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Os novos gêneros populares urbanos

A partir de meados do século XIX, a paisagem urbana do Rio de Janeiro começou a se

transformar com maior rapidez. Apesar de tímida, a política protecionista adotada pelo governo

imperial deu um primeiro impulso à industrialização. As divisas geradas pelas exportações de café

pemritiram a realização de uma série de obras ligadas ao transporte, saneamento, abastecimento e

comunicação. A estrutura social originária da colônia tornava-se mais complexa. Começavam a surgir

na capital do Império os primeiros sinais de um proletariado urbano e de setores médios compostos

por pequenos funcionários dos serviços públicos. Eram, em sua maioria, ex-escravos, mestiços e

imigrantes europeus. A maior parte dessa população concentrou-se na Cidade Nova, bairro situado nas

proximidades da atual Av. Presidente Vargas e o Canal do Mangue13.

Desses novos segmentos sociais vieram os músicos que passaram a compor os grupos de

choro responsáveis pelo nascimento de novos gêneros de música popular. Formados por tocadores de

violão, cavaquinho, flauta e oficlide, esses grupos tinham suas origens mais remotas nas bandas de

escravos do período colonial que faziam a chamada música de senzala e nos conjuntos de escravos

hbertos da primeira metade do século XIX ligados ao que se convencionou chamar de música de

13 TINHORÃO, José Ramos. I 990, op. cit., p. 152


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erudita, que se manteve distanciada do mercado, sua sustentação a partir dos anos 30 passou a

depender em grande parte do apoio do Estado.

os modos de vida, com suas concepções de tempo e suas fonnas de trabalho, em uma palavra, sua moral e as expressões
religiosas e estéticas dessa moral" E a estilização, conna-face da homogeneização, leva à configuração de uma linguagem
oo de mn discorso no qual o homem médio, ou 8rja, a massa, é capaz de .se reconhece:r.(MARTÍN-BARBERO, J.
Procesos de comunicación y matrices de cultura: itinerario para salir de la razón dualista, Barcelona, G. Gili. S.A., s/d,
p.212)
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BENJAMIN, Walter. 1980, op. cit., p. 11.

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