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Experiências no Brasil
Profa. Esp. Vania Garcia Camargo
1ª Edição
Autoria
Profa. Esp.
Vania Garcia Camargo
XX p.
Unis EaD
Cidade Universitária – Bloco C
Avenida Alzira Barra Gazzola, 650,
Bairro Aeroporto. Varginha /MG
ead.unis.edu.br
5
Caro (a) cursista:
Vamos velejar nessa trajetória por este fantástico universo do conhecimento dos edu-
cadores musicais e buscar a atualização e diversidade para atividades práticas na atualidade?
A trajetória deste guia de estudos inicia pela consciência da diversidade e pesquisa dos mé-
todos, ou melhor, como diz a escritora e educadora Ermelinda Paz, nas correntes pedagógicas,
no qual foi inspirado a escrita deste guia. Estas correntes são alvo de estudos de alguns educa-
dores, na busca, propagação e divulgação de materiais tão pouco disponíveis e muitos deles
nem chegaram a ser registrados. Temos alguns relatos de pessoas que tiveram a sorte de estar
presente num curso de capacitação ou especialização e conseguiram passar adiante essas fer-
ramentas tão preciosas no processo de educação musical. Abordamos o relato de um breve
histórico, a proposta pedagógica e as principais características enquanto processo musicali-
zador. E ainda alguns apontamentos de curiosidades, materiais aplicados e atividades práticas.
Vale a pena ressaltar que tais práticas eram inovadoras para a época e ainda são alvos de cursos
de atualização e difusão da didática musical. Cabendo a cada um de nós extrair e se identificar
com o que de melhor há em cada uma destas correntes, fazendo as devidas atualizações para
a realidade de nosso trabalho musical diário. Bom estudo a todos!
Orientações
Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no ambiente virtual.
Palavras-chave
1. Educação musical, 2. Correntes pedagógicas, 3. Educadores musicais. I. Título.
Unidade I -Villa Lobos e o Nacionalismo 12
1.1 Heitor Villa Lobos e seu histórico 12
1.2 Villa Lobos e sua proposta pedagógica 13
1.2.1 Villa Lobos, Nacionalismo e o canto orfeônico 14
1.2.2 Aspectos pedagógicos da concepção de Villa Lobos 17
1.1.3 Villa-Lobos e a teoria aplicada 18
Unidade V - Koellreutter 76
5.1 Koellreutter e seu histórico 76
5.2 Koellreutter e sua proposta pedagógica 78
5.3 Koellreutter e a improvisação 80
5.4 Koellreutter e o processo de escrita 81
I Unidade I -
Villa Lobos e o
Nacionalismo
Objetivos da Unidade
- Definir alguns aspectos como: histórico, experiências e práticas
musicais cotidianas, assim como produção musical e obra didá-
tica.
- Apontar a contribuição desta metodologia e sua influência no
Brasil.
- Despertar o interesse pelas correntes pedagógicas do métodos
ativos de ensino e o incentivo para adaptações para a educação
musical na atualidade.
Unidade I -Villa Lobos e o Nacionalismo
“Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade sem esperar resposta.” ― Heitor
Villa-Lobos” (5/3/1887- RJ- 17/11/1959)
Falar de educadores brasileiros nos remete a lembrar das contribuições ilustres de Villa
Lobos. Incentivado desde cedo pela mãe aos estudos da medicina, teve a iniciação musical in-
centivada pelo pai (funcionário da Biblioteca Nacional e músico amador) que deu-lhe instrução
musical e adaptou uma viola para que o pequeno Heitor iniciasse seus estudos de violoncelo.
Sua tia “Zizinha”, uma pianista amadora ,introduziu os estudos de piano e as obras de Bach. Aos
12 anos, órfão de pai, Villa-Lobos passou a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes e através
de um interesse pelos chorões, passou a dedicar-se ao estudo do violão. Villa- Lobos contra o
gosto de sua mãe passou a frequentar as rodas de chôro. Elementos ameríndios também fo-
ram importantes em sua formação musical e utilização de melodias originais como “Nozani- ná
Orekuá”, recolhida por Roquete Pinto, numa tribo do Mato Grosso.
Em 1913 Villa-Lobos casou-se com a pianista Lucília Guimarães, sendo este mesmo ano
importante pois deixara impressões artísticas significativas para o músico, através da aprecia-
ção das obras: poema sinfônico de Debussy e o poema sinfônico “ Tamar” de Mily Barakirev.
12
Em 1922 Villa-Lobos participou da Semana da Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo
embarcando para a Europa. A aceitação de Villa-Lobos em Paris foi grande, vendo suas inter-
pretações como representações dos trópicos e exotismo. Foi justamente nesta temporada de
1923 a 1929 que o compositor compôs mais de 100 obras. Em 1930 retorna ao Brasil com uma
turnê realizada em sessenta e seis cidades e a chamada "Cruzada do Canto Orfeônico" no Rio
de Janeiro. Nesta mesma década termina seu casamento com Lucília. Após uma operação de
câncer em 1948, retoma sua vida ao lado de Arminda Neves d'Almeida a Mindinha, uma ex-alu-
na. Além de esposa, com sua morte torna-se uma grande divulgadora de sua obra monumen-
tal. Além do Museu Villa-Lobos, criado no Brasil em 1960 no Rio de Janeiro, o maestro teve uma
carreira internacional de destaque, principalmente na França e EUA.
13
são resultados de conferências e servem de base de estudos sobre a implantação do can-
to orfeônico, seus estudos, procedimentos, programação, diretrizes e concertos. Vejamos
alguns passos da criação de Villa Lobos que contribuíram para a reforma e dinamismo da
educação musical no Brasil:
- Curso de pedagogia e canto orfeônico
- Especialização e Aperfeiçoamento
- Reciclagem
- Orfeão de Professores
- Programa radiofônico
Será que estamos dando continuidade à proposta de Villa Lobos quanto a continuidade
e propagação da importância do ensino de música como agente facilitador de aprendizagem?
De que forma? Como está a capacitação do corpo docente de nossa escola?
14
mente presentes como cerne de sua pedagogia musical. Em 1931 ocorreu uma das apresenta-
ções de maior prestígio do educador reunindo cerca de 12 mil vozes de estudantes, operários
e militares, o que Villa-Lobos definiu como exortação cívica. Em 1932 as apresentações foram
repetidas na Capital Federal e neste mesmo ano o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova
(onde tal modelo valorizava o ensino das Artes em razão do benefício social). Os ideais de Villa-
-Lobos estava em consonância com os objetivos da Escola Nova. É pertinente dizer que Villa
Lobos tinha como maior meta a formação cultural, intelectual e social dos alunos e que um
desenvolvimento técnico-musical não estava em suas prioridades.
Das concentrações orfeônicas sem dúvida a mais aguardada era a do dia 7 de setem-
bro- Chamadas de hora da independência -no evento de 1940 (no Rio de Janeiro) reuniu 40 mil
estudantes para cantar hinos patrióticos, acompanhados de cerca de 500 músicos de banda.
Sob a regência e coordenação do maestro muitas vezes a comemoração contava com bandei-
rinhas e ou balões nas cores da bandeira brasileira.
De 1945 até o fim de sua vida, o maestro pouco falou a respeito da educação musical,
que foi o foco central do músico por cerca de 15 anos. Isso nos leva a concluir que , apesar da
preocupação e contribuições significativas para a educação musical, Villa-Lobos foi oportu-
nista e elaborou um discurso que agradou Vargas, ganhando a confiança e simpatia do então
presidente. Após 1945, o maestro dedicou-se na regência e composição.
É importante colocar que sendo ou não oportunismo político, não podemos diminuir a
importância e contribuição do maestro durante a dedicação do período voltado para o estudo
da educação musical. Foi um compositor que utilizou de suas habilidades para criar oportuni-
dade de trabalho e concretização de sonhos no campo musical.
O Guia Prático, escrito por Villa-Lobos para servir de material de referência à prática do
canto orfeônico, trazia o interesse focado nas canções infantis, no folclore, em hinos e canções
de cunho patriótico, além da música erudita. Villa Lobos defendia a valorização da cultura na-
cional ameaçada pela música de baixa qualidade e identidade estrangeira que invadia o país.
Em defesa da música nacional, defendia a música folclórica. Ele via no uso do folclore uma
maneira de levar a cultura que realmente tinha valor às massas, uma forma de elevar o nível
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cultural do povo. Villa Lobos utilizou de canções infantis para a prática do canto, dando um
caráter nacional de uma nação pela concepção de território.
O Guia prático organizado por Villa-Lobos é uma coletânea que além de canções folcló-
ricas, inclui explicações sobre o folclore brasileiro e apresenta num mapa as partes do mundo
de onde vieram os elementos musicais encontrados no Brasil.
Os dois volumes do Canto Orfeônico contêm marchas, hinos patrióticos, canções cívi-
cas e escolares.
Você sabia que: Você sabia que: O termo “orfeão” (orpheón) foi utilizado
pela primeira vez em 1833 por Bouquillon-Wilhem, orientador do ensino
de canto nas escolas de Paris. Ele faz referência a Orfeu, poeta e músico,
filho da musa Calíope e de Apolo, considerado o mais talentoso músico
que já viveu, reverenciado pelo som da lira. O canto orfeônico tem suas origens na França,
onde era uma atividade obrigatória e tratava-se de um canto coletivo que não exige conhe-
cimento vocal ou treinamento vocal prévio?
Cheio de fé na força poderosa da música, senti que com o advento desse Brasil
Novo era chegado o momento de realizar uma alta e nobre missão educadora dentro da
minha Pátria (...) Era preciso pôr toda minha energia a serviço da Pátria e da coletividade,
utilizando a música como um meio de formação e de renovação moral, cívica e artística
16
de um povo. ( Villa-Lobos, 1942,p.18)
Segundo dona Mindinha, a segunda esposa de Villa Lobos, o maior defeito das escolas
segundo o maestro: não era trabalhado a consciência musical, vendo a questão sob ponto de
vista de quatro aspectos:
17
1.1.3 Villa-Lobos e a teoria aplicada
Ensino musical criado por Villa Lobos onde a teoria se aprendia pela prática
Se o aluno estudasse harmonia, deveria saber ouvir os acordes, se fosse aprender orna-
mentação, deveria ter uma peça estudada pelo próprio aluno e assim sucessivamente.
Algumas críticas referentes ao método foram colocadas devido ao despreparo e a falta
de capacitação de alguns profissionais da área. Tendo como crítica também a utilização da ma-
nossolfa ( sendo que comparado ao método Kodály apresenta até mais claro e significativo).
Percebemos que era um compositor bem a frente de seu tempo pela utilização de gra-
fismos em suas partituras, como a criação do processo A melodia das montanhas, criado e
adotado no canto orfeônico.
E como seria adaptar uma atividade musical utilizando a Teoria Aplicada nos dias de
hoje?
18
2- É bom orientar os alunos que sons mais agudos são traçados mais acima e sons mais
graves mais abaixo no gráfico. Execute preferencialmente apenas umas três figuras ( exem-
plo: semínima, colcheia e mínima) nos primeiros exercícios. Também é cabível realizar um
treinamento prévio oral com os alunos a respeito da diferença de duração destas notas.
3- Após o registro gráfico da melodia, distribua a folha com as notas no quadriculado esta-
belecendo o número mínimo e máximo de quadriculados nas linhas horizontais. Estabe-
leça também um parâmetro (como um quadrinho para semínima, dois quadrinhos para
mínima).
4- Após o registro passe verificando se a melodia do gráfico está condizente com os quadri-
nhos. Caso não esteja, permita repetir mais vezes a melodia pedindo a atenção dos alunos.
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5- Na aula seguinte traga os gráficos e partituras quadriculadas. Escolha algumas melodias
para harmonizar, colocar compasso.
6-Toque a melodia original e veja a reação dos alunos, se eles se lembram da melodia toca-
da na aula anterior. Em seguida toque algumas melodias dos alunos previamente selecio-
nadas, sem identificar o autor, pedindo aos alunos que digam as diferenças, semelhanças
entre as melodias.
7-Toque a melodia original agora harmonizada para que os alunos percebam a importância
da harmonia.
8- Para finalizar a atividade explique de forma clara e objetiva aos alunos como foi realiza-
da a transcrição da melodia para a partitura quadriculada, a importâncias das notas para a
formação da melodia, do ritmo, e da harmonia para a construção da música. Sugira a alguns
alunos a criação de outra melodia para a atividade que terá continuação na aula posterior.
20
Teoria aplicada- Exemplo 2
21
Já a figura 2 segundo a autora, convoca a imaginação e oferece oportunidade para
a exploração de possibilidades expressivas e vivência de textura por meio da performance
a duas vozes. O fato de se escolher um nome para o arranjo e apresentá-lo aos colegas
agrega à atividade um sentido de realização, de autoria e responsabilidade.Qual o sentido
de tornar as crianças experts em subidas e descidas se não para que se apropriem musical-
mente desses elementos, criando e tocando suas próprias peças, sorvendo, no vastíssimo
repertório, a vitalidade ou, que seja, a melancolia de subidas e descidas? Um mesmo pa-
drão se transforma e assume significados completamente diferentes se apresentado pela
voz ou pelas cordas, em andamento presto ou adagio, crescendo ou pianíssimo, com som
vocal áspero ou aveludado. Os alunos são convidados a elaborar uma mini partitura do pão
de açúcar, ou ainda realizar a gravação e ou filmagem da mesma como registro.
Em seguida os alunos são convidados a ouvir a música Snowforms de Shafer. Além
de compreender o que estão ouvindo, as crianças percebem que a escrita gráfica é escrita
musical “de verdade”, e que elas também são artistas. De verdade. Os alunos participando
ativamente da construção, elaboração e registro de pequenas melodias se tornam ouvintes
mais críticos e conhecedores de conceitos como forma, caráter expressivo, apreciação e
performance.
Através deste breve estudo de Villa-Lobos é possível dizer que ele não só foi um músico
que esteve a frente de seu tempo quando ouvimos suas obras, mas um educador renomado
e com metodologias ativas de aprendizagem, desde a capacitação de profissionais até a exu-
berante prática do canto Orfeônico. Uma obra prima de várias vozes e músicos participantes
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numa exortação de civismo e musicalidade.
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II Unidade II -
Gazzi de Sá e
Sá Pereira
Objetivos da Unidade
- Definir alguns aspectos como: histórico, experiências e práticas
musicais cotidianas, assim como produção musical e obra didá-
tica.
- Apontar a contribuição desta metodologia e sua influência no
Brasil.
- Despertar o interesse pelas correntes pedagógicas do métodos
ativos de ensino e o incentivo para adaptações para a educação
musical na atualidade.
Unidade II - Gazzi de Sá e Sá Pereira
Paraibano apaixonado por música, estudava piano escondido, pois sua família queria
a carreira de medicina. Em viagem ao Rio de Janeiro estudou piano com Oscar Guanabarino.
Ao voltar à Paraíba, em 1930, fundou a Escola de Música Antenor Navarro. Conta Manoel Hen-
riques de Sá Campos, sobrinho de Gazzi de Sá, em entrevista, que o menino Gazzi de Sá, “veio
dentro de um caçuá, que é um tipo de cesto que se coloca no lombo do burro ou de um cavalo,
um cesto em cada lado do animal, naquela época não havia trem e o único meio de transporte
era esse, o cavalo ou o burro”. Quando Gazzi de Sá nasceu em 13 de dezembro de 1901, a famí-
lia já estava estabelecida economicamente.
Gazzi para gosto da família foi estudar medicina, mas gastava a mesada recebida em
aulas particulares de piano. Sendo assim seu pai exigiu que regressasse à terra natal, Gazzi de
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Sá também continuou seu estudo de piano com uma conceituada professora alemã, Maya Fau-
ser, e José Pernambuco.
Sem demora Gazzi de Sá passou a ser professor de piano e praticamente introduziu o
estudo de Bach em sua terra natal. Algum tempo depois, o pai de Gazzi de Sá, após assistir a
uma das apresentações dos alunos de seu filho, reconheceu o seu talento para música. O seu
segundo filho, Ermano, foi o único a seguir a carreira de músico. Iniciou-se na música (piano e
leitura musical) aos 4 anos e meio de idade, tendo seus pais como professores, e já aos 5 anos
tocava uma pequena peça durante um festival promovido por Gazzi e Santinha de Sá. Gazzi de
Sá faleceu aos 80 anos na cidade do Rio de Janeiro, em 21 de outubro de 1981, devido a pro-
blemas cardíacos.
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Após a descoberta do pulso, descobriam o acento. Ex: ouviam uma música conhecida,
marcando o pulso e em seguida o acento. Cada unidade começa e termina com a mão sempre
para dentro, tanto no gesto pendular quanto circular. Já os pulsos podem ser leves ou pesados
(idéia de arsis e tesis). Quando pesado é acrescentado acento agudo ao seu sinal.
1 2 ? (Pergunta) 2 1 (Resposta)
8 7 ? (Pergunta) 7 8 (Resposta)
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Inicia-se as noções de ascendente, descendente, graus conjuntos através do intervalo
vivenciado, sem necessariamente falar sua nomenclatura.
7 1 = 2ª m ascendente 1 2 = 2ª M ascendente
1 7 = 2ª m descendente 2 1 = 2ª M descendente
O aluno pode entender facilmente conceitos como nota real, bordadura, notas de pas-
sagem e outros.
a) Bordadura a) Apçojatura
Nota real 1 Nota real 1
Boradura superior Apojatura superior
1 2 1 2 1
Nota real 2
Apojatura inferior
Boradura superior
2 1 2 7 1
c) Notas de Passagem
Nota reais: 2 7
Passagem descendente
2 7 1
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Quando um ritmo vem entre parênteses, significa pausa ou silêncio daquele respectivo
valor. O dobro é representado por L no gesto pendular, e L. no circular.
a) b)
Criar
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Elementos trabalhados: fraseologia, estruturação rítmica e melódica, inciso, semi-frase,
frase e período
Ritmo x Palavras
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31
32
33
Vamos ouvir esta belíssima obra?
Acesse https://youtu.be/SzWXQjvJEq4
Obra de Gazzi de Sá em destaque: https://youtu.be/_MpAVizFHHM
Procedimento:
Atividade 1: Você está num parque de diversões. Sugira aos alunos que falem pa-
lavras que lembrem elementos do parque: maçã, sorvete, pipoca, picolé, açaí, brinquedo,
palhaço. Associe palavras correspondentes a mesma acentuação (sorvete, pipoca, brin-
quedo).
Coloque as figuras correspondendo a palavra de acordo com a acentuação. Você
pode criar ritmos e gestos para cada seleção de acentuação.
A mesma atividade pode ser variada com nome de cores, nomes próprios, animais,
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enfim, dependendo do objetivo de sua aula. Você poderá ainda trabalhar improvisos rít-
micos com as acentuações criadas anteriormente e ou improviso de grupos selecionados
por acentuação para se apresentarem uns para os outros.
Atividade 2: Coloque um áudio de fundo (preferencialmente música instrumental
e ou folclórica). Os alunos devem se locomover enquanto fazem os gestos pendular e ou
circular acompanhando diferentes melodias.
2.2 Sá Pereira
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Musical. Por motivos de saúde em 1955 Sá Pereira afastou-se da cadeira de Pedagogia Musical
tendo seu belo trabalho continuado por sua esposa Nayde.
Para Pereira (1981), o método Sá Pereira tem características novas para a época de sua
criação:
Aulas ativas, atividades variadas, sempre levando em conta as características psicológicas
da criança
Uso em abundância de exercícios corporais
Estímulo à atividade criadora da criança através de jogos rítmicos e melódicos
Ensino de grafia realizado somente após a prática intuitiva da música
Sá Pereira tinha como alicerce de seu trabalho o ensino musical racionalizado, que con-
sistia numa formulação didática fundamentada em outras áreas do conhecimento humano
com grande preocupação do conhecimento psicológico e biológico da criança.
Você sabia? Em 1923, Sá Pereira é convidado pelo Grupo Modernista de São Paulo a
fundar a revista Ariel, ao lado de Mário de Andrade, e em 1938, assume o cargo de direção do
Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro? O registro do período de atuação de Pereira na
direção traz concepções modernistas!
Para Sá Pereira o professor de iniciação musical deveria ser o mais preparado, com sóli-
dos conhecimentos sobre pedagogia musical e psicologia. Para ele, a visão do professor como
educador passaria desde o antigo e o moderno, visando os objetivos e construção da aprendi-
zagem. Resumiu os erros da pedagogia antiga em quatro pontos:
Desconhecimento da criança: O ato de ignorar a condição infantil tratando a criança
como adulto.
Isolamento diante da vida: Trabalho com a memorização exaustiva, sem fundamento e
preparação técnica , muitas vezes sem conhecimento ou utilidade.
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Falta de motivação: A motivação natural não era incentivada, partindo na maioria das
vezes com premiação ou castigos.
Desconhecimento das reações emocionais do aluno: O importante era o aluno apren-
der, não importava o interesse ou a motivação da matéria, do programa proposto ou das pre-
ferências quanto ao repertório por exemplo.
1- Ouvir uma canção conhecida e pedir que a criança cante afinado e com ritmo preciso.
2- Cantar lentamente a escala de dó maior, observando a afinação de cada grau, principal-
mente na passagem do semiton (mi, fá) , observando através da audição e visão.
3- Produção da escala humana: Cada nota será representado por uma criança que deverá
cantar a nota e seguir para o devido degrau. O procedimento deve ser utilizado para toda a
escala. Com este exercício fazemos uma associação locomotora, auditiva e visual.
4- Trabalhando o intervalo de segunda: Fazer com que a criança perceba a distância dos
degraus, especialmente do terceiro para o quarto grau, perceber que deve dar um passo
menor, que a distância entre as notas é menor. Assim vão entonado com a ajuda do piano
5- Substituição por palavras: Substituir as palavras passo grande (do primeiro para o segun-
do degrau) por segunda maior. E passo pequeno (do terceiro para o quarto grau) ou meio
passo.
6- Reconhecimento auditivo: Permitir que reconheçam a segunda maior se segunda menor
sem a visualização do teclado, apenas auditivamente.
7- Imaginar o som: Dar uma nota dentro da tessitura infantil e permitir que o aluno entoe a
segunda maior e segunda menor (acima e abaixo).
8- Trabalhando as terças: Tocar a sequência (dó, ré, mi, ré, dó ) e pedir que a criança realize na
escada. Depois tocar o intervalo (dó mi) e observar se o aluno pula para o terceiro degrau.
9- Exercício de reconhecimento auditivo: Tocar alternando as terças para os alunos e aos
poucos inserir sugestivamente: Qual parece mais clara? Essa parece mais escura? Esta é mais
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alegre ou triste?
10- Imaginado o som: Baseando na atividade anterior, o professor executa uma nota e pede
para o aluno cantar uma terça mais triste, uma terça mais clara (ascendente e descendente).
11- Inserção de outros intervalos: Seguindo a mesma metodologia Sá Pereira vai inserindo
sugestões para outros intervalos: quinta justa (vago, interrogativo), sexta maior (lânguido,
doce, repousante) a sexta menor ( mais sombria e triste). A sétima é um intervalo inquieto
ou insatisfeito, a maior (é irritante) e a menor ( suave).
12- Exercícios de imaginação do som: O professor sugere ao aluno, mostrando qual degrau
gostaria que ele caminhasse e este vai lentamente.
13- Relação motriz de uma melodia: O professor executa uma melodia bem simples enfati-
zando intervalos. O aluno escuta, depois na repetição um aluno é convidado a caminhar e
pousar no teclado na nota inicial.
14- Escada miniatura: Uma variante do exercício anterior, só que agora a escada deve ser
desenhada, portanto não tendo o problema da locomoção a precisão rítmica pode ser mais
exigida. Os degraus de semiton devem ser desenhados mais baixos.
15- Variante com barquinhos: São oito barquinhos, representando um para cada nota musi-
cal, a medida que a melodia no âmbito de uma oitava é tocada, o barquinho é avançado de
acordo com a nota e ganha quem tiver avançado mais vezes.
16- Escala viva: No mesmo molde do exercício anterior, as notas são realizadas pelas pró-
prias crianças, que devem avançar devidamente de acordo com a nota tocada.
Seguidor assíduo de Dalcroze, segue sua metodologia com a rítmica baseada no movi-
mento corporal com aprendizagem ativa e intuitiva.
1. Compasso binário: Marcação de tempo forte e fraco com os pés, batendo alternadamen-
te. A figura da semínima é caracterizada representando um passo.
38
2)Marcação de compasso:
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4) Exercícios de reação rápida: O aluno pratica os exercícios de ação combinada e ao ouvir a
palavra vá, inverte-se a mão a partir do compasso seguinte:
a) O aluno bate a mão esquerda na direita e ao ouvir a palavra vá, inverte-se a partir do
compasso seguinte.
O aluno marca o passo e, ao ouvir vá, pisará no tempo forte seguinte com o pé que
acabou de pisar fraco. Veja o exemplo abaixo
40
2.2.5 Sá Pereira e os símbolos musicais
Você sabia que vários jogos que você certamente já utilizou com os alunos, foram cria-
dos pelo educador Sá Pereira? Mosaico, nota musical, loto musical, cartões relâmpagos e tacos
proporcionais (os blocos proporcionais com valor desenhado e seu nome- semibreve =80 cm,
mínima= 40 cm, semínima= 20 cm, colcheia= 10 cm, semicolcheia= 5 cm) que são utilizados
para treino de relação proporcional dos valores.
Atividade 1:
42
Atividade 2: Grafar notas em diferentes regiões:
1)
2)
3)
A educadora Cecília Cavaliri França em seu livro Jogos Pedagógicos para a Educação
Musical apresenta 85 jogos que alternam modalidades como bingos, dominós, jogos da me-
mória, formação de pares, trilhas, jogos com dados, de montar seqüências, de classificar, carte-
las para preencher e outros. Eles são organizados em sete capítulos temáticos complementares
que trabalham o automatismo dos seguintes conteúdos:
Através deste breve estudo sobre Gazzi de Sá e Sá Pereira é possível concluir que po-
demos trabalhar diversas atividades de conteúdo teórico musical de forma lúdica, prazerosa e
adaptativa para as atividades musicais. O importante é ter a consciência do conteúdo que será
aplicado pelo educador e as adaptações necessárias para a realização das atividades adequan-
do a faixa etária dos aprendentes.
44
III
Unidade III -
Liddy Mignone e
Esther Scliar
Objetivos da Unidade
- Definir alguns aspectos como: histórico, experiências e práticas
musicais cotidianas, assim como produção musical e obra didá-
tica.
- Apontar a contribuição desta metodologia e sua influência no
Brasil.
- Despertar o interesse pelas correntes pedagógicas do métodos
ativos de ensino e o incentivo para adaptações para a educação
musical na atualidade.
Unidade III - Liddy Mignone e Esther Scliar
“Encarar os alunos como seres humanos e não como números, dar-lhes o ensejo
de receberem a música como se recebe um presente valioso, um brinquedo liber-
tador, que se transforma aos poucos em amigo, em companheiro inseparável.”
(1891/1962)
Nascida em 9 de maio de 1981, onde viveu até 1933, quando se mudou para o Rio
de Janeiro. Nesta cidade esteve ligada a diversos projetos pedagógicos que, apesar de terem
surgido em uma escola de formação de músicos, tiveram reflexos em outros espaços sociais,
levando o ensino musical para escolas de formação geral (ensino infantil e fundamental), clu-
bes, hospitais e instituições terapêuticas e programas de rádio e televisão. Desenvolveu sua
metodologia no curso de iniciação musical para o aprendizado infantil. Criou o Curso de Espe-
cialização de Professores de Iniciação Musical, fundou um Centro de Estudos e organizou fes-
tivais, concursos e palestras. Além da atuação como professora de canto e piano, Liddy levou
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também o Curso de Especialização de Professores de Iniciação Musical e o Centro de Estudos
para a cidade de São Paulo e a Iniciação Musical para o interior paulista.
Mesmo com a mudança de Liddy para o Rio, onde sua rotina de vida muda comple-
tamente, ela manteve em sua casa um lugar de encontro de amigos, músicos sob sua hospi-
talidade. Um sexteto que se reunia para bons papos ( Mário de Andrade, Manuel Bandeira,
Antônio de Sá Pereira, Cândido Portinari e esposa, Tomás e Maria Tereza Terán). Liddy, segunda
filha do casal, iniciou seus estudos de música e línguas com o pai, que foi responsável pela
sua formação musical e humanística, pois ela não frequentou escolas. E falava cinco idiomas,
cantava músicas de cantores estrangeiros e brasileiros (Alberto Nepomuceno, Agostino Cantù
e Francisco Mignone, Mozart, Gluck, Chopin, Massenet, Grieg, Schubert, Strauss, Sibelius, De-
bussy, De Falla e outros). Se observarmos a trajetória profissional que Liddy desenvolve depois
que se uniu a Francisco Mignone, constatamos que ela vivenciava uma liberdade de ação que
não pôde experimentar no período em que viveu em São Paulo, onde sua rotina estava ligada
a seu papel de esposa e mãe.
No Rio de Janeiro, sua atuação como professora se encontra melhor documentada no
Espaço Cultural Amália Conde. Quando, em 1936, o compositor e professor Oscar Lorenzo Fer-
nandez fundou o Conservatório Brasileiro de Música, Liddy é convidada a trabalhar como pro-
fessora de piano e canto. Assim, inicia sua trajetória institucional como professora. Liddy e Sá
Pereira trabalharam juntos durante um ano. A proposta de musicalização de Liddy Chiaffarelli
e de Sá Pereira contrastava com a proposta mais totalizante do canto orfeônico. Algumas ca-
racterísticas do curso e do pensamento de Liddy Chiaffarelli Mignone podem contribuir para o
entendimento desta questão, uma vez que se colocavam em sentido oposto ao do canto orfe-
ônico. O uso de repertório de música brasileira e folclórica era um ponto em comum, todavia
a Iniciação Musical se apropriava apenas de músicas de cunho folclórico infantil em vez das
canções cívicas cantadas também pelos grupos orfeônicos. Além do aspecto humano , Liddy
tinha uma cabeça inovadora, em 1948 criou o curso de iniciação musical para professores atu-
arem em escolas particulares e do governo, além do curso de Especialização para professores
de piano.
47
O curso de Iniciação Musical desenvolvido por Mignone foi incorporado , no decorrer
de sua trajetória contribuições de vários autores contemporâneos como Willems, Orff, onde
a educadora já realizava ações de integração inclusiva. No ano de 1950 criou o Centro para
o Estudo da Iniciação Musical da Criança com um grupo de professoras recém formadas que
continuaram o trabalho sob a orientação da educadora. Se reuniam toda sexta-feira e elabo-
raram novos programas de curso adequando a Iniciação Musical para aplicação nos jardins de
infância.
Realizou a semana da criança com Augusto Rodrigues da Escolinha de Artes do Brasil.
Liddy tinha uma característica de não deixar nenhuma criança sem aprender música, seja afi-
nada ou não.
Em 1962, mais precisamente na data de 26 de novembro, Mignone viajava para minis-
trar cursos e rever familiares, mas o avião se chocou com outro no retorno de São Paulo para o
Rio de janeiro, o que deixou o meio musical muito comovido com a notícia.
48
3.1.1 Liddy e sua proposta pedagógica:
49
3.1.1.2 Noções de silêncio:
Vivenciando os valores:
50
Para Liddy a bandinha rítmica deve ser usada para acompanha-
mento de música com e sem texto e realizar os exercícios anteriores mas
com acompanhamento de percussão.
Muitos são os exemplos de atividades práticas para aplicação em sala de aula com faixa
etária de 5 a 6 anos. Segue alguns exemplos adaptados para a realidade nos dias de hoje:
Movimento corporal
Atividade 2: Uma variação da atividade anterior seria dividir em pequenos grupos que são
identificados por uma determinada célula rítmica e ou instrumento por exemplo. Cada gru-
po anteriormente é combinado se movimentar ao som de um determinado instrumento de
percussão. Enquanto for tocado outros instrumentos que não são correspondentes ao seu
grupo deve permanecer imóvel (estátua) até que seu instrumento seja tocado novamente.
51
Você sabia que podemos também adaptar jogos didáticos?
52
Num segundo momento a atividade pode ser representada por grupo de quatro
alunos:
Ao som da execução instrumental realizada pelo professor com quatro semínimas:
Os alunos devem se posicionar um ao lado do outro.
Ao ouvir o som tocado pela mínima (geralmente ouvem palma no primeiro e tercei-
ro tempo) devem se posicionar de dois a dois (um atrás do outro).
Ao ouvirem o som tocado pela semibreve (palma apenas no primeiro tempo), de-
vem se posicionar em fila (um atrás do outro)
53
Em 1951 embora com a saúde mais fragilizada Esther dedicou-se ao ensino de piano,
teoria e harmonia. Atuando também como pianista da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
Scliar torna-se proeminente a partir da década de 50, com ênfase nas obras para coros. No Rio
de Janeiro esteve sob orientação de Cláudio Santoro, estudou Regência Coral com Nilda Müller
além de orquestrar peças teatrais.Concluiu, seus estudos de docência no Conservatório Nacio-
nal de Canto Orfeônico e estudou composição com Edino Krieger. Buscando novas referências
para suas composições freqüentou aulas com Guerra Peixe. Sua trajetória de composição sem-
pre esteve ligada ao ato de ensinar. Muitos alunos a procurava, inclusive músicos populares
renomados que identificavam sua visão musical despreconceituosa, prova disto são os nomes:
Edu Lobo, Luiz Paulo Horta, José Maria Neves, Paulinho da Viola, dentre outros. Apesar de seu
método basear-se na escrita tradicional, a compreensão musical de Esther não impunha juízo
de valores ou limites estéticos, antes cuidava que seus alunos estivessem sensíveis e abertos às
novas tendências da música do século XX. Quando lecionou no Seminário da Pro Arte adotava
o livro Treinamento Elementar para Músicos’ , além de apostilas próprias para professores e
alunos.
Esther zelava pela precisão nas execuções rítmicas, concedendo atenção especial às
quiálteras. A aplicabilidade de seu método era transmitidas aos alunos do curso de Didática da
Teoria Musical, atualmente, únicos detentores deste conhecimento. Na opinião de ex-alunos e
amigos próximos, a educadora não se preocupou em escrever um livro por considerar que o
ensino deve ser algo dinâmico, vivo e o livro refletiria algo limitado e cristalizado. As publica-
ções póstumas Elementos de Teoria Musical (SCLIAR, 1985); Elementos de Teoria Musical – Ca-
derno de exercícios (SCLIAR, 1987) e Solfejos Progressivos (SCLIAR, 2003) trazem materiais or-
ganizados pela autora porém não aludem as questões didáticas. Em linhas gerais, seu método
de ensino de Percepção Musical é voltado para a formação do músico vocacional, adolescentes
e adultos já musicalizados.
54
Adotou um método analítico, ou seja, inicia-se da parte para o todo, baseando-se muito
mais na reflexão do que na memorização ou repetição.
No ensino da percepção adotou o método analítico ou de soletração, ou seja, da parte
para o todo e em análise musical fazia o contrário (do todo para as partes ou método sintético).
Seu trabalho é dividido em três partes:
3.2.1.1 O ritmo
3.2.1.2 O som
O trabalho amparava-se na diferença entre dois sons (Tom e semitom) de depois crian-
do a noção de intervalos sem utilizar necessariamente a terminologia. A relação intervalar era
55
trabalhada sem nome de notas, baseado na altura absoluta e utilizando-se mais a voz que o
piano. O trabalho com intervalos apresentava quatro fases: tom e semitom, introdução das
notas, intervalos aumentados e diminutos e enfoque teórico.
Tom e semitom: emissão e percepção de intervalos melódicos ascendentes e descen-
dentes.
Depois tom e meio até a sexta (sem fazer menção ao intervalo)
Utilizava a associação de cada intervalo a um início de música no intuito de fixá-lo.
Introdução das notas: enfatizava-se o trítono: fá, sol, lá e si. Depois as notas mi e dó e por fim a
nota ré.
A partir daí começa-se a nomeação de intervalos(segunda maior, segunda menor, quar-
ta justa , sexta menor, etc).
Intervalos aumentados e diminutos: quinta aumentada com sexta menor, terça maior
com quarta diminuta, segunda aumentada com terça menor.
Tonalidade:
Sem cromatismo, com cromatismo, sem modulação, com modulação.
Estimulação ao solfejo em vários tons e modos, utilizando-se de música erudita, folclo-
re, música popular e composições próprias.
O ditado era realizado sem dar o tom e o compasso.
3.2.1.3 Enfoque teórico
Só faz sentido depois de já vivenciado.
56
“Com o intuito de melhor situá-lo, empregava uma abordagem sempre com vínculo histórico e fa-
zendo referências, em especial às obras da literatura musical universal” (PAZ, 2013, p. 89). Os exer-
cícios de cunho teórico eram o reflexo do desenvolvimento do conteúdo prático em sala de aula.”
mentar.
É provável que a mestra tenha se inspirado no projeto metodológico de Hindemith
como roteiro da criação de material didático próprio. Apoiada nas premissas sobre ação
no tempo (ritmo e metro em suas formas básicas), “ação no espaço” (alturas, intervalos e
escalas) e “ação coordenada ( combinação dos dois itens).
- Tom- Semitom- Notas- Pauta- Pentagrama- Linhas- Claves: leitura de notas- Trítono- Con-
junção- Disjunção.
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Exercício n.1
1)Realize o que se pede:
a) Execute um som no instrumento
b-2
2 semitons descendentes
2 tons descendentes
1 semitom e 1 tom descendentes
1 tom e 1 semitom descendentes
b-3
1 semitom ascendente e 1 tom descendente
1 tom ascendente e 1 semitom descendente
1 semitom descendente e 1 tom ascendente
1 tom descendente e 1 semitom ascendente
c) Confira no instrumento
d) Faça uma pesquisa de melodias que iniciam com as articulações b-1 e b-2.
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Do exercício n. 2
1) Qual a diferença entre conjunção e disjunção?
3) Articule as notas: fá, sol lá e si formando: tom, 2 tons, 3 tons, 3 tons, nas claves de sol (2
linha) e fá (4 linha).
6. O que é fermata?
59
Exemplos do repertório tradicional:
1 tom e meio ascendente: Senhora Dona Sancha, Olé Mulher rendeira, Peixe Vivo,
Greenleaves, Bambú
1 tom e meio descendente: Marinheiro chora, Cai Chuva, A pombinha voou
2 tons ascendentes: Eu sou pobre, A maré encheu, Pai Francisco
2 tons descendente: O meu belo castelo, Manda tiro
Um tom e meio e dois tons ascendentes: O bom pintor.
Com 2 tons e meio:
60
Podemos dizer que embora sejam estilos muito diferenciados Liddy Mignone e Esther
Scliar contribuíram para a atualização, reconstrução e dinamismo na linha da educação musi-
cal. Liddy Mignone e sua ludicidade com o trabalho de agógica, dinâmicas, intensidade, ritmo
e expressão corporal nos remete a um trabalho pedagógico diversificado. Já Esther Scliar em
seu ar mais contemporâneo pela influência do Grupo Viva, Koelrreutter e experiências dode-
cafônicas e atonais, traz uma contribuição de um método para alunos já musicalizados e nem
por isso foi um ensino menos dinâmico, vivo ou menos importante para o legado histórico da
educação musical.
61
IV
Unidade IV -
Jurity de Souza
Farias
Objetivos da Unidade
- Definir alguns aspectos como: histórico, experiências e práticas
musicais cotidianas, assim como produção musical e obra didá-
tica.
- Apontar a contribuição desta metodologia e sua influência no
Brasil.
- Despertar o interesse pelas correntes pedagógicas do métodos
ativos de ensino e o incentivo para adaptações para a educação
musical na atualidade.
Unidade IV - Jurity de Souza Farias
“Não temos a intenção de ter atingido um método perfeito (...) É realmente um ensino
prático com um sentido imediato. (... ) O método subentende algumas regras e conven-
ções como em qualquer jogo recreativo ou qualquer atividade, o que, mesmo na arte,
não se pode dispensar.”
Passo a passo:
Marcação de pulso: Marcar a parte forte com pé ou as mãos
Unidade de marcação ou tempo: Ao cantar a criança percebe que algumas unida-
des de tempo são mais fortes que outras e as mais fortes sucedem com regularidade, de duas
a duas, de três em três e assim sucessivamente.
Linha ou travessão: É colocada antes da marcação forte, separando as partes, cha-
mada de travessão ou barra de compasso.
63
Pausa final: é colocada no final do trecho musical, chamada de travessão.(fim do
trecho musical)
A criança agora aprende que no final de dois tempos o nome é binário, de três tempos
é ternário fazendo as devidas analogias.
Após as primeiras noções de solfejo e elementos de teoria, o ditado musical é introdu-
zido.
64
No início da prática de emissão de sons a autora sugere semibreves:
Vamos pensar em algumas adaptações para a utilização das atividades de Jurity nos
dias de hoje?
65
Atividade 1: Contando tempos
66
- Material: Tambor, piano e ou outro instrumento
- Preparação: Alunos de pé em círculo atentos aos comandos do professor.
Instruções:
O professor combinado com os alunos combinam vários tipos de passos:
67
- Material: Tambor, piano e ou outro instrumento
- Preparação: Alunos de pé em círculo atentos aos comandos do professor.
Quer saber as dicas e legenda para vários tipos de palmas? Acesse: http://www.
abemeducacaomusical.com.br/revista_musica/ed5/artigo3.pdf
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- Preparação: Alunos de pé com espaço para movimentação
Instruções:
Após ter estudado em atividades anteriores sobre o pulso e acentuação, o professor
executa vários tempos sem acento em andamento moderado executado no instrumento
de sua escolha. O professor realiza a execução e repentinamente insere um tempo alto,
acentuado em uma nota falando a palavra “ACENTO”.Os alunos são incentivados a fazer
estátua cada vez que ouvirem a nota acentuada e ouvirem a palavra acento. Inicia-se o co-
mando em intervalos regulares. A medida que os alunos conseguem entender o processo
da acentuação o professor deverá executar em intervalos irregulares de tempo e omitir o
comando verbal (acento).
Conforme os alunos vão adquirindo experiências o professor pode estabelecer que
qualquer aluno que se mexer em tempos não acentuados deve sair do jogo. Para que o alu-
no não fique sem fazer nada é interessante colocar a disposição instrumentos percussivos
para que o aluno possa tocar e auxiliar na marcação do pulso.
69
curso na Bahia sobre o método lhe causando tamanho impacto que adquiriu toda a bibliogra-
fia do educador. Em 1971 tornou a reencontrá-lo num curso de extensão da Universidade Fe-
deral da Bahia , quando então a seu convite, prestou um exame de proficiência do seu método,
exame este que fez com que Willems concedesse uma autorização por escrito e um certificado
permitindo-a formar pedagogos do seu método. Seu último encontro com o educador data de
1975, quando pode conhecer o estúdio onde ele trabalhava, assim como sua residência.
A autora inicia seu livro colocando os pressupostos básicos do método Willems já estu-
dados no primeiro guia de educação musical:
70
As relações psicológicas estabelecidas entre a música e o ser humano
Não utilizar recursos extra musicais no ensino musical
A abordagem da canção é feita com cuidados passando por vários parâmetros: pos-
tura física, movimentos corporais e afinação.
Em relação ao ritmo temos algumas sugestões enunciadas pela autora na página 32:
71
O livro de Carmen apresenta duas partes:
1- Na primeira aborda a leitura, escrita, leitura absoluta e relativa, movimento corporal, abor-
dagem da leitura e escrita musical, rítmica, melódica e associações.
2- Na segunda parte a autora oferece ao professor 30 planos de aula incluindo objetivos,
conteúdo e desenvolvimento passo a passo das atividades desenvolvidas no citado plano.
72
mãos após vivenciarem alguns compassos em aulas anteriores.
Depois fazem uma breve análise sobre sons contínuos ou intermitentes. Grafar os
sons realizando comparações:
73
Concluímos ao final desta unidade que podemos realizar a adaptação de diversos jogos
e atividades musicais sem deixar de abordar os conteúdos significativos e terminologias musi-
cais. Para Jurity as atividades são bem voltadas para o público infantil, onde a autora sugere a
utilização de gravuras, melodias de fácil assimilação e com fraseados regulares, onde os alunos
são incentivados a elaborar frases e criar exercícios de entonação. Sugerindo ainda o trabalho
do solfejo na tonalidade de dó maior e aos poucos inserir outras tonalidades. Já a educadora
Carmen Mettig Rocha, seguidora assídua de Willems baseia o ensino musical em seus pressu-
postos básicos para os estudos rítmicos e melódicos. Também é autora de diversos métodos e
materiais para o ensino musical, coral infantil, piano, solfejo e canções para iniciação musical,
além de ter produzido dois CDs para movimento corporal.
Para conhecer um pouco mais sobre o seu acervo musical não deixe de acessar: http://
www.musicaiem.com.br/livros.php
74
V Unidade V -
Koellreutter
Objetivos da Unidade
- Definir alguns aspectos como: histórico, experiências e práticas
musicais cotidianas, assim como produção musical e obra didá-
tica.
- Apontar a contribuição desta metodologia e sua influência no
Brasil.
- Despertar o interesse pelas correntes pedagógicas do métodos
ativos de ensino e o incentivo para adaptações para a educação
musical na atualidade.
Unidade V - Koellreutter
76
da, discutida e estruturada para ter real sentido. Lembramos sua famosa frase: “não acreditem
em nada que um professor diz".
Koellreutter desenvolveu intensa atividade como professor, compositor e conferencista
em São Paulo, Rio de Janeiro e outros pontos do país. Dirigiu o Instituto Cultural Brasil- Alema-
nha no Rio de Janeiro de 1975 a 1980, o Conservatório Dramático e Musical de Tatuí nos anos
de 1983 e 1984 e em 1985 fundou o Centro de Pesquisa em música Contemporânea na UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais), onde atuou como professor e diretor.
77
uma fundação que reúne parte do acervo do compositor: partituras, livros, manuscritos e
objetos.
Não há coisa errada em música a não ser aquilo que não se pode executar; o errado
absoluto em música não existe.
Não acredite em nada que o professor diz, não acredite em nada do que você lê,
não acredite em nada que você pensa, em outras palavras: questione sempre!
Pergunte sempre por quê? Não ensinar ao aluno o que ele pode encontrar nos li-
vros.
Em se tratando de uma educação musical que tem como objetivo prioritário a forma-
ção humana é realizada num contexto onde o aluno é estimulado e respeitado em todos os
aspectos: criar, experimentar, discutir, vivenciar, relacionar e debater numa integração musical
78
completa. Koellreutter sempre propôs a superação do currículo fechado, que determina pre-
viamente os conteúdos a serem transmitidos sem antes verificar o potencial do aluno o que
for de importante em cada contexto ou momento. Segundo ele a melhor hora para se ensinar
um novo conteúdo é a hora que o aluno quer saber, dizendo que os professores devem estar
atentos para perceber e atender a necessidade de seus alunos. Baseou-se no ensino pré-figu-
rativo, onde se orienta e guia o aluno, levando ao questionamento e ao debate, sem sujeitar a
tradição.
Em se tratando de uma educação musical que tem como objetivo prioritário a forma-
ção humana é realizada num contexto onde o aluno é estimulado e respeitado em todos os
aspectos: criar, experimentar, discutir, vivenciar, relacionar e debater numa integração musical
completa.
Atividade de improvisação
Ampliação 1: Duas fases de tamboriladas, surgindo entre elas uma pausa clara,
80
sendo uma maior e outra menor. O público crítico deve se posicionar a respeito. Poderão
ser utilizados dois grupos se contrastando (Ex: pele e madeira).
Ampliação 2: Procedendo como anteriormente porém a diferenciação na pau-
sa relata a intensidade e o timbre.
Ampliação 3: Três fases com duração, timbre e intensidade diferentes separa-
dos por duas pausas. Aos críticos cabe falar sobre a duração, qualidade e expressão das
fases e silêncios.
Ampliação 4: O primeiro grupo inicia e o segundo entra posteriormente com
timbre aproximado. Cada grupo executará duas fases sem que haja coincidência nas pau-
sas.
Ampliação 5: Três fases separadas por pausas com duração e timbre diferencia-
dos. A fase deve ser executada em piano com acréscimo de estruturas irregulares.
O plano é multidirecional, ou seja, pode ser lido em qualquer direção e o silêncio é re-
presentado pela ausência de sinal. Os tracinhos podem ser considerados segundos.
81
Som médio na mesma altura com sons mais curtos do agudo para o grave:
Algumas convenções:
Glissando ascendente
Glissando descendente
82
Sons simultâneos de média duração
Bicordes
Acordes
83
Apesar das adaptações necessárias para as aplicações das atividades de Koellreutter
(como número de participantes, a falta de instrumentação nas escolas e ou outras questões) é
possível a aplicação de suas sugestões didáticas permitindo a oportunidade de improvisação,
criação e readaptação viável à implementação do ensino de música no ensino básico, em con-
formidade com a lei 11.769, em vigor desde o ano de 2008 e o ensino de música com qualidade
nas escolas.
84
através da utilização da escala humana, e neste trabalho de reconhecimento auditivo diversas
dinâmicas para reconhecimento de notas, classificação de intervalos e outras variantes intitu-
lando como passo grande (tom) e passo pequeno (para semitom). Para o ritmo como seguidor
de Dalcroze nada mais interessante que a utilização de movimentos corporais não é mesmo?
Com exercícios de reação rápida e criação musical. Para a memorização de símbolos musicais
trabalhou com tacos proporcionais e com jogos que podem ser facilmente adaptados para os
dias de hoje.
Na unidade III temos Esther Scliar, uma educadora para a renovação do ensino musical
que para o ensino de Percepção Musical adotou o método analítico. No campo rítmico tra-
balhava pulso, apoio, noções de síncope e contratempo tendo a mínima como pulso. Tinha o
intervalo como base principal de ensino musical. Já Liddy Mignone apresentava uma educação
musical voltada para o ensino e vivência das dinâmicas (forte e fraco), agógicas ( acelerando
e retardando), associação de tempos (onde animais representam as figuras musicais). A dife-
rença de modos pela dinâmica modo maior (alegre) e menor (triste) e defensora assídua da
bandinha como recurso essencial na formação musical inicial.
Na unidade IV Jurity de Souza Farias destaca o solfejo como alicerce principal do desen-
volvimento de educação musical descartando toda e qualquer definição teórica e marcação
forte para o tempo. Na aprendizagem da melodia deve cantar as notas com texto e após a rea-
lização do solfejo só depois a nomenclatura das mesmas. Já Carmen Maria Mettig Rocha baseia
sua proposta pedagógica em Willems com exercícios que envolvem análise auditiva, classifica-
ção e ordenação sonora, noções de instrumento de banda rítmica, gráficos para treinamento
do movimento sonoro sem utilização da pauta musical, unidades de tempo, de compasso, tom,
semitom, acidentes, intervalos, escalas homônimas, compassos compostos e análises de pe-
quenas melodias.
Já na unidade V Koellreutter foi um educador motivador e revolucionário que em re-
lação ao aspecto auditivo se preocupava com uma audição de músicas baseadas no contexto
social em que o aluno está envolvido. Sua proposta de educação musical baseia outros siste-
mas de música, instrumentos não tradicionais e notações diferentes da tradição europeia. Na
85
abordagem metodológica podemos dizer que o objetivo está na audição independente de se-
rem elementos musicais ou não musicais. Sua abordagem priorizou e valorizou a importância
e o porquê da música (e da arte) na vida humana, sempre lembrando que cada sociedade, com
suas características e necessidades próprias, condiciona um tipo de arte.
Em se tratando de uma educação musical que tem como objetivo prioritário a forma-
ção humana é realizada num contexto onde o aluno é estimulado e respeitado em todos os
aspectos: criar, experimentar, discutir, vivenciar, relacionar e debater numa integração musical
completa. Propôs a superação do currículo fechado e baseou-se no ensino pré-figurativo. Teve
como destaque de seu ensino a improvisação de forma organizada e participativa. Com rela-
ção a escrita o plano é multidirecional, ou seja, pode ser lido em qualquer direção.
Destacamos o histórico destes educadores, sua trajetória, influência pedagógica, dize-
mos assim porque muitos foram ensinados e vivenciados em cursos e capacitações, não tendo
registro escrito preciso. Mas o pouco que conseguimos colher de livros como da Ermelinda Paz,
teses, artigos ou trabalhos a respeito como o atual da educadora Teca Alencar ou Marisa Fon-
terrada, nos faz acreditar que estas tendências foram e continuam sendo importantes na me-
diação entre a educação musical através do processo musicalizador e o ensino de instrumento.
Contudo esperamos despertar a curiosidade pela busca, leitura, atualização e reconstrução do
planejamento didático através do breve conhecimento destes educadores brasileiros. É preci-
so valorizar e buscar de forma comparativa o trabalho e contribuição de cada um aliando aos
conhecimentos e somando embasamento para a aplicação prática para a atualidade! É um
desafio? Sem dúvida! Mas então: mãos a obra, muita criatividade e vamos lá!
86
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