1) A educação musical tem sido incluída e removida repetidamente do currículo escolar brasileiro.
2) A ABEM tem promovido o ensino coletivo de instrumentos de cordas através do método Suzuki e método Jaffé.
3) O ensino coletivo pode democratizar o acesso à educação musical.
Descrição original:
educaçãomusica cordasgraves
Título original
1.Educação Musical e Formação Através Dos Instrumentos de Cordas Friccionadas.
1) A educação musical tem sido incluída e removida repetidamente do currículo escolar brasileiro.
2) A ABEM tem promovido o ensino coletivo de instrumentos de cordas através do método Suzuki e método Jaffé.
3) O ensino coletivo pode democratizar o acesso à educação musical.
1) A educação musical tem sido incluída e removida repetidamente do currículo escolar brasileiro.
2) A ABEM tem promovido o ensino coletivo de instrumentos de cordas através do método Suzuki e método Jaffé.
3) O ensino coletivo pode democratizar o acesso à educação musical.
Educação musical e formação através dos instrumentos de cordas
friccionadas.
A Educação Musical tem sido incluída e subtraída do currículo escolar
brasileiro a cada reforma educacional. Ora considerada como componente curricular, ora como conteúdo vinculado ao ensino de Artes. Essa trajetória passou por inúmeros impasses e ajustes voltando a ser pauta das discussões de educadores musicais, em especial, a partir da criação da Associação Brasileira de Educação Musical - ABEM.
Segundo Figueiredo, A Associação Brasileira de Ensino Musical – ABEM, teve
um grande papel de destaque nos debates e encaminhamentos articulando em diversas etapas até a aprovação da lei. Ela surgiu na década de 90, com a finalidade de integrar profissionais, promover e consolidar o pensamento crítico através da realização de encontros, divulgação de trabalhos, pesquisa e atualização de professores na área da educação musical.
Diversos educadores musicais como Fonterrada, Guimarães, Dias e outros,
relatam em seus artigos o desenrolar desta história. Contudo, por diversos fatores, ainda que presente nos Referenciais Curriculares e nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os conteúdos de Educação Musical ainda não estão presentes no cotidiano das escolas.
Porém, surge um novo caminho com a promulgação da Lei 11.769/08,
sancionada em 18 de agosto de 2008, que altera a redação da Lei nº 9.394/96, dispondo que a música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular previsto no § 2º do artigo 26 da LDB de 1996. Abriu-se a possibilidade da universalização do acesso à Educação Musical, enquanto bem cultural, a toda a população.
Há algum tempo a ABEM, vem se dedicando na busca de novos
conhecimentos e metodologias mais efetivas para o ensino de música, que sejam capazes de atuar com maior eficácia na formação musical do aluno e que esteja de acordo com o seu contexto sociocultural. Entre os modelos pesquisados, destaca-se o ensino coletivo para cordas friccionadas. No Brasil, nesta modalidade de ensino, sobressai a influência do método Suzuki e a metodologia Jaffé introduzida pelo maestro Alberto Jaffé, na década de 70 em várias cidades do país com o apoio de algumas instituições como o SESI, SESC e FUNARTE.
É importante ressaltar que o método Suzuki é hoje um dos mais
difundidos no mundo para o ensino de instrumentos de cordas, trazendo a ideia de que qualquer criança devidamente treinada pode desenvolver a habilidade musical, da mesma forma que a habilidade de falar sua língua materna é desenvolvida.
Para o professor Marco Antônio Silva – UFCA, Alberto Jaffé criou o
Método Jaffé de Ensino Coletivo de Cordas, que permite que os alunos aprendam em pouco tempo, a posição dos instrumentos, como produzir som de violino, viola, violoncelo e contrabaixo e tocar em conjunto lendo partituras. Segundo o professor o método aposta na aprendizagem coletiva, que ajuda a despertar mais interesse nos alunos, e na correção imediata dos erros para evitar possíveis vícios.
Flavia Cruvinel, em artigo apresentado no ENECIM em 2008, “o Ensino
Coletivo de Instrumento Musical pode ser uma importante ferramenta para o processo de socialização do ensino de musica, democratizando o acesso do cidadão à formação musical”, fazendo com que um número maior de pessoas possa se apropriar desse conhecimento.
As iniciativas mais expressivas das quais se tem registro o ensino
coletivo de cordas friccionadas, estão: Projeto Espiral, Guri, Acorde para as Cordas, Ação Social Pela Música (João Pessoa), Neojiba (Bahia), Orquestra Criança Cidadã (Pernambuco), PRIMA (Paraíba).
Dentre as Instituições de educação superior, que utilizam o método
coletivo para o ensino de cordas friccionadas, destaco a Universidade Federal do Ceará- UFC - Fortaleza, UFC – Sobral e UFCA, que prepara o discente para atuar como educador musical nos mais variados contextos. Entre as disciplinas ofertadas, está a disciplina Prática de Instrumentos de Cordas Friccionadas Graves, Pratica em Conjunto e a Prática em Orquestra I e II, que funciona como braço de apoio para os futuros docentes que podem ter nesta prática, uma vivência maior com a técnica do instrumento e o aprimoramento do seu desempenho em conjunto com os demais discentes, sob a regência de um professor com experiência orquestral.
Apesar dos instrumentos friccionados de cordas graves, como o
violoncelo e o contrabaixo, não serem acessíveis às comunidades carentes por terem um alto custo, sua participação efetiva no processo de socialização do conhecimento musical nesses espaços é insuficiente. No entanto, em lugares onde já existam esses instrumentos, são excelentes para o ensino coletivo, podendo ser uma grande ferramenta para democratização do acesso à música.
O Cariri possui um grande potencial artístico e oferece uma grande
motivação para a inclusão da Música dentro ou fora do ambiente formal. O trabalho de musicalização através das cordas friccionadas na região decorre da tradição do ensino da Rabeca. A Rabeca foi um dos primeiros instrumentos melódico utilizado no forró, tendo-se notícias de sua utilização desde a Idade Média. Instrumento de cordas de tom mais baixo que o do violino, tendo um timbre fanhoso, tangido por um arco de crina ou sisal. Porém, como em muitos lugares de nosso país, muitos rabequeiros aprenderam o instrumento de forma autodidata, não possuindo assim, formação técnica para este aprendizado. Isso tem feito com que muitos desses músicos entusiastas, passem a frequentar o ensino superior, ingressando no curso de licenciatura em música da UFCA.