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Musical no Brasil e metodologias complementares

Administração Aula 01- Educação Musical no Brasil e metodologias


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Aula 01- Educação Musical no Brasil e metodologias
complementares

“Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música


não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas
e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música,
ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas
bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical.
A experiência da beleza tem de vir antes".

Rubem Alves

“Eu sinto”, no lugar de “eu sei”

Estamos abordando metodologias de educadores musicais envolvidos com a proposta de um fazer


musical prático, antes do estudo teórico, conforme defendem os Métodos Ativos em Educação
Musical. Na unidade anterior vimos que Suzuki encerra a primeira geração destes educadores,
difundidos especialmente na primeira metade do séc. XX, enquanto Villa-Lobos, sob influência de
Kodály, passa a difundir essa metodologia através do Canto Orfeônico no Brasil, abordagem
predominante por décadas no País.

Nesta semana entraremos em contato com educadores musicais brasileiros, os quais engajaram-se
fortemente na difusão de um ensino musical sensível ao desenvolvimento do aluno, a partir de
atividades práticas. É importante mencionar que na atuação cotidiana desses educadores, poucos e
pontuais foram os momentos de definições ideológicas e metodológicas rígidas, pois de uma forma
geral, suas abordagens confluiram entre contextos de sua época, não sendo possível – nem
desejável – definir com exatidão períodos e ações específicas.

"De acordo com Fonterrada (2008, p. 214), Anita Guarnieri, Isolda Bruch (em SP), Liddy Mignone, Sá
Pereira, Gazzi de Sá e Lorenzo Fernandes (RJ), Ernest e Maria Aparecida Mahle, entre outros, “eram
herdeiros diretos dos educadores musicais que revolucionavam, desde o início do século XX, a
educação musical européia: Edgar Willems, Jacques Dalcroze, Carl Orff e Zoltán Kodály”. Em comum,
a separação de aula de música da aula de instrumento, o fomento da atividade prática em música, o
uso do corpo e grande enfoque na perceção auditiva. Acima de tudo, conforme Paz (2000), a tônica
era “Eu sinto”, no lugar de “eu sei”.

O contexto brasileiro de Educação Musical

Para a pesquisadora Paz (2000, p.10), o séc. XX foi marcante no que diz respeito ao surgimento e
evolução das doutrinas pedagógico-musicais, movimento que possui sua base ainda no séc. XVI. Em
suas palavras sobre o método Dalcroze:

“No Brasil, esse método encontrou total receptividade através dos professores Liddy Mignone e Sá
Pereira, que o aplicaram amplamente junto com algumas ideias do pedagogo Edgar Willems, também
muito conhecido pelo seu enfoque psicológico. O pedagogo alemão Carl Orff contribuiu muito para a
ampliação e solidificação do ensino musical, enriquecendo as aquisições anteriores com a introdução
da linguagem como geradora de ritmos. Esses três métodos foram os que mais se popularizaram no
Brasil”.

Essa autora critica a fórmula de “modismos”, que abandona métodos tradicionais muito bem
fundamentados, apenas pelo princípio do “novo”. De acordo com ela, “nosso desconforto é mais para
com os envernizadores do ensino musical, que trabalham mal um método tradicional com roupagem,
às vezes, contemporânea e vice-versa” (PAZ, 2000, p. 12). Paz enfatiza as palavras de Willems
quando disse que:

“O importante não é o método, mas sim ter método.”

Para Paz (2000), o séc. XX foi marcante no que diz respeito ao surgimento e evolução das doutrinas
pedagógico-musicais, movimento que possui sua base ainda no séc. XVI. Enumeraremos as principais
correntes tradicionais da metodologia em educação musical.

João Gomes Jr. (método analítico); Heitor Villa-Lobos (método coral); Antônio Leal Pereira (método de
iniciação musical); Gazzi de Sá (musicalização); Liddy Mignone (recreação musical); entre outros, são
os brasileiros cujas metodologias podemos destacar como tradicionais.

Metodologias Alternativas em Educação Musical


Para Alvares (2009), os movimentos alternativos na educação musical apareceram como reação aos
métodos convencionais de ensino ao longo do século XX. Nas palavras de Koellreutter (apud Brito,
2001) “Meu método é não ter método [...]. O método fecha, limita, impõe...e é preciso abrir,
transcender, transgredir, ir além”.

Como vanguardista que foi, Koellreutter procurou romper antigos paradigmas do ensino, limitados,
nas primeiras décadas do séc. XX, à utilização padronizada de métodos consagrados, geralmente de
tradição eurocêntrica ou fortemente por ela influenciada. Não quer dizer que esse educador
desprezou a sistematização do ensino musical; pelo contrário: procurou fortalecer um ensino com
o pressuposto de que esse modelo servisse como fonte criativa, transcendente e que partisse do
aluno – pensamento contemporâneo vigente. “É preciso aprender a apreender do aluno aquilo
que ensinar”, costumava dizer (apud Brito, 2001, p.31). Repare no que uma letra a mais carrega
consigo em significado (apreender).

Na segunda metade do séc. XX, tornam-se relevantes os estudos de Paynter, Schaefer, e, mais tarde,
Swanwick. No Brasil, Antunes e Koellreutter afirmam a necessidade de romper com antigos preceitos,
trazendo finalmente a improvisação e a música contemporânea para a sala de aula. Passa a vigorar o
conceito de “música pela música”, de valorização da diversidade, da contextualização e do discurso
musical do aluno. José Eduardo Gramani (rítmica), Alda Oliveira (música contemporânea) e o jovem
Luacas Ciavatta (ritmo corporal) são exemplos de quebra de metodologias tradicionais. Importante
mencionar, ainda, áreas mais recentes: o ambiente virtual e a utilização de tecnologias na educação
musical e suas metodologias próprias."
(in http://prolicenmus.ufrgs.br/repositorio/moodle/material_didatico/didatica_musica/un22/didat_un22_conteudo.pdf

Última atualização: terça, 14 janeiro 2014, 05:55

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