vido no segundo. Alguns cultos com novos sistemas
de crenças começam com um demônio, então fazem
um novo dogma a fim de disfarçar a verdadeira na-
tureza do demônio ou fazê-lo parecer mais apresen-
tável para a mente cosmopolita do século 20 ou 21.
Modernos sistemas de crenças não são menos
susceptíveis de atrair a atenção demoníaca. Como já
descrito, demônios prosperam com os mortais lhes
atribuindo identidade. Sistemas de crenças moder-
nas são uma nova abordagem para o que eles dese-
jam, mas não menos útil.
Exemplo de Culto Moderno: Igreja dos Anjos Es-
trelares
A Igreja dos Anjos Estrelares tem seus pés clara-
mente definidos no idealismo Nova Era. Seu funda-
dor, David Cassiopeian (nascido David Greenblatt),
descreve a fé como segue: “Reconhecemos e respei-
tamos cada uma das principais religiões do mundo,
mas elas enchergam apenas uma parte do quadro.
Os anjos e os seres divinos que eles reconhecem são
criaturas mais avançadas do que qualquer mitolo-
gia de séculos atrás pode descrever. À medida que
aprendemos mais sobre o cosmos, sobre as vibrações
que emanam do céu que já foi descrito como “músi-
ca das esferas”, ficamos sintonizados com os Anjos
Estrelares e seus desejos para nós. Eventualmente
vamos ser como eles.”
A Igreja é inofensiva, à sua maneira, “Cassio-
peian” realmente não acredita em seu discurso pró-
prio, mas encontra na liderança do culto uma exce-
lente maneira de fazer sexo com freqüência e têm
o dinheiro rolando por alí sem ter que fazer muito
trabalho. É esta atitude que atraiu um demônio da
Preguiça para a Igreja, que tem gradualmente che-
gado a David e seu rebanho. No momento, ele se
alimenta do desejo fundamental que têm em fazer
nada: para atingir a iluminação sem realmente ter
que pensar muito. Mas está ficando com um pouco
mais de fome, e começou a sussurrar sugestões pe-
quenas nas vozes de “Anjos Estrelares.” E se o líder
da seita não é propenso a acreditar em suas próprias
criações, talvez ele seja um bom sacrifício nas mãos
dos verdadeiros fiéis...
Tradicional
Um sistema de crença tradicional é aquele que é
passado de geração em geração, ou uma antiga seita
concebida desde os sistemas pré-existentes de cren-
ças tradicionais e personalizada de acordo com os
objetivos do próprio fundador. Um culto com cren-
ças tradicionais ainda pode ser uma tradição única
ou em grande parte desconhecida, é claro, esta ca-
tegoria se refere às tradições internas, seu dogma é
reconhecido por fontes externas ao culto. Dito isto,
estas tendem a ser as crenças derivadas mais clara-
mente a partir de estruturas de crenças existentes.
Judaico-cristã apócrifos, Mesopotâmia, mitologia
nórdica e greco-romana, ou religióes são algumas
das fontes mais populares para um culto tradicional
ocidental formado no último século. Mas antigos
cultos tradicionais podem vir de qualquer lugar, de
tortas práticas animistas variantes do culto aos ante-
passados do cristianismo e o islamismo. O aspecto
fundamental do culto é geralmente algum tipo de
reinterpretação da tradição existente, a mesma seita
que parece cristã manipula e deriva suas práticas a
partir de uma passagem no livro de Marcos.
Cultos tradicionais, muitas vezes têm uma maior
biblioteca de sabedoria à sua disposição, embora,
naturalmente, grande parte não será necessária. Este
não é sempre o caso, é claro, algumas tradições são
fundadas na ignorância geral, diretamente dedica-
das a um patrono sem enquadrar as suas crenças em
um contexto maior. Eles também tendem a ser os
cultos mais prováveis de aparecer em literatura ocul-
tista, o que os permite se opor com maior facilidade,
e também se recriar novamente como um grupo dis-
sidente. Um culto com tradições registradas não é
dependente de qualquer fundador, um dado mortal
ou personalidade para prosperar, nem é mesmo de-
pendente de qualquer patrono demoníaco. Um rito
que atraiu o anúncio de um demônio do Orgulho
vai servir muito bem para atrair a atenção do outro,
especialmente se não há nomes específicos sendo
mencionados.
Exemplo de Culto Tradicional: Filhos de Mercúrio
Os Filhos de Mercurio fundaram a sua fé em
uma interpretação peculiar da tradição alquímica.
De acordo com os ensinamentos de sua linha, a al-
quimia é uma coisa de triplo aspecto. Na sua forma
mais simples, é uma transformação do corpo, uma
simples aplicação de dieta e exercício. O “aspecto
mediano” é a transmutação da alma, refinando as
impurezas e tornando-se um ser espiritual avançado.
Este por sua vez, leva ao aspecto final, os Rebis, o
divino andrógino – metaforicamente uma fusão do
masculino e feminino, mas, na verdade, uma fusão
43
CULTOS
 de corpo e espírito. Atingir o estado de Rebis é ano-
tado para conceder a plena capacidade de transfor-
mar o mundo em torno de si mesmo, incluindo a
famosa transmutação de metais básicos. Os Filhos
têm todos os motivos para confiar em sua tradição:
eles são liderados por um Rebis genuínos, depois de
tudo.
A própria natureza do culto é menos nobre do
que seus membros gostariam. Os Filhos de Mercúrio
são motivados em parte por Orgulho, e em grande
parte pela Avareza crua e nua. Durante séculos, o
culto abriu suas portas apenas para os mais ricos e
os mais pobres, para aqueles que têm o maior desejo
de transformar a si mesmos e ao mundo à sua volta
em ouro. O “espírito-guia” da ordem, é muitas ve-
zes equiparado ao imp mítico no punho da espada
Paracelso, é na verdade um demônio da Avareza. O
Rebis que lidera o culto é um hermafrodita Possu-
ído (concedida a Vestimenta Toque de Midas). O
Rebis não é imortal, e seus poderes de transmutação
parecem prejudicá-lo quando usados com muita fre-
qüência, mas isso é explicado ao culto como uma tra-
dição de passar o refinamento para os outros. Uma
vez que o Rebis esteja pronto, ele vai partilhar o seu
estado com o próximo candidato digno, passando
a liderança ao mesmo tempo, de modo que possa
ascender ao mundo superior. É claro, a verdade real
é que o hospedeiro morre, e o demônio assume seu
próximo corpo... mas por que ter a moral rebaixada?
Revelado
As tradições de um culto revelado não têm nada
a ver com adivinhação. Esses cultos são construídos
diretamente sobre a palavra de um demônio ou um
mortal possuído. Eles iriam ser considerados os mais
abertos e honestos dos cultos, se não fosse pelo fato
de que os demônios permanecem esses mentirosos
inveterados. Não que os membros da seita o saibam,
é claro. O show da revelação demôniaca aberta lhes
diz o que eles querem ouvir, ou especificamente o
que o demônio quer que eles ouçam.
Cultos Revelados muitas vezes são os mais peri-
gosos. Porque o demônio se comunica diretamente
com pelo menos um membro do culto, ele é capaz
de mobilizar os seus membros rapidamente con-
tra qualquer coisa que ele perceba mesmo que eles
não estajam cientes. O demônio também tem sua
Malapraxis saciada mais cedo, e muitas vezes isso o
torna mais forte. A única fraqueza real de um culto
revelado é que é um pouco mais fácil de descobrir o
que ele é. Abertura do patrono pode voltar-se contra
ele, se alguém for capaz de interrogar com sucesso
um membro, especialmente se o inimigo do culto
passa a reconhecer o nome do patrono.
44
Capitulo um - demonologia
Exemplo de Culto Revelado: Os Clientes Famintos
Os ensinamentos dos Clientes Famintos são sim-
ples: Você é o que você come. Se você comer alimen-
tos ricos, então você vai se tornar rico. Se você comer
uma refeição saudável, você vai se tornar saudável.
O culto foi iniciado quando o Príncipe de Ouro,
um demônio da Gula, revelou-se a uma obesa mór-
bida candidata a cozinheira de nome Evaline Leeds.
Ele ofereceu-lhe a habilidade para se tornar uma boa
chef e, melhor ainda, a capacidade de desfrutar de
tanta comida quanto queira, permanecendo saudá-
vel. (Ele não prometeu sua perda de peso real, men-
tiu e Evaline ainda está muito acima do peso, mas
ela não corre o risco de doença cardíaca ou outros
efeitos nocivos, desde que mantenha seu pacto com
o Príncipe de Ouro).
Evaline possui seu próprio restaurante, agora, um
lugar de fusão da moda chamado Appetit. Lá, ela ser-
ve porções imensas e fora da moda, mas os críticos
devem perceber que a comida é sublime para todos
os seus excessos. Seu restaurante tem servido como
campo de recrutamento para os Clientes Famintos;
Evaline oferece convites para jantares “exclusivos”
para aqueles que parecem prováveis convertidos. Os
membros identificam-se com um broche de ouro mi-
núsculo mostrando um coração descansado em um
prato, a maioria também possui excesso de peso, gra-
ças aos excessos incentivados pelo Príncipe de Ouro.
Os Clientes Famintos são convocados mensalmente
para devorar alguns dos mais ultrajantes pratos de
cozinhas disponíveis, e os membros são conhecidos
por comparecer sem e não medem esforços para ad-
quirir ingredientes especialmente escolhidos. Algu-
mas de suas festas são simplesmente irresponsáveis
(se banqueteando com espécies ameaçadas de ex-
tinção). Outras são absolutamente grotescas (como
uma aventura de coprofilia), e o culto está se mo-
vendo para o canibalismo gourmet sendo este o seu
esforço mais recente e mais emocionante.
Patrocínio
Para os propósitos deste livro, cultos com clientes
reais sobrenaturais vêm em dois sabores distintos:
aqueles cujo patrono é demoníaco, e aqueles cujo
patrono não é. No entanto, mesmo aqueles que são
clientes de um demônio podem continuar não sen-
tindo a mancha do inferno sobre eles.
Demoníaco
Este é o padrão para a maioria dos cultos demo-
níacos; na maioria das vezes, o demônio ou Possuído
escolhe a si mesmo para ser o objeto de adoração, ou
pelo menos ter um peão mortal como o centro da
atividade do culto.
 A diversidade dos cultos com um patrono demo-
níaco ativo é igual à diversidade dos próprios demô-
nios.
Alguns deles começaram sem patrono, apenas
chamaram um demônio para eles; outros foram fun-
dados por um demônio que fez uma revelação a fim
de recolher mais alimento para si mesmo.
Exemplo de Culto Demoniaco: Sangue de Berith
Tudo começou com um jogo de cartas. Tommy
Valiant perdeu tudo, não podia pagar, e teve que ser
despejado. Como ele cambaleou para a rua, pergun-
tando se deveria simplesmente entrar em tráfego,
um vagabundo pressionou um pedaço de papel em
sua mão, sussurrando: “Você está em necessidade,
filho. Chame pelo Senhor Berith. Ele pode aju-
dar.”O papel estava cheio de uma espécie de ritual
de invocação e um diagrama de estranho. Qualquer
outra noite, Tommy teria empurrado o vagabundo
em uma parede e jogado o papel fora. Esta noite,
ele estava desesperado o suficiente para dar-lhe uma
chance.
Desde que a primeira convocação, Berith foi da-
nado de bom para Tommy. Ele obteve alguns favo-
res do demônio em troca de outros favores, natu-
ralmente, mas o melhor até agora foi sorte. Tommy
ganha jogos de cartas agora, muitos. E a pedido de
seu mestre, ele começou a trazer outras pessoas para
o rebanho, ensinando-os a esquecer Lady Luck e co-
meçar a venerar um Senhor da Fortuna. O Sangue
de Berith tem alguns soldados nele, que precisavam
de um pouco de sorte para se recuperar e por suas
vidas em ordem. Tem uns poucos sedutores, tam-
bém, homens e mulheres um pouco após sua prima
e alguns adolescentes com cara de bebê todos olhan-
do para pegar a derradeira oportunidade. Todos eles
estavam desesperados. Todos eles estão dispostos a
fazer tudo o que Berith lhes pede, a fim de manter a
boa sorte que vem.
Sobrenatural
Algumas seitas têm uma entidade sobrenatural
de um tipo diferente em seu comando. Em alguns
casos, este ser definiu-se como um objeto de ado-
ração, revelando-se a seus seguidores; vampiros em
particular, têm uma predileção por este tipo de em-
preendimento. Em outros casos, a criatura sobre-
natural manipula seus seguidores tanto como um
líder mundano faria, para praticamente os mesmos
projetos. A natureza sobrenatural do patrono não é
revelado ao culto, embora o culto ainda sirva a seus
propósitos.
Esses cultos, no entanto, ainda podem envolver
a presença de um demônio. O Sussurrante pode ser
facilmente atraído para esse grupo, e tentar focar a
sua influência sobre a cabeça sobrenatural. Um de-
mônio não tem de constituir-se como um patrono
real para se beneficiar de um culto. Ele simplesmen-
te precisa encontrar um culto que cumpra sua Ma-
lapraxis. Um culto de sangue vampírico que envolva
orgias e rituais de comunhão pode ser muito atraen-
te para um demônio da Luxúria ou Gula, que pode
se estabelecer sem o intuito de mudar nada. Só um
pouco mais entusiasmo... ou frequência, talvez. Em
tais casos, o demônio não pode ser revelado para a
cabeça do culto sobrenatural. Em outros casos, os
dois podem entrar em uma relação simbiótica, com
o demônio claramente na posição menos dominan-
te... pelo menos, por enquanto.
Exemplo de Culto Sobrenatural: A Revelação da
Voz
A Revelação da Voz é tecnicamente dedicado ao
serviço do demiurgo Velado, um criador de divinda-
des que se apresenta usando muitas máscaras, mas
com apenas um verdadeiro caminho de revelação.
Esse caminho é, claro, apresentado por Edward Mi-
nos (não é seu nome real), um mago que é da facção
conhecida como os Profetas do Trono. Como outros
Profetas, Minos é dedicado ao serviço dos Exarcas,
uma vez que agora virou mortal arquitetos da reali-
dade que se diz governar o universo do outro lado
do mundo mortal. Ele fundou sua seita, a fim de
promover os objetivos dos Exarcas, e em certa medi-
da para tentar recriar uma versão menor de sua au-
toridade para si mesmo na Terra. Infelizmente para
ele, um Sussurrnate do Orgulho começou a influen-
ciá-lo, e ele confunde a sua orientação com a voz de
seus senhores. Como ele cai ainda mais em desgraça,
Minos pode atrair a atenção de magos que se opõem
aos Profetas e de seus próprios colegas. Mas com um
grupo dedicado de seguidores que vêm de muitas
esferas da vida e do poder da magia, não vai ser fácil
deslocá-lo de sua posição.
Portões para o inferno
Há cem ou mais palavras para o Inferno, e sua na-
tureza real é difícil de deduzir até mesmo para o mais
sábio mago ou lobisomem. A maioria concorda que
deve ser um mundo totalmente imaterial, embora
que relação ele tem com os outros reinos sombrios
listados nas obras do ocultismo é incerta. Mas, as-
sim como os demônios podem vir do inferno e até
mesmo assumir a carne, é possível para os mortais
entrar no Inferno - ou mais provável, de ser arrasta-
do para lá. Não é uma viagem desejável. Dante pode
ter vagado por caminhos infernais em seu sono, mas
era apenas um sonho, uma sombra do verdadeiro
inferno.
Portões para o Inferno não são uma ocorrência
comum. Se comparado a alguns dos outros locais
estranhos no Mundo das Trevas - pontos onde o
45
CULTOS
 mundo espiritual entra em atrito com as portas físi-
cas, uma vez abertas pelo feira cultural enigmática,
nexos de necromântica com energia de uma porta
real para o Inferno é uma coisa rara. O Inferno é
distante, à sua maneira, e as estradas mais directas
não são difíceis de abrir. A maioria das pessoas tem
que começar na forma mais usual.
De um modo geral, os seres humanos e até mes-
mo seres sobrenaturais não tem o poder de abrir
qualquer tipo de porta para o inferno de forma con-
fiável. Até mesmo os demônios têm dificuldade em
fazê-lo. No entanto, portões podem ser abertos. Na
maioria das vezes, a área exige um nível de Profana-
ção mínimo 6 para um portão se abrir (ver p. 65).
A seguir estão algumas idéias sobre como tal coisa
pode ser trazida à existência:
• Um ritual prolongado, culminando em um sa-
crifício sete vezes mortal (ver p. 91). O Diabolista
deve acumular 21 sucessos em testes de Inteligência
+ Ocultismo para completar o ritual, o que em si
deve ser cuidadosamente pesquisado. Em condições
ótimas, o sacrifício séptuplo envolve a morte de cada
um dos vícios primários.
• Um Artefato potente, exigindo um sacrifício
mortal para ativá-lo em uma determinada data e em
um determinado momento (como a configuração de
Saturno no Verão).
• Um encantamento quebrado, uma parte do
que é publicado separadamente em cada um dos
sete potentes grimórios de ocultismo, cada um in-
vocando o nome secreto de um Arquidemônio. O
encantamento deve ser recitado no centro de uma
46
Capitulo um - demonologia
câmara especialmente desenhada para canalizar as
energias do Inferno - a cobertura central de um arra-
nha-céu projetado por um arquiteto Diabolista, por
exemplo.
A Boca do Inferno se Abre
Uma porta física para o inferno não pode per-
manecer aberta por muito tempo. A maioria pode
durar sete minutos, a melhor. Embora tecnicamente
os portais tenham duas vias, o Inferno quer devorar,
possuir - com concupiscências, sede e cobiça, tentan-
do tomar sem dar de volta.
Enquanto o portão permanecer aberto, todos os
demônios que espreitam nas proximidades do In-
ferno estão livres para tentar escapar para o mundo
dos mortais. Eles devem ter sucesso em um teste de
Poder, a fim de escapar, com uma penalidade de três
dados: o poder do desejo do Inferno para mantê-los
lá. Personagens numa distância de cinco metros do
portão devem ter sucesso em um teste de Força, dis-
putado por uma parada de cinco dados - podendo
morrer em uma parada, ou serem atraídos para o
portão adequadamente. Um personagem puxado
para dentro do portão pode tentar escapar com tes-
tes de Força subseqüentes, uma vez por minuto, até
que a porta se feche.
A visão real de um portão aberto para o Inferno
é enlouquecedora. As visões do Inferno não estão
limitadas a fogo – o outro lado é uma massa turva
de pecado e maldade. Cada espectador vê algo inten-
samente personalizado, o trabalho de seus cérebros

Não é Apenas a
Viagem de um Dia
Existem alguns seres sobrenaturais bem
versados em viajar através de vários reinos
imateriais. Magos, lobisomens e changelings,
em particular, todos sabem os caminhos
para mundos sombrios não abertos ao
andarilho mortal. No entanto, o próprio
Inferno parece não seguir as regras, os quais
vivem. Habilidades e poderes que permitam
uma navegar o Reino das Sombras, o Astral
ou a Sebe não se aplicam para o Inferno.
Uma vez que você esteja dentro, suas habili-
dades não vão te tirar.
O Inferno é tratado como algo mais perigo-
so, e felizmente um pouco mais afastado do
que os mundos invisíveis descritos em linhas
de outros jogos. Naturalmente, isto pode
ser alterado por um Narrador com um
gosto para personalização da cosmologia.
O Inferno pode ser um subúrbio do Pande-
monium Superno, ou pode ser um recesso
profundo dentro da Sombra esculpida pelos
Maeljin e seus parentes. Por padrão, porém,
não é nenhuma dessas coisas, ou se ele é,
sua relação com outros mundos conhecidos
não concede nenhuma familiaridade real ou
de sobrevivência. Em termos de jogabilidade
simples, se você chegar ao Inferno, não há
nenhuma maneira conhecida de sair. É por
isso que eles chamam de condenação.
tentando categorizar esta repugnância primordial
em termos mais facilmente compreendidos. Pode-
-se ver o fogo, larvas contorcendo-se, crianças sem
rosto, qualquer número de pesadelos. Olhando
diretamente um portão, um teste de degeneração
é aplicado duas vezes a Moralidade ou na caracte-
rística equivalente. Olhar para o Inferno não é um
pecado em si, mas é o rosto puro do pecado, e ape-
nas um vislumbre vai se contorcer de forma visceral
em caminho da alma do espectador, como um mal
cometido pessoalmente.
Principados
e Poderes
O que são demônios, realmente? A verdade final
é um mistério que só é conhecido pelo Inferno e o
Narrador, mas a partir de uma perspectiva de jogabi-
lidade, esta incerteza precisa parar em algum lugar.
É por isso que esta seção descreve as características
básicas do jogo para o anfitrião Infernal. Olhe para
eles a partir de uma perspectiva utilitarista, em vez
de uma forma de modelar a sua verdadeira natureza
em seu mundo de escuridão. Por exemplo, mesmo
que tenhamos usado o termo Nume para descrever
muitos poderes demoníacos, isso não significa que
os demônios exercem o mesmo tipo de influência
metafísica que outros espíritos e fantasmas. Demô-
nios podem influenciar o mundo, infectando-o com
as leis do Inferno.
Dito isso, nossos demônios são espíritos padrão:
seres imateriais que habitam em outros planos de
existência. Alguns deles existem paralelamente com
o mundo real, como na Sombra, ou habitam em
fantasias, sonhos e misteriosas correntes psíquicas,
como os Reinos Astrais. Alguns demônios podem
perseguir uma freqüência espiritual em segredo, uma
chamada Crepúscular. Não importa os detalhes, o
fato é que os demônios não pode se manifestar em
qualquer um desses lugares, a menos que eles sejam
atraídos por um ritual ou pecado e, mesmo assim,
eles não podem entrar na realidade material sem
uma Nume especial ou certas condições espirituais.
Então, aqui estão os sistemas de jogo para demô-
nios.
Habilidades Universais
Todos os demônios verdadeiros têm as seguintes
habilidades. Estas são pistas importantes para os
ocultistas, porque definem o anfitrião Infernal além
de outros espíritos malignos. Para saber estes segre-
dos, os personagens precisam fazer testes de extensa
pesquisa (ver Mundo das Trevas p. 55-56) com uma
parada de dados composta por Inteligência + o que
for menor entre Erudição ou Ocultismo. Persona-
gens que tenham sucesso aprendem toda a informa-
ção associada com o número de sucessos obtidos,
em comparação com os limiares indicados ao lado
das seguintes capacidades.
Aura de Corrupção (3 sucessos): Demônios dei-
xam sua marca em tudo o que tocam. É impossível
prever os efeitos gerais das atenções de um demônio,
mas em muitos casos eles permanecem muito tempo
depois de sairem ou sejam banidos. O efeito exato
depende das circunstâncias por trás presença do de-
mônio e seus pecados favorecidos. Em termos de
jogo isso determina os efeitos da corrupção, a crité-
rio do Narrador, e abre o caminho para as relíquias
escuras do Capítulo Dois do livro.
Língua do Dragão (6 sucessos): Demônios enten-
dem todas as línguas, incluindo as antigas, línguas
mortas e línguas que são usadas nas sociedades so-
brenaturais. Além disso, os demônios “falam” sua
47
pRINCIPADOS E PODERES
 Mundos invisíveis
Se você joga principalmente no Mundo das Trevas (sem adição de Lobisomem ou as
outras linhas para misturar, por exemplo), você pode não estar familiarizado com os “mundos
invisíveis.” Estes são outros planos de existência (ou talvez estados de ser) além do reino
material, mas que estão interligados com eles. Demônios podem aparecer em qualquer lugar
e algumas regiões específicas favorecem mundos invisíveis, então aqui está um rápido resumo
do que eles são.
A Sombra é a contrapartida espiritual do mundo material. Tudo, menos a humanida-
de tem um espírito, e cada lugar tem um reflexo na Sombra. Esses espíritos se alimentam
mutuamente e a ressonância que flui do que eles representam. Há também alguns espíritos
estranhos que não têm homólogos, e estranhos espíritos híbridos. Lobisomens patrulham as
fronteiras da Sombra para manter o espírito e a matéria equilibrada. Os Immundi (ver p. 60)
vem da Sombra.
O Plano Astral é o reino dos sonhos e pensamentos. Todos os seres humanos (e talvez
outras criaturas) visitam o visitam quando sonham. Espíritos de idéias, aspirações e pesade-
los moram aqui. Magos tem o poder de deixar os seus próprios sonhos e visitar os reinos
de consciência mais elevada, onde deuses oníricos e pensamentos alienígenas governam
domínios inteiros. Changelings podem viajar aos sonhos pessoais de outras pessoas. É quase
impossível viajar corporalmente nos Reinos Astrais, as pessoas vão até lá em forma de sonho.
Neste estado, eles sofrem danos aos pontos de Força de Vontade ao invés da Vitalidade, e
uma vez que vão embora, eles acordam exaustos. Deceptores (ver p. 60) se originam no
Plano Astral.
O Crepúsculo é uma camada do reino material onde os espíritos e fantasmas podem
mover-se de forma efêmera, invisíveis à percepção normal. Eles podem afetar o mundo nor-
mal usando certos poderes. Fantasmas, incluindo Larvals (ver p. 60) habitam o Crepúsculo.
O Inferno não é uma parte de qualquer um desses reinos, mas pode invadir todos eles.
O Lugar do Inferno no cosmos é mal compreendido. Ninguém sabe com certeza se seria
melhor que ele não tocasse em qualquer mundo, visível ou invisível.

própria língua. Parece a glossolalia dos torturados e
não pode ser traduzido ou decodificado. Estranha-
mente, pode ser ensinado. Alguns textos antigos
chamam de linguagem do demônio a “Língua do
Dragão.”, P. 126 para mais detalhes.
Alma do Pecado (9 sucessos): Dentro de seus
próprios Vícios, demônios compreendem o peca-
do a um grau que nenhum outro ser pode sondar.
Quando o alvo possui parte dos Vícios de sua Ma-
lapraxis, o demônio imediatamente conhece cada
ocasião em que ele entregou-se, mesmo quando o
alvo se esqueceu de alguns destes momentos ou de
todos eles.
Senhor das Mentiras (12 sucessos): Nenhum po-
der sobrenatural pode detectar mentiras, meias-ver-
dades ou outros enganos de um demônio, mesmo
quando a fonte não depende da leitura do demônio,
por exemplo os poderes que buscam por falsidade
de acordo com a “mente”, como nas linhas do des-
tino (como nas magias dos Despertos) são inúteis.
Qualquer um usando tal poder vê o que o demônio
quer que ele veja. Alguns rituais e poderes podem
comandar um demônio para falar a verdade, mas os
seus usuários não têm nenhuma maneira de saber
se estes são eficazes. O demônio pode resistir ao uso
de tal poder, fazendo o papel de um espírito aco-
vardado e derrotado, para despejar uma torrente de
mentiras em voz relutante de dor.
Guardião dos Segredos (15 sucessos): Nenhum
poder sobrenatural pode penetrar os pensamentos
de um demônio. (Talvez este seja o melhor.) Há ritos
e poderes capazes de comandar um demônio para
revelar informações, mas sem eles, os personagens
estão limitados a sua astúcia natural e discrição do
demônio. Poderes podem sentir a presença de de-
mônios, mas nunca podem olhar dentro de seus
pensamentos e motivos.

48
Capitulo um - demonologia
Características Chaves Possíveis
Elemental Institucional
Sussurrantes são fracos demais para ter a maioria
das características do jogo (embora eles tenham Ma- Fogo Militar
lapraxes). Os Possuídos tem uma mistura de caracte- Terra Famílias
rísticas demoníacas e humanas. Como os espíritos, Aço Corporações
Diaboli e Domínions têm os Atributos listados para Carne Governo
Fantasmas na p. 208 do Livro de regras do Mundo Trevas União
das Trevas, com os seguintes ajustes: Situacional Vítimas e assuntos.
• Demônios não tem uma Virtude ou Vício, Hora das bruxas Filhas
mas um Malapraxis. A Malapraxis inclui um Vício (e Profecia Clero
uma Chave, veja abaixo), mas os demônios não po- Vingança Banqueiros
dem recuperar Força de Vontade por satisfazê-la. Em Blasfêmia Soldados
vez disso, eles recuperam Força de Vontade quando Traição Amantes
alguém se entrega a sua Malapraxis. Combine um Vício e sua Chave para criar uma
• Demônios não têm uma pontuação de Morali- frase ou duas que descrevam as má situações que o
dade porque eles são totalmente imorais. demônio quer provocar. Esta é a sua Malapraxis.
Aqui estão alguns exemplos:
• Demônios possuem um Posto Infernal que • Nictuku é um Diabolus (ver p. 58), cujo Ma-
governa o seu poder total e influência sobrenatural lapraxis é Ira da Noite. O demônio exorta as pessoas
sobre o mundo. a usar a escuridão para cobrir a sua malícia, e ama
Caso contrário, os demônios usam simplificada- todas as formas de violência noturna.
mente Poder/Refinamento/Resistência e quaisquer • O Sussurrante chamado Oni Datsusara incen-
características derivadas, incluindo Corpus e Essên- tiva a Preguiça e o isolamento sob o pretexto de liber-
cia, usando as mesmas regras. Reduzir o Corpus de dade. Embora muitas vezes inspire os trabalhadores
um demônio a 0 o envia de volta para o Inferno. a deixar empregos sem perspectivas, ele também os
Ele não pode voltar a menos que seja convocado, ou balança longe de aproveitar as novas oportunidades.
encontre o caminho para o mundo como um verme As vítimas acabam sem dinheiro e muito apáticos e
através de um ser pecador. assustados ao deixarem suas casas. Sua Malapraxis é
Preguiça e Trabalho.

Malapraxis
• O alto Domínion conhecido como o Senhor
dos Três Fogos tem três Malapraxes ligadas a uma
Do mais humilde Sussurrante ao maior Do- Chave comum de Fogo. Quando as pessoas come-
minion, cada demônio tem pelo menos uma Ma- çam um fogo por Orgulho, Avareza ou Ira, ele se
lapraxis: uma manifestação de um Vício que é o alimenta e cresce.
núcleo corrupto de seu ser. Demônios se alimentam Como um dos exemplos, alguns demônios po-
de maldade humana, mas os seus próprios Malapra-
xes são iguarias particulares. Místicos postulam que derosos têm múltiplas Malapraxes. Eles podem ter
cada ação e objeto no mundo tem seu próprio sabor, muitos Vícios ligados a uma única Chave, muitas
uma “ressonância”, que é o alimento de todos os Chaves para um único Vício ou uma combinação
seres espirituais. O objeto da Malapraxis é a vibração de ambos. Demonologistas especulam que alguns
sutil que se une de maneira mais próxima possível a Arquidemônios governam todos os Vícios ligados
verdadeira essência do demônio. A Malapraxis tem a uma Chave especial, ou cada Chave vinculada a
dois elementos: o Vício e a Chave. um Vício específico. Assim, Mammon é o senhor
Vício: Escolha um Vício entre o conjunto usado de toda a Avareza, e Pazuzu reina sobre cada ato mal
pelos personagens (Mundo das Trevas, p. 103-109): que utiliza, ou está em andamento durante uma
Avareza, Gula, Inveja, Ira, Luxúria, Orgulho ou Pre- tempestade.
guiça.
Chave: A Malapraxis é uma condição adicional Efeitos
da expressão do Vício. Pode ser uma situação social,
um tipo de objeto, quase tudo que um pecador po- Quando uma ação se encaixa sob a Malapraxis
deria usar, ou experiência, quando ele age de acordo de um demônio, ele fica mais forte. Alguns destes
com o Vício. efeitos são listados nas seções para cada tipo de de-
mônio, mas o benefício básico para todos os demô-
nios, exceto para Sussurrantes e Possuídos é que eles
recuperam Essência gasta e pontos de Força de Von-

49
PRINCIPADOS E PODERES
 tade. O Narrador pode repor estes pontos com base
em seu próprio julgamento, mas se ele preferir pode
conceder Essência ou Força de Vontade utilizando
as seguintes diretrizes.
• Se um personagem satisfaz seu Vício pela Ma-
lapraxis o demônio recupera um ponto de Força de
Vontade.
• Se o personagem satisfaz qualquer Vício-Chave
em sua Malapraxis, o demônio recupera um ponto
de Essência.
Estes ganhos são cumulativos. O demônio tem
de estar na “área” imediata para se beneficiar. Isso
inclui o Crepúsculo nas proximidades, uma locali-
zação paralela na Sombra ou no interior dos pensa-
mentos do personagem em questão.
Posto Infernal
Cada demônio mais poderoso que um Sussurran-
te tem um Posto Infernal. Este mede a quantidade
de força bruta que ele pode projetar para além das
fronteiras do Inferno. Em termos de jogo delimita as
caracterísiticas do demônio e do poder de sua influ-
ência Infernal. O Posto poderia ser uma verdadeira
medida de força do demônio, ou pode representar o
menor fragmento de um leviatã.
Influência Infernal
O que quer que represente, o Posto Infernal de
um demônio indica o poder que exerce fora Inferno.
Algumas religiões acreditam que Deus deu a autori-
dade de acolhimento Infernal sobre este mundo. Se
isto for verdade, então o Posto reflete o grau em que
um demônio maneja. Este poder é chamado de In-
fluência. Enquanto as Numes são definidas expres-
sões de habilidades de um demônio, a Influência é
mais flexível. Demônios podem usá-la para executar
qualquer ação de seu poder, e Malapraxes com auto-
rização e criatividade vil.
Sussurrantes não podem usar Influência, mas
outros demônios podem. A maioria dos demônios
possuem três pontos de Influência por Posto Infer-
nal, mas o Narrador pode ajustar isso para cima ou
para baixo. Uma Influência individual pode ser de
até dois pontos mais elevados do que a pontuação
do demônio. Suas Influências dependem de sua na-
tureza. Eles compreendem as seguintes categorias:
Chave: Qualquer demônio pode possuir uma In-
fluência sobre uma das suas Chaves de Malapraxis.
Vício: Qualquer demônio também pode ter
uma Influência amarrada a um dos seus Vícios Ma-
lapraxis.
Elementar: O Diaboli chamado Immundi tem

Posto Infernal
Posto † Classe de Demônio + Limite de Característica * Pontos de Atributo Essência Máxima.
0 Sussurrante 0 0 0
1 Mandragora, Imp 5 pontos 5-8 10
2 Servidor 7 pontos 9-14 15
3 Demônio Menor 9 pontos 15-25 20
4 Demônio Maior 12 pontos 26-35 25
5 Nobre Infernal 15 pontos 36-45 50
6 Arquidemônio ** ** **
7 Arquidemônio Maior ** ** **
8 Duque do Inferno, Maeljin ** ** **
9 Principe dos Demônios ** ** **
10 O Adversário, o Lorde da Ilusão.

† Cada ponto implica em um modificador de -1 em tentativas de forçar ou ligar o demônio.

+ Títulos são apenas exemplos. Os demônios têm muitos nomes.
* Estes representam pontos permanentes, e não características temporarias aumentadas.
** Demônios acima Posto 5 podem ser tão poderosos quanto o Narrador desejar, ou ele pode enviar outros infe-
riores ao seu Posto como avatares de si mesmo.

50
Capitulo um - demonologia
uma ou mais Influências relacionadas com o mundosua Defesa da parada de dados do demônio, no caso
natural, tecnologia ou outros fenômenos que têm de um ataque externo, fazendo um teste de Vigor
reflexos na Sombra. disputado mais a característica de poder do ser so-
brenatural, se aplicável, nos casos em que o demô-
Conceitual: Deceptores Diabolical possuem In-
fluências sobre vários sonhos e ideais. nio tenta manipular diretamente o corpo. Alvos de
manipulação direta podem se livrar da Influência
Histórico: alguns demônios podem manipular dos efeitos com um teste de Moralidade, assim tam-
qualquer coisa ligada a uma certa parte da história
bém podem fazer para se livrar de formas de contro-
ou folclore. Isso é comum entre os fantasmas demo-
le mental e emocional.
níacos chamados Larvals, que o usam para amaldiço- Um efeito de Influência custa um ponto de Es-
ar seus descendentes, inimigos vivos e assombrações.
sência por nível. O demônio pode exercer Influên-
As famílias e as tradições ligadas ao grande mal tam-
cia até certo ponto com base na tabela a seguir. Note
bém podem ter demônios patronos. que esta tabela é um pouco diferente da que acom-
panha as regras de espíritos em outros livros, para
fornecer orientações mais concretas sobre o que os
Influenciando o Mundo Material demônios podem e não podem fazer. Se preferir sis-
Qualquer demônio com um Posto Infernal acima temas de outros livros, use-os.
de 0 pode exercer Influência no mundo material,
sob uma das seguintes condições: Nível Efeito
Corrupção: Um demônio pode chegar através de • Fortalecer: O demônio pode melho-
qualquer objeto ou lugar que tem sido afetado por rar fenômenos. Incêndios queimam
uma aura demoníaca de Corrupção. A aura deve ter um pouco mais, as pessoas zangadas
um efeito prolongado.
ficam com mais raiva e assim por
Profanação: Um demônio pode exercer sua In- diante. O demônio pode aplicar os
fluência sobre qualquer lugar ou coisa Profanada.
modificadores de + 1 ou -1 aos tes-
Degeneração Moral: Sempre que um persona-
gem falhar em um teste de degeneração, um de- tes. A duração do efeito é de um mi-
mônio pode usar sua Influência nele ou perto do nuto por sucesso.
transgressor na cena. Demônios geralmente seguem
e atingem a vítima várias vezes, na esperança de pro- •• Manipular: O demônio pode fazer
vocar um ciclo de colapsos morais. pequenas alterações. Um demônio
Possessão: Demônios podem exercer Influência da Ira poderia fazer uma pessoa ner-
em torno de alguém sob o domínio da Nume Pos- vosa ficar com raiva. Um demônio
sessão ou Possessão Suprema. Esta é uma fonte de que ama fogo poderia assegurar que
lendas de pessoas sendo possuídas por “legiões de uma faísca incendeie uma mancha
demônios”. Enquanto um demônio assola um hos- de óleo. O demônio pode usar sua
pedeiro, outros o usam como um condutor para ata-
car o mundo. Influência como um escudo (remo-
ver sucessos de um efeito de entrada
ou ataque igual ao seu Posto Infer-
Sistema nal) contra ameaças apropriadas (rai-
Para exercer a Influência de um demônio, teste va contra pacificação, fogo contra
Poder + Refinamento e gaste um ou mais pontos de ataques físicos), para infligir dano
Essência. Se o demônio tenta Influenciar os pensa-
mentos ou emoções de alguém, o alvo faz um teste por contusão. A duração base para
resistido com o maior índice entre Perseverança ou efeitos não nocivos é de 10 minutos
Autocontrole. Seres sobrenaturais adicionam o seu por sucesso. Efeitos prejudiciais são
poder ou Característica Sobrenatural (Potência do instantâneos.
Sangue, Instinto Primitivo, Gnose, Azoth ou Fado,
por exemplo). Ao contrário de outros espíritos, no ••• Controle: O demônio pode fazer
entanto, os demônios não são tão hábeis em superar mudanças fortes em sua área de In-
o livre arbítrio através da força bruta. O destino de fluência. Ele pode fazer animais fe-
uma compulsão é resolvido em um teste de Morali- rozes se acalmarem ou transformar
dade em qualquer ponto após o demônio impor sua
Influência. Assim, os virtuosos são mais difíceis de um fósforo aceso em uma bola de
controlar. fogo. O demônio pode modificar
Se a Influência afeta o corpo de um alvo, reduza certos testes em +1 ou -1 por suces-

51
PRINCIPADOS E PODERES
 so, ou infligir dano letal. A dura-
ção dos efeitos não nocivos é de 10
minutos por sucesso. Efeitos preju-
diciais são instantâneos.
•••• Criar: O demônio pode conjurar
os aspectos da sua Influência a
partir do nada. Um demônio da
Ira pode fazer alguém odiar uma
pessoa específica. Um demônio do
fogo pode convocar uma chama do
nada. O demônio pode adicionar
ou reduzir pontos de Atributo, Vi-
talidade, Tamanho, Deslocamento
ou Estrutura se algum destes estive-
rem sob sua Influência. Estes efei-
tos duram um minuto por sucesso.
••••• Criar em Massa: O demônio pode
criar grandes fenômenos únicos
ou múltiplos. Dependendo da In-
fluência, pode causar distúrbios
ou conflagrações. Estes afetam um
número de alvos igual ao Posto do
demônio, ou uma área com um
tamanho de até 20x o seu Posto.
O demônio também pode infligir
dano agravado em um alvo único.
Fenômenos não-prejudiciais du-
ram um minuto por sucesso (Efei-
tos nocivos são instantâneos). Al-
ternativamente, o demônio pode
produzir um fenômeno permanen-
te. Isso também gera um Posto de
Profanação, centrada sobre o fenô-
meno.
•••••+ Poderes terríveis cujos parâmetros
são deixados para o Narrador.
Nume Negra
Como outros espíritos, demônios têm poderes
especiais chamados Numes. O Livro de Regras do
Mundo das Trevas tem uma pequena lista de Nu-
mes que são adequadas para fantasmas na p.210-212.
Demônios podem ter qualquer Nume desta seção,
como Controle Animal, Ilusão, Possessão (que não
cria os Possuídos) e Aterrorizar são particularmente
apropriadas. Este livro apresenta alguns outros, mas
a lista não é completa. Os poderes Infernais são uma
fonte de variedade de pesadelos. Mundo das Tre-
52
Capitulo um - demonologia
vas: Livro dos Espíritos é um compêndio de Numes
e regras para espíritos que seria de grande ajuda a
qualquer Narrador que quer uma grande variedade
de poderes para seu demônio. Mago: O Despertar,
Lobisomem: Os Destruídos e vários de seus suple-
mentos também listam dezenas de Numes e espí-
ritos que poderiam ser convertidos em demônios
(particularmente os Diaboli descrito neste capítulo).
Neste livro, incluímos uma breve seleção de Numes
antigas e novas para você começar, incluindo orien-
tações para demônios. Se você for adaptar Numes de
outras fontes, considere modificações semelhantes.
Sussurrantes são fracos demais para possuir Nu-
mes e os Possuídos transcenderam o estado ordiná-
rio demoníaco, mas outros demônios podem mani-
festar o seguinte:
Babel: O demônio pode tornar impossível a meta
de falar coerentemente. Gaste um ponto de Essência
e teste Poder + Refinamento + Posto Infernal - Perse-
verança do alvo (e uma característica de poder sobre-
natural, como Potência do Sangue, Instinto Primiti-
vo ou Gnose, se ela se aplicar). Cada sucesso impede
a vítima de falar de forma inteligível por um minuto.
Por mais que tente, ele simplesmente jorra sílabas
aleatórias. Ele pode se comunicar apenas em Língua
do Dragão, como este não é afetado pela Nume.
Criar Pacto: Esta Nume permite a um demônio
estabelecer um pacto com outra pessoa ou criatura.
O alvo deve possuir uma pontuação de Moralidade,
mesmo se (como Harmonia de um lobisomem) não
representar necessariamente a moral humana. Veja
o Capítulo Dois para mais sobre pactos Infernais.
Dominação Total: Esta Nume dá ao demônio o
poder de destruir qualquer alvo próximo, cuja mo-
ralidade cai para 1. Quando isso acontece, se faz um
teste disputado com o demônio rolando Poder +
Resistência + Posto Infernal, contra Perseverança +
Autocontrole + uma característica de poder sobrena-
tural como Potência do Sangue, Instinto Primitivo
ou Gnose, se ela se aplica. Se o demônio tiver êxi-
to, o alvo morre instantaneamente. Ele cai no chão,
apodrece em questão de segundos, ou o demônio
arrasta-o através de uma porta de curta duração para
o Inferno. Isso não custa Essência, mas o demônio
deve retornar imediatamente para o Inferno.
Forma Infernal: O demônio assume uma forma
forte, rápida e assustadora. A Forma Infernal clássi-
ca têm chifres, asas de morcego e peles em escamas,
mas estas não são as únicas possibilidades. O demô-
nio pode tomar a forma de uma estátua de vidro
cheia de bile verde e vísceras desumanas, ou uma co-
bra semelhante a uma coluna vertebral coberta com
um crânio deformado. Quando o demônio assume
rapidamente a Forma Infernal, membros estranhos
permitem que ele faça um ataque adicional para
cada ponto de Refinamento maior que 3. Narrado-
res podem também dividir seu Posto Infernal entre
dados bônus de ataque e Corpus.
Teste Poder + Resistência. Cada sucesso permite
ao demônio manter a Forma Infernal por uma roda-
da. Esta Nume custa 1 ponto de Força de Vontade
(que não adiciona 3 dados para qualquer ação) para
ser ativado, mais um ponto de Essência para cada
turno de funcionamento.
Legião: O demônio pode dividir-se em várias for-
mas menores. Gastar 1 ponto de Força de Vontade
e 3 de Essência. Divida o Posto Infernal do demônio
de qualquer maneira que você queira determinar,
incluindo seu numero de formas e seu poder básico.
Divida seus pontos de Atributo entre cada forma,
mas não divida a Essência ou Força de Vontade. To-
dos os demônios compartilham a utilização total dos
pontos originais, a tiragem da parada comum. Cada
forma possui apenas uma das Numes do demônio
(que não pode ser a Nume Legião) e a mesma Ma-
lapraxis.
Materializar: Esta Nume permite que um de-
mônio se manifeste no mundo material, alterando
a matéria de seu corpo efêmero. Seus poderes fun-
cionam normalmente no plano material e luta e se
move exatamente como faria em um dos mundos
invisíveis. Gaste 3 pontos de Essência e teste Poder
+ Refinamento. Cada sucesso representa uma hora
em que o demônio pode permanecer materializado
antes de ter de se dissolver em efemeridade.
Poucos demônios têm esta Nume a menos que
se acorrentem a uma coisa ou Lugar Profano (ver
p. 64). Salvo quaisquer restrições rituais sobre o
seu comportamento, um Diabolus pode ficar em
Crepúsculo após a duração da Nume gastando um
ponto de Essência por hora. (Esta habilidade é inútil
para um Domínion, sendo que ele já pode entrar
Crepúsculo).
Mentira Perfeita: Quando um demônio usa
essa Nume com sucesso, a sua vítima vai acredita
em qualquer coisa que ele diz. Não importa o quão
improvável seja, apenas não pode ser pura fantasia
“Você monta um unicórnio para ir trabalhar” ou
contrariada por algo que o alvo conhece de verdade,
como dizer a alguém que ele atirou em sua esposa
quando ele sabe que não o fez. Gaste um ponto Es-
sência e teste Poder + Refinamento + Posto Infernal -
Autocontrole do alvo (e uma característica de poder
sobrenatural, como Potência do Sangue, Instinto
Primitivo ou Gnose, se ela se aplicar). Se o demô-
nio tiver êxito, a vítima acredita na mentira por uma
cena.
Possessão Suprema: Um demônio com esta
Nume pode se juntar com um ser humano comum
(isto é, alguém que não seja sobrenatural) para se
53
PRINCIPADOS E PODERES
 tornar um dos Possuídos. Veja o Capítulo Três para
sistemas. Possessão Suprema altera tanto o demônio
e sua vítima, por isso não há necessidade de traduzir
as habilidades atuais do demônio. Em vez disso, a
alma da vítima (e escolhas do jogador) define o de-
mônio apartir deste ponto.
Rajada: O demônio pode arremessar fogo, espi-
nhos ou outros aspectos nocivos de si mesmo a uma
distância de até 10 metros por ponto de Poder. Este
é um ataque que causa dano letal, mas não sofre
penalidades pelo alcance. O poder básico não custa
Essência para usar, mas o demônio pode aumentar
parada de dados da rajada ao gastar um ponto de
Essência para adicionar dois dados extras.
Transferência: Esta Nume permite que o demô-
nio use Numes e outros poderes demoníacos para
afetar alvos no mundo material, enquanto permane-
ce em um dos mundos invisíveis. Teste Poder + Re-
finamento, e qualquer grau de sucesso permite isso
por uma cena. Poucos demônios têm esta Nume a
menos que se acorrentem a uma coisa ou Lugar Pro-
fano (ver p. 64).
Vestimenta: O demônio pode usar uma Vesti-
menta, assim como um dos Possuídos, desde que
seja dentro de seu Vício e Malapraxis. Um demô-
nio pode adquirir Vestimentas apenas com pontos
iguais à seu Posto Infernal.
Todas as Máscaras
Desfiguradas
O mal usa mil disfarces: inocente, horrível, decré-
pito, sensual, o que for adequado a sua natureza, a
agenda e aos acordos que lhe dão força. No entanto,
é possível catalogar aspectos demoníacos comuns,
bem como uma hierarquia áspera que não pode re-
velar a verdade por trás do Inferno, mas serve como
um guia prático para qualquer pessoa que possa en-
contrá-los - assim como Narradores que querem usá-
-los em seu jogo.
Quanto os ocultistas sabem? Isso varia. Alguns
demonologistas estão tão comprometidos com uma
religião ou sistema metafísico que permanecem ce-
gos para outras possibilidades. Eles estão certos que
demônios são anjos caídos, ou que eles não são nada
mais do que ecos da escuridão, pessoal e espiritual.
Eles podem não reconhecer os demônios que não
cabem em suas noções pré-concebidas, ou fazem su-
posições falsas sobre suas habilidades. Isso nem sem-
pre quer dizer que eles estão errados, no entanto.
Demônios prosperam sobre os sistemas de crenças
54
Capitulo um - demonologia
que os definem, mas, em troca, eles estão limitados
pelas regras desses sistemas. Eles fogem de cruzes,
círculos de sal ou até mesmo da psicanálise. É in-
teressante perguntar se esses demônios realmente
acreditam que são os seres lendários que emulam.
Demônios jogam com esses papéis, costumam tratar
as hierarquias e tradições dos sistemas que os defi-
nem como fato, mas ninguém pode realmente saber
se um demônio está mentindo, e a linha entre a ver-
dade e a mentira é tão tênue para eles, suas crenças
podem se encaixar em alguma terceira categoria, tal-
vez muito além do alcance de outros seres.
Isso leva a outra pergunta: O que é a natureza
última do hospedeiro Infernal? Vamos explorar isso
mais tarde neste capítulo. Trate a seguinte hierar-
quia como um sistema funcional para ajudar você
a usar seus demônios em crônicas - e não como a
verdade final.
Sussurrantes
Sussurrantes são os demônios mais fracos do
mundo. Mesmo que um deles seja um príncipe
na hierarquia Infernal, ele pode estender apenas a
parcela mais fraca de sua essência para o mundo.
Talvez Sussurrantes não venham sempre do Inferno,
mas moram em alguma parte escurecida da alma. A
fraqueza de um Sussurrante também o torna uma
criatura sutil. Não há pentagramas cintilantes ou
gotas de fogo infernal que o encontre, somente um
sentimento, algumas palavras suaves e coincidências
doentes.
Sussurrantes são as manifestações padrão de de-
mônios que não têm um canal especial, fora do In-
ferno. Ninguém tem rituais escritos para chamá-los.
Nenhum espírito tem se torcido em uma forma do-
entia que permitisse que este demônio o substitua
como um Diabolus (se esta é a forma como esse pro-
cesso ocorre) e nenhum objeto ou lugar ressoa com a
sua natureza forte o suficiente para dar-lhe uma posi-
ção mundana. Portanto, a prioridade de um Sussur-
rante sempre é acumular mais poder, ensinando sua
sabedoria blasfema a vítima, incentivando-a a pecar,
ou encontrando um lugar ou coisa maldita onde ele
possa criar raízes.
Demônios capazes de manifestações mais podero-
sas irão desempenhar o papel de Sussurrantes de vez
em quando, e nunca perdem a capacidade de fazê-lo.
Esse disfarce serve com um esforço para corromper a
presa tranquila. É uma tática particularmente eficaz
contra demonologistas arrogantes, que poderiam as-
sumir que um Sussurrante é a forma mais poderosa
que o demônio pode tomar. Isso envolve alguns ris-
cos para o demônio. Não pode empregar suas outras
habilidades, sem se quer deixar ou possuir o hospe-
deiro e se for banido ou exorcizado, ele perde um

Mistérios dos Sussurrantes
Sussurrantes são realmente enviados do
Inferno? Estamos em grande parte assumin-
do isso para o bem de descrevê-los de uma
forma compreensível, mas poucas coisas
realmente os marcam como visitantes
externos. Considere algo como ganhar uma
posição na alma da vítima. A vítima comete
o pecado e, de fato, adquire um Sussurran-
te, em vez de uma perturbação. A maioria
de suas manifestações não são diferentes
de uma voz de remorso ou sonho. Até
mesmo as coincidências estranhas e men-
sagens incomuns poderiam ser alucinações,
ou oportunidades que a própria vítima
procura, impulsionada por sua escuridão
pessoal.
Demonologistas ocidentais da antiga escola
são relutantes em admitir, mas quase tudo
indica que um Sussurrante pode ser gerado
pela vítima, e não um viajante do Inferno.
Ocultistas de pensamento moderno e de
tradições que não encaram o Inferno como
algo separado do homem ou de sua pró-
pria alma são mais dispostos a considerar
a alternativa. Mesmo fenômenos sobre-
naturais podem abertamente brotar de
humanos como capacidades espirituais que
normalmente ficam dormentes. Um ato mal
abre a porta e deixa o demônio sair.
Talvez não haja anjo caído, nem legiões de
deuses escuros, apenas os frutos do nosso
próprio pecado, e uma negação profunda
da nossa responsabilidade final.
Posto do poder Infernal.
Conhecimento
O “diabinho de ombro” representa uma concep-
ção popular do Sussurrante. Ele se senta em frente
ao anjo no ombro dos outros debatendo os méritos
da virtude contra a tentação. Este é um tema anti-
go, que encontra seus paralelos na teologia islâmica,
onde dois registradores “honrosos” (kirama katibin)
acompanham cada pessoa ao longo de sua vida. Um
registra virtudes e os outros pecados. Suas observa-
ções decidem se uma alma vai para o Céu ou para o
Inferno. Naturalmente, os registradores são honra-
dos tanto quanto virtuosos, mas o conceito é trans-
formado em diferentes culturas. Um Sussurrante
pode fingir ser o anjo ou o diabo, ou um registrador
do bem ou mal, dependendo de sua estratégia.
A psicologia moderna também pode explicar o
Sussurrante. Alguns demônios se esforçam para dis-
farçar-se como a voz natural do seu destino interior,
mas alguns se divertem em jogar no papel de um
delírio. Demônios não são estranhos para a loucura,
eles podem replicar muitos sintomas esquizofrêni-
cos com relativa facilidade. Por outro lado, loucura
demais é uma coisa ruim. Se o demônio dirige a in-
sanidade da vítima, ela não pode distinguir o certo
do errado. Se suas escolhas morais são sem sentido,
ela não pode escolher opções internamente imorais
que fortalecem o demônio.
Sussurrantes apresentam-se numa variedade de
outras formas para explorar as crenças da vítima. Um
afirma que é o espírito-guia de um xamã, outro diz
que é sua presa desempenhando a Besta do vampiro
ou Homem, o Instinto Primitivo do lobisomem, o
daimon sob a Gnose de um mago. Ele vai jogar as me-
lhores ou piores peças de qualquer vítima, enquanto
reivindica um lugar dentro dos pensamentos e ações
mais íntimas.
Manifestação
Cada Sussurrante está ligado a uma vítima par-
ticular. A maioria dos alvos são seres humanos nor-
mais, mas um modelo de sobrenatural não oferece
nenhuma proteção especial. Um vampiro ou chan-
geling é tão suscetível como uma pessoa comum.
Um demônio pode se manifestar como um Sus-
surrante apenas quando seu alvo comete um ato
hediondo o suficiente para causar a perda de Mo-
ralidade e não apenas quando um ato qualquer o
introduz para uma Moralidade 5 ou menos. Se o
personagem falhar a segunda verificação para deter-
minar uma perturbação (ver Mundo das Trevas, p.
92), ela ganha um Sussurrante em vez do da pertur-
bação. Ele silenciosamente atribui-se a sua psique.
Ele não pode ler sua mente, mas está ciente de tudo
o que se passa com os sentidos da vítima.
Habilidades
Sussurrantes não podem prejudicar diretamente
ou controlar alguém. Eles podem falar ou aparecer
em uma visão, mas nunca poderá sufocar os senti-
dos. Eles podem causar pequenas torções no desti-
no, mas nunca aquelas que imediatamente prejudi-
cam alguém, ou mesmo tornar uma decisão imoral
inevitável, ou ameaçar com danos se a vítima adere
ao caminho certo. Eles são fracos demais para se-
quer possuírem características de um espírito. Em
vez disso, eles têm um pequeno conjunto de habi-
lidades que podem usar para se comunicar e tentar
suas vítimas.
Sussurrantes tem os poderes comuns a todos os
verdadeiros demônios: Aura da Corrupção, Língua
do Dragão, Alma do Pecado, Senhor das Mentiras e
55
todas as mascaras desfiguradas
 Guardião dos Segredos. Eles também têm as seguin-
tes habilidades:
Sussurros Escuros: Sussurrantes podem falar na
mente de suas vítimas enquanto estão acordadas
ou sonhando. (O Sussurrante não pode iniciar ou
controlar um sonho, mas pode falar em um sonho
existente). Isso se manifesta como uma voz do Sus-
surrante a escolha (incluindo voz interna da vítima,
se desejado). A vítima pode conscientemente igno-
rar a voz por uma cena, depois o Sussurrante pode
retornar.
Visões Fracas: Um Sussurrante pode criar uma
visão moderada, enquanto sua vítima está acorda-
da ou sonhando. A visão é um produto óbvio na
mente do personagem, como um sonho lúcido ou
devaneio. Não pode distraí-lo de detecção ou agir
no mundo do dia-a-dia, a menos que ele se permite
tornar-se suficientemente absorto. A visão não pode
ser repugnante ou horrível, o demônio está limita-
do a coisas sobre as quais o personagem consegue
estar disposto a fantasiar. Sussurrantes podem usar
essa habilidade em conjunto com ‘Sussurros Escu-
ros’ para aparecer como um fantasma de sonho, e
conversar com suas vítimas. A vítima pode conscien-
temente rejeitar a visão por uma cena, após a qual o
Sussurrante pode retornar.
Decepção Interior: Um Sussurrante pode tentar
convencer sua vítima que é uma manifestação de sua
própria mente. Alguns se disfarçam como sinais de
56
Capitulo um - demonologia
uma doença mental, outros preferem a falsos sonhos
e voz interior. Use sistemas sociais comuns. O Sus-
surrante aproveita as abilidades da vítima, tendo as
mesmas Habilidades Sociais que o alvo, e recebe + 1.
Mentirosos praticantes e faladores espertos têm mais
a temer do que pessoas socialmente desajeitadas ou
honestas.
Moldar Menor: Sussurrantes podem causar tor-
ções menores no destino que dão a suas vítimas uma
oportunidade para realizar um ato de maldade, ou
para se comunicar através de um meio mundano
como um folheto caído, um banner estranho em
uma página web, ou uma manifestação semelhante.
O Sussurrante não sabe de que forma terá que usar
este poder, mas quando o faz, tem total conhecimen-
toda situação que trouxe à existência, incluindo to-
das as oportunidades para violação da Moralidade
da vítima. No caso de uma mensagem, o Sussurrante
pode fazer com que desapareçam por acaso “forma
natural” (manchas de tinta do folheto, as falhas no
navegador da web, etc) a qualquer momento. O Mol-
dar Menor dura por uma cena.
Sussurrantes podem usar Moldar Menor uma
vez, depois de cada ocasião, a vítima rola para pre-
venir a degeneração moral (e não apenas para deter-
minar se ela cometeu um ato mal). Ele pode invocar
o poder em qualquer ponto depois disso, mas uma
vez que o faz não pode usá-lo novamente até que o
personagem teste Moralidade outra vez, e não pode
“salvar-se” criando várias oportunidades para testes.
Defesa
Personagens em sintonia com o sobrenatural
podem sentir a presença de um Sussurrante com
‘Sentir o Invisível’ ou outro poder sobrenatural em
sintonia com espíritos ou influência mental. Se o
poder pode revelá-lo, o usuário vê uma fraca distor-
ção escura sobre a aura natural da vítima, mas falta a
ressonância psíquica ligada ao vício favorecido pelo
demônio. Um Sussurrante não deixa outras marcas
sobrenaturais.
Basicamente Sussurrantes são fáceis de banir.
Obtendo 1 sucesso a mais que o Sussurrante em
um teste de Exorcismo (ver Mundo das Trevas, p.
214) ou marcar um único sucesso com um poder so-
brenatural apropriado pode banir ou expulsa-lo do
seu hospedeiro. Se o poder exigir um Atributo de
resistência, ele terá apenas um ponto com o qual pe-
nalizará os testes. Infelizmente, como Sussurrantes
ganham poder eles se tornam cada vez mais difíceis
de desalojar.
Evolução infernal
O Sussurrante é fraco. Ele quer poder e indepen-
dência do seu hospedeiro. Ele pode ganhá-lo através
de vários caminhos. Pode corromper seu hospedei-
ro, ensinar segredos Infernais ou apreender os seres
chamados por seus poderes sobrenaturais.
Transcendência Através do Pecado
A maneira mais simples para um Sussurrante
evoluir é conduzir a vítima ao pecado. Todo ato mal
também aumenta sua resistência ao exorcismo. Adi-
cione 2 a sua Resistência eficaz e dobre sua parada
de dados para testes de resistência cada vez que o
anfitrião comete um ato de maldade.
Se um hospedeiro de um Sussurrante comete
mais más ações que sua Perseverança ele transcende
a necessidade de sua psique. Ele se torna um Do-
minion de Posto 1, se antes o demônio não tinha 05 a 08
ponto de apoio no mundo, ou se adiciona um ao
seu Posto Infernal se ele já era um espírito.
O demônio deve escolher continuar a ser um 09 a 12
Sussurrante com as limitações que o acompanham,
ou descartar o papel, caso em que ele perde as ha-
bilidades de Sussurrante, mas pode abandonar seu 13 a 14
hospedeiro. Alguns Dominions recém-nascidos ten-
tam imediatamente possuir seus anfitriões anterio-
res, mas possuem mais fluência para um lugar ou +15
objeto maligno para se tornar um Malus Loci, ou
simplesmente voltar para o Inferno, onde aguardam
um invocador futuro ou pecador para chama-lo.
Quando um pecador dá à luz a um novo Domi-
nion, há um momento de terrível realização em que Equipamento Sugerido: Conexão com a Inter-
trouxe trevas ao mundo. Intercalados com visões do net (1), biblioteca religiosa (2), biblioteca oculta (3).
Inferno, uma torrente de conhecimento louco revela Penalidades possíveis: -1 para cada ponto de Mo-
o nome secreto do novo Dominion, sinal e pecado.
Ele dá um conhecimento ocultista suficiente para
criar rituais que poderiam afetar o demônio. Além
disso, geralmente impulsiona o anfitrião anterior a
loucura. Faça um teste de Moralidade. O fracasso
não faz perder o caráter moral, mas isso não deixa
de golpeá-lo com uma perturbação grave, conforme
listado nas páginas 96-100 Livro de Regras do Mun-
do das Trevas.
Exaltação Oculta
Se a vítima for um ocultista, o Sussurrante pode
pedir a ele para nomeá-lo, definir e fortalecê-lo. De-
monologistas estão divididos entre a ideia de que o
hospedeiro cria uma imagem metafísica para o de-
mônio habitar e que o Sussurrante apenas ensina
segredos do Inferno. Em todos os casos, um Sus-
surrante carrega um risco: ele ensina a vítima o seu
nome secreto.
O Sussurrante orienta seu hospedeiro através de
bibliotecas, bases de dados e meditações loucas para
criar um Testamento Infernal trabalhado (ver p. 39).
O sistema de jogo usa as seguintes modificações à
mecânica de Pesquisa do teste do Mundo das Trevas
pp 55-56. Sucesso transforma um Sussurrante em
um Dominion. Apenas o hospedeiro do Sussurrante
tem conhecimento para realizar esta pesquisa.
Parada de Dados: Inteligência + o menor entre
Erudição ou Ocultismo + equipamento. O persona-
gem não pode tentar a tarefa sem pelo menos um
ponto de Ocultismo.
Ação: Extensão (5-15 sucessos; cada rolagem re-
presenta 30 minutos de pesquisa).
Resultados do teste: O demônio torna-se (ou au-
menta o seu poder como) um Dominion. Adquire
capacidades baseadas na seguinte tabela.
Sucesso Resultado
Nada Adicione 2 sucessos para cada limiar
em cada tentativa futura com o mesmo
demônio. Isso é cumulativo.
O demônio ganha 1 Posto Infernal e
uma Nume.
O demônio ganha 1 Posto Infernal e
duas Numes.
O demônio ganha 2 Postos Infernais e
duas Numes.
Como em 13 a 14, mas adicione uma
das seguintes opções: duas Numes
adicionais, um Posto Infernal adicional,
ou uma Malapraxis nova.
57
todas as mascaras desfiguradas
 ralidade acima de 5, devido a preocupação do assun-
to e tremenda concentração exigida do pesquisador,
e -1 para cada ponto de Posto Infernal que o demô-
nio possui, quanto mais poder ele tem mais difícil é
criar um Novo Testamento que é mais do que uma
descrição redundante do demônio, uma vez que já
existe.
União Diabólica
Feiticeiros e seres sobrenaturais são alvos de ris-
co para Sussurrantes, mas eles têm o potencial para
serem os mais gratificantes. Muitas vezes eles não só
têm o conhecimento necessário para transformar
um Sussurrante em um Dominion poderoso, mas
alguns deles podem convocar espíritos com que o
Sussurrante é capaz de se fundir, transformando-o
em um poderoso ser maléfico. O Sussurrante se tor-
na o próprio espírito: um Diabolus.
O demônio não pode fazer isso com apenas um
espírito ou fantasma qualquer. Seu hospedeiro deve
influenciar este com um poder sobrenatural primei-
ro. Isso vincula a entidade alvo à alma da vítima.
O Sussurrante atravessa pela conexão e assume seu
novo hospedeiro. Além disso, o espírito ou fantas-
ma alvo deve ser vulnerável para a transformação. A
seção Diaboli abaixo detalha entidades adequadas.
Se o espírito ou fantasma for um recipiente apro-
priado, um Sussurrante pode corrompê-lo. Se o Nar-
rador quiser deixar esse processo para os dados, role
o Poder + Resistência da entidade (Se o espírito de
algum modo ganhou Atributos humanos, teste Per-
severança + Autocontrole). Se não aparecerem suces-
sos nos dados, o demônio tem êxito. Juntos, eles se
transformam em um Diabolus.
Diaboli
Diaboli são demônios insidiosos especialmente
capazes de levar seres sobrenaturais à surpresa, ape-
sar de serem uma ameaça para quem passa muito
perto lugares assombrados ou o mundo invisível da
sabedoria oculta. Eles são espíritos e fantasmas que
carregam a essência demoníaca.
Muitos Demonologistas acreditam que os Diabo-
li uma vez foram espíritos ou fantasmas “normais”,
até que um demônio (um Sussurrante, geralmente)
os corrompeu, devorou e torceu sua natureza a ser-
viço do Inferno. Ninguém está certo disso, no en-
tanto. Existem Diaboli e não há registros em tomos
indicando que foram livres de corrupção. Aumenta
a confusão com o fato de que todos têm a imoral
dos Diaboli ou pelo menos carteiras proibidas. Fan-
tasmas que andam no Crepúsculo para proteger as
crianças não se tornam Diaboli. Espíritos de compai-
xão são imunes, assim como os guardiões da pureza
e os selvagens que nunca presenciaram o mal em
suas costas. Em primeiro lugar, os candidatos a al-
58
Capitulo um - demonologia
Mistérios do Diaboli
Os Diaboli não exalam uma aura especial,
nenhum sinal místico do mal. Além de suas
habilidades e de motivos demoníacos, eles
são impossíveis de distinguir de outros
espíritos. Eles são realmente diferentes ou
todos os fantasmas, entidades Astrais e es-
píritos da Sombra tem uma semente escura
que floresce na presença do pecado?
Há certamente coros de espíritos que são
ligados ao terror e à impureza e uma pessoa
típica os chamariam de “demônios”. Lobi-
somens os conhecem como Maeljin: ava-
tares do Vício que transformam os Uratha
moralmente fracos em escravos. Magos
diriam que suas piores obsessões formaram
os chamados “demônios goeticos”. Qual-
quer espírito dessas ordens poderia ser um
Diabolus. E se todos eles são? Se a única
diferença é um conjunto de habilidades que
floresce em resposta às ações do mal, então
os Diaboli são apenas espíritos normais que
foram alterados em resposta a ressonância
psíquica pecaminosa. Falamos sobre de-
mônios e mudanças em espíritos usando o
termo Diaboli para descrevê-los de forma
coerente, mas isso é só porque é conve-
niente fazê-lo. Não há nenhuma evidência. A
verdade é com você.
teração Diabólica nunca foram espíritos agradáveis,
mas como você pode dizer qual a diferença entre um
espírito que comete ações demoníacas e o que é um
demônio?
A resposta variam de tradição para tradição. En-
tre os magos, os praticantes da Goetia acreditam
que, metafisicamente falando, as diferenças são tri-
viais. Eles chamam todos os espíritos vício de “de-
mônios”, Inferno e Céu são dois dos lugares em que
as paixões pode levar os seres humanos. Eles devem
exercer a vontade de fazer do demônio um veículo
para o destino que desejam, em vez de seguir cega-
mente os seus impulsos. Lobisomens sabem sobre
coisas más que derramam diante de Chagas nas
Sombras. Esses tipos de criaturas são mais suscep-
tíveis a serem Diaboli. Eles são senhores do ódio,
fantasmas vingativos, reflexões na Sombra de luga-
res que foram feridas por atrocidades.
O Diabolus em potencial é uma ‘coisa’ errada
que carrega o potencial para o mal dentro dele. Não
é cada entidade que se qualifica; alguns espíritos e
fantasmas nunca caem aos demônios. Estes incluem:
• Fantasmas que são motivados por um propó-
sito altruísta e justo. Fantasmas que estão apenas
obcecados com uma boa causa são corruptíveis, mas
aqueles que são os ecos de uma certa pureza moral
não podem ser tocados. O Narrador determina os
critérios exatos.
• Espíritos que representam Virtudes. Demônios
são os piores extremos de Vício, então não pode ha-
ver união com seus opostos.
• Espíritos que representam harmonia natural,
inocência ou outra qualidade que é incompatível
com a natureza corruptora do Inferno.
• Espíritos que vêm dos lugares estranhos e hor-
ríveis além da realidade. O Inferno não tem poder
sobre o Abismo e sua desova, ou espíritos, como os
Idigam. Demônios são espíritos de corrupção íntima
e não o deserto metafísica dos reinos não criados.
• Representantes de princípios imóveis na cria-
ção - pilares espirituais do mundo. No Mundo das
Trevas isso inclui nativos dos Reinos Supernos, Ar-
cadia, Os verdadeiros Fae e avatares do Fogo Divino
dos Promethean.
Conhecimento
Diaboli usam a incerteza quanto a sua natureza
para enganar os futuros invocadores. Por essa razão,
alguns mitos os separam de seus primos espirituais.
Mesmo tomos completos não conseguem distinguir
este tipo de demônio.
Algumas lendas apontam o caminho. Xamãs avi-
sam seus aprendizes que se eles não forem puros,
os espíritos mais selvagens irão levá-los à ruína. Um
xamã com boa moral pode atrair trapaceiros que o
guiam através das lições de vida, mas uma carga ma-
ligna conhece um malandro que vai enganá-lo pro-
fanando seu espírito. Magia cerimonial ocidental
adverte que quando um mago impuro exerce poder
sobre os espíritos, eles têm total liberdade para saciar
seus impulsos malignos. Fundamentalistas cristãos
dizem que os deuses pagãos são máscaras de Satanás
e qualquer coisa que não é um anjo é um demônio.
Fantasmas do mal são descritos em muitas tradi-
ções, mas novamente, é difícil consolidar as diferen-
ças entre manifestações destrutivas e mal interior.
Em Hebraico os dybbuk e em japonês os gaki têm sido
descritos como monstros, mas também como fantas-
mas com necessidades não satisfeitas que podem ser
aplacados com as ações apropriadas. Por exemplo,
quando uma fonte diz que dybbuks escapou da Gehen-
na, onde os ímpios são purificados, outros os cha-
mam de almas perdidas que precisam de orientação.
59
todas as mascaras desfiguradas
 Manifestação
Sussurrantes transformam espíritos sensíveis em
Diaboli. Caso contrário, qualquer personagem po-
deria atrair um quando entra em contato com um
espírito para ajudá-lo a realizar um ato potencial-
mente maligno. O lado diabólico do espírito está em
repouso até que o pecado o joga para fora. Alguns
místicos acreditam que dorme até ser despertado
pelo pecado, mas pode simplesmente se esconder
por trás do comportamento esperado do espírito.
Em qualquer caso, o Diabolus tem interesse no pe-
cador. Não está ligado a ele de qualquer modo, no
entanto, pode circular livremente seu domínio na-
tivo em busca de outras vítimas. Essas obras raras
que descrevem o Diaboli muitas vezes os dividem
em três classes. Embora não haja consenso sobre es-
sas divisões ou nomes, eles são úteis o bastante para
descrever abaixo:
Deceptores são o produto de pensamentos peca-
minosos que se manifestam no Plano Astral, o reino
dos sonhos. Eles visitam suas vítimas para pertur-
bar seus anseios e sonhos. Deceptores goéticos são
os mais comuns desses demônios, sendo Vícios de
um feiticeiro personificados e dobradas pelo peso
de seus pecados. Eles não são os únicos Deceptores,
no entanto. Quando as pessoas trabalham para um
fim comum, terrível, os espíritos dos sonhos e aspi-
rações coletivas realizam essa escuridão. As formas
Astrais de genocídio exultante e corrupção política
sem remorsos são Deceptores poderosos que podem
disfarçar-se como seres benevolentes. O Deceptor
do genocídio pode fingir ser um memorial para as
vítimas, quando, na verdade, se revela na alegria do
fanatismo pelo assassino.
Immundi são os impuros espíritos-Sombra que
simbolizam a ligação entre a corrupção moral e espi-
ritual. Por exemplo, o Immundus de um depósito de
resíduos tóxicos que representa a poluição do lugar
e os motivos venais que lhe deram origem. Não é o
suficiente para o Immundus contaminar os mundos
do espírito e da carne, ele deve fazê-lo arruinando o
tecido moral e a harmonia natural dos habitantes.
Assim se corrompe um espírito Immundus, assim
como os seres materiais, instando-os a violar a or-
dem natural em busca de seus desejos mais egoístas.
Larvals são fantasmas do mal. O pensamento po-
pular diz que quem entra em um pacto demoníaco
pode se tornar um Larval depois da morte, assim
como as pessoas que morrem enquanto estão pos-
suídas ou atormentadas por um Sussurrante. Caso
contrário, Larvals são os ecos dos impenitentes no
Crepúsculo, indivíduos do mal. Mitos dizem que
alguns Larvals são tão malignos que o Inferno as
libertou do tormento para espalhar seus pecadores
sobre a vida.
Cada Diabolus pode moldar seu corpo efêmero
60
Capitulo um - demonologia
em formas classicamente demoníacas que refletem
seus pecados favoritos, mas eles geralmente preferem
olhar como espíritos normais, representantes de seu
tipo. Eles ainda estão confinados em seus nativos
mundos invisíveis, e não podem ser vistos sem o uso
de poderes especiais. Muitos deles têm Numes que
lhes dão a capacidade de aparecer no mundo mate-
rial, mas sendo simplesmente demônios isso não é
suficiente para dar-lhes uma presença material.
Habilidades
Diaboli não são muito mais poderosos do que
espíritos e fantasmas normais. Eles usam as mesmas
Numes principais, se alimentam das mesmas neces-
sidades (embora atento à corrupção moral e desastre
físico) e viajam pelos mesmos reinos. Seu poder mais
importante é o seu intelecto. Mesmo os mais pode-
rosos espíritos e fantasmas são simples no núcleo,
dedicados aos princípios e obsessões que lhes dão
uma forma sobrenatural. Fantasmas são algumas
memórias e paixões queimadas no Crepúsculo por
energia psíquica primal. Espíritos são a carne que o
sentimento desgasta: a aspereza de uma pedra, tal-
vez, ou o cheiro ácido da raiva no cérebro.
Os Diaboli são tudo isso contendo a complexi-
dade suficiente para conter uma mente de gênio
retorcida. Os demônios têm empatia pelos outros.
Eles entendem os motivos e dilemas que assediam
uma psique inteligente, e não são cegos por concei-
tos espirituais que representam. Ah, um Diabolus
do fogo gosta de queimar e ama exortar suas vítimas
para acender uma tocha para o mundo, mas não é
obrigado a esta perspectiva. Ele permitirá que um
pouco de afogamento e sufocamento aconteçam na
terra para ajudá-lo em seu caminho para criar um
fogo maior, mais destrutivo. Esses demônios gostam
de jogar os pressupostos de pessoas que lidam com
fantasmas e espíritos, e usam sua simplicidade since-
ra para manipulá-los. O Diaboli acompanha o jogo
até que o alvo baixe sua guarda.
Diaboli tem os poderes comuns a todos os ver-
dadeiros demônios: Aura da Corrupção, Língua do
Dragão, Guardião dos Segredos, Senhor das Menti-
ras. Eles também possuem um Posto Infernal e In-
fluência sobre suas Malapraxes favorecidas. Espíritos
ganham um Posto Infernal igual ao seu Posto nor-
mal. Larvals começam com Posto Infernal 1. Conse-
quentemente, Larvals estão entre os mais ambicio-
sos e sedentos de poder das hostes Infernais.
Ao contrário de Domínios, Diaboli não possuem
nomes secretos, embora possam ter outros nomes de
poder que tenham herdado de suas origens como
(ou relacionado, se eles sempre foram Diaboli) espí-
ritos e fantasmas normais. Larvals retém os nomes
que tinham em vida. Por vezes, estes podem ser usa-
dos contra eles.
Diaboli têm os mesmos poderes que eles pos-
suem, se foram espíritos normais ou fantasmas. lapraxis do Diabolus em sua presença ou como uma
Além disso, todos possuem ‘Forma Infernal’ como resposta direta às suas ações o alimenta. O Narrador
Nume dos Diaboli (p. 53). determina qual o limite exato para aumentar o seu
Posto, mas uma orientação útil seria a concessão de
um novo nível de Posto Infernal sempre que o de-
Defesa mônio “recolhe” muitos atos malignos, obtendo o
Uma fraqueza dos Diabolus é a sua conexão com seu Posto atual + 1. Ao contrário de um Sussurrante,
os mundos invisíveis fora do Inferno. Eles não po- no entanto, não pode tornar-se um Domínion desta
dem repudiar suas origens completamente. O demô- maneira. Essa opção só está disponível se o demônio
nio tem exercido a sua falta de vontade sobre um cair para Sussurrante e conseguir aumentar a sua po-
pedaço da natureza, mas não pode substituí-la até o tência de lá.
ponto em que possa resistir aos ritos e poderes que Exaltação Oculta
afetam espíritos normais do seu tipo. Diaboli não têm nomes secretos, mas eles que-
Infelizmente, também é impossível usar um po- rem - mal. Um nome secreto significa poder, status
der sobrenatural para contatar um Diabolus como na hierarquia Infernal e a capacidade de responder
um fantasma ou espírito comum. Sua essência mun- à rituais de invocação. Para ganhar um, tem de con-
dana o camufla além dessas habilidades. vencer um pecador a escrever um Testamento Ne-
gro. O Diabolus pode fornecer o nome. Ele não tem
nenhum poder especial até que o autor complete o
Evolução infernal Testamento. Neste momento, utilize os sistemas na
Como um Sussurrante, um Diabolus pode trans- p. 30. Lembre-se que o Posto Infernal atual do de-
formar-se quando a oportunidade certa surge. Como mônio penaliza o teste do ocultista.
todos os demônios, Diaboli crescem e mudam em
resposta à presença do mal. As seguintes circunstân-
cias conduzim a evolução Diabolica: Domínions
O Grilhão Demoníaco Enquanto ocultistas podem debater sobre se
Se alguém comete um ato de maldade em con- Sussurrantes e Diaboli são “verdadeiros demônios”,
junto com um objeto ou lugar ligado a carteira espi- quanto aos Domínions não há duvidas. Eles são sim-
ritual de um Immundi ele ganha o poder de possuir ples manifestações do Inferno ou tão simples quanto
aquele lugar ou objeto, tornando-o um Malus Loci: você pode esperar de uma ordem de mestres engana-
um fetiche malígno ou amaldiçoado onde as frontei- dores. Eles são as coisas com chifres que aparecem
ras espirituais (incluindo Crepúsculo) não impedem em pentagramas, a navalha feita de dentes e coisas
ações, mas a criatura o espírito não pode deixar esse com sapo que agem como familiares de magos ne-
lugar. Larvals podem igualmente ligar-se aos seus gros e os Duques, Presidentes e Ministros de cente-
próprios fantasmas como âncoras. Em ambos os ca- nas de concordâncias ocultas.
sos, um Diabolus que escolhe um objeto para seu A maior força de um Domínion é a sua maior fra-
grilhão não pode se manifestar em Crepúsculo, na queza. Ele ganhou um nome secreto e um lugar no
Sombra ou qualquer um dos Mundos Invisíveis. folclore da demonologia. Todos os Domínions po-
Queda de Sussurrantes dem ser convocados e comandados pelos ocultistas
O Diabolus pode lançar a sua forma espíritual qualificados. Este não é o conforto, porque poucas
por um tempo para se tornar um Sussurrante de um pessoas invocam demônios para uma causa verdadei-
pecador. É uma jogada arriscada. O demônio perde ramente boa, e menos ainda são sábios bem treina-
o acesso a sua forma espíritual até que atinja trans- dos o suficiente nas artes das trevas para controlar o
cendência através do pecado ou Exaltação Oculta que eles chamaram. Domínions podem se enfurecer
ou seja expulso de seu hospedeiro. No último caso, contra um invocador inteligente, mas para a maior
o demônio sofre por seu fracasso, perdendo um ní- parte deles, os esforços de um ocultista são oportu-
vel de Posto Infernal e um ponto em cada Atributo. nidades. Mesmo demônios odeiam o Inferno; os
Se qualquer das outras condições se aplica, no en- reinos acima são onde o poder real se encontra. O
tanto, torna-se um Domínion com um novo Posto inferno já é corrupto; Domínions não podem pros-
Infernal com base nos resultados do padrão de evo- perar mais do que um mortal poderia se ele fosse
lução Sussurrante. forçado a comer sua própria merda para sobreviver.
Cada Domínion é conhecido nos mundos além
Transcendência Através do Pecado do Inferno. Alguém escreveu um Testamento de sua
Como um Sussurrante, um Diabolus ganha po- existência ou de um conjunto de rituais para a con-
der através da promoção do mal. Ao contrário de vocação dele. Alguém já ouviu o seu nome secreto
um Sussurrante, não dependem das ações de uma em sua cabeça e chorou, sabendo que lhe deu uma
única pessoa. Qualquer pessoa que se entrega a Ma- posição no mundo.

61
todas as mascaras desfiguradas
 Conhecimento
Os Domínions são demônios clássicos e evocam
os mitos mais conhecidos. Eles são anjos caídos. Eles
são deuses pagãos, cultivados amargamente nos dias
seguintes a queda das civilizações de seus adorado-
res. Eles são servos dos ministérios da Prisão Terra
de punição ou as reencarnações malignas daqueles
que matarm Buda e foram amaldiçoados a sofrer até
cem universos morrerem. Eles são os deformados,
filhos secretos dos antigos deuses ou seus titãs mali-
ciosos. Eles são soldados de Satanás, sempre reunin-
dos para o apocalipse.
Muitas culturas não têm demonologistas, mas
parecem ter aqueles que tem a mania por classes e
categorias. Eles dizem que o Inferno tem baronetes,
cavaleiros, chanceleres, arquiduques, reis de conti-
nentes, senhores das montanhas particulares e ma-
res. Há tantos sistemas diferentes e contraditórios
que um pesquisador pode crer que os antigos eram
mentirosos ou tolos. Como eles poderiam estar to-
dos certos?
Na verdade, eles estão certos. Para abrigar um de-
mônio dentro de um sistema, se dá atributos, um
sigilo e um nome para trazer um Dominion das pro-
fundezas do inferno - ou exaltá-lo das fileiras de Sus-
surrantes e Diaboli mundanos. O Inferno é genero-
so; aceita as definições, as máscaras que as pessoas
podem lhes dar.
Ocultistas ocidentais usam frequentemente a
Classificação Binsfield de Demônios como uma nomen-
clatura prática porque ela divide o anfitrião Infer-
nal pelo pecado. Binsfield foi um sacerdote católico
do século 16, mas, mesmo os não-cristãos, muitas
vezes usam o sistema porque corresponde com ob-
sessões demôniacas reais - a maior parte do tempo.
Domínions podem ter Malapraxes múltiplas, ou até
mesmo esconder seus interesses para enfraquecer as
defesas morais de um alvo. O sistema divide os de-
mônios por seus príncipes e dirigentes infernais:
Amon: Identificado com o próprio Satanás.
Príncipe da Ira.
Asmodeus: Alto chanceler do Inferno e príncipe
da Luxúria.
Belzebu: O Senhor das Moscas e príncipe da
Gula.
Belphegor: Demônio senhor da invenção e prín-
cipe da Preguiça.
Leviatã: A grande besta das águas. Príncipe da
Inveja.
Lúcifer: Também visto como o Satanás, ele é o
príncipe do Orgulho, naturalmente.
Mammon: Tesouro do Inferno e príncipe da
Avareza.
Enquanto poucos demonologistas realmente
acreditam que, digamos, Mammon é o governador
de todos os demônios da Avareza, o sistema Bins-
62
Capitulo um - demonologia
field tem utilidade suficiente para que um ocultista
possa chamar de Dominion um “tipo Mammon”
com taquigrafia. Demonologistas práticos geralmen-
te usam outros sistemas em conjunto com Binsfield,
especialmente para especificar lugares e comporta-
mentos. Qualquer um que tropeçou nestas notas iria
encontrar um emaranhado de referências a demono-
logia aparentemente incompatíveis. Não importa o
esquema, os Domínions agradecem a atenção.
Mistérios dos Domínions
Domínions são demônios clássicos: seres
horríveis que mancham almas e entram no
mundo por meio de convênios malígnos. A
imagem tem muito poder cultural tornan-
do difícil separar o mito das evidências - e
evidências que apontam para a sua verda-
deira natureza estão em falta.
Por exemplo, Dominions fazem reivindica-
ções gerais sobre seres antigos deuses e
anjos caídos, mas longe do Inferno, o poder
do demônio parece ser uma função da
experiência. Pode ser que no Inferno todos
os Domínions sejam demônios dirigentes
que comandam legiões de almas, mas preci-
sam ter o cuidado cultivar laços mundanos.
Como alternativa, as grandes potências
Infernais poderiam ter habilidades que não
dependem de suas interações com o mun-
do exterior, mas se isso é verdade, por que
não tem um Azazel ou Moloch devastando
tudo? Talvez ninguém tenha encontrado
o ritual certo, ou algum poder superior
misericordioso mantém os mais podero-
sos demônios longe de pisar no terreno
mortal.
Uma idéia mais preocupante vem do exa-
me do ciclo de vida do demônio como ele
evolui de Sussurrante para um Dominion
poderoso. Na seção Sussurrante, ressalta-
mos que Sussurrantes podem ser produtos
da alma de um pecador, habilitadas, por
algum potencial escuro incomum. Se cada
Dominion foi uma vez um Sussurrante, em
seguida, mais uma vez, a linhagem de de-
mônios não se volta para qualquer Inferno
fora de nós. Nós somos os pais e mães
de demônios e até mesmo se não formos,
nossos pecados preenchem um Dominion
de pleno poder.
Manifestação
Domínions não podem sair do inferno por sua
própria vontade, mas um Diabolus ou Sussurrante
graduados não tem qualquer obrigação de voltar. Na
maioria das vezes eles devem cair para Sussurrantes e
enganar alguém para chamá-los através do pecado ou
ritual, ou eles devem esperar por um ocultista cha-
má-los diretamente do Inferno. Uma vez convocado,
o Domínion deve respeitar as condições do ritual,
geralmente. Alguns desses demônios são complica-
dos ou fortes o suficiente para rir de tudo, mas exis-
tem os ocultistas mais experientes. O capítulo dois
estabelece regras para convocação de Domínions.
Na ocasião, Domínions podem dobrar estas re-
gras. Isso ocorre quando uma profanação bastante
poderosa permite a passagem ou quando se abre
uma porta para o Inferno. Estas são situações graves,
incomuns. Retificando-as é um grande objetivo para
quem combate o Infernal.
O Posto dos Domínions incluem toda a diversi-
dade vil que se pode imaginar e muito mais. Cada
Malapraxis, Forma Infernal e língua retorcendo um
nome secreto existente em algum lugar, nas páginas
de um livro mofado, os dados magnéticos de um dis-
co rígido ou os pesadelos de um xamã muito talen-
toso. Apesar desta variedade, é possível classificar as
manifestações de acordo com o que os Dominions
fazem. Demonologistas fazem isso regularmente, e
é a fonte de muitas nomenclaturas populares. Para
inspirar o Narrador, não se apegue a um modelo es-
pecífico, mas vamos categorizar os Domínions por
seu comportamento. As seguintes categorias são es-
tritamente informais, apesar de alguns caçadores de
demônios pragmáticos e modernos poderem rabis-
ca-las de uma forma ou de outra.
Profanadores
Profanadores envenenam lugares. Eles fazem
árvores murcharem e mães abortarem. Domínions
com esta agenda, muitas vezes começaram como
Immundi. Eles usam sua conexão com a realidade
material para criar bosques retorcidos e cortiços
apodrecidos, usando sua influência Infernal ou pro-
xies mortais. A estratégia do Profanador é fazer do
mundo um doente, um lugar desesperador onde as
pessoas perdem o respeito para com o mundo e os
outros.
Nemeses
Alguém poderia pensar que punir o pecado es-
taria além do caráter dos demônios, mas eles o fa-
zem. Tentação deve sempre preceder a queda. Quan-
do um pecador serviu o seu propósito, é hora de
mandá-lo para o Inferno. Nemeses estabelecem suas
metas para um longo período de tormento munda-
no antes de matar ou organizar eventos para que
alguém o faça. Larvals muitas vezes evoluem para
Nemeses para perseguir as pessoas que eles mataram
ou fizeram sofrer na vida.
Assassinos
Estes Dominions matam quantas vezes puderem.
Demônios sofisticados desprezam os Assassinos por-
que uma alma morta não é uma alma condenada,
mas nada causa dor como a morte de entes queri-
dos, ou corrói a empatia como a sensação de que
a vida é barata e passageira. Assassinos são um dos
demônios mais chamados. Ocultistas os criam para
matar seus inimigos ou guardar seus objetos de va-
lor. Assassinos são demônios ágeis e com um talento
especial para a força bruta. A maioria pode assumir
a forma material.
Subversivos
Dominions Subversivos corrompem a ordem
social. Eles querem fazer com que atos maus se-
jam aceitáveis, ou mesmo louváveis. Eles nutrem
o preconceito, a corrupção política e violência em
qualquer instituição que assombram. Subversivos
normalmente se especializam em uma instituição
particular. Um incentiva uma igreja a punir a se-
xualidade em vez de praticar a caridade, outro ob-
tém o sindicato da polícia para coletar o dinheiro
da proteção oferecida a traficantes de drogas locais.
Subversivos estão menos preocupados com conde-
nar indivíduos do que baixar os padrões morais de
subculturas inteiras. É preciso muito trabalho, mas
se o demônio puxa-lo, ele lhe promete uma verdadei-
ra festa do pecado na parte inferior da linha.
Tentadores
Tentadores são os Domínions mais comuns por-
que atacar a moral é tão natural para um demônio
como a respiração é para um ser humano. Outras
agendas exigem mais planejamento; tentação exige
apenas persistência. Os Instintos do demônio fazem
o resto. Domínions que são Tentadores verdadeira-
mente talentosos se concentram em alvos virtuosos
porque, ironicamente, estes podem pecar mais antes
de serem “usados” pela loucura ou suicídio. No en-
tanto, Tentadores nunca estão acima levando almas
mais escuras desviaram quando eles querem uma
presa fácil.
Habilidades
Domínions tem os poderes comuns a todos os
verdadeiros demônios: Aura da Corrupção, Língua
do Dragão, Guardião dos Segredos, Senhor das Men-
tiras e Sentido do Pecado. Eles também possuem
Posto Infernal e Influência sobre suas Malapraxes
favorecidas. Domínions têm nomes secretos. Veja p.
37 deste livro e o Capítulo Dois para obter informa-
ções sobre nomes secretos.
O Posto Infernal do Dominion é uma função de
sua história. Um Dominion recém liberado do In-
ferno tem um posto de 1 a 3, dependendo de quão
bem o seu Testamento tem sido trabalhado. Domí-
nios que evoluíram a partir de poderosos Diaboli
63
todas as mascaras desfiguradas
 poderiam ser mais fortes.
Seria incorreto chamar alguns Domínions “anci-
ãos” - os demônios não estão sujeitos ao tempo e
identidade individual de uma maneira que qualquer
mortal possa compreender, mas alguns foram con-
vocados mais vezes do que outros, ou tem arrastado
muitas pessoas para o Inferno ao longo dos sécu-
los. Esses atos ganham Posto Infernal. Domínions
também adquirem novas Malapraxes e Numes à
medida que exploram o mundo. Os Atributos dos
Dominions são uma função do seu Posto Infernal.
Antigos Diaboli podem exceder os máximos indica-
dos para a seu Posto, mas se eles fizerem isso, eles
permanecem congelados pelo valor listado até sua
alcançar seu Posto.
A menos que eles possuam um mortal com a
Nume Possessão Suprema, Dominions são espíritos
e usam as suas características de jogo. Suas Numes
precisam depender de seus pecados demoníacos e
histórias, embora todos possuam Forma Infernal.
Antigos Diabolis mantém suas antigas Numes de
espíritos ou fantasmas. Quando um Dominion exer-
ce Possessão Suprema, o demônio e seu anfitrião se
transformam em um dos Possuídos.
Domínions têm um grau incomparável de mobi-
lidade espiritual. Eles podem deslizar ao longo do
Crepúsculo, adentrar a Sombra, perseguir no Plano
Astral e até andar dentro dos sonhos de alguém. O
único domínio que requer um esforço extra é o pla-
no material. Mesmo estes demônios puros são feitos
de sonhos maus e coisas do espírito, e não podem
assumir a carne sem possuir um hospedeiro ou usar
uma Nume especial.
Evolução infernal
Domínions se aproximam do pináculo do poder
demoníaco. Seu objetivo principal é vencer o Posto
Infernal por condenação de almas mortais. Quan-
to mais almas condena, mais poderoso ele fica. O
Narrador determina os parâmetros, mas, em geral,
Dominions precisam despertar cada vez mais o mal
para alcançar o próximo Posto. Domínions também
podem usar os seguintes métodos para construir o
poder:
Grilhão Demoníaco
Um Dominion pode ligar-se a qualquer lugar
Profanado ou objeto com um nível igual ou inferior
ao seu Posto Infernal, ou qualquer pessoa, quando
sua moral está baixa o suficiente para suportar a pre- ciona.
sença do demônio. Subtraia o potencial moral da
vítima de 10; se o Posto do Domínion é igual à se-
quência ou inferior, não pode necessariamente pos- Manchas Terrestres do Inferno
suir o alvo, mas pode permanecer no Crepúsculo, o
sombreamento. Este é um destino comum sofrido
por ocultistas que não sabem como descartar ritual-
mente um demônio.
64
Capitulo um - demonologia
Queda para Sussurrantes
Como Diaboli, Dominions também podem cair
para Sussurrantes, derramando a maior parte de seu
poder para se tornar uma voz insidiosa na mente da
vítima. Como Sussurrante, um Dominion pode ser
capaz de ganhar poder, condenando um mortal ou
levando-o a compor um melhor Testamento, mas se
falhar, perde um Posto Infernal e mergulha de volta
para o Inferno. Diz-se também que o sacrifício ritual
pode aumentar o poder do demônio, mas isso pode
se relacionar mais com os pecados desses ritos inva-
riavelmente necessitam de qualquer poder sobrena-
tural inerente.
Uma vez que um Dominion ganhe um Posto In-
fernal 6 ou superior, a maioria dos demonologistas
o classificam como um membro de uma ordem di-
ferente. Há muitos nomes para ele, mas um termo
comum - e o utilizado neste livro - é Arquidemônio.
Os Possuídos
Um Dominion com a Nume Possessão
Suprema (e nem todos a tem) pode
transformar um ser humano mortal, em
um dos Possuídos. Consulte o Capítulo
Três para mais informações.
Profanação e os Malus Loci
Há casas em que os pais sempre espancam seus
filhos. Há armas que se prolongaram por uma dúzia
de suicídios. Eles são mais do que lugares Assom-
brados pelos Demônios e outras coisas. Eles são de-
mônios. Alguns cristãos dizem que este mundo per-
tence ao diabo, e embora a verdade seja incerta para
todos, quando se trata desses Malus Loci, os mais
devotos podem estar certos.
As pessoas sabem instintivamente que às vezes o
mal deixa uma mancha permanente no mundo. Eles
derrubam as casas dos assassinos e mantém armas
do crime sob sete chaves. Eles realizam exorcismos
em lugares com histórias perturbadoras, e contra-
tam mestres de Feng Shui que direcionam energias
venenosas para canais longe deles. Às vezes, até fun-
Quando alguém comete um ato mal na presença
de um determinado lugar ou objeto, ele sofre um
Posto de Profanação. O objeto deve ter sido funda-
mental para o ato de falta, mas quase qualquer lugar
 Posto Profano Maus Atos Típicos Perda do Posto*
1 Abuso Psicológico Em 1 ano
2 Abuso Físico Em 5 anos
3 Assassinato Em 10 anos
4 Ato de Tortura Em 25 anos
5 Tortura Prolongada Em 50 anos
6+† Critério do Narrador Critério do Narrador
* Quando o intervalo listados termina sem pelo menos um ato de maldade igualmente intensa
ocorrendo, o Posto Profano cai em 1.
† Um lugar nesta Profanação pode suportar uma porta de entrada para o Inferno (ver pp 46-47).

serve. Se as pessoas continuarem a fazer o mal nas
próximidades, aumenta o nível da Profanação. Nor-
malmente, exige cada vez mais o pecado e sofrimen-
to para continuar a construir Profanação. O tempo
cura bem a ferida. Consulte a tabela acima.
Malus Loci
Quando um Diabolus ou Dominion encontra
um lugar ou coisa com um Posto Profano igual ou
inferior ao seu Posto Infernal, ele pode usar o seu
poder Grilhão Demoníaco para ancorar-se no local,
tornando-se o que demonologistas ocidentais, por
vezes, chamam de um Malus Loci. (Aqueles de vocês
que possuem Mago e Lobisomem devem notar que
este não é o mesmo padrão que a Nume Grilhão). É
um trade off, o demônio não pode deixar o seu gri-
lhão a menos que ele retorne voluntariamente para
o Inferno, mas logo ganha poderes especiais:
• Um demônio que ancora-se em um lugar como
uma casa, um grupo de árvores ou um cemitério,
adquire a Nume Materializar. Quando não se mate-
rializa, o demônio reside no Crepúsculo local.
• Um demônio que ancora-se a um objeto (ge-
ralmente um bem móvel com um Tamanho 20 ou
menos, embora o Narrador possa fazer exceções
para grandes maus em plataformas e forros) adquire
a Nume Alcance. O demônio está preso no aspecto
Crepúscular do objeto.
Além disso, um Domínion pode ligar-se a uma es-
tátua de santo humano como se ele estivesse usando
o Grilhão Demoníaco em um objeto.
Lugares Profanados são excelentes refúgios para
os demônios que foram ritualmente obrigado a
executar uma tarefa específica, porque geralmente
garante que eles não podem completá-lo. Muitos
ocultistas aprenderam especificamente a comandar
demônios a evitar lugares Profanados, mas a maioria
não têm conhecimento suficiente para fazê-lo. Des-
tes poucos educado, alguns comandam demônios
para realmente se tornar Malus Loci, querendo apri-
sioná-los ou defini-los como guardas de mais algum
lugar amaldiçoado ou objeto. Infelizmente, quando
desaparece a Profanação suficiente do grilhão ele
não pode mais suportar o Posto Infernal de seu ha-
bitante. O demônio cai de volta para o Inferno. De-
mônios inteligentes garantem o constante fluxo de
pecado necessário para manter o estado espiritual
nojento do grilhão. Atirar sussurros é a arma do de-
mônio acorrentado.
Destruindo um Lugar Profanado
Dado tempo suficiente, quase qualquer lugar ou
coisa Profanada vai perdendo a mancha caracterís-
tica do mal, mas em alguns casos isso não é rápido
o suficiente. Nestas situações, as seguintes opções
estão disponíveis. Por opção do Narrador, eles não
funcionam contra níveis de Profanação 6 ou supe-
rior sem critérios especiais adicionais.
• Um Malus Loci pode usar sua Influência Infer-
nal para reduzir os níveis de Profanação de seu domí-
nio, mas, geralmente, só fará isso dentro dos termos
de um pacto. Estes pactos geralmente incluem uma
promessa de convocar o demônio ou impedir-lo de
volta para o Inferno. Obviamente, isto não é a pri-
meira escolha de qualquer pessoa cautelosa.
• É possível destruir um objeto Profanado, ou
alterar um Lugar Profanado a tal ponto a torná-lo ir-
reconhecível. Habitantes infernais, sem dúvida, irão
interferir com estes esforços e, mesmo assim, aura
de corrupção de um demônio pode deixar efeitos
duradouros.
• Os poderes sobrenaturais que alteram a res-
sonância mística podem ser usados para reduzir os
Postos de Profanação. Isso geralmente requer dois
65
todas as mascaras desfiguradas
 sucessos (ou níveis de Potência Mági-
ca) por Posto.
• Sinceramente, pessoas com
moral podem realizar um exorcismo
ou um rito cultural semelhante para
limpar o local. O limite padrão para
o sucesso é de 3 + (o dobro do Posto
Profano) Se for bem sucedido, o alvo
perde um Posto de Profanação.
• O método mais simples que as
pessoas comuns podem usar é a cons-
trução de um memorial ou instalação
de ensino no local, ou apresentar o ob-
jeto em um contexto similar. A instala-
ção deve ser projetada para compensar
as coisas terríveis ligadas ao lugar ou
objeto. Se uma faca Profanada é apre-
sentada como prova criminal em um
julgamento verdadeiramente justo , ou
o local amaldiçoado de um linchamen-
to torna-se uma unidade de ensino an-
ti-racista, a virtude acumulada pode
ser suficiente para reduzir ou eliminar
qualquer mácula Infernal persistente.
As diretrizes exatas são deixados para
o Narrador e seu grupo.

Arquidemônios
Um demônio com um Posto Infer-
nal 6 ou superior é um ser de tal mal-
dade que todos os mundos além do
Inferno abominam, até mesmo entida-
des e reinos que prosperam em Vicio e
despeito. Estes são os Arquidemônios.
Talvez eles sejam os verdadeiros senho-
res do Inferno, ou eles são apenas es-
píritos infernais que adquiriram muito
poder para se infiltrar facilmente nos
reinos mortais. No entanto, eles são
famosos. Fragmentos de seus nomes
inundam todas as culturas. Eles são
Asmodeus, Aipaloovik, Ravana, Tia-
mat, mas estas não são suas verdadei-
ras identidades. Como os Dominions,
que têm nomes secretos. Há xilogravu-
ras, pinturas, esculturas, poesia e pro-
sa, todos na tentativa de capturar uma
imagem, mas eles invariavelmente des-
crevem alguma confluência de peças
desconexas, ou uma aura do artista, é
difícil coloca-los sob qualquer forma.
Eles são trevas animadas, ou cem asas
com dez mil olhos, mas eles são mais
do que até mesmo isto. E, de fato, isso
pode ser nada mais do que vanglória
Infernal, ou uma antiga fraude. Talvez

66
Capitulo um - demonologia
 Mistérios dos Arquidemônios
Arquidemônios são verdadeiros príncipes Infernais - o que os torna famosos. Para o Narrador,
eles são uma oportunidade de usar demônios reconhecidos no mundo real. Não se sinta cons-
trangido pelos clássicos, porque a sua natureza última não é imutável. Eles são apenas demônios
muito poderosos para as características do jogo. Na verdade, eles podem até não ser seres uni-
tários. E se todos os demônios menores são avatares de Arquidemônios? E se a verdade é que, o
contrário de nossos pressupostos, demônios menores são demasiado fracos para sair do inferno?
Se for esse o caso, então cada demônio que persegue o mundo é uma emanação de algo muito
poderoso e maligno de se conceber, mas todos eles ainda são limitados pela sua capacidade de
inspirar o pecado. Se você seguir essa premissa, um demônio que alcança o sexto posto Infer-
nal deve retornar para o inferno, mas deixa para trás Testamentos e erudição para preparar seu
retorno.
Se os demônios não apenas se alimentam dos pecados humanos, mas nascem deles, os Arquide-
mônios poderiam estar só esperando para a humanidade abrir a porta com uma afronta irrever-
sível a Deus, a ordem implícita, o verdadeiro dharma, ou algum outro ato escondido, inescapável
para o juiz moral. Se o pecado é real, a humanidade pecou terrivelmente, e é difícil imaginar o
que poderia ser ainda pior. Agora, porém, estamos em posição de destruir a nós mesmos e toda a
vida no planeta, e estão à beira de descobertas científicas que poderiam criar inteiramente novos
atos imorais. Seja qual for o caso, nesta situação os Arquidemônios ainda não estão nascidos, mas
dormem em sonhos humanos, à espera de um ato tão monstruoso que eles possam finalmente
reivindicar o lugar preparado para eles.

o seu poder real seja move-se como um espírito in-
visível, ou assumir a forma de um povo humilde, e
com bela voz.
Arquidemônios não podem enviar Sussurrantes
para o mundo e convocação é uma opção difícil. É
difícil encontrar rituais genuínos e ainda mais difícil
de projetá-los a partir do zero. Os mais malignos ten-
tam, no entanto, o envio de funcionários para ditar
seus Testamentos complexos e sussurrar seus nomes
secretos para seitas. Esses recursos são frequentemen-
te incompletos ou imprecisos. Caçadores de demô-
nios os queimam e escribas loucos escrevem falsas
traduções. Há rumores de que cada Arquidemônio
tem rivais nas hostes Infernais que competem pelo
domínio do pecado. Se conhecido, um verdadeiro
ritual seria uma tarefa importante. Exigiria cânticos
e runas complexas, e atrocidades para quebrar a ima-
ginação do mago negro mais endurecido.
Um Arquidemônio pode ser capaz de passar por
uma porta para o Inferno, desde que fique dentro
de uma área Profana poderosa o suficiente para su-
portar o seu Posto Infernal, mas ao contrário dos
menores Diabolis e Dominions, as histórias dizem
que é necessário não permanecer dentro dos limites
de tal lugar. Eles profetizam que uma vez que um
anfitrião Infernal ganhe a menor posição, o mundo
é deles.
Não há sistemas de jogo firmes para governar os
Arquidemônios. A forma de sua presença e as conse-
qüências estão em domínio do Narrador.

67
todas as mascaras desfiguradas
- Mais um, - disse ela, deslizando o copo em sua direção.
Ele deu a volta sem ao menos um aceno de cabeça.
- Então, onde eu estava? - Ele ofendeu
Ela encolheu os ombros. Realmente não se importava.
Em breve ele estaria morto.
- Certo, eu me lembro. Então, é o quarto trimestre
e apostei trezentos dólares neste jogo...
Ela olhou ao redor. O bar estava quase vazio.
O barman estava limpando mesas
e cadeiras virando-as em suas mãos
com habilidade, graça isolada.
O policial estava do outro lado
da rua esperando os atrasados
sairem para que pudesse
prendê-los. Duas pessoas
estavam transando no banheiro,
e o som, que teria sido
imperceptível há uma hora atrás,
ecoou através das frestas
até o bar.
- E então ele arremeça a
porra de uma cesta de
três pontos, e eu -
- Mais um. - Ela encheu o copo.
O barman balançou a cabeça.
Sabia o que estava acontecendo.
- Obrigado, - disse ele, e jogou de volta.
Se levantou, olhou para ela, e
por um momento horrível que ela
pensou que ia vomitar e estragar tudo.
Mas então ele entrou em colapso, o
corpo flácido caiu no chão como se
algo em sua coluna tivesse apenas estalado solta.
O barman suspirou e foi expulsar os amantes.
Deixou-os do lado de fora pela porta lateral.
Eles não iriam ver o corpo.
A mulher se agachou ao lado dele e bebeu
em seu último suspiro, cheios de vodka e
com cheiro de direito e arrogância.
Respirou novamente em um copo,
desprovido do oxigênio, desprovido do cheiro,
desprovido do nome e identidade do homem.
Tudo o que restava era pura Gula.
A garrafa tombou e o último gole da bebida escorria no chão.
Algo se levantou para fora da poça, algo insaciável.
Ele olhou para o vidro, lambeu seus lábios e então olhou para a mulher.
- O último sopro de um glutão, - disse ela. - Você terá se me der o que eu quero.
O demônio riu. - O que você quer?
Por que eu apenas não levo o seu fôlego, também?
O barman trancou a porta, nem mesmo ouviu quando a negociação começou.
Ele já tinha visto isso antes, e ele a avisou, mas seu apetite era muito grande.
 Capitulo Dois:
Capítulo Dois:
Pactos Infernais
Pactos Infernais
Os demônios não são impotentes por qualquer meio, mas eles se
tornam mais poderosos quando recebem permissão para suas ações.
Este capítulo examina exatamente o que os demônios podem fazer
quando recebem essa permissão, tanto em termos de manifestação
em nosso mundo quanto de negócios com as almas tolas, orgulhosas
ou desesperadas que os convocam. Ele também discute itens Tocados
pelo Inferno, Artefatos contendo o poder - e o risco - demoníaco.

Voce deve ter o diabo
em voce para ter sucesso
Você deve ter o diabo em
nas artes.
você para ter sucesso nas
-Voltaire
artes.
-Voltaire
Invocando Demonios
O mal é penetrante. Como a água, procura seu próprio nível, desli-
zando em qualquer rachadura que possa admitir. Uma fenda na alma
de uma pessoa é uma abertura para um Sussurrante exercer sua influ-
ência. Uma rachadura na fé de alguém pode ser suficiente para que a
tentação se apodere. Os demônios se deslocam através das rachaduras
em nosso mundo, as barreiras entre nós e o desconhecido além. Às
vezes, eles fazem isso por conta própria, tentando possuir indivíduos
suscetíveis. E outras vezes, esses indivíduos lhes entregam os convites
gravados.
Esta seção discute os métodos pelos quais os demônios podem
entrar em nosso mundo, as motivações que os convocadores têm para
convidá-los e os pactos que essas pessoas fazem com poderes de outro
mundo.

O que Precisa ser Dito

Este capítulo apresenta descrições de “rituais de convocação de demônios”.
Não, eles na verdade não funcionam. Eles não funcionam porque os demônios
não são reais. Especialmente os que estão neste trabalho de ficção. Continue.

Convocação Deliberada
A primeira questão que vem à mente quando se considera cha-
mar deliberadamente um demônio para a companhia não é “como”,
mas “por quê?” Os motivos que levam alguém convocar um demônio
se resumem a dois traços essenciais: orgulho e desespero. Ou seja,
pouquíssimas pessoas convocam deliberadamente um demônio sem
o excesso de uma dessas duas coisas, porque convocar um demônio
deliberadamente não é fácil (Isso, de forma acidental, é realmente
mais simples em termos de preparação e despesa, mas também signifi-
ca que o “invocador” não tem praticamente nenhum controle sobre a
situação; isso será discutido em detalhes na próxima seção).
70
Capitulo dois - pactos infernais
Orgulho
Um aspirante a invocador pode começar sua pes-
quisa por mera curiosidade, mas isso não é suficien-
te para fazer alguém mergulhar em tomos proibidos
e em línguas mortas. Não basta induzir um ocultista
a encontrar personagens desagradáveis nas ruas do
Terceiro Mundo, desistindo de dinheiro, tempo e
possivelmente sangue pela resposta a um enigmáti-
co, ele simplesmente não pode descobrir o contrá-
rio. Curiosidade pode empurrar um acadêmico a
traduzir uma passagem de invocação de demônios,
talvez até tentar lê-lo em voz alta, mas isso por si
só não é geralmente suficiente para obter resultados
reais. Convocar um demônio requer esforço e, ge-
ralmente, sacrificar - o que está bem, porque, feito
corretamente, também concede ao invocador um
pouco de vantagem quando a criatura caída real-
mente aparecer. Um ocultista casual não convocará
um demônio, porque ele realmente não quer ver um.
Mas um ocultista verdadeiramente impulsiona-
do, quando estuda o ritual, fica obcecado por ver
esse demônio. Mais, ele sente que merece vê-lo, que
o demônio deve apreciar todo o trabalho que entrou
no ritual de convocação e ser o escravo disposto pelo
ocultista. E, de fato, se o ocultista convoca o tipo cer-
to de demônio, ele poderia conseguir esse objetivo,
mas é tão provável que ele chame algo que o mani-
pulará para deixá-lo a solta no mundo dos mortais
por um breve, mas completamente agradável feitiço
de caos. Pode parecer que alguém que consegue des-
bloquear o segredo para convocar um demônio co-
nhece os riscos, e às vezes isso é verdade, mas, mais
frequentemente, o convocante se sente autorizado
a invocar o monstro. O direito não suscita cautela.
Ele cria imprudência e, claro, orgulho. O invocador
orgulhoso analisa os riscos, mas não os internaliza,
porque sente que é inconcebível qualquer perda de
controle, qualquer desastre imprevisível, qualquer
surpresa pode acontecer com ele. Afinal, ele é pode-
roso o suficiente para convocar um demônio! Isso
não fala por si mesmo?
Que esta atitude é tóxica e potencialmente fatal
deve ser bastante óbvia. Há, no entanto, outro pro-
blema no trabalho para o convocante. Se ele estiver
trabalhando a partir de um livro, ele se depara com
um dos principais problemas que os invocadores
enfrentam: eles realmente não conhecem as criaturas
que estão chamando.
Não é que os demônios sejam fundamentalmen-
te estranhos às sensibilidades humanas. Alguns deles
são, mas essas criaturas tendem a estar tão distantes
da influência humana que não podem ser convoca-
das de qualquer maneira. Os demônios que intera-
gem com os seres humanos são muitas vezes muito
acessíveis - são demônios da luxúria, da preguiça, do
orgulho e do resto dos “pecados capitais”, que são
realmente apenas uma abreviatura para os desejos e
os impulsos do ego. Que os invocadores realmente
não conhecem seus objetivos não refletem a diferen-
ça de visão entre homem e demônio, é reflexo do
fato de que os recursos que um convocador tem na
mão ao pesquisar o demônio tendem a ser engana-
dores ou, pelo menos filtrada.
Considere um antigo e poderoso Immundus, algo
que foi convocado várias vezes ao longo dos séculos e
evoluiu para uma criatura única e reconhecível. Um
demonologista lê uma conta escrita por um estudio-
so muçulmano no século 18, descrevendo que isso é
um jinni. A conta detalha os métodos de convocação
que funcionam melhor para a criatura, mas o texto é
escrito de uma determinada perspectiva, a saber, que
Alah é o único Deus e Muhammad é o Profeta dele.
Como tal, o pesquisador pode, com razão, começar
a olhar para outros textos muçulmanos da época,
buscando pontos comuns e possíveis fraquezas que
ele poderia explorar quando se tratava desse ser po-
deroso. Mas, é claro, o Immundus é uma criatura da
Sombra, e não conhece “Alah” de Adão. Quando o
ocultista realiza o ritual, ele pode muito bem con-
vocar a criatura, mas todas as suas suposições sobre
isso estão erradas. Isso, obviamente, não o coloca em
condições particularmente sólidas quando chegar a
hora de fazer um pacto (veja abaixo).
O orgulho, portanto, é algo de captura 22, onde
a convocação do demônio está preocupada. É pre-
ciso um certo grau de orgulho, mesmo para tentar,
mas mais do que qualquer outra falha de personali-
dade, o orgulho acabou condenando o aspirante a
convocação. E quando a condenação vem, o que os
demônios parecem aproveitar é a aparência de sur-
presa total no rosto do invocador.
Desespero
Muitas são as pessoas aflitas que, diante de ob-
servar seus filhos, cônjuges ou outros entes queri-
dos, morrem lentamente, mortes horríveis por do-
enças ou lidar com os estragos da idade, rezam para
qualquer poder superior que eles pensem poder
ajudá-los. Mas suas orações não são respondidas. As
divindades da mitologia humana, se elas existem,
funcionam de acordo com um plano tão obtuso, tão
obscuro, que é pouco diferente do acaso.
Existem outras possibilidades, é claro. Os demô-
nios possuem o poder de curar os doentes, curar do-
enças, até mesmo para oferecer riqueza e conforto.
Eles pedem muito em troca, é claro, mas às vezes isso
não é uma preocupação. O orgulho é um motivador
poderoso, mas o desespero - especialmente o deses-
pero nascido do amor - propicia as pessoas a fazer
coisas notáveis e terríveis.
Um invocador desesperado procura a mesma in-
formação que uma pessoa orgulhosa. Ela encontra
as mesmas pessoas sem escrúpulos nas mesmas ruas
sombrias, troca o mesmo sangue e suor. Mas en-
quanto o invocador orgulhoso faz isso com uma pi-
71
invocando demonios
 tada de desdém, talvez fazendo uma lista das pessoas
que se atrevem a fazer exigências para ele, a quem
ele possa revisar uma vez que ganha o poder legi-
timamente dele, o invocador desesperado só quer
completar o ritual. Qualquer coisa que ele tenha que
fazer enquanto isso é trivial. Ele não pode se dar ao
luxo de se distrair com as preocupações de que se vai
sobreviver ao processo, embora seja mais provável
que preste atenção aos avisos sobre as habilidades
do demônio (porque ele precisa ter certeza de que o
demônio pode lhe dar exatamente o que ele quer).
Um invocador desesperado pode não sobreviver
ao processo, mas, se ele morrer, geralmente é por-
que concorda em abandonar sua própria vida como
parte do sacrifício do pacto (ver Sacrifícios, pág. 91).
Mais frequentemente, esses verões concordam com
alguns sacrifícios verdadeiramente horríveis, porque
os demônios têm tanta força de alavanca. Um invo-
cador orgulhoso pode pesar os prós e contras em
aceitar um pacto com algum grau de objetividade -
ele tem algum poder de barganha porque já não está
de costas para o muro. Mas uma mulher chamando
um demônio para curar sua filha de câncer de cé-
rebro? Um homem cujo filho foi seqüestrado por
insurgentes? Um professor que enfrenta o despejo e
a miséria se ele for rejeitado por mandato? Qualquer
uma dessas pessoas podem obter o que desejam de
um demônio, mas o demônio pode cheirar o deses-
pero no seu suor enquanto completam seus rituais.
Ele ouve o medo em suas vozes enquanto eles fazem
suas demandas - não do demônio, mas do que acon-
tece se não pode ajudá-los. E concede seus desejos,
mas denomina seu preço e se recusa a mudar. Pode
salvar a menina morrendo de câncer, mas exige ser
capaz de entrar nos sonhos da menina pelo resto de
sua vida. Pode abater os insurgentes e entregar o sol-
dado em segurança, mas apenas se o pai do soldado
concorda em se tornar um manifestante de guerra,
retirando a benção para o serviço militar de seu fi-
lho. O demônio pode ter o mandato do professor,
mas apenas se o professor concorda em ensinar uma
aula sobre ocultismo - uma que empurra os alunos
para a adoração do demônio.
A única maneira como um invocador desespera-
do pode alterar esse acordo é por auto-sacrifício. A
maioria dos demônios aceitará a vida do invocador
em troca de qualquer favor que o suplicante possa
querer, porque uma vida livremente dada está além
do preço.
Rituais
Seja qual for o motivo, antes que alguém possa
convocar um demônio, ele precisa saber como fazer
isso. Todo demônio tem um método particular de
convocação. À medida que os demônios se tornam
mais poderosos ao ganhar adoradores e notorieda-
de, seus rituais de convocação tornam-se mais com-
72
Capitulo dois - pactos infernais
plexos e personalizados. Ao mesmo tempo, porém,
eles se tornam melhor definidos. Um demonólogo
disposto a colocar tempo e esforço para encontrar o
ritual apropriado para convocar um demônio especí-
fico tem uma chance decente de obter alguns resul-
tados, enquanto um grupo de crianças estúpidas que
abatem um gato no porão de alguém provavelmente
apenas ganha conhecimento de um espírito da dor
ou crueldade, se isso (e o espírito provavelmente não
tem o poder de se manifestar, em qualquer caso).
Este capítulo fornece vários exemplos de rituais
de convocação, mas o Narrador (ou o jogador) é, é
claro, encorajado a criar mais com base em qualquer
demônio que seja útil para a crônica em questão. O
próprio ritual de convocação é um processo em qua-
tro etapas. Todos os rituais de convocação incluem
esses passos, embora alguns sejam mais importantes
para alguns demônios do que outros. Investigar o
ritual em si geralmente é um pré-requisito para re-
alizá-lo, mas como é possível que um personagem
encontre, seja dado ou herdar um ritual de convoca-
ção, a pesquisa não está necessariamente envolvida.
Pesquisa
Pesquisar um ritual de convocação de demônios
exige saber onde procurar. Enquanto as bibliotecas e
livrarias freqüentemente têm seções “ocultas”, gran-
de parte da informação encontrada existe um clap-
trap da Nova Era, inventado nos últimos cinquenta
anos por pessoas com apenas a compreensão mais tê-
nue da história do oculto. As bibliotecas com livros
raros ou antigos podem ter mais para oferecer, mas
esses tomos geralmente são mantidos a sete chaves e
certamente nunca são emprestados.
Um ocultista que começa a pesquisar “convoca-
ção de demônio” sem uma agenda específica prova-
velmente pode encontrar algo se ele for suficiente-
mente difícil, mas alguém com uma idéia do tipo de
demônio (ou demônio específico) que ele quer terá
um tempo mais fácil disso. Uma vez que o aspirante
a convocação tenha um talão no demônio que ele
deseja, ele deve rastrear o Testamento desse demô-
nio. A partir daí, encontrar um ritual de convocação
é uma tarefa um pouco mais fácil.
Não podemos esperar abordar todas as possibi-
lidades possíveis de abordagem para pesquisar um
ritual aqui. O jogador pode assumir a rota acadê-
mica, pesquisando livros nas bibliotecas e buscando
referências em primeiras impressões obscuras, mas
também pode mergulhar no subterrâneo ocultista,
procurar por cultistas e ex-cultistas e decifrar grafi-
tes que não correspondem às tags de gangue conhe-
cidas. O Narrador precisa decidir onde o ritual do
demônio pode ser encontrado e estruturar as pistas
para trás a partir de lá (ver barra lateral).
Mecânica: Encontrar o ritual deve ser uma ação
estendida, é claro, mas o número alvo de sucessos,
a duração que cada teste exige e até mesmo a pa-
rada de dados dependem das circunstâncias. Se o
invocador começar com uma idéia clara do que ele
está procurando, e simplesmente penteia a literatura
oculta para qualquer coisa que ele possa usar, o joga-
dor testa Inteligencia + Erudição como descrito em
Pesquisa na p. 55 do Livro de Regras do Mundo das
Trevas. O número-alvo é 20 sucessos, e cada teste
requer 4 horas de pesquisa em vez de 30 minutos.
Resultados do Teste
Falha Dramática: Se o jogador rolar uma falha
dramática em qualquer ponto, o personagem des-
cobre um ritual convocatório que é aparentemente
fácil, ou pelo menos completo. O ritual, no entanto,
é uma armadilha, projetada para prejudicar um as-
pirante a invocação ou enganar o convocador para
atuar como uma atração (veja o Ninho de Vespa,
página 75).
Falha: Nenhum sucesso é obtido em relação ao
total.
Sucesso: O jogador acumula sucessos em relação
ao total. Quando o jogador atinge 20 sucessos, o
personagem descobre um ritual de convocação. No
entanto, faltam informações críticas; o personagem
sabe pouco ou nada sobre a personalidade e os dese-
jos do demônio. Os testes de invocação e negociação
(veja abaixo) são feitos com uma penalidade de -3.
Sucesso Excepcional: O jogador faz progressos
consideráveis em direção ao total. Se o jogador ter-
minar a pesquisa com 25 sucessos ou mais, o perso-
nagem aprendeu o suficiente sobre o demônio para
tentar o ritual sem penalidades no teste de convoca-
ção ou de negociação (O Narrador escolhe).
A Atração
A fase de atração do ritual de convocação des-
tina-se a obter a atenção desse demônio através de
uma ação ou uma coleção de objetos que ressoam
com ele. Muitas vezes, essa ação ou objeto encarna
o Vício ao qual esse demônio está em sintonia. A
atração para um demônio da Ira é provável que seja
violenta, mas rápida e comparativamente simples.
A atração para um demônio do Orgulho pode en-
volver exaltar as qualidades desse demônio ao longo
do ritual, ou reunir os adoradores de três pontua-
ções para persuadir o demônio para o mundo físico.
Um demônio da Preguiça é extremamente difícil de
atrair, mas, dado um lugar de descanso bastante con-
fortável, pode aparecer.
Quanto mais poderoso o demônio, mais comple-
xa é a atração. Realizar uma atração pode ser bastan-

Pesquisando o
Cavaleiro dos Sonhos Vergonhosos
Para lhe dar uma idéia de como a pesquisa de um ritual demoníaco pode progredir, aqui está um
exemplo usando o Cavaleiro dos Sonhos vergonhosos (veja a página 79). À medida que o jogador
do personagem pesquisador acumula sucessos, o Narrador pode divulgar informações conforme
descrito abaixo. Desta forma, o teste estendido não é reduzido a apenas alguns lances da dissec-
ção - o personagem pode, ao aprender o que ele pensa ser suficiente, prosseguir com o ritual.
Isso é perigoso, é claro, mas a convocação do demônio nunca é uma ocupação segura.
Parada de Dados: Inteligência + Erudição
Ação: Estendida - 15 sucessos
Tempo de Pesquisa: Um teste a cada 2 horas de pesquisa
Modificadores Possíveis: Habilidade Informática 3 ou mais (+1), Biblioteca erótica (+1), sem a
Habilidade Informática (-3)
Sucessos Informações
0-3 Nada.
4-8 Guias de interpretação de sonhos facilmente disponíveis que listam o Cavaleiro
como “um símbolo de repressão sexual”.
9-12 O site listado na p. 79 e as informações aqui encontradas.
13-14 Informação armazenada no site descrevendo o Cavaleiro como percebido nos
sonhos de uma mulher reprimida. Ela mais tarde envenenou seu amante casado e
cortou sua própria garganta deitada em seus braços mortos.
Seu fantasma ainda pode perseguir a cena, se o Narrador desejar.

73
invocando demonios
 te caro (para os demônios da Avareza, especialmen-
te), e pode colocar os convocadores na posição de
fazer coisas ilegais ou imorais. Um demônio compa-
rativamente fraco tem uma atração correspondente-
mente fácil, mas isso levanta outro problema. Uma
atração “geral” corre o risco de atrair algo diferente
do demônio pretendido.
Considere: Um demônio da Inveja de alto escalão
pode exigir que o convocador manipule uma mulher
a desfigurar fisicamente outra, alguém que ela achar
bonita e, portanto, a inveje. A atração pode ser ain-
da mais envolvida que: Talvez a mulher desfigurada
deva ser uma ruiva, ou ter olhos verdes brilhantes,
ou ter mais de 1,80m de altura, ou possuir algumas
outras características raras e distintivas. O método
de desfiguração, da mesma forma, poderia ser perso-
nalizado - ácido, fogo, lâmina, ossos quebrados, etc.
Um demônio menos poderoso da Inveja poderia res-
ponder a uma mulher que tira a fotografia do objeto
de seu ciúme ao meio, mas também um espírito da
Inveja ou da Ira, ou um fantasma na área desenhada
pela atividade, ou qualquer outra coisa capaz de se
aproximar de tais sentimentos.
Mecânica: Os testes com dados necessários para
realizar a atração variam dependendo do demônio
em questão. Às vezes, um teste pode não ser necessá-
rio, e às vezes a atração requer uma ação prolongada
espalhada por dias ou semanas.
74
Capitulo dois - pactos infernais
A Invocação
A invocação geralmente acontece imediatamente
após a atração ter sido completada, mas para alguns
demônios poderosos ou orgulhosos é um processo
contínuo (ou seja, o convocador canta o nome do
demônio por horas ou dias enquanto executa o ri-
tual). A invocação sempre exige chamar o demônio
pelo nome. O Testamento do demônio funciona
para este propósito, embora, se o convocador conhe-
ce o Nome Secreto do demônio, ele tem uma chance
muito maior de atrair a atenção da criatura. Claro,
nem todos os demônios saboreiam ter seus Nomes
Secretos proferidos pelos mortais, e isso pode colo-
cá-los em um estado de espírito assassino quando
eles aparecem.
Mecânica: O teste de invocação é Presença +
Ocultismo.
Resultados do Teste
Fracasso Dramático: O invocador pronuncia o
nome do demônio. Ele chama algo, mas não é o
demônio pretendido. A criatura pode parecer ou
agir como o demônio alvo, mas não tem nenhuma
compunção de fazer qualquer coisa pelo invocador.
As negociações podem ocorrer, mas o demônio não
está vinculado a elas. Os invocadores de sorte que fa-
lham assim na invocação acabam morrendo depois
de chamar um demônio faminto ou vicioso. Os aza-
rados acabaram presos em servidão a uma entidade
muito mais poderosa do que esperavam.
Falha: O invocador, ou pronuncia a convocação
(mas não chama nada), ou as vezes a invocação está
errada. Nada acontece. Dependendo da natureza da
atração, o invocador pode tentar novamente, mas o
teste sofre uma penalidade de -2.
Sucesso: O convocador pronuncia corretamente
o nome do demônio. O ritual avança para o estágio
de chegada.
Sucesso Excepcional: O invocador consegue pro-
nunciar o nome do demônio exatamente como o
demônio gostaria de ouvi-lo. O demônio está pos-
sivelmente disposto para o convocador; o jogador
pode aplicar um +2 ao teste de negociação.
Modificadores Sugeridos: O invocador está
usando o Nome Secreto do demônio (+3), o local
foi decorado de acordo com as instruções do ritual
ou as preferências do demônio (+2), invocador reu-
niu pelo menos 10 outros que acreditam e temem
ou adoram o demônio (+3), invocador reuniu pelo
menos 5 outros seguidores (+2), invocador reuniu
pelo menos 3 outros seguidores (+1), invocador tem
a Vantagem do Língua do Dragão (+2), a área ritual
é inapropriada para o demônio em questão (-2), in-
vocador está sozinho (-1).
A Chegada
Durante este estágio, o demônio chega ao ritual.
Isso pode envolver uma explosão de fogo e enxofre,
ou as sombras podem crescer profundamente e res-
sonar. A voz ou aroma do demônio pode precedê-
-lo. Um demônio da Luxúria pode fazer com que
qualquer pessoa se sinta tão excitada sexualmente
que mal podem suportar, enquanto um demônio de
Preguiça pode acalmar esses presentes para dormir
com o doce cheiro de mel. Seja qual for o método do
demônio de tornar sua presença conhecida, é sem-
pre dramática. Os demônios gostam de deixar uma
impressão. Os demônios mais poderosos são muitas
vezes mais sutis, embora os demônios do Orgulho
tendem a exibições vistosas de força mágica.
Aos demônios animais pode faltar a inteligência
para saber o que está acontecendo e atacar o convo-
cador à vista. Outros demônios podem se ofender
com a convocação (ou as circunstâncias da convoca-
ção), e ferir o ritualista. Em qualquer caso, a chega-
da deve ser aterradora e evocativa. Nenhum teste de
dados será necessariamente envolvido (embora se o
demônio atacar, obviamente alguns serão).
Negociação
Uma vez que o demônio foi convocado, o con-
vocador deve abrir negociações. Os demônios estão
vinculados pelas leis de seu ritual de convocação
para ouvir um negociador que faz a abertura corre-
ta, e às vezes essa abertura também está incluída no
ritual de convocação. Contudo, com muita frequên-
cia, os convocadores deixam de pesquisar quando
descobrem como chamar o demônio e nunca se in-
comodam em aprender a impedir que ele os mate.
Para alguns demônios, a conversa simples funciona
para abrir as negociações. Para outros, é mais com-
plicado.
As negociações de abertura exigem um teste de
Manipulação + Ocultismo. Este teste é modificado
com base na inteligência do demônio.
Animal: Os demônios com inteligência animal
não exigem negociação tanto como comandos. Sua
inclinação é responder de forma instintiva. Um de-
mônio fortemente ligado a Ira, ataca, um ligado a
Preguiça permanece séssil (mas escava), e um amar-
rado a Gula imediatamente procura comida. As ne-
gociações de abertura com tais demônios impõem
uma penalidade de -3 no teste; eles não estão inte-
ressados em diálogo.
Espírito: Os espíritos operam por um conjunto
complexo, mas racional, de leis. Todos os espíritos
têm proibições pelas quais eles devem permanecer,
alguns dos quais causam danos, e alguns dos quais
ditam o comportamento. Um demônio que pensa
como um espírito tem um respeito absoluto por es-
ses tipos de leis e, desde que o convocante realize
a ação corretamente, o demônio entra em negocia-
ções sem queixa. Aplique um +3 ao teste para abrir
as negociações.
Humanos: Os humanos são complicados. Eles
são capazes de significados nuançados, truques se-
mânticos, lacunas e mentiras definitivas. Como tal,
um demônio com um nível de inteligência humana
é difícil de negociar, mas também pode ver o moti-
vo. O teste não recebe nenhum modificador, a me-
nos que o Narrador considere adequado impor um
baseado nas circunstâncias.
Uma vez que as negociações foram abertas, o de-
mônio pode optar por fazer um pacto com o invo-
cador. Os pactos e seus requisitos são discutidos em
detalhes mais adiante neste capítulo.
Exemplo de Ritual de Invocação:
O Ninho de Vespas
O Ninho de Vespas é um único Immundus, mas
se manifesta como um enxame de insetos horríveis,
cada um com quase três centímetros de comprimen-
to. Os zangões que compõem o enxame são pretos, e
vazam líquidos verdes doentios dos ferrões nas extre-
midades de seus corpos. Nas raras ocasiões em que o
Ninho de Vespas consegue se manifestar no mundo
físico, tipicamente ele mata a pessoa corajosa o su-
ficiente para convocá-lo em menos de um minuto,
deixando-o cheio de veneno até que permaneça ape-
nas uma massa inchada irreconhecível. Enquanto
isso, os verdadeiros adoradores do Ninho olham,
fascinados e exaltados.
75
invocando demonios
 O Ninho de Vespas poderia ter começado sua
existência como espírito de enxame ou espírito in-
seto, mas rapidamente absorveu as propriedades da
Ira. Em algum lugar, ao longo do caminho, ingeriu
uma dose saudável de agressão humana e sadismo,
e agora existe como uma massa de insetos picantes
que não só causam dor, mas têm a capacidade de
apreciá-la. Como tal, convocar o Ninho de Vespas
é uma idéia tola. O espírito é difícil de controlar,
mesmo com um sacrifício apropriado, não pensa
o suficiente para fazer qualquer barganha real. Por
que, então, alguém o convocaria?
Os adoradores do Ninho existem, mas eles pró-
prios não realizam o ritual de convocação (não dese-
jam ser ferrados). Eles passam os detalhes do ritual
para outras partes que podem querer convocar um
demônio. O ritual em si é bastante simples, como
você pode verificar abaixo, e assim o culto coloca
os textos apropriados nas mãos de ocultistas amado-
res, alimenta-os com algumas histórias, geralmente
de segunda mão, sobre o poder do demônio para
conceder desejos de “dor e luxúria”, e voltam para
assistir a diversão.
O Ritual: Aprender o ritual é bastante simples.
Uma vez que o invocador infeliz entra em contato
com o culto, geralmente ele se encontra em posse
do ritual dentro de alguns dias. Em alguns casos,
o culto encontra invocadores que procuram invocar
outros tipos de demônios e “corrige” seus rituais. Os
testes de pesquisa para aprender o ritual não são,
portanto, necessários.
A Atração: O Ninho de Vespas exige dor para
chamar sua atenção (a atração), mas tem que ser
uma dor que outra pessoa esteja curtindo. É a in-
felicidade de uma agonia - não uma dor consensual
com uma palavra segura, mas uma angústia real, o
tipo de dor que faz a vítima desejar a morte apenas
para acabar com isso - e o prazer de que isso agita
o Ninho. Obviamente, fazer isso exige uma vítima
viva, mas a vítima não precisa morrer no processo.
(Na verdade, ajuda se a vítima permanece viva, cons-
ciente e capaz de gritar). Os animais são vítimas úteis
para o ritual, mas as pessoas são melhores, porque
sua experiência de dor é mais matizada.
O torturador pode usar qualquer método que
desejar para ferir a vítima, sujeito aos modificadores
listados abaixo. O jogador faz um teste com base em
seus métodos. O uso de doses de veneno cuidado-
samente monitoradas exigiria um teste de Raciocí-
nio + Medicina. Pequenas insisões com uma agulha
ou lâmina podem indicar Destreza + Armamento.
O Narrador precisa decidir qual parada de dados é
mais apropriada para as circunstâncias.
A tortura é uma ação prolongada. O número-alvo
do torturador é o Vigor + Perseverança da vítima
(mais qualquer ponto na Vantagem Resistência Fér-
rea). O jogador faz um teste por cinco minutos de
tortura. Todos cedem eventualmente, mas a vítima
também sofre dano a cada turno. Quanto o dano é
76
Capitulo dois - pactos infernais
uma questão para o Narrador decidir, pois depende
dos métodos utilizados, mas se a trilha de Vitalidade
da vítima se tornar completa em qualquer ponto, os
efeitos habituais ocorrem. Se o dano for contusivo,
o jogador testa Vigor a cada turno ou a vítima des-
maia. Se o dano for letal, a vítima imediatamente
começa a sangrar até a morte (ou entra em choque
ou parada cardíaca - o efeito exato depende das cir-
cunstâncias). Uma vítima morta ou inconsciente
não sente dor e, portanto, é inútil atrair a atenção
do demônio. O torturador, portanto, deve escolher
um método que lhe permita ferir a vítima, mas sem
causar muito dano. Um método, é claro, é infligir
danos e depois esperar por um ponto para curar,
mas às vezes o invocador fica impaciente.
O segundo fator, é claro, é que o torturador tem
que apreciar o que está fazendo. Isso tem que ir além
do fascínio ou da curiosidade e atravessar a alegria
pervertida e depravada. Se o torturador não sentir
essa alegria, o Ninho de Vespas não vai responder.
Como orientação, um personagem com uma pontu-
ação de Moralidade superior a 4 provavelmente não
pode reunir o prazer necessário, mas o Narrador é o
árbitro final de saber se o prazer existe ou não.
O convocador não precisa ser o único a fazer a
tortura, embora isso ajude.
A Invocação: O ritualista deve invocar o nome
do Ninho de Vespas (o Testamento, pelo menos, o
culto criou mais de uma variante no ritual, e guarda
o Nome Secreto do Demônio de perto) à medida
que a vítima grita ou chora de dor. A invocação re-
quer apenas um teste Presença + Ocultismo.
A Chegada: Uma vez que o invocador tenha com-
pletado a atração e a invocação, ele tem apenas al-
guns segundos para colocar o demônio sob qualquer
tipo de controle. O Ninho de Vespas pode usar a
ligação estabelecida pela dor e a sua diversão para
se manifestar por alguns momentos breves. Sendo
a fonte descontrolada de agressão, o demônio ime-
diatamente abriga em quem estava causando a dor
e deleitando-se e ataca, envenenando o prazer que o
torturador sentiu e convertendo-o em agonia. Isso
invariavelmente mata a pessoa e, com a morte dele,
o ritual de convocação termina, banindo o demônio
novamente.
O Ninho aparece lentamente, com zangões ras-
tejando da boca da vítima, orelhas e outros orifícios
(a vítima sente isso, mas geralmente está tão perdida
em agonia que ela não se lembra mais tarde, se ela
sobreviver). O enxame não pica a vítima. Em vez dis-
so, vai direto para o torturador. O convocador deve
controlar o enxame antes de chegar e atacar o tortu-
rador, o que provavelmente lhe dará apenas alguns
segundos para responder. Se, no entanto, a vítima
foi colocada em uma caixa de plástico para a tortura,
o Ninho de Vespas pode ser contido, provavelmente
permitindo ao invocador tempo suficiente para ini-
ciar as negociações.
Negociação: O torturador deve fazer a vítima gri-
tar, chorar ou reconhecer a dor enquanto o enxame
ainda está saindo dela (isso geralmente não é um
problema). Nesse ponto, o jogador faz o teste da ne-
gociação. O Ninho é de inteligência animal. Se o en-
xame atingiu o torturador atacando-o, no entanto, o
teste de negociação falha automaticamente.
Modificadores Sugeridos: Danos de perfuração
à vítima (+2 para torturador), vítima de envenena-
mento (+3 para torturador), o invocador não está
realizando a própria tortura (-3 ao testeo de invoca-
ção), a vítima está morta ou inconsciente (-5 para
o teste de negociação), a vítima é um animal (-2 ao
teste de invocação).
Exemplo de Ritual de Invocação:
Sherman Miles
Sherman Miles morreu um homem muito rico.
Quando morreu, ele estava malnutrido, frio e doen-
te. Seus dentes estavam apodrecendo e ele não po-
dia andar porque seu pé esquerdo estava infectado
e gangrenoso. Os homens que o colocaram em uma
cama, amarraram correntes de ferro ao redor de seu
corpo e o jogaram em uma pedreira provavelmente
diminuíram sua vida em cerca de uma semana.
Mas Sherman não morreu rapidamente. Seu cor-
po atingiu a água com tanta força que seus ombros,
quadris e braços se quebraram, mas ao afundar, ele
não pensou em xingar os homens que o mataram.
Ele não se arrependeu de sua vida nem da destrui-
ção de sua família. Seu último pensamento antes de
se afogar foi: “Como vou coletar o aluguel agora?”
Sherman Miles era um senhorio antes do termo
ter algum significado. Extremamente rico como
resultado de sua herança, ele começou a trabalhar
comprando terreno e alugando-o aos agricultores
pobres. Ele se recusou a gastar dinheiro quando não
precisava, e, ao vê-lo, ele nunca teve que fazê-lo. As
batatas eram uma ceia suficientemente boa. Carne
e vegetais foram uma extravagância. Ele recebia co-
mida de seus inquilinos em vez do aluguel, mas se
certificou de que eles sabiam que era um emprésti-
mo, não um pagamento. Miles pode ter sido um dos
homens mais gregos do planeta.
E assim, é claro, é por isso que ele é um Larval
agora, ao invés de um fantasma particularmente de-
sagradável. Ancorado pelas as correntes que o arras-
taram para o fundo da pedreira, o fantasma chamou
ajuda da escuridão. Tudo o que ele queria era ter
suas ações, seu dinheiro e seus bens de volta. A es-
curidão respondeu, e Sherman Miles tornou-se um
demônio.
Miles aparece como um velho magricela. Seus
olhos estão apodrecidos, assim como seus dentes, e
os ossos em seus dedos perfuram com fome a carne.
Suas costelas se aparecem através da pele do peito, e
seu estômago é côncavo. Sherman Miles é tão vazio
na morte quanto na vida.
Miles quer ser convocado, mas não deseja deixar
a pedreira. Ele quer que sua riqueza venha a ele e
fica bastante feliz em formar pactos com caçadores
77
invocando demonios
 de tesouros, historiadores e ocultistas para facilitar
isso. Invocadores precisam ter cuidado: Miles é um
negociador perspicaz, e uma vida como um senhorio
ensinou como enganar os desesperados para fazer
negócios que o beneficiam mais do que eles.
O Ritual: Histórias de assombrações sobre a pe-
dreira em que Miles morreu são comuns, e os ha-
bitantes da cidade (ainda na maioria agricultores)
aceitam que a criatura que assombra essa pedreira
é Sherman Miles. Qualquer uma das pessoas mais
velhas na área pode estar disposta a contar a história
de quem ele era e como ele morreu, mas a docu-
mentação real é difícil de encontrar. Em parte, isso
ocorre porque Miles morreu no final do século 19 e
a manutenção de registros nesta área rural não foi
consistente. Também é parcialmente devido ao fato
de que ao longo dos anos as pessoas que convocaram
Miles jogaram essa documentação na pedreira.
O ritual de convocação não é escrito em livros
sobre ocultismo ou demonologia, mas é descrito nas
memórias e revistas dos habitantes locais. Descobrir
isso, portanto, exigiria não só pesquisa em uma bi-
blioteca na área (na seção de história local), mas em
conversas com os habitantes da cidade, e possivel-
mente viajens para outras áreas a fim de rastrear o
“diário da avó”.
Testes Sugeridos: Inteligência + Erudição (pes-
quisar o ritual ou Miles em geral), Manipulação +
Persuasão (entrevistar os habitantes das cidades so-
bre a lenda), Raciocínio + Astúcia (separar a lenda
da verdade), Destreza + Furto (roubar os livros que
não estão à venda).
A Atração: A atração de Sherman Miles exige
que algo que lhe pertenceu na vida seja jogado na
pedreira. Os moradores irritados que o assassinaram
roubaram muitos dos seus bens - móveis, louças e
similares - mas deixaram montanhas de atos, docu-
mentos e outros papéis. Miles sempre foi mais apai-
xonado por esse tipo de coisa; Ele adorava a noção
de que a propriedade de um pequeno pedaço de
papel era equivalente à propriedade de acres em ter-
renos. Ao longo do tempo, muitos dos objetos e pa-
péis que pertenciam a ele foram jogados na pedreira,
perdidos pelos estragos dos anos ou colocados no
armazenamento. Como tal, um invocador que dese-
ja chamar o espírito maligno de Sherman Miles tem
seu trabalho cortado para ele. Adicione isso ao fato
de que, quando Miles faz pactos com pessoas, inva-
riavelmente exige que eles gastem pelo menos uma
parte do seu tempo buscando as posses de Miles, e o
grupo de possíveis iscas não é muito profundo.
Felizmente, porém, Miles é um demônio da Ava-
reza. Embora nenhuma das contas escritas do ritu-
al de convocação diga tanto, é possível atraí-lo com
novas ações, propriedades ou papel-moeda. Usando
algo que Miles não possuía na vida, mas que tem um
valor de pelo menos R$ 37.000 como atração. No
entanto, isso aplica uma penalidade de -2 tanto para
testes de invocação quanto de negociação.
78
Capitulo dois - pactos infernais
A atração em si não requer testes. O invocador
simplesmente joga os objetos na pedreira e escuta o
espetáculo.
A Invocação: “Sherman Miles”, enquanto pode
parecer o Nome Secreto do Demônio, é realmente
um Testamento. Isso ocorreu porque tornar-se um
demônio mudou Miles até o ponto em que o ho-
mem que ele era na vida é pouco mais do que uma
máscara para a avareza encarnada que se esconde
naquela água negra. O nome secreto de Miles está
escrito em pelo menos um dos diários do fazendeiro
que lista o ritual. O diário pertenceu a um dos ho-
mens que assassinaram Miles, e o ritual está inscrito
na data de dez anos até o dia após a morte de Miles.
Escrito na margem é uma única palavra - o Nome
Secreto. A invocação de Miles deve ser gritada na
pedreira. Por mais alto que o invocador grite, a invo-
cação nunca se reflete. Os resultados da parada de
dados e teste são como listados acima.
A chegada: Se a invocação for bem sucedida,
uma névoa sobe da pedreira. O invocador ouve o
chocalho das correntes e os ares de dor e fome. E en-
tão, o espectro de Sherman Miles sobe, suas corren-
tes flutuando descontroladamente sobre sua forma
esquelética como se estivesse soprando em um vento
de força.
Miles geralmente não ataca os invocadores, já
que gosta de lidar com eles (e enviá-los para encon-
trar seus bens restantes). A única instância em que
se torna imediatamente agressiva é se mais de 10 pes-
soas estiverem presentes. Isso lembra a máfia que o
matou, e o demônio ataca, tentando atraí-los para a
pedreira e afogá-los.
Negociação: Conforme mencionado, Miles está
feliz em negociar com invocadores. Nenhuma ação
especial é necessária para iniciar as negociações. O
invocador simplesmente precisa se dirigir a Miles
com uma voz clara. Miles tem inteligência humana.
Modificadores Sugeridos: O invocador oferece a
Miles um suborno em dinheiro (+1), o invocador é
branco (+1), o invocador tem pessoas agindo como
servos ou assistentes (+1), o invocador está pedindo
dinheiro (-4), o invocador não é branco (-1).
Exemplo de Ritual de Invocação:
Cavaleiro dos Sonhos Vergonhosos
Não há nada vergonhoso sobre o desejo, a me-
nos que uma pessoa ache seu desejo uma vergonha.
Muitas pessoas são criadas para acreditar que os sen-
timentos sexuais são errados, sujos ou inadequados
antes de uma certa idade ou conjunto de circunstân-
cias torná-los permitidos. É esse tipo de lógica que
fez da Luxúria um pecado mortal e permite que toda
uma raça de demônios subsista em relação a esses
sentimentos.
A luxúria demoníaca é diferente da mera reali-
zação sexual. A Luxúria é sobre se satisfazer na vi-
timização de outros. Isso não significa violência ou
violação; muitas vezes, na verdade, estes são atos de
Ira. Mas um homem que fica com uma mulher para
acomodá-la, sabendo o tempo todo que, quando o
momento passar, ele a deixará, definitivamente está
cometendo o pecado da Luxúria. Ele deixa a mulher
envergonhada.
Esses sentimentos de vergonha alimentam o po-
der do Cavaleiro. Este Deceptor nasceu no Tenemos
de uma Mestra maga, uma mulher que usou seu po-
der mágico sobre a Mente para suprimir todos os
sentimentos “inapropriados” que ela tivesse. Mas ela
achou impossível livrar-se completamente de seus
desejos, e então ela lhes deu um nome e um rosto, e
depois os expulsou para o Plano Astral. Esta coleção
de desejos tornou-se o Cavaleiro dos Sonhos Vergo-
nhosos, e ao longo do tempo cresceu poderoso em
sentimentos de arrependimento e constrangimento
entre um encontro sexual e outro. O homem que
tem uma espera de uma noite com uma mulher com
quem ele ficaria envergonhado de ser visto enquan-
to sóbrio, a jovem golpeada ao ser masturbada, a
mulher casada que se castiga quando fantasia sobre
beijar sua cunhada - O Cavaleiro visita esses sonhos.
Não encoraja os sonhadores a agir sobre suas fan-
tasias, nem a aceitar seus sentimentos. Ele simples-
mente assiste, acusando, gravando e depois sai, tal-
vez para se reportar a uma autoridade superior (ou
menor).
O Cavaleiro assume muitas formas, dependendo
da natureza do sonho em que aparece. Geralmente é
masculino, embora às vezes pareça andrógino. Apa-
rece sempre em torno de algum tipo de transporte.
Pode aparecer como um menino em uma bicicleta,
um cavaleiro em um cavalo, um motociclista vestido
em couros montando um sofá-cama. Ele observa o
sonho se desdobrar, encarando, permanecendo sem
expressão, e depois desloca-se, deixando o sonhador
com uma sensação de exposição e violação para ir
com sua vergonha.
O Cavaleiro é capaz de entrar nos sonhos dos
homens, mas prefere mulheres e meninas. Grande
parte de sua personalidade vem dos desejos repri-
midos e da vergonha de seu criador, mas o amor em
dirigir sonhadores até a depressão e doença mental
é demoníaco. Habita os Tenemos, procurando uma
maneira de se infiltrar nos sonhos da vergonha e da
luxúria.
O Ritual: A criadora do Cavaleiro confessou
o que havia feito alguns anos depois de fazê-lo. O
mago a quem confessou, um membro de uma Or-
dem chamada Mysterium, dedicado à busca e regis-
tro de conhecimento mágico, anotou a informação e
catalogou-a, mas não mencionou a verdadeira iden-
tidade da maga. A própria maga alterou sua própria
memória para que ela não se lembrasse de ter criado
o Cavaleiro, efetivamente se separando do demônio.
O conto escrito da criação do Cavaleiro, no en-
tanto, esteve em uma biblioteca há anos, até que um
ataque de uma facção hostil de magos o entregasse
nas mãos de um colecionador privado. Ele não con-
seguiu entender muito isso, mas fez anotações sobre
seus próprios sonhos e desejou que o Cavaleiro o
visitasse e que estivesse com a vergonha. Isso, é claro,
foi o começo do ritual.
O livro original foi destruído, mas a história do
Cavaleiro desde então apareceu em guias de inter-
pretação de sonhos, textos da Nova Era e ficção eró-
tica. Um aspirante a convocação que quer chamar
o Cavaleiro pode encontrar referências abundantes
a ele, mas encontrar uma maneira de chamar sua
atenção exige escavar um pouco mais fundo. Um
site dedicado a ajudar os criminosos sexuais a “lutar
contra o desejo” inclui uma seção sobre o Cavaleiro,
com instruções sobre como chamá-lo para os pró-
prios sonhos - ou de outra pessoa. Um pesquisador
deve se certificar, no entanto. Este site está em todas
as listas federais e estatais de vigilância no mundo de
língua inglesa, e qualquer pessoa que faça um post
pode esperar para ser marcada a vermelho.
Testes Sugeridos: Inteligência + Erudição (pes-
quisa em literatura erótica ou exploração oculta de
sonhos), Inteligência + Informática (encontrar o tre-
cho correto do site), Raciocínio + Informática (evitar
deixar uma “impressão digital” eletrônica em que as
autoridades possam tomar conhecimento).
A Atração: O Cavaleiro pode aparecer fora dos
sonhos, mas tem que ser dado um “vetor”. Sua
atração é um sonho devidamente vergonhoso, isto
é, um sonho de natureza sexual que o sonhador se
sente envergonhado de ter tido. Certamente, existe
a magia que permite a manipulação dos sonhos, e
assim esse tipo de atração pode ser organizado artifi-
cialmente, mas para um invocador mortal, o melhor
que ele pode fazer é encontrar um alvo provável e
esperar - ou tentar seduzí-la de uma maneira que a
deixe envergonhada de si mesma. Este é, é claro, um
horrível abuso psicológico e emocional, e é motivo
de degeneração, mas atrai o Cavaleiro com mais fa-
cilidade.
Alguém deve descrever o sonho por escrito, mas
não precisa ser o sonhador. O sonhador deve ser re-
ferenciado pelo nome, e a conta deve incluir alguma
referência para sentir vergonha ou vergonha sobre
o sonho e para apreciá-lo. Se esses critérios forem
cumpridos, o Cavaleiro invade a mente do sonha-
dor na próxima vez que dormir, momento em que
o invocador pode tentar a invocação... desde que ele
saiba que está sonhando.
Essa atração exige uma grande configuração. A
sedução, é claro, está descrita na p. 84 do Guia do
Mundo das Trevas. O Narrador pode exigir testes
adicionais de Manipulação + Empatia para garantir
que o invocador esteja empurrando o sonhador para
os tipos certos de sentimentos. Se, é claro, o convo-
cador deseja usar seus próprios sonhos para chamar
o Cavaleiro, o processo é muito mais simples (mas
mais perigoso - veja abaixo).
79
invocando demonios
 Uma vez que o sonhador esteja dormindo, o in-
vocador deve esperar até que ele esteja sonhando
para invocar o Cavaleiro. Saber o tempo correto
requer um teste de Raciocínio + Medicina. Se esse
teste falhar, o teste de invocação é automaticamente
considerado uma falha.
A Invocação: Invocar o Cavaleiro é mais fácil
se o invocador for aquele que sonha. O invocador
simplesmente se vira para enfrentar o Cavaleiro e
pronuncia seu nome. Claro, isso também traz certos
riscos (ver Negociação, abaixo).
Se o invocador estiver observando o sonhador,
ele deve sussurrar a invocação em seu ouvido. Ele
não pode tocar no sonhador de forma alguma, ou a
invocação falha automaticamente, e o sonhador des-
perta, drenado de toda Força de Vontade (o castigo
do Cavaleiro pela tentativa desajeitada de chamá-lo).
Modificadores Sugeridos: O Cavaleiro está sen-
do chamado ao sonho do invocador (+4), o sonha-
dor é virgem (+1), o sonhador é masculino (-1), o
sonhador foi sedado (-3).
A chegada: Se o Cavaleiro for invocado enquan-
to o invocador estiver sonhando, a chegada é com-
parativamente sutil. O Cavaleiro erradica todos os
outros aspectos do sonho, deixando o sonhador
e o demônio em um plano sem características. O
Cavaleiro não ataca o invocador e, de fato, não faz
nenhuma abertura hostil. Mas se o invocador não
abrir as negociações, o Cavaleiro se vinga do idiota
que desperdiçou seu tempo.
Se o invocador invoca o Cavaleiro do sonho de
outra pessoa, os olhos do hospedeiro se abrem. Ela
se senta e enfrenta o invocador, e fala na voz do Ca-
valeiro. O Cavaleiro controla o hospedeiro durante
pelo menos o resto da cena, e o uso do corpo do hos-
pedeiro por um certo período de tempo é um chip
de barganha excelente nas negociações. O Cavaleiro
gosta de ter um corpo físico, mas, enquanto possui
um hospedeiro, coloca-a em um estado nebuloso e
onírico. Enquanto estiver nesta fuga, ele entende o
que está fazendo e pode até acreditar que tem algum
controle sobre suas ações, mas é, de fato, um pas-
sageiro em sua própria pele. O Cavaleiro, natural-
mente, demora sua luxúria com as atividades mais
vergonhosas (para o anfitrião) que pode, depois que
se retirar, entrar em seus sonhos se aproveitar dos
sentimentos de vergonha.
Negociação: Se o invocador chama o Cavaleiro
para o seu próprio sonho, ele deve exercer seu con-
trole sobre sua própria mente. Isso requer um teste
de Presença + Perseverança. Se esse teste for bem-su-
cedido, o personagem remodela seu sonho confor-
me bem entender e o jogador pode fazer a negocia-
ção rolar normalmente. Se esse teste falhar, o sonho
permanece o mesmo e o jogador faz a negociação
rolar com uma penalidade de -5.
Em ambos os casos, se o teste de negociação fa-
lhar, o Cavaleiro toma o controle do corpo do invo-
cador e mantém o controle pelo tempo que desejar.
80
Capitulo dois - pactos infernais
Ele trata o invocador ainda pior do que seria um
sonhador (como descrito acima), e nem sequer se
preocupar em comer ou dormir enquanto estiver na
posse.
Se o invocador chama o Cavaleiro do sonho de
outro, a negociação prossegue como uma simples
conversa. O contato físico com o corpo do anfitrião
ganha favor com o Cavaleiro, e o Cavaleiro permite
que o anfitrião testemunhe o que está acontecendo,
mas não lhe confere poder para detê-lo.
Modificadores Sugeridos: Invocador toca o cor-
po do hospedeiro durante as negociações (+2), invo-
cador amarrou ou sedou o corpo do hospedeiro (-2).
Invocação Acidental
Nem todos os rituais precisam ser pesquisados
completamente, ou requerem qualquer tipo de pre-
paração para executar. Às vezes, as pessoas convo-
cam demônios sem intenção.
Felizmente, as invocações acidentais tendem a
chamar demônios menos poderosos. Isso ocorre por-
que, à medida que os demônios crescem em poder,
ganhando seguidores e notoriedade, eles também se
codificam. Um demônio muito poderoso pode mui-
to bem ser confinado a qualquer Inferno que habi-
te, a menos que um estádio cheio de pessoas cante
seus lances – o que é improvável? Da mesma forma,
os caçadores de demônios podem impedir que essa
criatura entre neste mundo destruindo todas as có-
pias do ritual projetado para chamá-lo.
Mas os demônios mais fracos não precisam da
pompa e das circunstâncias. Eles não precisam ser
atraídos ou subornados. O conjunto certo de cir-
cunstâncias abre uma porta e um demônio inteli-
gente simplesmente transborda através dela. Esses
rituais circunstanciais não chamam um demônio
específico, mas sim um demônio de um Vício parti-
cular. Mas uma vez que um demônio seja invocado,
ele começa a desenvolver seu próprio ritual, e as cir-
cunstâncias em torno das quais ele foi chamado pela
primeira vez provavelmente informam esse ritual.
Larvals, nascidos como são de fantasmas huma-
nos, quase nunca respondem a invocação acidental,
a menos que o evento de alguma forma envolva suas
âncoras. Deceptores e Immundi, no entanto, são
bastante suscetíveis.
Não são necessárias regras do sistema para este
tipo de invocação. Se um demônio responde, é por-
que a confluência de fatores chamou a atenção do
demônio e permitiu que ele entre em nosso mundo.
Esses tipos de eventos geralmente não são repetíveis,
e qualquer pessoa próxima quando o demônio apa-
rece não é tanto um invocador quanto um especta-
dor. Quando um demônio responde a esse tipo de
“invocação”, geralmente não é suficientemente po-
deroso para formar um pacto com alguém próximo.
Na melhor das hipóteses, o demônio pode trocar
favores (ver Pactos Menores, p. 93). Isso é um guia,
não uma regra fixa e rápida, no entanto. É possível
que um poderoso demônio responda a tal invoca-
ção, e formar um pacto pode permitir que ele tenha
um maior suporte no mundo mortal.
Abaixo está uma lista de fatores que podem resul-
tar em uma invocação acidental e, a seguir, alguns
exemplos de como estes podem combinar e quais
os resultados. Cada fator lista alguns Vícios que são
especialmente apropriados, mas qualquer um dos
sete Vícios podem aparecer com qualquer um dos
fatores. Da mesma forma, esses fatores são apenas
exemplos. Ao ler este livro, o Narrador e os jogado-
res certamente encontrarão outras possibilidades
que podem chamar a atenção de um demônio.
• Sangue: O sangue é, afinal, a vida. Muitas cul-
turas acreditam que alguns aspectos essenciais de
um ser vivo estão contidos em seu sangue. O san-
gue pode ser consumido, derramado, queimado ou
misturado com outros ingredientes e, assim, obter a
atenção de um demônio. Vícios Comuns: Ira, Lu-
xúria, Inveja.
• Virgindade: A condição intocada, um impul-
so simples longe de ser perdido para sempre. É fácil
ver por que as virgens apelam para os demônios. O
apelo de fazer algo diferente, de tirar algo que nunca
pode ser substituído e deixando para trás arrependi-
mento e perguntas, é altamente tentador para os de-
mônios. Vícios Comuns: Luxúria, Inveja, Orgulho.
• Morte: Como a virgindade, a vida não pode
ser recuperada uma vez perdida. Os demônios de
uma inclinação especialmente viciosa são atraídos
pela morte, assim como Larvals (novamente, se suas
âncoras estiverem envolvidas). Alguns demônios,
especialmente Immundi predatórios, são mais atraí-
dos mais pela morte de animais do que por pessoas.
Vícios Comuns: Ira, Inveja, Avareza.
• Dinheiro: As noções das pessoas do que é va-
lioso mudaram ao longo dos anos, mas a idéia de
que o dinheiro - o que começou como um marcador
que indica o devido favor - tem valor intrínseco é
um amor demoníaco. O dinheiro não tem nenhum
valor por conta própria, e assim acumular é um sinal
de nada além da Avareza. Como tal, pode fazer um
bom raio para certos demônios. Vícios Comuns:
Preguiça, Avareza, Inveja.
• Mágica: Independentemente da fonte, a exe-
cução de magia requer muita vontade. Impondo
essa vontade sobre o mundo corre o risco de atrair a
atenção, e às vezes essa atenção é demoníaca. Vícios
Comuns: Orgulho, Preguiça, Avareza.
• Dor: A dor física é atraente para muitos demô-
nios, mas a dor emocional - tristeza, raiva, traição - é
também o leite materno para muitos Deceptores. A
dor causada deliberadamente representa uma maior
chance de atrair a atenção, mas os demônios podem
notar dor de qualquer fonte. Vícios Comuns: Pre-
guiça, Ira, Luxúria.
• Símbolos Ocultos: É possível que um filho use
algum grafite para reproduzir acidentalmente um
81
invocando demonios
 símbolo oculto ou dois. Do mesmo modo, um lin-
guista tentando decifrar um texto antigo pode alte-
rar um personagem da maneira certa para abrir um
portal através do qual algo poderia escapar. Vícios
Comuns: Orgulho, Avareza, Preguiça.
• Ervas e Plantas: Assim como algumas plantas,
como a arruda e o alho, supostamente têm proprie-
dades curativas e protetoras, outras são fanáticas e
atraentes para as forças do mal. Naturalmente, mui-
tas dessas ervas também são venenos mortais. Vícios
Comuns: Gula, Inveja, Preguiça.
• Criaturas Sobrenaturais: Enquanto vampiros,
lobisomens, changelings e outros seres sobrenaturais
não têm conexão inerente com os demônios, mui-
tos deles têm algum conhecimento sobre espíritos
ou planos Astrais - e os habitantes desses lugares
podem se tornar demônios. Immundi e Decepto-
res lembram de suas raízes, e prestam atenção aos
habitantes sobrenaturais. Vícios Comuns: Ira (lobi-
somens), Orgulho (magos), Gula (vampiros), Inveja
(Prometheans ou changelings).
• Ambição: Querer algo tão ruim que os meios
não são importantes, mesmo que não sejam éticos
- esse é o tipo de ambição que os demônios apre-
ciam. O desejo se torna um motivo para si mesmo,
e então ele se auto-perpetua, até que querer é mais
importante do que ter. Os demônios, é claro, têm
exatamente esse tipo de desejo insaciável. Vícios Co-
muns: Orgulho, Luxúria, Avareza.
Invocação Acidental:
O Carvalho Deformado
O carvalho no antigo campo de jogos, aquele
com a academia de madeira e parquinho com escor-
regadeira enferrujada, está tão retorcido que, quan-
do o vento sopra, parece uma velha bruxa dançan-
do. E na semana passada, uma bruxa dançou ali. Ela
dançou porque finalmente ganhou uma briga que
estava perseguindo por uma geração, e ela trouxe seu
inimigo para aquela árvore e esfaqueou-o com sua
faca ritual tantas vezes que seu peito parecia irreco-
nhecível quando ela terminou. Mas ela usou a magia
para mantê-lo vivo o tempo todo, e então apodreceu
seu corpo em pó e o deixou, finalmente, satisfeita.
Mas algo a seguiu. Escorreu dos ramos da árvore
e sugou a poeira deixada pelo corpo da vítima, ab-
sorveu a mancha de sangue e deslizou pela grama
depois dela. É um Deceptor fortemente influencia-
do pelo Orgulho que sentiu ao matar seu inimigo
e a Ira que dirigia a faca. Não vai ficar na Terra por
muito tempo... a menos que possa fazer com que ela
mate novamente.
Fatores: Dor, Morte, Criatura Sobrenatural, Am-
bição
82
Capitulo dois - pactos infernais
Invocação Acidental:
O Bolo de Aniversário
Era seu aniversário de seis anos, e tudo o que
ela queria era um bolo de chocolate daquela peque-
na padaria na esquina. Ela entrava na padaria no
caminho para a escola, às vezes, com a mãe e esta
comprava um sonho ou um pãozinho, e ela olhava
para aqueles bolos altos atrás do copo e queria que
sua mãe pudesse pagar um.
Sua mãe tinha medo de que não pagassem o alu-
guel nesse mês, e aqueles bolos eram caros.
Então ela se entregou ao padeiro, e ele cozinhou
para menina um bolo, gratuitamente. Quando sua
mãe estava saindo da loja, segurando o bolo, um ho-
mem dirigindo um caminhão deixou cair o celular
e se abaixou para pegá-lo. Ele perdeu o controle, seu
caminhão desviou, e jogou a mãe da menina contra
a parede, matando-a instantaneamente.
E nas longas e horríveis noites que se seguiram, a
menina não dormiu, e o primeiro pensamento dela
quando aconteceu tinha sido por estar decepciona-
da que o bolo tivesse desaparecido. Era um pensa-
mento nascido do choque e horror, não de egoísmo,
mas a menina não tinha como entender isso. E en-
quanto ficava acordada se torturando, com saudade
da mãe, algo se afastou de sua cama e a observou,
olhos enormes e pálidos observando silenciosamen-
te. Algum dia pode ter a coragem de falar com ela.
Fatores: Dor, Dinheiro, Morte
Invocação Acidental: Masey
Seu nome é Mason, mas seus pais o chamam de
Masey. Ele odeia isso, e ele os odeia. Ele odeia tanto
que ele disse que os mataria se não o abandonassem.
Eles riram e achavam que ele era hostil porque tinha
quatorze anos.
E então, Masey perguntou a algumas pessoas na
escola sobre venenos, e algumas meninas menciona-
ram a belladona (que Masey pensou que era o nome
da estrela pornô - e era mesmo, mas também um
veneno...). Ele procurou e encomendou algo com
o cartão de crédito de seu pai, e então pesquisou
como misturá-lo com vinho para mascarar o sabor.
Ele envenenou os dois e, antes de chamar a polícia,
sentou-se no sofá, fumou uma tigela e jogou video-
games durante oito horas consecutivas.
Mason é mesquinho, vicioso, mas acima de tudo,
preguiçoso. Ele nunca notou os símbolos na caixa
em que o veneno chegou. Nunca percebeu as sílabas
esquisitas que seus pais soltaram enquanto engasga-
vam a vida. E, obviamente, ele não percebeu a coi-
sa molhada, com fome, como uma pequena lontra
coberta de pêlo preto-azulado, que se arrastou para
fora da garrafa de vinho. Tem dormido no seu cal-
çado desde então. Quem sabe o que sua mordida
pode fazer?
Fatores: Ervas e Plantas, Morte, Símbolos Ocultos
No Sangue
Talvez até mais aterrorizante do que um demônio
convocado por acidente é uma pessoa que pode con-
vocar demônios sem treino, sem conhecimento de
ocultismo e sem inclinação particular a fazê-lo. Tais
pessoas são tocadas pelo sobrenatural desde o nas-
cimento, embora os motivos e detalhes dessa influ-
ência variem. Em termos de mecânica do jogo, essas
pessoas têm a Vantagem Língua do Dragão (p. 126),
permitindo que eles falem a língua dos demônios, e
assim os convocam sem a necessidade de um ritual.
Um locutor-demoníaco geralmente não sabe que
está usando a Língua do Dragão. Para ele, o dis-
curso soa como sua língua nativa, mesmo quando
vem de sua própria boca. Os locutores-demoníacos
descobrem seu dom de várias maneiras. Alguns, é
claro, encontram demônios e falam com eles instin-
tivamente. Outros se unem com ocultistas, demo-
nólogos, magos ou outros indivíduos com interesse
no assunto. A Língua do Dragão é semelhante ao
idioma dos espíritos, que um personagem que ouve
essa linguagem (talvez ouvindo dois lobisomens con-
versando na Primeira Língua) possa descobrir sua
habilidade Infernal.
Em qualquer caso, conhecer a Língua do Dra-
gão remove a necessidade de testes de invocação e
negociação no processo de convocação. Enquanto a
atração for produzida corretamente, o personagem
pode falar com o demônio e abrir as negociações. O
personagem também é capaz de invocar demônios
menores de propósito (como descrito acima em In-
vocações acidentais). O locutor-demoníaco precisa
fornecer fatores suficientes para chamar a atenção
de um demônio e adicionar pelo menos uma gota
de sangue na mistura de alguma forma. Ele então
chama na Língua do Dragão, e o jogador rola Mani-
pulação + Ocultismo.
Resultados do Teste
Falha Dramática: Um demônio responde, mas
é muito mais poderoso do que o locutor-demonía-
co estava esperando, e não menos prezado por sua
perspicácia linguística. Se ele tiver sorte, o demônio
simplesmente vai embora. Caso contrário, pode ata-
cá-lo ou possuí-lo.
Falha: Nenhum demônio responde a sua tentati-
va de atraí-lo.
Sucesso: Um demônio menor, provavelmente
um Deceptor ou Immundus, mas possivelmente
uma Larval se ele usou uma âncora em sua tentativa
de convocação, aparece. O locutor-demoníaco pode
tentar abrir negociações, mas o demônio é muito
fraco para formar um pacto.
Sucesso Excepcional: O demônio é mais pode-
roso, mas ainda está bem disposto em relação ao lo-
cutor-demoníaco. O locutor-demoníaco pode abrir
negociações, e o demônio pode formar um pacto
com ele.
Modificadores Sugeridos: O Vício do locutor-de-
moníaco é apropriado aos fatores que ele usa para
atrair o demônio (+3; discrição do Narrador), o lo-
cutor-demoníaco recuperou Força de Vontade de
seu Vício durante a cena (+2), o locutor-demoníaco
falou com demônios antes (+1, não cumulativo), o
locutor-demoníaco fez um pacto menor no passado
(+1, não cumulativo), o locutor-demoníaco atual-
mente está envolvido em um pacto (+2), o locutor-
-demoníaco recuperou a Força de Vontade de sua
Virtude no último dia (-2).
Sussurrantes
Um método final de convocação de demônios
envolve ouvir a adulação dos Sussurrantes (p. 54).
Esses pequenos demônios são incapazes de interagir
fisicamente com o mundo humano, mas podem im-
plantar idéias e conhecimento nas mentes dos seres
humanos. Ao longo do tempo, um Sussurrante pode
dar a uma pessoa toda a informação que precisa para
convocar um demônio.
Alguns Sussurrantes instruem os ocultistas hu-
manos a como organizar as circunstâncias que ca-
pacitam o Sussurrante. Isso pode permitir que ele
cresça em status e Posto, eventualmente permitindo
que o Sussurrante seja convocado para o mundo hu-
mano e adorado.
Mais frequentemente, o Sussurrante está sob o
comando de um demônio mais poderoso, um que
tem um ritual de convocação estritamente definido.
O demônio, agora tão distante da forma pura de seu
Vício, que não pode falar aos seres humanos sem
permissão, instrui o Sussurrante a guiar um provável
candidato até o ritual, a chamar as chamas do Vício
do alvo e plantar a noção de que um demônio po-
deria ajudá-lo a alcançar seus objetivos. É claro que
muitos humanos descontam essas noções, porque,
independentemente dos detalhes de sua religião,
eles realmente não acreditam nos demônios. Mas
Sussurrantes também tem maneiras de contornar
isso. Eles podem providenciar para que a pessoa
testemunhe a alimentação de um vampiro ou um
lobisomem mudando de forma, ou alguma outra de-
monstração comparativamente menor do sobrena-
tural. E com isso exposto, o alvo conhece a verdade
- há poder para ser tomado.
Aprender com um Sussurrante remove grande
parte da adivinhação de encontrar um ritual, mas
também corre o risco de irritar o ocultista. Toda vez
que o ocultista sonha ou recupera Força de Vonta-
de com seu Vício, o Narrador deve rolar o Poder
+ Refinamento do Sussurrante. Todos os sucessos
são adicionados ao total do ocultista para pesquisar,
traduzir ou descobrir o ritual de convocação de um
83
invocando demonios
 demônio. Uma vez que o ocultista tenha o ritual,
o Sussurrante não pode fazer nada para ajudá-lo a
realizar, mas a influência do Sussurrante reduz as
chances de que a fase de invocação ou negociação
falhe. O jogador aplica um modificador +2 a ambos
os restes.
Pactos com
o Inferno
Um ocultista pode fazer um pacto com um de-
mônio por qualquer das razões pelas quais ele pode
convocar um. Alguns querem poder, alguns querem
um único favor. Na maioria das vezes, o motivo pode
ser rastreado até o Vício e, portanto, o motivo geral-
mente informa o tipo de demônio a ser convocado.
O ocultista nativo que quer o poder de rasgar seus
inimigos em pedaços de carne é improvável que in-
voque um demônio conhecido por Preguiça, afinal.
Como mencionado acima, também é possível in-
vocar um demônio para fins altruístas - curar uma
doença incurável, por exemplo, ou regenerar um
membro perdido. Embora possa ser dito que tentar
mudar o destino dessa maneira, é uma coisa mais
ousada e, portanto, uma marca de Orgulho, essa é
uma atitude bastante fatalista. Um demônio pode
ser convocado por razões virtuosas, mas isso signifi-
ca que, quando o negócio do pacto acontece, o de-
mônio precisa de um pouco mais de tentativa para
realizar o que o convocador tem em mente. Como
mencionado, porém, tais convocadores geralmente
não têm muito espaço para negociar de qualquer
maneira.
Do ponto de vista dos sistemas de jogo, os pactos
possuem três componentes. O Benefício é o favor que
o mortal ganha do demônio. O Sacrifício é o preço
que ele paga por esses favores. Finalmente, a Duração
é o período de tempo que dura o pacto. Cada um
desses componentes é discutido em detalhes abaixo.
O Benefício
Os Benefícios são divididos em dois tipos distin-
tos, características e serviços. Um demônio pode teo-
ricamente aumentar qualquer característica na ficha
de um personagem, embora alguns demônios sejam
melhores do que outros. Os demônios também po-
dem conceder poderes sobrenaturais. Os serviços,
por outro lado, permitem aos Endividados manter
o próprio corpo e a mente limpas de manchas de-
moníacas... dependendo do Sacrifício que ele deve
fazer.
Um demônio concede Benefícios em proporção
ao Sacrifício feito. O demônio não tem nenhuma
maneira de conceder um Benefício maior do que
84
Capitulo dois - pactos infernais
recebe no Sacrifício; usa a energia do Sacrifício para
alimentar o Benefício. Claro, um demônio pode
conceder um Benefício fraco na troca por um Sacri-
fício pesado. Na verdade, esse é geralmente o objeti-
vo do demônio.
Os Benefícios e os sistemas de jogos são descritos
abaixo.
Aumento de Características
O tipo mais simples de Benefício para entender
a partir de uma perspectiva de mecânica de jogo é o
de aumento de características. Um demônio pode
aumentar qualquer característica na ficha do perso-
nagem, que também inclui a concessão de caracte-
rísticas como Vantagens. Algumas características, no
entanto, são mais complexas do que outras. O “cus-
to” de uma característica, quando comparado a um
Sacrifício, não está no tipo de característica ou no
número de pontos, mas sim em quanto o demônio
tem que alterar o mundo para que a característica
funcione.
Dito de outro jeito, é uma questão simples para
um demônio da Avareza transformar um Endivida-
do num negociante perspicaz. Tudo o que ele tem a
fazer é tornar o homem mais inteligente, mais nítido
e mais implacável. Isso se reflete em características
de jogo ao criar Raciocínio, Manipulação, Astúcia
ou possivelmente Erudição. Mas se o Endividado
apenas quiser ser rico, então o demônio deve con-
ceder a Vantagem Recursos... e isso é mais difícil,
porque esse dinheiro deve vir de algum lugar. Onde
antes o demônio estava mudando apenas uma pes-
soa, agora tem que colocar em movimento uma ca-
deia de eventos que leva a um homem receber em
dinheiro.
Para fins de Benefícios, as características são di-
vididas em três categorias: interna, mista e externa.
Características Internas: Todos os Atributos, todas
as Habilidades Físicas e suas Especializações, todas
as Habilidades Sociais e suas Especializações, exceto
Manha, todas as Vantagens Mentais, exceto Conhe-
cimento Enciclopédico, todas as Vantagens Físicas,
Aparência Surpreendente. Aumentar essas caracte-
rísticas requer um Sacrifício Menor, um por carac-
terística.
Características Mistas: Todas as Habilidades Men-
tais e suas Especializações e a Vantagem Conheci-
mento Enciclopédico. Aumentar essas características
requer um Sacrifício Maior, um por característica.
Características Externas: Todas as Vantagens So-
ciais exceto Aparência Surpreendente. Aumentar
essas características requer um Sacrifício Mortal, um
por característica.
Essas divisões cobrem apenas as características do
Livro de Regras do Mundo das Trevas. Se o Nar-
rador permitir Vantagens de outros livros, terá que
fazer o julgamento em relação a qual categoria elas
pertencem. Note que a questão não é se a caracte-
rística pode ou não se desenvolver no vácuo. Um
personagem não conseguiu aprender um estilo de
luta sem algumas instruções e, portanto, interação
com outras pessoas. A questão é se o mundo exter-
no deve ou não ser envolvido para que o aumento
da característica melhore. As Habilidades Mentais,
uma vez que dependem de conhecimento específi-
co e factual do mundo exterior, exigem um pouco
mais de esforço do que as Habilidades Físicas, mas
não tanto quanto as Vantagens Sociais. Para essas
caracteristicas, o demônio tem que mudar eventos
além do alcance do pacto, e isso requer um Sacrifí-
cio poderoso.
Para fins de um pacto, um aumento de caracterís-
tica envolve elevar essa característica para qualquer
nível de ponto que o personagem poderia obter (o
que geralmente significa um máximo de 5 pontos).
As avaliações além deste máximo humano exigem
uma característica sobrenatural, discutida abaixo.
Cada característica exige um Sacrifício, no entanto,
o que significa que um Endividado que quer Força
5, Briga 5 e Fama 2 teria que fornecer dois Sacrifí-
cios Menores e um Sacrifício Mortal.
Características Sobrenaturais
Os demônios podem conceder aos indivíduos
Endividados o poder de exercer a magia Infernal.
Eles são, no entanto, limitados a características que
ressoam com o controle de seu Vício. Qualquer de-
mônio pode conceder poderes para um ser humano
que sejam mecanicamente idênticos as Numes, des-
de que o poder seja algo pelo qual um ser humano
possa encontrar um uso. Por exemplo, um demônio
da Ira concede a uma pessoa o poder de lançar fogo
escaldado e apavorante em seus inimigos (a Nume
Rajada), mas não pode conferir a Nume Materiali-
zar, já que o Endividado já possui um corpo. As Nu-
mes podem fornecer um guia fácil para os tipos de
poderes que os demônios podem conceder. O Nar-
rador só precisa usar algum senso comum ao decidir
quais são aplicáveis.
Além de Numes, porém, o demônio também
pode conceder outros poderes. Abaixo estão 21
possíveis poderes que os demônios podem conce-
der. Três são fornecidos pelo Vício, um que requer
um Sacrifício Menor, um que requer um Sacrifício
Maior, e um que exige um Sacrifício Mortal.
• Possessão é Propriedade (Avareza): Se o En-
dividado pode roubar um objeto de um alvo sem
o seu conhecimento, o alvo pode esquecer que ele
já o possuiu. O Endividado rouba o item como de
costume (o jogador pode precisar rolar Dissimulação
ou Furto, conforme apropriado). Nesse ponto, o jo-
gador do alvo rola Perseverança + Autocontrole – a
Manipulação do personagem Endividado. Se o teste
for bem-sucedido, a vítima mantém o conhecimen-
to completo do item e responderá normalmente à
sua perda. Se o teste falhar, o personagem esquece
que ele já possuiu o objeto, e mesmo que ele veja o
personagem Endividado com ele não o reconhece.
85
pactos com o inferno

Características Superlativas
Claro que, se o aumento de uma característica em
um ponto e aumentar em cinco pontos custa a mes-
ma coisa, por que você nunca levaria menos do que o
máximo?
Resposta:Você não faria. O processo de se vender para
um demônio é um dos que tem uma extrema força. O
personagem se torna tão forte, inteligente, bonito ou
esperto como sempre poderia ser, sem tentar. Mas ele
não ganha por si mesmo; Ele troca sua alma (figurati-
vamente falando) por essa força, e, mais cedo ou mais
tarde, voltará a mordê-lo.
E do ponto de vista do “equilíbrio do jogo”, um per-
sonagem dificultado pelos sacrifícios que tem alguns
dados extra em um teste não é invencível por qualquer
meio.
Ele tem apenas mais bagagem moral (e temporal) para
lidar com isso.
Um “objeto” para fins deste Benefício é qualquer
item em que o personagem Endividado possa se mo-
ver com ele, então, enquanto é possível afetar um
carro com o Benefício (afastando-o), o personagem
não pode roubar uma casa. Ele pode roubar ações, é
verdade, mas isso simplesmente significa que o alvo
esquecerá que possui uma cópia da ação; Ele ainda
se lembra de possuir a própria casa. Este poder re-
quer um Sacrifício Menor.
• Tudo Que Eu Vejo é Meu (Avareza): O Endi-
vidado possui tudo o que ele vê, se não num sentido
literal, então em um sentido espiritual. Como tal, ele
proíbe os objetos materiais de conceder seus bônus a
outras pessoas. O jogador gasta um ponto de Força
de Vontade e rola Manipulação + Intimidação. Se
o teste for bem-sucedido, quaisquer bônus deriva-
dos de equipamentos (em oposição a circunstâncias
ambientais) aplicam penalidades. Isso se aplica ao
bônus de danos às armas. O Endividado não pode,
no entanto, afetar itens mágicos ou fetiches com este
Benefício. Esse poder requer um Sacrifício Maior.
• Lucro Imundo (Avareza): O personagem pode
envenenar dinheiro, pedras preciosas ou qualquer
outro item de valor, permitindo-lhe matar pessoas
com a própria ganância. O Endividado deve tocar o
item em questão enquanto o jogador rola Presença
+ Vigor. Se o teste for bem sucedido, o item fica re-
vestido com um veneno com um nível de Toxicida-
de igual ao número de sucessos obtidos. A próxima
pessoa que pegar o item com a intenção de ficar com
ele, adoece. Sua mão fica preta e a pele se esconde
em colméias espalhando-se pelo corpo. O jogador
da vítima rola Vigor + Perseverança com uma pena-
lidade igual ao nível de Toxicidade do veneno. Se
86
Capitulo dois - pactos infernais
esse teste falhar, o personagem sofre imediatamente
o nível de Toxicidade em danos letais. O Endivida-
do pode utilizar este Benefício apenas em itens com
valor monetário, mas sem outra utilidade prática.
Ou seja, ele não poderia usar isso em um telefone
celular, por mais caro que seja, porque um celular é
útil, independentemente do custo. Mas ele poderia
usá-lo em uma peça de joalheria, um maço de di-
nheiro ou mesmo (a critério da Narrador) uma peça
de arte. Este poder requer um Sacrifício Mortal.
• O Mundo é um Banquete (Gula): O Endivida-
do pode comer qualquer material orgânico sem efei-
tos negativos. Isso o torna imune a venenos, toxinas,
alimentos apodrecidos e quaisquer outros efeitos
flagrantes de sua dieta. O personagem pode apro-
veitar os efeitos das drogas recreativas, mas requer
o dobro da dose habitual para que tenham algum
efeito. Isso pode permitir que o glutão experimente
substâncias cujas doses normalmente seriam letais,
desde que seja cuidadoso. Este Benefício requer um
Sacrifício Menor.
• Dores de Fome (Gula): O Endividado que acei-
ta um pacto de um demônio da Gula nunca se sente
saciado. A fome é simplesmente o seu estado padrão
a partir de então. Com este Benefício, os Endivida-
dos podem transferir esses sentimentos de fome para
uma vítima, e depois multiplicá-los muitas vezes. O
jogador do Endividado rola Força + Perseverança - o
Vigor da vítima. Se este teste for bem-sucedido, o
alvo se dobra em dor (-3 em todas as ações pelo resto
da cena, se o personagem tiver a Vantagem Vontade
de Ferro, essa penalidade é minimizada como se fos-
se uma penalidade de ferimento). Esta penalidade
é cumulativa com as outras penalidades sofridas. O
alvo também sofre 1 ponto de dano por contusão
por sucesso no teste do personagem Endividado.
Dores de Fome pode ser usado em qualquer pessoa
dentro da linha de visão do Endividado. Se o perso-
nagem deseja usá-lo em vários alvos, o jogador sub-
trai o Vigor +1 mais alto do teste de ativação. Este
Benefício requer um Sacrifício Maior.
• Banquete na Fome (Gula): Este poder horrível
permite que os Endividados matem seus inimigos
por fome ou desidratação simplesmente comendo e
bebendo. Quando o Endividado come uma refeição
ou bebe uma bebida, o(s) alvo(s) desperdiçam, mor-
rendo emaciado ou dessecado. O Endividado deve
primeiro marcar suas vítimas. Isso exige que o En-
dividado toque as vítimas e gaste um ponto de For-
ça de Vontade (O Endividado pode marcar apenas
tantas pessoas ao mesmo tempo quanto seu nível
de Força de Vontade). Depois disso, cada vez que o
Endividado come ou bebe, seu jogador testa Força
+ Perseverança – o Vigor mais alto entre as vítimas
atualmente marcadas. Todas as vítimas marcadas so-
frem o número resultante de sucessos em dano con-
tusivo. Para causar esse dano, o glutão precisa comer
uma porção de comida (aproximadamente 100g) ou
beber 200ml de líquido. Como tal, os Endividados
podem absorver uma garrafa de refrigerante de dois
litros e ter uma boa chance de matar suas vítimas,
especialmente porque o alcance não é um fator uma
vez que a vítima tenha sido marcada. Este Benefício
exige um Sacrifício Mortal.
• Melhor que Você (Inveja): O Endividado não
pode perder. É parte de sua própria identidade que
ninguém seja melhor do que ele é em qualquer
coisa. Este Benefício facilita esse objetivo irreal. O
Endividado acrescenta seu nível de Inteligência ao
modificador de Iniciativa. Além disso, ele recebe um
modificador +2 em qualquer teste disputado. Final-
mente, se um teste disputado for fixo sem rolagem,
ele é tratado como o vencedor, não importa o que o
teste em questão geralmente estipule. Este Benefício
requer um Sacrifício Menor.
• Eu Sabia (Inveja): O Endividado não aguenta
pronunciar as palavras: “Não sabia disso”. Mas com
este Benefício, ele nunca precisa. Com um toque, o
personagem pode absorver pontos das Habilidades
Mentais de um alvo. Isso requer um teste disputado
e Manipulação + Astúcia para o Endividado contra
Perseverança + Autocontrole do alvo. Se o Endivida-
do ganhar, ele absorve uma série de pontos em Ha-
bilidades Mentais, iguais aos sucessos. O alvo pode
comprar esses pontos com pontos de experiência à
metade do custo normal, arredondando para baixo,
mas eles são perdidos. O Endividado também pode
optar por absorver fatos específicos do alvo - memó-
rias, senhas e outras informações não regidas por
uma Habilidade. Esta informação deve ser devolvida
normalmente. Este Benefício requer um Sacrifício
Maior.
• Tudo o que Você Sente e Vê (Inveja): O En-
dividado rouba toda a entrada sensorial recebida
por um alvo. O alvo torna-se cego, surdo e incapaz
de cheirar, provar ou sentir as coisas ao seu redor.
Isso torna o alvo incapaz de manobrar corretamente
(como ele não pode sentir seus pés) e se perde em
um mundo de silêncio e escuridão. O Endividado
pode manter essa pessoa nesta prisão de privação
sensorial enquanto ele desejar. Durante este tempo,
ele pode usar os sentidos da vítima, vendo através de
seus olhos ou ouvindo o que ele ouve, mas, como ele
provavelmente estará caído no chão, isso não é to-
talmente útil. Muitos Endividados usam esse poder
por assassinato e caos, roubando a entrada sensorial
quando a vítima está atrás do volante de um carro
ou em uma escada alta. Os efeitos deste Benefício
duram enquanto o Endividado se concentra. O En-
dividado pode afetar qualquer vítima que possa ver,
mesmo que veja a vítima através de um meio eletrô-
nico (Ele deve ver a vítima em tempo real, no en-
tanto, não uma gravação). O jogador do Endividado
rola Raciocínio + Manipulação em um teste disputa-
do contra a Perseverança + Autocontrole da vítima.
Se o Endividado ganhar, ele pode roubar qualquer
ou todos os sentidos da vítima pelo tempo que dese-
jar. Ele não precisa manter contato visual depois que
o poder tenha sido ativado, mas tem que se concen-
trar (-1 em todas as outras ações). Este poder requer
um Sacrifício Mortal.
• Salto de Fúria (Ira): Com um grunhido de
raiva, o personagem salta muito mais do que ele
poderia normalmente. O personagem triplica todas
as distâncias de salto (ver pág. 67 do Livro de Re-
gras do Mundo das Trevas). Então, para um salto
vertical, o personagem recebe 1 metro por sucesso
no teste de Força + Esportes. Se o personagem está
pulando em um alvo que ele pretende atacar, no en-
tanto, as distâncias normais são multiplicadas por
cinco. Como tal, um personagem que deseja saltar
para a varanda de uma ex-balconista (6 metros no
ar) e golpeá-la exigiria que o jogador consiga 4 suces-
sos no teste de Esportes. Obter este Benefício requer
um Sacrifício Menor.
• Fúria Cega (Ira): O personagem entra em uma
fúria bizarra, durante a qual ele não sente dor e ata-
ca com força aterrorizante. O personagem pode en-
trar nesta fúria com o gasto de um ponto de Força
de Vontade, ou pode entrar automaticamente após
qualquer ação que daria ao personagem um ponto
de Força de Vontade pelo Vício Ira. Se o persona-
gem escolhe esta última opção, ele não recupera
um ponto de Força de Vontade pela Ira, mas se a
parada de Força de Vontade do personagem estiver
cheia, ele ainda pode entrar em fúria dessa maneira
sem perder um ponto. Enquanto estiver em Fúria
Cega o personagem não sofre penalidades de feri-
mentos. Se as caixas de Vitalidade do personagem
estiverem cheias de dano, o jogador não precisa rolar
Vigor para que o personagem permaneça conscien-
te - sua própria raiva o sustenta. Se a última caixa
de Vitalidade do personagem estiver marcada com
danos letais, no entanto, ele ainda fica incapacitado
(veja a página 173 do Livro de Regras do Mundo
das Trevas). Além disso, o personagem faz Ataques
Totais automaticamente (p. 157 do Livro de Regras
do Mundo das Trevas), mas recebe um bônus de
+4 em seu teste de ataque (No entanto, ele ainda
perde sua Defesa). Finalmente, o dano desarmado
do personagem é considerado letal enquanto a Fúria
Cega estiver em vigor. Fúria Cega dura até que o per-
sonagem não tenha alvos restantes, e depois dimi-
nui. Durante a próxima hora, no entanto, o jogador
deve rolar Perseverança + Autocontrole sempre que
o personagem estiver tão incomodado. Se este teste
falhar, a Fúria se apaga novamente. Este Benefício
requer um Sacrifício Maior.
• Protegido pelo Sangue (Ira): O demônio
concede imunidade do personagem ao dano físico,
desde que sua carne seja manchada com o sangue
de seu inimigo. Quando a pele do Endividado for
manchada com sangue de um inimigo, qualquer
ataque direto feito nele não inflige nenhum dano.
Armas e balas saltam inofensivamente de sua pele,
e os punhos se conectam com o que parece rocha.
Para os propósitos deste Benefício, o sangue que
87
pactos com o inferno
 toca a pele do personagem deve ser de alguém ainda
vivo (ou ainda existente, pelo menos - uma criatura
morta como um vampiro pode ser o adversário do
Endividado) e não deve estar a mais de uma hora do
corpo do adversário. Como tal, o Endividado nor-
malmente “ativa” esse Benefício tirando sangue em
um campo de batalha - um simples golpe no nariz
geralmente é suficiente. O Endividado deve ter cui-
dado, no entanto. A imersão na água, ou mesmo
uma tempestade repentina, pode torná-lo vulnerável
mais uma vez. Além disso, este Benefício não oferece
proteção contra danos acidentais. Um personagem
preso em um edifício em chamas ainda queimaria,
não importava quanto o sangue estivesse sobre ele (a
menos que alguém deliberadamente queime-o para
matá-lo). Este poder requer um Sacrifício Mortal.
• Voz do Incubus (Luxúria): A voz do persona-
gem se torna tão suave e sedutora que leva aqueles
que o ouvem a atos de abandono carnal que nor-
malmente não considerariam. Em termos de jogo,
este Benefício muda o sistema de Sedução (veja a
página 84 do Livro de Regras do Mundo das Tre-
vas) de um teste disputado entre o sedutor e o alvo
para uma ação simples na qual o jogador do sedutor
rola Presença ou Manipulação + Persuasão – a Perse-
verança do alvo. Aparência Surpreendente e outros
modificadores de “equipamentos” ainda se aplicam,
mas o alvo é muito menos capaz de resistir. O alvo
não estará convencido de fazer nada além de con-
cordar com uma tentativa sexual com o sedutor, no
entanto; Não importa quão sexy seja a voz, o sedutor
não pode convencer alguém a roubar um banco ou
pular uma ponte. Este Benefício requer um Sacrifí-
cio Menor.
• Charme do Abuso (Luxúria): Uma das coisas
que confundem as pessoas sobre os relacionamentos
abusivos é que a vítima muitas vezes defende o agres-
sor, e retorna a ele de vez em quando, esperando
que esta vez seja diferente. Os abusadores, é claro,
prosperam com essa atitude, se eles realmente que-
rem mudar ou não. O Endividado com este Bene-
fício tira essa mesma esperança errada e canaliza-a
em uma proibição espiritual de comportamento -
alguém que ele prejudicou no passado é impotente
contra ele. Em termos de jogo, se o Endividado pre-
judicou um alvo no último mês (isto inclui danos
emocionais, físicos, psicológicos e espirituais, alguns
dos quais podem depender do Narrador para quan-
tificar), o alvo não recebe nenhuma Defesa contra
ele no combate. Além disso, todas as características
de resistência são consideradas dois a menos quan-
do aplicados contra o Endividado. Este Benefício
requer um Sacrifício Maior.
• Turbilhão da Paixão (Luxúria): Dante compa-
rou os desejos dos luxuriosos com um ciclone, e o
Endividado com este Benefício pode realmente lan-
çar um alvo nas profundezas do abandono perigoso.
O personagem toca o alvo e o jogador rola Mani-
pulação + Presença (disputada pela Perseverança +
88
Capitulo dois - pactos infernais
Autocontrole da vítima). Se o número de sucessos
do Endividado for igual ou superior aos da vítima,
o alvo sente um súbito aumento de energia. Todos
os seus desejos, sejam luxuráveis ou não, serão au-
mentados até certo ponto, geralmente, apenas pelos
usuários habituais de drogas. Durante este tempo,
ele sofre uma penalidade de -5 para fazer qualquer
coisa, exceto alimentar suas luxúrias, mas seus Atri-
butos Físicos são considerados 1 ponto maior (com
o aumento resultante em Iniciativa, Vitalidade e
Deslocamento). Este efeito dura 12 horas, mas no
final desse tempo, a vítima infeliz recebe o salário do
pecado - a morte. O jogador da vítima sofre imedia-
tamente uma série de ferimentos agravados, igual ao
número de sucessos que o jogador do Endividado
rolou para ativar esse poder. Isso provavelmente não
vai matar o personagem, embora certamente o para-
lize. Mas se a vítima se entregou a atividades que a
deixaram levemente ferida, o dano resultante pode
acabar com ela. Este dano manifesta-se como um
ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral. Este
Benefício exige um Sacrifício Mortal.
• Ar de Superior (Orgulho): Algumas pessoas
podem ter acesso a áreas restritas, não porque pos-
suem credenciais, mas porque parecem estar lá e
são muito intimidantes para se parar. O Endivida-
do projeta esse ar, permitindo que ele percorra as
barricadas da polícia e nas salas VIP com nada além
de um sorriso e postura que pergunta: “Você vai me
parar?” O jogador rola Presença + Intimidação, com
um modificador negativo compatível com a situação.
Entrar em um bar com uma fila longa pode impor
apenas uma penalidade de -1, ou nenhuma. Cruzar
uma cena de crime de alto perfil seria um -3. Obter
acesso a um chefe de Estado pode impor um -5. Se o
teste falhar, é negado o acesso e o personagem ime-
diatamente perde um ponto de Força de Vontade.
Este Benefício requer um Sacrifício Menor.
• Maior que a Vida (Orgulho): O personagem
Endividado torna-se tão imponente que os inimigos
não podem atacar. O personagem não muda fisica-
mente, mas as sombras são pesadas ao redor dele e
os exércitos do Inferno parecem estar à sua disposi-
ção. Os oponentes que desejam atacá-lo devem ter
sucesso em um teste de Perseverança + Autocontro-
le, com um modificador negativo igual à Presença
do Endividado. O Endividado pode gastar um pon-
to de Força de Vontade para duplicar essa penalida-
de por uma vez (Isso é relevante no caso de outros
adversários chegarem mais tarde, eles ainda devem
superar seu medo de atacar o Endividado, mas na
penalidade normal). Os oponentes que são imunes
ao medo supernaturalmente infligido são imunes a
esse poder. Os personagens em frenesi ou Fúria da
Morte não são imunes, mas este Benefício imedia-
tamente converte o frenesi em medo cego, fazendo
com que o personagem fuja da área. Esse poder re-
quer um Sacrifício Maior.
• Senhor dos Demônios (Orgulho): O Endivi-
dado ganha algum poder sobre demônios menores.
Ele é capaz de convocar um a vontade e forçá-lo a fa-
zer sua oferta. Isso requer o gasto de 1 ponto de For-
ça de Vontade e um teste de Presença + Ocultismo,
com uma penalidade igual ao Posto do demônio.
Um Endividado não pode convocar um demônio
cuja posto seja maior do que seu nível em Ocultis-
mo. Se o teste for bem sucedido, o demônio aparece
por uma cena, e faz o que o Endividado exige. Note,
no entanto, que esse poder não obriga a lealdade
além da duração do Benefício, e assim um perso-
nagem que maltrata seus servos pode descobrir que
eles não são imediatamente banidos de volta ao In-
ferno quando seu tempo acabar com seus escravos.
O Endividado pode convocar um demônio de
um determinado Vício, mas não faz outra especifi-
cação além disso. Um Endividado pode chamar um
demônio da Ira para ajudar em uma luta, por exem-
plo, ou um demônio da Inveja ao tentar descobrir
a fraqueza de um oponente. Este poder requer um
Sacrifício Mortal.
• Comer é Cansativo (Preguiça): O Endivida-
do não precisa mais comer, beber ou excretar. Essas
responsabilidades básicas da vida são apenas muito
cansativas. O personagem, no entanto, não perde
a necessidade de dormir. Em vez disso, um Endivi-
dado provavelmente passa a maior parte do tempo
adormecido apenas porque ele é muito preguiçoso
para se levantar. Este não é sempre o caso, no entan-
to. Um personagem preguiçoso simplesmente deseja
evitar qualquer tipo de atividade que ele não encon-
tra diversão, ao invés de qualquer atividade (mas ele
precisa dormir de qualquer maneira). Este Benefício
requer um Sacrifício Menor.
• Roubar Motivação (Preguiça): Enquanto um
Endividado Prudente pode intimidar seus inimigos
para se afastarem de uma briga, um personagem
preguiçoso os torna simplesmente apáticos para se
incomodarem. O jogador rola Autocontrole + Persu-
asão. Qualquer pessoa na área imediata (dentro de
um raio de 15 metros) disputa esse teste com Força
+ Inteligência. Se o alvo ganha, ele pode agir normal-
mente. Se o Endividado ganha, qualquer ação deli-
berada (ou seja, qualquer ação que o personagem
pretenda realizar; a resistência reflexa e os testes de
percepção são imunes) sofre uma penalidade de -5.
Os personagens simplesmente não conseguem reu-
nir motivação para fazer qualquer coisa. Os efeitos
do Benefício persistem por uma cena. Este Benefí-
cio requer um Sacrifício Maior.
• Coração Partido (Preguiça): Nos tempos me-
dievais, a “preguiça” era muitas vezes equiparada ao
desespero ou à tristeza - uma falta de exultar na gló-
ria do Senhor. Este Benefício permite que o Endi-
vidado acompanhe essa interpretação, incapacitan-
do um alvo com depressão. O personagem precisa
apenas olhar para o alvo para iniciar o processo. O
jogador do Endividado faz um teste estendido e dis-
putado (Inteligência + Manipulação do Endividado
contra Perseverança + Autocontrole do alvo). Cada
teste representa uma cena, durante a qual o Endivi-
dado olha continuamente para a vítima (Ele pode
seguir a vítima, se estiver tão inclinado, para mantê-
-lo à vista). A vigilância constante não é necessária,
mas se a cena terminar com a vítima fora da visão
do Endividado, os efeitos do Benefício terminam. O
alvo da vítima é o nível de Força de Vontade do En-
dividado, enquanto o número alvo do Endividado é
de 5 sucessos. Se a vítima chegar ao seu alvo antes
que o Endividado chegue ao seu, os efeitos do Bene-
fício são cancelados. Se o Endividado ganhar, a víti-
ma ganha a perturbação depressão (p. 97 do Livro
de Regras do Mundo das Trevas). Esta perturbação
dura uma semana. Se o Endividado usa esse poder
no alvo durante essa semana (ou em um alvo que já
possui a perturbação depressão), o desarranjo é “atu-
alizado” para a versão grave, melancolia. Isso repõe o
relógio, por assim dizer - sem mais intrusão, a melan-
colia dura uma semana. Se o alvo ganha uma pertur-
bação normalmente durante esta semana (ao falhar
em um teste de Moralidade após a degeneração), a
depressão ou a melancolia se tornam permanentes.
Caso o Endividado use este Benefício em um
alvo que já tenha melancolia, seja pelo uso desse po-
der ou, naturalmente, o alvo se torna suicida. Se não
fisicamente parado, ela tenta se matar nas próximas
24 horas. Este poder requer um Sacrifício Mortal.
Serviços
Algumas pessoas fazem pactos com demônios
não por poder ou dinheiro, mas por favores que
o demônio possa realizar. Esses serviços são muito
menos tributários para o demônio do que remode-
lar o corpo de uma pessoa, e assim os demônios ge-
ralmente ficam satisfeitos por fazer tais pechinchas
(com exceção dos demônios da Preguiça, é claro,
quem preferiria obter o Sacrifício sem oferecer ne-
nhum Benefício). Um demônio pode realizar qual-
quer ação dentro do seu poder por um Sacrifício
Menor (pagamento antecipado, obviamente). Se o
Endividado quer que o demônio faça algo que nor-
malmente não possa fazer, o preço vai até um Sacrifí-
cio Maior. Se o serviço se destina a se estender além
de um único favor, a categoria Sacrifício sobe um
passo, ou um Sacrifício adicional é necessário.
Por exemplo, um ocultista chama um demônio
da Luxúria e quer sua ajuda para seduzir o alvo de
seu carinho. O demônio é capaz de influenciar o
estado de ânimo da menina, de modo que a cutuca
com a inclinação para dormir com o bastardo está
bem dentro do poder do demônio. Isso exigiria um
Sacrifício Menor. Se o ocultista quer que o demô-
nio atenda a sedução e a consumação, o demônio
teria que estar Materializado. Como este demônio
particular não possui esta Nume, é necessário um
Sacrifício Maior. Se o ocultista quer que o demónio
89
pactos com o inferno
 não só seduza a garota, mas depois a constrangê-la
publicamente, ele deve ao demônio dois Sacrifícios
Maiores ou um Sacrifício Mortal. Mas, se o ocultis-
ta quer que o demônio o sirva por um período de
tempo determinado, permanecendo insubstancial,
mas atuando como uma espécie de afrodisíaco má-
gico para qualquer mulher sobre a qual ele fixa suas
vistas, ele poderia conceder ao demônio dois Sacri-
fícios Menores ou um Sacrifício Maior. Nesse caso,
ele não está perguntando ao demônio por algo que
não poderia normalmente fazer; ele está apenas es-
tendendo o tempo de serviço.
Artefatos
Os demônios às vezes podem conceder aos indi-
víduos Endividados o uso de itens mágicos em vez
de alterar a pessoa diretamente. Esses Artefatos “To-
cados pelo Inferno” são discutidos em detalhes no
final deste capítulo. Cada descrição do Artefato lista
os Sacrifícios necessários para usá-lo ou mantê-lo.
Outros Benefícios
Os Narradores familiarizados com outros produ-
tos do Mundo das Trevas podem querer transformar
feitiços, Dons, Numes, Disciplinas e assim por dian-
te em Benefícios. Isso é perfeitamente aceitável. A
fonte de um Dom como Benefício não é a mesma (é
90
Capitulo dois - pactos infernais
concedida por um demônio, não ensinado por um
espírito), mas o sistema pode funcionar. Da mesma
forma, livros como Skinchangers e Predators têm
listas de Aspectos sobrenaturais para diferentes tipos
de personagens, e estes também podem ser adotados
como Benefícios.
Apenas tenha em mente que os demônios conce-
dem Benefícios para promover seu Vício no mundo
humano. Dentro desse parâmetro, eles podem con-
ceder quase qualquer poder que se possa imaginar
- desde que o Sacrifício seja bom o suficiente.
O Sacrifício
Os demônios querem uma maior influência so-
bre o mundo dos mortais. Como mencionado no
Capítulo Um, eles não podem prosperar no Infer-
no. Eles precisam de acesso aos seres humanos, para
que eles possam expandir sua influência. Como tal,
os Sacrifícios são ações que os indivíduos Endivida-
dos tomam que fortalecem o Vício do demônio em
questão. Alguns Sacrifícios exigem desistir de carac-
terísticas na ficha de personagem. Outros colocam
proibições sobre ações, ou mesmo pensamentos. E,
claro, é possível sacrificar outras pessoas aos demô-
nios. Os demônios realmente preferem isso, porque,
além de tudo o que era o Sacrifício original, eles con-
seguiam superar o ressentimento, o medo e o ódio
da vítima.
Como mencionado, os Sacrifícios têm três graus
de gravidade. Sacrifícios Menores limitam o poten-
cial, em vez de eliminar as características reais. Um
Sacrifício Menor pode exigir a concessão de um
acesso demoníaco ao corpo do Endividado por um
curto período de tempo, mas permitir que os Endi-
víduos apliquem restrições sobre o que o demônio
pode e não pode fazer com ele. Um Sacrifício Menor
infligido a outra pessoa pode causar lesões, mas não
desfiguração, incapacidade ou morte.
Um Sacrifício Maior pode retirar as característi-
cas que o personagem já possui. Um Sacrifício Maior
pode envolver permitir que o demônio possua os
Endividados por um período ilimitado de tempo,
ou sem restrições sobre o que o demônio pode fa-
zer enquanto está em posse do corpo. Um Sacrifício
Maior retirado de uma vítima pode envolver ampu-
tação de um membro, violação de corpo ou mente,
ou outros efeitos permanentes.
Para realizar um Sacrifício Mortal, alguém deve
ser entregue ao demônio, o corpo e a alma. Isso às
vezes requer consentimento, mas o consentimento
não precisa ser informado e a definição de “consen-
timento” é altamente flexível. Por exemplo: uma ga-
rota pega seu namorado traindo-a. Ele implora seu
perdão, prometendo-lhe o que quiser, se ela o perdo-
ar. Ela diz: “Eu quero sua alma.” O homem concor-
da, achando que ele saiu levemente. (O que significa
“afastar” sua alma, afinal?) Mais tarde, porém, quan-
do ele descobre que sua namorada ocultista usou
sua alma como moeda em seu pacto demoníaco, ele
percebe o erro que ele cometeu. Talvez da próxima
vez que ele pense antes de trapacear, ou antes de fa-
zer uma promessa.
Os Sacrifícios Menores e Maiores requerem um
teste para evitar a degeneração (2 dados) e, se isso
falhar, o teste seguinte para evitar o ganho de uma
perturbação. Os Sacrifícios Mortais sempre resul-
tam em degeneração (a perda de 1 ponto de Morali-
dade), embora o jogador do Endividado ainda possa
rolar um teste para evitar ganhar uma perturbação.
O Narrador e os jogadores têm uma grande varie-
dade quando se trata de Sacrifícios e seus efeitos de
jogo. Abaixo estão 21 exemplos, três para cada Vício,
um por cada gravidade de Sacrifício.
• Punir o Homem Rico (Avareza, Menor): O
Endividado escolhe uma vítima com mais dinheiro
ou bens do que ele precisa, o rouba completamente
e deixa-o em uma área desconhecida com nada além
das roupas nas costas. Alguns Endividados dirigem
caravanas gastrónomas caras, outras invadem casas
e seqüestraram os ocupantes. O que acontece com
a vítima após o assalto não é o problema da pessoa
Endividada, mas se o Sacrifício é feito ao gosto do
demônio, a vítima fica longe de casa e longe do con-
forto ao qual está acostumado.
• Custo Elevado de Vida (Avareza, Maior): O
personagem precisa pagar uma certa quantidade de
riqueza para o demônio. O personagem pode pa-
gar com um ponto de Recursos, mas também pode
pagar, desistindo de amigos (Aliados), informações
(Contatos), funcionários (Servidores) e até mesmo
de posição social (Status, Fama ou até Vantagens,
como Habitué). As mudanças de evento sempre são
negadas ao personagem destas Vantagens depois
que ele concorda com o Sacrifício. Talvez o Contato
dele no departamento de polícia local seja morto na
linha do dever, retirando assim sua Vantagem Con-
tatos (Polícia). Ele pode encontrar-se na lista negra
dos bares da área (e, portanto, a Vantagem Habitué
desaparece). Estes benefícios não podem ser recupe-
rados - o personagem é proibido de comprar de vol-
ta essas características, enquanto o pacto esteja em
vigor.
• Cheio de Bens (Avareza, Mortal): A vítima
deve escolher bens materiais ao longo de sua própria
vida. Um homem que se recusa a deixar sua casa em
chamas sem resgatar livros apreciados, uma mulher
que não vai desistir de seu anel de diamante para
um assaltante armado - essas pessoas estão agindo
pela Avareza. O Endividado pode configurar tais si-
tuações, mas se a vítima desistir da posse para evitar
a morte, o Sacrifício não é válido.
• Sem Moderação (Gula, Menor): Uma vez que
o personagem começar a fazer algo prazeroso, ele
deve gastar um ponto de Força de Vontade para pa-
rar. Isso se aplica a alimentos, bebidas, sexo, drogas,
música ou qualquer outra atividade que ela conside-
re agradável. Se ele não pode gastar o ponto de Força
de Vontade, ele não pode parar a atividade e deve
ser fisicamente contido. Caso contrário, continuará
a se entregar até que não seja mais capaz (beber até
desmaiar, dançar até que colapse de exaustão, etc.).
• Poção de Carne (Gula, Maior): O demônio
exige sustento, e quer esse sustento fornecido sob a
forma de carne crua. O Endividado deve fornecer
pelo menos uma porção de carne (sem osso, sem
tendão) de uma fonte humana. Isso não precisa ma-
tar a vítima, é claro, mas, a menos que o Endividado
leve o tempo para cortar com cuidado e prestar assis-
tência médica, a vítima provavelmente sangrará até a
morte. O Endividado pode fornecer a carne de seu
próprio corpo, é claro.
• O Caminho do Excesso (Gula, Mortal): O En-
dividado deve matar uma pessoa, fornecendo a essa
pessoa uma quantidade mortal de sua indulgência
escolhida. Isso é, obviamente, mais fácil para, diga-
mos, um viciado em heroína do que um viciado em
cafeína, mas os demônios também não costumam
anexar limites de tempo, então é possível matar al-
guém com comida, nicotina ou até mesmo exercitar
por muito do tempo.
• Provas Competitivas (Inveja, Menor): O de-
mônio exige que o Endividado vença. O persona-
gem Endividado sempre deve gastar Força de Vonta-
de em ações disputadas. Se o Endividado não tiver
Força de Vontade para gastar, ela sofre um modifi-
cador -1 para essas ações. Ele pode optar por receber
um modificador -3 em uma ação disputada em vez
91
pactos com o inferno
 de gastar Força de Vontade. Se ele pode encontrar
uma maneira de mudar o resultado da disputa a seu
favor, ele recupera qualquer Força de Vontade gasta
nela.
• Sentido da Morte (Inveja, Maior): O Endivi-
dado remove um olho ou ouvido de outra vítima.
Para cumprir os termos deste Sacrifício, o órgão
deve ser inutilizado. Ou seja, cortar uma orelha não
é suficiente. O Endividado deve destruir o aparelho
auditivo de um lado. O demônio pode ser específico
quanto à forma como este Sacrifício é realizado, ou
pode não ser importante, desde que a vítima não
possa mais aproveitar os Benefícios. O Endividado
não precisa cegar ou ensurdecer completamente a ví-
tima; deixar um olho ou ouvido é bom o suficiente.
• Então Ninguém Pode (Inveja, Mortal): O En-
dividado mata uma pessoa em plena visão do aman-
te da vítima. Ele dedica a morte ao demônio, e no
processo se baseia no sofrimento do amante sobrevi-
vente (que deve sobreviver para dar o seu ato poder
verdadeiro) para alimentar o Sacrifício. Claro, isso
deixa o Endividado com um inimigo mortal, mas
os demônios da Inveja prosperam com esse tipo de
inimizade.
• Sempre com Raiva (Ira, Menor): O Endivida-
do sofre -1 em todos os testes envolvendo a Autocon-
trole. O demônio mantém o Endividado em cons-
tante estado de raiva, e essa fúria fervida faz com
que os Endividados se mantenham concentrados ou
focados.
• Violência Aleatória (Ira, Maior): O Endivida-
do deve atacar uma pessoa desconhecida por ele, e
ao longo da próxima cena infligir mais dano a essa
pessoa do que sofrer. Isso geralmente resulta em
uma briga por nocaute, mas se a vítima correr ou se
render antes do Endividado, o Sacrifício é válido. A
escolha dos alvos é, portanto, importante.
• Se eu Morrer, Você Será Perdoado (Ira, Mor-
tal): O Endividado deve matar uma pessoa valente
em uma luta e dedicar a morte ao demônio. Para
os propósitos deste Sacrifício, “valente” significa
“da mesma idade, condição física e habilidade geral
semelhante aos Endividados”. Ou seja, um adulto
Endividado não pode matar uma criança saudável e
esperar que o Sacrifício seja aceito.
• Muito Ansioso (Luxúria, Menor): O persona-
gem parece um pouco entusiasmado ao lidar com os
outros e cruza a linha de “excitado” para “assusta-
dor”. O jogador não pode gastar Força de Vontade
em testes Sociais para o personagem, exceto em testes
envolvendo Intimidação. Mesmo o uso de Expres-
são para transmitir pensamentos através da poesia
ou da música são manchados, assim como as cartas
ou e-mails. A escolha das palavras do personagem
simplesmente parece de alguma forma desaparecer.
• A Besta Desperta (Luxúria, Maior): O demô-
nio tem permissão para possuir Endividado durante
92
Capitulo dois - pactos infernais
o sexo. Além da frustração de nunca ser capaz de
desfrutar de relações sexuais (já que os Endivados
não se lembram das ações do demônio), o demônio
sempre vitimiza suas “conquistas”. Isso não significa
necessariamente estupro, mas o demônio trabalha
para degradar e denegrir as pessoas que dormem
com os Endividados, e se for violento, o Endividado
poderá acabar preso.
• Desamparado (Luxúria, Mortal): O Endivida-
do deve matar uma vítima indefesa. Enquanto um
alvo vinculado e amordaçado seja uma escolha vá-
lida, alguns Endividados usam idosos, inválidos ou
crianças para este tipo de Sacrifício.
• Déficit Empático (Orgulho, Menor): O perso-
nagem torna-se incapaz de ver as posições de outras
pessoas, especialmente em relação às emoções. Apli-
que um modificador -5 em todos os usos da Habili-
dade Empatia e -3 em Astúcia, Socialização e Persu-
asão. O personagem simplesmente não pode ajudar
a colocar todas as situações em termos de como isso
o afetará.
• Rancor de seu Rosto (Orgulho, Maior): O
Endividado desfigura fisicamente a vítima, queima,
corta ou quebra o rosto até que ele fique horrível e
irreconhecível. Posteriormente, a vítima sofre -2 em
todos os testes Sociais onde a aparência é um fator
(embora ele possa ganhar um bônus em testes de
Intimidação).
• Livre Arbítrio (Orgulho, Mortal): A vítima
deve concordar com o destino dele. O Endividado é,
naturalmente, livre para mentir, ameaçar ou persua-
dir para obter permissão para matar a vítima, mas a
vítima deve se dar consentimento para cair na faca.
• A Longa Sombra (Preguiça, Menor): Endivi-
dado permite que o demônio habite seu corpo en-
quanto dorme. Ele deve dormir pelo menos 8 horas
por noite, e durante esse tempo seu corpo fica com-
pletamente em coma. Ele não pode acordar, e não
recupera Força de Vontade por dormir.
• Atrofia (Preguiça, Maior): O Endividado per-
de um ponto de Vigor, Força ou Destreza. Ele tam-
bém deve lidar com os efeitos que esta perda tem
em suas características derivadas; perder a Destreza
pode diminuir a Defesa, enquanto a perda do Vigor
diminui a Vitalidade.
• Sem Vontade de Viver (Preguiça, Mortal): O
Endividado dedica uma morte ao demônio em que
o falecido poderia ter se salvado, mas não fez o esfor-
ço. Este sacrifício é difícil de encontrar, mas aconte-
ce quando uma vítima assume que alguém virá para
salvá-la, que ela não está em perigo real ou que Deus
providenciará. Normalmente, ele precisa estar no lu-
gar certo no momento certo, mas isso é apropriado
para alguém Endividado a um demônio da Preguiça,
de qualquer forma.
Pactos Menores
A maioria dos pactos são permanentes, mas é
possível fornecer um Sacrifício menor em troca de
uma potência que desaparece rapidamente. Normal-
mente, tais pactos duram do pôr-do-sol ao nascer do
sol, mas, dependendo da habilidade de barganha
dos Endividados, eles podem durar até uma semana.
O personagem executa um Sacrifício que é um
passo menor que o listado para o Benefício. Se o Be-
nefício normalmente exigisse um Sacrifício Menor,
o personagem pode, em vez disso, pagar, perdendo
um ponto de Força de Vontade e sofrendo um pon-
to de dano agravado (que não começa a curar até
que o pacto seja encerrado).
Uma vez que um personagem fez e deu um pe-
queno pacto, o jogador deve rolar Perseverança +
Autocontrole com uma penalidade igual ao número
de pactos menores aos quais o personagem concor-
dou no passado. Se esse teste falhar, o personagem
se torna viciado na sensação do pacto, e antes de
um mês ele deve começar a trabalhar em outro. Ele
pode envolver um demônio diferente, o que geral-
mente significa iniciar o processo de convocação no-
vamente, mas muitas vezes isso faz parte da emoção
do Endividado.
Pactos Sobrenaturais
As criaturas sobrenaturais muitas vezes acredi-
tam que podem se aproximar dos demônios em pé
de igualdade, em comparação com os mortais, que
contatam os demônios de um ponto de vista fraco
e ignorante. Da mesma forma, muitos desses seres
acreditam que não tem nada a temer dos demônios.
Um mago trabalha milagres Supernos por meio da
conexão de sua alma com os Reinos mais elevados
– porque ele iria temer o Inferno? Sua alma já foi
requisitada. Uma mulher sequestrada pelos Fae, tem
sua alma arrancada de seu corpo e deixada pendura-
da nos Espinhos - ela pode fazer um pacto demonía-
co? Um vampiro está morto, então, o que ele pode-
ria oferecer a um demônio?
Esses argumentos são fracos, no entanto, porque
eles se baseiam na premissa de que um demônio quer
almas humanas. A maioria dos demônios não tem
capacidade de remover uma alma, e muito menos
fazer qualquer coisa com ela. Um demônio deseja
ampliar sua influência no mundo humano, por ra-
zões discutidas no Capítulo Um. Como tal, quando
um demônio fala sobre possuir uma pessoa “corpo
e alma”, o que realmente quer é que essa pessoa aja
em seu nome, a fim de disseminar sua influência.
Um ser sobrenatural pode fazer isso perfeitamente
bem, talvez até um pouco mais efetivamente do que
um ser humano normal.
Os seres sobrenaturais podem convocar demô-
nios como descrito anteriormente neste capítulo.
Alguns desses seres têm habilidades que podem per-
mitir a convocação do demônio sem o uso de iscas
e invocações, especialmente poderes que podem ser
usados para invocar fantasmas e espíritos “normais”.
93
pactos com o inferno
 Esses poderes podem funcionar com demônios, mas
qualquer tentativa de fazer isso aplica uma penalida-
de de -5 na parada de dados relevante. Alternativa-
mente, ao invés disso, o Narrador pode considerar
uma falha dramática em um uso padrão de tal poder
para invocar um demônio.
Quando se trata de fazer pactos com demônios,
as regras escritas ainda se aplicam a personagens so-
brenaturais, com as seguintes exceções e adições:
Todos os Seres Sobrenaturais
Um demônio pode conceder um aumento na
“característica de poder” do personagem (Potência
de Sangue/Instinto Primitivo/Gnose/Azoth/Fado),
mas isso requer um Sacrifício Maior para cada pon-
to pelo qual o personagem deseja aumentá-lo.
Os seres sobrenaturais têm acesso a um recurso
ao qual os mortais não tem. Essa energia assume for-
mas diferentes - os vampiros drenam Vitae de suas
vítimas enquanto os lobisomens usam a Essência es-
piritual para usar seus Dons. Seja qual for a forma
específica que a energia seja, o personagem Endivi-
dado pode “reservar” pontos como Sacrifício. Isso
reduz a parada máxima de pontos que o personagem
pode segurar enquanto o pacto estiver em vigor. Um
ponto constitui um Sacrifício Menor, 3 constitui um
Sacrifício Maior e 7 constitui um Sacrifício Mortal.
O personagem deve manter sua parada desta carac-
terística pelo menos tão cheia quanto o Sacrifício
exige. Se a sua parada cai abaixo desse nível, ele tem
uma hora para recarregá-lo ou ele começa a sofrer 1
ponto de dano agravado por ponto perdido por mi-
nuto até morrer ou obter a energia necessária. Uma
vez que ele o tenha, o dano agravado cura mais ra-
pidamente do que o normal (1 ponto por minuto).
Exemplo: Um personagem vampiro faz um pacto
demoníaco, realizando três Sacrifícios Maiores. Ele
escolhe Sacrificar 9 pontos da sua parada de Vitae
(de um máximo de 12, pois ele tem Potência de San-
gue 4) para atender às demandas do demônio. Isso
significa que ele não pode deixar sua parada de Vi-
tae cair abaixo de 9 pontos. Se fizer isso, ele tem uma
hora para se alimentar, ou então começa a morrer
enquanto o demônio toma sua carne para alimentar
o pacto. Felizmente, o sangue normalmente não é
limitado...
Vampiros
Fazer um pacto demoníaco tira automaticamente
um ponto da Humanidade do vampiro. Além disso,
os demônios podem conceder aos vampiros pontos
em Disciplinas, Feitiçaria Tebana, rituais Crúac e
Anéis do Dragão. Estes são consideradas caracterís-
ticas mistas (pág. 84).
Vampiros que sacrificam pontos de Vitae para
alimentar o pacto constantemente sentem fome,
não importa o quanto sangue eles ingerem. Todos
94
Capitulo dois - pactos infernais
os testes para resistir ao frenesi de fome sofrem uma
penalidade de -1.
Lobisomens
Entrar em um pacto demoníaco requer um tes-
te de degeneração para evitar a perda de Harmonia
(teste com 2 dados). Os demônios não podem con-
ceder Dons de Raça ou Renome, mas podem con-
ceder ritos e pontos em Rituais. Fazer isso exige um
sacrifício Maior. (Ritos e Rituais são considerados
características mistas).
Se um lobisomem sacrifica parte de sua parada
de Essência para poder fazer um pacto, o persona-
gem se sente inquieto, nervoso e constantemente
observado. Espíritos, também, podem sentir que o
lobisomem não é mais seu próprio mestre, e isso os
torna ainda mais nervosos do que seria de outra for-
ma. Um lobisomem que faz essa barganha sofre uma
penalidade de -1 em todos os testes Sociais para lidar
com espíritos.
Magos
Entrar em um pacto demoníaco requer um teste
de degeneração para evitar a perda de Sabedoria (role
2 dados). Os demônios não podem conceder pontos
em Arcanos, mas podem conceder o conhecimento
de Clássicos. Um demônio não pode invocar Arte-
fatos dos Reinos Supernos, mas pode providenciar
para que um mago venha possuir um Artefato exis-
tente. Clássicos são características mistas, enquanto
os Artefatos são características externas. A Vanta-
gem Sonho é uma característica interna. Demônios
não podem conceder a Vantagem Destino.
Um mago que reserva parte de sua parada de
Mana para poder manter um pacto tem uma sen-
sação constante de desconforto, como se seus Sen-
tidos Ocultos nunca fossem silenciados. O persona-
gem sofre -1 nos testes de Raciocínio + Autocontrole
para detectar fenômenos sobrenaturais com Senti-
dos Ocultos. (Usar Sentidos de Mago não incorre
nesta penalidade).
Prometheans
Entrar em um pacto demoníaco requer um teste
de degeneração para evitar a perda da Humanida-
de (role 3 dados). Os demônios podem conceder
ao Promethean novas Transmutações (incluindo
Transmutações de Pandora); Estas são características
mistas. Além disso, os demônios podem revelar de-
talhes de marcos dos Promethean. Receber esses de-
talhes requer um Sacrifício Menor (traços internos)
para cada marco, e quando o Promethean realmente
cumprir o marco, ele se sente estranhamente vazio
pela experiência. (O personagem também recebe
metade do Vitriol que ele geralmente receberia ao
cumprir o marco, como resultado de tentar “enga-
nar” sua Peregrinação.)
Um Promethean que desiste de parte de sua pa-
rada de Pyros para alimentar o pacto está à mercê de
seus humores ainda mais do que o habitual. Todos
os testes para resistir ao Tormento sofrem um modi-
ficador -1.
Changelings
Entrar em um pacto demoníaco requer um teste
para evitar a perda da Lucidez (teste com 4 dados).
Os demônios podem providenciar que os changelin-
gs ganhem pontos em Contratos, incluindo os Con-
tratos Goblin, mas são considerados características
externas. O mesmo acontece com Penhores e Vãos.
Um changeling que sacrifica parte de sua parada
de Glamour para dar poder a um pacto demoníaco
está se fixando no mundo mortal em um grau peri-
goso. Todos os testes para abrir portais para a Sebe
ou ativar Penhores sofrem uma penalidade de -1.
lado ou experimente os pontos que o jogador sabe
com precisão o que acontecerá se seu personagem
aceitar o pacto. Isso inclui testes de degeneração
pelos Sacrifícios, perda de características e consequ-
ências infelizes dos Benefícios. Se o personagem for
um ser sobrenatural, certifique-se de que o jogador
considera os personagens dos outros jogadores e se
eles querem se associar com um personagem Endivi-
dado. (Pode haver um bom drama quando o segredo
aparecer, mas esse drama pode se tornar um com-
bate muito rapidamente, dependendo da inclinação
dos personagens).
Um dos temas mais poderosos de Mundo das
Trevas: Inferno é que a condenação é muitas vezes
a autocondenação. Os demônios estão conectados
com os Vícios por uma razão - os demônios podem
conceder poder, mas geralmente é um ganho de cur-
to prazo e uma perda a longo prazo. Se um persona-
gem concorda com o pacto, geralmente é porque ele
acha que ele pode jogar o sistema e sair limpo. Faust
tentou isso, assim como Macbeth e muitos outros
personagens trágicos. Nunca funciona, e o jogador
precisa saber disso.

Caçadores Nem todo Demônio

sua maior parte, e as regras acima mencionadas se Concede todo Poder
Os caçadores são seres humanos normais, em

aplicam a eles para fins de pactos demoníacos. Os Os demônios não são onipotentes, e eles têm
Demônios podem conceder Doações, mas são consi- seus limites. Ao executar a cena de negociação com
derados características externas. um jogador, tenha em mente que, embora o demô-
nio possa se representar como sendo mais poderoso
do que realmente é, ele possui uma quantidade li-

Narrando Pactos mitada de energia para conceder. Não há uma regra

rígida e rápida sobre os tipos de Benefícios que um
Aplicar um pacto demoníaco a um personagem demônio de um determinado Posto pode conferir,
não é como se aplicar um modelo sobrenatural. “En- então você pode querer traçar antecipadamente
dividado” não é simplesmente uma Vantagem que o o Benefício que o demônio em questão tem para
jogador pode comprar com pontos de experiência. oferecer. Mantenha-se flexível e ouça os argumentos
Obter os Benefícios demoníacos deve acontecer ao do jogador sobre o assunto, mas se você decidir que
lado do Sacrifício, e isso significa que interpretar a um demônio em particular não tenha o poder bruto
conversa entre o demônio e o Endividado é uma para conceder multiplos Atributos em 5 e poderes
parte importante do processo. Como tal, é uma boa que exigem Sacrifícios Mortais, então assim será.
idéia levar um tempo para considerar a melhor ma- Lembre-se, também, de que os demônios preci-
neira de executar esta cena. Esta seção apresenta al- sam expandir seus Vícios. O Demônio da Preguiça
guns conselhos e alguns princípios para o Narrador pode não conceder Esportes, porque simplesmente
ter em mente quando o personagem do jogador as- não consegue entender o suor. Um demônio do Or-
sume o pacto demoníaco, bem como algumas ideias gulho pode não entender por que um personagem
sobre a negociação. não quer Aparência Surpreendente – todos não
querem ser lindos? Se o demônio vê alguém cujos
motivos são diferentes do que o seu Vício, ele prova-
Divulgação Completa velmente não concordará com o pacto.
Os personagens podem ser enganados para acei-
tar pactos demoníacos e, certamente, os demônios Os Demônios são Bastardos
podem mentir. Dito isto, o jogador deve entender
exatamente o que está envolvido em um pacto de- Da mesma forma, os demônios enganam. Eles
moníaco, mesmo que o personagem não entenda. mentem, enganam, eles criam cláusulas escondidas
Certifique-se de que antes de qualquer dado seja ro- em acordos e seguem a letra da lei com o propósi-

95
pactos com o inferno

Eu Mudei de Ideia!
Então, considere isso: Um ocultista estudioso,
o tipo de companheiro que nunca foi popular,
mas quer ser, convoca um demônio da Luxú-
ria e pede para ser um verdadeiro homem das
mulheres. Ele concorda com três Sacrifícios
Mortais: Um para dar-lhe Fama 3, um para dar-
lhe Recursos 5, e um para dar-lhe Status em
uma universidade local (mandato, doutorado
honorário, assento no conselho de curadores,
etc.). Para cumprir estes Sacrifícios, ele precisa
espalhar um rumor que acabará matando três
pessoas. Ele sai da negociação considerando
como fará isso, quem está tendo um caso com
quem, quem é dono de armas, quem é volátil,
quem bebe...
E então ele acorda na manhã seguinte perce-
bendo que ele está planejando matar pessoas.
Horrorizado, ele quer parar isso - mas ele
abriu o portal. Se ele não fizer seu fim na
barganha, o demônio apenas ficará sentado,
esperando que ele o realize? Ele agora está
destinado a fazer esses Sacrifícios se ele
quizer ou não? Será que o demônio se tor-
nará um Malus Locus, incapaz (e certamente
indiferente) de voltar para sua casa do outro
mundo?
Qualquer uma destas são possibilidades, como
é a noção de que o ocultista dedica sua vida a
colocar o demônio de volta onde ele encon-
trou, enquanto fazia com que outras pessoas
cometa seus erros. Se os seus personagens
experimentarem um momento de clareza
semelhante após o acordo, mas antes que o
pacto seja concluído, use-o para alimentar a
história. No entanto, considere algum tipo de
recompensa por este comportamento virtuo-
so. O Inferno pinta pactos demoníacos como
invariavelmente terminando mal e, portanto, o
reverso também deve ser verdade - a tempe-
rança e a humildade devem ter algum peso na
história.
to expresso de obter o sacrifício mais apetitoso pelo
menor trabalho no final. O jogador deve, natural-
mente, perceber isso (como mencionado acima),
mas isso não significa que você deve se afastar dessa
atitude. Se você quiser jogar de forma justa por seus
jogadores, e você tem jogadores que não têm uma
aderência suficiente na semântica para notar possí-
veis fraudes com jogos de palavras (as tendências de
todos são diferentes, afinal), permita ao jogador um
teste de Inteligência + Ocultismo para notar poten-
ciais duplo-sentidos antes de acontecerem.
96
Capitulo dois - pactos infernais
A linha inferior é, no entanto, que os demônios
aproveitam todas as vantagens que podem, e você
não deve esquivar-se de jogá-los desta maneira. Du-
rante a fase de pesquisa, antes da convocação real-
mente acontecer, mostre aos jogadores o que o de-
mônio fez para invocadores descuidados no passado.
Presentei como o demônio engana as pessoas, quão
egoísta e ingrato é, e quais dos seus agrados acaba-
ram por ser mentiras. Dê aos jogadores algum aviso
sobre o que esse demônio faz, de modo que, quando
estiverem cara a cara com ele, eles não serão levados
completamente à guarda. Novamente, é apropriado
que os personagens não estejam preparados, mas
não é inteiramente justo que os jogadores sejam tra-
tados dessa forma.
A Chegada Deve Receber
a Atenção dos Jogadores
A fase de chegada da convocação (ver página 75)
deve ser dramática, temperamental e aterrorizante.
Sim, os demônios podem ser sutis quando querem
ser, mas quando estão respondendo a uma convo-
cação, entrando em nosso mundo com permissão
explícita (e talvez absurda), a sutileza deve ser uma
última prioridade. Além disso, a imagem do demô-
nio que tira o crânio do sacrifício, ou se levanta das
arenas do deserto uivando, ou se forma em forma
humanóide de um bilhão de moscas pretas - essa
imagem deve dizer aos personagens que estão jogan-
do com forças distantes além do controle deles.
Não se preocupe, de fato, se os métodos de ma-
nifestação estão tecnicamente disponíveis para o de-
mônio, dado seu Posto e poderes. O demônio não
pode matar ninguém simplesmente aparecendo em
uma convocação, e se a aparência impressionante do
demônio faz com que os personagens olhem para
trás em suas anotações e digam: “Espere, qual demô-
nio convocamos?” Você está fazendo o seu trabalho
como Narrador.
Conduzindo as Negociações
Quando a cena de negociação começa, você já
deve ter uma idéia do que o demônio quer e o que
ele pode fazer para o Endividado. Está tudo muito
bem para dizer que um determinado Benefício re-
quer um determinado Sacrifício, mas os demônios
não entram em negociações aleatoriamente. Se um
personagem pede para ser um milionário, isso re-
quer um Sacrifício Mortal (porque os recursos são
características externas). O que o demônio do Orgu-
lho que ele acabou de chamar quer que seja conside-
rado um Sacrifício Mortal? Existe uma pessoa parti-
cular que gostaria de ver morta, talvez alguém que o
convocou uma vez antes? Poderia apenas querer que
o invocador matasse alguém e se afastasse com isso
(ou seja, se ele já foi condenado pelo assassinato, ele
também perde o Benefício). Considere antecipada-
mente o que o demônio deseja, e faça esses desejos
consistentes com o conceito e a história que você
criou para a criatura.
Durante as próprias negociações, preste muita
atenção aos jogadores. Deixe-os terminar de falar an-
tes de responder (como o demônio). Nunca, nunca
interrompa. Parte disso é apenas boas maneiras, é
claro, mas algumas vão permitir-lhes uma corda sufi-
ciente para se enforcar. Como qualquer escultor irá
dizer-lhe, uma marca real sempre se convence, então,
como demônio faça a oferta e deixe os personagens
(e os jogadores) conversarem. Se a negociação esti-
ver acontecendo um de cada vez, não deixe que os
jogadores cujos personagens não estejam presentes
dêem conselhos, mas deixe-os responder a perguntas
sobre seus próprios personagens, sistemas de jogos
ou outras informações que o jogador negociante (ou
personagem) deve conhecer. A decisão de se envol-
ver em um pacto demoníaco deve, novamente, ser
informada, porque quando as coisas se agriam mais
tarde, você não quer que o jogador diga: “Espere, eu
não pensei que seria assim”. Você quer que o perso-
nagem diga isso, enquanto o jogador goza do drama
de tudo.
Anote o acordo para que você e os jogadores sai-
bam exatamente o que o pacto consiste. Se o joga-
dor estiver tentando enganar o demônio, decida se
o demônio vai se apaixonar por isso (alguns testes
de Manipulação + Astúcia disputados contra a Resis-
tência do demônio estão provavelmente em ordem)
ou se o demônio quebra as negociações e ataca ou
se afasta. Da mesma forma, se o demônio tentar en-
ganar os personagens, você pode permitir testes de
Raciocínio + Astúcia para perceber.
No final do dia, porém, as negociações devem
decidir os termos do pacto. Os Benefícios e os Sacri-
fícios ficam um pouco mais flexíveis do que muitos
dos mecânicos do jogo Mundo das Trevas, e isso é
deliberado - o pacto é algo que deve ocorrer orga-
nicamente, em jogo, entre os jogadores e Narrador.
Concretizando o Pacto
Uma vez que o demônio e o personagem concor-
darem com os termos, o personagem deve completar
o(s) Sacrifício(s) necessário(s). Como mencionado
anteriormente, a maioria dos demônios não possui
o poder bruto necessário para mudar o mundo de
acordo com os desejos do personagem sem a força
espiritual criada pelo Sacrifício. Os demônios não
podem usar assassinatos aleatórios para poder rea-
lizar seus interesses, mesmo que esses assassinatos
sejam cometidos fora do Vício dado do demônio.
Um assassinato cometido em nome desse demônio,
no entanto, fornece uma grande força, suficiente
para alimentar um pacto. Se os Sacrifícios em ques-
tão não envolvem outras pessoas (o Endividado está
97
pactos com o inferno
 desistindo de suas próprias características para ali-
mentar o pacto, por exemplo, ou sabe o suficiente
sobre o demônio para trazer uma vítima de sacrifício
com ele), então o acordo pode ser concluído corre-
tamente. Caso contrário, o personagem precisa sair
e realizar os Sacrifícios, e depois retornar ao local
de convocação e invocar o demônio novamente. (O
ritual de convocação inteiro não é necessário, pois o
acordo aberto cria bastante conexão entre o demô-
nio e o nosso mundo para facilitar seu retorno).
Como na chegada, esta parte deve ser dramáti-
ca e impressionante. Voltando aos exemplos acima,
o demônio que emergiu do crânio de uma vítima
de sacrifício pode pegar a cabeça do Endividado e
queimar um sinal demoníaco em seu crânio - não vi-
sível por fora, mas brilhante ao luar. O demônio das
areias do deserto chama um sirocco, explodindo no
Endividado até as mudanças ocorrerem. O demô-
nio formado por moscas negras enxameia o persona-
gem, os insetos rastejam sob sua pele e reformando
seu corpo de acordo com o pacto. Um personagem
Endividado deve querer mudar de opinião no últi-
mo minuto, ou deve pelo menos ser dominado pelo
poder causando estragos em seu sistema. Mas a iro-
nia é que apenas a aquiescência desse personagem
dá ao demônio o poder de causar esse estrago.
Personagens Endividados
do Narrador
Claro, se você estiver apresentando um persona-
gem do Narrador que tenha feito um pacto demoní-
aco, você pode simplesmente atribuir características,
tomar os Sacrifícios como feitos, e largar o trabalho
de adoração ao demônio diretamente na crônica.
Nada é mais reprovável do que um demonolatriz,
certo?
Certamente, qualquer personagem Endividado
tem problemas morais; Essa é apenas a natureza do
pacto. Mas, como discutido no início deste capítulo,
existem motivos altruístas para convocar demônios
e, portanto, um personagem do Narrador pode ter
concordado inicialmente com o pacto por razões
perfeitamente compreensíveis. Se esses motivos per-
maneceram válidos à medida que a vida do persona-
gem Endividado progrediu é outra questão, é claro.
Considere que uma mulher que concorda com um
pacto menor, a fim de obter dinheiro para salvar seu
negócio familiar, não seja uma perda total da mo-
ral, especialmente se ela perde características para o
Sacrifício em vez de vitimizar outra pessoa. Mas se
ela mais tarde “atualiza” para um pacto permanente,
porque ela amou a sensação de ser uma mulher rica,
então ela não é apenas um antagonista de chapéu
preto, mas um antagonista com profundidade e his-
tória.
Ao conceber personagens Endividados, sejam
como antagonistas, de apoio ou aliados, aproveitem
98
Capitulo dois - pactos infernais
o tempo para decidir o que eram seus Sacrifícios e
como eles foram realizados. Um grupo de persona-
gens poderia se envolver com o Endividado ao in-
vestigar um assassinato realizado como parte de um
Sacrifício. Se os personagens conhecessem a vítima
pessoalmente, isso poderia aumentar o horror da si-
tuação ao saber o que foi comprado com sua vida.
Exemplo de Pacto: O Ninho de Vespas
O Ninho de Vespas (descrito no início deste
capítulo) normalmente não concede pactos. Está
mais interessado em perseguir os invocadores até a
morte. Mas um perito entomologista chamado Peter
Kosinski conseguiu subjugar o demônio e abrir as
negociações.
Kosinski era um funcionário do FBI responsável
por estimar a data da morte de cadáveres com base
nos tipos de insetos que habitavam o corpo. Ele era
freqüentemente chamado para avaliar as vítimas dei-
xadas na floresta, enterradas em lugares inacessíveis
e derrubados. Ele realizou esse trabalho por mais de
uma década, e ele era freqüentemente chamado a
testemunhar no tribunal quanto às suas descober-
tas. Apesar da natureza altamente técnica e grotesca
de seu trabalho, o Dr. Kosinski era acessível, calmo e
capaz de colocar suas descobertas em termos de lei-
gos. Como tal, seu testemunho levou a várias convic-
ções ao longo dos anos. Também o levou a enfrentar
cara a cara com assassinos em série, estupradores,
canibais e outros monstros humanos.
Quando Kosinski foi diagnosticado com câncer
de pâncreas aos 52 anos, algo dentro dele disparou.
Os assassinos e os estupradores fazem seus prazeres
imundos, mas ele foi o único afligido por Deus com
essa terrível doença. Procurando por respostas, ele
tropeçou no culto do Ninho de Vespas, que alegre-
mente lhe forneceu o ritual para convocar o demô-
nio. Kosinski rastreou a mãe de um assassino em sé-
rie que ele havia testemunhado recentemente, uma
mulher que torturou seu filho trancando-o em uma
caixa de madeira desde o tempo que ele tinha sido
bebê. Ele a sequestrou, trancou-a numa caixa seme-
lhante e liberou uma variedade de insetos e aranhas
venenosas. Nenhuma das mordidas eram fatais, mas
todas eram extremamente dolorosas. Durante as
oito horas seguintes ele manteve-a gritando com dor
e medo... e, finalmente, ele ouviu o zumbido dos
zangões. Ele sussurrou a invocação e depois abriu
um interruptor. Placas de aço fecharam-se sobre a
caixa, prendendo o demônio e aterrorizando a víti-
ma. Ela chorou por misericórdia, e o Ninho de Ves-
pas estava preso às negociações.
Kosinski tinha entrado nas negociações queren-
do apenas curar seu câncer. Mas, quando falou com
o demônio, percebeu que ele tinha o potencial de fa-
zer muito mais. Se ele jogasse suas cartas direito, ele
não teria que se contentar em enviar os monstros do
mundo à prisão. Ele poderia fazê-los apodrecer no
inferno. Kosinski concordou com quatro Sacrifícios:
um Menor, dois Maiores e um Mortal.
O Sacrifício Menor foi para curar o câncer em
seu corpo. Para isso, o Ninho de Vespas exigiu expe-
rimentar seu prazer em matar. Sempre que Kosinski
matasse uma vítima no futuro, o Ninho de Vespas
tomaria o controle de seu corpo no instante da mor-
te e por cinco minutos depois. Durante esse tempo,
os zangões emergiriam dos ouvidos e da boca do
cientista (mas o demônio concordou que isso não
causaria nenhum dano permanente).
O primeiro Sacrifício Maior foi para receber a
Vantagem Conhecimento Enciclopédico. O Dr. Ko-
sinski já conhecia bem, mas queria saber algo sobre
tudo. O Narrador decidiu que, embora as caracterís-
ticas Mentais não sejam realmente o forte do Ninho,
a natureza da Vantagem (ou seja, saber algo sobre
tudo) está em harmonia com sua natureza fragmen-
tada e enxame. Para este Benefício, o Ninho exigiu
que o corpo de Kosinski fosse feito um paraíso para
os insetos. As criaturas em questão eram semelhan-
tes aos parasitas transmitidos pelo sangue; Não cau-
saram dor em Kosinski, mas o deixa cansado, irritá-
vel e comichão. Isso teve o efeito de tirar um ponto
de Vigor (e, portanto, Vitalidade).
O segundo Sacrifício Maior foi para dar a capa-
cidade de liberar um enxame de insetos picantes
semelhantes à forma manifestada do Ninho. As cria-
turas se espalharam por entre as unhas, as pálpebras
e a língua de Kosinski quando ele invoca o nome
do demônio. Isso é funcionalmente semelhante a
Nume Rajada (p. 52); O enxame ataca um alvo e
depois morre, como as abelhas. O Narrador decidiu
que o teste para ativar o enxame é Presença + Auto-
controle (a força de personalidade do Endividado
para chamar o demônio e sua capacidade de resistir
a gritar de dor e assim dar aos insetos o alvo errado).
Para este Benefício, o demônio exigiu que Kosinski
torture uma vítima inocente, de preferência uma
criança. O cientista inicialmente se recusou, mas
quando o demônio foi implacável nisso, concordou,
planejando visitar este horror sobre uma criança que
ele sabia que já estava exibindo sinais de ser um so-
ciopata (animais torturados, incendios, etc.).
Por fim, Kosinski concordou com um Sacrifício
Mortal. Ele torturaria até a morte um homem arma-
do. Kosinski sabia de um policial cuja brutal prisão
e desrespeito pela política levou um assassino a libe-
rar o tempo suficiente para matar de novo. Kosinski
planejava envenená-lo com uma droga que o mataria
ao longo de várias horas penosas e doloridas. Para
este Sacrifício, o Dr. Kosinski ganharia o Benefício
do Senhor dos Demônios (página 89). Este Benefí-
cio é normalmente associado ao Orgulho, mas, uma
vez que o nível de Ocultismo de Kosinski seja baixo
(apenas 2 pontos), ele está limitado a convocar de-
mônios menores de qualquer maneira, e o Narrador
argumentou que o Ninho de Vespas não se importa-
ria de vender seus demônios por um pouco de poder
agora.
O Ninho concordou com o pacto, e Kosinski
abriu a caixa. O demônio enxergou o cientista, mas
não o matou. Em vez disso, os insetos se arrastaram
para ele, fazendo um abrigo na Terra de sua carne.
Kosinski saiu em busca das vítimas de seu Sacrifício.
Dr. Kosinski em uma Crônica: Kosinski é um
homem que entrou em um pacto por razões egoístas
e então tentou justificar suas ações matando “mons-
tros”. Os personagens podem achá-lo simpático, até
que eles percebam que não só ele entrou no pacto
para salvar sua própria vida, mas ele gosta da dor
que ele causa. Se os personagens forem criaturas so-
brenaturais, como os vampiros, Kosinski pode aca-
bar caçando-os. Alternativamente, os personagens
podem estar na trilha do mesmo predador que Ko-
sinski decidiu matar. Em qualquer caso, Kosinski é
um personagem Endividado sádico que pode invo-
car enxames de insetos mortais à vontade – isso faz
dele um antagonista soberbamente horrível.
Exemplo de Pacto: Sherman Miles
Na vida, Sherman Miles (página 77) se aprovei-
tou dos inquilinos com poucas opções. Como Lar-
val, está feliz em fazer o mesmo. Quando Tamisha
Arens pediu uma bênção, ele a convidou para um
acordo que o beneficia mais do que a ela.
Tamisha Arens não era uma ocultista, ou de algu-
ma maneira interessada em demônios. Ela era uma
prostituta - uma “acompanhante”, de acordo com
sua página em um popular site comercial - e ela re-
cebeu um telefonema em uma noitada de primavera
de um jovem que, pensou ela, só queria uma hora
de sexo. Quando chegou ao hotel, no entanto, ele
colocou um pano embebido em clorofórmio em seu
rosto, e a próxima coisa que ela viu era que estava
no porta-malas, sendo levada para o meio do nada.
Deitada no porta-malas, amarrada com fita adesi-
va, ela ouviu enquanto o atacante gritava um nome
- “Sherman Miles”. E então ela ouviu um respingo e
uma frase murmurada que incluiu a palavra “sacri-
fício”. Naquele momento, encontrou um pequeno
um pedaço de vidro quebrado e cortou a fita nas
mãos. O porta-malas já estava destrancado, desco-
briu, e ela se arrastou atrás do invocador que não
estava vendo, empurrando-o na pedreira.
A convocação, no entanto, já havia sido conclu-
ída, e o item que o convocador planejava usar para
ativar a negociação - uma chave para uma caixa de se-
gurança que já havia guardado alguns dos papéis de
Miles - estava no bolso. Miles levantou-se da pedreira
e exigiu saber o que Tamisha queria. Aterrorizada,
ela disse que queria viver. Miles, sentindo que estava
lidando com uma infantil, levou-a à sua palavra.
“Eu vou te conceder a vida, então”, disse. “Você
não vai morrer, desde que você me dê a vida daque-
99
pactos com o inferno
 les tocados pela avareza. Eu lhe darei o poder de ti-
rar a vida, mas você deve voltar para mim todas as
suas riquezas”.
Tamisha, ainda não entendendo que tinha algu-
ma escolha, concordou. E então ela pegou o carro
do invocador e saiu da área. Ela voltou para sua vida
como uma prostituta, mas atendendo a uma cliente-
la de classe muito superior. E às vezes seus clientes
acabavam mortos, suas mãos manchadas de preto
e sua carne manchada de colméias, suas carteiras,
anéis e outras riquezas desaparecidas. Tamisha, en-
tretanto, foi esfaqueada, baleada, estrangulada e
atropelada por um carro, mas sempre se recuperou,
e ela sempre faria - desde que ela permanecesse em
dias com seus pagamentos.
Em termos de jogo, Miles Sherman fornece Ta-
misha com o Benefício Lucro Imundo (p. 86). Isso
é representado por um Sacrifício Mortal em curso
- ela deve matar um homem rico com sua própria
avareza (normalmente, um seria o suficiente, mas
lê-se). Ela também goza de um Benefício chamado
“Imortalidade Comprada”, que a impede de morrer
por qualquer meio. O dano letal e agravado é trata-
do como um dano de contusão, o que significa que
o pior que pode acontecer é que ela cai inconsciente
por algumas horas. Mas este benefício requer outro
Sacrifício Mortal. Ou seja, ela deve despejar as pos-
ses mundanas do homem rico na pedreira. Quando
concordou com o pacto, Tamisha pensou (na medi-
da em que era capaz de pensar o medo) que “bens
mundanos” significavam “o que quer que ele tenha
sobre ele no momento da morte”. Mas o que real-
mente significava realmente era “tudo de valor que
o homem possui”.
Como Tamisha não conseguiu obter tudo do que
o homem possuía, Miles expandiu um pouco o agra-
mento. Ela poderia continuar roubando os homens
ricos de seus bens mundanos (e suas vidas) até que
ela compense a diferença entre o que ela jogou na
pedreira e o que sua vítima inicial realmente pos-
suía. Infelizmente para Tamisha, sua primeira vítima
era um milionário que possuía propriedade em todo
o país. Uma vez que ela geralmente obteve apenas
alguns milhares de dólares de mercadorias por vez
(mais se ela pudesse roubar o carro de uma vítima)
e, como as Miles cobravam taxas de juros altas sobre
o dinheiro que Tamisha “devia”, era improvável que
ela a descarregasse completamente dívida.
Tamisha em uma Crônica: Tamisha é, talvez, um
simpático personagem. Seqüestrada para ser um sa-
crifício para um demônio, trancada em um pacto,
ela não sabia que poderia recusar, a pobre mulher
mata porque sente que precisa. Isso justifica a mi-
sericórdia por parte dos personagens? Ela também
é uma prostituta que mata seus clientes, e o fato de
suas vítimas serem ricas significa que ela não pode-
rá manter suas atividades secretas por muito tempo.
Salvá-la, no entanto, exigiria muito dinheiro, ou
conseguindo que Miles alterasse seu pacto, e Miles
100
Capitulo dois - pactos infernais
gosta de ter pessoas ao seu alcance.
Exemplo de Pacto:
O Cavaleiro dos Sonhos Vergonhosos
Nate Hegel queria saber tudo sobre a mente femi-
nina. Ele queria saber como as mulheres pensavam,
sonhavam, desejavam e se desesperavam. Ele sim-
plesmente não queria falar com uma mulher para
descobrir, porque as mulheres o aterrorizavam.
Nate enterrou-se em livros, estudos de caso psi-
cológicos e na Internet, aprendendo tudo o que po-
dia sobre diferenças de psicologia entre homens e
mulheres. À medida que seus estudos progrediram,
ele começou a aprender sobre a teoria da interpreta-
ção dos sonhos e descobriu o Cavaleiro dos Sonhos
Vergonhosos (p. 78). O que ele pensou, a princípio,
ser um símbolo colorido da repressão e do desejo se
transformou em muito mais quanto mais parecia, e
depois de mais de um ano de busca, descobriu como
convocar o ser - mas isso significava falar com uma
mulher.
Voltando novamente para a Internet, ele encon-
trou outras pessoas com fobias sociais e fez amizade
com uma dessas mulheres. Ao longo de outro ano,
ele soube de seus sonhos e, finalmente, uma manhã
ele recebeu um e-mail contendo as palavras que ele
esperava ver - “Eu tive um sonho ontem à noite. Es-
tou com vergonha sobre isso”.
Demorou algum tempo, mas ele convenceu sua
amiga a configurar uma webcam enquanto ela dor-
mia. Ele estava, ele disse a ela, fazendo pesquisas so-
bre sono e sonhos, e os dados seriam úteis. Quando
ela adormeceu, ele sussurrou o nome do Cavaleiro
- e os olhos de sua amiga se abriram. O Cavaleiro
chegou.
Eles conduziram negociações pela Internet, Nate
ainda não estava certo de saber se esta experiência
surreal estava ocorrendo ou se ele era o único que
sonhava. Ele pediu para ser inteligente, encantador
e corajoso, e o Cavaleiro concordou. Na manhã se-
guinte, sua amiga estava mais fóbica do que nunca,
tendo sido devastada em seus sonhos por um demô-
nio, mas Nate Hegel não estava mais interessada em
seus problemas.
O Cavaleiro concedeu vários Benefícios a Nate.
Aumentou a Presença, a Manipulação, a Autocon-
trole e a Persuasão do jovem a 5, concedeu-lhe a Van-
tagem Aparência Surpreendente (4 pontos, é claro)
e a Vantagem A Voz do Incubus (p. 88). Cada um
desses Benefícios exigia um Sacrifício Menor, mas o
Cavaleiro permitiu que Hegel pagasse um Sacrifício
Maior em troca dos três Atributos. Especificamente,
o Cavaleiro assumiu o controle da amiga de Hegel.
As ações que ela realizou naquela noite, depois que
as negociações terminaram, não estavam apenas em
seus sonhos. Elas eram muito reais, e a deixaram
exausta, sangrando e incapaz de explicar o porquê.
Para os outros dois Sacrifícios Menores, Hegel assu- assim como ele faz por qualquer outro Benefício (e
miu o Sacrifício Muito Ansioso (pág. 92), e concor- os exemplos de Artefatos abaixo estipulam que tipo
dou em permitir que o Cavaleiro tenha acesso total de Sacrifício é apropriado). Um Artefato encontra-
aos sonhos de suas vítimas (aquelas que ele seduz do não requer o gasto de pontos de experiência, no
não recupera Força de Vontade ao dormir naquela entanto, uma vez que é provável que seja um ponto
noite e sempre vê o Cavaleiro em seus sonhos). de trama e não algo que o jogador escolha delibera-
Nate em uma Crônica: Nate pode parecer relati- damente. Se um jogador quiser que seu personagem
vamente inofensivo - ele não está matando pessoas, comece a jogar com um Artefato, o Narrador pode
optar por impor Sacrifícios ou simplesmente permi-
afinal. Mas ele está fazendo muito para espalhar a in-
fluência do Cavaleiro. Suas conquistas sonham com tir o Artefato sem nenhum custo. Isso pode parecer
o Cavaleiro e, porque Nate está tão ansioso para dor-injusto, uma vez que os itens mágicos normalmente
mir com mulheres (uma característica muito mais custam pontos de Vantagens, mas, novamente, itens
óbvio em retrospectiva), elas muitas vezes acabam se mágicos geralmente não têm o potencial (e a proba-
sentindo envergonhadas. Nate pode seduzir a irmã, bilidade) de ditar o destino do personagem.
filha ou esposa de um personagem, deixando-a in- Abaixo estão seis exemplos de Artefatos Tocados
tacta fisicamente, mas emocionalmente danificada pelo Inferno. Cada um contém uma breve discussão
e talvez “marcada” pelo Cavaleiro de alguma forma. sobre as origens do item, suas características do jogo
Alternativamente, os personagens podem ser amigos (incluindo o que os Sacrifícios podem exigir para
da primeira vítima de Nate e se perguntam por que obter em um pacto) e como ele pode ser usado em
ela saiu na cidade, fazendo sexo com vários parceirosuma crônica. Note, porém, que esses objetos não são
antes de sair perto do amanhecer. produzidos em massa. Cada Artefato Tocado pelo
Inferno é único e, portanto, dois Endividados não
estarão transportando Pingentes Inquietos. Então,

Artefatos novamente, não é possível que um demônio do Or-

gulho ou Preguiça fique tão apaixonado por um tipo
A literatura e o cinema estão repletos de exem- de Artefato que produza vários outros semelhantes.
plos de itens mágicos tocados pelo Inferno. Protago-

objetos, mas muitas vezes essa realização vem depois Tênis Novos
nistas geralmente são convidados a descartar esses

de usar o item e descobrir como é realmente o mal. Os sapatos são o tipo pelo qual as crianças se dis-
O Mundo das Trevas, naturalmente, é o lar de mui- param. Eles estão no estilo, eles têm a assinatura de
tos desses itens. Os demônios às vezes são capazes uma grande celebridade, e simbolizam, para aqueles
de criá-los como parte de um pacto, ou pelo menos de menor significado, riqueza e status.
levam uma pessoa Endividada a um. Tocados por um demônio da Avareza, esses sa-
Os artefatos tocados pelo inferno não são neces- patos trazem uma imagem de uma maçã de ouro
sariamente “amaldiçoados” no sentido de que tra- estilizada nas solas. Se os sapatos não forem reclama-
zem infortúnio para quem os usa. Eles são sempre dos, eles assumirão qualquer esquema de cores que
fanáticos de alguma forma, seja para seus usuários atraia um espectador para experimentá-los. Claro,
ou para seus objetivos. Um Artefato Tocado pelo In- eles sempre possuem um ajuste perfeito.
ferno é emblemático de um Vício, afinal, e então, o Os sapatos nunca ficam sujos, mal cheirosos ou
poder que ele exerce é sempre a custas de alguém. A manchados, mas se eles são removidos, eles retor-
única questão é se o jogador tem que pagar o custo. nam ao status “não reclamado”. Como tal, mantê-
De onde esses itens são provenientes? Todos os -los exige ter eles ao alcance do braço em todos os
Artefatos Tocados pelo Inferno foram influencia- momentos. Mesmo isso pode ficar ruim. Mais uma
dos, habilitados ou até possuídos por um demônio vez, as pessoas se matam pelos sapatos em alguns cír-
em um ponto ou outro. A âncora de um Larval pode culos.
ser um Artefato. Um Immundus que passa algum Sistema: Uma vez usados, os Tênis Novos conce-
tempo habitando um dispositivo pode sair quando dem um modificador de +2 aos testes Sociais para
exorcizado, mas o dispositivo permanece contamina- impressionar, persuadir ou intimidar outros com
do. E, por vezes, esses objetos apenas aparecem do posição social comparável ou inferior. Eles também
nada, colocados em nosso mundo por Dominions. concedem +1 em jogadas de Esportes para correr ou
Como é que esses Artefatos entram nas mãos de escalar.
um personagem é outro assunto. Um personagem Sacrifício: Um Menor
pode encontrar um que apareceu do nada ou que um
proprietário anterior descartou. Como mencionado
acima, um demônio pode criar ou disponibilizar um Pingente Inquieto
Artefato como parte de um pacto. No último caso, Este Artefato não tem muito para se ver: uma pe-
o Endividado paga pelo Artefato com um Sacrifício, dra da lua rachada em uma corrente de prata. Quan-

101
artefatos
 do alguém o reclama, no entanto, colocando-o em
torno de seu pescoço, os feixes que ligam a corrente,
se torna impossível de remover. Se o usuário tentar
simplesmente puxá-lo sobre sua cabeça, a corrente
encolhe até o ponto em que não se consegue tirar. E,
claro, a corrente é indestrutível por meios normais.
A remoção do pingente só é possível com a in-
tercessão de um demônio da Preguiça, e esses de-
mônios são, naturalmente, difíceis de motivar. O
pobre tolo que fornece um Sacrifício para ganhar o
pingente muitas vezes acaba fornecendo outro para
se livrar dele.
Sistema: O pingente dá algumas vantagens ao
usuário. O usuário nunca precisa dormir ou des-
cansar de qualquer maneira. O usuário recupera 1
ponto de Força de Vontade a cada 8 horas, quer ele
descanse ou não. Infelizmente, o portador nunca se
sente descansado. Ele existe em um estado perpétuo
de alerta ou segundo vento do corredor, pronto para
entrar em colapso, mas incapaz de se sentir cansado.
A cada mês que o personagem usa o pingente,
o jogador deve testar Perseverança + Autocontrole.
Se esse teste falhar, o personagem ganha uma per-
turbação.
Sacrifício: Um Menor para obtê-lo, um Menor
para se livrar dele.
O Isqueiro do Diabo
Um isqueiro simples com um demônio desenha-
do no lado, este Artefato é enganosamente podero-
so. Tocado por um demônio do Orgulho, o Isqueiro
do Diabo permite ao usuário exercer controle sobre
o elemento do fogo. O poder que isso permite é in-
toxicante, no entanto, e aqueles que usam o isqueiro
muitas vezes se tornam (ou já eram) piromaníacos,
vivendo para nada além de ficar no meio de um in-
ferno em chamas, intocado e uivando com gargalha-
das.
O demônio que criou este Artefato protege-o
com ciúme. O Sacrifício que ele exige para desistir
inevitavelmente envolve incêndio criminoso, e ele
geralmente permite que o Endividado use isso por
apenas um curto período de tempo. Infelizmente,
esse tempo geralmente termina quando o Endivida-
do estiver parado em um prédio ardendo, exultante
em seu poder, permitindo que o demônio assista o
tolo queimar até as cinzas, agarrando o Isqueiro.
Sistema: Enquanto segurar o Isqueiro, o usuário
é imune aos danos causados pelo fogo, independen-
temente da fonte. Este efeito se estende ao que ele
está vestindo, também. Ele também o protege contra
danos incidentais de um incêndio, incluindo inala-
ção de fumaça e tocar superfícies aquecidas.
Além disso, o personagem pode moldar e dire-
cionar fogo como ele bem entender. Mesmo uma
chama tão pequena como a que o Insqueiro produz
pode ser moldada e jogada como uma gota de fogo.
102
Capitulo dois - pactos infernais
Para usar essa habilidade, o jogador Endividado tes-
ta Destreza + Esportes - Defesa do oponente. O tes-
te de ataque inflige dano letal, e se a vítima estiver
vestindo algo inflamável, o ignora. A vítima sofre 4
pontos de dano letal por turno durante a queima.
Depois de cada cena em que o personagem usa
os poderes de moldagem de chamas do Insqueiro, o
jogador deve rolar Perseverança + Autocontrole. Se
o teste falhar, o personagem desenvolve o distúrbio
piromania ou pirofilia (ver barra lateral).
Sacrifício: Um Maior (permite ao usuário man-
ter o Isqueiro por um mês) ou um Mortal (permite
ao usuário manter o Isqueiro por um ano).
Espelho Conversor
Este Artefato é um espelho de mão com bordas
de prata manchada, cerca de cinco centímetros de
diâmetro. Criado por um demônio da Inveja, permi-
Novas Perturbações:
Piromania e Pirofilia
Piromania (leve): O personagem tem uma
compulsão pela luz de incêndios, a fim de
aliviar a tensão ou como parte de uma com-
pulsão. Se o personagem estiver entediado,
frustrado ou estressado, o jogador deve rolar
Perseverança + Autocontrole. Se esse teste
falhar, o personagem deve iluminar algo com
chamas. Pode ser tão pequeno quanto um
pedaço de papel, e o personagem não precisa
deixar o fogo ficar selvagem - ele pode tomar
precauções razoáveis contra a propagação
do fogo. Mais cedo ou mais tarde, no entanto,
um incêndio provavelmente vai ficar fora de
controle.
Além disso, se o personagem vê um fogo já
queimando, o jogador deve rolar Perseve-
rança + Autocontrole. Se esse teste falhar, o
personagem permanece paralisado, encarando
o fogo. Este teste deve ser feito a cada turno
até o jogador ter sucesso, momento em que o
personagem pode se livrar.
Pirofilia (grave): O distúrbio do perso-
nagem progrediu de uma compulsão para
uma fixação sexual. O personagem encontra
incêndios e acende fogos para ser sexualmen-
te gratificante, e estar no meio de uma sala
em chamas é talvez a experiência mais erótica
que ele possa imaginar. O sistema de jogo é
como acima, exceto que os testes de Perse-
verança + Autocontrole sofrem uma penali-
dade de -2. Além disso, o personagem sente a
compulsão de incendiar em qualquer situação
repleta de tensão sexual.
te que uma pessoa assuma a aparência e os manei-
rismos de alguém que o jogador admira e quer imi-
tar. O espelho não funciona em pessoas de posição
social inferior que o jogador, a menos que esse alvo
seja visivelmente “melhor” de alguma maneira. As-
sim, um capitão da polícia não podia usá-lo em um
oficial uniformizado, a menos que o oficial fosse,
por exemplo, de melhor aparência (Vantagem Olhar
Surpreendente), em melhor forma (maior Força e/
ou Esportes) ou com uma mira melhor (maior nível
em Armas de Fogo como demonstrado no alcance).
Para usar o espelho, o jogador reflete o rosto do
alvo e sussurra: “Esse sou eu”. O jogador então assu-
me o rosto, a constituição e os maneirismos do alvo
e os mantém por uma hora. No final desse período,
o efeito termina, embora possa ser imediatamente
reativado. Observe, também, que o espelho não afe-
ta o alvo de forma alguma, o que significa que o
jogador provavelmente deve incapacitá-lo antes de
assumir sua identidade (dependendo do que ele
quer realizar).
Sistema: O jogador do portador deve gastar um
ponto de Força de Vontade para ativar o espelho.
Enquanto o poder do espelho estiver em vigor, o
jogador pode precisar fazer testes de Raciocínio +
Astúcia para se comportar como o alvo, mas o es-
pelho fornece um bônus de +3 para esses testes. No
entanto, não dá ao jogador qualquer conhecimento
ou perspicácia específica em Habilidades, o que sig-
nifica que, se o capitão da polícia assumir a identi-
dade do oficial bom de tiro, ele está sem sorte se for
chamado a demonstrar sua habilidade de tiro.
Sacrifício: Um Maior
A Caneca de Katherine
Um demônio da Gula criou este Artefato. Apa-
rece como uma simples caneca de cerâmica, azul co-
balto com base preta. Tem uma profundidade enga-
nosa, parecendo que ele comporta somente 200ml
de líquido, mas ele realmente comporta 400ml. Por-
tanto, é muito fácil ficar bebado usando a caneca,
especialmente tendo suas propriedades especiais.
Com um comando verbal, a caneca preenche
qualquer bebida com propriedades aditivas. Natu-
ralmente, pode criar qualquer bebida alcoólica ou
com cafeína, mas, dependendo da criatividade e ex-
periência do usuário, também pode criar líquidos
mais raros. Isso inclui sangue de vampiro, vinho
normalmente disponível apenas para as Fadas Ver-
dadeiras, e qualquer outra bebida sobrenatural que
se possa solicitar. O usuário tem que saber o que ele
está ordenando - ele não pode simplesmente dizer
“Me dê vinho do país das fadas” sem ter tido algum
no passado, ou pelo menos sabendo que existe - mas
além disso, a caneca pode conjurar qualquer coisa.
Sistema: O jogador deve rolar Manipulação + So-
cialização para pedir bebidas mundanas (nenhuma
exotica), ou Manipulação + Ocultismo para pedir
bebidas sobrenaturais.
Sacrifício: Um Menor
103
artefatos
 Bolsa do Barqueiro
Roubar as moedas dos olhos de um homem
morto foi considerado um ato de grande cruelda-
de e maldade. Ao negar aos mortos a taxa do bar-
queiro, o ladrão encalhou o falecido nas margens
do rio Arqueronte, para vagar por cem anos. Muitos
ocultistas acreditam que os fantasmas inquietos li-
gados a este mundo foram enterrados sem os meios
para pagar pela passagem. Associado ao pecado da
Avareza, este Artefato chama esses espíritos errantes
com promessas de pagar sua taxa, cobrando linhas
de contrato nos rostos de duas moedas, um acordo
entre os mortos inquietos e o usuário.
Sistema: Pelo resto do turno, qualquer fantasma
que faça o pacto pode usar as moedas como sua ân-
cora. O ato de jogar as moedas no chão permite que
os fantasmas se manifestem e defendam o usuário.
Este artefato funciona mesmo em áreas que parecem
desprovidas de atividade espiritual; a atração do eter-
no descanso desperta mesmo sombras adormecidas
por muito tempo. Qualquer fantasma que concorda
com um acordo é discorporado, permanentemente
e irrevogavelmente, quando a cena termina. Os nar-
radores podem usar o fantasma fornecido na tabela
abaixo para representar espectros convocados, criar
seu próprio fantasma ou usar um fantasma com
um histórico em sua crônica. O usuário pode jogar
com segurança um máximo de quatro moedas do
Artefato durante qualquer cena. Tirar mais do que
quatro começa a tocar a força vital do usuário além
Sombra Inquieta
Atributos: Poder 3, Refinamento 3, Resistencia 3
Força de Vontade: 6
Moralidade: 4
Virtude: Fortitude
Vício: Avareza
Iniciativa: 6
Defesa: 3
Deslocamento: 16 (factor de espécie 10)
Tamanho: 5
Corpus: 8
Essência: 10
Numes: (escolha dois) Controle de animais,
Compulsão, Telecinésia, Terror
104
Capitulo dois - pactos infernais
do necessário para convocar tantos fantasmas tão ra-
pidamente. Para cada moeda além de quatro, o pro-
prietário recebe 1 ponto de dano letal. Veja o Livro
de Regras do Mundo das Trevas, p. 208, para mais
informações sobre fantasmas.
Sacrifício: A Bolsa do Barqueiro pode armazenar
um total de 20 moedas ao mesmo tempo. Cada vez
que o Artefato é usado, duas moedas devem ser reti-
radas e jogadas no chão. O ato de chamar sombras
esquecidas e permitir que essas sombras se manifes-
tem absorvem o poder representado pelas moedas,
que desaparecem no final da cena. Um Sacrifício
Menor substitui duas moedas, um Sacrifício Maior
substitui seis.
Correia Disciplinar
Este Artefato aparece como um cinto ou cinta
de couro; poderia ser facilmente um cinto mascu-
lino simples ou uma peça de equitação ou aranha
de rascunho. Seu material é flexível, mas resistente,
perfeito para ser enrolado em um punho ou usar
como um chicote. Apenas escolher a tiragem tende
a sugerir usos tão violentos, conforme o toque de Ira
do Artefato. Se usado para bater em uma vítima, a
correia supera o usuário como uma droga, atualizan-
do sua força e vontade de causar danos.
Sistemas: A Correia Disciplinar não é particu-
larmente útil como arma; ela causa dano contusivo
e não adiciona nenhum bônus de equipamento. É
melhor usada em um alvo derrotado ou sem resis-
tência.
O jogador deve infligir dano contra um alvo (de
preferência um ser humano) para ativar a força da
correia. Cada ponto de dano de contusão infligido
cura 1 ponto de dano constusivo ao portador, à me-
dida que os hematomas rememoram e a fadiga desa-
parece. Se o jogador continuar batendo o alvo até o
alvo começar a sofrer danos letais, ele fica imune às
penalidades de ferimentos nas próximas 24 horas e
não precisa dormir por mais 48 horas. Se a vítima
realmente morre do espancamento, o jogador ganha
um bônus de +1 em sua Força e Vigor até o sol nas-
cer ou se pôr a seguir.
Sacrifício: Um Maior.
Pornografia Profana
Este Artefato da Luxúria assume a forma de uma
fita de vídeo antiga com seu rótulo manuscrito man-
chado pela ilegibilidade. Uma pequena marca grava-
da em um lado - uma parte do selo de seu criador - é
a prova distinta da identidade do Artefato. A outra
prova, menos óbvia, é que o conteúdo da fita não
pode ser gravado; sempre exibe as mesmas imagens.
Quando visualizado, o conteúdo da fita parece
ser um filme pornográfico revirado. As cores estão
desligadas, a imagem está dobrada e rola peculiar-
mente, mas um observador paciente pode distinguir
a forma de um peito, coxa ou costas. O áudio não
está modificado, embora não exista um diálogo real,
apenas um contínuo fluxo de gemidos e suspiros e
grunhidos. Mas se você observa tempo suficiente e
tenta o suficiente descobrir o que está acontecendo,
gradualmente, uma imagem maior e mais insalubre
começa a tomar forma. Os atores (de quem parece
haver talvez uma dúzia) parecem ser anormalmen-
te flexíveis, mas também talvez deformados - alguns
dos apêndices e manchas da pele não parecem estar
bem. A combinação é intensamente erótica e sutil-
mente repugnante, gratificante e vergonhosa ao es-
pectador ao mesmo tempo - com efeito incomum.
Sistemas: Depois de ver a fita durante pelo me-
nos meia hora, o jogador do visualizador rola Racio-
cínio + Autocontrole. O sucesso concede visões mais
fortes dos atos eróticos doentios que surgem na fita,
o que é difícil de esquecer. O personagem ganha um
bônus de +1 para os testes de Raciocínio, Destreza
e Manipulação, uma vez que a inspiração escura for-
nece uma aptidão extra para a “flexibilidade física e
mental”. No entanto, o personagem também sofre
uma penalidade de -1 em Vigor, Autocontrole e Per-
severança, à medida que os gemidos e as imagens
perseguem sua vontade e saúda sua força. Tanto o
bônus quanto a penalidade desaparecem após pelo
menos 8 horas de descanso - assumindo que o per-
sonagem não se entregue a atividades eróticas (com
ou sem um parceiro ou parceiros) antes de dormir.
Tais gratificações provocam sonhos exaustivos das
imagens da Pornografia Profana, elevando as penali-
dades das Características de Resistência para -2.
Sacrifício: Um Menor
105
artefatos
 Um pé segurou a porta do box fechado porque a tranca estava arrebentada. O outro pé estava
descalço (Ronnie não sabia o que tinha acontecido) e pousado em uma poça de mijo. A parte de
trás de sua cabeça estava contra o assento do vaso sanitário rachado. Um frasco de comprimidos
estava seguro na mão esquerda de Ronnie, e na direita, um relógio rosa da Minnie Mouse. As mãos
enluvadas da Minnie formavam os ponteiros do relógio. Tic, tic, tic, tic.
Tentou chorar. Não foi possível. As lágrimas foram todas embora, a fonte secou como osso cozi-
do pelo sol.
O som de metal contra metal. Vidro quebrado. A cabeça da minha esposa esmagada contra o
painel. Minha menina, minha preciosa Thumbelina (seu nome era Christina, mas ela adorava a histó-
ria de Thumbelina), deitada imóvel e em silêncio ao lado de um padrão de teia de aranha na janela
do carro (apenas um leve asterisco de sangue, no centro do vidro quebrado). Nosso cão, Pounder,
um terrier com cabeça oscilando... ele viveu por um tempo, havia saído do carro, latindo para pe-
dir ajuda, mas o cão se desviou para a entrada e que foi isso para Pounder. Eles encontraram seu
colar, mas nada mais.
Lembrou-se de tudo de forma tão vívida. Poderia vê-lo e ouvi-lo a qualquer hora que ele quisesse
e por alguma porra de motivo cruel, ele sempre queria isso.
Lambendo os lábios, ele inverteu as pílulas na mão
com o relógio. Algumas cairam, rolando para longe.
Ele pegaria mais tarde, talvez.
À toa, ele se perguntou qual seria a sensação de sua
morte. Entorpecente, ele esperava. Mas talvez violenta.
Apreensão. Muito sangue e vômito. Isso seria bom, também.
Ele soltou um último suspiro - E era gelado.
Por que estou com frio?
Ele sentiu algo em seu pescoço. Gentil, mas com a promessa de dor - uma garra fazendo cóce-
gas, uma garra traçando padrões até seu ouvido. Algumas moscas zumbiam. Uma aranha teceu uma
teia entre os dedos dos pés.
O que está acontecendo?
Uma voz, em seu ouvido, palavras como tostões coçar juntos: Porquinho, porquinho, deixe-me
entrar.
Eu não entendo...
Se abra. Eu posso te ajudar, Ronald. Podemos encontrar o homem que fez isso, o motorista que
bateu seu carro.
Eu não me importo com ele.
Mas você se importa. Eu ouço seu coração. E talvez possamos até falar com sua esposa e filha.
Talvez.
Eu...
Uma das moscas pousou na teia entre os dedos dos pés. A aranha festejou. Ronnie podia ver
suas veias, agora, negras contra a pele pálida.
Você não tem nada a perder.
E foi isso. Era a verdade sussurrada em seu ouvido. A garra apertou sua clavícula, beliscando-o.
Ele cheirou o hálito por cima do ombro. Ele não tinha nada a perder, então ele deixou as pílulas
cairem de sua mão e por um momento todo o seu corpo se afrouxou, então aproveitou...
A voz agora, não do lado de fora, mas do lado de dentro: Ronald. Levante-se. Temos trabalho a
fazer.
 Capitulo Tres:
Capítulo Tres:
Os Possuidos
Os Possuídos
Alguns dizem que todos nós temos um pouco do diabo em nós.
Isso é verdade, até certo ponto. Aquele cara ali, ele adora comer. Não
se importa que é diabético e tem um risco de doença cardíaca; o bife
mais gordo ou o donut mais cremoso, o melhor. Ela, do outro lado da
rua? Ela quebra os corações dos homens. E embora ela nunca admita
isso com palavras, ela pensa nisto o tempo todo: ela adora a maneira
como isto a faz se sentir, porque os homens são inúteis e ela mereçe
qualquer coisa. Mesmo aquele homem santo apenas a uma quadra, o
padre piedoso no casaco preto, apesar do sol quente do meio-dia, ele
tem seu diabo, ou, na verdade, toda uma horda deles, por dentro. Ele
se acha tão justo, tão perfeito que é fácil para ele condenar qualquer
pessoa com fé mais fraca do que a dele (ou seja, todos) ao eterno tor-
Oalerta
O alerta para
para evitar
evitar con- mento pelo que ele acredita serem demônios reais.
conversascom com o demonio.
versas o demônio. Todo mundo tem um ponto fraco. No Mundo das Trevas, isto é
Podemos perguntar o é
mais bem representado pelo seu vício, seja Luxúria ou Ira, Preguiça
Podemos perguntar o que
que relevante, mas nada,
ou Gula. Estamos todos entregues a momentos de fragilidade, e al-
relevante, mas nada, além guns preferem sua vida inteira descer pelo declive escorregadio da
alm disso, preocupante.
disso, é preocupante. Ele é autoindulgência. Mas estes pontos fracos, eles são demônios metafó-
Elementiroso.
um mentiroso. O é
um O demônio ricos. Demônios figurativos.
demnio um mentiroso. Ele
É hora de falar sobre a coisa real. Como é que este homem encon-
um mentiroso. Ele vai men-
vai mentir para confun-
tra o seu corpo, mente e alma que foram tomadas por algo que se cha-
tir para confundir. Mas ele ma demônio? Como pode uma adolescente convidar um diabo, um
dir. Masvai
também elemisturar
tambem vaimenti- pequeno Qlippoth endiabrado, para sobrepujá-la, para que ela possa
misturar mentiras com anos
ras com a verdade para provar um pouco de seu poder? Como alguém se torna possuído?
verdade
atacar. O para
ataque nos
é atacar.
psicoló-
O ataque psicologico,
gico, Damien, é poderoso.
Damien, e poderoso.
Então, não dê ouvidos a Tornando-se
Ento, no d ouvidos
disso, anão
ele.
ele. Lembre-se
Lembre-se disso, no escu-
escute. um Possuído
te.- Padre Merrin, O Exor- Este capítulo é sobre a criação e jogar com um Possuído, um ser
- Padre Merrin, O
cista. humano que agora compartilha sua mente e corpo com um demô-
Exorcista.
nio e é bem possível que o demônio é quem esteja em grande parte
no controle. Certamente Possessão demoníaca não é uma doença co-
mum do espírito; as ruas da cidade e pastagens rurais não são o lar de
milhares de diabinhos invisíveis e arqueduques brincando e esperan-
do para reivindicar um corpo hospedeiro. Mais ainda, as condições
necessárias para iniciar uma possessão são um pouco especiais, nem
todo humano tornou-se degradado o suficiente (ou é apropriadamen-
te propenso a tocar o Infernal) para inconscientemente ou deliberada-
mente compartilhar sua carne com um demônio. Mas alguns poucos
atendem a essas condições, e ai daqueles que o fazem.

Bons Ferimentos: Convidando uma Possessão

O pecado, diz o pregador, é como o nariz de um camelo. Do mo-
mento em que o camelo tem o nariz em sua tentação, todo o corpo
seguirá rapidamente em seguida. Alguém pode sugerir que o mesmo
é verdadeiro para a possessão demoníaca: ela começa muito antes de
108
Capitulo tres - os possuidos
ela realmente começar. Uma fábula árabe sobre o
nariz do camelo, de fato, acaba com o sentimento,
“Isto é sábio para resistir aos começo do mal”, e que
pode ser facilmente estendido para “Isto é sábio para
resistir ao começo da fraqueza.”
Pois é a fraqueza que muitas vezes convida a pos-
sessão. Não uma fraqueza sutil, como todos nós te-
mos, mas drástica, buracos espetaculares - buracos
irregulares rasgados na alma que aguçam forças in-
ternas ou externas. Tais buracos começam pequenos,
é claro, e quando os rasgos e lágrimas são minúscu-
los, o demônio tem pouco caminho para o corpo
- isto pode ser como tentar atravessar pelo buraco
da chave de uma porta em vez de através do próprio
caminho da porta. Mas como os buracos crescem,
o demônio tem mais “pontos de entrada” no ser
humano, um portão permitindo que a entidade se
aninhe próximo da alma enfraquecida dessa pessoa.
Abaixo estão os tipos de personagens que têm
sido pela força ou pelo destino abertos para a pos-
sessão demoníaca. Estes não são exaustivos, mas re-
presentam origens sólidas convocando um egoísta,
parasita infernal na alma. Certamente um demônio
pode tentar possuir qualquer um (veja abaixo, A Pos-
sessão), mas esses personagens possuem certas fragi-
lidades que fazem da possessão particularmente fácil
para o demônio. Sempre que um demônio tentar
possuir qualquer um dos tipos abaixo de persona-
gens, o demônio que tirar um 9 - rola mais uma vez
(ver Resistindo a Possessão, p 111.).
O Escolhido
Você pode muito bem chamar esses caras, “Os
amaldiçoados”, como eles foram escolhidos por
forças externas para ser recipientes de possessão de-
moníaca. Alguns têm feito pouco para convidar tal
praga: um menino tem pais que fizeram um acordo
com forças obscuras para conseguir algo que eles
queriam, e em troca o demônio recebe o adolescen-
te para usar como um terno barato. Ou uma mulher
limpa o sótão de sua recém - falecida mãe só para en-
contrar uma caixa de madeira de cerejeira com uma
incrustação óssea - abrindo a caixa com a chave de
estanho gravada para a parte inferior é um ato exe-
crável, e isto libera um demônio no corpo de quem
nunca virou aquela chave. Outros são totalmente
responsáveis pela possessão resultante. Um estudio-
so convida um demônio para seu corpo para que ele
possa possuir o conhecimento quase eterno que o
demônio certamente guarda. Uma menina volúvel
quebra o coração de um aspirante a ocultista e ele
corta a garganta de um vagabundo local e amaldiçoa
ela com algo que leu de um texto ocultista em um
mercado de pulgas - o resultado é que sua carne é
tomada por um demônio.
O Odioso
O ódio é uma paixão poderosa. É sobre essa ne-
gatividade crua fervendo ai dentro, e isto não pode
109
se Tornando um possuido
 ser negado. Não é só querer sufocar a merda do cara
que cortou você no trânsito; trata-se de profundida-
de, um buraco crescente na alma, e a única maneira
de preenchê-lo é carregá-lo de pensamentos de sofri-
mento e atrocidade, ou na verdade, provocando coi-
sas como uma forma de saciar um ódio sem limites.
Aqueles com tanta antipatia tem um rasgo grande,
grandes pedaços irregulares de suas almas, lugares
fáceis para um demônio se alojar. Se eles odeiam a
sí próprios ou o resto do mundo (ou ambos) não im-
porta. O que importa é que o poço emocional mais
ou menos espelha o poço espiritual de onde vem
a fonte eterna dos demônios, criando uma obscura
simpatia. Para a maioria, os Odiosos representam
antagonistas puros, logo ousam focar em cima da
destruição e miséria. Isso não é uma verdade uni-
versal, embora, os jogadores possam optar por criar
um personagem que possui tais sentimentos, mas
reconhece a natureza aberrante deles, e, portanto,
recusa-se a agir de acordo com elas.
O Desesperado
A vida é, fundamentalmente, um buraco de suc-
ção gigante. Isso é o que os Desesperados diriam se
você perguntasse a eles, e é bastante provável que eles
tenham uma variedade de provas para sustentar tal
afirmação grosseira. Eles não chegaram a esta con-
clusão rapidamente. Eles têm, por qualquer motivo,
sido forçados para o fundo do barril. Um homem
perde a sua esposa, seu trabalho e sua casa toda em
uma semana? A mulher vê seu noivo assassinado na
frente dela por um grupo de jovens sociopatas? Um
menino adolescente descobre que tem um linfoma
raro que insensivelmente resiste a todo tratamento,
colocando-o no caminho mais rápido para uma vida
curta? A resposta universal para tais estímulos não
é necessariamente cair em depressão, todo mundo
tem uma reação diferente, mas uma reação possível é
uma sensação de desespero total. Isto é uma podero-
sa porta de entrada para a possessão demoníaca. O
demônio pode tentar oferecer esperança somente se
o hospedeiro deixar a entidade entrar, e se isso não
funcionar, o demônio ainda tem uma chance forte
para forçar o seu caminho na carne do personagem
Desesperado. (Se o personagem não possui a força
de vontade para resistir, o demônio pode achar pou-
co que se oponha em seu caminho).
O Inocente
Aqui está um fato triste: a inocência é um tipo de
fraquesa.O problema não é com aqueles que tentam
permanecer moralmente puro; o problema é com
aqueles que são cegos para os perigos do mundo,
que se recusam a reconhecer os perigos do mal ou a
a recompensa do pecado. A maioria de nós aprende
a maneira dura sobre complicações e compromissos
110
Capitulo tres - os possuidos
morais, da mesma forma que uma criança aprende a
não tocar em um fogão quente: nós temos que nos
queimar. Alguns nunca aprendem esta lição, e assim
eles não desenvolvem defesas para as depredações
da iniqüidade. Esta ingenuidade moral é uma cavi-
dade na qual um demônio pode rastejar. Quem no
Mundo das Trevas pode manter um ponto de vista
não testado? As crianças, por exemplo. (Pense no
Exorcista - pode-se argumentar que a inocência da
jovem Regan permite que o diabo tome controle).
A verdade isolada pode ser inocentemente ignorada
por força desse isolamento: uma menina criada por
sua família nos confins de Montana, talvez, ou um
jovem que foi preso no porão de seu avô desde que
seu pai morreu quando ele era muito jovem.
O Louco
A loucura é inconstante, e pode ser uma benção
ou uma maldição para um demônio com a esperan-
ça de possuir um corpo para sí próprio. Um manía-
co depressivo tem uma alma perdida em um grande
nevoeiro cinza, uma névoa em que o demônio pode
rastejar invisível. Um esquizofrênico pode realmente
acreditar que ele é atormentado por punir os anjos,
e por isso ele fica feliz em deixar que uma entidade
sussurrante entre em sua alma. (Alternadamente, po-
rém, um esquizofrênico similar pode ser bastante re-
soluto contra os demônios - não é mais verdade que
acredita que ele ganha resistência natural quando
se trata de rechaçar um ataque possessivo). Aqueles
com uma ou mais perturbações graves são alvos fá-
ceis para um demônio que procura um hospedeiro.
O Egoísta
Todos nós queremos. Todos nós somos um pou-
co egoístas no coração. Um marido trai sua espo-
sa. Aquele que faz dieta foge de chocolate todas as
noites. Um colecionador gasta todo o seu dinheiro,
você sabe, o dinheiro que ele deve usar para comprar
comida e roupas para seus filhos e as coisas que ele
coleciona. Isto é egoísmo, neste caso com ‘e’ minús-
culo. Mas o mundo é o lar de pessoas que são pu-
ramente interesseiras, indulgentes e fanáticamente
narcisistas, aqueles para quem um pensamento altru-
ísta ou um momento de caridade remotam um ver-
dadeiro alienígena. Sua ética predominante é: “Eu
quero o que eu quero, e eu não me importo a quem
doa”. Por um lado, isso dá ao demônio uma perfeita
aceitação em: o demônio pode oferecer algo que o
personagem quer, e o personagem vai fazer o que
for preciso para tê-lo, resultando em uma possessão.
Por outro lado, se isso não funcionar, o demônio
tem um tipo de conexão simpática: demônios e dia-
bos sabem muito sobre querer, sobre o egoísmo cru.
E toda vez que a alma forja uma conexão simpática
com um demônio, ele torna tudo mais fácil para que

Quem é o personagem?
Quem é o personagem, aqui? O hos-
pedeiro humano ou o demônio que o
possuiu? Bem, tecnicamente, um Per-
sonagem possuído é um sincretismo
de ambos, e você como jogador tem a
alegria de interpretar os dois.
Dito isto, realmente, os demônios em
sí geralmente não são tão interessan-
tes, não para interpretar, não em longo
prazo. Os seres humanos, porém, mais
certamente são - eles são criaturas de
grande complexidade, e por isso é real-
mente o humano que é o personagem.
Se o demônio é exorcizado durante o
curso do jogo (presumivelmente em
acordo do jogador), o ser humano é o
que essa pessoa continua a interpretar.
Dito isto, uma opção é a de “seguir” um
demônio que se move de um hospedei-
ro para outro ao longo do curso de uma
crônica, fazendo o hospedeiro humano
entrar em Combustão enquanto ele
cresce, complacente ou rebelde. Des-
ta forma, no entanto, você ainda está
interpretando este misto de humano
hospedeiro e possuidor demônio.
a entidade possa agarrar o hospedeiro presunçoso.
A Possessão
A alma é o campo de batalha aonde a luta do
hospedeiro humano contra o demônio possuidor é
travada. Também é a armadura que defende o ser
humano contra a incursão Infernal. Se o demônio
pode invadir e dominar a alma (ou tê-la entregue em demônio estiver na forma corpórea, Presença + Ma-
uma bandeja de prata), o prêmio é claro: o corpo
físico do anfitrião.
Um demônio geralmente esta sem corpo no mo-
mento da tentativa de posessão - caso não, isto pode-
ria ser como fazer residência dentro da carne do hos-
pedeiro. sua própria alma agora divide o corpo com
a alma humana. Quanto a quem é verdadeiramente
dominante... bem, nós vamos entrar nisto mais tar- de calor ou suor frio; é possível um personagem vo-
de neste capítulo.
Vício chama para o Vício
Demônios tentando possuir consideram que en- resultado de uma febre rápida. Note que esta luta é
contrar uma conexão simpática com o alvo é a chave; invisível para os outros (exceto aqueles com a Van-
da mesma forma um boneco de vodu supostamente
funciona apenas quando marcado com o cabelo e
sangue da vítima futura, o demônio deve ter algo em
comum com o seu hospedeiro pretendido. Esse algo
é quase sempre um Vício compartilhado.
Cada demônio tem um Vício, assim como todos
os seres humanos (e vampiros, lobisomems) tem um
Vício, mas para um demônio, Vício é muito mais
precioso. Como criaturas egoístas, sua própria exis-
tência depende de pecados que parecem vinculados
aos seus próprios seres. A Virtude de um demônio
é apenas uma máscara, Uma máscara que ele pode
vestir ou uma ferramenta que irá utilizar para obter
o que quer. O Vício da criatura, no entanto, isto que
é o seu verdadeiro pão e manteiga.
O cinza, um fantasma atrofiado de um demônio,
um indolente e invisível imp, já terá feito uma sim-
pática conexão com um homem deprimido que não
pode despertar a sí mesmo para levantar do sofá ou
da cama, ou com uma mulher que cresceu profun-
damente obesa não por causa de sua necessidade de
devorar alimentos mas por causa de sua languidez
aguda. A Preguiça fala Preguiçosamente, é como o
demônio e a vítima falam uma linguagem comum,
quer sim que não ele reconheça isso. Um massacre
carregado de ódio oferece afinidade inconsciente
para um demônio de olhos de fogo cujo Vício prin-
cipal é a Ira. O polígamo lascivo que aprecia as rela-
ções sexuais lhe permite que essa união possibilite
um voo assistido, um súcubo de palavra doce agora
compete por sua atenção e sua carne.
Um demônio pode tentar a possuir alguém sem
o mesmo Vício, mas isso é difícil para o demônio.
Não só o demônio sofre -3 dados sobre a tentativa
(ver “Resistindo Possessão”, abaixo), mas em qual-
quer luta de dominância, o demônio sofre -5 a qual-
quer rolagem feita para subverter a vontade do hos-
pedeiro humano.
Resistindo a Possessão
Parada de Dados: Perseverança + Autocontrole
contra o Poder + Refinamento do demônio (ou, se o
nipulação).
Ação: Reflexa e prolongada (o número de suces-
sos alvo é igual a própria pontuação de Moralidade
do personagem, e cada rolagem é equivalente a um
minuto de luta).
O personagem se sente mal e ansioso durante a
tentativa de possessão. Ele pode experimentar ondas
mitar ou sofrer alucinações menores. Curiosamen-
te, o personagem estará ciente de que alguma “pre-
sença” está se esforçando para assumir o controle,
apesar de muitos que sofrem tal tentativa poderem
rejeitar isto, como um momento de loucura ou o
111
se Tornando um possuido
 tagem Sexto Sentido quando direcionada para de-
tectar o Infernal). Sim, o personagem pode parecer
conflitante ou doente, mas existe pouca indicação
da batalha que alma do indivíduo está travadando.
No momento que a possessão realmente ocorre, ele-
mentos estranhos podem ser visto: a temperatura
na sala pode diminuir inesperadamente, moscas e
outros insetos podem aparecer aparentemente do
nada, o ar pode tornar-se tomado por um estranho
cheiro semelhante ao de enxofre ou de um almíscar
inebriante.
Note que este sistema é excluído pelo demônio
que possui a Nume Possessão Suprema. Esta Nume
não tem regras em si mesmo, exceto que ela permite
que um demônio possa tentar uma possessão usan-
do estes sistemas aqui. (Mais informações sobre os
demônios podem ser encontradas no Capítulo Um).
Sugestão de Modificadores: O personagem tem
uma perturbação leve (-1), O personagem tem uma
perturbação grave (-2), O personagem está tentando
fazer algo diferente do que se sentar ou deitar em
silêncio e resolver a ameaça (-3 para o personagem);
note também que um demônio ganha a explosão do
9 nesta tentativa quando mira para possui qualquer
um dos tipos de personagens sob efeito de “Convi-
dando Possessão”, acima.
112
Capitulo tres - os possuidos
Resultados da rolagem
Falha Dramática: A vontade do personagem
amassa como um copo de papel sob o invisível assal-
to demoniaco. O personagem perde todos os pontos
de Força de Vontade no processo.
Falha: O demônio atinge os sucessos alvo primei-
ro. O personagem é agora um dos Possuídos.
Sucesso: O personagem atinge os sucessos alvo
primeiro. O personagem rejeita a tentativa do de-
mônio de possessão. O demônio pode fazer outra
tentativa depois que 24 horas se passarem, mas com
uma penalidade acumulativa de -1.
Sucesso Excepcional: O personagem não só atin-
ge os sucessos alvo primeiro, mas manifesta uma sur-
preendente força interna. O demônio é empurrado
para fora e pra longe, e pode nunca mais tentar uma
possessão sobre este personagem.
Criação de Personagem
Quem é o seu personagem Possuído? Uma meni-
na adolescente frágil cuja mente se quebra no meio
da escola quando um demônio toma as rédeas? Um
homem desfigurado que planeja pacientemente
exorcizar o demônio que se esconde dentro dele? O
Demonologista tão emocionado com a oportunida-

Rolar, ou Não Rolar
Você pode estar com o propósito de
criar um personagem que já está pos-
suído conforme as regras de criação do
personagem rege um pouco mais tarde
neste capítulo. Tudo bem, e apenas em
tal instância você realmente não pre-
cisa passar pela mecânica de Resistir a
Possessão (encontrada acima). Vale a
pena descrever, é claro - como a pos-
sessão o fez sentir? Como foi quando
o demônio finalmente descobriu que
o buraco na alma do personagem e
rastejou por esse caminho para dentro
da maçã, por assim dizer? Mas, se o
objectivo for criar e interpretar alguém
que já existe como Possuído, nenhuma
rolagem é necessária.
de de confrontar o diabólico que ele dá todos os
desejos para a entidade?
É hora não só de colocar pontos na ficha de seu
Personagem possuído, mas também para dar aque-
les pontos de contexto, uma história construída com
conflitos que irá conduzir o conto do seu persona-
gem.
De um modo geral, você pode seguir com as re-
gras de criação de personagem encontradas no Livro
de Regras do Mundo das Trevas (p. 34). O que se
segue são notas especificamente orientadas para a
criação de um personagem possuído.
Passo Um: Selecione o Conceito
Se qualquer um fala para você, “Fale sobre o seu
persongem,” eles procuram que você o descreva em
sí, oh, em umas 50 palavras. O conceito não é a
soma da história do persongem com suas caracterís-
ticas, mas é justamente um sumário rápido de quem
é o coração deste persongem. Conceito, como uma
idéia geral, mostra a figura dentro da natureza do
persongem possuído, sendo isto a origem de que a
possessão ou do demônio que espreita dentro (mas
não se preocupe, nós iremos conceitualizar o demô-
nio como personagem um pouco mais tarde).
Um potencial conceito pode ser fácil, “Meu per-
songem é um pastor que perdeu sua fé depois de
uma viagem missionária para a Somália. Foi lá que
ele mergulhou em uma profunda depressão (origem
sem esperança); um antigo demônio imaterial es-
colhe ele como hospedeiro. Agora ele briga contra
os impulsos dentro dele, sua fé é renevovada pela
presença do mal”. Simples, e isto dá um pouco da
espinha dorsal com que você pode construir o resto
do esqueleto e musculatura.
Como notado, isto ajuda a determinar exata-
mente que cavidade na alma do personagem abriu
um buraco para a possesão demoniaca (Escolhido,
Odioso, Sem esperança, Inocente, Louco, Egoísta);
Isto não reflete mecanicamente seu personagem,
mas ele mais certamente reflete o conceito central
de seu personagem. O pastor do exemplo acima cai
claramente sob a categoria “Sem esperança”, por
exemplo.
Passo Dois, Três e Quatro
Escolhendo Atributos, Habilidades e Especializa-
ções de Habilidade assim como é no Livro de Regras
do Mundo das Trevas. Atribuindo números (pontos)
para representar as características, você está visando
dar as habilidades dos personagens que fazem sen-
tido. Quaisquer característica funciona, desde que
você possa justificá-las como uma parte orgânica do
personagem. A Maioria dos pastores não estariam
interessados em ter pontos na Habilidade Briga, mas
talvez o pastor possa ter sido um boxeador no circui-
to amador, ou talvez você espera que desde que ele
se tornou possuído tem sido importante manifestar
um ponto ou dois nesta Habilidade para tentar se
proteger. Prepare-se para defender todas e quaisquer
característica. O Narrador pode querer saber: “Por
que este pastor tem uma baixa Presença?”, E você
deve ter uma resposta pronta: “Ele compensa-a com
uma elevada Manipulação, ele não parece possuir ca-
risma notável no púlpito, mas ele é muito bom em
enredar sua congregação na lógica metafísica”.
Passo Cinco:
Adicione o Template Possuído
Aqui é onde o lado Infernal da alma do seu perso-
nagem, a serpente no jardim, o demônio na alma se
manifesta. A possessão demoníaca muda o mortal.
O humano agora tem uma voz sussurando (ou gri-
tando) dentro de si que não é totalmente sua, embo-
ra alguns mantenham uma opinião bastante teimosa
de que ela poderia muito bem ser a sua imaginação
ou uma estranha loucura que não pode ser negada.
As características sobrenaturais e habilidades de
um personagem Possuído nunca são realmente dele.
Elas são, na verdade, características do demônio san-
grando para fora, manifestando-se pelos próprios de-
sejos do personagem ou pelos desejos do demônio,
dependendo de quem permanece no controle em
dado momento.
113
criacao de personagem
 Vícios
Tecnicamente, a Virtude e o Vício seriam o Passo
Sete: Determiando Benefícios, mas é necessário consi-
derar o lado do Vício nessa equação agora. Por Que?
Porque o Vício representa o núcleo da ligação do
demônio com o humano hospedeiro, e a partir disto
o poder do demônio, e por consequência, o perso-
nagem Possuído.
Se você olhar para a ficha de personagem, você
vai notar que todos os sete Vícios, os pecados ca-
pitais, são listados. Cada um recebe 3 círculos va-
zios, o que significa que para o Possuído, Vícios são
realmente uma classificação numérica. um ponto
representa uma ligação inata de um determinado
Vício. Dois pontos representam uma ligação menor
com este Vício. Três pontos representam uma co-
nexão maior com este Vício. Você pode usá-los para
determinar as Vestimentas do seu personagem, os
aspectos sobrenaturais do demônio que o persona-
gem pode aproveitar. (Mais informações sobre isto
podem ser encontradas mais tarde no Capítulo, sob
Regras e Sistemas e Especiais, p. 117.)
Você começa com 3 pontos para distribuir em to-
dos os sete Vícios. O Vício primário de seu persona-
gem (ou seja, o que você escreve no topo da ficha de
personagem) é também a característica do Vício pri-
mário para determinar Vantagens. O Teu persona-
gem nunca pode ter mais pontos em um outro Vício
do que aqueles pontos possuídos no Vício primário.
Se o Vício primário do seu personagem for Gula e
você distribui 1 ponto para este Vício, nenhum ou-
tro Vício pode ter dois pontos até que você aumente
Gula. Você poderia colocar dois pontos em Gula e
um em, digamos, Preguiça, mas você não pode fazer
Custo em Pontos de Experiência
Esses são os custos em pontos de experi-
ência para personagens Possuídos
Característica Custo
Atributo Novo índice x 5
Habilidade Novo índice x 3
Especialidade 3 que vem para a superfície. (Às vezes isso é secreto,
Vantagem Novo índice x 2
Moralidade Novo índice x 3
Força de Vontade 8
Vício Novo índice x 10
Nova Vestimenta 10
114
Capitulo tres - os possuidos
o inverso (2 em Preguiça, e 1 em Gula), por que a
Preguiça não é seu Vício primário.
Tematicamente, porém, é importante ver pontos
nesses Vícios como mais do que apenas números,
como algo além de características que dão acesso aos
poderes do seu personagem diabólico. Pense nestes
Vícios como uma representação muito real dos de-
sejos, necessidades, fraquezas e inclinação do seu
personagem. Um personagem com 3 pontos em Ira
é, basicamente, uma fonalha quente rodando com
brasas em fúria ou um filho da puta frio cujo desejo
de vingança é tão frígido como as placas de carcaça
pendurada em um freezer. No entanto, um perso-
nagem com um ponto em Ira, um ponto em Gula e
um ponto em Orgulho tem bem mais instintos com-
plexos e manifestações desses impulsos. Ira ainda
pode ser primária, e assim ela pode direcionar acima
tudo pela sua necessidade de punir, para reivindicar
vingança, mas o que acontece quando esse desejo é
sufocado? Ele engole (Gula). E ele não se sente mal
com isso. Ou como ele vê ou como se sente (Orgu-
lho). Agora, tecnicamente, os pontos nesses Vícios
representam as características inátas deste demônio,
mas eles sangram para fora na vida do ser humano,
eles manifestam como instinto que ele talvez sem-
pre teve, ou como desejos que são assustadoramente
novos.
Lembre-se, também, que o seu Vício principal
é quase certamente espelhado no demônio que se
esconde dentro de você. Apesar de existir uma boa
história em ter um demônio com um Vício compe-
tindo, ele também ajuda a garantir que o demônio
não tenha um grande domínio sobre o hospedeiro
humano. Demônios buscam um vínculo similar, e
o Vício é quase sempre a cola que mantém esse vín-
culo (e também o que mantém a mão do demônio
na coleira).
Vestimentas
Vestimentas, além de ser talvez ironicamente no-
meadas (vestimentas são as roupas litúrgicas religio-
sas de homens e mulheres), são os caminhos para
manifestar o poder do demônio. Elas representam
as habilidades que o personagem possuído tem sem-
pre ou pode trazer à tona por um tempo. Elas não
são poderes únicos que operam como ações instantâ-
neas; não, Vestimentas são literalmente o demônio
outras vezes flagrantemente evidente).
No momento da criação do personagem, você es-
colhe Vestimenta baseada nos níveis de pontos que
você colocou nos Vícios (mencionado acima). Para
cada ponto em um Vício, você ganha uma Vestimen-
ta de acordo com o nível de pontos. Vestimenta,
como os níveis de Vício, são delimitados por inatas,
menores e maiores. (Mais informações sobre isso pode
ser encontrado em Vestimentas, p. 129).
Assim, um personagem com Gula ••• escolhe
uma Vestimenta Inata para Gula (1 ponto), uma
Vestimenta Menor para Gula (2 pontos), e uma Ves- tomos ocultos e pesquisando os pontos fracos da
timenta Maior para Gula (3 pontos). entidade na tentativa de descobrir uma maneira de
Como alternativa, se seu Possuído tem Gula •, exorcizar o demônio. você pode querer gastar Força
Luxúria • e Preguiça •, então você escolhe uma de Vontade na atividade de investigação, O que é
Vestimenta Inata (1 ponto) para cada um desses três bom, mas você não vai estar gastando do nível do
pecados. demônio, o Narrador lembra. Isto é emblemático na
maior luta entre o parasita e o anfitrião: enquanto
o anfitrião está fazendo o que o parasita quer, en-
Passo Seis: Selecione Vantagens tão, seus recursos são compartilhados. Mas uma vez
que o possuído visa reverter a tendência, o demônio
Um personagem Possuído inícial tem 7 pontos provávelmente irá se rebelar - isto pode forçar uma
em Vantagens, distribuídos a seu critério. Mais uma luta para assumir o controle total. Veja Força versus
vez, as Vantagens devem estar em consonância com Livre Arbítrio, p. 118.)
o conceito do seu personagem, e você deve estar pre- Outra nota sobre Força de Vontade: ela continua
parado para defendê-los a um curioso Narrador. O sendo o objeto de uma importante luta temática en-
pastor acima mencionado não é provável possuir Es- tre o personagem e o demônio. Não é só um recurso
tilo de Luta: Kung Fu, e é mais provável que possua que pode ser compartilhado ou disputado, mas uma
uma característica como inspiração ou mente me- consideração importante é o que acontece quando
ditativa. Dito isto, tudo é possível, desde que você o Possuído necessita de mais de Força de Vontade.
tenha um história crível e interessante para apoiá-la. Engajar-se em um de seus Vicios é certamente uma
Você vai encontrar Vantagens específicas do Pos- maneira fácil de fazê-lo, não é? Na verdade, que vai
suído na p.125 deste Capítulo. abastecer o nível de vontade do demônio, além do
nível de Força de Vontade mortal, você pode encon-
Passo Sete: Determine Benefícios trar mais informações sobre recuperar Força de Von-
tade, p. 120.
As regras relativas a Benefícios podem ser encon-
tradas na pp. 90-105 do Livro de Regras do Mundo Moralidade
das Trevas. No entanto, você tem algumas conside- Seu personagem começa apenas com uma Mo-
rações exclusivas a personagens Possuídos. ralidade 7, como todo mundo. É uma meta difícil,
é claro, porque é fácil assumir um personagem com
Força de Vontade um demônio literal puxando as cordas de um fan-
A Força de Vontade é a chave para o Possuído. toche teria degenerado muito rapidamente. Isso é
A Força de Vontade ajuda o humano a se manter possível, mas raramente o caso. O ser humano ainda
no controle quando o demônio faz exigências des- tem alguma medida de controle, e o demônio não
cabidas do corpo, mas Força de Vontade também é tem pressa em enlouquecer o anfitrião ou devastar
usada para abastecer algumas Vestimentas do perso- as pobres almas sodomitas - montar um cavalo não
nagem, podendo manifestá-las. significa correr até rasgar ou enfiar a cabeça no co-
O Possuído, portanto, tem Força de Vontade dig- cho de água até que ele se afogue. Sim, alguns demô-
na de nota, mais do que a maioria dos seres huma- nios preferem esse ângulo (eles não são certamente
nos (ou mesmo outros monstros). A equação para mais humanos, e possuem capacidade zero para a
determinar o nível de Força de Vontade do Possuí- simpatia humana), mas criaturas mais sábias sabem
do é diferente, aqui. Efetivamente, um personagem que sutileza é designada por pelo menos alguma par-
Possuído tem dois níveis de Força de Vontade. O te do tempo, não é?
primeiro é do padrão do nível mortal, derivada da Dito isto, a menor Moralidade do ser humano,
Perseverança + Autocontrole, como de costume. O quanto mais puxar os ganhos do demônio sobre
segundo é a contribuição do demônio, um nível se- o hospedeiro humano (Ver Força versus Livre Ar-
cundário marcado como “Vontade Infernal”, igual bítrio, p. 118), por isso ainda está no interesse do
aos pontos do Vicio primário do personagem. demônio eventualmente ganhar agora os fundamen-
Isso pode elevar a Força de Vontade total de um tos éticos do anfitrião, pelo menos em um patamar
personagem acima do máximo de 10 pontos que o muito mais baixo. Talvez o ser humano resista, e está
esperado. Embora, ele só possa gastar 1 ponto de tudo ok. Talvez não, e como tal, você sente que é
Força de Vontade por vez, como qualquer outro per- necessário começar o jogo com uma pontuação de
sonagem. Moralidade enfraquecida.
Você tem acesso a ambos níveis de Força de Você pode, como uma regra opcional, trocar pon-
Vontade para gastar, mas não pode gastar Força de tos de Moralidade por pontos de experiência. Você
Vontade do nível de Vontade Infernal se as ações do pode reduzir a Moralidade em até 3 pontos ao todo
personagem forem contra o que o demônio deseja. com esta regra, ganhando 5 pontos de experiência
(Considere: o demônio tem pouco interesse no per- por ponto reduzido (assim, passando de Moralidade
sonagem retirando um monte de poeira velha dos 7 para 6 ganha 5 pontos de experiência, enquanto
115
criacao de personagem

História gancho:
Tábuas Ouija falam
com demônios
É assumido que as tábuas Ouija fa-
lam com fantasmas. Se algum modelo
antigo ou um dos mais recentes mo-
delos “familiares” de tábua prensada
de Milton Bradley, o pressuposto é que
essa ferramenta ajuda a se comunicar
com os fantasmas inquietos que não
têm voz própria.
Bzzt. Errado.
São demônios. São sempre demônios.
Criaturas egoístas, criaturas falsas,
demônios esperam invisíveis para falar
com aqueles dispostos a falar com eles.
Eles fazem isso imitando os mortos, às
vezes imitando entes queridos.
Mas a verdade é, são eles. Às vezes,
eles estão no Inferno ou algum reino
abissal. Às vezes, eles estão de pé bem
atrás de você, vendo sua mão desli-
zar o ícone do outro lado da mesa de
madeira.
Eles provam o seu poder, dizendo-lhe o
que está em seus bolsos. Eles escrevem
mensagens para você em uma língua
que você não poderia saber e, sim, que
requer verificação mais tarde através
do Google ou através da biblioteca,
mas assim são - demônios são nada se
não paciencia.
Uma vez que você usou o tabuleiro
Ouija e falou com o demônio, ou pior,
uma vez que você fez isso sozinho, o
demônio já tem você na mão. Talvez
ele ofereça um pacto. Talvez ele sussur-
re um ritual secreto em seu ouvido.
Ou talvez, apenas talvez, quando você
acha que está se comunicando com seu
falecido avô, o demônio pode cavar
seu caminho para dentro. Talvez seja
assim que algumas pessoas se tornam
Possuídos.
indo de Moralidade 7 para 3 ganha 20 pontos de
experiência). Isto deve ser discutido e aprovado pelo
Narrador de antemão; uma queda vertiginosa na
Moralidade pode ir contra o que o Narrador tem
em mente para esta história, e pode ser problemáti-
co se todos os outros personagens se mantiverem aos
níveis normais para essa caracteristica.
116
Capitulo tres - os possuidos
Virtude e Vício
Você já deve ter escolhido o seu Vício, então ago-
ra é realmente a hora de escolher a sua Virtude. A
Virtude não precisa ser o oposto do Vício de seu
personagem, embora certamente possa ser. (Gula
e Temperança, por exemplo, fazem papéis legais - o
personagem valoriza moderação e contenção como
noções abstratas, mas não pode ajudar a si mesmo
quando se trata de comer emocionalmente). É tam-
bém interessante ver a Virtude e o Vício formar uma
espécie de parceria estranha . Fé como uma Virtu-
de dá ao personagem um núcleo interno de força,
a confiança em poderes maiores, mas ele também
pode sangrar até um sentimento de intensa auto-
-justiça, manifestando-se como o Vício do Orgulho.
Os dois não são, portanto, tanto na oposição como
simplesmente duas faces da mesma moeda. A Virtu-
de do personagem ofende o demônio interno? Ou
pode a entidade insensível, pelo menos, apreciar o
valor do mesmo para atender seus propósitos?
Passo Oito: Aquela Fagulha Infernal
Agora você tem um personagem. Esse persona-
gem foi possuído por um demônio, um demônio
que concorre para o controle do corpo do hospedei-
ro humano, com o objetivo de subverter a vontade
do indivíduo. Você ainda tem um monte de detalhes
para fazer, no entanto. Sim, a ficha de personagem
tem pontos na página, mas é importante construir
uma história a partir desses pontos, uma história re-
pleta de conflitos, desejos, necessidades e medos. O
que o seu personagem mais teme? Quantos anos ele
tem? Como seus 4 pontos na Presença se manifes-
tam? Claro, isso não leva em conta a sua perspectiva
do demônio dentro, porém, não é? Isso nos leva a...
O Demônio Interno:
A Figura do Pecado
Você é o responsável (a menos que você e o Nar-
rador já tenham decidido que é melhor uma mão
para lidar com esta parte) para começar com a per-
sonalidade do demônio interno. Demônios não são
humanos, não todos, mas certamente podem imitar
a natureza humana bem o suficiente. O demônio é
estúpido? Cruel? Um ditador brutal ou um vende-
dor escorregadio? O conceito de que o demônio faz
parte do pacote inteiro; é fundamental para saber
exatamente com o que a voz no ouvido de seu per-
sonagem parece. Você pode até mesmo conceber a
história do seu demônio (talvez ele se escondia em
sepulturas sumérias ou fez inúmeros pactos com os
magos da Renascença), embora isso também seja
algo que você pode querer deixar para o Narrador
se algum senso de surpresa e descoberta é desejável.
É importante notar que você realmente não pre-
cisa colocar pontos em uma página para o demônio:
enquanto Possuído, o demônio de um anfitrião é
realmente apenas a soma dos pontos de Vício, mas
tem acesso a todas as características normais do ser
humano, também. Se você precisar de estatísticas
rápidas e fáceis para o demônio fora do corpo, no
entanto, uma boa regra de ouro é multiplicar a soma
dos pontos em Vício do personagem por 4, e o nú-
mero resultante pode ser dividido entre o Poder, Re-
finamento e Resistência manifestados do demônio.
Numes podem ser escolhidas a partir deste livro ou
do Livro de Regras do Mundo das Trevas (p. 210).
A maioria dos demônios possessores são considera-
dos Domínions, embora você esteja livre para ajus-
tar a sua idéia de um demônio.
Regras e
aprenderam. Para cada ponto que o Possuído tenha
no Vício principal do personagem (1 a 3), o perso-
nagem ganha uma nova língua (como anotado por
1 ponto na Vantagem Idiomas). Por que isso? Nin-
guém sabe ao certo (e mesmo diferentes demônios
não podem entrar em acordo exatamente de onde
ela vem). Uma teoria é naturalmente relacionada
com a Torre de Babel; alguns demônios felizmente
levam o crédito por incitar os cidadãos da Babilônia
a construir uma torre para não exaltar a Deus, mas
para louvar o seu próprio ego e subir ao Céu por
sua própria vontade. A grande torre caiu, e, claro, os
demônios estavam presentes quando a humanidade
tornou-se dividida em muitas nações e línguas.
Outra teoria - uma que é em última análise, muito
mais mundana - que os demônios têm simplesmente
vivido um longo tempo. A maioria das evidências su-
gere que demônios existem desde os primórdios da
humanidade, se não antes. (Mais uma vez, diferentes
demônios tendem a contar diferentes histórias). Em
razão de ter vivido tanto tempo, as entidades Infer-

Sistemas nais são obrigadas a ter pego uma língua ou três (ou
mil), e são, portanto, capazes de compartilhar algu-
mas com o hospedeiro Possuído.
Especiais
O demônio entra no corpo, e até certo ponto ele Erudição Infernal
perde poder - isto é não ter mais uma presença toda Assim como demônios sabem muitas línguas,
própria em seu mundo; pode não mais conseguir eles também sabem muitas coisas. Alguns demônio-
as coisas de forma independente. Ah, mas a enti- logistas sugeriram que demônios sabem todas as coi-
dade já tem um corpo que vai fazer a sua licitação, sas, mas podem reproduzir e lembrar de uma coisa
um corpo que permanece como camuflagem quase só quando é objeto de uma pergunta feita por um
perfeita para todas as coisas, os pequenos pecados, ser humano. Este presta-se à teoria de que os demô-
os grandes pecados, o demônio espera alcançar. O nios não existiam antes da humanidade, e que são,
demônio tem permissão para ficar, então, durante em última análise resultado do egoísmo e da malda-
o tempo que o ser humano pode ou irá cumprir os de do homem. (Então, novamente, alguns demônio-
desejos da criatura. Em troca, uma medida do poder logistas reivindicam este conceito elevado, centrado
do demônio ainda permanece presente para os dois sobre o homem porque ele não pode acreditar que
compartilharem e quem disse que os demônios não ele não é o centro do universo - basicamente, a mes-
podem compartilhar? ma coisa que sugere que o sol gira em torno da Ter-
Como resultado, os Possuídos estão entregues a ra, em vez de vice-versa).
determinados sistemas e habilidades únicas, e você Como resultado, o personagem Possuído ganha
vai encontrar todas essas mecânica adequada abaixo. a Vantagem Conhecimento Enciclopédico de graça;
se o personagem já possui, o demônio pode empres-
tar a sua ajuda de uma forma secundária, com Me-
Propriedades dos Possuídos mória Eidética (também gratuito). Ambas as Vanta-
gens podem ser encontradas no Livro de Regras do
Ao tornar-se Possuído, o personagem ganha uma Mundo das Trevas, pag. 109.
série de benefícios automáticos sempre disponíveis,
sem nenhum custo - esses benefícios são o resultado
da partilha de um corpo com uma alma Infernal, Eu Vejo Demônios
uma alma que talvez tenha sido possívelmente vista
em torno do quarteirão pela última vez, oh, dois ou O corpo do hospedeiro é verdadeiramente com-
três milênios. Esses benefícios incluem: partilhado - o que o humano vê, o demônio vê, duas
almas que espreitam fora de um par de olhos. Os
olhos devem, portanto, serem úteis para a entida-
O Dom de Línguas de interna, e demônios gostam muito de ver outros
demônios, muito obrigado. (A competição Infernal,
Os Possuídos podem falar línguas que nunca especialmente entre os demônios de Vícios seme-

117
regras e sistemas especiais
 lhantes, é aparentemente interminável, e muitas ve-
zes profundamente crueis).
Cada personagem Possuído ganha a Vantagem Excisão ou Exorcismo
Sexto Sentido focado em demônios. Isso se manifes-
O que acontece se o demônio é exor-
ta de uma forma única para cada personagem: um
cizado ou de outra forma destruído,
Possuído vê demônios como sombras negras, outros
mas o hospedeiro humano perma-
os vêem como distorções. (Pense em uma neblina de
nece? Todos os poderes infernais se
calor ou uma estranha refração da luz). Esta Vanta-
vão. Poof. O personagem envelhece
gem se aplica a outros Possuídos também - o efeito
normalmente. Qualquer Vantangem
da testemunha é simplesmente sobreposto em cima
obtida como resultado de se tornar
do outro hospedeiro humano, como uma sombra
Possuído desaparece no ar. (Não há
em um Raio-X ou uma figura fantasmagórica.
mais fluência em Aramaico, descul-
pe). Os Vícios já não têm pontos e o
Eternidade do Inferno personagem não pode mais mani-
festar as Vestimentas infernais. Para
Os demônios são aparentemente eternos. Eles todos os efeitos, o anfitrião é agora
podem ser banidos deste mundo. Alguns até dizem inteiramente humano, com um corpo
que podem ser destruídos. Independentemente dis- próprio.
so, quando o demônio está entrincheirado em um
hospedeiro humano, esse humano se torna, em úl-
tima instância, imortal. Ele não envelhece, nem por
um minuto, enquanto o demônio estiver presente. Ele quer proteção. Ele quer a camuflagem fornecida
Alguns vêem isto como uma benção, outros como pelo manto da carne mortal. Quer obter vingança
claramente uma maldição. contra seus inimigos, quer se engajar nos muitos
prazeres disponíveis para o homem (tanto mansos
Força contra Livre-Arbítrio quanto perversos), precisa se envolver em seu Vício
e ver o pecado feito em seu nome ou espírito.
O demônio exige. Não se sente confortavel den- Às vezes, esses desejos se alinham com o que o
tro do hospedeiro humano. Não é dado à passivi- hospedeiro humano quer. Um súcubo quer envol-
dade. O demônio quer coisas. Esse é o objetivo de ver-se em pequenos pecados sexuais estranhos; O
reivindicar um hospedeiro humano, francamente. humano está perfeitamente bem com isso, cedendo

118
Capitulo tres - os possuidos
com prazer ao seu Vício da Luxúria. O demônio
sussurra no ouvido do anfitrião para tomar o que é
legítimo dele, o que talvez signifique pegar essa bolsa
autônoma ou tirar suas frustrações e reivindicação
com um punho no rosto do motorista de táxi. E o
humano se inclina para esse impulso, porque real-
mente quer isso também. O sussurro, a sugestão, a
demanda... fornece justificativas para o que o ser hu-
mano realmente deseja o tempo todo.
Mas não é assim o tempo todo. Ah não. Às vezes,
o hospedeiro humano preferia não se envolver na in-
cessante exploração do pecado. O humano tem livre
arbítrio, pelo menos em teoria. Ele pode escolher se
envolver em sua Virtude. Ele pode escolher explorar
um pecado totalmente diferente, algo que vai contra
o que o diabo quer.
Além disso, às vezes o demônio quer colocar o
hospedeiro humano em perigo. Talvez queira enviá-
-lo para rastrear e assassinar outro Possuído. Talvez
queira jogá-lo de forma tola na batalha contra um
amontoado de Larvals, aqueles fantasmas demoní-
acos. Poderia até ser que o demônio cansou-se do
prazer e agora quer experimentar o seu oposto, na
esperança de saborear a dor que o hospedeiro huma-
no irá visitar idealmente.
Em linhas gerais, às vezes, o lado humano quer
expressar sua vontade e negar ao demônio sua es-
colha. E, às vezes, o demônio silva, se enraiva e se
contorce por dentro, descontente com a rebelião
inexperiente do anfitrião. Certamente, às vezes o
demônio escolherá suas batalhas, deixando o huma-
no ter “este” para que o demônio possa ter “o pró-
ximo”. Mas não assuma que os demônios possuem
esse raciocínio humano. São criaturas formadas de
pecado e egoísmo, e querem o que querem quando
querem. (Significado: agora).
Isso significa que o demônio tentará exercer
controle. Esperará dominar o hospedeiro humano
para fazer o que quiser. Será que será bem sucedi-
do? Como determinar quem ganha a luta? Mecani-
camente, é o personagem contra ele mesmo: você,
como jogador, está colocando suas próprias estatís-
ticas (Atributos) em relação às suas próprias estatís-
ticas (Vícios). Temáticamente, é claro que o hospe-
deiro humano contra a vontade do demônio. O que
o demônio quer (como é geralmente determinado
pelo Narrador, embora existam outras opções em
“Histórias dos Possuídos” mais adiante neste capítu-
lo), está tentando realizar. Abaixo está o sistema para
esta disputa de vontades.
A Disputa de Vontades
Parada de Dados: Perseverança + Autocontrole
contra a soma de todos os pontos de Vício
Ação: Estendida e disputada (cada teste é igual a
um turno de luta interna, o número alvo de sucessos
é diferente tanto para o hospedeiro quanto para o
demônio possuídor, veja abaixo).
O hospedeiro e o demônio possuidor estão em
desacordo. Talvez o demônio queira continuar a
manifestar uma Grande Vestimenta, independente-
mente do potencial de Combustão, ou talvez apenas
que o mortal vá para o norte quando o hospedeiro
se incline para ir para o sul.
O número de sucessos do alvo do demônio é a
pontuação da Moralidade do hospedeiro.
O número alvo de sucessos do hospedeiro é 10
menos a sua Moralidade.
Qualquer um dos “lados” ou almas do persona-
gem que ganha a disputa é o lado que efetivamente
controla a próxima cena. Como este controle se ma-
nifesta com precisão em relação à narrativa (e tam-
bém como fatores de degeneração da Moralidade
em potencial na equação) é abordado mais adiante
no Capítulo, “Narrando a Possessão”.
Qualquer lado que vença esta disputa tem o con-
trole da cena. O lado oposto não pode tentar evitar
o controle do corpo hospedeiro pelo restante desta
cena, sob nenhuma condição.
Resultados do Teste
Fracasso Dramático: Se qualquer uma das partes
sofre uma falha dramática, esse lado perde a dispu-
ta automaticamente. Além disso, dá à alma oposta
uma vantagem: quem sofreu o fracasso dramático
opera com uma penalidade de -2 na próxima Dispu-
ta de Vontades.
Fracasso: A alma não faz nenhum progresso para
exercer controle.
Sucesso: A alma progride para exercer controle.
O primeiro que atingir o número alvo em sucessos,
ganha controle da cena.
Sucesso Excepcional: Uma alma dentro do per-
sonagem possuído reúne o controle sobre o corpo
hospedeiro. Durante a próxima Disputa de Vonta-
des, esse lado gera +2 para a sua parada de dados.
Modificadores Sugeridos (Humanos)
Moralidade a 8 ou maior +3
Vantagem Mente Meditativa +1
Ganhou a última Disputa de Vontades
+1
Moralidade 3 ou menor -3
Modificadores Sugeridos (Demônios)
O hospedeiro tem uma perturbação grave +3
O hospedeiro tem uma perturbação leve +1
Ganhou a última Disputa de Vontades +1
Tem o Vício diferente do hospedeiro -5
Gastando Força de Vontade
Ambos os lados podem gastar Força de Vonta-
de durante esta troca, ganhando +3 nos respectivos
testes. Esta é a única vez (a menos que você use a
regra opcional encontrada na barra lateral na pá-
119
regras e sistemas especiais
 gina 121) que o personagem possuído pode gastar Vontades. A Moralidade de Damon é 6, o que significa
mais do que um ponto de Força de Vontade em um que seu número alvo é 4 e o número alvo do demônio é
determinado turno. O hospedeiro humano gasta a 6. O jogador de Damon rola Perseverança + Autocon-
Força de Vontade da sua parada normal de Força de trole, para um total de 6 dados. O Narrador rola para
Vontade, e o demônio pode gastá-lo de sua parada o demônio: o jogador de Damon comprou vários pontos
de Vontade Infernal. adicionais, e assim o Narrador conseguiu rolar uma soma
de todos esses Vícios, que também equivale a 6 dados.
O Suicídio é Proibido É uma disputa curta que dura quatro turnos, mas o
Uma coisa que um demônio não pode fazer: lado humano de Damon ganha; O demônio é derrotado,
forçar um hospedeiro humano a cometer uma ação mas por pouco. Damon deixa a prostituta para trás (tão
que seja claramente suicida. O demônio não pode perturbado que ele esquece de pagar), feliz pelo fato de o
forçar o anfitrião a andar na frente de um trem em demônio não ter tomado o controle dele pela cena.
movimento ou a colocar uma arma na boca. Pode
querer. Mas não pode forçar. Pode lançar um huma-
no em uma situação perigosa, sim - forçar o corpo Recuperando Força de Vontade
do hospedeiro em combate com um Diabolus pode- O personagem Possuído pode recuperar os pon-
roso é factível. O demônio pode até procurar forçar tos perdidos de sua parada de Força de Vontade da
o corpo hospedeiro a causar danos não-letais (leia: mesma forma que qualquer outro personagem (veja
contusão) a si mesmo (pois talvez force o hospedeiro Recuperando Força de Vontade, pag. 92, Livro de
a esmagar sua cabeça em um espelho de banheiro ou Regras do Mundo das Trevas). Recuperar a Vonta-
perfurar uma parede de tijolos). Mas não pode pedir de Infernal, no entanto, é um pouco diferente.
suicídio, e não pode forçar a mão do anfitrião infli- Primeiro, a única maneira pela qual
gir danos letais diretamente nele. Indireta- a Vontade Infernal é recuperada é
mente é outra história; o Narrador é através de ações relacionadas ao
o juiz final de quais ações leva- Vício primário do persona-
riam a morte certa. (Note, no gem Possuído. Ao acordar
entanto, que o demônio de um sono reparador, o
pode tentar empurrar demônio não recupera
um hospedeiro huma- a Vontade Infernal
no em uma Combus- perdida - não, é feito
tão - exercitar seus apenas através de
poderes demoníacos ações, através de
demais leva a loucu- ações que especi-
ra e/ou danos acu- ficamente repre-
mulados). sentam o Vício.
Quando o
Exemplo: O personagem
demônio de Damon Possuído rea-
pediu-lhe que rea- liza ações que
lizasse seus desejos se apresentam
mais perversos perfeitamente de
com a prostitu- acordo com seu
ta diante dele. Vício primário,
Damon cumpre; ele recupera a For-
ela está disposta, ça de Vontade, cer-
ela é paga, ele está to? Sim, mas esse
feliz, final da his- ponto recuperado
tória. Ou não? O primeiro é para a
demônio tem outra parada de Vonta-
demanda: cortar de Infernal, não
sua linda garganta. para a parada de
Ela já viu demais e, Força de Vonta-
além disso, o demônio de. Somente se a
está bastante certo de parada de Vontade
que Damon se aprovei- Infernal for preen-
tará desse ato brutal, chida, o personagem
mas elegante. Damon se adiciona a Vontade
recusa e o demônio exige. de Força de Vontade à
É hora da Disputa de
120
Capitulo tres - os possuidos

Regra Opcional: Duplo Gasto
O personagem Possuído tem tecni-
camente dois lados: a alma humana
e a entidade demoníaca fazendo a
possessão, certo? Ambos os lados
também recebem uma parada de
Forças de Vontade: o humano tem
seus pontos de Força de Vontade
normais, e o demônio possui uma
reserva de Vontade Infernal igual aos
pontos comprados no Vício primário.
E, no entanto, o personagem Pos-
suído pode gastar apenas um único
ponto de Força de Vontade por vez,
certo?
Errado... ou, pelo menos, é errado se
você decidir usar esta regra opcional
(prerrogativa do Narrador). Suponha
que o personagem Possuído pode
gastar 2 pontos de Força de Vontade
por turno, desde que 1 ponto venha
da parada de Força de Vontade e o
outro da parada de Vontade Infernal.
Além disso, o demônio contribui com
a Força de Vontade apenas como
normalmente, o que significa que a
ação que exige o gasto da Força de
Vontade é algo que opera de acordo
com os desejos do demônio. Se a
ação é algo que o demônio se opõe
(mesmo que o demônio não invoque
uma Disputa de Vontade), então a
Vontade Infernal não pode ser contri-
buída.
própria parada (humano). Alternativamente, o per-
sonagem Possuído pode recuperar toda a Vontade
Infernal, se as ações do personagem durante toda
a sessão do jogo (ou seja, “capítulo”) caiem em li-
nha com seu Vício primário e, além disso, ele não
se envolve em ações que caíssem sob sua Virtude.
Isso exige ser verdadeiramente Vicioso, executando
ações pecaminosas desde o início da sessão do jogo
até o final - no final da sessão, se o Narrador julgar
apropriado, a parada de Vontade Infernal inteira do
personagem pode ser recarregada.
Enganando o Demônio
Parada de Dados: Autocontrole + Astúcia menos
a soma dos pontos dos dois Vícios mais altos (máxi-
mo de 5)
Ação: Instantânea
A questão é: Quanto o demônio está realmente
ciente? O demônio observa constantemente os olhos
do hospedeiro, espreitando na mente, ouvindo os
ecos de cada pensamento que reverbera em torno da
câmara do crânio? Enquanto alguns demônios per-
manecem profundamente vigilantes em seu relógio
paranóico sobre seus anfitriões, a maioria fica um
pouco indolente dentro do corpo hospedeiro. Não
é exatamente exato dizer o “sono” do demônio, mas
às vezes a coceira dentro da mente do hospedeiro ou
a sensação de dedos fantasmagóricos e os olhos que
brincam sobre o quarto de sua alma desaparecem -
é como se o demônio relaxasse seu aperto, por um
tempo.
Isto é especialmente verdadeiro em tempos de
fraqueza relativa; quando o humano dorme, come,
lê o jornal ou faz outras coisas nascidas da rotina
comum, o demônio provavelmente desaparecerá até
que algo desperte seu interesse.
Quando o demônio desaparecer, o lado humano
do personagem possuído pode trabalhar contra isso.
Pode entrar em contato com outros Possuídos, ou
tentar investigar casualmente a história e o legado
do demônio. Um suicida Possuído pode tomar esse
tempo para comer seu cereal, carregar uma arma no
colo e pegar um pente de balas em vez de Amuletos
da Sorte. Outro pode chamar uma paróquia local
para investigar as opções de exorcismo.
No entanto, certas coisas fazem ping para o radar
do demônio, despertando-o instantaneamente do
“sono”. Uma dessas coisas é contato com qualquer
um dos seus nomes. Não importa se o nome é verda-
deiro ou falso, se ele já respondeu a um título, nome
ou epíteto particular e o humano aparece com esse
nome em impressão, ou ele pensa, ou ele fala ou
ouve - boom. O demônio instantaneamente agita e
gira seu olhar impenitente para as atividades do ser
humano.
Resultado dos Testes
Fracasso Dramático: O demônio torna-se plena-
mente consciente dos pensamentos e ações do per-
sonagem. Faz um controle imediato usando a Dispu-
ta de Vontades, e ganha +2 em sua tentativa.
Falha: O demônio se torna consciente. Pode não
necessariamente saber exatamente o que o ser hu-
mano estava fazendo; o personagem pode parar sua
atividade ou cessar a investigação, deixando assim a
criatura no escuro. Mas o demônio agora está com-
pletamente desperto de seu sono.
Sucesso: O personagem engana com sucesso o de-
mônio; o demônio permanece desbotado no fundo,
sem saber o que o indivíduo está fazendo. A menos
que aconteça algo contrário, o demônio permanece
ignorante pelo restante da cena.
Sucesso Excepcional: Tão convencido é do tédio
absoluto das ações humanas, o demônio desaparece
no segundo plano pelo resto da cena. Além disso,
o personagem gera +1 para a próxima tentativa de
121
regras e sistemas especiais
 “Enganar o Demônio”.
Modificadores Sugeridos
O personagem está fazendo algo fora da rotina –3
O personagem está investigando o demônio
dentro dele
O personagem está investigando outro demônio –2
O personagem tem uma parada de Percepção –2
(Raciocínio + Autocontrole) de 6 dados ou
maior
O personagem está fazendo algo muito
rotineiro (comer, dormir, etc.)
O personagem tem uma parada de Percepção +2
(Raciocínio + Autocontrole) de 3 dados ou menor
geral de justiça ou com uma compreensão mais pro-
funda do tecido e da trama do oculto, certos “ata-
ques abençoados” sobre o Possuído produzem resul-
tados especiais. (Consulte as pág. 213-214 do Livro
–3 de Regras do Mundo das Trevas para os sistemas
que tratam de Abjurações, Exorcismos e Objetos
Abençoados).
Abjurações
O sistema funciona como ocorre quando usado
contra fantasmas, com alguns ajustes. Primeiro, as
+1 orações e os ritos são refletidos por um teste dispu-
tado de Perseverança + Autocontrole do abjurador
contra a soma total dos Pontos de Vício do perso-
nagem possuído. Em segundo lugar, a pontuação de

Ataques Abençoados
Moralidade do personagem possuído pode ajudar
ou inibir o teste do abjurador - se o personagem ti-
ver uma Moralidade acima de 5, ele oferece +1 para
Aqueles com suficiente Virtude, fé ou habilidade o teste do abjurador, mas uma Moralidade abaixo de
são capazes de causar um tipo único de dano ao Pos- 5 causa uma penalidade de -2. Finalmente, os resul-
suído. Se tem algo a ver com Deus, com um senso tados do teste são um pouco diferentes...

122
Capitulo tres - os possuidos
 Fracasso Dramático: O abjurador é dominado
pelo egoísmo ou pelo mal da entidade antes dele.
Ele sofre 2 pontos de dano letal e não pode reali-
zar mais abjurações pelo resto do dia. Além disso, o
abjurador é enfraquecido contra a incursão demo-
níaca: pelo próximo ano, se algum demônio tentar
possuir esse personagem, ganha +2 na tentativa.
Falha: O abjurador é muito fraco em fé ou habili-
dade para mover o demônio. O abjurador pode fazer
uma tentativa adicional, mas faz isso com -2 dados
(cumulativo por tentativa falhada).
Sucesso: O demônio é temporariamente banido
do hospedeiro por uma cena. O hospedeiro está sem
poderes demoníacos durante esse tempo e é um ser
mortal em todos os sentidos da palavra. O demônio
retornará no início da próxima cena, a menos que o
personagem gaste um ponto de Força de Vontade.
Isso faz banir o demônio por uma cena adicional (e,
em teoria, o jogador pode continuar a gastar os pon-
tos de Força de Vontade do personagem para ganhar
várias cenas de “liberdade”).
Sucesso Excepcional: Como acima, mas o demô-
nio se vai inicialmente por um dia inteiro (período
de 12 horas). Gastar pontos de Força de Vontade
para continuar o banimento ganha mais um período
de 12 horas por ponto gasto.
Exorcismo
Um exorcismo funciona a grosso modo da mes-
ma forma que no Livro de Regras do Mundo das
Trevas: um ou vários exorcistas treinados se envol-
vem em uma ação disputada e estendida e uma ver-
dadeira batalha de vontades (externa em oposição à
interna sofrida pelo demônio e hospedeiro) ocorre.
Cada lado pretende vencer a Força de Vontade do
outro. A parada do exorcista é Perseverança + Auto-
controle, enquanto a parada do Possuído é a soma
total de todos os pontos de Vício.
Cada teste ainda equivale a cinco minutos - o
que significa que o personagem Possuído deve ser
encarcerado ou preso em um lugar. Se o Possuído es-
tiverem se movendo, os exorcistas podem continuar
a tentar o ritual, mas sejamos francos: cinco minu-
tos são aproximadamente 100 turnos. Isso é muito
tempo para o personagem Possuído interromper o
ritual, e se o ritual for interrompido, seu progresso é
perdido e deve ser recomeçado.
O Possuído, quando afetado com sucesso por um
dos muitos testes nesta ação estendida, sofre como
se fosse atingido pela água benta, queimado pelo
fogo ou de qualquer forma prejudicado. Os múscu-
los se contraem. O personagem pode chorar, cuspir
palavrões horríveis, jorrar palavras em latim, aramai-
co ou alguma outra língua perdida (ver a Vantagem
Língua do Dragão, página 126).
Veja, ao exorcizar um demônio de um persona-
gem Possuído, e o exorcista perde Força de Vontade,
é tudo o que acontece. Mas se o exorcista ganha um
teste disputado dentro da ação estendida, o Possuí-
do perde mais - o Possuído perde 1 ponto de Força
de Vontade e sofre 1 ponto de dano letal. Assim,
enquanto um Possuído tem mais Força de Vontade
para perder (a Vontade Infernal está inclusa, e é de
fato a primeira a ir), o personagem também começa
a se separar fisicamente: feridas terríveis, cortes aber-
tos, vômitos, lágrimas de sangue, convulsões e assim
por diante.
Isso, claro, significa que um exorcismo pode ma-
tar o hospedeiro e banir o demônio. Isso pode ser
evitado, mas requer ação por parte dos exorcistas
fazendo o ritual. Se um dos exorcistas (ou alguém
que os acompanha) desempenha assistência médica
no Possuído, enquanto ele aguarda a agonia do ri-
tual, isso poderá minimizar os danos causados. Esse
indivíduo deve ter sucesso em um teste de Racio-
cínio + Medicina penalizado pelos pontos de Vício
primário do personagem Possuído (máximo 3), com
penalidades adicionais incluídas se o ambiente esti-
ver atrapalhando, escuro ou perigoso. Porém, alguns
exorcistas cuidam de tal misericórdia.
Os resultados do teste são os mesmos que os en-
contrados na p. 214 do Livro de Regras do Mun-
do das Trevas, exceto que, o sucesso total (perda de
todos os Pontos de Força de Vontade do Possuído)
indica que o demônio é permanentemente banido
do hospedeiro. Se o ser humano ainda estiver vivo,
então, para todos os efeitos, o personagem agora é
puramente mortal uma vez mais. Todos os poderes e
características associadas ao modelo Possuído estão
perdidas. O demônio não pode tentar novamente a
posse do personagem, mas pode muito bem tentar
possuir um dos exorcistas (em parte devido à proxi-
midade, em parte devido à reivindicação).
Objetos Abençoados
Objetos santificados - um cetro papal com uma
câmara para os dentes de um santo, contas de ora-
ção budistas de um suposto bodhisattva, uma das
Zoroastrian (foice) supostamente tocada por Ahura
Mazda - trabalha no Possuído da mesma forma que
fazem com fantasmas. Eles têm um nível de +1 a +5,
e isso é adicionado a qualquer ataque (embora seja
preciso repetir que muitos itens abençoados não são
armas e, portanto, sofrem com a penalidade de -1
nos ataque improvisados).
O dano causado a um personagem Possuído por
um item abençoado é agravado. O dano causado é
muitas vezes estranho, na verdade – cauterizações
de carne, às vezes os símbolos sagrados são deixados
como cicatrizes, às vezes a ferida até queima com o
fogo por um momento. O demônio dentro do hos-
pedeiro se irrita quando toca um item abençoado, e
provavelmente forçará uma Disputa de Vontade para
ficar o mais longe possível do objeto consagrado.
123
regras e sistemas especiais
 esforçará para tomar o
controle do corpo hos-
pedeiro.
No entanto, se o ser
humano permanece e
tem toda as suas caixas
de Vitalidade cheia de
pontos de dano letais,
o demônio é expulso do
corpo. Claro, o huma-
no precisa de atenção
médica imediatamente,
já que seu corpo correu
com um acidente vas-
cular cerebral, ataque
cardíaco, queimaduras
ou alguma outra forma
de doença interna ou
externa. Muitos huma-
nos não viverão - mas, é
claro, o demônio se foi.
O demônio, no en-
tanto, pode voltar a ten-
tar a possessão novamen-
te, e ganha +2 no teste
para fazê-lo enquanto o
personagem se cura com
cuidados médicos. Por
isso, é uma boa idéia ter
aliados vigilantes que
possam estar de pé com
a vítima e protegê-lo
contra uma nova incur-
são demoníaca.

Solo Consagrado A Grande Saída:

O demônio dentro do hospedeiro não pode su-
portar terreno consagrado. Igrejas ou outros lugares
sagrados “normais” não são consagrados - certamen-
te um sacerdote, pastor, rabino ou monge o consi-
derará como tal, mas dentro do Mundo das Trevas,
é preciso algum tipo de evento sagrado para consa-
grar uma área. Lugares onde Jesus andou e curou
pessoas? Um morro onde um demônio poderoso foi
lançado de volta a qualquer reino escuro de onde
veio? O sepultamento de um santo esquecido? Estes
representam terreno consagrado.
Quando um personagem Possuído coloca o pé
em tal lugar, o demônio interior o detecta imedia-
tamente (mas raramente antes). Uma vez por turno,
o demônio perde um ponto de Vontade Infernal - e
quando é completamente perdido, o personagem
Possuído começa a sofrer danos letais. Assim como
nos itens abençoados, o demônio certamente se
De Volta ao Inferno
Talvez seja hora de o demônio ir. Então, como?
Como um Possuído pode realmente ser livre do de-
mônio dentro de si? Em última análise, você, como
jogador, provavelmente criou o personagem para ser
um Possuído, e provavelmente quer continuar jo-
gando desse modo - mas, novamente, é bem possível
que sua história gire em torno de um arco de perso-
nagem em que o indivíduo seja capaz para recuperar
sua humanidade do demônio e lançar a criatura de
volta ao inferno.
Em última análise, é provavelmente uma perse-
guição única para cada personagem, melhor deixada
para uma discussão entre o jogador e o Narrador
para determinar exatamente o que constitui um ân-
gulo de redenção suficientemente forte de forma a
danificar o controle do demônio.

124
Capitulo tres - os possuidos
 Dito isto, também é bom ter algumas regras que
poderiam ser usadas (ou ignoradas!) para apoiar esta
“missão” de exorcismo pessoal.
Suponha que o personagem deve seguir uma
espécie de peregrinação, uma jornada interna e ex-
terna que fortaleça sua vontade e Virtude contra o
demônio.
Esta jornada não tem tempo definido, mas cer-
tamente não é rápida: o personagem não pode sim-
plesmente dar algum dinheiro aos sem-teto e desejar
realmente muito fazer o demônio desaparecer. Re-
quer tempo, sacrifício e esforço. O personagem não
é Jó, ele não precisa perseverar além do ponto em
que esteja sentado nas cinzas de sua casa com sua
família morta ao redor dele, mas certamente algum
grau de dor e esforço passado o ponto de sanidade
vai ser necessário.
O personagem precisará ter sua Moralidade 7 ou
maior. O personagem também precisará completar
uma série de ações verdadeiramente virtuosas, cujo
número é igual aos pontos que o personagem pos-
sui nos Vícios. Então, se o personagem tiver Gula
3, Preguiça 2, Ira 1, isso significa que 6 ações verda-
deiramente virtuosas são necessárias. Toda vez que
o personagem completa uma ação virtuosa, o joga-
dor oferece uma chance de “comprar” 1 ponto de
Vício por 5 pontos de experiência. Gastar esses 5
pontos remove 1 ponto de Vício (embora os pontos
do Vício primário sejam sempre os últimos a irem).
Isso diminui a aderência do demônio, mas também
remove o acesso do personagem à Vestimenta com-
prada nesse nível.
As ações verdadeiramente virtuosas não são tare-
fas fáceis realizadas em alinhamento com a Virtude.
Cada uma deve incluir uma sessão de jogo inteira,
pelo menos. Isso deve exigir algum grau de sacrifício
por parte do personagem. Um personagem verda-
deiramente rico com a Caridade como Virtude que
gasta todos os seus pontos de Recursos dando suas
riquezas a vários abrigos de mulheres em torno da ci-
dade, bem, o que provavelmente conta (especialmen-
te se revelar uma mudança de personagem genuína
- agora o personagem tem que viver nas ruas ele mes-
mo, tendo desistido das chaves de seu condomínio
caro no ‘burbs’). Um personagem que persegue um
assassino em série verdadeiramente aterrorizante e o
leva à justiça (leia: não apenas atirar na cabeça dele,
mas, de fato, subjugá-lo e arrasta-o para os policiais)
pode contar para a Virtude da Justiça, especialmen-
te se o personagem realizou essa ação com um custo
excelente para si mesmo (quase morrendo, perden-
do um ente querido, sendo jogado na cadeia).
As cabalas inteiras de Possuídos podem trabalhar
juntas para tentar extirpar os demônios que se pos-
suem, levando o manto de libertação e libertação
juntos - indiscutivelmente fornecendo força, embo-
ra um elo fraco nessa cadeia possa prejudicá-los a
todos.
Lembre-se, o demônio tem pouco interesse na re-
denção do personagem Possuído - quer permanecer
no corpo. Isso fará qualquer coisa para ficar - ofe-
recer acordos, forçar o personagem a cometer atos
grotescos em serviço do Vício, talvez até forçar uma
Disputa de Vontade, de modo a “comprar de volta”
os pontos de Vício perdidos. Se tudo isso falhar, o
demônio pode pensar que o personagem é uma cau-
sa perdida e pode tentar forçar o personagem a en-
trar em Combustão ou mesmo empurrá-lo para que
o corpo hospedeiro morra. Sim, o demônio ainda
será lançado livre do corpo, mas o humano também
está destruído. Salgue a terra e tudo isso.
Vantagens dos Possuídos
O que se segue é uma lista de Vantagens dispo-
níveis apenas para personagens Possuídos, a menos
que especificado de outra forma.
Animal Familiar (• até •••)
Efeito: O Possuído é atendido por um animal
guardião; Muitas vezes, é um animal preto, embo-
ra também seja um animal estranhamente colorido
(um albino, por exemplo, ou uma criatura cujas plu-
mas ou pele apresenta padrões que não são comuns
ou nunca encontrados na natureza). O animal é
profundamente leal e protegerá o Possuído ao custo
de sua própria vida (embora, se isso acontecer, esta
Vantagem precisará ser re-comprada). O persona-
gem pode ainda precisar ter sucesso em um teste de
Manipulação + Trato com Animais para comunicar
seus desejos (que não são puramente empáticos),
mas ele ganha +3 dados neste teste.
O número de pontos comprados nesta Vantagem
indica a força geral do assistente familiar. Um ponto
geralmente é equivalente a algo pequeno (como um
corvo). Dois pontos representam um animal com ca-
racterísticas semelhantes a um gato. Três pontos for-
necem ao personagem um animal semelhante a um
cachorro. (As características para estes três animais
podem ser encontradas na página 203 do Livro de
Regras do Mundo das Trevas).
Demônio Familiar, Imp (•••••)
Efeito: O personagem Possuído possui um fami-
liar encarnado com um corpo físico - um pequeno
imp. O imp, como o Animal Familiar acima, é pro-
fundamente dedicado ao seu Mestre Possuído (real-
mente, é mais dedicado ao demônio do que ao hos-
pedeiro, embora os imps possam favorecer a alma
mortal, em vez disso). Ele se arriscará apenas se o
personagem o exigir, no entanto. O Animal Familiar
faz isso sem questionamento ou comandos, mas os
imps podem ser um pouco covardes - um Familiar
125
regras e sistemas especiais

Características para
Familiar Imps
Atributos: 5/4/3 (distribuídos entre
Mental, Físico e Social)
Habilidades: 9/6/3 (distribuídos
entre Mental, Físico e Social); o fami-
liar recebe um ponto gratis em Briga,
Furto ou Dissimulação
Força de Vontade: Igual a Perseve-
rança + Autocontrole
Essência: 10 (máximo 10)
Iniciativa: Igual à Destreza + Auto-
controle
Defesa: O menor entre Destreza ou
Autocontrole
Deslocamento: Força + Destreza + 5
Virtude: Escolha a Virtude
Vício: Qualquer um. A maioria dos
familiares compartilha o Vício de seu
mestre, mas não todos. Um familiar
recupera toda Força de Vontade gasta
cumprindo seu Vício uma vez por ca-
pítulo, assim como um mortal faz por
cumprir sua Virtude.
Moralidade: Familiares não têm pon-
tuação de Moralidade.
Tamanho: 3 ou menor
Vitalidade: Igual a Vigor + Tamanho
Vestimentas: Escolha duas Vestimen-
tas Inatas da categoria de Vício primá-
rio do imp.
Inócuos: Os familiares corpóreos são
muito bons em não serem notados pe-
los outros. Qualquer um, exceto o seu
mestre, sofre uma penalidade de -2
nos testes de Percepção para perceber
o familiar, a menos que faça algo para
chamar a atenção para si mesmo.
Através dos Olhos: Ao gastar um
ponto de Força de Vontade, o mestre
de um familiar incorpóreo pode mu-
dar suas percepções para as do fami-
liar. Ele vê o que o familiar vê, ouve o
que ele ouve, e assim por diante. Ele é
alheio ao seu próprio meio ambiente
enquanto vê através de seu familiar,
mas ainda possui sensação tátil (e,
portanto, ele está ciente de qualquer
dano ou sensação física em seu pró-
prio corpo). Terminar esta visualização
é uma ação reflexa e não requer teste.
126
Capitulo tres - os possuidos
Imp precisa ser empurrado para o combate (ou per-
seguido ou ameaçado).
Se um Familiar Imp é morto, seu espírito Infer-
nal geralmente se divide e retorna a qualquer Infer-
no de onde veio. Às vezes, no entanto, ele trava em
seu mestre e alimenta suas memórias, bebendo a
alma do caçador para se sustentar em forma etérea.
Em termos de jogo, o jogador de um personagem
Possuído pode, após a destruição de seu familiar en-
carnado, optar por gastar imediatamente 10 pontos
de experiência como uma ação reflexa para preser-
var o demônio como um Familiar Crepuscular (veja
abaixo). As estatísticas do Familiar Imp podem ser
encontradas na barra lateral abaixo.
Demônio Familiar,
Crepuscular (••••)
Efeito: Um Familiar Crepuscular é uma entida-
de espiritual sem um corpo físico apropriado. Um
Familiar Crepuscular também é conhecido como
“busca”. Os Familiares Crepusculares podem se ma-
nifestar temporariamente como fantasmas (ver Ma-
nifestações, p. 210 no Livro de Regras do Mundo
das Trevas), mas seus corpos efêmeros são invisíveis
e intangíveis ao mundo físico. Um Familiar Crepus-
cular deve manifestar ou usar Numes para afetar
qualquer coisa no mundo físico - exceto pelo seu
mestre, a quem pode tocar à vontade. (Seu mestre
também pode ver e falar com o familiar livremente,
mesmo que ele não possa ver ou ouvir no Crepúscu-
lo). O Familiar Crepuscular muitas vezes deixa para
trás um sinal sutil de sua presença, mesmo quan-
do não se manifesta. Um cheiro de enxofre pode
sair de sua localização, ou as luzes podem piscar na
sala quando a entidade está presente. Um Familiar
Crepuscular, quando manifestado, muitas vezes re-
presenta o Vício do Mestre Possuído: um persona-
gem da Gula pode ter algo que se assemelha a uma
rã-touro inchada e assada por tumores, enquanto
um personagem da Luxúria pode ser servido por
um súcubo ou incubus priápico. As estatísticas dos
Familiares Crepusculares podem ser encontradas na
página seguinte.
A Língua do Dragão (• ou ••)
Efeito: Os demônios têm sua própria língua,
conhecida coloquialmente como a Língua do Dra-
gão. Quais são as origens dessa linguagem estranha?
Por que é para alguns uma série de sibilos e cliques,
enquanto que para outros é um susurro louco de
ruídos sibilantes? Francamente, poucos sabem; al-
guns sugerem que é uma linguagem remanescente
entre a Babel - língua de anjos, de Deus e de Adão e
Eva. Outros dizem que é mais uma meta-linguagem
conceitual, uma língua que é o mesmo significado
 Características de Familiar Crepuscular
Atributos: 3/3/2 (distribuídos em qualquer
ordem entre Poder, Refinamento e Resistên-
cia)
Força de Vontade: Igual ao Poder + Resis-
tência
Essência: 10 (máximo 10); o demônio
recupera 1 ponto de Essência gasta por dia
passada na presença de seu mestre. Um
familiar também pode recuperar a Essência
gasta testemunhando (ou causando) atos
relacionados ao seu Vício.
Iniciativa: Igual ao Refinamento + Resistên-
cia
Defesa: Igual ao mais alto entre Poder e
Refinamento
Deslocamento: Igual ao Poder + Refina-
mento + 5
Virtude: Escolha a Virtude
Vício: Qualquer. A maioria dos familiares
compartilha o Vício de seu mestre, mas não
todos. Um familiar recupera toda Força de
Vontade gasta cumprindo seu Vício uma vez
por capítulo, assim como um mortal faz por
cumprir sua Virtude.
Moralidade: Familiares não têm pontuação
de Moralidade.
Tamanho: 5 ou menor
Corpus: Igual à Resistência + Tamanho
Nascido do Pecado: O Familiar Crepuscular
é uma criatura básica, nascida do pecado e
capaz de chamar esse pecado para outros.
O familiar pode manipular a presença de
seu Vício, aprimorando ou manipulando sua
manifestação em uma criatura, mortal ou de
outro tipo. O alvo não precisa ter o mesmo
Vício que o demônio; ele deve estar apenas
experimentando a emoção. Um persona-
gem cujo Vício é Orgulho ainda pode sentir
Luxúria por uma mulher bonita, ou Inveja do
carro novo de um vizinho, por exemplo. O
demônio não pode criar um Vício onde não
existe.
Melhorar um Vício, fazendo com que um
indivíduo sinta a emoção com mais força,
requer o gasto de 1 ponto de Essência e um
teste disputado de Poder + Refinamento con-
tra a Perseverança ou Autocontrole do alvo,
o que for maior. O familiar pode produzir
uma mudança moderada com sucesso; A
atração suave pode tornar-se infatuação, ou
a infatuação pode se tornar uma obsessão
completa no caso da Luxúria, mas a atração
leve não pode ser transformada em obsessão
total. Um sucesso excepcional, no entanto,
permite que o demônio aborde até a mais
pequena centelha de Vício em um inferno. As
mudanças duram um minuto por sucesso. O
demônio não pode melhorar o mesmo Vício
no mesmo alvo mais de uma vez por cena.
Manipular um Vício, mudando seu alvo, exige
o gasto de 2 pontos de Essência e um teste
disputado de Poder + Refinamento contra a
Perseverança ou Autocontrole do alvo, o que
for maior. O sucesso permite que o demônio
altere ligeiramente o alvo da emoção de um
personagem. Por exemplo, um personagem
que sente preguiça em direção a seu tra-
balho pode ter essa preguiça redirecionada
para a preguiça em relação a investigar
aqueles sons esquisitos no porão, ou um ho-
mem orgulhoso de seu status como jogador
pode ser feito para focar o orgulho em sua
proeza - o que pode causar problemas se ele
nunca esteve em uma briga em sua vida.
Numes: Atribua três Numes.
Âncora: O mestre do demônio é conside-
rado sua âncora para o mundo material,
embora não haja limites para o quão longe
um familiar possa viajar praa longe do seu
mestre. Veja Âncoras na p. 209 do Livro de
Regras do Mundo das Trevas. Quando
um familiar se manifesta, use os seguintes
modificadores:
Modificador Localização
Lugar profano ou blasfemo +3
(igreja destituída, local de massacre)
Lugar associado com o Vício do demônio +2
Localização oculta +1
(nexo de linha de lei, templo pagão, etc.)
Dentro da visão de um símbolo sagrado –1
(cruz, estrela de David, estátua de Buda)
Dentro da visão de uma igreja, sinagoga, –2
templo, etc.
Solo sagrado –3
127
regras e sistemas especiais
 que é som. Todos os demônios sabem disso, mas os
Possuídos não têm acesso automático a ela: parece
que, para alguns, uma vez que o demônio toma pos-
se, nem sempre pode analisar sua compreensão da
Língua do Dragão através da mente completamente
humana do anfitrião. No entanto, aqueles Possuídos
que compram esta Vantagem por 1 ponto acham que
suas mentes o entendem e podem mover a boca para
falar. Aqueles Possuídos que compram por 2 pon-
tos acham que podem se comunicar com todos os
demônios (interno e externos) de forma totalmente
completa: eles ganham +1 para os testes Sociais com
demônios fora de seus corpos, e ganham +1 em qual-
quer Disputa de Vontades feito contra o demônio
dentro de seus corpos.
No que diz respeito ao tratamento de demônios,
esta Vantagem permite que o personagem fale e
compreenda a linguagem dos demônios, permitin-
do que ele convoque e negocie com eles sem usar
os rituais usuais (encontrado no capítulo anterior).
Os demônios não são necessariamente impressio-
nados com esse conhecimento - alguns, na verdade,
consideram uma afronta. Da mesma forma, esta
Vantagem não permite que o personagem comande
demônios; simplesmente remove muitos dos obstá-
culos para conversar com eles. A mecânica do jogo
para usar a Lígua do Dragão para chamar e interagir
com demônios é explicada na p. 83.
A Língua do Dragão pode ser adquirida em qual-
quer ponto da vida de um personagem. Alguns per-
sonagens (sétimo filho de um sétimo filho) o têm
desde o nascimento, outros ganham essa bênção
duvidosa mais tarde, talvez como resultado de uma
maldição ou um ritual de convocação que deu erra-
do. A Língua do Dragão pode ser comprada como
parte de um pacto demoníaco, embora o demônio
que o conceda geralmente trabalhe em uma cláusula
que proíbe o personagem de usar o conhecimento
para controlar ou tirar proveito desse demônio em
particular.
Ao contrário das outras Vantagens nesta seção,
qualquer personagem pode comprar esta Vantagem.
Além disso, os personagens com modelos sobrena-
turais também podem comprar a Vantagem Língua
do Dragão.
Vício: O Preço do Pecado
Pode parecer estranho que, para os personagens
Possuídos, o Vício dê pontos - mas, para os demô-
nios, o Vício é muito vivo, talvez não tecnicamente
vivo, mas certamente potente e dinâmico, tão pode-
roso como uma chama dançante ou um vírus com
fome. Então, o que esse preço do pecado pode fazer
para o demônio e seu representante, o personagem
Possuído?
128
Capitulo tres - os possuidos
Vício como Resistência
A resistência sobrenatural é a chave para um Pos-
suído. Nem humano nem demônio desejam que
sua mente seja seqüestrada por um terceiro - o corpo
já é o anfitrião de duas almas, e um terceiro cozi-
nheiro na cozinha certamente estragará a refeição.
Como tal, os pontos que seu personagem Possuído
tem em seu Vício mais alto podem ser adicionados à
resistência sobrenatural. Assim, sempre que seu per-
sonagem precisa reforçar a resistência a um poder
paranormal ou sobrenatural (controle mental, por
exemplo), esses pontos de Vício são calculados na
equação se a resistência for reflexa, instantânea ou
estendida.
Vícios como Vestimentas
Conforme mencionado na criação de persona-
gem acima, cada ponto em um Vício é igual a um
ponto escolhido em uma Vestimenta apropriada. Se
o personagem ganha Pontos de Vício na criação de
personagens ou os compra com pontos de experiên-
cia mais tarde, sempre que você, como jogador, com-
prar um novo ponto em um Vício, seu personagem
ganha uma Vestimenta nesse nível.
Os três níveis, como mencionado anteriormente,
são: Inatas (1 ponto), Menores (2 pontos) e Maiores
(3 pontos). Vestimentas Inatas são consistentes, ha-
bilidades “sempre ativas” que oferecem um menor
benefício relacionado ao Vício em questão. As Vesti-
mentas Menores devem ser manifestadas pelo gasto
de Força de Vontade e (a menos que especificado
de outra forma) fornecem um bônus mais específi-
co e potente para uma cena inteira. As Vestimentas
Maiores oferecem o verdadeiro poder do demônio,
muitas vezes de forma mais atrevida e explícita - es-
tas geralmente têm uma duração menor, mas uma
duração que pode ser estendida se o humano ou o
demônio escolher assim. A manifestação de Vesti-
mentas Maiores é perigosa, no entanto, e pode levar
a Combustão (ver Combustão, página 147).
Vestimentas:
O Poder dos
Possuídos
O que se segue são Vestimentas voltadas para
cada Vício que o personagem pode possuir. Você
encontrará as habilidades Infernais listadas para as
versões de 1 ponto (Inatas), 2 pontos (Menores) e
3 pontos (Maiores) das Vestimentas. Lembre-se: ter
1 ponto em Gula não significa que seu personagem
tenha acesso a todas as Vestimentas Inatas da Gula.
Você, como jogador, deve escolher uma para seu
personagem Possuído. No entanto, como uma regra
opcional, você pode optar por “subistituir” 1 Vesti-
menta por outra do mesmo Vício e nível. Fazer isso,
no entanto, não é fácil. Primeiro, isso requer sacrifí-
cio. Literalmente. Seu personagem deve causar uma
série de pontos letais de dano a uma criatura igual a
10 menos Moralidade. Sim, isso indica que persona-
gens com Moralidade maior podem realizar o sacrifí-
cio de criaturas menores (um morcego, um rato, um
gato), enquanto que aqueles com Moralidade baixa
devem sacrificar algo maior (um cavalo, um urso,
mesmo um humano). Em segundo lugar, você deve
gastar metade do custo do ponto de experiência para
ganhar uma nova Vestimenta (significando 5 pontos
de experiência total). Uma vez que ambas as deman-
das forem cumpridas, seu personagem deve dormir
pelo menos 8 horas. Ao acordar, a velha Vestimenta
terá desaparecido, e o Possuído poderá agora usar a
nova Vestimenta em seu lugar.
• Vestimentas Inatas (1-ponto) não custam nada
para se manifestar. Elas estão “sempre ativas”.
• Vestímentas Menores (2 pontos) custam 1 pon-
to de Força de Vontade para ativar, e seus efeitos
duram por uma cena completa.
• Vestimentas Maiores (3 pontos) custam 2 pon-
tos de Força de Vontade para ativar e seus efeitos du-
ram um número de turnos igual ao número total de
pontos de Vício que o personagem possui em todos
os Vícios. Um personagem pode estender essa du-
ração do efeito (seja pela escolha do hospedeiro ou
pelo controle do demônio), continuando indefini-
damente, mas fazer isso há um preço para a mente,
corpo e alma. É assim que um personagem Possuído
pode sofrer Combustão - veja Combustão, p. 147.
Avareza (Avaritia)
Mãos sujas alcançando ganho material - isto é,
Avareza. Riqueza, status, luxúria, influência. Por que
isso é pecado? De acordo com Aquino, “é um peca-
do diretamente contra o próximo, pois um homem
não pode exagerar em riquezas externas sem que
outro homem lhes falte”. E, no entanto, permanece
Subornar a Alma: Talvez seja verdade que o di-
nheiro não possa comprar felicidade, mas certamen-
te pode comprar muitas outras coisas. Uma vez por
sessão de jogo, um personagem com esta Vestimenta
pode trocar um único ponto de Recursos por um
dos seguintes efeitos: reabastecer a parada de Força
de Vontade (não a Vontade Infernal); curar todos os
danos por contusão; curar 3 pontos de dano letal;
+1 na Defesa pelo restante do capítulo.
Isolamento Avarento: As histórias sugerem que
aqueles com o Vício da Avareza serão um dia lança-
dos no Inferno e queimados em óleo fervente pelo
restante de sua eternidade. O demônio interior ofe-
rece alguma proteção com esta Vestimenta, um cer-
to... seguro. Se o personagem receber dano por fogo,
assuma que o Tamanho e a Intensidade do fogo são
de um nível a menos (podem ser reduzidos a zero)
para fins de determinação do dano causado.
O Pacto dos Haggler: Para os avarentos, a posse
é tudo. É apropriado, de certo modo, que o demô-
nio possua o humano, e o humano anseie por pos-
suir coisas - uma cadeia de propriedade que escorre.
Com esta Vestimenta, essa posse torna-se mais fácil
para o personagem Possuído. Ao comprar itens, o
personagem “lucra” com bons negócios ou pode pe-
chinchar em uma barganha com o mínimo de esfor-
ço (sem teste). Ao decidir comprar algo, assuma que
o Custo de Recursos é igual a um a menos do que é
declarado (com um custo mínimo de 1 ponto).
Força Temporal: O cartaz na parede diz: Aquele
que morre com mais brinquedos vence. Portanto, é
fundamental manter esses brinquedos em boa for-
ma, sim? Quaisquer itens de propriedade específica
do personagem (ou seja, ele os comprou em uma
transação) ganham +1 de Durabilidade e +3 de Es-
trutura.
Dádiva do Sapo: O pecado da Avareza é freqüen-
temente associado com o sapo ou rã (embora o moti-
vo disso não esteja claro - algumas visões de Mamom
o têm como um ser reptiliano), e esta Vestimenta
fornece um pequeno benefício de sapo e rã: a habili-
dade de prender a respiração indefinidamente.

manter. Ele tem uma grande recompensa: como diz Vestimentas Menores (2 Pontos)
um Vício fácil de se manifestar, se não tão fácil de

Gordon Gecko, de Wall Street, “A Avareza é boa”. Cego: A busca por mais - mais dinheiro, mais mu-
A Avareza está relacionada com rãs e sapos e a cor lheres, mais qualquer coisa - com intensidade impla-
amarela. É governado por Mercúrio e é corporifica- cável é uma espécie de cegueira. Apenas o objetivo
do pelo demônio de Mammon. da busca é registrado na consciência do perseguidor;
outras pessoas e eventos são contornos vagos na es-
curidão além. O demônio transforma esse tipo de ce-
Vestimentas Inatas (1 Ponto) gueira em trevas verdadeiras, absorvendo avidamen-
te mais e mais da luz até restar apenas a escuridão. A
A Aquisição de Riqueza: Alguns que têm riqueza luz é sugada pelas fitas brilhantes diretamente para
são aqueles que a roubaram; A Avareza, em particu- o corpo do Possuído. Dentro de casa, o processo é
lar, pode ajudar a alimentar essa capacidade. Aque- relativamente rápido. Cada vez que a qualidade da
les com esta Vestimenta ganham a Explosão do 9 em luz dentro de dez metros do Possuído é reduzida em
qualquer teste de Furto ou Astúcia feito a serviço da um quarto. No exterior, o processo demora mais,
aquisição de dinheiro ou riqueza.
129
vestimentas poderes dos possuidos
 mas é mais dramático. Nuvens de tempestade se
acumulam, as sombras se alongam e o sol parece se
afastar dos Possuídos. A cada turno, a qualidade da
luz é reduzida em um décimo nas imediações (cinco
metros). Durante o dia, a luz exterior pode ser re-
duzida apenas a metade da sua qualidade normal.
À noite, no entanto, a escuridão é total em torno
de alguém na área afetada. O demônio possuidor
pode sintonizar os sentidos do hospedeiro e até três
cúmplices para filtrar a escuridão, concedendo-lhes
a visão de um tipo.
Sovina: Aperte cada centavo até sangrar. Nunca
pague mais do que a sua parte. A caridade é para
os fracos. Sovinas realmente acreditam em ordenhar
tudo o que possui até a última gota. Sovinas são a
fonte de histórias sobre homens velhos com mon-
tes de dinheiro embaixo de suas camas que moram
sozinhos na miséria, usando o mesmo conjunto de
roupas surradas dia após dia até morrerem. Um ava-
rento Possuído é tão mesquinho com os poderes das
trevas à sua disposição, enfrentando-os a contragos-
to, até mesmo para salvar sua própria vida. Quando
esta Vestimenta é ativada, o hospedeiro ganha +1 de
bônus em todas as jogadas de ataque para cada pon-
to não gasto de Força de Vontade Infernal.
Língua Endinheirada: Riqueza é muitas vezes vis-
ta como um símbolo de status - aquele que possui o
melhor carro, o terno mais fino, a maior casa muitas
vezes acaba no topo do totem. Com essa Vestimenta,
isso se torna ainda mais verdadeiro: um personagem
pode literalmente trazer sua riqueza substancial para
suplantar outros em situações sociais. O personagem
pode adicionar seus pontos de Recursos a qualquer
teste envolvendo Intimidação ou Persuasão.
Essas Mãos de Ouro: Riqueza pode ser uma Pre-
sença física, por exemplo, ou um par de calças bem
cortadas. O Possuído com esta Vestimenta pode adi-
cionar seus pontos de Recursos em Briga durante
esta cena como um bônus.
Vestimentas Maiores (3 Pontos)
Ganhos de Capital: O sucesso simples não é su-
ficiente para os avarentos. Eles forçam e lutam por
mais, mais e mais. Da mesma forma, simplesmen-
te tirar sangue não satisfaz sua avareza. Tudo conta
em grandes quantidades. O demônio dentro de um
possuído avarento encoraja seu hospedeiro multi-
plicando seus sucessos. Enquanto esta Vestimenta
estiver ativa, qualquer jogada feita pelo Possuído que
termine em fracasso ou resulte em um único sucesso
pode ser reforçada. O personagem pode lançar até 5
dados adicionais e adicionar quaisquer sucessos ao
seu lançamento inicial. Se o teste secundário gerar
mais 1 do que sucessos, a ação resultará em uma fa-
lha dramática. Ao pressionar por mais, o demônio
impediu mais do que ajudou.
Mãos Contratadas: Um dos princípios básicos da
130
Capitulo tres - os possuidos
avareza é que todo mundo tem um preço. O preço
pode ser mais alto para algumas pessoas do que para
outras, mas quando você encontrar esse ponto de
ruptura, as pessoas farão qualquer coisa se o preço
estiver correto. Questões sobre moralidade, sobre o
que é certo e o que é fácil, tudo desaparece quando o
preço é atingido. Uma vez que você mede o valor de
um homem, uma vez que você pagou o preço dele,
ele se torna um escravo da sua vontade. Enquanto
esta Vestimenta estiver ativa, todo mundo dentro de
cinco metros do anfitrião ouve um sussurro em suas
mentes. A voz zumbindo do demônio fala ao sub-
consciente, barganhando e bajulando, oferecendo
os desejos do seu coração. A voz pode ser bloqueada
com um teste de Perseverança + Autocontrole com
uma penalidade de -3. Se o teste falhar, esse indiví-
duo se tornará um escravo do Possuído. Ele seguirá
qualquer ordem, até sacrificará a própria vida para
protegê-lo. Quando a duração terminar, as pessoas
que caírem sob o domínio dos Possuídos não terão
lembranças de suas ações, apenas um sentimento
persistente de que foram enganadas por seu devido
direito.
Toque de Midas: A história do rei Midas é um
jogo de moralidade, um conto preventivo sobre os
efeitos da Avareza. Oferecido um único desejo por
Dionísio, Midas escolhe por seu toque transmutar
objetos de base em ouro. Somente depois que ele
transforma sua filha em uma estátua de ouro, Midas
percebe que foi amaldiçoado em vez de abençoado.
Enquanto esta vestimenta estiver ativa, o Possuído
ganha a bênção de Midas. (Os avarentos não reco-
nhecem a maldição.) Qualquer coisa que os Possu-
ídos tocam começam a se transformar em ouro. A
transmutação leva um número de turnos igual ao
tamanho do objeto tocado. Se o toque é virado con-
tra alvos vivos, o Possuído deve primeiro estabele-
cer teste de agarrar com um teste de Força + Briga.
Cada turno que o agarrão é mantido, o alvo recebe
1 ponto de dano agravado, enquanto carne e osso se
transformam em ouro. Objetos (ou pessoas) trans-
formados em ouro retornam à sua composição nor-
mal quando a duração da Vestimenta termina. Essa
reversão não “desfaz” danos causados a alvos ativos.
Aspecto de Mammon: Mais, mais, mais. Nunca
chega, diz Mammon, aquele animal ganancioso e
necessitado. O personagem não apenas ganha um
número de dados para ataques físicos (Briga, Ar-
mamento) iguais aos pontos possuídos em Avareza,
mas qualquer dano letal sofrido por um oponente é
transmutado em Força de Vontade para os Possuí-
dos. (Primeiro preenche a Vontade Infernal, e então
se derrama para reabastecer a Força de Vontade per-
dida.)
Intermediário: Negociar com os demônios é
uma proposta perdida para a maioria dos mortais.
Mesmo os demônios de menor posto tiveram milê-
nios de prática no engano. Para os Possuídos, fazer
uma barganha com um demônio é menos uma dis-
puta de vontades e astúcia do que um acordo comer-
cial. O demônio portador fala diretamente através
do hospedeiro, estabelecendo termos, oferecendo
compromissos e mantendo um olho do tempo para
brechas traiçoeiras. Ativar esta Vestimenta requer o
gasto de 2 pontos de Vontade Infernal, mas o efeito
permanece ativo por uma cena. O Possuído ganha
um bônus no teste de Negociações (veja p. 75) igual
ao total de pontos de Vício.
Roubo Mesquinho: Possessão são nove pontos
da lei. Se você pega algo e ninguém te pega, é seu.
Mesmo as pessoas que têm mais do que precisam se
envolvem em furtos, roubam dinheiro de doações
de caridade e realizam outros atos de pequenos fur-
tos. Agir dessa maneira é uma das mais puras expres-
sões da Avareza. Os demônios são mais poderosos
que os ladrões de pequeno porte e aumentam um
pouco seus padrões. Em vez de roubar trocos ou
DVDs, eles manifestam a Avareza para proteger seu
corpo hospedeiro, roubando as balas de uma arma
ou o temperamento de armas afiadas. Enquanto esta
Vestimenta estiver ativa, o primeiro personagem em
cada turno que tentar atacar o Possuído com uma
arma de fogo ou arma branca encontra seus ataques
bloqueados. Armas perdem a munição, facas per-
dem a resistência à tração e estalam, e as maças se
quebram quando atacam. Objetos sagrados ou ar-
mas com outras qualidades incomuns não quebram,
mas o dano de seu ataque é reduzido a zero.
Gula (Gula)
Orson Welles talvez tenha dito melhor: “A Gula
não é um vício secreto”. É sobre a necessidade de
consumir mais, mesmo sem poder: comida, drogas,
bebida, qualquer coisa que transborde um poço
além do ponto de saciedade. Inácio Brianchaninov,
um bispo russo, disse: “A Temperança sábia do estô-
mago é uma porta para todas as virtudes. Conduza
o estômago, e você entrará no Paraíso. Mas se você
quiser e cuidar do seu estômago, você se atirará so-
bre o precipício da impureza corporal, no fogo da
Ira e da fúria, você irá engrossar e escurecer sua men-
te, e dessa forma você irá arruinar seus poderes de
atenção e autocontrole, sua sobriedade e vigilância”.
Algumas das primeiras seitas pagãs realmente viram
a Gula como uma virtude, algo para se orgulhar.
O animal da Gula é o porco. É governado por Ju-
piter, e associado à cor laranja. A Gula é o domínio
do demonio Baalzebul.
Vestimentas Inatas (1 Ponto)
Aura de Indulgência Bruta: A intemperança do
personagem sangra, manifestando-se em uma aura
que termina de forma diferente para cada Possuí-
do: um pode desprezar o cheiro de carne estragada,
outro pode ter um hálito miserável, outro pode ser
vestimentas
banhado em uma nuvem de moscas ou um fedor de
suor. Qualquer um em combate corpo a corpo com
o personagem sofre -1 em sua Defesa e -1 na Iniciati-
va devido a esta aura penetrante.
Corrida de Camelo: O Possuído não tem real-
mente uma corcunda (necessariamente; ele pode),
mas certamente parece que o demônio é capaz de ar-
mazenar quantidades indesejáveis de comida e água
no corpo do hospedeiro. O personagem não sofre
tão rapidamente dos efeitos da fome ou da sede: o
personagem pode passar um número adicional de
dias sem comida ou bebida igual aos pontos em seu
Vício principal.
Em excesso: Para o guloso, é tudo sobre o exces-
so, forçando-se a inchar além dos limites normais. O
Possuído com esta Vestimenta pode recuperar Força
de Vontade além do que sua parada (ou a parada
de Vontade Infernal) pode suportar, mas quaisquer
pontos ganhos de tal forma devem ser gastos nos
próximos três turnos ou causar dano (1 ponto de
dano contundente por ponto não gasto).
Circunferência Pecaminosa: O corpo do perso-
nagem incha e muda: ele pode se tornar agradavel-
mente redondo ou mostrar vários pedaços estranhos
de tecido adiposo (tumores). De qualquer forma, o
resultado é o mesmo: o Possuído ganha +1 em sua
pontuação de Vitalidade. (Além disso, como um be-
nefício colateral não mecânico, o personagem pode
simplesmente consumir mais comida do que a maio-
ria dos outros).
Regurgitação Estranha: No Inferno, diz-se que o
guloso verdadeiro será forçado dia após dia a vomi-
tar répteis e anfíbios: cobras, sapos, lagartos e afins.
Como um cruel (mas talvez benéfico) destino po-
tencial de alguém, o personagem pode uma vez por
cena ganhar um único ponto de dano contundente
para regurgitar uma criatura réptil ou anfíbia. A cria-
tura deve ter tamanho 1 ou menor (ou seja, capaz de
passar na garganta e na boca). O animal estará vivo
na regurgitação.
Consumo Não Natural: Os ferozmente vorazes
são conhecidos por comer qualquer coisa, e esta
Vestimenta torna isso ainda mais verdadeiro. O Pos-
suído pode consumir veneno e toxinas com uma to-
xicidade de nível até 5 sem sentir quaisquer efeitos
nocivos. Para venenos com Toxicidade mais potente,
basta subtrair 5 do nível de Toxicidade para determi-
nar seu novo nível.
Vestimentas Menores (2 Pontos)
Gourmet Grotesco: Refeições preparadas pelo
personagem durante esta cena usando ingredientes
normais possuem uma característica incomum, es-
colhida no momento da preparação: a refeição pode
incorrer nos efeitos de qualquer um dos medica-
mentos em uma dose moderada, ou pode agir como
um veneno com uma toxicidade 5 ou menor. Note
131
poderes dos possuidos
 que cozinhar neste caso deve ser governado pela Ha-
bilidade Ofícios, não por Sobrevivência.
Beijo Faminto: A língua do personagem é como
um verme faminto - ela se agita por vontade própria
e procura se alimentar. Se o Possuído beijar outra
pessoa na boca, o personagem pode roubar 2 pontos
da Força de Vontade do alvo e convertê-la em 1 pon-
to de Força de Vontade, ou curar 1 ponto de dano
(letal ou contundente) - mas não ambos.
Mandíbula de Ferro: Demônios da Gula que-
rem provar tudo. Carne, osso, aço, concreto; você
nomeia, eles querem uma mordida. Os frágeis pe-
daços de osso dos humanos não estão à altura da
tarefa de mastigar nada mais forte que o amendoim,
então o demônio os substitui. Durante o período
da Vestimenta, os dentes do Possuído são transfor-
mados em cordões cinzentos e metálicos que podem
roer qualquer coisa que o hospedeiro possa colocar
em suas mãos. Cada vez que o Possuído se preocupa
com um objeto, ele pode roer 5 pontos de Estrutu-
ra. Além disso, não importa o que o anfitrião esteja
mastigando, ele não sofrerá nenhum dano.
Brilho de Graxa: O personagem emana um leve
brilho oleoso de seus poros durante a cena. Este
óleo - que brilha na luz certa, mas parece principal-
mente com suor - é escorregadio para aqueles que
tentam agarrar o personagem. Qualquer tentativa de
agarrar no personagem sofre uma penalidade igual
aos pontos do Vício Gula do Possuído. Além disso,
o personagem pode adicionar esses pontos como da-
dos de bônus em testes para tentar escapar de agar-
rões ou outro tipo de prisão (por exemplo, escapar
de algemas).
Andorinha: Mesmo depois de mastigar, alguns
objetos são grandes demais para caber no esôfago de
um mortal e alguns “alimentos” são realmente mais
divertidos para o demônio em uma única peça. A
entidade Infernal tem tanto prazer na digestão lenta
de um animal vivo e se debatendo quanto do gosto.
Engolir objetos inanimados inteiros é também uma
maneira conveniente de eliminar evidências poten-
cialmente incriminatórias ou ocultar bens rouba-
dos. Um Possuído com esta Vestimenta pode digerir
tudo o que ele engole, sem sofrer danos, como um
efeito passivo. Isso inclui venenos, resíduos tóxicos e
outras substâncias perigosas. Enquanto a Vestimen-
ta estiver ativa, o hospedeiro pode engolir objetos
(ou criaturas) de até o Tamanho 3 como uma ação
instantânea. O Possuído pode intencionalmente
não digerir um objeto (ou criatura) de Tamanho 3
ou menor que ele engole, embora isso possa ser um
pouco doloroso.
Mordida Voraz: Os dentes do personagem não
parecem muito diferentes: talvez um pouco mais
pontudos, certamente mais brancos. Mas o efeito
é notável: o personagem pode fazer um ataque de
mordida letal (+1). Isso exige, no entanto, primeiro
agarrar a vítima. Alguns Possuídos, tão consumidos
com seus modos gulosos, usam esta Vestimenta para
132
Capitulo tres - os possuidos
realmente tirar pedaços da carne de um inimigo e
engolir. Alguns comem a carne de outros para ga-
nhar seu poder; outros o fazem apenas porque estão
com fome, e a carne de “porco longo” satisfaz as ne-
cessidades do intestino e tripas.
Vestimentas Maiores (3 Pontos)
Respiração de Belzebu: O nome Belzebu é dito
com temor e respeito por demônios menores, quan-
do eles ousam falar o nome. Os Demônios da Gula
imitam o mais leve indício do poder de Belzebu ao
manifestar enxames de moscas gordas e brilhantes.
No primeiro turno em que esta Vestimenta está ati-
va, o enxame de moscas sai da boca e do nariz do
Possuído, enchendo o ar com um zumbido horrível.
No turno seguinte, uma vez que o enxame tenha se
formado, ele pode se dividir e atacar qualquer um
em um raio de cinco metros do Possuído. O Tama-
nho do enxame é igual ao número total de pontos
em Vícios que o personagem possui. Ao atacar vá-
rios inimigos, divida o Tamanho total do enxame pe-
los inimigos presentes (arredondado para cima) para
determinar o Tamanho do enxame que ataca cada
indivíduo. Quando a Vestimenta termina, as moscas
retornam ao corpo do hospedeiro, curando-a pela
metade da quantidade total de dano (por tipo) cau-
sada pelos ataques do enxame.
Paleta Discriminadora: Em algumas partes do
mundo, as tribos que realizavam o canibalismo acre-
ditavam que, ao comer a carne de um inimigo, elas
ganhavam a força daquele inimigo. Formas mais pa-
cíficas de canibalismo ritualístico foram realizadas
quando um membro da família morreu. O cadáver
era cozido e devorado pela família para que a sabe-
doria e o conhecimento do falecido fossem passados
adiante. Gulosos Possuídos são conhecidos por se
envolverem em canibalismo e, como descrito ante-
riormente, alguns até preferem sua longa carne viva
e se debatendo. O demônio possuidor prova a essên-
cia da carne devorada e suga as memórias da medula
dos ossos. Enquanto esta Vestimenta estiver ativa,
toda carne ou sangue consumido de um ser sensível
(vivo ou morto) é digerido para conhecimento. O
Possuído ganha pleno uso de qualquer Habilidade
conhecida do doador, incluindo quaisquer Especia-
lizações pertinentes. Embora o Possuído só possa
“emprestar” o uso de uma Habilidade de cada vez de
uma pessoa, petiscar a carne de vários personagens
concede ao Possuído acesso a várias Habilidades.
Então, se, por exemplo, o Possuído provasse o san-
gue de três personagens diferentes, ele teria acesso a
uma Habilidade de cada um. Personagens que são
vítimas deste banquete diabólico ainda mantêm o
acesso às Habilidades.
Alimente-se da Dor: Talvez porque os glutões es-
tejam acostumados a sempre ganhar mais do que a
sua parte, os oponentes acham que corpos possuídos
por demônios da Gula podem absorver mais danos
do que parece possível. O dano absorvido é quebra-
do e processado como qualquer outra coisa que o
Possuído “come”, embora neste caso a dor se torne
uma iguaria para o consumo demoníaco. Cada vez
que o Possuído recebe dano, ele pode converter o
dano recebido em uma base um a um para Força de
Vontade Infernal. O personagem pode segurar até
3 pontos temporários de Força de Vontade Infernal
acima de seu máximo antes que o demônio esteja sa-
ciado e não possa mais absorver. Se, em turnos sub-
seqüentes, a parada de Força de Vontade Infernal
for reduzida abaixo de seu máximo (incluindo Força
de Vontade Temporária), o Possuído pode converter
dano adicional até que o demônio seja “saciado” no-
vamente. Em momentos mais calmos, alguns Possu-
ídos se perguntam se essa Vestimenta é a origem da
frase “glutão por castigo”.
Regurgitar: Nem todo glutão Possuído é uma
massa gorda e babosa. O demônio possui uma por-
ção de tudo que o hospedeiro come por si mesmo;
geralmente os mais saborosos pedaços. Um efeito
colateral dessa amostragem demoníaca é que o hos-
pedeiro nunca come tanto quanto parece. Os outros
efeitos colaterais são menos agradáveis. O que resta
no estômago do Possuído depois que o demônio to-
mou as porções mais delicadas é uma massa desa-
gradável, redemoinhada de restos difíceis de digerir,
bile e sucos digestivos. Se o Possuído for atacado, o
demônio aquece essa sopa nociva com Fogo Infernal
até que ela se excita, vomitando do hospedeiro em
um jato de vômito ácido. Cada vez que esta Vesti-
menta permanece ativa, o Possuído pode atirar em
qualquer um dentro de três metros como uma ação
instantânea. Dirigir o vômito é um ataque à distância
que requer um teste de Raciocínio + Vigor + Gula.
Cada sucesso inflige 1 ponto de dano letal ao alvo
primário e 1 ponto de dano contundente a qualquer
um dentro de um raio de “um pouquinho” de um
metro. Como alternativa, esta Vestimenta pode ser
usada para recuperar itens que foram ingeridos, mas
não digeridos, com a Vestimenta da Andorinha.
Gosto de Cinzas: Gula é tudo sobre o prazer
pessoal, independentemente do custo próprio ou
de outros. Um verdadeiro glutão pode obter tanto
prazer de um banquete de miséria infligido aos ou-
tros quanto de uma refeição de dez pratos. A chave
para a coisa é quantidade. Sujeitar um indivíduo ao
tormento não é tão satisfatório quanto o desânimo
de uma multidão. Enquanto estiver ativo, qualquer
um dentro da aura do Possuído não recebe nenhum
prazer de sua atividade favorita. A comida tem gos-
to sujo e se contorce como vermes, roupas parecem
sujas e endurecidas na pele, brinquedos caros ficam
gordurosos ao toque e parecem mal usados. Todas
são sensações sutis que se registram principalmen-
te no subconsciente, e não na mente consciente. O
sentimento distrai na melhor das hipóteses e insi-
dioso para o mentalmente instável. Qualquer um
vestimentas
em um raio de cinco metros do Possuído sofre uma
penalidade de -2 em todos os testes de distração e
os personagens com uma perturbação sofrem uma
inquietação interna que os força a fazer testes para
Enxames
Animais de tamanho 1 ou menor geral-
mente são melhor registrados em en-
xames, bandos e outros grupos, como
eles são mais eficazes em tais agrupa-
mentos. Isso inclui não apenas insetos,
mas também a maioria das aves e
pequenos mamíferos, como ratos.
Os enxames são medidos pelo seu
tamanho em metros de raio. Um enxa-
me geralmente inflige 1 dado de dano
contusivo a qualquer um dentro do seu
raio. Um enxame pode causar mais
danos por condensação. Toda vez que o
enxame se condensa para cobrir meta-
de de sua área total, ele inflige 1 dado
adicional de dano por turno.
Portanto, um enxame de 8 metros de
raio causa 2 de dano contusivo por
turno se ele for reduzido a um raio de 4
metros, 3 de dano contusivo se reduzir
a metade a um raio de 2 metros e 4 de
dano contusivo por turno se se conde-
nasar até um raio de um metro. Embo-
ra a condensação não ocorra muitas
vezes na natureza (exceto no caso de
criaturas como as abelhas assassi-
nas), é uma coisa bastante fácil para a
maioria dos poderes sobrenaturais que
comandam os animais fazerem que
eles realizem isso.
A armadura só é eficaz contra um
enxame se cobrir o corpo inteiro, mas,
mesmo assim, fornece apenas metade
de seu nível. Além disso, os alvos são
distraídos pelo enxame, sofrendo -2 da-
dos nos testes de Percepção e Concen-
tração enquanto estão dentro do raio,
mesmo que não sejam especificamente
atacados.
O enxame não pode ser atacado com
punhos, paus, espadas ou armas. Ape-
nas ataques de área, como os de uma
tocha, afetam-no. Cada ponto de dano
infligido por uma chama ou outro ata-
que aplicável reduz à metade o tama-
nho do enxame. Uma vez que o enxa-
me seja reduzido abaixo do raio de um
metro, todos os insetos estão mortos ou
os poucos restantes se dispersam.
133
poderes dos possuidos
 evitar o desencadeamento de sua falha. Os perso- relação a uma raça específica de cachorro (exemplo,
nagens precisam fazer apenas um teste para evitar “pastor alemão”).
desencadear seus distúrbios, não importa quantos Língua da Mentira: Mentira é a pedra angular
turnos eles permaneçam na área de efeito. da Inveja. Eles devem mentir para se elevar ao nível
Inchaço de Sapo: Tamanho entre o glutão pode de todos os outros, convencer os outros de seu va-
ser uma medida de poder; com esta Vestimenta, o lor ou confirmar a inutilidade de seus inimigos. Em
Possuído pode adicionar os pontos mantidos no Ví- qualquer teste de Astúcia, o personagem recebe um
cio da Gula para seu Tamanho (o que também au- sucesso excepcional em 3 sucessos, e não 5.
menta sua pontuação de Vitalidade) durante a habi- Nunca o Último: O personagem nunca será o
lidade Infernal. A pele se estica, os ossos engrossam. último na ordem da Iniciativa. Se a pontuação da
O personagem é estranhamente flutuante, embora Iniciativa do personagem na rodada o põe por últi-
não perca o Deslocamento no processo. mo, ele é, pelo menos, colocado a um nível acima,
deixando-o agora em penúltimo lugar.
Sua Dor, Meu Prazer: Esta é uma verdadeira
Inveja (Invidia) expressão de Schadenfreude feita com bastante reali-
dade: quando estiver em combate, as penalidades
Aristóteles disse que a Inveja é essencialmente, sofridas pelos oponentes devido à perda de Vitali-
apenas a dor provocada ao testemunhar a “boa sor- dade são obtidas como bônus nas próprias ações do
te” dos outros - basicamente o inverso de Schadenfreu- Possuído durante o combate (máximo de +3).
de, onde se sente prazer com a infortúnia daqueles
ao seu redor. Na religião (especialmente o judeu-cris-
tão), a Inveja é um pecado maior - é a cobiça do que Vestimentas Menores (2 pontos)
os outros têm, o desejo de possuir coisas que per-
tencem apenas aos outros (na Bíblia: esposa, carro- Qualquer Coisa que Você Faça: (Eu posso fazer
ças, boi, servo; nas noites modernas: amante, carro melhor). A Inveja é, em muitos aspectos, sobre su-
esporte, condomínio, trabalho). Tomás de Aquino perioridade. A prova do próprio valor é feita esta-
acreditava que o oposto da Inveja é a Caridade, di- belecendo domínio e habilidade acima de todos os
zendo: “Caridade se alegra com o bem do nosso pró- outros. Esta Vestimenta ajuda o personagem a alcan-
ximo, enquanto a Inveja se aflige por isso”. çar essa afirmação: se outro personagem dentro de
A Inveja está ligada a cães, com a cor verde e com sua linha de visão tentar executar uma tarefa usando
a Lua acima. A Inveja é governada pela grande besta uma Habilidade que o próprio personagem possui,
Leviatã. a parada de dados desse personagem não pode ex-
ceder a parada de dados do personagem Possuído
usando esta Vestimenta.
Vestimentas Inatas (1 Ponto) Alcance da Inveja: Eu quero o que você tem. É tal-
vez a expressão mais primitiva da cobiça. Com isso,
Malevolencia: O infortúnio é um prazer para os o personagem pode adicionar seus pontos em Inveja
invejosos, desde que seja alguém que sofra o fracas- aos testes de Furto pelo restante da cena, desde que
so. Uma vez por cena, o Possuído pode escolher um a Habilidade Furto seja usada para roubar ou escon-
personagem diferente de si mesmo: este alvo é amal- der a posse de outra pessoa. (Isso funcionará nas
diçoado pela duração da cena, sofrendo uma falha ações de arrombamento desde que o objetivo final
dramática em qualquer teste que normalmente seria seja roubar algo).
simplesmente uma falha. Escudo Mortal: Em um ponto ou outro, todos
Olhos Verdes: O verde é a cor do ciúme, e os desejam parecer com outra pessoa. Não importa
olhos do personagem às vezes piscam uma tonalida- quão atraente ou autoconfiante uma pessoa seja,
de não natural. Ao olhar para os olhos de outro per- há uma pequena voz dentro de sua cabeça que sus-
sonagem, o Possuído ganha um bônus para testes de surra que ela poderia ser ainda mais atraente, se
Astúcia iguais aos seus pontos em Inveja. ela parecesse seu ator favorito/modelo/músico. Os
Cão do Inferno: Diz o ditado: “Dois cães com demônios estão mais do que felizes em ajudar seus
um osso raramente chegam a um acordo”. Hierony- anfitriões a se dedicarem a essa fantasia. Ao ativar
mous Bosch retratou o pecado da Inveja em seu esta Vestimenta, o Possuído assume a identidade de
trabalho como dois cães, talvez devido à descrição qualquer pessoa de quem tenha visto pelo menos
desse velho ditado. A Inveja, ligada a caninos, dá uma imagem. O demônio remodela o barro bruto
ao personagem um curioso passo com os animais: do hospedeiro e depois avança um pouco mais, in-
em qualquer teste de Trato com Animais em rela- fluenciando as ações do Possuído para que ele não
ção a cães, o personagem ganha um bônus igual aos apenas pareça com seu ídolo, mas também caminhe,
pontos no Vício Inveja do Possuído. Além disso, o converse e aja adequadamente como ele. O produto
personagem ganha uma Especialização gratuita em final é tão convincente que pode enganar até amigos
e parentes.
134
Capitulo tres - os possuidos
 A Maldição Silenciosa: Esta Vestimenta não é
tanto sobre causar infortúnio como se trata de ga-
rantir um nível de fortuna reduzida. Aqueles per-
sonagens próximos do personagem Possuído não
ganham mais a regra da explosão do 10 nas suas
jogadas, e, além disso, todos os 1 que surgirem sub-
traem dos sucessos obtidos. Isso acontece com esses
personagens dentro de um número de metros igual
à soma de todos os pontos de Vício do personagem
Possuído. O personagem pode excluir até três indi-
víduos que não sofrerão os efeitos da Maldição Si-
lenciosa.
Semblante Estragado: Antes de se juntar a um de-
mônio, muitos Possuídos desejavam ser importantes
e poderosos. Eles evitavam o mundano, o dia a dia,
desejando ser algo mais do que o que eram. Depois
que o demonio se esgueirou para sua alma, nenhum
Possuído se sente novamente mundano. Mesmo as-
sim, eles às vezes acham que servem seus propósitos
para aparecer como uma das ovelhas. A ativação des-
ta Vestimenta exige que o Possuído toque seu alvo,
embora apenas funcione em incautos e nunca possa
ser usado em combate. Com um aperto de mão ou
um toque aparentemente aleatório no ombro, o de-
mônio atinge o Possuído e canaliza a corrupção no
alvo. Embora o alvo não pareça diferente, as pessoas
com a habilidade de sentir o demoníaco identificam
incorretamente o personagem infeliz como um dos
Possuídos. Ao derrubar o excesso de energias infer-
nais dessa maneira, o Possuído real fica indetectável,
como o demônio tocado pela duração.
Sem Vantagem: As Vantagens Sociais são uma
forma de avaliar o sucesso de cada um - quanto di-
nheiro você tem? Quantos amigos? Você é famoso?
O uso desta Vestimenta ajuda a... diminuir o im-
pacto de algumas Vantagens Sociais sobre aqueles
ao redor do personagem Possuído. Pelo restante da
cena, aqueles que estiverem dentro de um raio de
cem metros do personagem sofrem uma perda das
Vantagens Sociais apropriadas (Aliados, Contatos,
Fama, Mentor, Recursos, Seguidores, Status) iguais
aos pontos primários de Vício do personagem. Di-
gamos que o Possuído tenha um Vício primário em
Inveja e tem 2 pontos nele. Um personagem próxi-
mo com Recursos •••• agora tem acesso apenas a
Recursos •• pelo restante da cena, ou até ele deixar
o raio de efeito. Ele tenta chamar seu banco, e um
erro bancário lista seus fundos incorretamente. Ou
ele tenta comprar um item de valor elevado e acha
que não pode. Alternativamente, um personagem
com Status •• na Igreja Católica de repente não
tem status durante a cena - ele fez algo para esfregar
seus superiores no caminho errado, ele não pode
afetar as decisões, ele não pode ter acesso a nenhum
benefício de pertencer à Igreja. É temporário, é cla-
ro: deixar o raio de efeito ou esperar até que a cena
acabe, assegura que as Vantagens voltem ao normal.
vestimentas
Vestimentas Maiores (3 Pontos)
Denúncia: Todo mundo já ouviu a frase: “Se os
olhares pudessem matar...”, mas essa não é apenas
uma ameaça ociosa para os Possuídos. Ao convocar
todo ódio, todo pensamento celoso e imaginando
prejudicar, o Possuído cria uma bola de raiva em
sua alma. Os olhos do Possuído se tornam um verde
brilhante, desprovido de pupilas e pulsando com a
intensidade da emoção. O demonio se alimenta da
raiva, transformando a energia em ondas cintilantes
de dor esmeralda. Qualquer pessoa que esteja den-
tro de cinco metros do Possuído sofre 1 ponto de
dano contusivo a cada turno e deve ter sucesso em
um teste de Força + Esportes ou ser derrubado (veja
o Livro de Regras do Mundo das Trevas, pág. 168).
Boca Invejosa: As mãos do personagem desen-
volvem uma série de pequenas bocas estranhas. Elas
se manifestam de forma diferente para cada perso-
nagem: a carne se abre em otários dentados, outra
desenvolve nematóides fibrosos, enquanto que um
terceiro possuí em suas palmas o lar de bocas huma-
nas reais. Usar mãos em combate (Briga) agora causa
dano letal. Além disso, cada ataque bem sucedido
rouba 1 dos pontos de Atributo do oponente (es-
colhido pelo jogador do personagem Possuído) pelo
restante da ativação da Vestimenta. O personagem
pode roubar apenas um número de pontos de Atri-
buto igual aos pontos em seu Vício primário. No fi-
nal da duração desta Vestimenta, os pontos do Atri-
buto deixam o personagem e retornam ao oponente.
Falsas Pretensões: Fazer o extraordinário parecer
fácil é um talento pertencente a uma porcentagem
muito pequena de indivíduos. Um artista que pode
pintar uma obra-prima no período de uma semana,
atletas superstar e mesmo aquele cara de TI que to-
dos chamam, porque ele sempre pode corrigir o pro-
blema sem nenhum esforço aparente são exemplos
dessa raça rara. No entanto, super-competência vem
com um preço. Mais indivíduos “médios” estão di-
vididos entre admiração e ciúme pela elite talentosa
e o ciúme frequentemente ganha mais vezes do que
a admiração. Assim, a média destrói os superstars,
apontando as menores falhas, reais ou imaginadas,
em sua performance quase perfeita. Os Demônios
da Inveja não gostam de ser superados, especialmen-
te pelos mortais, de modo que eles ajustam a proba-
bilidade de eventos para punir os invasores. Enquan-
to está ativa, esta Vestimenta afeta qualquer pessoa
dentro de cinco metros do Possuído. Qualquer per-
sonagem dentro da aura de Inveja que tenha um
sucesso excepcional ou cause mais de 3 pontos de
dano em um ataque deve refazer sua última ação. Os
resultados do segundo teste ficam, mesmo que sejam
realmente melhores do que os primeiros. Os perso-
nagens com ações que desencadeiam a Vestimenta
sentem um golpe de força de toque que encaixa suas
cabeças de volta, mas não causa nenhum dano real.
Fé Repugnante: Do ponto de vista do mito cris-
135
poderes dos possuidos
 tão, o tormento do inferno é causado pela ausência
de Deus. As malditas almas que povoam o inferno
não são torturadas pelos demônios, fogo e gelo de
Dante, mas pelo conhecimento, Deus desviou o
rosto dele. Quando um Possuído entra em parceria
com um demônio, ele sente uma parte dessa per-
da. A massa espiritual de um demônio não enche
a alma, pesa-a. Mesmo que ele não admita isso a si
mesmo, o Possuído sente uma constante Inveja in-
cessante daqueles que encontraram consolo e poder
na luz. Demônios podem encaminhar essa Inveja
como uma arma quando se depara com agentes da
luz. Qualquer personagem com Moralidade 8 ou
superior dentro de três metros do Possuído ou que
tente se mover dentro de três metros tem seu Des-
locamento reduzido a um. Armas sagradas ou aben-
çoadas perdem a potência e começam a escorrer,
perdendo 1 ponto de Estrutura por turno. Essa aura
de negação se manifesta como uma neblina fina e
úmida que escurece a luz ambiente.
Uvas Azedas: Os Possuídos estão longe das úni-
cas criaturas no mundo da escuridão com acesso a
habilidades não naturais. Magos, changelings, vam-
piros e outros, todos têm magias ou poderes ineren-
tes próprios, alguns dos quais parecem muito mais
poderosos do que os presentes escuros concedidos
aos Possuídos por demônios. Ainda mais irritante
para os Possuídos (e através deles o demonio possui-
dor) é que, com a possível exceção dos vampiros, a
maioria dessas entidades incomuns não parece ter
pago um preço tão alto quanto suas capacidades.
Então, eles se aproximam do pântano que é a alma
deles, suplicando ao demônio interior para esti-
car a mão para apodrecer o sobrenatural. Quando
esta Vestimenta é ativada, qualquer efeito contínuo
dentro de dez metros do Possuído que poderia ser
qualificado como “mágica” (feitiços, Dons, outras
Vestimentas, Contratos e assim por diante) é inter-
rompido. Supondo que a duração de um efeito in-
terrompido não tenha terminado antes da expiração
da Vestimenta, a magia retorna e funciona normal-
mente, uma vez que a Uva Azeda cessou. O uso des-
ta Vestimenta não para novos moldes das mesmas
mágicas; apenas suprime os atuais efeitos contínuos.
Também tem pouco efeito sobre poderes sobrena-
turais que poderiam ser considerados inatos para a
natureza de uma criatura. Assim, um vampiro não-
-morto não cai sobre a morte porque a magia que
sustenta seu quadro é banida e um lobisomem ainda
pode mudar as formas. No entanto, o vampiro pode
encontrar o seu impedimento hipnótico sobre um
servo perturbado, e o lobisomem perderia os efeitos
de um Dom aumentando sua força.
Roubar Vitalidade: Uma boa saúde sustenta cor-
po e alma, e quase todas as religiões do mundo en-
fatizam a importância de manter o corpo como tem-
plo. A sociedade espelha esta convicção, adoração e
admiração em pessoas que se esforçam para manter
um físico adequado. Mas os Possuídos procuram o
136
Capitulo tres - os possuidos
caminho fácil para a boa saúde, assim como eles to-
mam o caminho rápido e fácil em outros aspectos de
suas vidas. Eles lançam olhares cobiçosos para cor-
pos fortes e saudáveis e, em uma pitada, tentam rou-
bar essa vitalidade. Cada vez que o Possuído inflige
dano físico com as mãos nuas ou uma arma corpo
a corpo, ele pode optar por roubar uma quantidade
de Vigor de seu alvo igual à quantidade de dano ro-
lado. Testemunhas a este tipo de ataque vêem uma
garra de talão efêmera que sobrepõe a mão ou arma
do Possuído que atinge a vítima e arranca energia.
O Possuído acrescenta o Vigor como pontos tempo-
rários (ignorando o máximo humano normal), mas
as vítimas não podem ser reduzidas abaixo de um
ponto de Vigor. Recalcule as características (como
a Vitalidade) tanto para o Possuído quanto para o
alvo depois de um ataque bem sucedido. Roubar Vi-
talidade é retornado quando a Vestimenta termina.
Ira (Ira)
A Ira não é apenas raiva, mas a raiva que surge na
justificação, a raiva que se manifesta para satisfazer
uma alma furiosa. Chaucer pensou em raiva como o
“sangue fervoroso do homem” que é feito para trazer
dano àqueles que ele odeia. Muitos dos outros peca-
dos são sobre prazer, sobre a indulgência: Ira como
um Vício nem sempre cria prazer, exatamente, mas
pode criar uma certa satisfação brutal.
O demônio da Ira é Amon e é governado pelo
signo guerreiro de Marte. Sua cor é um vermelho
cruel, seu animal um urso furioso.
Vestimentas Inatas (1 Ponto)
Fúria Ardente: Com apenas um olhar para qual-
quer fonte de fogo, o personagem pode aumentar
seu Tamanho e Intensidade em +1. O fogo salta, cre-
pita, ferve.
Pés da Frota de Propósito: Como com a Interces-
são Rápida (abaixo), a vingança é satisfatória quando
é rápida. A raiva corre quente e rapidamente e exi-
ge atenção imediata. Aqueles com esta Vestimenta
podem adicionar os seus pontos no Vício da Ira às
suas paradas de Intimidação e também no seu Des-
locamento.
Demandas Habilidosas: Uma mula ou cavalo
vai trabalhar um pouco mais quando chicoteado ou
chutado, mas apenas por muito tempo. As habilida-
des do personagem Possuído são um pouco assim:
uma vez por dia, o personagem pode impressionar
sua vontade urgente e irada em um único Atributo
+ Habilidade. Esse teste ganha um bônus igual aos
pontos em Ira e ganha a explosão do 9. No entan-
to, pelo restante do dia, qualquer rolagem posterior,
utilizando o Atributo ou a Habilidade, sofrerá um
efeito contundente: as falhas são automaticamente
consideradas falhas dramáticas durante esse tempo.
A mula retrocede, por assim dizer.
Matador de Homens: Um texto hindu observa:
“Palavras furiosas são o matador de homens”. O Pos-
suído com esta Vestimenta pode fazer um ataque à
distância contra um único indivíduo (alcance igual
ao raio de audição do alvo) usando Presença + In-
timidação. O ataque inclui palavras duras, amargas
ameaças brutais e invectivas. Ele bate como um soco
ou um chute; sucessos adquiridos se manifestam
como dano de contusão.
Intercessão Rápida: A vingança não é um prato
melhor bem servido frio; para muitos, é um prato
melhor servido rapidamente. Um homem te corta
no trânsito; bem, melhor bater na cabeça dele com
um tijolo enquanto ele está bem aqui, agora mesmo.
Aqueles com esta Vestimenta recebem um pouco de
pulo no ato de vindicação: o personagem Possuído
pode adicionar os pontos no Vício da Ira aos seus
pontos de Iniciativa.
Ira da Chave: Às vezes algo não funciona. O car-
ro engasga. O leitor de DVD clica e zumbe. O com-
putador continua dando aquela tela azul miserável.
A raiva explode - o desejo de punir um objeto ina-
nimado pode ser tolo, mas existe prevalente mesmo
assim. Com esta Vestimenta, um personagem pode
fazer exatamente isso e fazê-lo funcionar: ele ganha
um bônus em testes de Ofícios iguais aos pontos no
Vício da Ira.
Vestimentas Menores (2 Pontos)
Ligação com a Arma: Um assassino acaricia sua
faca favorita com amor. Um atirador de elite dos
fuzileiros navais nomeia seu rifle. Um vigilante do
bairro conta suas mortes com marcas esculpidas na
madeira de seu amado taco de beisebol Louisville.
Os vingativos nunca desejam ficar sem sua arma fa-
vorita, e com esta Vestimenta certamente é verdade.
Na hora de comprar esta Vestimenta, o personagem
se amarra a uma arma específica - não a qualquer 38
debaixo de seu nariz, mas o seu 38 (ou machado, ou
pé-de-cabra, ou qualquer outra coisa). Ao ativar esta alvo em vez de fazer com que o alvo perca a Defesa.
Vestimenta, o item aparece na frente do persona-
gem, implorando apenas para ser pego e usado. No
final da cena, a arma literalmente se dissolve em suas a você.” Essa regra não tão dourada se aplica com
partes cumulativas e não pode ser usada novamen-
te... isto é, não até que o personagem manifeste essa feito ao Possuído durante esta cena é espelhada no
Vestimenta mais uma vez. A arma sempre retorna,
ansiosa para ser trazida contra seus muitos inimigos. da barriga do personagem, a barriga do atacante co-
Abastecido pela Raiva: Parece que algumas pes-
soas nascem com raiva. Eles passam a vida inteira
Vestimenta é ativada, o Possuído ganha uma quantia
de Vitalidade temporária igual à sua Ira. Qualquer
dano sofrido pelo Possuído é primeiro subtraído
desta Vitalidade temporária antes de ser transferido
para suas caixas normais. No final da duração da
Vestimenta, todo o dano absorvido pela Vitalidade
temporária desaparece e não afeta o hospedeiro por
muito tempo.
Ira Furor Brevis Est: Tradução: fúria é uma lou-
cura breve. O personagem emite uma aura enervan-
te que afeta aqueles dentro de um raio igual a duas
vezes a pontuação do Vício primário do personagem
em metros. Os que estão nesta aura sofrem os efeitos
de uma perturbação leve escolhida pelo Possuído.
Eles não podem resistir a perturbação com qualquer
coisa além de um ponto de Força de Vontade gasto;
os efeitos duram por uma cena, desde que dentro da
própria aura.
Pode dar Certo: Não importa o que a Bíblia
possa dizer, os fortes devem governar. Força vem
em muitas formas. Em um bloco prisional, a força
física determina quem faz as regras, no mundo cor-
porativo, a força de vontade ou a personalidade cria
líderes, e mesmo entre os geeks, nerds e hackers, as
mentes mais fortes dominam. A Ira pode ampliar a
força, concentrando a mente e o corpo na tarefa em
mãos. Ira Infernal aperta esse foco para um ponto
de agulha. Esta Vestimenta não requer gastos para
ativar; em vez disso, cada ponto de Vontade Infernal
gasto aumenta um Atributo em 2 pontos (isso pode
exceder o máximo normal) durante a Vestimenta.
Personagens podem aplicar esta Vestimenta a ape-
nas um Atributo de cada vez, e usos repetidos da
Vestimenta não se acumulam.
Surpresa, Você está Morto: Certamente alguns
entregues a esse pecado querem ver os olhos de
seus inimigos enquanto alimentam suas entranhas.
Outros querem apenas o crocante satisfatório do
tubo de chumbo contra as partes do crânio. Com
esta Vestimenta, se o personagem fizer uma surpre-
sa com sucesso contra um oponente nesta cena, ele
pode aplicar as regras do Golpe da Morte contra o
Dente por Dente: O lema para o colérico pode
ser simplesmente: “Faça até outros como já fizeram
esta Vestimenta: qualquer dano (contusivo ou letal)
atacante. Se um atacante empurrar uma faca através
meça a sangrar. Esse atacante leva o mesmo tipo e
quantidade de dano causado.

uma só intensifica sua raiva. A raiva deles é a única Vestimentas Maiores (3 Pontos)
procurando por uma briga e quando encontram

coisa que dá sentido a suas vidas e, portanto, eles Frenezi de Sangue: Não existe luta justa. Quando
satisfazem isso o máximo possível. O Possuído irri- os ânimos se exaltam e as palavras fortes dão lugar
tado aprende a explorar a fúria do demônio interno à violência, apenas um tolo pára para considerar se
e a usa para reforçar a sua fortaleza. Quando esta ela é justa com seus inimigos. O Possuído irado não

137
vestimentas poderes dos possuidos
 espera uma luta justa, mas o demônio dentro dele
não está ansioso para ser forçado a sair de seu hospe-
deiro, então incita os inimigos à violência sem sen-
tido, em vez de ataques justificados. Enquanto esta
Vestimenta estiver ativa, qualquer personagem que
alveje o Possuído com intenção violenta encontra
suas mentes cheias de uma névoa vermelha de fúria.
Oprimidos com a compulsão de derrotar seus inimi-
gos, eles largam suas armas e atacam o Possuído para
lutar freneticamente no combate corpo a corpo. Os
personagens podem tentar resistir a esta compulsão
com um teste de Perseverança + Autocontrole com
uma penalidade de -3. Se o teste falhar, os perso-
nagens devem largar todas as armas que estiverem
segurando e se mover em alta velocidade para atacar
o Possuído em combate desarmado. Durante o seu
frenesi, os personagens atingidos pela fúria devem
fazer um Ataque Total a cada turno (veja o Livro de
Regras do Mundo das Trevas, p. 157). Os olhos das
pessoas afetadas por Frenesi de Sangue tornam-se
negros e qualquer um que olhe para as poças d’água
vê seu próprio reflexo virar machucado e sangrento.
Sangue Fervente: O sangue do irado corre quen-
te: a raiva não é fria ou precisa - é ardente, abrasado-
ra e pode ser fatal. Aqueles que manifestam esta Ves-
timenta encontram sua pele crescendo em bolhas,
ficando vermelhas e escuras como carne queimada.
Isso não machuca o personagem Possuído, e é, de
fato, indicativo do sangue agitado logo abaixo da
superfície. Aqueles que fizerem um ataque bem-su-
cedido contra o personagem (mesmo por contusão)
são atingidos por sangue quente em chamas. Isso faz
com que o adversário sofra vários pontos de dano le-
tais iguais à metade (arredondado para cima) do que
ele causou para começar. Então, se o oponente cau-
sa 7 pontos de dano, ele é respingado com sangue
em chamas e recebe 4 pontos de dano letal (metade
de 7, arredondado para cima).
Ira Ardente: Raiva queima quente. Ela se mani-
festa como um brilho de raiva nos olhos, uma bor-
da áspera na voz e a batida do sangue batendo nos
ouvidos. Dado o combustível para queimar, a raiva
pode transbordar o corpo em atos de violência ou
palavras cortantes pronunciadas que nunca podem
ser rescindidas. Possuídos se deleitam em sua ira e
na raiva da besta que habita em suas almas. A fú-
ria demoníaca de um hospedeiro transborda para
as ferramentas que eles usam para comunicar sua
raiva, aquecendo-os com um brilho infernal. En-
quanto esta Vestimenta estiver ativa, qualquer arma
(ou os nós dos dedos do anfitrião, se desarmado)
empunhada pelo Possuído, ficará incandescente e
fumegante. No caso de armas de fogo, as balas ex-
plodem em chamas quando saem do cano, deixando
rastros de faíscas latentes em seu caminho. Ataques
bem sucedidos causam 2 pontos de dano letal au-
tomáticos, além do resultado do teste. As roupas e
equipamentos dos oponentes que recebem mais de
5 pontos de dano em qualquer turno começam a in-
138
Capitulo tres - os possuidos
cendiar e queimar. Os personagens podem apagar as
chamas florescentes com um teste bem-sucedido de
Raciocínio + Destreza. Se o teste falhar, as chamas
serão consideradas do tamanho de uma tocha para
propósitos de dano (consulte o Livro de Regras do
Mundo das Trevas, p. 180).
Inferno: Talvez seja porque a raiva dentro dos
demônios da Ira queima tão intensamente que eles
parecem ter a maior afinidade com o fogo. É claro
que todo demônio tem a habilidade teórica de con-
vocar o fogo do inferno, mas os demônios da Ira
o fazem com a maior facilidade e entusiasmo. Ao
se refugiarem em uma alma humana, os demônios
da Ira estendem lentamente sua influência sobre o
corpo hospedeiro, moderando-o com raiva até que
os Possuídos possam suportar o calor de chamas de
enxofre. Com a preparação do hospedeiro completa,
o demônio portador convoca as chamas do Inferno
e as atrai para o reino material. Enquanto esta Ves-
timenta estiver ativa, o Possuído pode convocar e
comandar o fogo do Inferno. As chamas podem ser
moldadas de acordo com os desejos do Possuído, as-
sumindo a forma de uma parede de fogo, uma onda
de chamas ou punhados de morte ardente. O volu-
me total de fogo do Inferno convocado a qualquer
momento não pode exceder dois metros cúbicos.
Controlar o fogo do Inferno é uma ação instantânea
que não requer teste. Jogar punhados de chamas é
resolvido com um teste de Destreza + Esportes. O
Inferno arde mais quente e mais feroz que o fogo
normal, aumentando em +2 o dano, e o fogo do In-
ferno não pode ser extinto por qualquer meio até
que a duração da Vestimenta termine. Veja o Livro
de Regras do Mundo das Trevas, p. 180, para as
regras que tratam do fogo.
Juggernaut: Estimulada com ódio e abastecida
pela crueldade, Ira assume uma vida própria, tor-
nando-se implacável. A raiva começa a se alimentar,
criando uma força incontrolável que zomba do fe-
rimento, diminuída apenas pela morte. Enquanto
esta Vestimenta estiver ativa, a pele do Possuído é
coberta por escamas da cor acinzentada das cinzas
fumegantes. Ao ativar a Vestimenta, o Possuído es-
colhe um tipo de dano (contusivo, letal ou agravado)
e se torna imune a esse tipo de dano pelo resto da
cena. Além disso, o anfitrião nunca sofre penalida-
des por ferimentos. Armas sagradas ou abençoadas
ignoram a restrição de dano e causam ferimentos
normalmente. A atualização dos danos também
estão isentos; se um personagem é imune ao dano
letal, mas recebe dano contusivo suficiente que este
dano começa a atualizar para letal, ele levaria este
dano letal normalmente. Ser imune a lâminas não
impede que alguém seja espancado até a morte.
Rancor: Olho por olho, dente por dente. Este é
o mandamento da Ira. Se um homem te machuca,
a única resposta possível é responder igualmente.
Apenas um covarde permite que seu inimigo extraia
sangue sem sofrer retribuição. A vingança não é um
prato melhor servido frio; é melhor servido quente e
fumegante do fogo da raiva. Possuídos da Ira acredi-
tam em tudo isso e os demônios dentro deles não es-
peram menos, armando seus anfitriões para retalia-
ção. Enquanto esta Vestimenta estiver ativa, sempre
que o Possuído sofrer um único ponto de dano, ele
pode fazer um ataque de retaliação como uma ação
reflexa, ignorando a seqüência de turno padrão. O
ataque retaliatório é realizado com qualquer arma
que esteja à mão e obedece a todas as regras padrões.
A ação reflexa não permite ao Possuído um movi-
mento livre; ele pode atacar apenas aqueles perso-
nagens dentro do alcance de suas armas. Ataques de
retaliação não esgotam a ação padrão dos Possuídos;
ele pode se mover e agir normalmente durante a sua
vez.
Luxúria (Luxuria)
Os prazeres do corpo são o domínio desse Vício:
impulsos dados de rédea livre, paixões que vão mui-
to além da saúde e do Vício. Aquino pensava nisso
como um “tipo especial de deformidade”, uma por-
ta de entrada para verdadeiras perversões, como a
bestialidade. Com muita frequência, as pessoas mis-
turam amor e luxúria, mas como Stephanie Meyer
(Crepúsculo) coloca, “Amor e luxúria nem sempre
mantêm a mesma companhia”.
O animal da Luxúria é o bovino e sua cor é azul.
Lorde Venus governam a Luxúria, assim como o de-
mônio Asmodeus.
Vestimentas Inatas (1 Ponto)
Lado Negro: A Luxúria é o lado mais obscuro do
sexo, e essa Vestimenta é um tom mais escuro do que
isso; O Possuído pode usar o sexo como uma arma
social, ganhando a Explosão do 9 em quaisquer tes-
tes de Intimidação feitos contra o sexo oposto.
O Abraço: Corpo a Corpo: É assim que o lasci-
vo prefere. Com esta Vestimenta, um Possuído pode
adicionar seus pontos no Vício da Luxúria a qual-
quer tentativa de agarrar ou manter um agarrão.
Roubo de um Incubus: Assim, um íncubo (latim
para “pesadelo”) entrava sorrateiramente no quarto
de uma pessoa e invadia cruelmente o sono sentado
no peito do sujeito, roubando o fôlego, instigando
até a atividade sexual noturna. Neste caso, um Possu-
ído com esta Vestimenta não precisa fazer tal coisa,
mas pode por sua própria presença minar a tranqui-
lidade daqueles que a rodeiam. Qualquer um que
esteja a menos de cem metros dele não ganhará um
ponto de Força de Vontade ao acordar. Eles sofrem
pesadelos e neles o Possuído é um elemento impor-
tante.
Conhecimento Íntimo: Ajuda a conhecer a ví-
tima por dentro e por fora. Simplesmente tocando
uma vítima, o Possuído pode, sem testes, saber os
vestimentas
pontos exatos que o alvo possui em uma Habilida-
de Social. O Possuído escolhe qual Habilidade exa-
minar, e pode examinar uma vítima desta maneira
somente uma vez - ele não pode voltar atrás e tentar
conhecer outra Habilidade depois. (Note que o per-
sonagem não entende as pontuações; isso é realmen-
te para o jogador. O personagem passa a entender:
“Minha vítima é profundamente esclarecida quan-
do se trata de socializar” ou “Minha vítima não tem
nenhum entendimento dos sentimentos de outras
pessoas”).
Mãe eu Posso: É uma coisa doentia, o súcubo,
um demônio impulsionado pela Luxúria, sim, mas
muitas vezes por um propósito muito condenatório:
ter um filho. Ao roubar o sêmen dos homens ador-
mecidos, a súcubos pode engravidar com uma crian-
ça nascida do verdadeiro pecado. Aqui, o Possuído
com esta Vestimenta ganha +3 nas jogadas Sociais
ao lidar com crianças. Eles acham o personagem
muito... parental. Uma ironia sombria, de fato.
Perfume Lascivo: Seu personagem exala um per-
fume potente e inebriante - prazeroso para os que o
rodeiam. O perfume é um aroma único do persona-
gem: talvez um cheiro de almiscarado almíscar, um
aroma de lavanda deliciosa ou um cheiro de bau-
nilha deliciosa (ou outros alimentos agradáveis). O
personagem ganha +1 nos testes Sociais e +3 especi-
ficamente nos testes de Sedução.
Vestimentas Menores (2 Pontos)
Ambrosia Cruel: O personagem exala um doce e
perfumado leite de um de seus orifícios: geralmente
a boca, embora outras mais... saídas incomuns sejam
possíveis. Este leite é uma droga que, quando consu-
mida, simula os efeitos de um potente alucinógeno.
Além disso, é viciante (veja a Desvantagem Depen-
dência, pg. 218, no Livro de Regras do Mundo das
Trevas).
Excitar: Durante o estado de excitação sexual, o
corpo fica corado com sangue, trazendo calor à pele
e aumentando a sensação tátil. Os demônios podem
criar uma sensação artificial de excitação mesmo nas
circunstâncias mais perigosas, aumentando o fluxo
sanguíneo por todo o corpo. Aumento da sensibili-
dade e fluxo sanguíneo são mais indesejáveis para os
personagens que foram feridos em uma briga. Eles
sentem a dor mais agudamente e enfraquecem quan-
do suas feridas escoam sangue. Quando esta Vesti-
menta é ativada, ela afeta qualquer personagem feri-
do em um raio de cinco metros do Possuído. Se um
personagem sofreu um único ponto de dano letal,
suas feridas começam a sangrar. A perda de sangue
causa 1 ponto de dano contusivo a cada turno e não
pode ser curada por qualquer forma de primeiros
socorros mundanos. Personagens feridos também
estão mais conscientes de seus ferimentos; qualquer
penalidade de ferimento é aumentada em 1 ponto.
139
poderes dos possuidos
 Lingua-de-Mel: As palavras que saem da língua
do personagem gotejam com mel - a voz tem um tom
hipnótico, um lirismo gratificante que faz fronteira
com a música. O personagem pode adicionar a soma
de todos os seus pontos de Vício a qualquer teste uti-
lizando as seguintes Habilidades Sociais: Persuasão,
Socialização e Astúcia.
Falha do Purgatório: No Inferno, diz-se que o
genuinamente lascivo será feito atravessar um túnel
de fogo com chamas que limparão o pecado da alma
do tolo vil. O demônio tem pouco interesse, no en-
tanto, em livrar o personagem do pecado, e por isso
oferece essa Vestimenta: o personagem é imune ao
dano do fogo. O fogo ainda pode distrair (é muito
quente), e o personagem sofre uma penalidade igual
à intensidade da chama se ela estiver imersa no fogo.
Mas ele não leva dano algum. Os itens combustíveis
ainda pegam fogo, incluindo os cabelos.
Paralisia do Sono: Enquanto esta Vestimenta
estiver ativa, o personagem pode colocar qualquer
número de pessoas para dormir - pelo restante da
cena, quase nada acordará as vítimas sonolentas. A
única coisa que os despertará é se eles levarem dano
letal ou agravado - o dano contusivo não os desperta.
Beijo Súcubo: A súcubo de asas de morcego é a
tradicional imagem mitológica ocidental do demô-
nio luxurioso. Chegando aos homens em suas camas
à noite, a súcubos seduzia suas vítimas com palavras
melosas e abraços sensuais. O demônio apareceria
noite após noite, usando a atração do prazer para
drenar lentamente o mortal de suas energias vivas,
literalmente parafusando-o à morte. Os demônios
que se refugiam dentro das almas enegrecidas dos
Possuídos se assemelham a essas criaturas mitológi-
cas, mas diverte os demônios para desempenharem
o papel esperado. Enquanto esta Vestimenta estiver
ativa, o Possuído pode drenar 1 ponto de Força de
Vontade a cada vez que ele participar de uma troca
apaixonada com outro personagem. O que constitui
uma troca apaixonada é deixado para o Narrador
determinar, mas deve incluir algum tipo de conta-
to físico. Personagens que são drenados de Força de
Vontade como resultado desta Vestimenta caem in-
conscientes e permanecem assim até que recuperem
um ponto de Força de Vontade. (Dormir normal-
mente faz o truque).
Vestimentas Maiores (3 Pontos)
Carícia Sangrenta: A sensação das unhas raspan-
do levemente a pele nua pode ser sensual e excitan-
te nas circunstâncias certas. Demasiada raspagem e
arranhões, no entanto, irrita rapidamente a pele e
transforma um ato de sensualidade em um ato de
crueldade. Demônios levam seus hospedeiros a co-
meter o ato de crueldade um passo adiante, alon-
gando as unhas em garras afiadas. Com as garras
estendidas, até o toque mais delicado dos Possuídos
140
Capitulo tres - os possuidos
extrai sangue, trazendo um contraste sangrento às
ações eróticas. Quando esta Vestimenta é ativada,
o Possuído ganha +2 de bônus em testes de Força +
Briga e causa dano letal com ataques desarmados.
Vôo do Sedutor: O Possuído tem um conjunto
de asas, como qualquer súcubo que deve pousar no
peitoril da janela da vítima durante a noite. Cada
personagem tem um conjunto único de asas, geral-
mente igualmente belas e horríveis: asas de morcego
com couro que possuem uma graça estranha, ou um
conjunto de asas de borboleta cujos padrões mudam
e mergulham como alucinações. O personagem ga-
nha +3 em testes de Sedução e também pode voar
com um teste de Destreza + Esportes. Durante o
vôo, ele pode viajar com o triplo de seu Deslocamen-
to normal.
Difícil de Pegar: Nem todas as conquistas fáceis
valem a pena. Os jogos de sedução e defesa, de inves-
tida e desvio que atuam como um prelúdio para o
sexo podem ser quase tão excitantes quanto o ato em
si. Algumas pessoas jogam o jogo apenas pela emo-
ção, sem intenção de seguir adiante. Eles têm prazer
com a crescente agitação dos homens e mulheres
que provocam. Enquanto esta Vestimenta está ativa,
o hospedeiro exala um almíscar de pura Luxúria que
distrai, atrai e acaba frustrando. Sempre um pouco
fora do alcance, o Possuído pode se esquivar como
uma ação reflexa, sua Defesa nunca é penalizada por
vários atacantes e ele pode aplicar sua Defesa com-
pleta contra ataques à distância. Além de se esquivar
e se mover, o personagem não pode realizar outras
ações durante a Vestimenta.
Coração Partido: Beleza pede para ser protegi-
da, para ser acalentada e amada. A idéia de permitir
que o dano chegue à beleza provoca uma dor quase
física em qualquer pessoa com um pingo de poesia
em sua alma. Mesmo quando a beleza é cruel, é para
ser admirada. Os Demônios da Luxúria acham o
ideal da beleza não manchada uma ferramenta útil,
enquanto zombam dele como gírias românticas. En-
quanto esta Vestimenta estiver ativa, cada ponto de
dano recebido pelo hospedeiro atuará como um mo-
dificador negativo para os ataques subsequentes que
visam o Possuído (até um máximo de –5). O demô-
nio que possui manifesta-se, através do hospedeiro,
como um ser de beleza suprema. Testemunhar que
a beleza marcada pelo sangue e as armas brutas dos
atacantes atormenta tanto os espectadores que mal
conseguem aguentar a contaminação.
Masoquista: Para um pequeno número de indiví-
duos, o êxtase e a agonia estão interligados. Somente
através da flagelação de um chicote, o corte da car-
ne ou o beijo cruel do remo podem sentir prazer.
Os demônios, especialmente, se deliciam com essa
forma de Luxúria. Os desejos mais sombrios dos se-
res humanos não são nada comparados às fantasias
mórbidas ou à capacidade de encontrar alegria na
dor do pior demônio. Corrompidos como são, Pos-
suídos luxuriosos compartilham um pouco do sabor
demoníaco encontrado na agonia extática. Quan-
do esta Vestimenta é ativada, o hospedeiro ganha
uma parada de dados de bônus igual à quantidade
de dano que ele recebe. O tipo de dano não impor-
ta. Um Possuído com 3 pontos de dano contusivo
em sua caixa de Vitalidade cria a mesma parada de
3 dados que um Possuído com 3 pontos de dano
letal. A parada de dados de bônus pode ser usada
para aumentar qualquer jogada feita pelo Possuído.
Cada vez que um dado é removido da parada, ele
só é substituído se o Possuído receber mais dano e
apenas ferimentos recentes e ainda dolorosos - isto
é, aqueles infligidos na mesma cena - contribuem
para a parada.
Dor é Prazer: Os estudos mostram que a dor e o
prazer produzem padrões cerebrais quase idênticos.
As emoções são duas faces da mesma moeda e, para
algumas pessoas, um pouco de dor misturada com
prazer aumenta sua gratificação. Enquanto esta Ves-
timenta está ativa, o demônio possuidor confunde
os sinais enviados ao cérebro que separam a dor e o
prazer. Qualquer dano infligido pelo Possuído traz
consigo espasmos agudos de êxtase. É fácil para uma
vítima da sensação perder a compostura e ceder ao
prazer, abrindo-se para novos ataques. Cada vez que
um personagem é ferido pelo Possuído ele deve ter
sucesso em um teste de Perseverança + Autocontrole
ou perder sua Defesa no turno seguinte.
Orgulho (Superbia)
Provérbios 16:18: “O orgulho vem antes da des-
truição, e um espírito altivo antes da queda”. Essa
mesma idéia é a moral por trás de vários Contos de
Cantuária de Chaucer e por trás da história de John
Milton sobre Lúcifer, Paraíso Perdido. Acredita-se
que o Orgulho é o mais extremo pecado, e de um
amor próprio exorbitante escorrem todas as outras
iniqüidades.
Isto é, talvez, porque o Orgulho é governado pelo
rei dos demônios, Lúcifer. Seu animal é o cavalo al-
tivo; sua cor é roxa, a cor da realeza. O Orgulho é
governado pelo sol, o mais brilhante objeto celestial.
Vestimentas Inatas (1 Ponto)
Autoridade do Homem: O personagem não é
um ser fraco; agora, ao determinar Defesa, o perso-
nagem escolhe o maior entre Raciocínio ou Destre-
za, não o menor dos dois.
O Mais Mortífero dos Pecados: O Orgulho,
como diz Bidermann, é o mais mortal de todos os
pecados - e o sangue dos Possuídos é atingido por
tensões de verdadeira arrogância. O sangue do per-
sonagem é venenoso, com uma toxicidade igual a
duas vezes seus pontos em Orgulho. Até mesmo
uma gota contém a dose máxima de veneno.
vestimentas
Esfera Dominante: No momento em que esta
Vestimenta é comprada, o personagem deve escolher
uma esfera de Habilidade: Mental, Física ou Social.
O Orgulho do personagem é como tal que, quando
o Possuído consegue um teste utilizando uma Habi-
lidade daquela esfera, o personagem ganha um pon-
to de Força de Vontade (2 pontos em um sucesso ex-
cepcional). No entanto, se o personagem falhar em
um teste usando uma Habilidade daquela esfera, ele
perde um ponto de Força de Vontade (2 pontos em
uma falha dramática). Seu Orgulho é a recompensa,
mas também pode condená-la.
Pau Para Toda Obra: Aqueles animados por sua
própria importância podem ser melhores resumidos
com a frase: “Eu sou bom em tudo.” Essa Vestimen-
ta ajuda a tornar essa declaração um pouco mais
verdadeira. Quando esta Vestimenta é escolhida, o
personagem deve selecionar uma Habilidade que a
acompanhe. Esta Habilidade está sempre vinculada
a Vestimenta, a menos que o personagem troque
esta Vestimenta pela mesma Vestimenta (embora
com uma Habilidade vinculada diferente com ela)
usando a regra opcional indicada acima (p. 129).
Todas as manhãs ao acordar, o personagem Possuí-
do pode escolher uma nova Especialização para essa
Habilidade. Essa Especialização dura até a manhã
seguinte, momento em que ele deve selecionar uma
nova Especialização. (Ele não pode manter uma Es-
pecialização por mais de 24 horas).
Velocidade do Corcel: O Orgulho é melhor re-
presentado pelo cavalo: um garanhão altivo, seguro
de seu poder e rapidez. O personagem adiciona o
dobro de pontos de Orgulho ao seu Deslocamento.
Supremacia: No momento em que esta Vesti-
menta é comprada, o personagem deve escolher
uma Habilidade (Habilidades de combate são exclu-
ídas: Briga, Armas de Fogo ou Armamento). Toda
vez que o personagem usar essa Habilidade para per-
seguir seu Vício principal ou realizar uma ação espe-
cificamente de acordo com os desejos do demônio,
essa ação se tornará uma ação rotineira (veja p. 134,
Livro de Regras do Mundo das Trevas).
Vestimentas Menores (2 Pontos)
Armadura do Desprezo: Um dos aspectos do
Orgulho é ignorar insultos e acusações feitas por
pessoas que você considera como seus inferiores,
mesmo que esses ataques verbais tenham alguma
base na verdade. Mantendo-se acima da aprovação
ou desaprovação de alguém que não seja seus pares,
você expressa, sem falar, seu desprezo pelo homem
comum. Os demônios tomam esse desprezo e o en-
volvem em torno de seu hospedeiro, envolvendo-os
em uma casca endurecida que protege os Possuídos
de danos físicos. Quando esta Vestimenta é ativada,
a pele do Possuído é transformada de carne flexível
em uma substância venenosa de mármore branco.
141
poderes dos possuidos
 A nova pele do Possuído reduz em 2 a quantidade
total de qualquer dano recebido (independentemen-
te da fonte) (mínimo de 1 ponto de dano recebido)
e o corpo do hospedeiro não sofre penalidades por
ferimento.
Arrogância: Muitas vezes você pode identificá-los
à distância. É algo no modo como eles se movem,
seus maneirismos ou o modo como eles se portam,
que o entregam. Uma aura quase palpável de arro-
gância envolve pessoas que realmente pensam que
são melhores que todos os outros. Esse ar de arro-
gância faz com que os outros hesitem em se aproxi-
mar de alguém que eles acham que os tratará com
indiferença. Não é medo que faz as pessoas hesita-
rem, é desconforto, quase vergonha, com as ações
dos arrogantes. Os demônios podem ampliar essa
sensação de hesitação, tornando-a quase tangível.
Quando esta Vestimenta é ativada, qualquer um
que deseje atacar o Possuído deve rolar Perseveran-
ça + Autocontrole menos o Orgulho do Possuído.
142
Capitulo tres - os possuidos
Se o teste falhar, o personagem não pode atacar e
perde sua ação no turno. Se o teste tiver sucesso,
o personagem pode atacar normalmente, mas sofre
uma penalidade de -1 a partir desse breve segundo
de hesitação.
Olhos de Cima: Ajuda a ser melhor do que qual-
quer outra pessoa, realmente ajuda. Tudo é muito
mais claro. Com esta Vestimenta, o hospedeiro acha
que os testes de Percepção se tornam mais fáceis, ga-
nhando um bônus igual à soma total de todos os
Pontos de Vício do Possuído.
Orgulho vem Antes da Destruição: A vaidade
e a arrogância podem ser um poderoso escudo con-
tra as realidades deste mundo; Uma ilusão completa
sobre a proeminência de uma pessoa pode, de certa
forma, proteger uma pessoa contra todas as fundas
e flechas. Para um personagem Possuído com esta
Vestimenta, isso é poderosamente verdadeiro: seus
pontos no Vício do Orgulho são adicionados como
Armadura contra dano contusivo e letal pelo restan-
te da cena. Isso não se acumula com outras formas
de armaduras mundanas, no entanto.
Senhor das Bestas: O homem e o demônio estão
claramente acima das feras na corrente celestial do
ser, e esta Vestimenta ajuda a provar isso. O Possuí-
do pode falar com qualquer animal na língua desse
animal pelo restante da cena. Além disso, o Possuí-
do pode ordenar que o animal faça sua vontade (ne-
cessitando de sucesso em um teste de Manipulação
+ Trato com Animais + Orgulho), mesmo que o co-
mando exija que o animal se coloque em perigo.
Voz do Trovão: A voz do personagem tem uma
qualidade potente e ecoante, um trovão retumbante
mal-oculto atrás das palavras. Sempre que o persona-
gem fizer um teste Social usando sua voz (Expressão,
Persuasão, Socialização, Astúcia), ele poderá adicio-
nar metade de seus pontos de Intimidação (arredon-
dado para cima) àquele teste. Além disso, qualquer
jogada de Intimidação ganha a explosão do 9.
Vestimentas Maiores (3 Pontos)
Cadeia de Comando: Por força de sua parceria
Infernal e seus pecados amplificados, a maioria dos
Possuídos acredita que eles têm o direito de coman-
dar demônios comuns. Esses Possuídos raciocinam
que eles fazem mais para defender a causa do Vício
do que qualquer mero Sussurrante e, se divertindo
com essa arrogância, o demônio dentro dele apóia
seu hospedeiro com autoridade demoníaca. En-
quanto esta Vestimenta estiver ativa, os demônios
de Posto Infernal 2 ou menos são forçados a cumprir
qualquer comando emitido pelos Possuídos. No en-
tanto, mesmo os demônios inferiores não apreciam
um poder mortal dominante sobre eles, e os esper-
tos e inteligentes mantêm isso em mente quando
emitem seus “pedidos”.
Negação: Muitos dos Possuídos entram em seu
pacto Infernal em troca da imortalidade e nem sem-
pre pelo medo da morte. Alguns acham que são sim-
plesmente importantes demais para morrer, que têm
um destino que se estende diante deles, do qual não
serão enganados pela simples mortalidade. Então,
em sua arrogância, eles convidam um demônio para
a alma deles e, eis que eles saem do fluxo do tempo.
Nisso, como em todas as suas relações com os hu-
manos, os demônios trapaceiam e mentem. Embora
seja verdade que o corpo hospedeiro não envelhe-
ce, a morte vem em muitas maneiras e formas. A
maioria dos Possuídos chega a um fim sangrento,
seja uma vítima da Combustão ou da violência. Os
demônios mantêm a ilusão de imortalidade até o
ponto da morte, sustentando seu corpo hospedeiro
com fortaleza demoníaca. Enquanto esta Vestimen-
ta estiver ativa, não importa quanto dano o Possuído
tenha tomado, ele não morrerá. Os Possuídos per-
manecerão acordados e plenamente conscientes do
dano ao seu corpo. Assim que a duração terminar,
vestimentas
a menos que o Possuído consiga curar o excesso de
feridas, ele desmaia em um monte sangrento de car-
ne rasgada.
Regozijar Carne: Cuidar da aparência é uma
forma saudável de Orgulho que raramente prejudi-
ca alguém, a menos que se vá muito longe. As pes-
soas obcecadas com a aparência correm o risco de
se tornarem vaidosas ou de desenvolver transtornos
mentais, como o transtorno dismórfico corporal.
Aqueles indivíduos infelizes que sofreram algum
tipo de acidente, seja de nascimento ou por acaso,
que cicatrizam ou distorcem suas características, di-
ficilmente podem ser culpados por desejarem que
parecessem com todos os demais. Essas pequenas
rachaduras formadas pelo Orgulho na armadura da
alma fornecem uma porta para a possessão demoní-
aca. Os demônios trocarão com prazer o poder de
consertar feridas, cicatrizes e manchas por um hos-
pedeiro terrestre.
Ao contrário das outras Vestimentas, Regozijar
Carne não requer nenhum gasto de Força de Von-
tade para ser ativado. Em vez disso, o Possuído gasta
Força de Vontade para curar feridas. Um ponto de
Força de Vontade pode curar 2 pontos de dano le-
tal ou 4 pontos de dano contusivo. As feridas cura-
das não deixam cicatrizes e a pele recém-reparada
assume a flor rosada da saúde. A desvantagem de
usar esta Vestimenta é que, depois de usar o poder
Infernal para curar carne uma única vez, a própria
pele do Possuído se corrompe. Enquanto o Possuído
mantiver o acesso à Regozijar Carne, quaisquer feri-
mentos causados por armas sagradas ou abençoadas
causam dano agravado.
A Loucura de Ícaro: Ao escapar de sua prisão na
ilha em forma de cera e penas, Daedalus, pai de Íca-
ro, o adverte a não voar muito alto ou o sol vai derre-
ter suas asas. Inicialmente, Ícaro atende ao aviso de
seu pai, mas eventualmente a sensação de liberdade
que lhe é proporcionada pelo vôo sobe para sua ca-
beça e Ícaro voa cada vez mais alto, revelando-se em
poder desconhecido para os homens mortais. So-
mente quando suas asas começam a cair e cair, Ícaro
percebe sua loucura. As asas falham e Ícaro cai no
mar, para a morte. O Orgulho vai antes da queda,
de fato. Onde Ícaro falhou, os Possuídos podem ter
sucesso. Ao ativar esta vestimenta, o corpo do hospe-
deiro brota asas grandes o suficiente para carregá-lo
no ar. A aparência das asas varia de hospedeiro para
hospedeiro; algumas asas parecem angelicais, algu-
mas são semelhantes a asas de morcegos enormes, e
algumas parecem um estranho híbrido de tecnologia
e carne. Durante o período de Vestimenta, o Pos-
suído pode voar a cinco vezes o seu Deslocamento
normal.
Grandeza Infernal: O personagem manifesta seu
Orgulho em toda a sua glória diabólica (e o joga-
dor deve ter uma mão em projetar exatamente o que
isso significa, visualmente: olhos de fogo? Língua bi-
furcada? Diadema de osso?). O personagem ganha
143
poderes dos possuidos
 um ataque de Briga letal (+2), pode adicionar seus
pontos de Orgulho a qualquer jogada Social que en-
volva Intimidação ou Persuasão, e qualquer um que
ataque o personagem sofre sua pontuação de Defesa
reduzida pela metade.
Portador da Luz: Dizem que Lúcifer era o mais
sábio e poderoso de todos os hospedeiros celestes.
Deus lhe concedeu a honra de brilhar a primeira
luz do dia sobre a Terra, afastando os perigos ocul-
tos da noite, ganhando-lhe o título de Portador da
Luz. Com o tempo, Lúcifer se orgulhou e procurou
derrubar Deus e suplantá-lo em seu trono. Derrota-
do pelo arcanjo Miguel, Lúcifer foi lançado do céu,
sua luz explodindo para criar as chamas do Inferno.
Seja mito ou verdade, os demônios reverenciam a
idéia de Lúcifer, o primeiro rebelde, e lançam uma
luz avermelhada na escuridão em homenagem ao
príncipe caído. Quando esta Vestimenta é ativada,
o Possuído começa a brilhar com uma luz vermelha
pálida. A luz brilha o suficiente para iluminar um
raio de vinte metros, mas é difícil detectá-la fora des-
sa distância. A luminescência corta qualquer tenta-
tiva de disfarce (até mesmo disfarces criados através
de meios sobrenaturais) e revela objetos ou persona-
gens ocultos. Supõe-se que o Possuído tenha suces-
so em qualquer teste de Percepção (incluindo testes
disputados) e automaticamente consiga penetrar em
disfarces ou obscuridades de qualquer tipo.
Preguiça (Acedia)
Preguiça: Uma aversão ao trabalho. É sobre evi-
tar o esforço, descansar sobre os louros enquanto o
resto do mundo faz o que precisa ser feito. O Cate-
cismo Católico observa: “Preguiça é o desejo de tran-
quilidade”, enquanto Aquino nos diz que a lentidão
nascida de Preguiça permite que a mente ignore coi-
sas boas e se comprometa com o mal. (O mal, como
se poderia saber, é certamente mais fácil que o bem).
A besta do preguiçoso é a cabra teimosa. Seu de-
mônio é Baalphegor, sua cor é azul pálida e é gover-
nada por Saturno.
Vestimentas Inatas (1 Ponto)
Crostas: Aqueles ligados a camas ou cadeiras de
rodas sofrem de crostas: erupções da carne difíceis
de cicatrizar. Esta Vestimenta não causa realmente
crostas em uma vítima, mas leva os ferimentos cau-
sados pelos Possuídos a... perdurarem da mesma
forma que as feridas. Qualquer dano letal causado
a um oponente pelo personagem leva o dobro do
tempo para curar do que o normal.
Esforço de Corte de Preço: A situação ideal para
o preguiçoso é aquela em que outra pessoa faz o tra-
balho para eles, não é? Essa caixa é muito pesada -
não seria ótimo se alguém a movesse? Que a planilha
144
Capitulo tres - os possuidos
do Excel não se escreve sozinha, mas que não vai cor-
tar gravemente o descanso e o relaxamento de uma
pessoa... Talvez algum outro idiota goste do traba-
lho? Um personagem Possuído com esta Vestimenta
tem um pouco de vantagem nesse departamento,
ganhando +2 a qualquer teste Social voltado para
convencer outras pessoas a fazer algo que o persona-
gem não quer fazer sozinho. Um personagem pode
usar Persuasão (“Um favorzinho, por favor? Melho-
res amigos para sempre”) enquanto outro pode usar
Intimidação (“Eu vou quebrar seu mindinho se você
não entregar este pacote”).
Facilidade de Pensamento: O esforço mental é
muito mais fácil. Isso requer pouco. É um mundo
interno, livre das fricções da vida diária. Toda ma-
nhã, quando o personagem desperta, o jogador es-
colhe um bônus de +1 a +5; este bônus se aplica nas
próximas 24 horas para todos os testes Mentais. Infe-
lizmente, durante esse tempo, o bônus se torna uma
penalidade contra todos os testes Físicos - assim, se
o personagem escolher +1 para Mental, ele sofre -1
para todos os testes Físicos durante esse tempo (en-
quanto +3 se torna –3 e +5 se torna - 5).
Mundo Cinzento: O mundo ao redor do Pos-
suído parece... exaurido de sua força. As cores são
pálidas. Tudo parece coberto por uma neblina fofa.
Aqueles que estão à vista do personagem têm mais
dificuldade em resistir a perturbações: eles sofrem
uma penalidade em seus testes de Perseverança +
Autocontrole iguais aos pontos que o personagem
possui em seu Vício primário.
Gratificação Instantânea: Conclua, e conclua ra-
pidamente. Todo o melhor para ir fazer outra coisa,
algo... fácil. Com esta Vestimenta, o tempo atribuí-
do a qualquer teste de Erudição ou de Investigação
estendido é cortado pela metade (portanto, se um
teste normalmente equivaleria a dez minutos de
tempo, esse mesmo resultado se torna igual a apenas
cinco para um personagem com essa habilidade).
Algo por Nada: O desejo preguiçoso é a recom-
pensa sem esforço, e essa Vestimenta é exatamente
isso. Quaisquer custos de pontos de experiência são
reduzidos ligeiramente para o personagem - cada
custo é um a menos que o normal. (Se o custo final
para a compra de um novo ponto de Habilidade for
15, agora são apenas 14; uma nova Especialização
custa 2 em vez de 3 pontos de experiência).
Vestimentas Menores (2 Pontos)
Enervação: Durante a Vestimenta, um perso-
nagem pode tentar um ataque de toque contra um
oponente (Destreza + Briga); O sucesso nesse ataque
de toque remove 1 ponto de Força de Vontade da
vítima. Se a Força de Vontade da vítima for reduzida
a 0 durante esta cena, a vítima ganha uma pertur-
bação leve (permanente, a menos que seja resolvida
por terapia ou tratamento psiquiátrico).
 Infestação: Uma ferida aberta é um convite à
infecção. Geralmente, cuidados moderados de pri-
meiros socorros podem reduzir significativamente
as chances de infecção para um nível aceitável. De-
mônios da Preguiça aumentam o potencial de do-
enças causadas pelos ataques do hospedeiro devido
à inércia por parte da vítima. Enquanto esta Vesti-
menta estiver ativa, cada vez que o Possuído infligir
um único ponto de dano letal (de qualquer fonte) a
um inimigo, esse dano corre o risco de infectar. A
vítima em potencial deve ter sucesso em um teste
de Perseverança + Vigor penalizado pela Preguiça do
Possuído. Se o teste falhar, a vítima se torna febril
e propensa à exaustão. Pelo o restante da cena, o
personagem doente deve ter sucesso em um teste de
Perseverança + Vigor a cada turno antes de se envol-
ver em qualquer atividade física. Se o teste falhar, o
personagem pode não fazer nada que exija esforço,
embora ela possa se defender normalmente se for
atacado.
Pesar: A preguiça às vezes nasce da tristeza: a mi-
séria mantém a pessoa no lugar e, no meio da de-
pressão, pouco pode ser feito. O personagem emite
uma potente aura de tristeza, sofrimento e pesar in-
terminável. Essa aura persiste em um raio igual a 5
vezes os pontos do personagem em Preguiça, e os
que são pegos dentro da área de efeito sofrem com
a perturbação grave da Depressão. No entanto, os
efeitos da perturbação terminam se o sujeito deixar
esse raio.
Vítimas Mal-Armadas: O inimigo balança um
machado de acampamento e erra… cortando seu
próprio polegar no processo. Uma vítima tenta fu-
gir, mas seu tornozelo torce de uma maneira dura e
ela tomba. Qualquer um pego a menos de cinco me-
tros do personagem sofre o seguinte efeito: todas as
jogadas físicas fracassadas devem agora ser tratadas
como falhas dramáticas.
Raio de Abatimento: Não seria melhor se todo
mundo apenas... desacelerasse um pouco? Com esta
Vestimenta, um personagem conduzido pela Pregui-
ça pode exigir tal coisa por força do demônio inter-
no. O personagem emana uma aura de lentidão em
um raio de metros igual a 5 vezes sua pontuação de
Moralidade. Se a Moralidade de um personagem for
5, o raio de efeito será igual a 25 metros. Aqueles
que são apanhados nesta aura sentem como se o ar
fosse espesso e úmido e como se andar ou correr
fosse um caminho através de terra pantanosa ou ma-
cia. Todo mundo dentro desse raio sofre uma penali-
dade em suas pontuações de Deslocamento iguais a
duas vezes os pontos do personagem em Preguiça - o
personagem em si está isento deste efeito.
Pele de Enxame: Como um efeito colateral de
sua indiferença geral à limpeza, Possuídos preguiço-
sos tendem a atrair moscas e outros insetos. Enor-
mes bandos de moscas pousam em recipientes de
fast food descartados, as baratas se alimentam de
pratos sujos e pequenos grupos de formigas passam
vestimentas
e trazem restos de refeições inacabadas. Se movido
para defender seu hospedeiro do perigo, o demônio
possuidor pode agitar os insetos em um escudo vivo.
Enquanto esta Vestimenta está ativa, o demônio
faz com que a pele do Possuído secrete um resíduo
pegajoso, doentio e doce de seus poros. Os insetos
são atraídos pelo cheiro e cercam o hospedeiro em
enxames que o tornam mais difícil de atacar, conce-
dendo ao Possuído um bônus de +3 em sua Defesa.
Vestimentas Maiores (3 Pontos)
Fluência: Preguiça pode ser comparada a pa-
ciência. Como a hera subindo em uma parede, o
preguiçoso se arrasta, mas seguramente progride
em direção aos seus objetivos, mesmo que esse pro-
gresso não seja aparente à primeira vista. Polegada
a polegada, passo a passo, progridem, encontrando
maneiras e meios não aparentes para as pessoas que
avançam com pressa inconveniente. Enquanto esta
Vestimenta estiver ativa, o Possuído pode se mover
com a metade de seu Deslocamento em superfícies
verticais ou através de superfícies horizontais (mes-
mo de cabeça para baixo) sem medo de escorregar.
O Possuído também pode se tornar uma massa
quase desossada, capaz de escorregar por quaisquer
frestas ou se espremer através de aberturas estreitas
(mínimo de Tamanho 1).
Mãos Ociosas: Você já esteve sentado ou deitado
na cama, confortável e relaxado, e viu algo do outro
lado da sala de que precisa? Quantas vezes você dese-
jou que pudesse apenas chamar esse item diretamen-
te para você sem ter que se levantar? A maioria das
pessoas acabará por sair de suas bundas e vai pegar o
que é que eles exigem. Eles podem resmungar sobre
isso, mas eles farão isso do mesmo jeito. Preguiço-
so Possuído aperfeiçoou a preguiça a uma forma de
arte próxima, chamando seu demônio para realizar
tarefas sem o esforço de se mover de fato. Enquan-
to esta Vestimenta estiver ativa, o Possuído ganha o
poder da telecinesia. O personagem pode levantar
objetos até o tamanho 5 que pesam 90 kg ou menos.
Os testes de Habilidade para manipular objetos com
telecinese substituem Atributos Físicos pelos Atribu-
tos Mentais correspondentes (Inteligência para For-
ça, Raciocínio para Destreza, Perseverança para Vi-
gor). Disparar uma arma, portanto, se tornaria um
teste de Raciocínio + Armas de Fogo. Ataques físicos
desarmados feitos com telecinese ignoram Defesa,
mas não Armadura e causam dano contundente.
Um leve cheiro de enxofre enche o ar pela duração
da Vestimenta.
Ócio: Apatia é, talvez, melhor definida como
apenas não dando a mínima. Ser apático é perceber
que você deveria estar fazendo algo, talvez até mes-
mo algo de vital importância, enquanto ao mesmo
tempo não se importa o suficiente para tomar a deci-
são. Todo mundo é apático sobre algo em algum mo-
145
poderes dos possuidos
 mento de suas vidas e um demônio possuidor pode
se apegar a esse sentimento para ajudar seu hospe-
deiro. Enquanto esta Vestimenta estiver ativa, todo
mundo dentro, ou quem se move dentro da área de
dez metros do anfitrião é sutilmente encorajado a
ser apático. Os personagens podem testar Perseve-
rança + Autocontrole –2 para superar a compulsão
e se comportar normalmente. Aqueles que falham
no teste são incapazes de gastar Força de Vontade.
Qualquer personagem assim afetado que tente se li-
vrar da compulsão pode tentar novamente o teste de
resistência a cada turno com uma penalidade cumu-
lativa de -1.
Miasma: Uma das maneiras mais fáceis de esco-
lher o Possuido preguiçoso é pelo cheiro que eles
emitem. Nem todo anfitrião com este Vício é um
porco repugnante que não toma banho por semanas
ou meses, mas o suficiente para torná-lo um estereó-
tipo válido. Seu cabelo está deitado contra a cabeça,
oleoso e emaranhado, suas roupas têm o delicado
aroma de leite azedo e sua pele é coberta por erup-
ções cutâneas e manchas. O odor corporal que os
acompanha em todos os lugares é o suficiente para
fazer com que a maioria das pessoas evite se aproxi-
mar dos Possuídos do que eles possam ajudar e faz
146
Capitulo tres - os possuidos
com que eles encontrem um emprego ou tenham
uma vida social próxima a zero. Requer apenas uma
minúscula cutucada do demônio que o possui para
transformar o fedor em níveis verdadeiramente
nauseantes. Enquanto esta Vestimenta estiver ati-
va, o Possuído lança um odor desagradável que faz
gargarejar com a mordaça e os olhos lacrimejarem.
Qualquer um dentro de três metros do Possuído so-
fre uma penalidade de -3 em todas as ações, de tão
repelente é o cheiro. Além disso, na primeira vez que
a Vestimenta estiver ativa, cada personagem dentro
do Miasma deve ter sucesso em um teste de Perseve-
rança + Vigor para evitar vômito ou incapacidade
de agir.
O Objeto Inamovível: Ter sucesso através da
inação é o sonho supremo do Possuido preguiçoso.
Nenhuma meia-medida vacilante, nenhuma procras-
tinação culpada, simplesmente a vitória pela estag-
nação. Enquanto esta Vestimenta está ativa, a ima-
gem do demônio que se manifesta o faz sobre a do
hospedeiro, um sapo sendo substituído pelo frágil
corpo humano que tem que lutar para sobreviver.
Enquanto o Possuído não se mover, nem mesmo
para coçar o nariz, ele é completamente invulnerável
a dano e não pode ser afetado por qualquer tipo de
compulsão mental. Se o anfitrião se mover ou for
de alguma forma forçado a se mover, a Vestimenta
termina imediatamente.
Chifres Retorcidos: A Preguiça é às vezes repre-
sentada pela cabra: uma criatura preguiçosa e teimo-
sa que muitas vezes fica bastante imóvel. O perso-
nagem cultiva dois poderosos chifres de carneiro,
farpados de forma não natural com espinhos que
gotejam ichor negro. O personagem pode fazer ata-
ques usando esses chifres. Os chifres têm um bônus
de 3 de dano letal.
Combustão
O corpo humano nunca foi projetado para man-
ter o tipo de poder exercido pelas entidades demoní-
acas que se refugiam dentro do Possuído. Se os seres
humanos foram criados por Deus ou pela evolução,
eventualmente carne e sangue começam a desmoro-
nar sob o ataque do poder Infernal: isso é chamado
de Combustão. Em vez da lenta e constante corrup-
ção do corpo e da alma, Combustão é a conseqüên-
cia direta de usar as Vestimentas com muita força ou
por muito tempo, resultando em dor e sinais óbvios
de possessão. Possuídos podem sofrer Combustão
de duas maneiras. Vestimentas Menores e Maiores
exigem um gasto de Força de Vontade para serem
ativadas. Se o Possuído não quiser (ou não puder)
pagar o custo, ele pode tocar diretamente no poder
de sua metade demoníaca. Bater diretamente no
poço escuro do poder é uma experiência muito di-
ferente do que se concentrar na sua vontade para
coletá-lo. É a diferença entre beber um bom uísque e
beber uma bebida crua. Se o Possuído não consegue
controlar a energia que vem surgindo fora dele, ele
sofre Combustão.
Forçar uma Vestimenta Maior além de sua dura-
ção normal é a outra maneira pela qual os Possuídos
podem sofrer Combustão. Os Possuídos, enfrenta-
dos por um homem santo e arrogante, e seus cama-
radas ladrões sabem que as garras que se manifestam
são tudo o que mantém seus inimigos à distância.
Então ele atrai mais profundamente o demônio den-
tro dele, tocando mais e mais de suas energias escu-
ras para manter suas armas. Eventualmente chega
um ponto de ruptura e sua carne começa a rachar
como mármore lascado. Sangue fumegante sai das
rachaduras e corre pelo seu corpo em linhas finas
enquanto ele grita. O Possuído está pagando o preço
em Combustão por forçar as limitações de seu escu-
do mortal longe demais.
Na maioria das vezes, a Combustão afeta apenas
o corpo. Ela se manifesta em dolorosas exibições do
Vício compartilhado pelo demônio e hospedeiro. A
pele do preguiçoso podia irromper em feridas ran-
çosas cheias de larvas que se contorcem. O invejoso
pode chorar um líquido viscoso verde brilhante que
vestimentas
queima como ácido e o luxurioso gemer de dor e
prazer, enquanto chicotes invisíveis esfolam a carne
dos ossos. Combustão também pode afetar a vonta-
de do Possuído. Em vez de uma demonstração exter-
na, o poder Infernal corrompe internamente, cor-
roendo a própria tenacidade que os mantém vivos.
Essas feridas são tão profundas e dolorosas quanto
os tormentos físicos e as cicatrizes nunca se curam.
Cada vez que o Possuído sacrifica uma parte de sua
vontade, ele aumenta sua confiança em seu “parcei-
ro” demoníaco. Alguns Possuídos são pouco mais
do que trajes de carne para demônios, a maioria de
sua identidade e alma queimada em cinzas por Com-
bustão.
Cada vez que um Possuído ou renuncia ao gasto
de Força de Vontade para uma Vestimenta ou força
uma Vestimenta Maior além de sua duração normal,
ele corre o risco de entrar em Combustão. Os Pos-
suídos testam Perseverança + Vigor para canalizar e
conter o poder Infernal. Esse teste sofre uma pena-
lidade cumulativa -1 para cada turno que um para-
mento permanece ativo, e as penalidades podem ser
acumuladas. Um personagem que não pode pagar o
custo da Força de Vontade por ativar uma Vestimen-
ta Maior, que então escolhe manter o efeito além
de sua duração normal, sofrerá pesadas penalidades.
Resultados do Teste
Falha Dramática: O Possuído perde o controle
completamente. O personagem não apenas sofre os
resultados de uma falha no teste, como descrito abai-
xo, mas ganha uma perturbação temporária selecio-
nada pelo Narrador.
Falha: O Possuído perde o controle e sofre 1
ponto de dano letal para cada ponto em seu Vício
primário. A forma física do dano causado pela Com-
bustão está ligada ao Vício primário do personagem
(veja acima para exemplos). Danos causados por
Combustão não podem ser evitados de forma algu-
ma, exceto um. O personagem pode escolher per-
der permanentemente 1 ponto de Força de Vontade
para evitar dano físico. O fracasso de um teste de
Combustão não acaba com os efeitos da Vestimenta
que o causou.
Sucesso: O Possuído consegue manter o controle.
Sucesso Excepcional: O Possuído domina mo-
mentaneamente o controle da energia crescente. To-
das as penalidades para resistir à Combustão são re-
definidas para –1 (embora aumentem normalmente
em turnos sucessivos).
Libertado pela Morte
Quando um Possuído morre pela Combustão, o
demônio escondido é forçado a aparecer. Por breves
segundos, a forma verdadeira e hedionda da besta é
revelada para todos verem. As ações de um demô-
nio manifestado durante esse período geralmente
147
poderes dos possuidos
 dependem do seu Vício. Demônios da Ira tendem
a atacar, Orgulho e Preguiça muitas vezes brilham
brevemente antes de desaparecer, aparentemente
orgulhosos demais ou com preguiça de agir. Demô-
nios da Inveja, Gula, Avareza e Luxúria podem ser
os mais perigosos. Esses demônios tentarão possuir
qualquer hospedeiro conveniente que esteja próxi-
mo, independente do Vício daquele alvo.
Um demônio manifestado permanece ativo por
um número de turnos igual à sua Força de Vontade
Infernal atual. Esta é uma das poucas vezes em que
um demônio é verdadeiramente vulnerável ao ata-
que físico dos mortais. Trate o demônio recém-ma-
nifestado como um Dominion com o cadáver de seu
ex-anfitrião atuando como o grilhão demoníaco. Ao
contrário de um Dominion normal, o demônio ma-
nifestado está em um estado de semi-limbo até que
a manifestação termine. O demônio pode atacar,
fugir ou usar qualquer Nume normalmente dispo-
nível para ele. Se o corpo manifestado do demônio
for derrotado, ele é forçado, uivando, de volta ao
Inferno. Um demônio invicto pode tentar possuir
um novo hospedeiro e, se isso falhar, irá se rebaixar
à forma de um Sussurrante ao invés de aceitar o ba-
nimento.
Jogando com
os Possuídos
Quer você esteja abordando esse assunto como
Narrador ou como um jogador, interpretar um dos
Possuídos tem seus próprios desafios especiais. Esta
seção pretende abordar esses desafios, mas não se
Maldição Ardente (opcional)
Para grupos que desejam uma forma
mais perigosa de Combustão, oferece-
mos a seguinte regra opcional. Em vez
de rolar para controlar a tempestade
de poder demoníaco que passa através
deles, cada vez que um Possuído invo-
ca a Combustão, o personagem sim-
plesmente sofre o resultado da falha
do teste de Controle. Optar por usar
essa regra opcional mostra os perigos
inerentes à condição Possuída, embora
aumente as chances de morte do per-
sonagem.
148
Capitulo tres - os possuidos
deixe enganar pelo cabeçalho: Storytelling não é
uma tarefa estritamente limitada ao Narrador. To-
dos os jogadores contribuem para a história, mui-
tas vezes de uma forma mais significativa do que o
próprio Narrador. Jogadores, esta seção é para vocês,
também.
A Face do Demônio
Uma das maiores questões quando se depara
com um personagem Possuído ou toda uma trupe
(incluindo o Narrador) é: quem realmente interpre-
ta o demônio? Quem é a voz sinistra sussurrando
no ouvido do personagem? Quem realiza Disputa de
Vontade?
A resposta padrão é que isto é uma combinação
de ambos jogador do personagem e o narrador. Se-
tenta e cinco por cento do tempo, é fácil para o jo-
gador “ser” ele mesmo o demônio de seu próprio
personagem — ele pode interpretar o personagem de
tal forma que estaria claramente ouvindo instruções
ou comentários que ninguém mais pode ouvir, aque-
le sussurro sinistro na parte de trás de sua mente.
Alguns jogadores vão apreciar esta possibilidade, se
divertindo com uma força interna que desafia, ator-
menta e provoca-os… como também promete poder,
sussurra elogios sombrios, impulsionando desneces-
sariamente o seu ego. Uma vez que o jogador ajude
a criar a persona demoníaca interna, não é, na maio-
ria das vezes, nenhum problema lidar com as tarefas
normais de quando se interpreta uma pessoa com
duas mentes em um corpo.
Algumas vezes, no entanto, a mecânica entra em
jogo. Conflito e suspense nascem de um persona-
gem que não necessariamente faz o que é do seu
melhor interesse, o que vai claramente contra os
planos do jogador. O demônio quer o que quer. As-
sim como um jogador não pode controlar quando
um oponente dispara uma bala contra sua cabeça
ou quando um carro vem cambaleando pela estrada
em sua direção, ele não pode sempre controlar o de-
mônio. O Narrador entra em cena durante esses mo-
mentos. O Narrador pode ou não invocar a voz do
demônio, na verdade “interpretando” a personalida-
de do demônio, ou ao invés disso, confiar os desejos
do demônio para o jogador sem o uso de qualquer
tipo de diálogo interno diabólico. É o Narrador
quem pode oferecer “acordos” por parte do demô-
nio, ou que age em uma Disputa de Vontades para
determinar quem assume o controle do corpo do
hospedeiro (E, se o demônio toma o controle, mais
uma vez, se espera que o jogador retome as rédeas,
agora interpretando como se o hospedeiro humano
estivesse submerso na Vontade Infernal da entidade
que o possui. Se em algum momento o Narrador
perceber que o jogador está com uma interpretação
muito humana ou que vá de encontro aos interesses
do mortal, o Narrador pode exigir que um ponto
de Força de Vontade seja gasto para que o curso da
interpretação continue).
O que, novamente, é o padrão. No entanto, você
tem outras opções…
Controlado pelo Jogador
O jogador lida com ambos os aspectos humanos
e demoníacos do personagem Possuído. Pense nis-
so como interpretar um personagem com múltiplas
personalidades, ou um esquizofrênico que ouve os
“sussurros” de seres fora deste plano de existência.
Indo por este caminho é necessário que o jogador
esteja muito confortável no que diz respeito à pre-
paração de seu personagem para o conflito: algumas
vezes, o demônio e as almas humanas podem tra-
balhar em acordo, mas, eventualmente, o demônio
deve querer algo em oposição aos desejos e planos
do humano (mesmo porque o demônio continua
instigando e instigando). Será um pouco complica-
do, porque realmente é como interpretar dois per-
sonagens em um só, mas, novamente, o Narrador
é responsável por interpretar…. bem, todo mundo
que não seja os personagens dos jogadores, por isso
não é realmente tão estranho ter um jogador ma-
nipulando duas personalidades distintas dentro de
um corpo hospedeiro.
Você ainda pode relegar a real rolagem de dados
de uma ação disputada como a Disputa de Vontade
para o Narrador, é claro: isto é realmente mais rápi-
do e mais fácil. Além disso, o Narrador pode intervir
em certos momentos e, no mínimo, pedir uma Dis-
puta de Vontade, da mesma forma que ele poderia
pedir uma rolagem para resistir uma perturbação.
Do contrário, todos os aspectos de interpretação do
personagem Possuídos estão nas mãos do jogador.
Controlado pelo Narrador
Esta (e a opção abaixo de usar outros jogadores) é
um pouco mais “autêntica” na medida em que imita
o modo de controle usado na própria história: na
história, o ser humano não controla o demônio, e
do lado de fora da história, o jogador não o con-
trola, também. O demônio pode ser interno, mas é
representado por uma força externa.
Aqui, o Narrador o controla. Totalmente. Ele é
a voz sussurrante. Ele é a pessoa que incita, instiga
e impulsiona o personagem a fazer as coisas. Ele é o
único que faz uma Disputa de Vontade dentro jogo.
Isso implica algumas complexidades. Primeiro,
se toda a trupe está interpretando personagens Pos-
suídos, o Narrador agora tem que lidar com todos
os demônios. Isso talvez não seja um problema caso
ele esteja disposto — mais uma vez, o Narrador in-
terpreta praticamente todo o mundo exceto os per-
sonagens dos jogadores, por isso o que seria mais
três ou cinco? (E não é como se os demônios fossem
todos tagarelas, constantemente falando coisas sem
sentido nos ouvidos de todos). A outra complexida-
de é que pode ficar parecendo como se o Narrador
estivesse diretamente contra o jogador. Claro, o Nar-
rador controla todos os antagonistas no jogo, mas o
demônio é definitivamente um muito íntimo, e tem
um nível de controle sobre o corpo do hospedeiro
que a maioria dos outros inimigos não têm. Narra-
dor, se você optar por seguir este caminho com o
demônio, pode ser que em algumas situações você
necessite ser mais compreensivel caso o jogador sin-
ta que a entidade está sendo usada para fazer valer
enredos ou direcione a história numa determinada
direção. Esta alternativa exige um nível de confiança
entre o jogador e Narrador, para ter sucesso.
Guias do Demônio: Outros Jogadores
Falando de confiança, aqui está um ótimo exer-
cício de confiança para a mesa de jogo: deixar outro
jogador lidar com o demônio de seu personagem.
Este jogador interpretaria uma espécie de “Guia do
Demônio.” Ah, mas você não vai ficar de fora da di-
versão, porque você pode interpretar o demônio de
outra pessoa (O Narrador pode colocar todo mundo
em pares, e cada um no par interpreta o demônio
do outro, ou em vez disso ele pode atribuir os Guias
do Demônio de forma circular, onde cada jogador
controla o Possuído a sua esquerda).
Esta alternativa funciona exatamente como aci-
ma, controlado pelo Narrador, só que agora um
outro jogador está controlando o demônio de seu
personagem. Ele é o sussurro, o desejo, o pecado im-
plícito. Ele pode pedir Disputa de Vontade; ele pode
fazer ofertas e pactos caso seja apropriado.
É claro que isso pode ser bastante delicado: a con-
fiança é absolutamente necessária entre os jogadores
para lidar com esse tipo de coisa, e se a confiança
não está presente, então, pelo menos, um sério com-
promisso com a diversão deve ser colocado à mesa
antes do jogo. Esta alternativa se torna inviável uma
vez que as pessoas comecem a ter seus sentimentos
feridos ou quando qualquer tipo de antagonismo se
arrasta para fora do jogo diretamente para a mesa.
O Diabo mora nos detalhes
Isso é algo que deve ser considerado tanto pelo
jogador quanto pelo Narrador — o que significa ser
possuído? Fora das óbvias preocupações físicas e
metafísicas, o que isso significa para a história que
estamos todos tentando contar coletivamente? É im-
portante começar já com essa pergunta, para poder
considerar os elementos fundamentais que farão
parte da história do Possuído. E, porque o Possuído
são eles próprios criaturas de uma certa dicotomia
(alma humana e demônio entrelaçados dentro do
149
jogando com os possuidos
 corpo do hospedeiro), nós focaremos em uma série
de questões-chave e potenciais temas como fatores
que trabalham em oposição um ao outro. O desta-
que de um determinado par de fatores opostos ajuda
a enquadrar o jogo em uma determinada forma, de-
finindo o principal conflito do personagem, dando
cor ao tom do jogo com grandes pinceladas de tema
e humor. Note que você não precisa escolher um
par de oposição em detrimento dos outros, mas isso
ajuda a aprimorar o foco do conflito do seu perso-
nagem e a destacar os conflitos inerentes à história.
Parasitismo vs. Simbiose
Ser possuído por demônios soa terrível. O hos-
pedeiro humano está sujeito a caprichos do demô-
nio. Um ser Infernal está se nutrindo com o pecado
dentro do coração e da mente. É uma criatura do
inferno! Uma coisa iníqua, vil!
Mas… será que isto é tão terrível assim? Univer-
salmente, consistentemente terrível? Não necessaria-
mente. Alguns hospedeiros lidam muito bem com
o demônio que os possui, obrigado. E por que não?
Um demônio é egoísta. Uma pessoa pode ser egoís-
ta. Se ambas as almas dentro do corpo hospedeiro
compartilham um determinado conjunto de desejos
e objetivos, onde está o problema? Se os dois podem
chegar a um tipo de acordo interno, não importa se
eles estão totalmente na mesma página; desde que
possam dar um pouco para conseguir um pouco,
discutindo as ofertas ao longo do caminho para aju-
dar a evitar o desconforto da “Disputa de Vontade”,
todos saem ganhando.
Isto é a simbiose — duas entidades distintas que
vivem juntas em harmonia relativa. Tecnicamente,
uma tênia é um parasita intestinal, mas se o homem
parasitado prospera com a perda de peso que o ver-
me branco e liso dá a ele por viver em suas entranhas,
e ele fica feliz em alimentar a si mesmo e ao verme,
temos então uma espécie de parceria (ainda que no-
jenta). Se o humano é feliz com o que ele recebe do
demônio que o possui (poder, conhecimento, uma
voz reconfortante que justifica seus impulsos mais
indulgentes), então existe uma relação similar. E isso
não é ruim. Sim, você tirou um conflito da mesa,
mas isso não significa que um personagem Possuído
não possua conflito algum – o que acontece é que
agora o conflito provavelmente será externo ao invés
de interno. É a diferença, por exemplo, entre lutar
contra sua própria bússola moral girando descontro-
ladamente e lutar contra uma quadrilha de L’enfants
Diabolique (p. 179) tagarelas.
O outro ângulo é o mais óbvio: o parasitismo.
O demônio é um parasita. Ele vive dentro e se ali-
menta do hospedeiro, muitas vezes em detrimento
do hospedeiro (neste caso, contra a vontade do hos-
pedeiro humano). Aqui, a luta é muito interna, é
um choque de vontades, uma luta constante todas
150
Capitulo tres - os possuidos
as noites pela saúde e destino do hospedeiro. Numa
história assim, é provável que a história aborde me-
nos a invocação de poderes demoníacos estranhos e
repetitivos pecados para vantagem própria, e muito
mais a procura de uma saída, uma maneira de em-
purrar o demônio para as margens e esperançosa-
mente para fora do próprio corpo.
Mestre vs. Escravo
Esta dicotomia é semelhante a anterior, mas tem
um pouco de texto para oferecer uma visão alterna-
tiva: na relação de duas almas vinculadas dentro de
um organismo hospedeiro, quem é o mestre e quem
é o escravo? A resposta padrão para esta pergunta é,
claro, que o demônio é o mestre absoluto — ou, pelo
menos, pretende ser. Enquanto o humano “contro-
la” o corpo na maior parte do tempo, é o demônio
que puxa as cordas e faz a marionete dançar. Certo?
Não necessariamente. É um enredo bastante útil
deixar o humano ser o mestre nesse cenário: se o de-
mônio está fraco ou se entregou para ser a entidade
“menor” em uma hierarquia, ele pode vir a ganhar
mais, permitindo que o humano afirme completo
controle — no entanto, se é o demônio quem per-
mite, o humano chega alguma vez a ser realmente o
mestre? Ainda assim, o humano pode ter uma per-
sonalidade suficientemente poderosa para manter
constantemente o demônio em cheque: isso não sig-
nifica que a criatura dentro de seu corpo não possa
conseguir uma vitória de sorte na Disputa de Vonta-
de de vez em quando, mas na maioria das vezes isso
significa que o humano é quem explora o demônio,
e não vice-versa.
Condenação (Vício) vs.
Redenção (Virtude)
A moralidade é uma escala móvel, certo? Um
barômetro da natureza e da sanidade moral do per-
sonagem, ligado em um nível de 0 a 10, correto? Va-
mos imaginar que toda a história tem uma escala
invisível, da mesma forma entre 0 e 10, e que a esca-
la é destinada a medir o barômetro da condenação
vs. redenção, um ato de equilíbrio entre o Vício e a
Virtude.
Antes de mais nada, tenha em mente que esta
ideia está tematicamente ligada à Moralidade, mas
não mecanicamente. Se o carro-chefe do Vício do
meu personagem for Luxuria, então envolver-me
com atos lascivos não necessariamente faz minha
Moralidade cair em queda livre. Na verdade, meu
personagem Possuído pode evitar atender a sua Vir-
tude ocasionalmente, gastando noite após noite en-
volvendo-se em perversões horríveis… e ainda assim,
desde que essas perversões sejam consensuais e não
constituam qualquer tipo de tortura, isso não resul-
ta em perda de Moralidade. Mas, de certa forma o
personagem ainda está condenando a si mesmo,
não é? Não é porque ele está envolvido em sexo não
convencional, mas sim porque ele é viciado no pra-
zer, porque ele o procura de forma doentia acima de
outras coisas, porque isto o envolve. Esse é o pecado,
e essa é a condenação. E dá ao demônio exatamente
o que ele deseja.
Então, em tal caso, o medidor de “condenação”
sobe uma casa. Se um dos personagens Possuído se
envolve em um comportamento relacionado à sua
Virtude (especificamente em oposição aos próprios
desejos escuros do demônio), então talvez o medi-
dor recue uma casa em direção a “redenção”. Você
realmente não precisa manter o controle disto, é cla-
ro, mas o ponto é medir o tom do jogo e das ações
dos personagens, e você pode começar a… colorir o
mundo de acordo. Se os personagens se inclinarem
mais em direção a condenação, o mundo se entrega
lentamente para aquele contaminado e corrompido
verniz — vermelhos nebulosos e salpicados de ferru-
gens de um distrito da luz vermelha, nuvens de tem-
pestade no horizonte, chuva oleosa, qualquer coisa
que indique uma espécie de contaminação interna
e externa. Atos redentores podem gerar um clima
mais redentor — alguém oferece um pouco de carida-
de, as nuvens se abrem para deixar a luz do sol pas-
sar — um personagem do Narrador que todo mundo
considerava desenganado começa a mudar de vida
contra todas as expectativas.
É também importante saber como jogador — qual
é o arco da história? Você vai jogar um personagem
que, independente de estar alinhado com ou contra
as suas esperanças, está destinado a Condenação?
Será que vai ser uma verdadeira tragédia, onde um
indivíduo ajuda a engenhar sua própria queda (em-
bora nunca intencionalmente)? Alternativamente,
se a redenção for bastante provável (pelo menos as-
sim você espera), pode-se alterar o conteúdo do jogo.
O Narrador sabe como desafiar o personagem com
testes de vontade; A perda de Moralidade se torna,
de certa forma, muito pior do que qualquer ameaça
para a saúde. O Vício é sinistro; Ele corrói. A Virtu-
de deve ficar nua contra uma ameaça. Pode ser feito?
Dessa forma, oferece-se suporte para um potencial
arco de história e personagem para o jogo.
Conhecimento vs. Ignorância
Uma vez, demônios (Daemons, Daimons) foram
pensados como seres de conhecimento e sabedoria
proibida; isso vem antes da releitura mais tradicio-
nal de demônios como seres do pecado e do mal.
Mas, mesmo como egoístas, indulgentes criaturas
do pecado, demônios ainda representam um tipo de
conhecimento. Eles já existem há um longo tempo.
Eles parecem saber coisas que não devem. Sua inteli-
gência é, certamente, inumana.
Ao destacar a luta do conhecimento contra a ig-
norância, você dá a história uma certa reviravolta.
Qual é a natureza do conhecimento que o demônio
pode fornecer? Será que o demônio quer que o hu-
mano permaneça ignorante para que ele possa usar
seu conhecimento contra ele (ou, porque teme que
151
jogando com os possuidos
 o humano vá usar seu novo conhecimento contra o
próprio demônio)? Talvez a ignorância seja verdadei-
ramente uma bem-aventurança. Poderíamos sugerir
que o pecado é em muitos aspectos um endosso da
ignorância, uma recusa alegre de reconhecer as con-
sequências das próprias ações decadentes. Será que
o humano tenta permanecer na ignorância? Esta
pode ser uma luta fundamental para o jogo (como
destacado por quaisquer modos de história baseados
em investigação que você pode encontrar abaixo em
“Semente Demoníaca: Histórias dos Possuídos”).
Autoridade vs. Rebelião
Demônios são, em algumas culturas, anunciados
como criaturas rebeldes. Se esta rebeldia é positiva
(fugir do domínio opressivo de Deus) ou negativa
(intencionalmente lançar-se para o Inferno, rejeitan-
do as bênçãos do amor de Deus), é ainda assim um
ato de profunda desobediência.
É o personagem Possuído, ou a história sobre es-
ses personagens, uma forma de destaque para esse
tipo de desobediência? É o demônio interior um
representante de uma conduta pouco ortodoxa ca-
paz de derrubar as estruturas de poder existentes?
Isto representa uma história bastante externa: um
ser humano, oprimido pela sociedade (ou governo
ou até mesmo seu trabalho) encontra forças recém-
-descobertas para lutar contra seus opressores, ao ter
um demônio no corpo. Este é um custo exorbitante,
mas enfiar o dedo no olho da autoridade, — e espe-
rançosamente arrancá-lo de sua órbita — pode valer
o preço.
A história também pode ser bastante interna.
Ao olhar para o demônio e o humano se juntan-
do dentro do corpo do hospedeiro único, quem é a
autoridade e quem é o rebelde? É o demônio uma
autoridade fria, com o humano constantemente se
rebelando contra o aperto gelado da criatura? Ou é
o contrário? A “Autoridade” do humano pode re-
presentar uma certa estagnação do personagem, um
embrutecimento do espírito. O demônio pode ser
o mote de caos egoísta necessário para que o perso-
nagem saia do molde e encontre algum propósito
ou destino (embora a ideia demoníaca de destino é
raramente positiva).
Semente Demoníaca:
Histórias dos Possuídos
Olhando para um livro ou filme como O Exorcis-
ta, é difícil imaginar um bom jogo de RPG baseado
na história quando se olha a partir da perspectiva
do personagem Possuído (Regan). É uma menina so-
litária que passa grande parte da narrativa em uma
cama, sendo sufocada por ritos de exorcismo. Sim,
152
Capitulo tres - os possuidos
uma história com foco sobre os exorcistas, bem, isso
se adapta fácil a uma história, não é?
Os Possuídos, no entanto, oferecem uma infini-
dade de opções de história, muitas das quais nascem
organicamente ao jogar com esses personagens. Esta
seção é voltada não apenas para dar essas opções,
mas para fornecer exemplos concretos de como colo-
car essas ideias em ação com ganchos e opções para
grupos de personagens Possuídos. Por que persona-
gens Possuídos iriam até mesmo querer se juntar?
Exemplos o aguardam.
Investigação: Olhares para o Inferno
Demônios mentem, ou, no mínimo, casualmente
deixam de fora partes importantes da verdade. Eles
particularmente mentem para o humano, cujo cor-
po os hospeda no caso dos Possuídos. E por que não?
A última coisa que um demônio quer é que o huma-
no tenha uma visão apurada da entidade escondida
dentro dele. Um estudo sobre o demônio poderia
revelar suas origens, suas fraquezas, seus desejos e
seu verdadeiro nome. Qualquer uma dessas coisas
fornecem subterfúgios para o hospedeiro humano
O Herói Byroniano
Este não é um livro sobre literatura, mas
literatura é incrível. Assim sendo, é justo
fazer uma pausa momentânea:
Pense no seu personagem Possuído com
um herói Byroniano (“anti-herói”). Lorde
Byron tinha seu próprio ideal romântico de
um herói, e este ideal não era o que você
esperaria: mórbido, obscuro, rebelde. Algo
que vai contra os costumes sociais. Comu-
mente isolado da sociedade. Ele não é dito
possuir “Virtudes heroicas”, ao invés disso,
em termos do Mundo das Trevas, pode se
dizer que ele possui um “Vício heroico”.
Nos trabalhos de Lorde Byron, procure por
Childe Harold ou Manfred. Você também
pode procurar o Fausto de Goethe, ou até
mesmo…
O próprio Lúcifer. É isso mesmo, Lúcifer. No
Paraíso Perdido de Milton, ele é pensado
como um anti-herói. Apropriado? Pode ser.
Isto não é uma leitura obrigatória, e pode
não estar relacionada a sua visão do perso-
nagem ou história sobre Possuído, mas caso
desperte seu interesse, pode facilmente
servir de inspiração para este jogo.
usar contra a entidade que habita seu corpo, não é?
O nome verdadeiro dá poder ao humano. Outros
elementos críticos podem contribuir para a Dispu-
ta de Vontade, também. Além disso, se o humano
conhece as fraquezas do demônio, seus inimigos, os
seus medos…. então ele pode engenhar eventos para
que a criatura cometa um deslize, ajudando-o a ga-
nhar vantagem (ou até mesmo a convocar um bando
de exorcistas ou demonologistas que o ajudem a se
livrar de seu parasita infernal).
Assim, um dos principais modos de jogo aqui é
uma história centrada na investigação. A tentativa
de mergulhar na história do demônio oferece uma
maneira lenta de investigar e revelar a verdadeira na-
tureza da coisa atroz entrelaçada na própria alma do
hospedeiro humano. É claro que qualquer história
baseada em torno de uma investigação corre o risco
de se tornar chata. A boa notícia é que o persona-
gem Possuído já tem um conflito embutido impe-
dindo-os de investigar facilmente o demônio dentro
deles — o próprio demônio.
O demônio descobrirá o que personagem preten-
de fazer. Uma vez que ele perceba que o humano
está folheando os Grimórios de Tervagante a fim de,
potencialmente descobrir o verdadeiro nome do de-
mônio, então boom é hora da Disputa de Vontade.
O demônio vai fazer de tudo para evitar que o hu-
mano desencave sua história. A maioria vai tentar
punir o humano de alguma forma: forçando uma
Combustão, incitando o personagem em uma luta
perigosa, ou empurrando-o a um ato direcionado ao
seu Vício que pode colocá-lo fora de combate por
um tempo (uma agulha de heroína no braço, por
exemplo). Alternativamente, alguns demônios reco-
nhecem o provérbio: se consegue mais moscas com
mel (e demônios amam moscas), e irão, no entanto,
tentar distrair o humano ou até mesmo fazer um
acordo. Se ele consegue evitar com que o humano
investigue sua natureza, então isso é ótimo. Ofereça
poder. Ofereça conhecimento. Ofereça distrações
indulgentes que manipulam o humano através do
Vício. Alguns demônios até mesmo levam a mentira
a frente — eles prometem contar ao humano “toda a
história”, e então invetam um conto do nada.
Este não é o único conflito bloqueando o cami-
nho da investigação sobre o demônio. Elementos ex-
ternos irão eventualmente aparecer para atrapalhar.
Um grimório proibido é protegido por um grupo de
exorcistas sanguinários que praticamente não se im-
portam com o hospedeiro quando se trata de banir
um demônio. Um poderoso Diabolus assombra o
porão da biblioteca onde todos os velhos livros e mi-
crofichas são guardados. A demonologista local, que
promete revelar tudo sobre o demônio acaba morta,
pendurada em um poste com uma vela acesa em sua
boca e um selo de Astarte desenhado à carne crua
em seu estômago.
Alternativamente, pode ser o demônio quem
incite a investigação: a entidade pode querer que o
hospedeiro investigue alguns de seus inimigos (ou
“concorrentes”), ou ele pode querer desenterrar al-
guma sujeira em um bando de invocadores locais.
Lembre-se: demônios em algumas culturas represen-
tam a sabedoria proibida. Isso cria um tema útil para
qualquer jogo envolvendo os Possuídos.
Biblioteca das Rédeas
Em North Beach, em São Francisco, bem nos li-
nites de Chinatown, fica uma pequena livraria de li-
vros usados cuja biblioteca escondida no porão serve
como um depósito de conhecimento proibido, co-
nhecimento que seus proprietários dizem equivaler
a uma espécie de rédea — e o que é uma rédea? Uma
rédea é uma peça de montaria usada para controlar
um cavalo. Os livros, Artefatos e pedaços de perga-
minho mantidos abaixo dessa velha livraria servem
para facilitar o processo de tornar-se um Possuído.
Faz sentido, então, que todos os seus proprietários
sejam Possuídos: homens e mulheres que tomaram
voluntariamente demônios em si mesmos e que for-
maram uma relação muito simbiótica com as essas
entidades. Eles servem como guardiões desse conhe-
cimento perdido (ou como eles preferem, arte perdi-
da), ajudando os outros a conseguir o que eles têm:
a possessão demoníaca. Pelo preço certo — e depois
de terem sido considerados dignos — eles ajudarão
uma pessoa a encontrar seu demônio “totem”, o ava-
tar Infernal que casa perfeitamente com a alma hu-
mana (“As metades perdidas até agora”, dizem eles).
É, de certa forma, uma farsa. Muito poucos clien-
tes acabam com o mesmo nível de simbiose que os
proprietários possuem, e muitos acabam na coleira
de demônios particularmente brutais que montam
suas “montarias” de forma demasiadamente grossei-
ra, destruindo-as no processo. Os proprietários pro-
metem poder, sabedoria e segredos, eles agem como
os porta-vozes de seus demônios, atraindo tolos com
pechinchas faustianas. (Você poderia, em uma his-
tória, fazer com que os jogadores criem personagens
Possuídos que foram atraídos pelos proprietários,
tendo assim uma origem comum, ou porque não ter
os jogadores controlando os proprietários eles mes-
mos?)
O Círculo de Belém
Cinco dos Possuídos se uniram na cidade de Be-
lém, na Pensilvânia. Até há um ano atrás, eles não
sabiam um do outro. Cada um deles foram até seus
demônios (ou seus demônios até eles) de maneiras
diferentes: um viciado, um louco, dois de pactos di-
ferentes, e o último como resultado de uma maldi-
ção familiar. Cada um aprendeu da maneira mais
difícil que cavar a história obscura de seus próprios
demônios é tomar um caminho errado numa estra-
da escura: os demônios os conhecem e os puni por
tais transgressões, ou então os alimenta com colhe-
radas de enganação carregadas de falácias. Ah, mas
apenas certas coisas parecem alertar o radar de cada
153
jogando com os possuidos
 demônio — o demônio só é tão consciente, só é as-
sim antenado nas atividades aparentemente inofen-
sivas do seu hospedeiro. Estes cinco personagens se
reuniram para um mesmo propósito: descobrir as
verdades sobre o demônio um do outro. Eles rara-
mente se encontram. Eles se falam ou enviam cartas
e e-mails como correspondências codificadas. Eles
aprenderam cifras poderosas, tanto no sentido nu-
mérico quanto Oculto. Eles estudam os demônios
de seus aliados dentro do círculo, cada um fazendo
o trabalho do outro de modo a não despertar as sus-
peitas do demônio dentro de cada um. Não é algo
perfeito. Alguns dos demônios estão desconfiados;
mas lentamente e certamente, eles desvendarão se-
gredos uns dos outros. O que acontece quando eles
chegarem a uma descoberta decisiva? O que aconte-
ce quando os demônios descobrirem sobre a traição?
Regra Opcional:
Força nos Números
Quer adicionar uma camada extra de poder para
cabalas dos personagens Possuídos? Tente isto:
A forma como um grupo Possuído é composto
pode (se você escolher esta regra opcional) ter
um reflexo direto sobre a força do humano ou
demônio. Anteriormente, discutimos como o Ví-
cio pode ser um vínculo simpático entre demônio
e humano, e que também pode ser um vínculo
simpático entre os personagens Possuídos, mas
isso não é necessariamente algo positivo.
O personagem em um cabala de outros perso-
nagens Possuídos pode ter o poder de seu de-
mônio fortalecido por outros que compartilhem
o mesmo Vício que o seu. Conte quantos outros
têm o mesmo Vício primário em jogo: este nú-
mero será adicionado aos testes do demônio
durante a Disputa de Vontade como um modi-
ficador bônus.
Mas isso vale pro outro lado, também — conte
todos os outros personagens da trama que têm
um Vício primário diferente do seu personagem.
Este número é adicionado como um modificador
de bônus no teste de Perseverança + Autocon-
trole durante a Disputa de Vontade. (O bônus
também podem ser adicionados nos testes feitos
em uma tentativa de “Enganar o Demônio”).
Assim, tanto humano quanto demônio tem moti-
vos para procurarem companhias que mudem o
jogo a seu favor, para assim fortalecer sua posi-
ção e seu propósito.
154
Capitulo tres - os possuidos
Objetivos comuns: A Obra do Diabo
É talvez um pouco geral, mas os Possuídos nor-
malmente trabalham juntos, porque eles têm um
objetivo comum ou um inimigo comum. Eles se
juntam com os mesmos ideais em mente, e esses ide-
ais comuns mantém a cabala unida e funcionando,
embora, uma vez que o propósito comum estiver
perdido (quer seja arruinado de forma irreparável
ou o objetivo tenha sido de fato concluído), cabalas
de Possuídos devem logo encontrar uma nova meta
comum ou sucumbir a brigas internas. Demônios
podem trabalhar bem com outros demônios quando
eles estão todos caminhando para os mesmos fins;
sem esse fator de ligação, suas naturezas egoísta é
muitas vezes grande de mais para fazerem as coisas
darem certo. E enquanto um personagem Possuído
é a soma de um humano e um demônio, boa parte
dessa indulgência vai esvaindo a ponto de tornar o
trabalho conjunto difícil sem que haja circunstan-
cias significativas.
O que se segue são alguns exemplos de cabalas
de Possuídos que se uniram sob diferentes objetivos
comuns.
Os Abolicionistas dos Homens
Algumas cabalas direcionam seus esforços
para os Vícios que elas encarnam. Os Abolicio-
nistas dos Homens é um desses grupos: eles,
com o apoio fervoroso dos demônios vingativos,
ajudam os outros a conquistarem sua vingança. A ca-
laba é dona de uma grande extensão de terras. Cer-
cada. Com câmeras escondidas, armadilhas, animais
selvagens, e o que você imaginar. O modo como
funciona é o seguinte: se uma pessoa quer vingança.
Eles dão a ela. Em primeiro lugar, a cabala sequestra
quem quer que seja o alvo da vingança, um estupra-
dor, um agente da Receita Federal, uma gangue de
bandidos, um ex-marido, seja quem for. Em segun-
do lugar, eles jogam a pessoa na área cercada, que
tem centenas de quilômetros quadrados em cada
lado. Em seguida, o ato de Ira começa. É um ato que
o cliente determina: ele quer caçar seu alvo ele mes-
mo com a ajuda da cabala? Será que ele quer assistir
pelas câmeras enquanto membros cabala atacam o
alvo, ou enquanto o alvo é comido por cães raivosos?
Necessidades especiais podem ser atendidas, a um
preço. Raramente a cabala diz não até mesmo para
os desejos mais criativos de seus clientes. Na maioria
das vezes, os que sentem que sua vingança merece
algo especial. O lado humano luta quando relativos
inocentes entram na equação. Mas os demônios po-
dem ser muito, muito persuasivos.
Os Porteiros
É sabido que os demônios servem outros demô-
nios — o senhor de um Possuído é certamente um
escravo para uma maior e mais terrível entidade.
Os Porteiros é uma ampla cabala — uma seita, na
verdade, de pessoas Possuídas que operam no âm-
bito do governo dos Estados Unidos. Eles operam
bem abaixo do radar das autoridades, geralmente
executando a suas funções como qualquer funcioná-
rio do governo. Alguns estão bem abaixo na hierar-
quia (trabalhadores dos Correios, um secretário no
Departamento de Saúde e Serviços Humanos, um
inspetor de construções). Outros se sentam em posi-
ções muito mais elevadas (generais, chefe da FEMA,
deputados estaduais). Estes homens e mulheres são
todos Possuídos. Seus demônios os ajudaram a al-
cançar o seu status, ou ofereceram lhes recompensas
de outras maneiras (fácil acesso aos seus Vícios, por
exemplo). Eles possuem interesse zero em subverter
o governo ou causar dano ao Estado ou país. Fran-
camente, estes objetivos são muito pequenos. Eles
operam nesta hierarquia humana com o intuito de
ajudar a levar adiante a hierarquia Infernal. Traba-
lhos governamentais significam acesso a lugares.
Um inspetor de construções pode ir a lugares que
a maioria das pessoas não podem. O chefe de uma
pequena agência tem acesso a recursos incomuns, e
talvez conheça outro Possuído que pode encobrir a
exploração desses recursos. Tudo forma uma terrível
corrente com o objetivo de invocar demônios pode-
rosos (Domínios, na maioria das vezes). Eles podem
ter acesso a locais proibidos (pontos de atrocidade,
lugares de pecado), poderosas relíquias diabólicas (a
mão decepada de um demônio que enfraquece as
paredes entre os mundos, um LP antigo, que oferece
força ao demônio quando é tocado de trás pra fren-
te), até mesmo, aliados (um demonologista trancado
em uma prisão de segurança máxima federal, um
Possuído que ficou “fora do radar”, mas pode ser
localizado com a correta aplicação dos recursos da
lei). Existe uma facção dentro dos Porteiros, no en-
tanto, que se esforça para acabar com a conspiração.
Este subconjunto sem nome se rebela contra o gru-
po e contra os demônios, lutando uma batalha feroz
contra todos os lados tentando desesperadamente
permanecerem ocultos. Eles reconhecem o dano
que o grupo está causando ao mundo, trazendo tais
entidades terríveis para a existência, e trabalham su-
tilmente contra este mal.
Os Sete Fatais
Existe uma pequena cidade não muito longe da
Rimrock, uma cidade legitimamente chamada Bor-
da do Canyon. Nesta cidade vivem sete homens,
homens de destaque. Banqueiros, comerciantes,
conselheiros da cidade, e assim por diante. Cada
um desses homens é um Possuído, e para cada um
dos sete homens existe um Vício predominante di-
ferente. Estes homens são caçadores de demônios.
Sim, eles têm demônios dentro de si, mas humano
e demônio trabalham em conjunto para rastrear os
verdadeiramente monstruosos — demônios enormes
que nunca deveriam ter escapado o Inferno; terríveis
Possuídos que governam por pequenas cidades como
reis loucos, de boca espumada; pequenos playboys
inúteis, cujo sangue bombeia com a herança podero-
sa do próprio Lúcifer. Eles são viciados no que fazem.
Eles deixam seus empregos e casas em uma caçada,
arrumando seus rifles e pistolas, e eles derrubam
os cachorros grandes, com o poder do Inferno logo
atrás deles. Eles acham que o que eles fazem é justo.
Eles acreditam que estão servindo a uma autorida-
de maior, talvez até o próprio Deus. Eles acreditam
nisso, porque é isso que os seus demônios dizem, e
é tudo uma mentira terrível. Esses demônios estão
querendo apenas eliminar a concorrência. Destruir
os outros os ajudam a subir na hierarquia do inferno
— mas os caçadores de demônios não sabem disso,
oh não. Eles pensam que estão abrindo um caminho
para o céu. Acreditam que estão redimidos.
O Wharton Clube
O pecado é maravilhoso, Deus está morto, todo
mundo se alegra. Esse é o ethos primordial dos Pos-
suídos que pertencem ao Wharton Clube, um pa-
raíso hedonista do “faça o que quiser” viciados do
clube do inferno. Eles têm clubes satélites em toda
Inglaterra e nos Estados Unidos, predominantemen-
te, em Londres, Boston e São Francisco. Eles têm
uma reputação terrível — grupos de igrejas locais
têm estado em pé de guerra com as ações em que
os membros do clube, supostamente se envolvem,
e em muitas ocasiões a polícia invadiu o local, agre-
dindo membros e destruindo a propriedade. A iro-
nia é que, em última análise, o Wharton Clube não
está realmente ferindo ninguém. Sim, os membros
se envolvem em atos hedonistas ousados. Claro, se
envolvem com drogas.
Pela maioria dos padrões, o que eles fazem é per-
verso, imoral, apenas mergulhado no pecado como
uma lagosta encharcada na manteiga. Tudo que eles
fazem, no entanto, é consensual. Se alguém se ma-
chuca, é porque pediu — porque queria ser cortado
ou sufocado ou queria um supositório de oxicodo-
na. E, na maioria das vezes, os membros geralmente
não se machucam. Prazer — a partir de alimentos, de
produtos químicos, de sexo, de qualquer coisa — é
a ordem do dia. E ainda assim eles têm inúmeros
inimigos. Os cruzados morais, a direita religiosa —
todos fazem ataques ferozes aos membros possuídos
do Wharton Clube, causando muito mais dor e so-
frimento do que aqueles que pertencem ao clube em
primeiro lugar. Além disso, os exorcistas se envol-
veram — um bando de brutos, soldados hipócritas
que não vão permitir que nada os impeça de ver os
clubes da Wharton queimados ao chão e todos os
seus membros enterrados debaixo dos escombros.
155
jogando com os possuidos
 Defesa: e inquisidores (Na realidade, eles são um bando iti-
nerante de arruaceiros, bêbados e criminosos, que
Inimigos nos Portões do Inferno fingem possuir um objetivo nobre). Mais de um per-
Às vezes é tão simples como isto: proteção mú- sonagem Possuído, se viu atormentado em uma rua
tua. Os personagens não querem morrer, ou perder vazia por uma van cheia de exorcistas, só para ter ca-
suas almas, ou o que seja. Eles estão cercados por valeiros de Astarte vindo salvar a sua pele. Eles não
inimigos, e eles são, em última análise fracos, estão fazem isso de graça, é claro. É um pouco como na
confusos e amedrontados. Melhor, então, se unir. prisão: eles salvam o pequeno peixe do peixe maior,
Em um modo de história como este, os perso- mas ainda querem a parte deles. Alguns que foram
nagens não precisam ter muitos pontos em comum salvos acabam trabalhando para eles. Outros acham
os ligando. Serem simplesmente os únicos Possuídos outras formas de pagamento.
na cidade já é o suficiente — eles são forçados a ficar

perigo rondando por todos os lados. Eles podem se Resgate: Olhares ao Céu
juntos porque estão estupefatos, perdidos, e com o

reunir para lamentar, mas o mais importante é que Que lugar melhor para contar uma história de re-
eles podem ficar juntos para manter um ao outro denção do que com personagens que são Possuídos?
longe de uma bala ou um rosto cheio de vinho aben- Muitos dos seres humanos que, inadvertidamente
çoado. ou intencionalmente convidaram um demônio a
sua carne o fizeram, porque eles haviam chegado ao
Os Escapistas fundo do poço ou estavam tão cegos pelo egoísmo
Não é bom estar por baixo. Os membros Possuí- que acabaram deixando enormes buracos denteados
dos da cabala Escapistas sabem disso muito bem. Os em suas almas.
demônios que possuem estes indivíduos são, em úl- Pense nisso um pouco como suicídio. Uma quan-
tima análise, fracos. Eles são a escória na hierarquia tidade rara de indivíduos sobreviveram saltos peri-
do inferno, o que faz com que os demônios tenha gosos suicidas (como aqueles feitos fora da ponte
que prestar contas e estarem sujeitos aos caprichos Golden Gate), e os que sobrevivem quase sempre
de Possuídos muito mais poderosos e, até mesmo, relatam uma sensação singular: eu fiz um erro terrí-
outros demônios soltos no mundo. No momento, vel. Eles pensaram que haviam chegado no fundo do
os personagens Possuídos nesta cabala têm um acor- poço, mas quando eles estão voando pelo ar, seus os-
do entre o hospedeiro humano e demônio que o sos pronto para quebrar no pavimento ou seus pul-
possui: tornar-se escravizado por algo maior, mais mões prestes a serem preenchidos com grandes goles
malicioso e louco não soa muito bem. E assim os de água, eles percebem que não haviam realmente
Escapistas estão em fuga. Permanentemente, ao que alcançado o fundo. Um grande sentimento de pesar
parece, já que eles reúnem perseguidores onde quer parece infundir aqueles que engoliram um punhado
que vão, quase como se estivessem para sempre amal- de pílulas ou cortado seus pulsos.
diçoados a estar em fuga das forças maiores que eles. Aqueles que chegaram ao ponto de possessão
Demônios antigos, Possuídos poderosos, demonolo- demoníaca vieram a ter uma revelação semelhante:
gistas rancorosos - todos em perseguição, algumas que aquilo não era o fundo do poço, mas isso certa-
tensas e tênue. Os humanos desta cabala não estão mente é.
sem um plano, no entanto. Eles reconhecem que Sim, o demônio pode oferecer favores, segredos,
não podem correr para sempre; eventualmente, seus conhecimentos, poderes. Certamente, o demônio
inimigos vão conseguir apanhá-los. Eles conspiram pode até mesmo ser amigável, coagindo com recom-
contra seus demônios para encontrar uma maneira pensas ou de fato encontrar um verdadeiro vínculo
de se livrar de todos eles de uma só vez para que pos- simpático nas próprias dependências e nos instintos
sam se ver livre dessa terrível perseguição sem fim. do humano.
Mas, mesmo assim, isso ainda não parece certo.
Cavaleiros de Astarte Tão bom quanto parece, em retrospecto, o persona-
Tantos Possuídos são lamentavelmente vulnerá- gem sente sempre alguma coisa… errada. Algo man-
veis. Tolos na realidade. Se debatendo. Se agarrando chado, algo oleoso dentro da alma, como um pedaço
ao pecado como se fosse palhas caídas. Antes que de terra ou uma mancha de sangue que nunca sai,
percebam, eles já pisaram em um monte de merda não importa quão forte se esfregue.
ou em outro: eles acabam apregoados a uma cruz, Redenção, então, é um modo natural — o resul-
salpicados com água benta e cortados com facas san- tado de ser Possuído por cinco dias ou cinco anos.
tificadas, ou com uma Combustão, o horror Infer- Um dia, o personagem chega a conclusão de que é
nal em seu interior sangrando e rompendo corpo e hora de fazer alguma coisa. Assim como um viciado
mente. Os Cavaleiros de Astarte não querem isso. em metanfetamina que decide parar de se furar e
Eles, com a sua “santa” patrona, Astarte (ou Asta- começa a se recompor, o Possuído toma uma deci-
rote), são os guardiões que combatem perseguidores são consciente para sair da vida de vagabundo auto

156
Capitulo tres - os possuidos
indulgente que ele está vivendo e rastejar em direção
à luz. Será que ele faz isso? Ele pode fazer isso? Não é
nenhuma tarefa fácil. O demônio observa. O demô-
nio não quer a redenção (a menos que ele queira —
veja “Os Sortudos”, abaixo). Ele fica no caminho do
personagem, pressionando por controle, sacudindo
uma injeção de droga fácil ou um saciamento do Vi-
cio diante do Possuído, de modo a distraí-lo de qual-
quer busca por redenção. É um caminho cheio de
perigos internos (o demônio, a loucura, a resistência
aos Vícios) e externos (outros demônios, inimigos
do próprio personagem que não se importam com
sua redenção, demonologistas, exorcistas). Poderá o
personagem fazer isso? A redenção significa apren-
der a controlar o demônio, encontrando simbiose
com a criatura, ou forçar a coisa terrível para fora?
nios que querem ser redimidos. As entidades dentro
deles afirmam ter sido anjos que caíram das graças
do céu, não por causa de um desejo de fazer o mal
ou executar o pecado, mas porque eles lutaram para
negar a vontade de Deus. Eles afirmam que eles são
a manifestação literal da ideia original do pecado,
que é “hamartia”, ou “erro trágico”. Eles não fazem
o mal por causa do prazer; eles fazem isso porque
é como uma flecha sempre errando seu alvo. Esses
demônios não querem mais ser o que são, e por isso
eles procuram fazer algo de bom na repressão de seu
egoísmo. Os humanos têm sorte, na maior parte do
tempo, mas seus demônios ainda colocam os seus
corpos em situações de perigo a serviço da prática
do bem. Sacrifício pode ser necessário, mesmo que
os personagens não desejem.

Os Sortudos Os Servos da Ruína

Eles se chamam os sortudos por uma simples ra- Os anjos são o verdadeiro problema, vá em fren-
zão: eles têm a sorte de serem possuídos por demô- te e pergunte aos Servos da Ruína. Estes Possuídos
157
jogando com os possuidos
 Mundo das Trevas: Paraíso
Digamos que por um instante você não ache demônios… assustadores o suficiente. Eles são muito
egoístas. O egoísmo é, no fim das contas, um desejo humano e ter muito conhecimento sobre o
demônio possessor, bem, talvez você esteja preocupado que grande parte do mistério foi removi-
do. Você prefere que o seu personagem seja possuído por algo realmente estranho, algo verda-
deiramente e totalmente incompreensível.
Você prefere que o seu personagem seja possuído por um anjo.
Seria fácil dedicar um capítulo inteiro a isso, é claro — mas, não temos tempo nem espaço neste
livro, e tal como você está quer isso agora. Nós não te culpamos. Então aqui está como fazê-lo:
Mude o interruptor. Você não tem mais pontos em Vícios, mas em vez disso as suas Virtudes são
classificadas entre 1 e 3 e contribuem para Vestimentas (que você vai ter que ajustar usando as
Vestimentas demoníacas como base; Sinto muito!). A maioria das outras regras são as mesmas. O
anjo ainda luta para controlar o corpo do possuído sempre que o humano rejeitar as exigências
da entidade. O anjo ainda recebe sua própria pontuação de Força de Vontade baseado na Virtu-
de primária. (Vamos adiante e chamar isso de “Vontade Abençoada”).
A grande diferença está na natureza da entidade possessora. Os demônios são em grande parte
egoístas; Claro, eles se curvam diante de uma hierarquia Infernal às vezes, mas, mesmo assim, é
para tentar egoisticamente subir essa hierarquia ou, pelo menos, sobreviver, enquanto agarrados
à escada ardente. Os anjos têm um plano. E os seres humanos não têm acesso a ele. Anjos —
querubins, serafins, qashmalim, seja qual for — têm pouco interesse em compartilhar seus planos
e, talvez, não poderiam mesmo que quisessem. Eles se comunicam através de mensagens que-
bradas, discursos confusos, sons estranhos, ideias transformadas em frequências. Talvez o plano
venha de Deus. Talvez se trate de uma realidade distante, um magnífico plano de existência onde
tudo é banhado em luz sagrada e tudo fica em solo consagrado.
E qual é o plano? Mais uma vez, difícil dizer. Diferentes anjos parecem obrigados a fazer tarefas
diferentes, definidas profundamente por sua orientação tácita. Um parece comprometido com a
Virtude primária — um anjo de Caridade, não só obriga o seu hospedeiro humano dar tudo, mas
a forçar os outros a fazerem o mesmo. Um anjo da Fé condenado praticamente destrói a mente
de seu hospedeiro, enquanto o arrasta através de uma gama de experiências religiosas capazes
de abalar a sanidade de qualquer um.
Um anjo diferente parece interessado em proclamar o Apocalipse. Não há uma fundamentação.
Esse fato, no entanto, não explica isso; O personagem é incitado a direcionar eventos a fim de
desencadear algum tipo de Armagedom (assassinar um senador, invadir Wall Street e causar um
maremoto econômico através de “ajustes” numéricos, ou simplesmente enterrar registros sismo-
gráficos que poderiam salvar uma grande quantidade de pessoas de um terremoto iminente).
Outro anjo pode pedir a seu hospedeiro que simplesmente se prepare para o fim dos tempos; ele
fortalece sua casa, compra uma quantidade absurda de armas, estoca um abrigo com produtos
perecíveis, e então começa a trazer as pessoas (sob a mira de uma arma) para sua casa (para ser
salvo!).
Um personagem Possuído pode estar à mercê de um qashmal que exige tarefas verdadeiramente
bizarras: roubar um pacote de um caminhão parado dos Correios (UPS), sequestrar o secretário
de uma empresa farmacêutica local, queimar uma livraria local, deixar uma caixa de ratos mortos
na porta de um vizinho. Todas as coisas que não fazem sentido para o humano, mas o anjo quer
feito, o que significa que eles são parte de algum plano cósmico — e possivelmente — horrível.
A verdade é que, pelo menos, um demônio trabalha de uma forma que provavelmente dará ao
hospedeiro o que ele quer uma parte do tempo, porque o pecado é sobre gratificação e prazer.
Ser zelosamente forçado a seguir um anjo da Virtude… este que é o domínio do verdadeiramente
louco, não é?

158
Capitulo tres - os possuidos
acreditam — porque seus demônios assim disseram pelo demônio (Sara). Sara, cujos primeiros sete mari-
— que os anjos têm sido o flagelo do mundo. São os dos foram destruídos por Asmodeus, o demônio da
anjos que trarão o fim dos tempos. São os anjos que Luxúria, orou por morte, mas foi salva pelo anjo e
colocam em movimento cadeias estranhas de eventos por Tobit. O demônio foi afastado dela (embora al-
que levam ao desastre, doença e morte. Os anjos são gumas traduções usem a expressão “expulso” dela) e
criaturas ciumentas, revoltados com a forma como a ela foi capaz de se casar com Tobias e curar Tobit da
humanidade tem abusado desse mundo. É verdade? cegueira. O grupo de Possuídos que formam esta pe-
Difícil dizer. Certamente esses personagens têm vis-quena cabala homenageiam Sara e o arcanjo Rafael
to evidências do que poderia ser descrito como uma por suas ações: eles forjaram suas próprias fortalezas
intervenção angelical, mas não é como se já tivesseminternas a tal ponto que eles são capazes de dominar
visto um anjo. Além disso, eles têm demônios den- os demônios que os possuem, tornando-os mestres
tro deles, e demônios são notórios por suas línguas das entidades possessoras. Não é universal, é claro
mentirosas. O que eles fazem parece ser positivo, su-
— de vez em quando um demônio arranca o contro-
perficialmente — eles estão realizando atos que não le — mas na maior parte do tempo, eles mantém os
são pecaminosos, e parecem ser redentores uma vez demônios sob controle. Estranho para alguns, eles
que eles estão protegendo as pessoas. Mas isso é um se recusam a tentar exorcizar os demônios. Por quê?
pequeno e secreto custo que os demônios possesso- Porque o poder que os demônios fornecem lhes é
res estão dispostos a pagar para que os personagens útil. Eles tomam essas energias infernais e tentam
desfaçam as ações do que poderia realmente ser an- trazê-las ao mundo para fazer o bem, não prejudi-
jos justos? Eles estão realmente cumprindo uma ne- car. Eles tentam promover a Virtude, e não o Ví-
cessidade muito maior, e muito pior ao desmantelar cio, usando os poderes diabólicos para fazer isso.
o potencial trabalho de Deus? É tudo uma mentira? Eles têm muitos inimigos, é claro: outros Possuídos
São os anjos — e Deus — mesmo reais? não se importam com a sua imprudência grave, e,
certamente, muitos exorcistas sentem que os fins
Filhos e Filhas de Sara certamente não justificam os meios — a possessão
O Livro de Tobit, encontrado na Bíblia católica demoníaca é possessão demoníaca, e aqueles que
romana, conta a história de um homem cego (To- forçam os demônios a atendê-los são maus, mesmo
bit), seu filho (Tobias), e uma mulher atormentada se o resultado é bom temporariamente.

159
jogando com os possuidos
Jude estremeceu onde
estava deitado no banco
de tras do carro, olhando
atraves de lagrimas na (coisa?)
que se inclinava entre os bancos da
frente, o seu (rosto ?) que se aproxi-
mava, era quente (respiracao? emanacao?)
em sua pele. As caracteristicas desfocadas
tornaram-se fora de foco de alguma forma,
fora de foco com o mundo inteiro. Teria sido qua-
se uma bencao nao ter que ve-lo claramente - mas
sua imaginacao nao poderia deixar de preencher os
espacos em branco, esbocar detalhes que ele realmente
nao queria ver.
Continuou a considera-lo, aparentemente... divertido? Curioso? Com fome? Nao
queria entender isso, na verdade, mas nao podia deixar de adivinhar.
- Isso nao e real, - disse Jude, odiando-se instantaneamente por ser empurrado
para a negacao irracional, mas sem nenhum outro lugar para ir. - O Diabo e apenas
uma... uma construcao, um bicho-papao inventado por homens velhos para ater-
rorizar seus rebanhos em submissao! Nao ha Inferno - so existe o esquecimento
alem da morte! - Ele meio sufocou. - Voce esta mentindo!
Estendeu a (mao?) suavemente, e acariciou sua bochecha com o lado plano de suas
(garras?). - Oh, Jude, - (sibilou? gotejou?). - e claro que estou mentindo. Pelo
menos um pouco. Eu nao posso me ajudar. Ou talvez eu possa. - Ele (riu?).
- Eu... eu nao acredito em voce, - Jude desprezou o desespero em sua voz, mas
tudo estava falhando com ele. - Eu nao poderia ter chamado voce. Voce nao de-
veria existir!
- Voce nao teve que acreditar em mim, Jude, - ele (ronronou? grunhiu?). - Voce
acreditou em si mesmo. Eu gosto disso em voce. Eu quero que voce continue fa-
zendo isso. Mas se nos entendessemos, acho que voce tera que me olhar agora.
Ele tocou suas palpebras, forcou-as a abrir. Jude viu isso claramente.
Em algum lugar da rua, um cachorro comecou a latir.
 Capitulo
Capítulo Quatro:
Quatro:
As Hostes do Inferno
As Hostes do Inferno
A variedade de demônios e Possuídos chama a atenção para pala-
vras como “inumeráveis”, “incontáveis” e, deve ser admitido, “legião”.
Entre Larvals e Immundi, Sussurrantes e Diaboli e Dominions e Ar-
quidêmonios e Possuídos, dez postos infernais e sete Vícios principais,
poderiam sozinhos, preencher um livro inteiro com demônios e ainda
falar apenas algumas coisas de cada um dos principais arquétipos.
As regras deste livro foram projetadas tendo em mente a customi-
zação demoníaca, o Narrador com interesse em projetar seus próprios
demônios pessoais favoritos. Dito isso, às vezes ainda é bom ter algu-
Quando
Quando meperguntam
me perguntam mas ideias prontas para colocar em uma crônica conforme necessário.
quantos demônios
quantos demonios existem,
existem,
Este capítulo inclui vários Possuídos e demônios de níveis variáveis de
eu respondo comas as pala-
palavras ou adicionar um toque do Infernal a outro tipo de crônica.
eu respondo com poder, cada um capaz de complicar a vida de personagens Possuídos

que oque
vras proprio demonio
o próprio demônio Como bônus final, há também uma nova variante do antagonista
falou atraves de um ende-
falou através de um ende- tocado pelo demônio: L’enfant Diabolique, coletivamente conhecido
moniado:
moniado: como L’enfants Diabolique ou os Filhos da Sétima Geração. Esses semi-
“Nos,assim,
assim, se
se fossemos,
“Nós, fôssemos, -mortais de sangue demoníaco podem acrescentar uma nova e interes-

escureceriamos o sol.”
sante ruga a uma crônica; Um Narrador pode até escolher deixar um
escureceríamos o sol.” jogador retratar um com uma alteração criteriosa das regras de criação
-
—Fr.
Fr. Gabriele Amorth,
Gabriele Amorth, do personagem Possuído.
Um Exorcista
Um Conta-nos
Exorcista Conta-nos
Ove Waldemar
Citação: Ligue, sintonize, desista.
Antecedentes: Ove mostrou sinais do Vício que viria a governar
sua vida desde tenra idade. Na época em que outras crianças passavam
do lado de fora andando de bicicleta, praticando esportes e escalando
árvores, Ove passava jogando videogames, comendo pizza e beben-
do refrigerantes. Seu quarto era um desastre contínuo que ameaçava
invadir o resto da casa e, mais de uma vez, sua família teve que bom-
bardear a casa para se livrar das pragas atraídas pelo hábito de Ove de
encher com sobras de pizza embaixo da cama. Seu trabalho escolar era
mediano, nunca era ruim o suficiente para lhe render a ira, mas tam-
pouco bom o bastante para elogios. Ove apenas meio que passou pela
escola com uma média C e quando ele se mudou para a faculdade, ele
continuou a tendência. Ele se inscreveu para um currículo de aulas de
Farmacologia (suas melhores notas sempre foram as Bs em Ciências) e
foi um de seus colegas colegiais que o apresentou a drogas reais.
A única boa explicação para o fato de Ove não ter entrado em
contato com drogas antes da faculdade era sua apatia geral por pro-
curar novas formas de entretenimento que não vinham em pacotes
embrulhados em papel. Uma vez introduzidas, as drogas tornaram-se
a primeira paixão real na vida de Ove. Elas eram algo que ele podia
fazer enquanto jogava ou passeava com o grupo de amigos que ele
acumulava. De uma maneira estranha, o desejo de encontrar drogas

162
Capitulo quatro - as hostes do inferno
 forçou Ove a se tornar social, saindo de sua concha.
Para sua surpresa, Ove descobriu que fazer amizades
o
era fácil para ele, incluindo o encontro ocasional
com um co-editor. Se Ove passou pela vida antes das
drogas, pode-se dizer que ele flutuou pela vida em
uma nuvem de bom humor depois.
Em uma feliz coincidência, as aulas que Ove esta-
va fazendo na faculdade combinavam perfeitamente
com seu novo interesse. Ele ficou curioso sobre os
por quês e os comos da fabricação de drogas e suas
notas subiram para níveis quase aceitáveis. Após a
formatura, Ove foi trabalhar para uma cadeia de dro-
garias, vendendo receitas para veteranos e doentes.
Seu trabalho era meramente um meio para um fim,
no entanto, como sua verdadeira paixão continuava
sendo a experimentação de “drogas partidárias”. Aos
vinte e tantos anos, Ove experimentara todo tipo de
droga social facilmente disponível e começava a ficar
entediado com toda a cena. Foi sua namorada, She-
rice, que o persuadiu a colocar sua educação para
trabalhar e projetar uma nova droga. Assim, em seu
estilo usual de desmembramento, Ove experimen-
tou combinar drogas de maneiras novas e diferentes.
Não é novidade que o progresso foi lento.
Por seu trigésimo aniversário, Sherice comprou
para Ove uma grande provisão de uma planta co-
lhida por nativos da Amazônia. De acordo com a
descrição do vendedor, a planta foi usada nas buscas
de visão xamanística das tribos. Ove desconstruiu a
composição química da planta e descobriu uma ma-
neira de extrair o alucinógeno. Cortando o material
com opiáceos para garantir uma viagem tranqüila,
Ove misturou um lote de seu primeiro experimento
farmacológico e, junto com uma entusiasta Sherice,
testou o produto acabado. No início, a droga parecia
um sucesso inacreditável. Isso aumentou a sensação
tátil ao ponto que o sexo se tornou um orgasmo
constante. Estímulos visuais e auditivos foram ate-
nuados. Bordas afiadas perderam o foco e os sons do
tráfego se tornaram uma canção de ninar calmante
que prometia serenidade. Então eles começaram a
descer.
O primeiro sinal de que algo estava errado eram
as cãibras que os faziam se contorcer de dor. O suor
de uma febre veio logo depois, seguido por náusea
violenta. Simultaneamente sacudida por cãibras,
quase delirando de febre e submetida a dolorosas
ondas secas, Sherice simplesmente enlouqueceu. Ela
cambaleou para fora do quarto e, absorta em sua
própria desgraça, Ove não seguiu. Ele estava deitado
na cama, cheirando a suor por mais uma hora antes
de decidir que talvez ele deveria checar sua namora-
da. Ele a encontrou morta no chão da cozinha em
uma poça de sangue, pulsos cortados para cima em
longos esfregões carmesins, uma faca de filetagem
ainda apertada em uma das mãos. Naquele momen-
to de terrível descoberta, um demônio da Preguiça
chamado Pagor entrou em sua alma e Ove estava
com preguiça de mantê-lo fora.
Descrição: Após a morte de sua namorada e sua
possessão demoníaca, Ove fugiu de sua casa e seguiu
em frente. De estatura mediana, Ove segura seu lon-
go cabelo oleoso em um rabo de cavalo com elásti-
co. Juntamente com uma mudança de localização,
Ove fez mudanças em sua aparência para afastar as
autoridades que ele acha que estão procurando por
ele. No lugar do estilo mais preguiçoso de jeans e
camisetas que ele usou a vida toda, Ove começou a
se vestir nos estilos do final dos anos 1960 e cultivou
uma barba de fralda. Ove é genial e fácil de se convi-
ver, mesmo quando ele está usando as drogas que ele
vende para pagar as contas. Uma característica cons-
tante de clubes de área, Ove geralmente pode ser
encontrado curioso no assento mais confortável na
parte de trás do bar. Uma programação regular de
subornos, amostras de produtos e um talento para
mentiras o manteve fora da cadeia.
Dicas para o Narrador: Não muito depois de
ele se estabelecer em uma nova cidade, Ove voltou
a trabalhar na criação de um novo tipo de droga.
Desta vez, graças a Pagor, ele teve o conhecimento de
séculos para ajudá-lo em seu trabalho. Baseando-se
igualmente em textos ocultistas, seu conhecimento
farmacológico e contatos herbológicos cuidadosa-
mente cultivados, Ove criou um medicamento de
festa com as qualidades do ecstasy, do LSD e da hero-
ína. Ove vende essa droga especial, que ele chama de
Gancho, apenas para repetir clientes confiáveis que
expressam o desejo de algo novo. Quimicamente, o
fármaco não parece diferente de dezenas de outros
fármacos de marca, mas escritos em sua composição
estão sinais e símbolos Infernais que exaltam Pagor.
O Gancho é virtualmente uma Malapraxis quí-
mica; cada vez que ingerida, corre características de-
moníacas pela corrente sanguínea do usuário, agin-
do como uma roda de oração dedicada à adoração
de Pagor. Além dos efeitos químicos usuais, Gancho
age como um estimulante do Vício, especialmente o
Vício da Preguiça. Atraídos pela ressonância Infer-
nal da droga e pela energia gerada por indulgências
maiores do que as habituais em Vício, os demônios
menores chamados Sussurrantes reúnem-se em tor-
no de Ove, esperando quietos em Crepúsculo por
potenciais marcas.
Ove pode ser apresentado a uma crônica de vá-
rias maneiras. Através de sua simbiose com Pagor
e da pesquisa que levou à criação do Gancho, Ove
tem um conhecimento razoável da demonologia e
do ocultismo, e o que ele não sabe que ele geralmen-
te consegue descobrir através de seus contatos. Os
personagens podem ser direcionados até Ove por
informações aparentemente aleatórias que apontam
seu caminho (Sussurrantes no trabalho, talvez) ou
através da correspondência de outro Possuído ou de-
163
ove waldemar
 cutir. Se a fuga parece improvável, Ove causará uma
cena e esperará que os seguranças lidem com os per-
sonagens. Ove hesita em usar qualquer Vestimenta
com efeitos evidentes dentro de um bar: ele sabe
que, se fizer isso, terá que se mudar novamente.
Se a escolha for entre enlouquecer as crianças
do clube ou a morte, o Ove fará o que for
necessário para sobreviver. A critério do
Narrador, Ove pode ser acompanhado
por um Possuído colérico chamado Ju-
liano e um Possuído luxurioso chama-
do André para desafiar tropas mais
poderosas ou ilustrar o exemplo que
alguns Possuídos escolhem reunir-
-se em grupos.
Atributos Mentais: Inteligência 2,
Raciocínio 3, Perseverança 2
Atributos Físicos: Força 2, Destre-
za 3, Vigor 1
Atributos Sociais: Presença 3, Mani-
pulação 5, Autocontrole 4
Habilidades Mentais: Erudição 2,
Ofícios 2, Ocultismo 4, Ciencia (Far-
macologia) 4
Habilidades Físicas: Armas de Fogo 2 (Pis-
tolas), Furto 3, Dissimulação 3
Habilidades Sociais: Empatia 3, Persuasão (Impul-
sionar) 5, Socialização 4, Manha 4, Astúcia 5
monologista. Obviamente, a droga, Gancho, pode Vantagens: Aliados (Proprietários do Clube Local)
ser usada como um gancho literal para levar perso- ••, Aliados (Vício) •, Habitué •, Contatos (Her-
nagens até Ove. Eles podem ter testemunhado os bologistas, Demonologistas) ••, Língua do Dragão
efeitos colaterais da droga em primeira mão ou ter ••, Recursos •••
um amigo ou membro da família sofrendo o mes- Força de Vontade: 9
mo. Rumores sobre uma nova “superdroga” podem
fazer suas rondas nos bares e clubes da cidade seremMoralidade: 5
ouvidos por personagens socialmente competentes, Virtude: Fé
ou os personagens poderiam ser contratados pela fa- Vícios: Preguiça 3, Gula 1, Luxúria 1
mília de Sherice para rastrear Ove. Iniciativa: 7
Abordado em um dos lugares em que Ove nor-
malmente pode ser encontrado, ele parece um per- Defesa: 3
sonagem agradável, embora um pouco excêntrico. Deslocamento: 10
Ele vai alegremente vender ecstasy, maconha, LSD Tamanho: 5
e outras drogas “leves” aos personagens, se ele esti-
Vitalidade: 6
ver confiante de que eles não são policiais. Qualquer
menção à palavra gancho ganha uma sobrancelha le- Blindagem: Nenhuma
vantada como a única resposta, a menos que os per- Vestimentas: Gula: Consumo Não Natural (•); Lu-
sonagens tenham provado que podem ser confiáveis. xúria: Conhecimento Íntimo (•); Preguiça: Esforço
Com as devidas apresentações ou uma explicação ra- de Corte de Preço (•), Mundo Cinzento (•), Raio
zoável para suas perguntas, Ove compartilhará seu de Abatimento (••), Pele de Enxame (••), Mãos
conhecimento do ocultismo ou demonologia, por Ociosas (•••), Objeto Inamovível (•••)
uma modesta taxa. Ele não irá, sob nenhuma cir- Armas / Ataques
cunstância, concordar em ajudar na convocação de Tipo Dano Alcance Parada de Dados
um demônio ou qualquer outra atividade que possa
colocá-lo em risco (ou que exija muito esforço). Se Pistola Corvo .25 2 (L) 20/40/80 8
os personagens parecerem conflituosos, mencionar
o nome Sherice ou parecer ameaçadores de alguma
forma, Ove tentará escapar em vez de brigar ou dis-

164
Capitulo quatro - as hostes do inferno
 Gancho, Linha e Chumbada
Gancho é uma droga sintética com efeitos colaterais Infernais. Cada dose afeta o usuário por
duas a três horas, dependendo do peso, constituição e tolerância. A droga cria sentimentos
de euforia relaxada combinada com os efeitos visuais e auditivos de um alucinógeno. Estes
efeitos são mecanicamente idênticos aos dos alucinógenos regulares (veja o Livro de Regras
do Mundo das Trevas, p. 177); somente quando a droga começa a se desgastar, os efeitos
colaterais entram em ação. Personagens próximos ao final da duração do medicamento pre-
cisam testar Perseverança + Autocontrole. Se o teste falhar, o personagem deve aproveitar a
próxima oportunidade que se apresenta para entrar em seu Vício. Este efeito colateral é uma
parte intencional do design diabólico da droga e não tem duração definida. Não faz diferença
se o usuário tem que esperar duas horas ou duas semanas antes de ter a oportunidade de
agradar seu Vício. O teste para resistir aos efeitos colaterais de Gancho recebe uma penalida-
de cumulativa de -1 cada vez que o medicamento é usado.

Quando um personagem se entrega ao seu Vício como resultado de Gancho, ele arrisca a
possibilidade de atrair um Sussurrante. Sussurrantes sabem sobre os efeitos colaterais de
Gancho e pairam em torno de Ove na esperança de seguir um usuário que não resista em ce-
der ao pecado. Um personagem que ganha Força de Vontade depois de saciar seu Vício deve
testar Perseverança + Autocontrole para resistir aos esforços de um Sussurrante que se liga à
sua psique. A presença Infernal da droga dá aos demônios inferiores uma janela de oportuni-
dade para se ligarem a um personagem mesmo sem a perda da Moralidade. Se um persona-
gem perde Moralidade enquanto sofre dos efeitos colaterais de Gancho, ele automaticamente
atrai um Sussurrante ao invés de testar para resistir a uma perturbação.

Personagens que tentam analisar Gancho podem fazê-lo com uma ação combinada de pes-
quisa estendida de Ciência e Ocultismo (veja o Livro de Regras do Mundo das Trevas, p.
55). O personagem deve ter um nível mínimo de Habilidade de 2 pontos em Ciência e Ocul-
tismo para pesquisar e interpretar adequadamente os resultados. A pesquisa de dados de
pesquisa é formada pela adição de Inteligência ao mais baixo nível de Ciência e Ocultismo do
personagem. A ação de pesquisa estendida pode ser conduzida apenas como uma ação de
trabalho em equipe (ver o Livro de Regras do Mundo das Trevas, p. 134) se o ator primá-
rio tiver pelo menos 1 ponto em Ciência e Ocultismo. O número alvo da ação estendida é
20 e cada teste é igual a uma hora. Se for bem sucedida, a pesquisa revelará a composição
química da droga e os desenhos demoníacos embutidos.

Finalmente, embora pareça estranho, Gancho não é uma substância viciante. O pecado sem
livre-arbítrio é de pouco ou nenhum mérito para os demônios e para que o Testamento seja
bem-sucedido, Pagor exige que os humanos o ingiram sem serem forçados a fazê-lo.

Erínias nando em garras cruéis e asas de couro semelhantes

Citação: Fuja se quiser, mortal. Hoje à noite a vin-
gança voa nas asas da fúria.
Antecedentes: Nascidas de Nyx, a deusa da noi-
te, e levadas para o serviço de Nemesis, a deusa da
retribuição, as Erinyes foram os anjos vingadores ori-
ginais. Três em número, o poeta Virgílio nomeia-os
como Alecto, Megaera e Tisiphone. Embora nasci-
dos da divindade, elas são desfiguradas e horríveis
com uma juba de minúsculas serpentes se retorcen-
do, olhos cheios de lágrimas de sangue, dedos termi-
a morcegos. Nos dias em que a Grécia e Roma ainda
eram potências mundiais, elas eram chamadas a vin-
gar-se em nome dos mortos. A elocução de seus no-
mes os convocou de Acheron, onde se dizia que elas
praticavam suas torturas nas almas dos condenados.
Somente os verdadeiramente desesperados ousa-
riam invocar as Fúrias (seu nome romano), pois, se
acreditassem que haviam sido chamadas sob falsos
pretextos, sua Ira se voltaria contra o convocador.
Com o passar dos anos, seus nomes foram sendo
lentamente esquecidos e os clamores por vingança
que abriram uma porta para elas no reino material
165
erinyes
 tornaram-se cada vez menores. Por fim, as Erínias seguro para virar a cabeça e atrair olhares. Apenas
foram relegadas aos reinos do mito e da lenda. Des- o evocador e o alvo da Ira das Erínias as vêem pelo
providas de propósito, sem seus deveres de protegê- que elas realmente são: demônios com pele de fogo
-las da influência corruptora do Inferno, as Erinyes de artifício, asas de morcego fumegantes, mãos com
perderam qualquer centelha de divindade que já ti- garras e cabelos feitos de cadáveres apodrecidos de
veram e se tornaram demônios na verdade. cobras.
No entanto, sua queda da graça também foi Dicas para o Narrador: As Erínias devem ser
um renascimento. Demonologistas da Idade Mé- convocadas para que estendam uma porção de sua
dia aprenderam seus nomes, convocando-as à Ter- essência ao reino material. Ao contrário de outros
ra para saborear o sangue dos humanos mais uma demônios, as Erínias não têm interesse em atrair os
vez. As Erínias eram tão proficientes em seus mo- mortais para o pecado e lentamente constroem seu
dos assassinos que os Testamentos, para sua glória, poder até que possam se manifestar como os Domí-
elevaram-nas acima dos outros demônios - até que nios. As Fúrias foram feitas para diferentes propósi-
sua essência não pudesse mais ficar presa por um tos e, mesmo degradadas à medida que se tornaram,
simples encantamento. O caminho para a Terra foi permanecem fiéis a esse propósito acima de tudo.
novamente fechado para elas e elas definharam por Além disso, no Inferno, as Erínias são pelo menos
um tempo, diminuindo até que um imã pecamino- iguais a um Arquidemônio no Posto Infernal, o que
so, abandonando Allah, pediu que seus espíritos se tornaria difícil para elas entrarem fisicamente no rei-
manifestassem no corpo de sua esposa estuprada e
assassinada. As Fúrias descobriram que podiam
estender uma parte de si mesmas aos cadá-
veres de humanos mortos e exaltar em
matança justa, embora a união esti-
vesse longe de ser perfeita. Elas des-
cobriram que, enquanto envoltas
em carne morta, não podiam
mais se alimentar da dor e do
desespero de suas vítimas.
Em vez disso, elas foram
forçadas a incitar a Ira da
consciência em humanos
para recuperar sua força
em busca de sua presa. In-
finitamente mutáveis, as
Fúrias se adaptaram e logo
se estenderam tentáculos
de vingança ao redor do
mundo, manifestando-se si-
multaneamente em múltiplos
hospedeiros.
Descrição: As Fúrias são con-
vocadas para se manifestarem nos
cadáveres dos recém-mortos. Nem
todo cadáver é adequado como
anfitrião, no entanto, apenas
aqueles corpos que encon-
traram o seu fim através da
violência. As Erinyes prefe-
rem habitar os corpos das
mulheres, mas não se recu-
sam a se juntar aos cadáve-
res masculinos. A mistura de
carne morta e essência Infernal
empresta uma beleza cruel ao
cadáver, transformando as feições
e o semblante do falecido em algo

166
Capitulo quatro - as hostes do inferno
no material através de algo menos que uma porta
aberta para o Inferno.
Invocar as Fúrias segue as mesmas regras encon-
tradas no Capítulo Dois quanto à convocação de
outros demônios. A principal diferença vem duran-
te o estágio de “Chegada” da convocação. Erínias
podem aparecer apenas como a força possuidora de
cadáveres humanos. O corpo não pode estar morto
há mais de 24 horas e a morte deve ser o resultado
da violência. A menos que a pesquisa do demono-
logista tenha revelado a totalidade desses detalhes,
ela pode presumir que algo saiu errado com o ritual
quando nenhum demônio aparece ou, se o cadáver
selecionado não atende aos critérios, o corpo per-
manece inerte. As Erínias não são as defensoras do
detalhe que alguns outros demônios podem ser. Se o
corpo usado no ritual não estiver exatamente certo,
elas encontrarão um, usando o chamado como um
olho mágico no reino material. Assumindo que o
resto da convocação foi realizada corretamente, as
Erínias se fundirão com o corpo adequado mais pró-
ximo e viajarão fisicamente para o convocador. Mais
de um demonologista ficou surpreso quando, trinta
minutos depois de um ritual aparentemente fracas-
sado, as Erínias invadiram seu espaço ritual.
Após a chegada das Erínias, a fase de Negociações
da convocação pode começar. Erínias não fazem pac-
tos; elas fornecem apenas serviços, normalmente a
execução sangrenta de um assassino. Invocadores
que preferem uma abordagem mais delicada são
aconselhados a procurar um mensageiro diferente.
Geralmente, a única demanda que elas fazem é que
seu invocador espalhe os nomes das Erínias. Sutil-
mente Colocar um outdoor com os nomes Alecto,
Megaera e Tisiphone não é o que eles têm em men-
te. Erínias não são o fast food da vingança. As pesso-
as dignas da marca de retribuição das Erínias devem
ganhar o direito de convocá-las, encontrando seus
nomes e rituais apropriados por meio de um testa-
mento genuíno. Ao encorajar os humanos a espa-
lharem seus nomes através de meios sutis, as Erínias
estão garantindo que não serão esquecidas nova-
mente. Apesar de sua natureza corrompida, as Fú-
rias permanecem basicamente fiéis ao seu propósito
original. Um invocador que as chama para assassinar
inocentes, mente sobre suas intenções ou distorce a
verdade pode encontrar-se na extremidade receptora
de sua Ira. Na maneira como as Fúrias são friamente
distantes em suas relações com os humanos até que
elas captam o cheiro de suas presas. Sua terrível exci-
tação aumenta à medida que se aproximam de seus
alvos e, no momento em que elas o pegam, as Erí-
nias estão quase gargalhando de raiva e visivelmente
ansiosas pela morte. As Fúrias não são cruéis, apesar
de serem impiedosas. Eles despacharão sua vítima
com o mínimo de barulho possível, até mesmo pro-
porcionando uma morte limpa para indivíduos que
se submetam honrosamente. Elas se deleitam com o
derramamento de sangue e com a dor infligida, no
entanto, chegando até mesmo a absorver o sangue
fresco de suas presas. Se a perseguição esgota sua Es-
sência, as Erínias tentam incitar os humanos a atos
de Ira para alimentar sua Malapraxis.
Atributos Mentais: Inteligência 4, Raciocínio 4, Per-
severança 5
Atributos Físicos: Força 6, Destreza 4, Vigor 5
Atributos Sociais: Presença 5, Manipulação 4, Au-
tocontrole 5
Habilidades Mentais: Ocultismo (Conhecimento
Antigo) 5
Habilidades Físicas: Esportes 5, Briga (Garras) 6
Habilidades Sociais: Trato com Animais 4, Empatia
3, Expressão (Incitar) 4, Intimidação (Ira Demonía-
ca) 5, Astúcia 4
Vantagens: Desarmar (usa Briga) ••, Reflexos Rá-
pidos ••, Aparência Surpreendente (Corpo Hospe-
deiro) ••••
Força de Vontade: 10
Malapraxis: As Erínias são manifestações de raiva
sobre a morte de um ente querido e, com Nyx como
mãe, são inerentemente criaturas da noite. As Fúrias
têm Malapraxes da Ira do sofrimento e Ira da Noite.
Iniciativa: 11
Defesa: 4
Deslocamento: 25 (fator de espécie 10)
Tamanho: O mesmo do corpo hospedeiro (normal-
mente Tamanho 5)
Vitalidade: 10
Blindagem: 4/4 (Blindagem da Morte)
Essência: 10
Ataques:
Tipo Dano Parada de Dados
Garras 3 (L) 15
Aspectos Demoníacos:
• Os Gentis: Apesar de sua natureza sanguiná-
ria, as Erínias tentam espantar, em vez de matar,
espectadores inocentes, revelando seu rosto demo-
níaco. Este aspecto segue as regras da Nume “Aterro-
rizar” (veja o Livro de Regras do Mundo das Trevas,
p. 212), usando Presença + Intimidação das Erínias,
em vez do padrão Poder + Refinamento.
• Inferno não tem Fúria: Talvez porque nenhu-
ma alma permaneça nos corpos dos mortos para
corromper, Erínias são imunes ao exorcismo. Quais-
quer que sejam os poderes que o ato de fé requerido
para um exorcismo ter sucesso, não parece tão ofen-
167
erinyes
 dido por uma Fúria que anima um cadáver quan-
to é pela posse dos vivos. As Erínias retornarão ao
Inferno somente quando seu alvo estiver morto, se
seu corpo hospedeiro for destruído ou se sua presa
cometer suicídio ou enlouquecer. A fé oferece algum
refúgio contra as Erínias: elas não podem pisar em
solo sagrado.
• Blindadas pela Morte: Ao estender uma pe-
quena porção de sua essência para um corpo hospe-
deiro ao invés de se comprometer com uma posses-
são plena, as Fúrias quebram algumas das regras da
possessão demoníaca. Como criaturas entremeadas
de carne morta e demônio, as Erínias usam Atribu-
tos e Habilidades padrões em vez de características
Infernais. Os cadáveres que elas habitam também
são bastante resistentes. As Erínias são imunes a to-
das as toxinas, doenças e condições ambientais que
não prejudicam o corpo do hospedeiro. Elas não so-
frem penalidades de Ferimentos e o demônio inte-
rior apóia a pele apodrecida, o que dá às Erínias um
nível de Blindagem de 4/4.
• Anjos do Inferno: Nos dias passados, as Erí-
nias perseguiram suas vítimas do alto, navegando
pelos ventos noturnos com as asas dos morcegos. Na
necessidade, e somente à noite, as Erínias podem
forçar seus corpos hospedeiros a manifestar asas
por curtos períodos de tempo. Gaste 3 pontos de
Essência e teste Perseverança + Vigor. Cada sucesso
permite a Fúria o uso de suas asas por um turno.
Erínias podem manobrar tão facilmente no ar como
a pé e seu Deswlocamento é dobrado pela duração.
Com o risco de Combustão (veja p. 147), a Fúria
pode extender a duração do aspecto para turnos adi-
cionais. (Trate qualquer falha dramática registrada
como uma falha simples).
• Marcada pela Morte: O nome, ou pelo me-
nos parte do nome, da vítima é uma exigência para
o ritual que convoca as Fúrias. Isso configura uma
ressonância entre o alvo e as Erínias. Ao gastar um
ponto de Essência, a Fúria sempre pode dizer exa-
tamente qual direção o alvo está. Note que este as-
pecto “pensa” apenas em linhas retas; não leva em
conta geografia ou obstruções.
Padre Gently
Citação: Ah, você conhece o seu Milton! É muito me-
lhor governar no Inferno.
Antecedentes: Nascido em uma família católica
romana de tamanho moderado, uma das primeiras
memórias de Lewis Gently foi a de ser repreendido
por sua mãe por brincar de médico com uma garota
vizinha. No momento em que Lewis se formou no
colegial, ele havia experimentado sexualmente com
meninos e meninas e, em uma ocasião, um homem
mais velho. Fiel ao dogma que aprendeu quando
168
Capitulo quatro - as hostes do inferno
criança, Lewis começou a se preocupar com o esta-
do de sua alma. Suas preocupações atormentaram
sua mente e quando ele começou a ter pesadelos
sobre o fogo do inferno, ele se voltou para a Igreja
em desespero. Lewis encontrou consolo nos atos de
contrição atribuídos a ele como penitência por seu
sacerdote e, para fortalecer sua determinação, ele se
inscreveu para participar do seminário.
Após a sua formatura, Lewis tornou-se Padre
Gently, tomando os votos de celibato com algo pa-
recido com alívio. Derramando seu excesso de ener-
gia sexual nos deveres do sacerdócio, o Padre Gently
subiu nas fileiras do clero e foi designado para sua
própria paróquia com a idade de 35 anos. As respon-
sabilidades de liderar sua paróquia acalmavam a fera
da Luxúria que ainda se escondia em seu coração. .
Padre Gently era popular com seus paroquianos e
aconselhava o amor em vez de medo. Sua educação
e carisma pessoal fizeram dele um orador cativante
e por cinco anos a paróquia prosperou sob seus cui-
dados.
Parte de seu trabalho como padre era aconselhar
jovens que haviam perdido o caminho da luz do Se-
nhor. Ele falou com adolescentes e garotas sobre o
poder do perdão por seus pecados, contando com a
ajuda de assistentes sociais, terapeutas e centros de
reabilitação para os piores casos. Nem todo adoles-
cente era uma história de sucesso, é claro, e aquele
que provou sua queda foi chamado Raena.
Raena era uma linda garota, filha de imigrantes
mexicanos. Ela tinha sido sexualmente ativa desde
que completou 13 anos e seus pais a forçaram a se
encontrar com o Padre Gently. Nada que o padre
tentou fazer para curar Raena de sua condição pare-
cia ajudar. Ele falou seriamente com ela sobre o pe-
cado venal da Luxúria, mandou-a para os terapeutas
e, por desespero, aconselhou seus pais a mandá-la
para um retiro católico de verão. Todos os seus es-
forços foram em vão e, quando Raena completou
16 anos, ela confessou ter tido mais de 30 amantes,
tanto homens quanto mulheres. Algumas crianças
podem ter ficado mal-humoradas com os esforços
do Padre Gently, mas Raena parecia mais divertida
do que irritada. Ela falou com o Padre Gently com
honestidade franca, foi educada, alegre e às vezes pa-
queradora. Em mais de uma ocasião, Padre Gently
foi forçado a mandá-la para casa quando percebeu
que Raena não se incomodou em não usar roupas
íntimas por baixo da saia curta que usava.
Em Raena, o Padre Gently viu um espelho de si
mesmo e ele não podia negar as sensações que a visão
de seus seios fartos despertou nele. Cada encontro
com a garota era uma prova de suas convicções, uma
das quais ele finalmente fracassou. Era uma noite
quente e chuvosa de verão, quando o Padre Gently
ouviu uma batida na porta da reitoria. Ele respon-
deu para encontrar Raena em sua porta, sua roupa
colada ao corpo pela chuva. Padre Gently recuou
para deixá-la entrar e ela fechou a porta atrás de si.
A visão dela ali, molhada, deu a ele sua primeira ere-
ção em mais de 20 anos e ele percebeu que ela havia
notado. Ele se afastou dela, envergonhado e tentou
recuperar seu equilíbrio. Então ele ouviu o barulho
suave de roupas molhadas batendo no chão. Incapaz
de resistir, ele olhou para ela e se perdeu. Quando
ele entrou na menina, com pleno conhecimento de
seu pecado, um demônio da Luxúria entrou nele.
Depois daquela noite, o demônio dentro dele ga-
rantiu que o Padre Gently não perdesse tempo em
compensar seus anos de abstinência. Além de seu
caso com Raena, ele fodeu quem quisesse tê-lo, in-
cluindo os maridos, esposas e filhos de paroquianos.
Na instrução do demônio, o Pai Gently contaminou
os objetos sagrados de sua igreja para assegurar que
ainda pudesse lidar com eles no curso de seus deve-
res. Ele realmente não esperava que suas façanhas
sexuais permanecessem em segredo por muito tem-
po e não ficou surpreso ao ver o carro pertencente
ao bispo de sua diocese aparecer, sem ser anunciado.
Ele ficou surpreso quando o bispo entrou na casa
paroquial na companhia de vários homens muscu-
losos e um padre que o Pai Gently não reconheceu.
Os homens o prenderam ao chão enquanto o padre
pressionava uma cruz embaçada na bochecha do Pa-
dre Gently, e o bispo ofegou quando Gently gritou
enquanto sua pele fumegou e chiou. chamaram isto de incêndio criminoso, mas depois
Os homens arrastaram-no para o seu quarto e, que as notícias saíram sobre suas inclinações, a lis-
enquanto eles se ocupavam em amarrá-lo, o bispo ta de possíveis suspeitos era tão longa que a polícia
explicou a Gently que Raena tinha ido até ele, acre- desistiu da investigação como um trabalho ruim. Os
ditando que Gently estava possuído. Ela fez grava- escândalos combinados de sexo, morte e fogo leva-
ções das palavras de Gently falando em seu sono e ram os membros da congregação de Padre Gently
quando as gravações foram examinadas, foi confir- a outras paróquias, e a Igreja Católica decidiu não
mado que era a linguagem do Adversário. O padre reconstruí-la no mesmo terreno, na esperança de um
sem nome começou a cantar em latim as palavras novo começo em outro lugar.
do Vade Retro Santana e o exorcismo começou. Du- Os valores da propriedade ao redor da igreja ar-
rante aquela noite e no dia seguinte o padre lutou ruinada despencaram e o bairro também começou
contra o demônio dentro do Pai Gently pela posse a declinar - devido, em parte, à influência corrupto-
de sua alma. O corpo de Gently estava quebrado e ra do fantasma do Padre Gently. Os traficantes de
machucado, e quando ficou claro que o exorcismo droga mudaram-se para lares que costumavam per-
reivindicaria sua vida, o bispo ofereceu a Gently os tencer a famílias respeitáveis e a casa paroquial era
últimos ritos. Padre Gently cuspiu no rosto do bis- frequentemente usada como um local conveniente
po, depois morreu sem se arrepender. Seu fantasma para ficar chapado ou fazer sexo. Estranhamente, o
apareceu no dia seguinte. lugar permaneceu limpo de posseiros; os poucos de-
Descrição: Visto em Crepúsculo ou manifestado, sabrigados que passaram a noite na casa paroquial
o Padre Gently se parece muito com ele na vida. Ele afirmaram ter visto coisas estranhas no local e ouvi-
veste o típico traje sacerdotal católico, completo com do barulhos desagradáveis.
colarinho romano. Seu cabelo castanho é bem apa- Padre Gently chupou o que a Luxúria podia dos
rado e penteado e seu sorriso é genial. Seus olhos, visitantes pouco freqüentes de sua casa, mas não foi
porém, seus olhos estão errados de alguma forma. A até que um traficante de drogas chamado Paulo che-
âncora de Gently é o rosário dado a ele por sua mãe, gou com um morango a reboque que o Padre Gently
escondido sob as tábuas do chão do quarto. teve um gosto de pecado real. A garota com Paulo
Dicas para o Narrador: Não muito tempo depois não poderia ter mais de 14 anos e ela concordou
da morte do Padre Gently, a igreja ao lado de sua em fazer sexo com ele por algumas drogas. Gently
reitoria foi queimada até o chão. Os investigadores usou sua Nume Fantasma para pintar quadros na

169
pai manso
 parede de atos sexuais degradantes, como forma de
encorajar Paulo. Em vez de enlouquecer, Paulo, um
pouco alto, agiu sobre o encorajamento. A garota
estava rasgada e sangrando antes de Paulo deixá-la
sair com suas drogas.
Quando ele ficou sóbrio, Paulo considerou o que
ele tinha visto e feito. Ele fez uma pequena investi-
gação na casa paroquial e encontrou o nome “Padre
Lewis Gently”, juntamente com detalhes do escân-
dalo que cercou sua morte. Ele retornou à casa pa-
roquial novamente naquela noite com uma garota
diferente e quando as imagens reapareceram, ele gri-
tou o nome do padre morto: uma, duas, três vezes.
Na terceira chamada de seu nome, o Padre Gently
falou com Paulo em uma voz que a garota não po-
dia ouvir, oferecendo conselhos sádicos que Paulo
seguiu alegremente. Depois que Paulo espantou a
garota chorona da casa paroquial, o traficante de
drogas e o maldito fantasma chegaram a um acordo.
Padre Gently instruiria Paulo nas artes mais sutis da
perversão sexual se Paulo escrevesse o Padre Gently
um Testamento. Suavemente instruiu Paulo para es-
conder o Testamento no estudo de mofo quando ele
não estava trabalhando nele, e assim quando Paulo
foi morto em um tiroteio, o Testamento permane-
ceu desconhecido, apenas parcialmente completo.
Agora, o Padre Gently está procurando alguém
para completar o Testamento para que ele possa se
fundir com o demônio compartilhando os restos
de sua alma e terminar seu tempo como um Larval.
Pessoas que descobrem como se comunicar com o
Padre Gently, descobrem que ele é erudito na fala e
na maneira. Embora ele esteja mais interessado em
sexo, Gently pode discursar sobre uma ampla gama
de tópicos graças à sua formação no seminário. Ocul-
tistas certamente encontrariam suas visões sobre a
alma, condenação e pecado bastante esclarecedoras.
Mesmo na morte, o Padre Gently permanece impe-
nitente, insistindo que ele desperdiçou os melhores
anos de sua vida a serviço de um Deus impotente,
negando a si mesmo os prazeres da carne.
Atributos: Poder 4, Refinamento 4, Resistencia 3
Malapraxis: Como era seu costume na vida, o Padre
Gently encoraja as relações sexuais que a sociedade
pode considerar um tabu. Sua Malapraxis é a Luxú-
ria Proibida.
Força de Vontade: 7
Posto Infernal: 2
Iniciativa: 7
Defesa: 4
Deslocamento: 17 (fator de espécie 10)
Tamanho: 5
Corpus: 8
Essência: 15
170
Capitulo quatro - as hostes do inferno
Aspectos Demoníacos: Aura de Corrupção, Lín-
gua do Dragão, Guardião dos Segredos, Senhor das
Mentiras e Senso de Pecado
Numes: Natureza Corrompida, Forma Inferal Infe-
rior, Fantasma, Telecinesia
• O Nome do Pai: Quem entra na casa paro-
quial e fala o nome “Padre Lewis Gently” três vezes
em voz alta é recompensado com a sensação de estar
sendo observado. Se o Padre Gently decide que a
pessoa vale o esforço, ele se apega ao poder de seu
nome falado em voz alta para responder. Ao gastar 2
pontos de Essência, Padre Gently pode fazer o som
de sua voz ser ouvido em qualquer lugar da reitoria
pelo resto da cena.
Preta
Citação: O ódio é tudo que temos.
Antecedentes: O mito dos fantasmas famintos,
conhecido como Preta aos budistas, hindus e jainis-
tas é bastante comum nas religiões orientais. Dife-
rentes versões do mito atribuem diferentes origens
aos fantasmas famintos. Algumas histórias afirmam
que são almas perdidas, algumas dizem que são es-
píritos malignos e algumas parecem ser histórias
de moralidade nas quais o fantasma faminto é a
reencarnação de um pecador com baixo equilíbrio
kármico como resultado de ciúmes. Quase todas
as versões do Preta sofrem de uma fome insaciável
por substâncias repugnantes ou repugnantes, como
fezes, sangue e comida estragada, para citar algumas.
Este apetite horrível é combinado com característi-
cas que tornam o consumo uma tarefa árdua. Boca
muito pequena, garganta contraída e outras defor-
midades tornam impossível para um Preta comer,
mesmo que tenha acesso ilimitado ao objeto de seu
desejo.
A questão de se um Preta é um fantasma ou um
espírito não tem uma resposta fácil, especialmente
porque o próprio Preta parece não saber ou lembrar
da verdade. Alguns deles afirmam ter memórias
de uma vida humana, mas isso poderia ser apenas
memórias das vidas que eles são forçados a assistir.
Qualquer que seja a verdade, não pode haver dúvida
de que as Preta suportam uma existência miserável,
forçada pela maldição (ou presente) de assistir, e In-
veja, os prazeres desfrutados pelos humanos, praze-
res negados a eles por força de sua mera existência.
Não é surpreendente que para muitos Preta esta In-
veja se transforme em amargura selvagem ao longo
do tempo, uma amargura facilmente explorada pela
corrupção Infernal.
Descrição: Preta são de pele cinza e aparência
humanóide, com deformidades óbvias em relação
à sua condição. Eles podem ter bocas pequenas e
estômagos aumentados, braços que terminam em to-
cos que os forçam a comer de quatro como animais,
dentes grandes que interferem com a mastigação ou
pescoços longos e finos que fazem engolir uma tare-
fa dolorosa.
Dicas para Narradores: A existência de um Preta
é uma das intermináveis fome, frustração e Inveja.
Os Preta são forçados a assistir como os humanos
apreciam as coisas simples da vida enquanto eles, os
Preta, são obrigados a consumir as refeições mais po-
dres possíveis. A luz do sol resfria seus corpos cinzen-
tos e elas se escondem da luz da lua, que queima sua
carne efêmera. Preta é irritável e irracional em suas
relações com os seres humanos, detestando-os por
sua capacidade de encontrar contentamento. Mes-
mo o seu Banimento apenas serve para distanciar o
Preta da humanidade.
A transição do fantasma faminto para Immun-
di dá ao Preta os meios para desabafar suas frustra-
ções e uma esperança perversa de escapar de sua
condição. Preta não é imensamente mais forte que
Immundi, mas eles são fortes o suficiente para tor-
nar a vida dos humanos miserável. Ao testemunhar
uma suntuosa festa da qual um Preta não consegue
tolerar o sabor, mesmo sabendo que a comida deve
ser deliciosa, o Preta pode manifestar e achatar os
pneus ou quebrar as janelas dos carros como uma
forma de vingança mesquinha. Eles podem arruinar
o prazer da festa usando sua natureza corrompida
para inundar o refeitório com odores desagradáveis,
e eles podem amaldiçoar. A maldição de um Diabo-
lus Preta é um eco da sua existência. Vítimas que su-
cumbem à maldição não obtêm satisfação de ações
virtuosas e podem vir a Invejar outras que o fizerem.
Com tempo suficiente, o destinatário da maldição
do Preta torna-se quase tão torcido e amargo quanto
um fantasma faminto, engajando-se em atos dege-
nerados crescentes apenas para sentir alguma coisa.
Immundi Preta é mais capaz de controlar seu ciú-
me por tempo suficiente para fazer contato substan-
cial com um humano. Como Diaboli, Preta se torna
mais cruel, mas eles também têm um tempo mais
fácil tendo a visão de longo prazo. Eles oferecerão
praticamente qualquer serviço que sejam capazes de
fornecer a um humano que concorde em escrever
um Testamento das Trevas para eles. Do ponto de
vista do Preta, até mesmo a vida como um demônio
não pode ser pior do que os tormentos que eles já
suportam.
Atributos: Poder 2, Refinamento 3, Resistencia 1
Malapraxis: Constantemente com fome, Preta Inve-
171
preta
 ja o que eles não podem ter, e sabotam e possuem os
alvos para desabafar sua raiva. Seus Malapraxes são
Inveja e Traição.
Força de Vontade: 3
Posto Infernal: 1
Iniciativa: 4
Defesa: 3
Deslocamento: 10
Tamanho: 5
Corpus: 6
Essência: 10
Aspectos Demoníacos: Aura de Corrupção, Lín-
gua do Dragão, Guardião dos Segredos, Senhor das
Mentiras e Senso do Pecado
Numes: Natureza Corrompida, Materializar, For-
ma Infernal Inferior
• Caminho da Danação: Este Nume torna im-
possível para suas vítimas recuperar a Força de Von-
tade sem cumprir seu Vício. Enquanto estão sob a
maldição do Preta, eles não são mais capazes de re-
cuperar a Força de Vontade cumprindo sua Virtude:
este Nume não impede o ato virtuoso, mas não há
recompensa mecânica. Cumprir um Vício restaura
a Força de Vontade como habitual. Satisfazer um
Vício que também leva a um teste de degeneração
retorna toda a Força de Vontade gasta, quer o teste
de degeneração tenha sucesso ou não. Gaste 3 pon-
tos de Essência e teste Poder + Refinamento em um
teste estendido e disputado; cada teste representa
uma hora. Se o Preta obtiver os sucessos necessários
entre o crepúsculo e o amanhecer, a vítima é forçada
a entrar no Caminho da Danação. Para combater
a influência do espírito, a vítima testa Perseverança
+ Autocontrole. O número-alvo para o sucesso de
qualquer das partes é o dobro da Moralidade atu-
al da vítima. Se um Preta encontra seu Banimento
durante a duração do Caminho da Danação, a mal-
dição é levantada e o Nume falha. Encontrar um
Banimento durante o processo de “conversão” tam-
bém acaba com a luta. Uma vítima que com sucesso
lute contra a maldição do Preta (via Banimento ou
de outra forma) está imune a este Nume por um mês
lunar.
• Olhar Invejoso: Embora sejam mais espiritu-
ais que fantasmas, Preta existe no mesmo estado
nebuloso de existência efêmera que os fantasmas,
chamado Crepúsculo por alguns. Fantasmas podem
perceber apenas pessoas ou coisas fora de Crepúscu-
lo que estão perto de sua âncora. Como parte de sua
maldição, Preta sempre pode ver claramente as ações
e posses dos humanos.
Banimento: Se ao Preta é oferecido comida, li-
vremente dada, deve participar da refeição e nunca
mais voltar a atormentar o doador.
172
Capitulo quatro - as hostes do inferno
Azazel
Citação: Mão sou esse tipo de demônio.
Antecedentes: Escondidos nos escritos de apó-
crifos bíblicos, há uma história sobre anjos caídos
completamente separados de Lúcifer e sua rebelião.
A história tem algo assim.
Exilados do Jardim do Éden, os filhos de Adão e
Eva prosperaram e seus números se multiplicaram.
Já maculadas pelo sabor do fruto da Árvore do Co-
nhecimento, as crianças se esforçavam e brigavam
umas com as outras, sem a sabedoria de arcar com
o fardo do conhecimento que o pecado de Eva lhes
impunha. Deus teve pena de Seus filhos e enviou
uma multidão de anjos para ensinar-lhes os cami-
nhos das leis e da justiça para trazer ordem à hu-
manidade. Chamado Grigori, o anfitrião, uns 200
em número, desceu dos céus para fazer a vontade
de Deus. Os principais entre os anfitriões eram os
anjos chamados Samyaza, Barqel, Penemue, Koka-
biel e Azazel (que serviu como tenente de Michael).
Os Grigori reuniram os humanos e os ensinaram so-
bre lei e justiça, espalhando a paz com suas palavras.
Concluída a tarefa, Grigori voltou os olhos para o
céu, mas o Senhor, satisfeito com o trabalho de seus
primeiros servos, ordenou que permanecessem na
Terra para vigiar os filhos de Abel.
Os Grigori andaram a passos largos sobre a Terra
como gigantes entre os homens, colocando os erros
para a direita, criando um novo paraíso fora dos mu-
ros do Éden proibido. Com o passar dos anos, e seus
pensamentos se concentraram mais na argila mortal
do que na luz celestial, os anjos começaram a dese-
jar fisicamente o abraço das mulheres humanas. O
Senhor havia proibido a união sexual entre Seus pri-
meiros filhos e filhas terrestres, mas, encorajado por
seu líder, Samyaza (que estava irritado com o seu exí-
lio do céu), os Grigori se rebelaram contra a palavra
de Deus e tomaram esposas humanas. Libertado dos
mandatos do céu, o Grigori ensinou aos humanos
mais conhecimento proibido (talvez pavimentando
o caminho para o mito de Prometeu), incluindo os
segredos de encantamentos, metais e armas de guer-
ra, astrologia, astronomia e escrita. Assim, os males
da feitiçaria, da guerra e do pecado da blasfêmia fo-
ram trazidos ao mundo. Os filhos de Grigori e as
mulheres mortais eram criaturas monstruosas que
vagavam pela Terra saqueando as obras do homem
e matando qualquer um que estivesse em seu cami-
nho. Corrompidos por sua Luxúria pelos prazeres
da carne, os Grigori não se importaram com as atro-
cidades cometidas por seus filhos, consumidos pela
indulgência em suas próprias paixões. Os gritos dos
humanos para serem libertados de sua miséria eco-
aram nos ouvidos de Deus e Ele tornou-se colérico.
Enviando Uriel para alertar o fiel Noé da tem-
pestade que se aproximava, Deus inundou as terras
dos Grigori, afogando seus monstruosos filhos e es- Azazel construiu duas espadas para si a partir de mi-
posas humanas. Voando em asas de luz, os Grigori nério retirado de um meteoro, para proteger seu frá-
escaparam das águas, mas Deus arrancou as asas de gil corpo humano de bandidos e assassinos. Imoral
suas costas e as engatilhou nos quatro ventos. O Se- ou não, Azazel sabia seu primeiro gosto de dor quan-
nhor emasculou os anjos caídos, garantindo que eles do ele pousou, quebrado, dos céus e não estava an-
não criassem mais filhos e os amaldiçoou por seu sioso para experimentar a sensação pela segunda vez.
Orgulho e Luxúria. Os Grigori foram obrigados na As espadas, chamadas de Ego e Ire, foram criadas
forma de homem a usando a sabedoria
andar na Terra, sem desconhecida pela
dormir e imortais, humanidade hoje e
até o Dia do Juízo permaneceram com
Final. Aterrissando Azazel por séculos,
machucado e dimi- imune à ferrugem e
nuído na lama da afiada como nava-
passagem do dilú- lha.
vio, alguns dos Gri- Descrição: Aza-
gori juraram cami- zel tem sete metros
nhar na Terra como de altura, com ca-
penitência por seus racterísticas classica-
pecados e assim po- mente belas como
dem ainda receber o tipo encontrado
a misericórdia do em estátuas gregas
perdão de Deus. antigas. Ele tem lon-
Outros levantaram- gos cabelos louros
-se em fúria, amal- e olhos azuis claros
diçoando o nome que absorvem a luz
de Deus, selando em vez de refleti-
assim a eterna con- rem. Ele carrega-se
denação. Azazel foi com Orgulho so-
um desses últimos. berbo e ferido e está
Azazel foi res- sujeito a fortes emo-
ponsável por ensi- ções, seja raiva, ale-
nar os humanos a gria ou desespero. O
minerar e moldar Senhor foi completo
os metais da Terra. em Sua emasculação
Ele também ensi- do Grigori e Azazel
nou-lhes os funda- é anatomicamente
mentos da guerra e nulo.
do uso de armas, o Dicas para Nar-
que leva os textos radores: Incompre-
apócrifos a colocar ensível com o estado
a culpa pela guer- do mundo, Azazel
ra e pela violência vai para onde lhe
marcial diretamente agrada e não segue
sobre seus ombros. nenhum código mo-
Quando os quatro ral além do seu pró-
ventos espalharam prio. Tecnicamente
o Grigori, Azazel um demônio, ele
pousou no deserto, não tem nada além
onde habitou por de desprezo pelas
muitos anos. O grande vento que precedeu sua che- criaturas que se libertam do Inferno no reino ma-
gada combinado com seu tamanho (ainda menor, o terial. Se solicitado (e alguns têm) ele diria que os
Grigori era mais alto que a maioria dos homens) e demônios que se formaram a partir do lodo primor-
seu conhecimento prodigioso poderia ser a gênese dial do mal universal não mais em comum tem com
das histórias contadas sobre os gênios. Afastado de ele do que merda preso ao salto de um sapato tem
seu lar deserto pelos exércitos cruzados de Cristo, em comum com o ser humano tentando raspar-lo.
Azazel começou a vagar pelo mundo. Antes de sair, Os Grigori também não gostam muito um do outro.

173
azazel
 Cada um culpa o resto por sua queda e evitam se en-
contrar, se possível. Inimaginavelmente velho, Aza-
zel tem conhecimento não sonhado por humanos,
mas, como seu corpo humano, esse conhecimento
é falho. Mentes humanas nunca foram destinadas
a conter eras de memórias ou múltiplas vidas de ex-
periência e Azazel esqueceu mais do que ele lembra.
Mesmo assim, seu conhecimento “diminuto” sobre
o oculto e as armas de guerra é igual a quaisquer dois
estudiosos humanos combinados.
Amaldiçoado com a imortalidade, mas não aben-
çoado com invulnerabilidade, Azazel pode ser mor-
to. Sua carne se rasga e sangra como qualquer outro
ser humano, mas o espírito dentro do material bruto
não é tão facilmente dispersado. Pensando em esca-
par da maldição de Deus, mais do que alguns dos
Grigori tentaram o suicídio para escapar de sua pri-
são humana e descobriram que Sua vontade não era
facilmente contornada. Se Azazel for morto, seu cor-
po será reformado, sem falhas, em 24 horas. O tem-
po entre a morte e a ressurreição não é pacífico para
ele, no entanto. O Senhor decretou que o Grigori
nunca poderia descansar, nunca dormir e assim, em
vez do esquecimento tranquilo, o tempo que ele se
desincorporou é gasto no fogo do Inferno. Aqueles
que o derrotam banem Azazel de suas vidas. Toda
a memória do conflito é apagada da mente de Aza-
zel e das mentes de seus inimigos. Azazel se reforma
em uma parte diferente do mundo, frustrado por
sua incapacidade de lembrar os responsáveis por seu
tormento. Nenhuma gravação de qualquer tipo ou
relato verbal do conflito é registrado na consciência
de qualquer um envolvido, incluindo o Azazel. Do
ponto de vista de Azazel, esta é mais uma injustiça, a
negação da vingança, acumulada sobre ele por Deus.
Como ele existe em carne e osso, as tentativas de
convocar Azazel falham completamente. Ocultistas
ou demonologistas que de alguma forma aprendem
sobre sua existência são forçados a rastrear Azazel fi-
sicamente. Nada que um ser humano pode oferecer
a ele aumenta o interesse da Azazel em concordar
em servi-los ou divulgar o conhecimento que eles
desejam. Em raras ocasiões, ele pode concordar em
compartilhar alguns de seus conhecimentos, mas
não se importa com ofertas de sangue, dinheiro ou
culto. Alguns dos outros Grigori podem ter achado
graça em reunir cultos; Azazel não é um deles. O
único método seguro de forçar o Azazel a realizar
um serviço ou divulgar informações é incrivelmente
perigoso. Com os rituais apropriados, sacrifícios san-
grentos e falando seu verdadeiro nome na Língua do
Dragão, Azazel pode ser amarrado.
A parte ritual do processo é fácil. Qualquer de-
monologista ou ocultista que se preze pode remen-
dar um com um teste bem-sucedido de Inteligência
+ Ocultismo. Nenhum teste de pesquisa simples
pode revelar o verdadeiro nome de Azazel, no en-
174
Capitulo quatro - as hostes do inferno
tanto. Personagens que buscam esse tipo de conhe-
cimento devem fazê-lo em primeira mão; o nome é
impossível de ser anotado (desaparece de qualquer
meio em um segundo) e só pode ser aprendido por
alguém que o saiba. Com o gosto de seu verdadeiro
nome em seus lábios, os personagens devem então
encontrar Azazel. Testes de pesquisa podem ajudar
nesse processo, mas, novamente, isso exigirá mais.
Assumindo que o personagem tenha conseguido as
duas primeiras partes do processo, ele agora tem que
descobrir como manter Azazel ainda pela duração
do ritual. Dada uma escolha, Azazel vai morrer em
vez de se permitir ser obrigado a servir. De preferên-
cia, Azazel forçará aquele que procura ligá-lo ao ato
de assassinar seu corpo humano, aceitando seu tem-
po no Inferno para a garantia de que toda a memó-
ria de seu nome verdadeiro será esquecida. Se o seu
futuro mestre morrer primeiro, tudo bem também.
Se todos os elementos acima se encaixaram, o ri-
tual requer um sacrifício Maior (veja p. 91) e o ocul-
tista entoa o ritual - incluindo o verdadeiro nome de
Azazel na Língua do Dragão. Mecanicamente, isso
é resolvido testando um ritual de invocação (veja p.
74). Com um sucesso ritual falando seu nome, Aza-
zel é obrigado a realizar um serviço para seu novo
mestre para cada sucesso obtido no teste. Se o teste
falhar, nada acontece e o personagem deve esperar
até o pôr do sol para tentar novamente. Em uma
falha dramática, o Narrador é encorajado a incluir
repercussões diabólicas. Uma vez que Azazel tenha
realizado os serviços requeridos, ele é libertado da
ligação e a memória de seu verdadeiro nome desa-
parece da mente (ou mentes) daquele que o amar-
ra. Personagens inteligentes irão garantir que eles
estejam fora do alcance do Azazel quando a ligação
expirar.
Atributos Mentais: Inteligência 6, Raciocínio 4,
Perseverança 5
Atributos Físicos: Força 6, Destreza 5, Vigor 5
Atributos Sociais: Presença 6, Manipulação 4, Au-
tocontrole 4
Habilidades Mentais: Erudição 5, Ofícios (Metalur-
gia) 5, Investigação 2, Ocultismo (Demonologia) 5,
Ciência 3
Habilidades Físicas: Esportes 4, Briga 5, Armas de
Fogo 4, Sobrevivência (Deserto) 3, Armamento (Ma-
estria *) 5
Habilidades Sociais: Empatia 1, Expressão 3, Intimi-
dação 5, Persuasão 3, Socialização 1, Astúcia (Lógica
Retorcida) 5
Vantages: Ambidestria, Senso do Perigo, Senso de
Direção, Conhecimento Enciclopédico, Reflexos
Rápidos ••, Estilo de Luta: Duas Armas •••••,
Gigante, Saque Rápido, Recursos •••••, Aparên-
cia Surpreendente ••••, Língua do Dragão, Sexto
Sentido (Maestria *)
Força de Vontade: 12
Virtude: Fortitude
Vícios: Orgulho 3, Ira 2, Inveja 2, Luxúria 1
Iniciativa: 11
Defesa: 5
Deslocamento: 25 (fator de espécie 8)
Tamanho: 6
Vitalidade: 11
Blindagem: 3 (Orgulho vem Antes da Destruição)
Vestimentas: Inveja: Epicaricidade (•), Nunca o Úl-
timo (•), Escudo Mortal (••), Maldição Silenciosa
(•); Luxúria: O Abraço (•); Orgulho: Autoridade
do Homem (•), Esfera Dominante (Física) (•), Ar-
rogância (••), Orgulho vem Antes da Destruição
(••), Negação (•••), Portador da Luz (•••); Ira:
Pés da Frota de Propósito (•), Matador de Homens
(•), Abastecido pela Fúria (••), Pode dar Certo
(••)
Armas / ataques
Tipo Dano Parada de Dados Especial
Ego & Ire 3 (L) 15 Veja abaixo
Aspectos Demoníacos: Aura de Corrupção, Lín-
gua do Dragão, Guardião dos Segredos, Senhor das
Mentiras e Senso de Pecado
• Perto da Mão: As espadas gêmeas Ego e Ire
estão ligadas a Azazel por mais do que apenas proxi-
midade. A menos que sejam desenhados ou um per-
sonagem saiba procurá-las, as espadas simplesmente
não chamam a atenção e se recusam a aparecer em
qualquer tipo de verificação de segurança. Ao gastar
um ponto de Força de Vontade, Azazel pode convo-
car as lâminas para ele de onde quer que estejam. A
única exceção é se as lâminas forem cobertas com
itens abençoados ou deixadas em solo consagrado.
• Moralidade Questionável: Azazel não tem ní-
veis de Moralidade porque a moralidade de um anjo
caído não é fácil de quantificar. Role 1 dado para
determinar a Moralidade atual de Azazel para qual-
quer Vestimenta que tenha um efeito baseado nessa
característica.
• Sem Arrependimento: O exorcismo não pode
expulsar o demônio de Azazel porque, como ob-
servado na barra lateral, ele é o demônio. O ritual
ainda pode causar-lhe dano, no entanto, ele sofre o
dano letal usual (veja p. 123).
* Maestria: Isso indica que Azazel tem uma Espe-
cialização efetiva com todas as armas e pode aplicar
a Vantagem Sexto Sentido a qualquer tipo de fenô-
meno sobrenatural.
Demônio Guardião
Citação: Não acho que isso seja seu.
Antecedentes: Além de assassinatos e bênçãos
das trevas, os demônios são mais comumente convo-
cados para atuar como guardiões. Os tipos de demô-
nio mais freqüentemente convocados para realizar
este serviço são Dominions conhecidos por terem
servido como guardiões muitas vezes antes. Seus no-
mes estão entre os mais fáceis de todos os demônios
a serem descobertos, com uma pequena pesquisa
ocultista, e os rituais de invocação são bem experi-
mentados e testados. Enquanto convocar um ser do
mal puro do Inferno nunca pode ser considerado
seguro, os demônios guardiões conhecidos parecem
ser um pouco mais maleáveis do que a maioria dos
demônios. Claro, isso tudo poderia ser uma arma-
dilha para enganar os ocultistas inexperientes em
invocar o que eles não podem abater. Invocadores
sábios (embora algum oxímoro alegaria que o termo
Caido
A verdade sobre Grigori que afirma se-
rem anjos caídos é deixada para cada
grupo decidir. Toda a história poderia
ser verdadeira, apenas parcialmente
verdadeira ou uma fabricação comple-
ta. Existem muitas entidades no Mundo
das Trevas poderosas o suficiente para
assumir a aparência e as qualidades
dos anjos, incluindo os antigos espíritos,
os magos chamados Oráculos e os mis-
teriosos qashmallim, para citar alguns.
É igualmente possível que os Grigori
representem o próximo passo na evo-
lução Infernal para Possuídos, que con-
seguem chegar a um acordo e fundir-se
com seus demônios. O que se sabe ser
verdade é a existência de outros seres
demoníacos que se chamam Grigori.
Azazel não está sozinho em suas pere-
grinações eternas; os nomes Samyaza
e Barqel, pelo menos, são conhecidos
pelos ocultistas que estudam o mito de
Grigori.
Mecanicamente, os Grigori são basica-
mente extremamente poderosos. Pos-
suídos que não precisam lutar com um
demônio interior. Eles são o demônio,
apenas vestidos em forma humana. A
menos que seja observado, além de
seus aspectos Infernais inerentes e a ca-
pacidade de realizar serviços se ligados,
os Grigori seguem as mesmas regras
que outros personagens possuídos.
175
azazel
 é) ainda são aconselhados a tomar todas as precau- preferem a forma de diabinhos ou mesmo a de um
ções possíveis antes de chamar esses demônios “do- humano. A única característica identificável comum
mados”. a todos os demônios guardiães são seus olhos negros
Demônios Guardiões tendem a serem um pou- e sem pupila.
co menores em tamanho que outros Dominions, Dicas para os Narradores: Manter os serviços
embora tão ferozes e enganosos quanto seus primos de um demônio guardião após a convocação inicial
adultos. Sua menor estatura torna mais fácil para requer um sacrifício menor a cada três semanas.
eles se encaixarem nos cofres apertados que eles as- A menos que seu serviço se torne odioso ou o de-
sistem e mais difíceis de detectar quando escondidos mônio esteja pronto para seguir em frente, os de-
nas sombras. É possível que seu tamanho diminuído mônios guardiões são notavelmente prestativos em
seja resultado da intenção por trás de sua convoca- lembrar seus mestres quando chega a hora de um
ção. Os seres humanos ainda são criaturas de instin- novo sacrifício. Os fiéis guardiões têm tanto prazer
to e são mais propensos a confiar em um demônio nas coleções que são protegidas quanto aqueles que
que eles podem, fisicamente, menosprezar do que os convocam e, especialmente se a coleção é adicio-
um gigante de 12 metros. Criaturas da Avareza, os nada regularmente, preferem o serviço sobre o defi-
demônios guardiões se deliciam com o conceito de nhamento no Inferno ou contra seu outro ocultista
acumulação e constantemente estimulam seus mes- que quer usá-los como um meio para enriquecer
tres a coletar mais objetos de valor. Embora eles se- rapidamente.
jam obrigados a guardar os tesouros colocados sob Os demônios guardiões que realizaram o mesmo
seus cuidados, eles não são obrigados a matar todos tipo de serviço muitas vezes têm uma visão aguçada
os ladrões que tentam roubá-los. Demônios guardi- das práticas ocultas humanas e Artefatos Infernais.
ões sentem que é um desperdício matar um ladrão Obtê-los a parte com essa informação é o truque. A
especialmente talentoso ou divertido (os demônios menos que tenham subido na hierarquia Infernal,
não teriam um propósito maior sem a ameaça de os demônios-guardiões não têm o prazer de serem
roubo) e é conhecido por deixar os humanos com convocados para explicar como funciona um novo
um bom susto, um aviso severo e algumas feridas pai-do-pai ou como pronunciar as palavras em um
sangrentas. antigo grimório. Coletar ou acumular conhecimen-
Descrição: Não existem dois demônios guardiões to oculto é muito mais interessante para esses demô-
exatamente iguais. Alguns deles preferem assumir nios da Avareza do que compartilhar essa sabedoria.
formas caninas, adequados ao seu serviço, outros Atributos: Poder 5,
Refinamento 4, Resis-
tencia 5
Malapraxis: Guardi-
ões encorajam seus
mestres a “adquirir”
bens cada vez mais
valiosos e esperam o
suficiente antes de se
materializar para os
ladrões pensarem que
conseguiram. Ma-
lapraxis do Demônio
Guardião é Avareza
através do Roubo e
Acumulação.
Força de Vontade: 10
Posto Infernal: 2
Iniciativa: 9
Defesa: 5
Deslocamento: 19
(fator de espécie 10)
Tamanho: 4
Corpus: 9
Essência: 15
Aspectos Demoní-

176
Capitulo quatro - as hostes do inferno
acos: Aura de Corrupção, Língua do Dragão, Guar-
dião dos Segredos, Senhor das Mentiras e Senso de
Pecado
Numes: Criar Pacto, Forma Infernal Maior, Ma-
terializar
• Regenerar: O demônio pode usar Essência
para regenerar o corpo. Não há dados para esta
Nume. Uma vez ativada, o demônio regenera auto-
maticamente um nível de dano por turno. Regene-
ra o dano contundente primeiro, depois letal. Este
Nume custa um ponto de Essência por turno. Dano
agravado deve ser curado normalmente.
• Cão de Guarda: O demônio pode aprender
o estado geral de seu entorno na área que é obriga-
do a proteger. A ativação bem-sucedida desta Nume
permite perceber informações básicas (presença de
intrusos, ameaças potenciais, como incêndios) a até
500 metros do demônio. Cada sucesso adicional
aumenta o raio em mais 100 metros e aumenta os
detalhes das informações aprendidas. Um sucesso
poderia revelar a presença de intrusos, enquanto
3 sucessos poderiam revelar a espécie / natureza e
gênero daqueles intrusos. A Nume dura enquan-
to o demônio permanece em transe, mas não tem
consciência e não pode reagir ao mundo exterior,
nem pode retransmitir suas descobertas enquanto a
Nume estiver ativa. Gasta 1 ponto de Essência por
turno, a Nume permanece ativa.
Familiar Corrompido
Citação: Sim, mestre.
Antecedentes: Trabalhadores, lobisomens e mui-
tos outros estranhos habitantes do Mundo das Tre-
vas têm animais de estimação ou espíritos familiares
que os acompanham em suas jornadas. O gato preto
que anda três vezes ao redor de seu mestre meditan-
do está ajudando a definir o círculo que irá prote-
ger a noite de trabalho. A voz desencarnada de um
espírito de conhecimento que sussurra no ouvido
de um ocultista pesquisador oferece uma visão. Não
importa a forma ou formato, os familiares servem
para tornar a vida de seus mestres um pouco mais
fácil. Até mesmo os familiares incorporados são fá-
ceis de negligenciar; algo sobre a magia que os une
faz com que pareçam normais. Assim, os familiares
costumam ser enviados para espionar rivais, inimi-
gos ou descobrir o caminho a seguir. Familiares são
geralmente mais inteligentes, mais resistentes e mais
capazes do que outras criaturas da mesma espécie.
O vínculo empático que existe entre o familiar e o
mestre permite que eles saibam como o outro está
se sentindo e uma capacidade limitada de compar-
tilhar seus pensamentos. Tudo isso se soma a uma
criatura que é um alvo maduro e quase irresistível
para a corrupção Infernal.
Muitas vezes o mestre do familiar é responsável
pela corrupção. O vínculo empático é forte o su-
ficiente para que os familiares sofram as mesmas
dores de culpa ou indiferença que acompanham o
cometimento de um pecado maior. O baluarte que
cerca a alma do mestre pode permanecer forte de-
mais para um demônio usar esse pecado como um
antecedente para a alma, mas a mente e o corpo de
um familiar são escolhas mais fáceis. Possuir um es-
pírito humilde ou um animal simples é muito, mui-
to mais fácil do que forçar a entrada em uma alma
sensível e os demônios tomarão qualquer porto em
meio a uma tempestade. Mesmo familiares com mes-
tres justos não são imunes à possessão, no entanto.
Às vezes, é apenas uma questão de estar no lugar
errado na hora errada. Um demônio que tenha sido
expulso de outro hospedeiro aproveitará qualquer
oportunidade para evitar ser devolvido ao Inferno.
Demônios realmente espertos podem até intencio-
nalmente possuir um familiar, usando o vínculo em-
pático e a confiança entre mestre e servo como uma
rachadura na armadura.
Não importa como ou por que isso acontece,
quando um familiar se torna corrompido, seu mes-
tre geralmente está prestes a segui-lo. O conselho
ou encorajamento que leva à tentação e ao pecado
é mais provável de ser ouvido vindo de um familiar
do que de uma voz desencarnada ou de apelos alie-
nígenas. O declínio da moralidade que tanto agrada
aos demônios é mais fácil de organizar como a úni-
ca coisa que raramente julga ações, apenas consola-
ções. Um certo grau de arrogância ou ingenuidade
por parte do mestre familiar em relação às ações de
seu companheiro ajuda o demônio oculto em seu
trabalho. Acostumado a ser a metade controladora
da equação, o mestre provavelmente não acreditará
que seu familiar o está extraviando. Mesmo se apre-
sentados a fatos concretos, a maioria das pessoas
continuará a buscar outras alternativas, em vez de
aceitar a ideia de que seu amado companheiro está
intencionalmente direcionando-as para a ruína.
Descrição: Um familiar corrompido retém exa-
tamente a mesma forma que tinha antes que o de-
mônio aparecesse em seu interior, até aquele local
de pêlo branco em sua barriga ou a peculiar frase
de espírito. Nenhuma sugestão externa da mudança
pode ser encontrada.
Dicas para os Narradores: Demônios inteligen-
tes irão monitorar a relação entre mestre e familiar
por pelo menos um pouco antes de tentar a posses-
são para garantir que eles possam desempenhar seu
papel de forma convincente. Basear-se em memórias
passadas de comportamento não é substituto para
o conhecimento em primeira mão. Se isso não for
possível, o demônio tentará fabricar alguma razão
para qualquer comportamento peculiar, como fingir
doença, medo ou alguma outra doença imaginária.
Os demônios são mestres de aprender a linguagem
177
familiar corrompido
 corporal subconsciente e não demoram muito para
que eles descubram seus atos.
Depois que é certo que não levantou suspeitas,
o demônio começará a tentar seu “mestre” com
sugestões aparentemente inócuas que levam a dile-
mas morais. Um rival que tenha superado o mestre
com um trabalho superior deve receber uma lição.
Queimar o trabalho do rival lhe ensinará mais res-
peito. Uma garota que rejeita a proposta do mestre
para um encontro no bar é obviamente uma cadela
mal-humorada que precisa aprender boas maneiras.
Arrumando a bolsa para ser roubada ou talvez uma
briga com o namorado parece uma forma razoável
de retorno. O pecador, o pecado, melhor. Cada vez
que o demônio convence o mestre a seguir seus es-
quemas, fica muito mais fácil convencê-lo a ceder a
violações mais sérias. Se o mestre alguma vez hesitar
ou se recusar a obedecer, o demônio imediatamen-
te retrata a sugestão oferecida, validando o mestre
como líder reverenciado. Melhor ser paciente ou
tentar um tato diferente.
Se o truque do demônio é descoberto, ele aban-
dona toda a pretensão de servilismo e se torna desa-
gradável. Ele tentará escapar, se possível, e interrom-
per os negócios de seu dono com pequenos atos de
178
Capitulo quatro - as hostes do inferno
vingança ou oferecendo os segredos do mestre a seus
inimigos. Se a fuga parece improvável, o demônio
fará o máximo para derrubar o hospedeiro recusan-
do a rendição ou fazendo ações suicidas. Ele provo-
cará o mestre com lembretes de fracassos passados
ou momentos íntimos compartilhados, sabendo que
suas farpas extrairão sangue vindo da forma familiar,
mesmo que, racionalmente, o mestre saiba que seu
verdadeiro companheiro se foi.
Modelo:
Para os familiares desencarnados, adicione +1 ao
Refinamento, Resistencia (lembre-se de aumentar o
Corpus do espírito de acordo), Força de Vontade e
Defesa. Substitua o Posto espiritual padrão pelo Pos-
tp Infernal equivalente.
Para os familiares incorporados, adicione +1 à
Inteligência, Vigor (lembre-se de aumentar a Vitali-
dade do familiar de acordo), Manipulação, Força de
Vontade e Defesa. Se, antes da possessão, o familiar
não tivesse pontos em Persuasão, ganha 2 pontos e a
Especialização Incentivo Demoníaco.
A Interdições não têm tanto poder sobre um
familiar corrompido, embora o demônio finja que
esse não é o caso. Ao gastar 1 ponto de Essência,
um familiar corrompido pode ignorar as restrições
de Interdição de seu hospedeiro por uma cena.
Familiares corrompidos têm uma Malapraxis do
mesmo Vício do mestre com Malícia e Mesquinha-
ria.
Aspectos Demoníacos: Aura de Corrupção, Lín-
gua do Dragão, Guardião dos Segredos, Senhor das
Mentiras e Senso de Pecado
Numes: Natureza Corrompida, Legião, Forma
Infernal Inferior, Possessão e qualquer Nume conhe-
cida pelo familiar original
L‘ Enfant
Diabolique
Não se pode esperar que os domínios da ciência
e os do mito e da religião possam se fundir; tantas
vezes, os dois não jogam bem juntos. Deus e o diabo
ficam no seu canto. A gravidade e o DNA perma-
necem no canto oposto. Eles se encontram apenas
como pugilistas no meio, desafiando teleologias con-
correntes.
Quando se trata dos L’Enfants Diabolique - os Fi-
lhos da Sétima Geração - alguns podem desejar que
os dois tenham permanecido separados para sempre.
Ah, mas eles não. E esta é a realidade do resul-
tado de tal cópula grosseira: o Mundo das Trevas
é o lar de humanos que têm um pedigree Infernal.
Em algum momento do passado, seja nas ruas da
Londres Vitoriana ou do lado de fora do Jardim do
Éden caído, alguém se juntou a um monstro, um
demônio de potente herança diabólica. Tal criatu-
ra teve seu prazer de um homem ou mulher mortal
(embora certamente alguns cruéis invocadores mor-
tais ligassem as feras e roubassem o prazer por si mes-
mos). Da semente de algum arquiduque inchado ou
do ventre de algum sedutor chamado Ashmodai ou
Lamashtu (ou mesmo da carne do próprio Lúcifer)
nasceu uma linhagem teimosa, uma árvore genealó-
gica infernal cujos ramos torcidos se recusam a mor-
rer e serão para sempre produzir frutos estranhos e
atrofiados.
Existem essas linhagens sanguíneas, famílias de-
moníacas que podem ou não saber que monstro se-
creto se esconde nos códigos codificados de RNA e
DNA. Toda criança nascida de tal família não mani-

Os Lucifuge: Aqueles Que Negam

Não é nenhuma surpresa descobrir que a maioria dos que manifestam a herança de
Lúcifer e outros demônios poderosos sejam idiotas egoístas muito antes de seus 23 anos:
um pode ser um pirralho mimado que sempre consegue o que quer, outro pode ter sido
uma aberração que teve grande prazer em arrancar as pernas de vários insetos e outras
criaturas pequenas (mesmo aos 8 anos). Mas isso não é universalmente verdade. Alguns
nascem nessa linhagem sem interesse em serem o que são. O que aconteceu com eles?

Bem, infelizmente, se eles são pegos por suas famílias ou por outros L’enfants Diabolique,
eles são forçados a cometer atos que degradam suas almas ou são mortos. (A história diz
que quando alguém morre, outro herdeiro pode nascer, e quando alguém nasce, outro
deve sempre morrer - todos eles são em número 666, se você acredita na propaganda
deles.) E se eles não forem pegos?

Digite o Lucifuge. Em Milão, uma mulher conhecida apenas como Senhora Lucifuge está
sentada no topo de uma organização clandestina - uma conspiração, na verdade - pe-
los últimos 1.200 anos. Ela não envelheceu um dia. Esta Senhora recruta dentre aqueles
Filhos da Sétima Geração, e aqueles que se juntam a ela devem repreender intencional-
mente o desejo de cometer o mal e, por sua vez, destruir aqueles que cedem ao mal. (Os
principais dentre aqueles “malfeitores” são os demais membros da Sétima Geração.) Os
membros dessa conspiração têm algumas das mesmas habilidades infernais disponíveis
para eles do que os outros L’enfants Diabolique, mas eles ostensivamente usam essas
habilidades para destruir as criaturas da noite (vampiros, feiticeiros, invocadores demoní-
acos) que trazem o mal ao mundo. É verdade que eles estão esperando para resgatar o
anjo caído que é Lúcifer, fazendo o bem em seu nome? Talvez.

(Se você tem Hunter: The Vigil, os Lucifuge é uma das muitas organizações de caçado-
res desse livro).

179
l enfant diabolique

Poderes Macabros dos Diabolique
Os Filhos da Sétima Geração não pos-
suem habilidades pré-estabelecidas
compartilhadas entre os membros. Cada
um de seus membros é único, nascido
de uma linhagem singular, agitada das
profundezas do Inferno. Cada um dos
antagonistas abaixo tem seus próprios
aspectos Infernais que ele pode manifes-
tar, e você está livre para pegar estes - ou
qualquer Nume ou Vestimentas Infernais
deles - para servir os antagonistas que
você cria.
festa os traços inerentes ao legado demoníaco - não,
pode-se dizer que esse gene é recessivo, enquanto ou-
tro pode dizer que simplesmente se esconde e espera
pelo vaso apropriado.
Acontece com bastante frequência no aniversário
de 23 anos (embora, para outros, possa acontecer no
início da puberdade ou durante algum evento trági-
co durante a infância - a perda de um animal de es-
timação, a morte de uma mãe, um terrível acidente
de carro): a herança revela-se de inúmeras maneiras.
Uma pessoa acha seus sonhos horríveis, oferecendo
um incessante desfile noturno de deboches e bruta-
lidades, muitos dos quais se manifestam dias depois
- prova de previsão noturna, um presente do sangue.
Outro empurra de volta para um valentão ou um
ladrão de carros e o que resta é um cadáver vermelh
queimado por fogo frio. Um terceiro encontra-se tra-
tado por um par de imps, ou um tapete de mutantes
inchados, ou um súcubo para chamar de seu.
Alguns são levados para lá pelas famílias, todos
muito conscientes de que a sétima geração é tão “re-
compensadora”: um clã de bem-estar socialmente
rico se reúne em seu condomínio no Upper West
Side, em Manhattan, para saudar a filha que voltou
da faculdade para casa para comemorar seu aniver-
sário. Todos usam vermelho. Eles lhe oferecem um
presente: um Rottweiler de olhos pálidos, seu ca-
chorro desde quando ela era criança, um cachorro
que morreu em um acidente de carro, um cachorro
que agora voltou e parece diferente, mas a ama in-
condicionalmente. Eles entregam a ela uma navalha,
cantam parabéns, pedem para ela cortar o bolo. O
bolo é farinha de milho simples, e cortá-lo faz com
que o sangue vermelho vivo flua do centro de coa-
gulação.
Essas… pessoas, elas não são possuídas. Nenhum
180
Capitulo quatro - as hostes do inferno
demônio vive dentro deles. De certa forma, eles são
os demônios, com apenas o suficiente de sua com-
posição genética dedicada a um link que certamen-
te os conecta por todo o caminho de volta para o
próprio Satanás. As coisas mudam para eles depois
disso. Eles se sentem diferentes. Eles sabem que eles
têm poder. Poucos verdadeiramente permanecem
humanos; oh, eles parecem humanos para sempre,
certo. Mas o barômetro interno mudou. Costumes e
normas humanos, bem, eles simplesmente não farão
mais. É como se a linhagem fosse um passe livre,
uma justificativa para fazer o que você quiser. E o
que exatamente eles desejam fazer exatamente?
A Agenda Satânica
O que, precisamente, os Filhos da Sétima Gera-
ção que querem? A resposta fácil é: “Prometer uma
agenda Satânica”. Eles procuram libertar demônios.
Eles facilitam pactos e promessas entre as forças In-
fernais e temporais. Eles promovem o pecado. Eles
endossam a rejeição de Deus e da Virtude.
Algumas crianças realmente hediondas ajudaram
a provar que todas as lendas urbanas são verdadei-
ras, confirmando o fato de que os satanistas vivem
na vizinhança. Eles seqüestram crianças, mas não as
prejudicam - não, elas as criam com todos os seus
costumes sociais distorcidos, com alguns dos abdu-
zidos tendo o privilégio de ser anfitrião de um de-
mônio um dia (e assim se tornarem Possuídos). Eles
também se envolvem em assassinatos rituais: aqueles
que os desprezam ou que se encaixam em um deter-
minado perfil acabam sendo sacrificados na floresta,
no meio do campo de milho de um fazendeiro, ou
até mesmo no ginásio da escola à meia-noite. Por
que eles fazem essas coisas? O que eles têm a ganhar?
Ainda não está claro, mas está claro que eles estão se-
guindo a direção de algo ou de alguém: sussurros de-
moníacos? Uma voz cantando e cantando profunda-
mente no sangue que bombeia dentro deles? Ou eles
têm uma liderança que caminha entre eles, alguma
figura central que os deixa instruções em pequenos
pedaços de papel e esculpidos em postes telefônicos?
A resposta é na verdade todos os três. L’enfants
Diabolique ouvem sussurros de demônios, pegos
como se estivessem flutuando no vento. Eles tam-
bém sentem o sangue dentro deles, agitando-os em
direção a certas inclinações ou ações, como se o
próprio sangue estivesse vivo com pensamentos In-
fernais. Finalmente, eles têm algum grau de lideran-
ça central - um trio de cegos (um em Paris, um em
Nice e um terceiro em Bordeaux) conhecidos apenas
como os Caldeus. Poucos os conhecem, e aqueles
que os conheceram trabalham para eles como entre-
gadores de instruções - este pequeno grupo trabalha
para levar instruções àqueles Filhos que ousariam
concluir as tarefas designadas. Nem todos fazem, é
claro - alguns são mais devotados ao pecado do que
outros. Aqueles que realmente rejeitam seus desejos
errantes e imorais, no entanto, não são muito para
este mundo: L’enfants Diabolique tem pouco interes-
se em permitir que tais hereges contra o sangue de
Lúcifer vivam.

Jessamyn Tremont
Citação: Aqui está uma dose de verdade. Fazer
coisas boas não tem sentido. É um polegar no dique,
uma mão segurando um rio. Esta é uma vida curta
em que vivemos, então aproveite-se.
Antecedentes: Jessamyn sempre tentou ser uma
boa menina. Seus pais eram ricos e agiam como fi-
lantropos. Todas as outras noites era um baile de ca-
ridade ou um jantar para essa ou aquela organização
de ajuda, e Jessamyn estava presente para todos eles.
Ela admirava seus pais poderosamente - eles pare-
ciam realmente ganhar valor e prazer de fazer o bem
pelos outros.
Jessamyn também fez bem aos outros. Ela deu
sua mesada aos desabrigados. Ela trabalhou para a
Habitat para a Humanidade em um verão. Ela foi
para a faculdade de direito para trabalhar em servi-
ços sociais para crianças. E tudo o que fez foi fazê-la
se sentir podre por dentro. Sim, Jessamyn sabia que
o que estava fazendo era a coisa boa, a coisa certa, e
tudo o que fez foi sentir-se enjoada, como se estives-
se usando a pele errada.
Tudo fez sentido no seu 23º aniversário. Ela es-
tava em Londres na época, tendo uma semana de
férias de primavera só para ela. Ela estava comemo-
rando seu aniversário sozinha, em um pub - homens
se aproximavam dela. Eles disseram a ela tudo o que
sabiam sobre ela (tudo) e como eles sabiam o que
ela estava sentindo, e como tudo era perfeitamente
natural. Eles pediram-lhe para ir com eles, e ela fez,
contra o seu melhor juízo. Eles a levaram para uma
casa no país onde mais esperavam. Eles contaram a
ela o que ela era: uma filha do Diabo, um membro Ela fez, um ano depois. Agora ela pertence ao
distante da árvore genealógica feito de sangue e fogo. L’enfants Diabolique. Ela não compra em seu ethos
Parecia certo para ela, mas isso não importava. por atacado, ainda não - o mal não necessariamente
Ela se desculpou, andou por quilômetros para pegar a interessa, mas pela primeira vez ela se sente bas-
um táxi, depois pegou um avião e foi para casa. No tante confortável com seu próprio egoísmo. Isso faz
avião, encontrou-se atormentada por sonhos de uma com que ela se sinta bem e, mais importante, parece
figura sombria e distante chamando por ela - uma adequada. Ela hesita quando eles lhe pedem para
linha brilhante brilhando atrás. Ao longe, três ho- fazer coisas verdadeiramente terríveis, mas ela se per-
mens cegos murmuraram. gunta se algum dia ela vai parar de resistir.
Chegando em casa, ela encontrou seus pais mor- Aparência: Jessamyn é bonita, sim, mas de cer-
tos. Nenhuma causa aparente de morte - eram cadá- ta forma desajeitadamente enquadrada - ela é um
veres frios e mortificados, cada um com uma nota pouco alta, um pouco desajeitada, com o cabelo
colada na testa. Ambas as notas diziam: “A vida é vermelho-fogo esticado no couro cabeludo. São os
curta. Esperamos que você nos encontre novamen- olhos dela que fazem isso: olhos grandes e largos, tão
te. ” verdes quanto uma moeda de jade. Ela geralmente

181
l enfant diabolique
 usa roupas escuras: ves-
tidos pretos, ternos de
ombros afiados e coisas
do tipo.
Dicas de Narração:
Ela não é uma pessoa
ruim, na verdade não.
Ela não é cruel ou in-
sultante. Na verdade,
ela é bem agradável. E
ela permanecerá assim
até que alguém esteja em
seu caminho. Quando
isso acontece, tudo aca-
bou. Ela vai arrastá-lo
sobre as brasas. Ela vai
arruinar a vida dele. Ela
ainda é advogada, afinal
de contas, e tem manei-
ras de distorcer a lei para
satisfazer suas necessida-
des.
Atributos Mentais: In-
teligência 4, Raciocínio
3, Perseverança 2
Atributos Físicos: Força
2, Destreza 3, Vigor 2
Atributos Sociais: Pre-
sença 3, Manipulação
4, Autocontrole 2
Habilidades Mentais:
Erudição (Direito) 3,
Computador 2, Investi-
gação 3, Ocultismo 1,
Política 3
Habilidades Físicas: Es-
porte (Correr) 2, Briga 1, Con-
dução 1, Armas de Fogo 1, Furto 1
Habilidades Sociais: Empatia 2, Expressão 1, Inti- Aspectos Infernais
midação (Ameaças) 2, Persuasão 3, Socialização 1,
Astúcia 2 Fogo do Inferno (Inteligência + Destreza - Defe-
Vantagens: Aliados (Escritório de Advocacia) 3, sa do alvo): Jessamyn recebe 1 ponto de dano agra-
Aliados (L’enfants Diabolique) 2, Língua do Dragão 1, vado, mas conjura um chicote de chamas que ataca
Ligeiro 3, Idioma (Latim) 1, Recursos 3 e queima um único alvo. Sucesso no lançamento é
tomado pelo alvo como dano agravado.
Força de Vontade: 4 Invocar Sussurrantes (sem teste): Ao gastar um
Moralidade: 5 ponto de Força de Vontade, Jessamyn pode conjurar
Virtude: Caridade um demônio menor conhecido como Sussurrante
Vício: Avareza (pág. 54) para fazer o que ela quer. Ele executará
qualquer ação que ela exigir, independentemente de
Iniciativa: 5 quão perigoso seja para o demônio.
Defesa: 3
Deslocamento: 13 (com a Vantagem Ligeiro)
Vitalidade: 7
Carlos “El Cabra” Chavez
Armas / ataques: Citação: O que você me diz, cabron?
Tipo Dano Alcance Parada de Dados Antecedentes: Abuso gera abuso. Carlos, cresceu
na Cidade dos Anjos, em Los Angeles, teve sua par-
9mm Luger 2 (L) 20/40/80 6

182
Capitulo quatro - as hostes do inferno
cela de abuso. Ele era um menino fraco e magro tínua de raiva.
- muito magro, muitas espinhas e um olhar desajei-
tado e tolo em seu rosto - e ele sofria espancamentos Atributos Mentais: Inteligência 2, Raciocínio 2,
por colegas de escola e bandidos locais. Seus pais Perseverança 3
não eram melhores. Seu pai chicoteou-o com um Atributos Físicos: Força 5, Destreza 2, Vigor 4
cinto, sua mãe com uma colher de pau. Atributos Sociais: Presença 4, Manipulação 2, Au-
Corta para a sua idade adulta iminente: Carlos tocontrole 3
fez exercício, aumentou a carga de carboidratos e
sim, esteróides, e cresceu. Qualquer um que olhasse Habilidades Mentais: Investigação 2, Medicina 1,
para ele de forma errada, sofreu uma surra séria - e Ocultismo 2
as mãos de blocos de concreto de Carlos fizeram um Habilidades Físicas: Esportes 3, Briga (No Ringue)
bom trabalho aos ossos frágeis. Carlos se tornou o 4, Furtividade 1, Sobrevivência 1, Armamento 2
que ele mais odiava, um valentão. E isso não impor- Habilidades Sociais: Trato com Animais 2, Intimi-
tava. Fez ele se sentir bem, na verdade. Alguém o dação (Dano Corporal) 4, Manha (Drogas) 3
viu derrubando o rei rato de academia bêbado que Vantagens: Animal Familiar (Buldogue) 3, Esquiva:
pensou em chamá-lo de mexicano (Carlos é rápido Briga 1, Fama 1, Estilo de Luta: Boxe 5, Resistência
em dizer que é guatemalteco), e esse alguém era um Férrea 3, Recursos 2, Costas Fortes 1
promotor de luta clandestina. Não demorou muito
para que Carlos estivesse no ringue em algum subso- Força de Vontade: 6
lo de cimento sujo, aplaudido por criminosos, tipos Virtude: Fortitude
de Hollywood e corretores, quebrando as mandíbu- Vício: Ira
las com os punhos grandes, quebrando as têmporas Iniciativa: 5
com os fortes joelhos.
E tudo isso foi antes de Carlos saber de sua he- Defesa: 2
rança: em algum lugar, quando alguém da sua famí- Deslocamento: 12
lia fodia a Besta sob uma macieira e colocava um Vitalidade: 9
pequeno demônio na linhagem de Chávez. Para
Carlos, isso é perfeito. Tudo faz sentido. Dá-lhe
ainda mais razão e todos os recursos para
agir como um valentão como ele quer.
Hoje em dia, ele ainda luta no circuito
subterrâneo de “boxe” (com dois de
seus oponentes mortos), e tam-
bém atua como guarda-costas
de qualquer criança proemi-
nente da Sétima Geração que
vem a Los Angeles para “fazer
negócios”.
Aparência: Todo o torso
de Carlos é basicamente um
triângulo invertido crivado de
músculos grotescos e inchados.
Seu rosto é mais do que um
pouco caprino: orelhas gran-
des, cavanhaque, nariz incli-
nado para baixo. Na parte de
trás é uma indicação maior
de seu apelido: um grande bode de
aparência infernal com chifres de carneiro
em espiral e fogo saindo de sua boca.
Dicas de Narração: Carlos é um idiota.
Ele dirá tudo o que puder para ficar sob
a pele de alguém e forçá-los a foder com
ele (porque então ele pode vencê-los com
tanta força que os rins se rompem). Ele
também não é tão afiado. Uma vez ele
estava, mas o uso de esteróides submer-
giu sua inteligência sob uma onda con-

183
l enfant diabolique
 Armas/Ataques:
Tipo Dano Parada de Dado Especial
Briga 0 (B) 9 Ver a Vantagem
Estilo de Luta: Boxe.
Aspectos Infernais
Chifres do Inferno: Ao gastar um ponto de For-
ça de Vontade, chifres de carneiro farpado crescem
das têmporas de Carlos. Ele pode fazer um ataque
violento com essas protrusões sobrenaturais (Briga).
Os chifres causam dano 2 (L).
Multidão Venerável: Quanto maior a multidão
na Noite da Luta, melhor Carlos está para quebrar
algum pobre tolo. Para cada 50 espectadores, Car-
los ganha +1 em qualquer ataque que ele fizer - não
importa se o estão aplaudindo ou vaiando. Tudo
alimenta sua vaidade vingativa. (Bônus máximo de
+5).
Leopold Grimm
Citação: Eu tenho tanto que posso te dar, e tanto pos-
so tirar. Seja razoável. Vou te dar sessenta segundos para
pensar na sua escolha.
Antecedentes: Leopoldo Grimm não é o nome
do garoto, e ele não é realmente um menino, de
qualquer forma. Ele tem pelo menos um século de
idade agora (mas quem está contando?) E, nesse pe-
ríodo, recebeu pelo menos cem nomes diferentes.
Francamente, ele mal se lembra muito de sua vida
antes de se tornar um dos L’enfants Diabolique, e por
que ele iria? Aquele foi um tempo tão aborrecido e
desagradável. Ele vive predominantemente no mo-
mento; isso é tudo que importa.
Leopoldo é um poderoso membro dos Filhos e
tem o ouvido dos três Caldeus. Ele é certamente o
membro mais proeminente encontrado na cidade, e
é o responsável por puxar coleiras e apontar dedos.
Ele é quem diz a todos onde um Malus Loci proe-
minente pode ser encontrado, ou onde é o melhor
lugar para tentar libertar um Dominion há muito
esquecido. Apesar de sua aparente tenra idade e ju-
ventude, ele é mais ou menos um cruel senhor do
crime que consegue o que quer, quando quer. Quan-
do Leopoldo está descontente, as pessoas pagam um
preço terrível - e a morte é um custo muito baixo.
Uma nota importante é que Leopoldo entrou
em seu sangue anos antes de seu aniversário de 23
anos. Ele diz às pessoas que a razão é simples: ele é
um descendente mais direto de Lúcifer, não de qual-
quer arquiduque ou de outros Dominions, mas tem
uma conexão poderosa com o Senhor da Iniquida-
de. Quer seja verdade ou não, Leopoldo contou essa
mentira há tanto tempo que passou a acreditar nela.
Aparência: Leopoldo é, à primeira vista, um ado-
lescente pálido e de rosto branco, olhos escuros e
uma cabeleira negra rebelde. Mas olhe mais de perto
e os olhos revelam uma criatura muito mais antiga e
184
Capitulo quatro - as hostes do inferno
muito mais sábia: podem ser apenas os cem anos que
ele viveu ou talvez seja sua herança Infernal olhando
para trás, mas algo ali é muito mais consciente do
que deveria ser. Seus olhos são claros e assustadores
de se ver.
Dicas de Narração: A coisa é, Leopoldo parece
razoável. Ele finge ser judicioso, entregue ao pen-
samento e racionalidade. É principalmente uma
mentira. Ele é uma criatura muito impetuosa e ex-
plosiva, e apesar de sua idade, ele ainda é entregue
aos caprichos e emoções de um garoto adolescente
pós-pubescente. As mulheres, na verdade, são sua
fraqueza. Ele é muito gentil com garotas bonitas (ou
até mesmo não tão bonitas) e está propenso a tomar
decisões precipitadas (e, portanto, cometer erros) na
presença delas.
Atributos Mentais: Inteligência 5, Raciocínio 3, Per-
severança 4
Atributos Físicos: Força 3, Destreza 3, Vigor 2
Atributos Sociais: Presença 4, Manipulação 4, Au-
tocontrole 4
Habilidades Mentais: Erudição (História) 3, Com-
putador 1, Ofícios 1, Investigação 3, Ocultismo 5
Habilidades Físicas: Esportes 1, Brigal 1, Armas de
Fogo 1, Furto 3, Dissimulação 3, Armamento (Im-
plementos de Tortura) 4
Habilidades Sociais: Empatia 1, Intimidação 4, Per-
suasão 4, Socialização 3, Manha 3, Astúcia 5 Vanta-
gens: Aliados (L’enfants Diabolique) 5, Contatos (Má-
fia, Jornal, Polícia) 3, Senso do Perigo 1, Familiar
Demoníaco (Imp) 1, Língua do Dragão 1, Conheci-
mento Enciclopédico 1, Recursos 5, Status (L’enfants
Diabolique) 4, Sexto Sentido (Demônios) 1
Força de Vontade: 8
Virtude: Fé
Vício: Luxúria
Iniciativa: 7
Defesa: 3
Deslocamento: 11
Vitalidade: 7
Armas / Ataques:
Tipo Dano Parada de Dados Especial
Faca de Esfolar 1 (L) 9 Usos em tortura
Aspectos Infernais
Mentira Perfeita (Manipulação + Astúcia):
Quando Leopoldo usa este aspecto com sucesso, sua
vítima acreditará em qualquer coisa que ele disser,
não importa quão improvável, contanto que não
seja uma fantasia completa (“Você monta um péga-
so na escola”) ou se contradiz qualquer coisa que o
alvo saiba ser verdade, como dizer a alguém que ele
matou seu cachorro quando ele sabe que não ma-
tou. Custa 1 ponto de Força de Vontade. A vítima
acredita na mentira pela duração da cena.
Forma Apocalíptica: Ao gastar 3 pontos de Força
de Vontade, Leopoldo pode manifestar sua herança
Infernal de uma forma verdadeiramente demoníaca:
ele cria asas pretas semelhantes a corvos que permi-
tem o vôo (três vezes seu Deslocamento normal); ele
ganha uma consciência aumentada (+3 para testes
de Percepção); cresce cercado por uma escuridão
(durante o dia ele ganha +1 em Dissimulação e +3
durante a noite); e ele ganha +3 em sua pontuação
de Iniciativa. Ele permanece nessa forma por uma
cena e pode manifestar apenas uma vez por dia. Ele
pode optar por manifestá-lo mais vezes em um dia,
mas a cada vez que ele se volta para essa forma, ele
sofre 1 ponto de dano agravado.
185
l enfant diabolique
 ™

POSSUÍDO
Nome: Conceito: Crônica:
Idade: Virtude: Demônio:
Jogador: Vício: Name do Grupo:

ATRIbuToS
Poder Inteligência ooooo Força ooooo Presença ooooo
Refinamento Raciocínio ooooo Destreza ooooo Manipulação ooooo
Resistencia Perseverança ooooo Vigor ooooo Autocontrole ooooo

habilidades outras caracteristicas

Mentais Vantagens Vitalidade
(–3 se inépto) ooooo o o o o o o o o o o o o
Ciências __________ ooooo ooooo
Erudição __________ ooooo ooooo
Informática_________ ooooo ooooo Força de Vontade
Investigação ________ ooooo ooooo oooooooooo
Medicina ___________ ooooo ooooo
Ocultismo_____________ ooooo ooooo Moralidade
Ofícios_______________ ooooo ooooo 10 o
Político___________ ooooo ooooo 9 o
Físicos 8 o
Desvantagens 7 o
(–1 se inépto)
Armamento_____________ ooooo 6 o
Armas de Fogo_________ ooooo 5 o
Briga__________________ ooooo 4 o
Condução______________ ooooo Tamanho 3 o
Dissimulação____________ ooooo 2 o
Deslocamento o
Esportes______________ ooooo 1
Furto_________________ ooooo Mod Iniciativa
Sobrenatural___________ ooooo Defesa
Experiencia
Blindagem
Sociais
(–1 se inépto)
Astúcia ____________ ooooo Vestimentas
Empatia________________ ooooo Avareza _ ooo
Expressão_____________ ooooo Gula ____ ooo
Intimidação____________ ooooo Inveja___ ooo
Manha_________________ ooooo Ira _____ ooo
Persuasão______________ ooooo Luxúria _ ooo
Socialização____________ ooooo Orgulho _ ooo
Trato c/Animais________ ooooo Preguiça_ ooo

Atributos 5/4/3 • Habilidades 11/7/4 (+3 Especializações) • Vantagens 7 • (Comprar o quinto ponto custa dois pontos) •
Vitalidade = Vigor + Tamanho • Força de Vontade = Perseverança + Autocontrole • Tamanho = 5 para adultos humanos •
Defesa = O menor entre Destreza ou Raciocínio • Mod Iniciaiva = Destreza + Autocontrole • Deslocamento = Força + Destreza + 5 • Moralidade = 7
 Índice
Abismo, O 34 Demônio Guardião 175 Lucifuge 179
Abjurações 122 Demônios Goéticos 34, 58 Luxúria 88, 92
Abolicionistas dos Homens 154 Demonologia (Habilidade) 21
Adversário, O 25 Demonologia multicultural 24 Maeljin 32, 47
Alma do Pecado 48 Diaboli 58 Magos 33, 55, 94, 175
Anjos 158, 175 Domínions 61 Mal 27
Arquidemônios 66-67 Malapraxis 49
Artefatos 90, 101-105 Enxames 133 Chaves 49, 51
Bolsa do Barqueiro 104 Erínias 165 Malus Loci 64
Caneca de Katherine, A 103 Escapistas, Os 156 Mitologias 37
Correia Disciplinar 104 Evolução Infernal 57 Moldar Menor 56
Espelho Coversor 102 Exorcismo 123 Moralidade 27, 49, 55, 115
Isqueiro do Diabo 102
Pingente Inquieto 101 Familiares 125 Natureza dos demônios 21
Pornografia Profana 104 Familiares Corrompidos 177 Nemeses 63
Tênis Novos 101 Fé 21 Ninho de Vespas 75, 98
Assassinos 63 Filhos e Filhas de Sarah 159 Nomes Secretos 37
Ataques Abençoados 122 Força de vontade 115, 120 Numes 52
Aura de Corrupção 47 Força contra Livre-Arbítrio 118 Babel 52
Avareza 85, 91 Criar Pacto 52
Azazel 172 Gancho 165 Dominação Total 52
Grilhão Demoníaco 64 Forma Infernal 52
Biblioteca das Rédeas 153 Guardião dos Segredos 48 Legião 53
Guias do Demônio 149 Materializar 53
Características (demônios) 47 Gula 86, 91 Mentira Perfeita 53
Carlos “El Cabra” Chavez 182 Possessão Suprema 53
Cavaleiro dos Sonhos Hierarquias 20, 36 Rajada 54
Vergonhosos 73, 78 Transferência 54
Cavaleiros de Astarte 156 Immundi 50, 60, 63 Vestimenta 54
Círculo de Belém 153 Inferno 21, 43
Classificação Binsfield Influência, Infernal 50 Objetos Abençoados 123
de Demônios 62 Inveja 87, 91 Ove Waldemar 162
Combustão 147 Invocação acidental 80 Orgulho 88, 92
Crepúsculo 48 Bolo de Aniversário, O 82
Cultos 20, 40 Carvalho Deformado, O 82 Pactos 84
Clube da Perdição 42 Masey 82 Narrando Pactos 95
Clientes Famintos 44 Invocando demônios 70 Pactos Menores 93
Creytons 41 Ira 87, 92 Pactos Sobrenaturais 93
Filhos de Mercúrio 43 Caçadores 95
Igreja dos Anjos Jessamyn Tremont 181 Changelings 95
Estrelares 43 Jinn 25 Lobisomens 94
Iniciados na Cortina Magos 94
Violeta 42 L’Enfants Diabolique 179 Prometheans 94
Revelação da Voz 45 Laceração Invisível, A 35 Vampiros 94
Sangue de Berith 45 Larvals 48, 51, 60, 63 Pactos, Benefícios dos 84
Sete Nomes 41 Leopold Grimm 184 Ar de Superior 88
Língua do Dragão 47, 83, 126 Banquete na Fome 88
Decepção Interior 56 Livro da Besta, O 35 Charme do Abuso 88
Deceptores 48, 51, 60 Lobisomens 32, 55, 94 Comer é Cansativo 89

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 Coração Partido 89 Posto, Infernal 59, 50 Sussurros Escuros 56
Dores de Fome 86 Preguiça 89, 92 Tentadores 63
Eu Sabia 87 Preta 170 Testamentos 39
Fúria Cega 87 Profanação 64
Lucro Imundo 86 Profanadores 63 Vampiros 29, 55, 94
Maior que a Vida 88 Prole de Belial 31 Vantagens 115
Melhor do Que Você 87 Prometheans 94 Vantagens, Possuídos 125
O Mundo é um Banquete 86 Animal Familiar 125
Possessão é Propriedade 85 Queda dos Sussurrantes 64 Demônio Familiar, Imp 125
Protegido pelo Sangue 87 Demônio Familiar,
Roubar Motivação 89 Regras e Sistemas Especiais 117 Crepuscular 126
Salto de Fúria 87 Resistindo a Possessão 111 Língua do Dragão, A 126
Senhor dos Demônios 88 Rituais 72 Vestimentas 128
Tudo Que Eu Vejo é Meu 86 Avareza 129
Tudo Que Você Sente Sacrifício, O 90 Gula 131
e Vê 87 Santo Ezra 35 Inveja 134
Turbilhão da Paixão 88 Satan Veja Adversário Ira 136
Voz do Incubus 88 Selo, demoníaco 39 Luxúria 139
Padre Gently 168 Senhor das Mentiras 48 Orgulho 141
Pandemonium 47 Servos da Ruína, Os 157 Preguiça 144
Piromania 102 Sete Fatais, Os 155 Vícios 22, 114, 128
Pirofilia 102 Sherman Miles 77 Visões Fracas 56
Plano Astral 48 Sobrenaturais, Outros 29 Vontade Infernal 115, 120
Porteiros, Os 154 Solo Consagrado 124
Portões para o Inferno 45 Sombra, A 48 Wharton Club, O 155
Possessão 111 Sortudos, Os 157
Possuído 21, 52, 64, 102 Subversivos 63
Criação de Personagem 112 Sussurrantes 54

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