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Página inicial ► Meus cursos ► Licenciatura em Música ► Quinto Semestre ► G_EMU_MEM3_5_1 ► 17 fevereiro - 23 fevereiro ► Aula 01- Educação
Musical no Brasil e metodologias complementares
Rubem Alves
Nesta semana entraremos em contato com educadores musicais brasileiros, os quais engajaram-se
fortemente na difusão de um ensino musical sensível ao desenvolvimento do aluno, a partir de
atividades práticas. É importante mencionar que na atuação cotidiana desses educadores, poucos e
pontuais foram os momentos de definições ideológicas e metodológicas rígidas, pois de uma forma
geral, suas abordagens confluiram entre contextos de sua época, não sendo possível – nem
desejável – definir com exatidão períodos e ações específicas.
"De acordo com Fonterrada (2008, p. 214), Anita Guarnieri, Isolda Bruch (em SP), Liddy Mignone, Sá
Pereira, Gazzi de Sá e Lorenzo Fernandes (RJ), Ernest e Maria Aparecida Mahle, entre outros, “eram
herdeiros diretos dos educadores musicais que revolucionavam, desde o início do século XX, a
educação musical européia: Edgar Willems, Jacques Dalcroze, Carl Orff e Zoltán Kodály”. Em comum,
a separação de aula de música da aula de instrumento, o fomento da atividade prática em música, o
uso do corpo e grande enfoque na perceção auditiva. Acima de tudo, conforme Paz (2000), a tônica
era “Eu sinto”, no lugar de “eu sei”.
Para a pesquisadora Paz (2000, p.10), o séc. XX foi marcante no que diz respeito ao surgimento e
evolução das doutrinas pedagógico-musicais, movimento que possui sua base ainda no séc. XVI. Em
suas palavras sobre o método Dalcroze:
“No Brasil, esse método encontrou total receptividade através dos professores Liddy Mignone e Sá
Pereira, que o aplicaram amplamente junto com algumas ideias do pedagogo Edgar Willems, também
muito conhecido pelo seu enfoque psicológico. O pedagogo alemão Carl Orff contribuiu muito para a
ampliação e solidificação do ensino musical, enriquecendo as aquisições anteriores com a introdução
da linguagem como geradora de ritmos. Esses três métodos foram os que mais se popularizaram no
Brasil”.
Essa autora critica a fórmula de “modismos”, que abandona métodos tradicionais muito bem
fundamentados, apenas pelo princípio do “novo”. De acordo com ela, “nosso desconforto é mais para
com os envernizadores do ensino musical, que trabalham mal um método tradicional com roupagem,
às vezes, contemporânea e vice-versa” (PAZ, 2000, p. 12). Paz enfatiza as palavras de Willems
quando disse que:
Para Paz (2000), o séc. XX foi marcante no que diz respeito ao surgimento e evolução das doutrinas
pedagógico-musicais, movimento que possui sua base ainda no séc. XVI. Enumeraremos as principais
correntes tradicionais da metodologia em educação musical.
João Gomes Jr. (método analítico); Heitor Villa-Lobos (método coral); Antônio Leal Pereira (método de
iniciação musical); Gazzi de Sá (musicalização); Liddy Mignone (recreação musical); entre outros, são
os brasileiros cujas metodologias podemos destacar como tradicionais.
Como vanguardista que foi, Koellreutter procurou romper antigos paradigmas do ensino, limitados,
nas primeiras décadas do séc. XX, à utilização padronizada de métodos consagrados, geralmente de
tradição eurocêntrica ou fortemente por ela influenciada. Não quer dizer que esse educador
desprezou a sistematização do ensino musical; pelo contrário: procurou fortalecer um ensino com
o pressuposto de que esse modelo servisse como fonte criativa, transcendente e que partisse do
aluno – pensamento contemporâneo vigente. “É preciso aprender a apreender do aluno aquilo
que ensinar”, costumava dizer (apud Brito, 2001, p.31). Repare no que uma letra a mais carrega
consigo em significado (apreender).
Na segunda metade do séc. XX, tornam-se relevantes os estudos de Paynter, Schaefer, e, mais tarde,
Swanwick. No Brasil, Antunes e Koellreutter afirmam a necessidade de romper com antigos preceitos,
trazendo finalmente a improvisação e a música contemporânea para a sala de aula. Passa a vigorar o
conceito de “música pela música”, de valorização da diversidade, da contextualização e do discurso
musical do aluno. José Eduardo Gramani (rítmica), Alda Oliveira (música contemporânea) e o jovem
Luacas Ciavatta (ritmo corporal) são exemplos de quebra de metodologias tradicionais. Importante
mencionar, ainda, áreas mais recentes: o ambiente virtual e a utilização de tecnologias na educação
musical e suas metodologias próprias."
(in http://prolicenmus.ufrgs.br/repositorio/moodle/material_didatico/didatica_musica/un22/didat_un22_conteudo.pdf
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