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Modelos Matemáticos para

Descrição das Redes de Reação

Prof. Maria Alice Zarur Coelho

Programa de Pós-graduação em Tecnologia de


Processos Químicos e Bioquímicos
Escola de Química
UFRJ
O que são modelos?

Como são obtidos?

Qual sua relevância na prática


laboratorial e industrial?
Cinética...
Balanço de massa...
Transferência de massa...
Transferência de energia...
Como...
Modelo 4: C = a*t / ((b*t**2)+(d*t)+e)
C = (967,546)*t/(((-0,000052)*t**2)+((0,960842)*t)+(0,364028))
1200

1000

800

Modelo 1: C = [ (1-a) * k * t](1/1-a)


600
C

Modelo 2: C = k * (1 – e -t/ττ )
400 Modelo 3: C = a * ln (t) + b

200
Modelo 4: C = (a * t) / [(b * t2) + (c * t) + d ]
Modelo 5: C = (a * t) / (b + t)
0
0 10 20 30 40 50 60
t
Relevância....

! Previsão de desempenho (produtividade,


rendimento, etc.)
! Otimização de processos
! Projeto de unidades (extrapolação de
escala...)
! Controle de sistemas
Sistemas biológicos

Alta complexidade
Simultaneidade de fenômenos bioquímicos
Processos de dinâmica populacional:
efeitos cooperativos e/ou de competição
inerentes a coletivos de indivíduos em geral
Alguns fatos que tornam mais árdua a
modelagem de sistemas biológicos são:
(i) Em nível celular
" ocorrência de redes de reações metabólicas envolvendo dezenas ou
centenas de reações químicas ou enzimáticas;
" desconhecimento de várias reações destas redes metabólicas; e
" dificuldade técnica e/ou econômica para determinar experimentalmente os
parâmetros envolvidos (constantes cinéticas, coeficientes estequiométricos,
etc.);

(ii) Em nível populacional


" dificuldade de medir a distribuição de propriedades entre os indivíduos;
" dificuldade de identificar fenômenos cooperativos colaboração ou de
competição inter ou intraespecíficos;
" necessidade de controle rigoroso das condições experimentais para
garantir a reprodutibilidade dos resultados;
Classificação dos Modelos
Fenomenológicos x Empíricos

Representação matemática Simples correlações...


com base em leis e Tentam relacionar variáveis
fenômenos conhecidos do sistema

Caráter mais geral Validade restrita a


faixa de observações
Estruturados x Não- Estruturados

Componentes Celulares

População Não - Estruturados Estruturados

Distribuídos Células são representadas Múltiplos componentes


como um componente celulares (RNA, DNA,
único, uniformemente proteínas...), uniformemente
distribuídas no espaço, que distribuídos, interagindo
interagem com o ambiente entre eles

Segregados Células são representadas Células são compostas por


como um componente múltiplos componentes e
único, formando uma formam uma suspensão
mistura heterogénea heterogénea
Determinísticos x Estocásticos

Modelos Determinísticos:
o Alterações no sistema não são consideradas...
o Desempenho do modelo depende apenas das condições iniciais do sistema

Modelos Estocásticos:
o Fenômenos relacionados a variações temporais, como nascimentos,
morte, transformações e evolução
o Processos que sofrem a influência de flutuações rápidas, independentes e
aleatórias
função estocástica - pode ser aproximada por um ruído branco ξ(t)
Reatores Ideais
dCi
o Batelada = r fi
dt

o Batelada Alimentada
d
(VR Ci ) = VR rfi
dt

o Contínuo
dCi F
=
dt VR
(
Cif − Ci + r fi )
Modelo Clássico - Monod

µ max S
µ=
Variáveis: S
Parâmetros: µ, Ks
( K s+ S )
Função hiperbólica (descrita em 1942)
Similar a isoterma de adsorção de Langmuir (1918) e
a cinética enzimática de Henri-Michaelis-Menten (1902)

Parâmetros sem significado físico...


Alguns atribuem a crescimento limitado pela taxa
do transporte mediado pela permease da membrana celular.
hipérbole

cinética de ordem zero

µmax (T-1)= taxa máxima de


crescimento quando S >> Ks
Matematicamente, Ks (M / L) é
o valor da concentração do
cinética de primeira ordem nutriente limitante na qual a
velocidade específica de
crescimento (µ) é metade do seu
valor máximo
Validade do Modelo de Monod:

Aplicável a:
Populações com crescimento equilibrado, i.e,
Fase Exponencial de Crescimento

Modificações do Modelo de Monod:


 S 
rx =  µ max − ke  X
(K s + S ) 
metabolismo
 endógeno
Outros Modelos de Crescimento

Tessier: µ = µ max (1 − e −S Ks
)
Moser: µ = µ max (1 + K s S )
− λ −1

S
µ = µ max altas
Contois: BX +S densidades
celulares
Sistemas de transporte da membrana
podem sofrer alterações...
(pressão osmótica, força iônica, etc.)
S
µ = µ max Inibição pelo
K S + S + S Ki
2
Substrato...

S Ki
µ = µ max
K S + S Ki + P ... e por Produto

S1 S2
µ = µ max ... presença de Múltiplos
K s1 + S1 K s 2 + S 2 Nutrientes Limitantes
Remoção Biológica de Nitrogênio em
Reator Batelada Sequencial
dV
=F
dt

dX BA F dX BH F
= − ⋅ f BA ( X BA+ X BH ) = − ⋅ (1 − f BA )( X BA + X BH )
dt V dt V

dS S F  SS 
= ⋅ ( S Sa − S S ) − m H   ×
dt V  SS + KS 
 S OD   K OD  S NO 
  + η g    (1 − f BA )( X BA + X BH )
 S OD + K OD   S OD + K OD  S NO + K NO 

dS NH F   S NH  S OD  
= ⋅ ( S NHa − S NH ) −  µ A    + k E  f BA ( X BA + X BH )
dt V   S NH + K NH  S OD + K OD  
dS NO F   S NH  S OD  
= ⋅ ( S NOa − S NO ) + YNO    + β  f BA ( X BA+ X BH )
dt V   S NH + K NH  S OD + K OD  
 SS  S NO  K OD 
− η ⋅ m H    (1 − f BA )( X BA + X BH )
 SS + KS  S NO + K NO  K OD + S OD 
Modelo de Monod e a
Transferência de Massa
Smeio
Sendo:
 X 
célula S S < Smeio rtransf .massa = K L a (S meio − S )
 ρ cel 
filme de líquido
KL = coeficiente de transferência de
massa;
a = razão entre a área interfacial e o
volume;
X/ρcel = razão volumétrica entre células
e suspensão.
Como a taxa de consumo de substrato é dada por:
qmax S
q=
(K s + S )
smeio
µ = µ max
Obtemos:

S meio + K s ,app
onde
µ max ρ cel
K s ,app = K s +
K L a YX S
q = µ YX S altera valor de Ks
Outros Efeitos Ambientais
# pH #Atividade da água
# Temperatura # Pressão hidrostática
µ m = µ m exp[k (T − Tref )]
T

µm,T = velocidade específica de crescimento a dada Tref (oC)


k = constante cujo valor é proposto é: 0,1075 - Nitrosomonas
0,0625 - Nitrobacter

µ m = µ m [1 − 0,833(7,2 − pH )]
pH

k1 = 1,59 + 1,53 ( pH − 7) + 0,04 (T − 15)


faixa de validade: 7 < pH < 8,5 e 15 < T < 25 oC
Modelos
Metabólicos

$ Modelos
cinéticos
estruturados
$ Incorporam
aspectos do
metabolismo
celular
• Viabilidade Celular
dX V F  S 
= − X V + µ R   XV − KDXV

dt V  KS + S  Segrega a biomassa através
dX NV F
da atividade metabólica
= − X NV + K D X V
dt V

 S 
= (S f − S) −
dS F 1
µ R   X V
dt V YX / S  KS + S 
dP F  S 
= − P + YP / X µ R   X V
dt V  KS + S  a y O2
KD = [exp(− c PR ) + d PR ]
(1 + b y O 2 )
• Ciclo Celular START

G1
M S
G2

• “START”, ocorrido na fase G1, dá início a uma etapa de divisão.


• A etapa limitante de velocidade para o progresso do ciclo celular é a do
crescimento e síntese de proteínas
• As células-filhas são menores que as mães e possuem fase G1 maior

tempo maior para que as filhas completem o ciclo de divisão


Modelo BPM
A(a, S , DO ) = α A + ρ A f A (DO ) f A (S )[1 − f A (a )] ativas
I (a, S , DO ) = α I + ρ I f I (DO )[1 − f I (S )] f I (a ) inativas

Ρ 
−  C 
2
( z −1)2
B(a, S , DO ) = ρ B f B (DO ) f B (S )[1 − f B (a )] e  DP  nascimento 2

Dk (a, S , DO) = α Dk + ρ Dk (1 − f Dk (DO))(1 − f Dk (S )) f Dk (a ) morte

∂n A (a, t ) ∂  n A (a, t )  F IN
∂t
+ 
∂a  L(a )  V
= [ ]
n A (a, t ) − n A (a, t ) − [DA (a, S ,∞DO ) + I (a, S , DO )]n A (a, t )
+ B (a, S , DO )n A (a, t )da + A(a, S , DO )nI (a, t )

∂nI (a, t ) F IN
[ ]
0
= nI (a, t ) − nI (a, t ) − [DI (a, S , DO ) + A(a, S , DO )]nI (a, t ) + I (a, S , DO )n A (a, t )
∂t V
∂nD (a, t ) F IN
∂t
[ ]
= nD (a, t ) − nD (a, t ) + D A (a, S , DO )n A (a, t ) + DI (a, S , DO )nI (a, t )
V

dS (t ) F IN
dt
=
V
[ ]
S (t ) − S (t ) − N 0 M 0
µS S µO
Κ S + S 1 + e − λO DO ∫n A (a, S , DO )da
0
Modelos Morfologicamente
Estruturados
Taxa de produção de Cefalosporina C

Síntese enzimática: induzida por metionina


intracelular e reprimida por glicose
µ g
= m X h − β (g , m )X h − k D X h
dX h
dt kg + g

= β (g , m )X h − γ ( g ) X s − k D X s
dX s
dt
dX a
= γ ( g ) X s − kD X a
dt

 k12 m  g 
β ( g , m) =  k11 +
 
 K m + m  K g + g 
 g 
γ ( g ) = k 21 + k 22  
 Kg + g 
 
Modelos para Fase Estacionária
• Exaustão de nutrientes
da
= −ka X consumo do nutriente a é proporcional
a concentração celular
dt
µt crescimento exponencial ocorre até o início da fase
X = Xo e estacionária (t=0 no início da fase exponencial)

ka
ao = ( X estac − X o ) ao = concentração do nutriente a no instante t=0;

µ
Xestac = tamanho máximo da população

µ
X estac = X o + ao Dependência linear de Xestac
ka com ao é usualmente observada
• Produção de toxinas
= k X [1− f (conc.toxina )]
dX 1 dX
= k (1 − b Ct )
dt X dt
Taxa de formação da dCt
toxina proporcional a =q X ∴ Ct = q ∫0 X dt
t
Ct = 0 em t = 0
concentração celular dt
dX
dt
(
= k X 1 − b q ∫0 X dt
t
)
µeff =
1 dX
X dt
(
= k 1 − b q ∫0 X dt
t
)
Ct = 1 b
1
= ∫0 X dt
t
Conc. de toxina a
bq
Cessa o crescimento partir da qual cessa
o crescimento
Fase de Morte
# Pouco estudada... processos industriais
baseiam-se essencialmente na fase exponencial
# População heterogênea – células em
diferentes estágios de crescimento... distinção
mais pronunciada nas fases de desaceleração e
morte!!!
# Lise celular - permite manutenção do
tamanho da população na fase estacionária
−kd t
X = X estac e
decaimento exponencial
Cinética de Formação de Produto
Associada ao crescimento: dX
rp = α
dt
Semi-associada ao crescimento (Ludecking - Piret ):
dX
rp = α +β X
dt
Não associada ao crescimento:
rp = β X
Exemplos

Produção de Álcool
associada ao crescimento
Exemplos

Produção de Penicilina
(metabólito secundário)
não associada ao crescimento
4,5
Produção de Biopolímeros
4,0
3,5
Biomass (gL -1)

3,0
Biomass (g )L
-1

2,5
2,0

dX  µmax S 
1,5

1,0
=   X
0,5

0,0
dt  (K S + S ) 
20,0

16,0 dS 1 dX
=−
Glucose (gL -1)

dt Y X / S dt
Glucose (g L
)
-1

12,0

8,0

dP dX
4,0
=α + βX
0,0
dt dt
0 ,6
-1)

0 ,4
EPS (gL
EPS (g L)
-1

0 ,2
α=0
0 ,0
0 2 4 6 8 10

T ime (d a ys )
G 5 p H 7 (o b se rv ed ) G 5 p H 7 (m od e lled )
G 15 p H 7 (ob s erve d) G 1 5 p H 7 (m o d elle d )

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