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Redes de comunicação de dados

Prof. Kleber N. Hodel

Kleber N. Hodel 010808 1


Avaliação
Notas:

1) Provas
P1 - 25/03
P2 – 10/06
2) Atividades
E - Exercícios;
A - Atividades no laboratório;
3) Média

Média = {[(0,4 • P1) + (0,6 • P 2)]• 0,8}+ ( A + E ) • 0,2

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Matéria

1) Evolução da eletrônica embarcada; 8) Camada Física do CAN


2) Arquiteturas Sinal fisicamente ;
analógica; Meio de transmissão;
centralizada; Acesso ao barramento;
distribuída; Padrão ISO 11898
3) Modelo ISO/OSI; Padrão ISO 11898/ISO 11519
4) Princípios de Comunicação; Padrão SAE J2411
5) Topologia de rede; ISO 11992
6) Comunicação de dados em sistemas Compatibilidade eletromagnética
embarcados 9) Análise temporal do CAN;
CAN 10) Controlador CAN
6) Principais Características do CAN; 10) TTCAN
7) Camada de enlace do CAN; 11) TTP
Princípios de barramento arbitrário; 12) Byteflight
Formato do frame; 13) Fleray
Detecção e gerenciamento de erros; 14) LIN
Confinamento de falha;
Formato do frame estendido;

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Livros

Controller Area Network


Basics, Protocols, Chip and Applications
Konrad Etschberger

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Eletrônica automotiva X custo de um veículo

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Multiplex/diagnose
Controles integrados Comunicação
Sistema de navegação pessoal
“Networks”
Travamento central Internet
% do custo de manufatura

Controle do trem de força


Painel eletrônico Radar
Suspensão ativa “on-board - IT”
Controle de traçao “Drive by wire”
Controle de bancos Controle de voz
Motor de partida
Iluminação Ignição transistorizada
Radio Injeção – “single point”
Relês temporizados
Sensor de colisão
Buzina Alternator
Dínamo Imobilizador

Computador de bordo
Cruise control “Check control”
Injeção eletrônica ABS
Ignição mapeada Caixa de mudanças automática

1960 1970 1980 1990 2000 2010


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Eletrônica embarcada x microeletrônica
Fase IV
•Piloto autom. adaptativo
•Telemática
•Blue-tooth
•High integration systems

Fase III
Sistemas wireless
•Sistema de diagnose
•Sist. comunicação Microp. 32 bits e Flash EEPROM
•Multiplex e CAN
Sensores inteligentes
Fase II
•Injeção eletrônica Fontes e sistemas de potência inteligentes
•Compurador de bordo
•ABS Microprocessdores de 16 bits

Fase I Microprocessadores de 4 e de 8 bits


•Ignição eletrônica
•Relógio digital Circuitos integrados digitais
•Auto rádios
Circuitos integrados analógicos

Transistores

Diodos

1960 1970 1980 1990 2000 2010


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Combustível da Eletrônica embarcada
Desejos dos clientes

Conforto
Reciclabilidade

Emissão de poluentes Redução de custo

Meio Ambiente Consumo de combustível

Economia
Diagnose
Eficiência
Padronização
Durabilidade
Técnicas modernas
Confiabilidade
Gerenciamento
Manutenção de know-how
Automação de sistemas

Integração entre sistemas Segurança ativa e passiva

Integração com meios de comunicação


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Combustível da Eletrônica embarcada
Ex.: Evolução da legislação de emissões dos motores Diesel

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Combustível da Eletrônica embarcada
Ex.: Sistema de Pós tratamento EURO6 e EPA10 da BOSCH

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Considerações aos desafios tecnológicos

1. Proliferação de peças pequenas


2. Aumento excessivo de circuitos e cabos
3. Novas técnicas de diagnose
4. Ferramentas de software
5. Know-how em software
6. Deficit de profissionais no mercado
7. EMI/EMC
8. Componentes específicos para a indústria
automotiva

Novas tecnologias trazem novos desafios e oportunidades!!

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Considerações aos desafios tecnológicos

30% dos custos dos “veículos atuais” são dos sistemas eletrônicos;
90% das inovações estão ligadas a sistemas eletrônicos;

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Arquitetura elétrica/eletrônica

O nome dado ao conjunto de sistemas elétricos/ eletrônicos


uma aplicação Embarcada, é chamado de Arquitetura
Eletro-Eletrônica ou simplesmente Arquitetura Elétrica.
Esta nomeclatura é muito utilizada pelo setor automotivo.

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Arquitetura analógica “Stand Alone”

Diagnose 1 Diagnose 2 Diagnose N

Saídas Saídas Saídas

ECU1 ECU2 ECU N

Entradas Entradas Entradas

Vantagens e desvantagens

 Hardware simples e independente;


 Muitos sistemas de diagnose;
 Grande número de cabos;
 Duplicidade de sensores;

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Arquitetura centralizada

Diagnose

ECU
ECU1

Entradas Saídas Diagnose

Vantagens e desvantagens

 Único sistema de diagnose


 Não possue problemas de varredura
 Grande número de cabos
 Limitações para expansão

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Arquitetura distribuida
Saídas Saídas Saídas

ECU1 ECU2 ECU N

Diagnose Entradas Entradas Entradas


Protocolo de comunicação

Saídas Saídas Saídas

ECU1 ECU2 ECU N

Entradas Entradas Entradas

Vantagens e desvantagens

 Quantidade reduzida de cabos e facilidade para instalação


 Único sistema de diagnose
 Implica na existência de um software de controle ( um protocolo de comunicação)
 Difícil definição da taxa de transmissão ideal

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Arquitetura elétrica/eletrônica

A decisão de escolha da arquitetura elétrica mais apropriada a uma dada


aplicação automotiva depende da ponderação entre diversos fatores. Dentre eles
pode-se destacar:

- A complexidade do sistema a ser controlado (quantidade de variáveis de entrada e


saída e o tamanho físico do sistema).
- A disponibilidade dos dispositivos eletrônicos necessários no mercado (tempo de
vida).
- O tempo necessário para à implantação da arquitetura (projeto, construção de
protótipos, validação e instalação final).
- Custo desejado do sistema final.
- Características do usuário do aplicativo.

O relacionamento entre os fatores anteriormente colocados, é que determinará o


conceito de arquitetura mais apropriado ao sistema. Tal desafio é muito
complicado principalmente para paises que não de 1ª mundo.

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Requisitos dos Sistemas Embarcados

•Baixa e alta taxa de transmissão de dados;


• Transferência de dados com baixa taxa de erros;
• Facilidade de manutenção;
• Baixo custo do sistema (quando fabricado em grande volume);
• Barramento fácil de construir;
• Permitir expansão do sistema;
• Ambiente nocivo (temperatura, corrosão,vibração, campo
eletromagnético, etc);

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Exemplo em veículo de passeio

Alexandre guimarães - VI Semináro de E/E -AEA-junho-2004

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Exemplo em veículo de comerciais

Diagnose

ADM-AR

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Exemplo em veículo de comerciais

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Modelo ISO/OSI

- Desenvolvido em 1983 pela ISO


- Modelo abstrato de redes
- 7 camadas
- Redes não necessitam implementar todas as camadas
- Cada camada efetua função bem definida
- Camadas definidas para minimizar comunicação entre elas
- Não detalha serviços
- Usado para referência

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Modelo ISO/OSI - Estrutura

 Camada presta serviços para


camada superior
 Camada usa serviços da
camada inferior
 Camadas de mesmo nível
“comunicam-se”
 Uma camada apenas toma
conhecimento da camada
inferior
 Interação entre camadas
feita por serviços
 Divisão de tarefas
 Facilita abstração

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Modelo ISO/OSI – Camada Fisica

Camada Física
• Transmissão de sequências de bits sobre meio físico
• Especifica
• voltagens e correntes
• tempos
• conectores e pinagens
• meio físico utilizado
• aspectos eletrônicos e mecânicos
• Domínio da engenharia eletrônica
• Não trata de correção de erros na transmissão

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Modelo ISO/OSI – Camada de enlace

Camada de Enlace
• Organiza sequências de bits em conjuntos de bits
chamados frames
• Reconhece início e fim de frames
• Detecta perdas de frames e requisita retransmissão

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Modelo ISO/OSI – Camada de Rede

Camada de Rede
• Encaminha informação da origem para o destino
(roteamento)
• Controla fluxo de transmissão entre sub-redes
(controle de congestão)
• Funções de contabilização
• Estabelece esquema único de endereçamento
independente da sub-rede utilizada
• Permite conexão de sub-redes heterogêneas

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Modelo ISO/OSI – Camada de Transporte

Camada de Transporte
• Divide e reagrupa a informação binária em pacotes
• Garante a sequência dos pacotes
• Assegura a conexão confiável entre origem e destino
da comunicação
• Primeira camada que estabelece comunicação
origem-destino

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Modelo ISO/OSI – Camada de sessão

Camada de Sessão
• Gerencia sessões de comunicação
• Sessão é uma comunicação que necessita armazenar
estados
• Estados são armazenados para permitir re-
estabelecimento da comunicação em caso de queda
da comunicação
• Ex: Retomar transferências de arquivos

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Modelo ISO/OSI – Camada de apresentação

Camada de Apresentação
• Trata da representação dos dados em alto nível
• Adoção de sistema padronizado de representação de
caracteres
• Adoção de códigos de representação numérica
padrão
• Compressão de dados
• Codificação de dados

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Modelo ISO/OSI – Camada de Aplicação

Camada de Aplicação
• Aplicações que oferecem os serviços ao usuário final
• Unificação de sistemas de arquivos e diretórios
• Correio eletrônico
• Login remoto
• Transferência de arquivos
• Execução remota

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Camadas ISO/OSI para o CAN

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Protocolo de alto nivel

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Modelo de comunicação (mensagem)
“Cliente-Server” e “Producer-Consumer”

1) Client-Server

Comunicação direta do cliente com o servidor e vise versa, chamado de comunicação


“one-to-one”, o servidor só envia a mensagem para um respectivo nó por vez, mesmo
se existir na rede vários clientes;

2) Producer-Consumer
Comunicação do “producer” para toda a rede, chamada de comunicação “one-to-many”.

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Modelo de comunicação (mensagem)
“Protocolo orientado à Mensagen ou a Nó”

1) Protocolo orientado ao nó (Node-Oriented Protocols)


- Troca de mensagens entre 2 ou mais nós;
- Endereçadas pelo nó. (a mensagem contém conteúdo/tarefa e as vezes a fonte dos nós
envolvidos);
- Quase todos os sistemas mais tradicional/básicos são baseados no principio de mensagem
endereçamento por nó;
- Endereços especiais são reservados para mensagens que são direcionadas a um grupo de
nós;

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Modelo de comunicação (mensagem)
“Protocolo orientado à Mensagen ou a Nó”

2) Protocolo orientado à mensagem (Message-Oriented Protocol)


- Troca de dados é baseada na mensagem ou no identificador de mensagens;
- O direcionamento da mensagem é indefinido;
- A decisão de recebimento ou não da mensagem é de decisão do receptor (existe a
possibilidade da mensagem ser recebida por um nó ou por vários nós);
- A maioria dos sistemas modernos de comunicação de dados, utiliza esse tipo esse de
transmissão orientada à mensagem, em combinação com orientada ao nó;

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Modelo de comunicação (acesso)
Controle de acesso ao meio – Medium Access Control (MAC)

O controle de acesso ao meio (MAC) é utilizado para definir quem ganha o acesso para
transmitir. Essa processo é utilizado para previnir que 2 nós tentem transmitir os dados
ao mesmo tempo e ao mesmo tempo e evitar que uma mensagem tenha interferência
com outra.

FIG. 1.4.1 –Classificação do método de acesso ao barramento

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Modelo de comunicação - acesso
Controle de acesso ao meio – Medium Access Control (MAC)

a) Sistemas determinísticos
O direito de acesso ao meio é claramente definido, garantindo que apenas um nó terá
acesso ao barramento.
Controle centralizado – facilmente realizado por um nó mestre, porém quando o nó
mestre falha, todo o sistema fica é comprometido.
Controle descentralizado – sistema considerado muito mais complexo, porém muito
mais flexível e geralmente possui mecanismos de administra a falha ou desativação de
nó.

b) Sistemas arbitrário
O acesso ao barramento é possível assim que se identifica que o meio está em condição
de “idle”. Esse método é chamado “Carrier-Sense Multiple Access” (CSMA). Esse são
classificados como método com colisão e sem colisão;
Com colisão - CSMA/CD (Collision detect) detecta a colisão indiretamente como um erro
de transmissão de dado, dificulta muito a previsibilidade de envio da mensagem, pois o
acesso ao barramento e´totalmente aleatório (“random”).Ex. LON;
Sem colisão – CSMA/CA (Collision Avoidance) sistema considerado muito mais
complexo, porém muito mais flexível e administrando e evite os conflitos das mensagens.
Ex. CAN.
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Modelo de comunicação
Mestre – Escravo (Master-Slave)

Com o princípio de “master-slave”, um nó da rede, o mestre, assume controle acesso ao


barramento. Utiliza-se de troca de mensagens orientadas a nó, ciclando um nó por vez.

fig. Princípio do processo de acesso ao barramento no conceito “Master-Slave”

fig. Estrutura “one-to-many”


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Modelo de comunicação
Pega e passa – “Token Passing”

De acordo com o princípio de “Token Passing”, o direito de acesso ao barramento é


passado de nó a nó, com uma mensagem especifica “token”. A partir do instante que o
nó recebe está mensagem, o barramento estará disponível para este nó por um tempo
detrminado.

fig. Princípio de acesso ao barramento no conceito “token passing”

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Modelo de comunicação
Time Division Multiple Access (TDMA)

Com esse método, fixos espaço exclusivos de tempo são reservados para cada nó, de
acordo com um esquema de tempo pré definido em cada nó. (TDMA)

EX. TTCAN, TTP/C;

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Network Topologies
Ponto “Estrela”

Todos os nós são conectados ao nó central, via conexões ponto à ponto, conforme
figura abaixo.

Vantagens
- Cada nó tem sua própria conexão para o nó central;
- Integração simples de outros nós;

Desvantagens
- Não é muito flexível com relação layout dos cabos;
- A central requer um uma conexão para cada nó;
- Comunicação possível somente através do nó central;
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Network Topologies
Topologia Arvore “Tree Topology”

Normalmente utilizada para facilitar layout da rede;

Vantagens
- Layout otimizado;

Desvantagens
- Conexões para ramificação;
- Repetidores de sinal, quando a rede excede o comprimento;

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Network Topologies
Topologia “Barramento”

É caracterizado por um cadeia fechada de nós, ponto à ponto, conforme figura abaixo;

Vantagens
- Economia de cabos quando a rede está ordenada em linha;
- “Conexão simples do nó”;
- Facilidade para aumentar a rede, sem afetar outros nó;
Desvantagens
- Limitação do tamanho da rede, caso não exista repetidores;
- Necessidade colocar resistores nas extremidades do barramento;
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Comunicação de dados em sistemas embarcados
Topologia Anel “Ring Topology”

É caracterizado por um cadeia fechada de nós, ponto à ponto, conforme figura abaixo;

Vantagens
- Excelente para transmissão óptica, devido a conexão ponto à ponto;

Desvantagens
- Falha geral do sistema, quando um nó tem problemas;
- A Conexões tem que ser interrompida para integração de outros nós;

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Event-triggered x Time-triggered

Conceitos

- Um evento é definido pela ocorrência de determinado fato no tempo;


- Intervalo é o tempo decorrido entre o início do evento e o fim do evento;
- Uma mudança de estado é na verdade um evento;
- - Em sistemas digitais esta observação de eventos é quebrada em porções de
clock do sistema;
- Trigger é um evento que dispara o início de uma ação no sistema;
- Dependendo do mecanismo de Trigger utilizado, temos duas formas distintas
de projetar sistemas em tempo real.

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Event-triggered x Time-triggered

- A abordagem do tipo Event-triggered (ET), todas as comunicações e atividades


de processos são iniciadas por uma mudança de estado;

- Na abordagem do tipo Time-triggered (TT) todas as comunicações e atividades


de processos são iniciadas num tempo pré-determinado;

- Em sistemas ET os mecanismos de disparo devem ser extremamente seguros,


pois sua ocorrência traz a atenção da CPU para o evento;

- Em sistemas TT o tempo de varredura deve ser suficiente para não perder


nenhum evento importante do sistema;

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Questões

1) Quais são os principais motivos, que impulsiona o aumento dos sistemas eletrônicos nos
veículos?
2) Explicar o conceito de arquitetura distribuída?
3) Apresentar quais são as vantagens da arquitetura distribuída quando se compara com a
arquitetura centralizada?
4) Quais as camadas do modelo ISO/OSI que o protocolo CAN utiliza? Explicar suas
especificações.
5) Explicar a diferença de um protocolo orientado à mensagem e um protocolo orientado ao
nó.
6) Qual a diferença entre event-triggered e time triggered?

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