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(2º Ciclo)
Covilhã, 2022
Resumo
I- Introdução.
Portanto, muitos veem a coopetição como um novo modelo de negócio, um modelo que
vem oferecer vantagens que anteriores modelos não permitiam. São entendidos como
benefícios específicos resultantes da coopetição a criação de valor, a realização de
contactos seguros, a melhoria da produtividade e da qualidade, o acesso a matérias-
primas e a redução dos riscos (Walley, 2007).
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Abordando essa lacuna de conhecimento, pesquisa tenta entender qual o impacto das
estratégias de coopetição no sector das ERP. Assim como analisar e descrever as
principais motivações subjacentes à formação de parcerias entre SAP e a IBM.
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entre si com o objetivo de criarem e de oferecerem valor para os seus clientes, de
crescerem financeiramente ou de aumentarem as suas quotas de mercado. Amato Neto
(2000) afirma que a cooperação entre as empresas permite articular competências e
know how, assim como partilhar custos, riscos e conhecimentos de modo a explorar
novas oportunidades de negócio.
Para Luo, Slotegraaf e Pan (2006), a coopetição colabora para a aquisição de um amplo
conhecimento de mercado, que gera um nível superior de cooperação e amplitude na
concorrência, que, por fim, leva a um melhor desempenho financeiro e de mercado.
Além do mais, a coopetição estimula aperfeiçoamentos nos produtos, serviços, nas
relações com os consumidores, ganhos de qualidade, bem como de produtividade, que
não seriam possíveis de alcançar se desenvolvidos separadamente (Monticelli, 2015).
Entretanto, na coopetição, contrário ao que sucede com a cooperação, o que é melhor
para uma organização pode não ser melhor para outra ou para seus objetivos de
acréscimo de desempenho.
Vários autores argumentam que as alianças entre concorrentes não representam uma
alternativa à rivalidade de mercado, mas sim uma nova forma de competição (Hamel,
Doz e Prahalad 1989; Hamel, 1991; Lei, Slocum e Pitts 1997). Esses acordos são
baseados em modelos conflituosos em que as relações de poder e os interesses comuns
mantêm um frágil equilíbrio entre os parceiros. o equilíbrio de poder entre os
participantes e seu posicionamento no mercado. As empresas com forte posição no
mercado tendem a adotar uma abordagem competitiva, mas a necessidade de recursos
externos exige um comportamento cooperativo. A simultaneidade dessas duas situações
pode levar uma empresa a optar por uma estratégia de coopetição (Bengtsson e Kock
1999).
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representa uma oportunidade de absorver o knowhow da organização parceira para
consolidar a própria vantagem competitiva da empresa, sem transferir informações
estratégicas para o parceiro (Hamel 1991; Ritala e Hurmelinna-Laukkanen 2009).
Guidice,
Vasudevan e Duysters (2003) definem esse tipo de parceria como uma ação competitiva
iniciada com o objetivo de obter uma vantagem competitiva de curto ou longo prazo.
Colaborar com concorrentes diretos pode, portanto, representar uma situação perigosa.
Quanto mais longa a cooperação, maior a possibilidade de o concorrente reforçar sua
vantagem de mercado, utilizando os recursos e capacidades acessados durante a
parceria.
Uma empresa pode adotar uma estratégia de coopetição como resultado de vários
fatores. Uma maior competição de mercado obriga as empresas a melhorar seu
desempenho e atratividade de mercado, por meio de reduções de custos ou
desenvolvimento de novos produtos. O desenvolvimento de uma vantagem competitiva
é uma condição essencial para a sobrevivência e desenvolvimento da empresa (D'Aveni,
1994).
Por essas razões, uma parceria desenvolvida entre organizações concorrentes está sob
pressão significativa. Em geral, esses acordos são curtos e instáveis, pois a qualquer
momento uma das firmas pode considerar que seu parceiro ganha mais vantagens com a
colaboração (Park e Russo 1996). Aplicando essa lógica, qualquer empresa que
colabore com um concorrente pode ser tentada a maximizar seus benefícios pessoais,
seja minimizando seu investimento, seja tentando absorver a maior parte do valor criado
por meio da parceria.
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Normalmente, essa atitude determina que a organização parceira encerre a relação
coopetitiva.
Muitos veem a coopetição como um novo modelo de negócio que vem oferecer
vantagens que anteriores modelos não permitiam. São entendidos como benefícios
específicos resultantes da coopetição a criação de valor, a realização de contactos
seguros, a melhoria da produtividade e da qualidade, o acesso a matérias-primas e a
redução dos riscos (Walley, 2007).
Com esta estratégia, as empresas tendem a incrementar a sua produção, a reduzir o seu
esforço e os riscos associados ao investimento, a reforçar a flexibilidade da sua resposta
às exigências do mercado. Tendem também a acelerar o ritmo da produção de inovações
tecnológicas, a valorizar as suas marcas, a aumentar o valor para os clientes e a obter
ganhos com economias de escala (Cerdeira 2013).
A coopetição entre empresas é uma estratégia que segundo Bouncken & Kraus (2012)
ajuda ao progresso tecnológico, uma vez que permite às PME partilharem os custos com
I&D, obterem economias de escala e sinergias - devido à partilha de recursos e
competências, obterem recursos e conhecimentos complementares, entrarem em novos
mercados, superarem os concorrentes mais fortes e reduzirem os riscos.
No entanto, este tipo de estratégia também comporta alguns riscos, relacionados com a
ocorrência de eventuais conflitos entre as partes envolvidas. Quando uma das partes
apenas está interessada na aquisição de informação e não partilha a sua própria, aumenta
a sua exposição ao risco porque partilha muito do seu know-how, sem receber nada em
troca. Podem assim criar-se dificuldades na definição dos direitos e das obrigações
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recíprocas entre as partes, o que pode gerar problemas de integração, de falta de
confiança, de risco de dependência, de incompatibilidade e de falta de espírito de
cooperação (Roy & Yami, 2009).
Mais recentemente, a coopetição tem sido considerada como uma relação paradoxal
entre dois ou mais atores envolvidos simultaneamente em uma interação cooperativa e
coopetitiva, sejam eles horizontais ou verticais (Bengtsson & Kock, 2014). Raramente,
é um estado relacional estável marcado por constantes movimentos estratégicos de
cooperação e coopetição (Bengtsson et al., 2010; Roy & Yami, 2009). Entende-se que a
concorrência é uma forma de empresas concorrentes que trabalham em conjunto para
buscar objetivos comuns que não conseguiriam atingir individualmente.
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serem capazes de acrescentar valor, tanto para o cliente, como para a empresa. Neste
contexto, os resultados da competição traduzem-se num jogo do tipo «soma nula», onde
os ganhos de um correspondem inversamente às perdas dos outros (Luo, 2007). O
objetivo principal é a obtenção do máximo benefício com o mínimo de custos, ou seja,
obter o maior retorno possível em relação ao capital investido.
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III- Metodologia de estudo
Ou seja, para Le Roy e Gurÿu (2013), as aplicações ERP são programas de software que
facilitam a integração e gestão dos processos organizacionais, utilizando uma
plataforma única. Estes sistemas de informação baseiam-se na tecnologia cliente-
servidor, integrando um conjunto de aplicações modulares que partilham e utilizam uma
base de dados centralizada. Assim, as empresas que pretendem utilizar o ERP devem
adotar um sistema operacional centralizado, instalar um banco de dados e introduzir um
servidor de aplicações, operações essas normalmente realizadas por organizações de
serviços especializados.
Nessa perspectiva, Le Roy e Gurÿu (2013), consideram que a cadeia de valor agregado
do setor de ERP é composta por cinco elementos principais:
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As organizações que fornecem servidores (por exemplo, IBM, Oracle, Novell e mais
recentemente SAP);
O presente estudo tem como objectivo entender qual o impacto das estratégias de
coopetição no sector das ERP. Assim como analisar e descrever as principais
motivações subjacentes à formação de parcerias entre SAP e a IBM.
Neste estudo, a pesquisa secundária foi focada nas características específicas do setor
(ERP e EAS – sistema de aplicação empresarial), e nas ações estratégicas da SAP e
IBM, coletando informações a partir de relatórios corporativos e press releases,
estatísticas de mercado, trabalhos acadêmicos e artigos profissionais.
Este tipo de análise (qualitativa exploratória), de acordo com Babbie (1986) é aplicado,
principalmente, nas situações em que o objeto de estudo é relativamente novo e, ainda,
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pouco estudado, sendo que permite ao investigador uma maior flexibilidade e
criatividade, durante a pesquisa sobre o tema em estudo (Aaker, Kumar & Day, 1995).
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A história de sucesso do SAP R/3 começou em 1992, com o software cliente-servidor
abrindo caminho para uma economia globalizada, transformando a SAP em uma
empresa global com subsidiárias e centros de desenvolvimento em todo o mundo. Em
1999, a SAP respondeu à Internet e à nova economia lançando sua estratégia
mysap.com. Dez anos depois, a empresa se ramificou em três mercados do futuro:
tecnologia móvel, tecnologia de banco de dados e nuvem. Para se tornar rapidamente
um participante importante nesses novos domínios, a SAP adquiriu alguns de seus
concorrentes, incluindo Business Objects, Sybase, Ariba, SuccessFactors, Fieldglass e
Concur.
Em 2011-2022, as análises de dados que costumavam levar dias ou até semanas agora
são concluídas em segundos. Quatro anos depois, a SAP lançou o SAP S/4HANA, sua
última geração de software empresarial, rodando inteiramente em SAP HANA. A SAP
está empenhada em permitir que todas as empresas se tornem inteligentes, conectadas
em rede e sustentáveis – reunindo as soluções, a tecnologia e as melhores práticas
necessárias para executar processos de negócios digitais integrados na nuvem. A SAP
oferece opções entre os quatro maiores fornecedores de nuvem de hiperescala. Os
aplicativos integrados da empresa conectam todas as partes de um negócio em um
conjunto inteligente em uma plataforma digital. O SAP Business Technology Platform
reúne desenvolvimento de aplicativos, dados e análises, integração e IA em uma
plataforma. É um elemento central da oferta “RISE with SAP” da SAP. Atualmente, a
SAP tem mais de 240 milhões de usuários de nuvem, mais de 100 soluções que cobrem
todas as funções de negócios e o maior portfólio de nuvem de qualquer provedor. A
SAP opera 65 centros de dados em 35 localizações em 16 países.
Com mais de 400 mil colaboradores em todo o mundo, a IBM é a maior empresa da
área de TI no mundo. A IBM detém mais patentes do que qualquer outra empresa
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americana baseada em tecnologia e tem 15 laboratórios de pesquisa no mundo inteiro. A
empresa possui cientistas, engenheiros, consultores e profissionais de vendas em mais
de 150 países.
Três anos mais tarde, em 1914, Thomas J. Watson (líder industrial que foi um dos
homens mais ricos do seu tempo) assumiu a presidência da organização e estabeleceu
normas de trabalho absolutamente inovadoras para a época. Naquele tempo, a CTR
contava com menos de 1 400 funcionários e as constantes pesquisas de engenharia
resultaram na criação e no aperfeiçoamento de novas máquinas de contabilidade,
exigidas pelo rápido desenvolvimento industrial. Antes do ano de 1924, aquele pequeno
grupo de homens havia aumentado e diversificado muito sua experiência. Os produtos
ganharam maior qualidade, surgiram novas máquinas e com elas novos escritórios de
vendas e mais vendedores.
No início do século XX, a IBM era a única empresa do mundo que dispunha da
tecnologia de cartões perfurados, aplicado em quase todas as áreas que utilizavam
máquinas para cadastro, identificação, arquivo e regulação de informações.
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4. Resultados e Discussão
4.1. A evolução da indústria de ERP
Os resultados indicam a existência de duas fases sucessivas na evolução da indústria de
ERP: uma fase de arranque no início de 1981, seguida de um período de
desenvolvimento (1989-1999) e de uma fase de reestruturação do mercado (1999 – dias
atuais). Essa evolução é determinada pelo desenvolvimento progressivo do mercado de
ERP, que se torna competitivo e cooperativo, devido ao grande número de alianças
estabelecidas entre produtores de software, prestadores de serviços e empresas de
consultoria.
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empresas a adotarem estratégias globais. Essas estratégias foram reforçadas por meio de
parcerias intercionais com empresas de sistemas de informação, bem como com as
cinco maiores empresas globais de consultoria e auditoria.
Desde 1996, a SAP tornou-se líder global do mercado de ERP. A SAP e seus principais
concorrentes (IBM, Oracles) aplicaram estratégias agressivas para manter e mehorar seu
posicionamento no mercado. Ao mesmo tempo, uma série de novas empresas penetram
nesse mercado. Eram empresas de software que produziam aplicativos mais
especializados, mas também empresas de freeware, fornecedores de aplicativos de
internet ou grandes empresas de software como a Microsoft.
O mercado de ERP ficou saturado, pois a maioria das grandes empresas já estavam
equipadas com sistemas ERP. No entanto, algumas organizações clientes começam a
perceber os sistemas ERP como muito complexos e caros, e exigem aplicativos mais
simples e flexíveis (por exemplo, SCM, CRM, aplicativos SME) baseados em sistemas
de software abertos conectados à tecnologia da Internet. Para aproveitar o mercado de
EAS em rápido desenvolvimento, a SAP lançou sua oferta de aplicativos de e-business
– MySap.com, e criou uma nova parceria com a CommerceOne para diversificar suas
competências.
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Após 2004, os fornecedores tradicionais de sistemas ERP diversificaram as suas ofertas
incluindo aplicações especializadas e serviços baseados na Internet. Microsoft, Oracle e
SAP adquiriram outras empresas para reforçar sua posição no mercado de aplicativos
empresariais especializados. O mercado era, portanto, caracterizado pela concentração e
intensa competição. No entanto, apesar da intensa rivalidade, uma série de ações
coletivas (por exemplo, pedidos comuns de patentes, desenvolvimento e harmonização
de novos padrões relativos à arquitetura aberta de software) continuaram a ser
organizadas em conjunto pelos principais concorrentes do mercado.
Desde o lançamento no mercado dos produtos SAP, a IBM e a SAP são coopetidoras, porque a
IBM também desenvolveu aplicativos de software para empresas. Desde o final da década de
1990, as duas empresas estão envolvidas em muitas atividades cooperativas e competitivas
(portais de Internet, soluções de e-business, etc.). Os especialistas em implementação da IBM e
SAP usam metodologias de ERP comprovadas para ajudar organizações em todo o mundo a
criar roteiros personalizados que reduzem custos, aumentam a agilidade e melhoram os
resultados, conforme podemos constar na Tabela 1.
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experiências comparação com os organização
métodos
tradicionais.
5. Conclusões
A coopetição representa uma combinação simultânea de riscos e vantagens estratégicas
(Gnyawali e Park, 2009). Obter acesso aos recursos e competências de outra
organização representa uma vantagem importante. No entanto, existe um risco
importante de que a organização parceira absorva mais recursos estratégicos do que
fornece (Dussauge, Garette e Mitchell 2000; Hamel, Doz e Prahalad 1989). Neste
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contexto, os acordos coopetitivos caracterizam-se por tensões interorganizacionais, que
induzem a uma situação de instabilidade permanente.
Entretanto, a IBM e SAP tem uma estratégia de coopetição que já dura mais de 50 anos,
que de alguma maneira faz com quem esta parceira cresça com a implementação de
vários projectos tecnológicos. Assim sendo, os especialistas em implementação da IBM
e SAP usam metodologias de ERP comprovadas para ajudar organizações em todo o
mundo a criar roteiros personalizados que reduzem custos, aumentam a agilidade e
melhoram os resultados.
No entanto, essas conclusões devem ser consideradas levando em conta os limites deste
estudo.
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