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E
m um mundo cada vez mais globali- destacada por Goes Filho:
zado e integrado sob as mais diver-
sas formas, é fundamental atentar Embora Rio Branco fosse um historiador
para a busca de atividades que otimizem fiel aos fatos, era ele quem os escolhia e
não se esquecia nunca, ao interpretá-los,
o desenvolvimento dos países vizinhos,
dos interesses do seu país. Sempre foi,
conectando-os para encontrar soluções ademais, um hábil expositor e um respei-
para problemas comuns. Desta forma, a tável negociador. Tudo isso é verdade. Mas
fronteira pode facilitar a integração entre o que queremos destacar aqui é que ele
os países e permitir o progresso e o de- considerava as boas relações continentais
uma prioridade de nossa política exter-
senvolvimento dos povos. Por outro lado,
na, desejava sinceramente o progresso
também pode dificultar e ser sinônimo de das nações da América do Sul e jamais
ilícitos ou de terra de ninguém, na medi- admitiria que o Brasil esbulhasse um país
da em que não receba o cuidado das auto- limítrofe.2 (grifo do autor)
ridades governamentais.
A grande área de fronteira do Bra- Sob esse enfoque, o objetivo deste ar-
sil, representada pelos seus 16.886km de tigo é o de estudar a presença militar brasi-
extensão, confere oportunidades que po- leira na fronteira desde o ponto de vista da
dem ser exploradas com maior eficácia. cooperação internacional e, em particular,
Desta forma, a característica de capilari- verificar a contribuição do Exército Brasilei-
dade e a presença constante das Forças ro para essa região.
Armadas, especialmente do Exército Bra- No livro Navegantes, bandeirantes
sileiro na região de fronteira terrestre, e diplomatas, cujo autor é o embaixador
permitem ao Estado atingir os pontos Synesio Sampaio Goes Filho,3 prefaciado
mais distantes do território nacional. por Arno Wehling, é retratada a aventura
Um dos principais arquitetos da de- ocorrida para a delimitação das fronteiras
marcação e delimitação da fronteira brasilei- brasileiras. Nele são mostradas as ligações
*
Cel Cav (AMAN/89, EsAO/97, ECEME/05), especialista em Relações Internacionais (Universidade Can-
dido Mendes/10). Comandou o 12º Regimento de Cavalaria Mecanizado em Jaguarão-RS, fronteira com
o Uruguai, de 2011 a 2013. Atualmente, serve no Comando Militar do Sul.
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1
Tradução do artigo original em espanhol, publicado no site do Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos
(IEEE), em 26 de março de 2018. Acesso em 30 de abril de 2018, de: <www.ieee.es/publicaciones-new/
documentos-de-opinion/#2>.
2
GOES FILHO, Synesio Sampaio. Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio sobre a formação
das fronteiras do Brasil. Brasília: FUNAG, 2015, pág. 348.
3
Ibidem, pág. 17-21.
4
SOUSA, Fernando de. Dicionário de Relações Internacionais. Porto: Edições Afrontamento. 2005.
Acesso em 20 Out 2016, de: <//politica210.files.wordpress.com/2015/05/dicionario-das-relac3a7oes-
-internacionais.pdf>. Pág. 77.
5
Ibidem, pág. 86.
6
CASTRO, Thales. Teoria das relações internacionais. Brasília: FUNAG, 2012, pág. 529.
7
BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil. Acesso em 1º Mar 17, de: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.