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A presença do Exército Brasileiro na

fronteira terrestre do Brasil1

Rogério Marques Nunes*

Introdução ra foi José Maria da Silva Paranhos, o barão


de Rio Branco. Sua dimensão diplomática é

E
m um mundo cada vez mais globali- destacada por Goes Filho:
zado e integrado sob as mais diver-
sas formas, é fundamental atentar Embora Rio Branco fosse um historiador
para a busca de atividades que otimizem fiel aos fatos, era ele quem os escolhia e
não se esquecia nunca, ao interpretá-los,
o desenvolvimento dos países vizinhos,
dos interesses do seu país. Sempre foi,
conectando-os para encontrar soluções ademais, um hábil expositor e um respei-
para problemas comuns. Desta forma, a tável negociador. Tudo isso é verdade. Mas
fronteira pode facilitar a integração entre o que queremos destacar aqui é que ele
os países e permitir o progresso e o de- considerava as boas relações continentais
uma prioridade de nossa política exter-
senvolvimento dos povos. Por outro lado,
na, desejava sinceramente o progresso
também pode dificultar e ser sinônimo de das nações da América do Sul e jamais
ilícitos ou de terra de ninguém, na medi- admitiria que o Brasil esbulhasse um país
da em que não receba o cuidado das auto- limítrofe.2 (grifo do autor)
ridades governamentais.
A grande área de fronteira do Bra- Sob esse enfoque, o objetivo deste ar-
sil, representada pelos seus 16.886km de tigo é o de estudar a presença militar brasi-
extensão, confere oportunidades que po- leira na fronteira desde o ponto de vista da
dem ser exploradas com maior eficácia. cooperação internacional e, em particular,
Desta forma, a característica de capilari- verificar a contribuição do Exército Brasilei-
dade e a presença constante das Forças ro para essa região.
Armadas, especialmente do Exército Bra- No livro Navegantes, bandeirantes
sileiro na região de fronteira terrestre, e diplomatas, cujo autor é o embaixador
permitem ao Estado atingir os pontos Synesio Sampaio Goes Filho,3 prefaciado
mais distantes do território nacional. por Arno Wehling, é retratada a aventura
Um dos principais arquitetos da de- ocorrida para a delimitação das fronteiras
marcação e delimitação da fronteira brasilei- brasileiras. Nele são mostradas as ligações

*
Cel Cav (AMAN/89, EsAO/97, ECEME/05), especialista em Relações Internacionais (Universidade Can-
dido Mendes/10). Comandou o 12º Regimento de Cavalaria Mecanizado em Jaguarão-RS, fronteira com
o Uruguai, de 2011 a 2013. Atualmente, serve no Comando Militar do Sul.

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entre o Brasil atual com o passado de Por- ator único até o século XIX. Entretanto
tugal e Espanha e, mais tarde, com os paí- no presente, o Estado permanece como
ses sul-americanos vizinhos ao nosso país. o ator principal das Relações Internacio-
Além dessa obra, muitas outras lidam com nais, nas quais continua a ocupar um lu-
a formação da fronteira terrestre brasi- gar determinante, apesar da concorrência
leira, entretanto sob o enfoque históri- crescente de que é alvo por parte de ou-
co. Pretende-se trazer esse conhecimento tros atores. Também no plano jurídico, o
para o presente e verificar quais oportu- Estado surge como figura central, no qual
nidades estão abertas para melhorar a in- é reconhecido como um fenómeno histó-
tegração regional na América do Sul bem rico, sociológico e político em relação ao
como contribuir para o entendimento da qual o Direito se limita a definir os crité-
região conhecida no Brasil como “Faixa rios de criação, transformação e desapare-
de Fronteira”. cimento. Não existindo regras relativas à
Assim, este artigo pretende apresen- atribuição da personalidade ou da capaci-
tar a fronteira brasileira como um espaço dade jurídicas aos Estados, a criação des-
de cooperação e importante integração re- te decorre da reunião dos seus elementos
gional, que historicamente tem o Exército constitutivos: povo, território e poder po-
Brasileiro como um colaborador para o lítico soberano.4
desenvolvimento nacional. Nesse sentido, O conceito de fronteira está ligado di-
pretende-se também verificar as oportu- retamente ao de Estado. Assim, Sousa (2005,
nidades que podem proporcionar maior pág. 86) define fronteira como:
integração entre o Exército Brasileiro e os
exércitos vizinhos sul-americanos. Desta Linha imaginária, expressa cartografica-
forma, os seguintes aspectos serão abor- mente, que marca os limites do território
de um Estado, resultante de negociação,
dados: os antecedentes e os conceitos re-
tratados, explorações ou conquistas. A sua
lacionados ao tema, como uma breve am- primeira função é, pois, a de delimitar o
bientação; e a atuação do EB na fronteira território no qual se exerce a soberania do
com os seus desdobramentos. Estado.5

Antecedentes e conceitos No mundo, há o total de 251.060km


de fronteiras terrestres. Os dois países com
A figura do Estado é central em maior número de lindeiros são a China e
qualquer análise política e jurídica, pois a Rússia, possuindo, cada um, 14 países de
seu aparecimento marca uma transição fronteiras terrestres. O Brasil figura em se-
chave na história da humanidade. Isso é guida, possuindo 10 países-limítrofes — to-
devido, em certa medida, à centralização dos os países da América do Sul, exceto Chi-
do poder político, pois a formação de um le e Equador.6
Estado implica novas dinâmicas nos pro- Do ponto de vista jurídico, a Repú-
cessos de uma sociedade. O Estado foi um blica Federativa do Brasil é um Estado De-

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mocrático de Direito que tem como Carta A região da Faixa de Fronteira
Magna a Constituição Federal de 1988. Este abrange 588 municípios de 11 unidades
documento legal normatiza as relações in- da federação: Acre, Amapá, Amazonas,
ternacionais pelos princípios da igualdade Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará,
dos Estados, pela cooperação entre os po- Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia,
vos para o progresso da humanidade, entre Roraima e Santa Catarina. Essa área cor-
outros (artigo 4º). Aponta, também, outros responde a 27% do território brasilei-
conceitos importantes, em que o de frontei- ro e reúne uma população estimada em
ra aparece (artigo 20, inciso II). Também se dez milhões de habitantes. O Brasil bus-
refere como patrimônio da União: ca a ocupação e a utilização da Faixa de
Fronteira de forma compatível com sua
as terras devolutas indispensáveis à defesa importância territorial estratégica.9 Sen-
das fronteiras, das fortificações e constru- do assim, o espaço fronteiriço se constitui
ções militares, das vias federais de comuni-
cação e à preservação ambiental, definidos
em uma área em que a União tem uma
na lei. responsabilidade que pode ser muito bem
aproveitada, tanto para o desenvolvimen-
Em relação a isso, é enfatizado, no §2º to em sua plenitude, aí incluída a segu-
do artigo 20, que: rança e defesa, como para a integração
com os demais vizinhos do continente.
A faixa de até cento e cinquenta quilô- Nesse sentido, a publicação do De-
metros de largura, ao longo das frontei- creto nº 8.903, de 16 de novembro de
ras terrestres, designada como a faixa
2016, que institui o Programa de Prote-
de fronteira, é considerada fundamental
para a defesa do território nacional, e sua ção Integrada de Fronteiras (PPIF) e or-
ocupação e utilização serão reguladas em ganiza a atuação de unidades da adminis-
lei.7 (grifo do autor) tração pública federal para sua execução,
procura traçar um objetivo político bem
Nesse sentido, o Ministério da Inte- definido de fortalecimento da prevenção,
gração Regional constata que o desenvol- do controle, da fiscalização e da repres-
vimento da Faixa de Fronteira no Brasil se são aos delitos transfronteiriços. No docu-
configura em uma importante diretriz da mento jurídico, estão bem delineadas suas
política nacional e internacional. É verifica- diretrizes, seus objetivos e quais medidas
do ainda que, apesar de estratégica para a serão tomadas para atingir o objetivo que
integração sul-americana, a região se apre- se propõe.
senta pouco desenvolvida economicamente, O PPIF possui, entre suas diretri-
marcada pela dificuldade de acesso aos bens zes, a de uma ação integrada e coordena-
e aos serviços públicos, historicamente aban- da entre os diversos órgãos e instituições
donada pelo Estado e pela falta de coesão federais bem como realizar a cooperação
social, por problemas de segurança pública e e a integração com os países vizinhos.
pelas precárias condições de cidadania.8 Além disso, traz, entre seus objetivos, o

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de integrar e articular as ações de segu- em muitas regiões, os pelotões especiais
rança pública da União, de inteligência, de fronteira são a única presença do Esta-
de controle aduaneiro e das Forças Ar- do brasileiro.
madas com as ações dos Estados e Muni- O Livro Branco de Defesa Nacio-
cípios situados na faixa de fronteira, re- nal (LBDN) aponta que a integração sul-
alizando de igual maneira, a integração -americana continua sendo um objetivo
e articulação com países vizinhos. Para estratégico da política externa brasileira.
isso, entre as medidas, o PPIF promove- O Brasil reconhece que a consolidação
rá as ações de cooperação internacional das relações políticas, sociais e econô-
com países vizinhos. micas entre os países da América do Sul
O plano é bastante amplo e implica- constitui um elemento fundamental para
rá ações decorrentes já previstas em seu o desenvolvimento socioeconômico e para
conteúdo, em especial, na área interna- a preservação da paz na região. Este do-
cional. Assim, a primeira é o estabeleci- cumento de defesa também verifica que a
mento e manutenção de um enlace contí- consolidação de um mercado sul-ameri-
nuo e permanente com os países vizinhos, cano e o fortalecimento da capacidade de
o qual pode ser muito facilitado pela pre- ação e negociação do governo nos fóruns
sença de unidades militares na faixa de internacionais dependem da continuida-
fronteira. de e fortalecimento das relações de ami-
zade entre os países da região.12
Atuação do Exército Brasileiro na Outra observação importante é que
Fronteira a região da América do Sul apresentou a
menor incidência de conflitos entre Es-
Em geral, as iniciativas e o trabalho tados. O Brasil vive em paz com seus vi-
realizado pelos militares na área de fron- zinhos há quase um século e meio (148
teira são confundidos com os primórdios anos), adotando uma posição concilia-
da formação territorial do Brasil. As pri- tória, que tem contribuído muito para a
meiras expedições que atravessaram e pe- estabilidade da região. Portanto, é nosso
netraram o território que hoje é o Bra- dever o de entender, reconhecer e prote-
sil eram compostas por luso-brasileiros ger essa herança recebida de nossos an-
e eram em sua maioria empresas milita- tepassados. Assim, os efeitos positivos da
res. 10 O encontro com a população silví- estabilidade e prosperidade do ambiente
cola da região sul-americana que ocupou brasileiro reforçarão a segurança do país
o território sempre foi uma tarefa em que e refletirão sobre os demais países da
se empenhavam aventureiros, navegado- América do Sul.
res e missionários.11 Assim foi na ocupa- O Livro Branco continua verifican-
ção da fronteira Sul e Oeste do Brasil bem do que o grau de instabilidade na região
como ainda está sendo no Norte, em es- em que está localizado afeta a segurança
pecial na Amazônia, onde, na atualidade, de um país. Portanto, a estabilidade regio-

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nal é um objetivo nacional. Assim, o Brasil A seguir, serão apresentadas as prin-
considera desejável prevalecer o consen- cipais contribuições do EB graças à sua pre-
so, a harmonia política e a convergência sença efetiva na fronteira.
de ações entre os países sul-americanos.
Dessa forma, a região ficará mais unida Unidades do Exército Brasileiro na
e forte. Todo esse conjunto de fatores in- fronteira
centiva o país a fortalecer a cooperação A Estratégia Nacional da Defesa
com os estados vizinhos na área militar.13 prevê em suas diretrizes que as Forças Ar-
A questão da cooperação na frontei- madas serão organizadas sob o trinômio
ra está imbricada na área de defesa e isso, monitoramento, controle e mobilidade.
por sua vez, envolve o Exército. Portanto, Segundo essa diretriz, o Exército Brasi-
há orientação específica do comandante leiro possui unidades desdobradas em
do Exército no exercício da Diplomacia todo o território, o que contribui para
Militar, conforme prescrito na Diretriz o monitoramento da faixa de fronteira,
para as Atividades do Exército Brasileiro pois é a única instituição com presença
na Área Internacional (DAEBAI). 14 Esta constante em muitos rincões distantes,
diretriz apresenta como principais propó- junto às comunidades locais na faixa de
sitos os seguintes: fronteira, sejam nacionais ou estrangei-
• contribuir para manter a ordem glo- ras. Dada essa importante presença, des-
bal estável, mediante a participação de o ano de 1982, a legislação brasileira
em ajuda humanitária e operações confere competência aos comandantes de
de paz sob a égide dos organismos guarnições de fronteiras para convidar
internacionais e regionais; militares ou organizações militares es-
• apoiar e contribuir com os esforços trangeiras a visitarem o Brasil bem como
dos exércitos dos países amigos para autoriza as visitas de militares ou de or-
consolidarem suas estruturas; ganizações militares brasileiras ao exte-
• facilitar a consecução de um marco rior, em caráter oficial. Portanto, fica evi-
jurídico que regule o desenvolvi- dente que a existência desse documento
mento, no âmbito da Defesa, das re- legal promove a salutar convivência en-
lações bilaterais e multilaterais; tre as autoridades militares fronteiriças
• ampliar as oportunidades de forta- e o mútuo intercâmbio de informações e
lecimento da indústria nacional de atualização dos conhecimentos necessá-
produtos de defesa, para reduzir a rios à atividade de Defesa.
dependência tecnológica e superar Além disso, o intercâmbio vai mais
as restrições unilaterais de acesso a além, permitindo que as unidades milita-
tecnologias sensíveis; e res localizadas na fronteira desenvolvam
• contribuir para a capacitação pro- atividades de rotina, sejam comemorativas
fissional dos integrantes da Força ou mesmo operacionais. Isto desenvolve a
Terrestre. confiança e o aprofundamento dos laços

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de cooperação entre os que efetivamente das muitas restrições orçamentárias que
conhecem e convivem na mesma região sofreu. Para o Exército Brasileiro, desta-
fronteiriça. cam-se as seguintes ações:
A normativa jurídica deixa claro que • implantação de infraestrutura
abrange visitas de curta duração e que visa básica nos municípios da região;
ao congraçamento entre os militares das • implantação de unidades milita-
guarnições fronteiriças. É importante res- res;
saltar que esta norma permanece válida e • conservação de rodovias;
atual bem como coerente com a DAEBAI. • manutenção de pequenas cen-
Sendo assim, as unidades de fronteira são trais elétricas;
o primeiro contato diplomático-militar e • manutenção da infraestrutura
o embrião de futuras possibilidades de co- instalada nos pelotões especiais
operação que se abrem entre o Brasil e de fronteira.
seus vizinhos de fronteira.
O PCN ultrapassa o aspecto de vigi-
O Programa Calha Norte e os pelotões lância daquela região de relevante interesse
especiais de fronteira político-estratégico, constituindo-se como
O Programa Calha Norte (PCN) foi um programa governamental multidisci-
criado em 1985, pelo Governo Federal, plinar, de inestimável alcance social para os
visando promover a ocupação e o desen- brasileiros, cuja presença em áreas inóspitas
volvimento ordenado da Amazônia Seten- é um fator importante para assegurar a ju-
trional, respeitando as particularidades risdição brasileira sobre a região. Em 1997,
regionais, as diferenças culturais e o meio o Programa foi revitalizado, quando foi in-
ambiente, em harmonia com os interesses troduzida uma mudança na metodologia
nacionais. Ao longo de mais de 30 anos de gestão, afinando-a com o propósito go-
de realizações, o Programa Calha Norte vernamental de integração de suas ações na
atende uma área que corresponde a 30% Amazônia. Desse modo, reconheceram-se as
do território nacional, onde habitam cer- dimensões e o alcance social do Programa. A
ca de 8 milhões pessoas, aí incluindo 46% metodologia consiste na busca incessante da
da população indígena do Brasil.15 coordenação de esforços no âmbito da ad-
O PCN possui uma abrangência em ministração pública, articulando-a nos seus
379 municípios, 165 dos quais ao longo três níveis: o federal, o estadual e o munici-
de mais de 14 mil quilômetros da Faixa pal. Além disso, valoriza parcerias em outras
de Fronteira, beneficiando oito Estados esferas, integrando entidades de ensino, de
da Federação (Acre, Amapá, Amazonas, pesquisa, de planejamento e demais associa-
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, ções, que estejam identificadas com o desen-
Rondônia e Roraima).16 Paralelo a isso, volvimento sustentável da Amazônia.
o PCN pode contabilizar consideráveis O Programa Calha Norte tem duas
realizações em sua existência, a despeito vertentes, uma militar e outra civil. A atu-

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ação civil se dá em sete áreas, as quais mas, à biopirataria, à exploração ilegal de
privilegiam os projetos e obras de cunho madeira e minério. Em uma atividade que
social no atendimento do cidadão. Assim, exige o sacrifício e a dedicação integral,
as áreas estabelecidas são da saúde, da a presença de militares em pontos remo-
educação, das comunicações, da mobilida- tos do território permite a vivificaçao da
de, da água e do saneamento bem como a fronteira, tornando-a uma importante
integração das comunidades. Já a verten- porta de entrada do Brasil devidamente
te militar atende a duas ações: o desen- controlada e segura.
volvimento sustentável e a adequação da A experiência bem-sucedida no Bra-
infraestrutura dos pelotões especiais de sil pode ser compartilhada nos países da
fronteira (PEF) localizados na região do fronteira sul-americana. Nesse sentido,
Programa. foi assinado recentemente um memoran-
Os pelotões especiais de frontei- do de entendimento entre os governos do
ra são os responsáveis pela vigilância do Brasil, Colômbia e Peru, que tem, entre
território brasileiro na Faixa de Fronteira outros objetivos, o de trabalhar de forma
terrestre com os seguintes países: Bolívia, coordenada no combate ao tráfico ilícito
Peru, Colômbia, Venezuela e Guiana. Por- de entorpecentes, substâncias psicotrópi-
tanto, em muitas ocasiões são o primeiro cas e crimes conexos, o contrabando de
contato com autoridades civis e militares precursores químicos, o crime transnacio-
desses países em suas respectivas áreas de nal, o tráfico ilícito de armas, de munições
responsabilidade. Esses pelotões atuam e explosivos, entre outras atividades deli-
isoladamente, pois, em muitos casos, es- tuosas.17 Assim, se verifica uma importan-
tão a 50 minutos de voo ou oito horas de te iniciativa para aumentar a segurança e
rio até a cidade mais próxima. o controle nesses países.
Os recursos orçamentários rece-
bidos do Programa Calha Norte permi- Sistemas de proteção e vigilância e
tem que a infraestrutura dos pelotões de tratados internacionais
fronteira seja desenvolvida e mantida, em O Brasil possui o Sistema de Prote-
ações que garantam a sua eficiência ope- ção da Amazônia (SIPAM) e o Sistema de
racional bem como atendam às necessida- Vigilância da Amazônia (SIVAM). Ambos
des dos militares e da população brasileira os sistemas se complementam, estando
que vive nas regiões afastadas da fronteira integrados e direcionados à Região Ama-
em que se encontram. zônica, permitindo uma ampla gama de
É importante ressaltar que a atua- oportunidades. Atualmente, o Centro
ção dos militares brasileiros destacados Gestor e Operacional do Sistema de Pro-
nos pelotões especiais de fronteira ocorre teção da Amazônia – CENSIPAM é o ór-
conforme a legislação vigente. Na lista de gão central desses grandes sistemas, que
suas inúmeras atividades estão a repres- estão desde 2011 sob a responsabilidade
são ao narcotráfico, ao contrabando de ar- do Ministério da Defesa.18

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O SIPAM é um sistema de adminis- ção dos sistemas SIPAM/SIVAM e a pos-
tração integrada das questões amazônicas, sibilidade de cooperação com os países
importante para a região onde o Brasil vizinhos da área amazônica apontam para
possui contato fronteiriço em área pre- diversas iniciativas, em que a inserção de
dominantemente de selva. O sistema tem temas de Defesa pode ser uma excelen-
como principal característica a participa- te oportunidade para o Brasil contribuir
ção coordenada de diferentes instituições com essa importante área estratégica.
governamentais e da sociedade em geral.
Possui como propósito integrar, avaliar e di- SISFRON
fundir informações que possibilitem o plane- O Sistema Integrado de Monito-
jamento e a coordenação de ações voltadas ramento de Fronteiras Terrestres (SIS-
para a segurança, para a proteção ambiental FRON) é um dos projetos estratégicos do
e para a exploração sustentada dos recursos EB. Este sistema tem por finalidade a de
naturais da Amazônia.19 fortalecer a presença do Estado na faixa
O SIVAM é uma rede integrada de de fronteira terrestre bem como incre-
coleta e processamento de informações para mentar a capacidade do Exército de mo-
atender diversos setores, que vão desde o nitorar áreas de interesse para a Defesa
monitoramento de queimadas à qualidade Nacional. O Sistema é conduzido pelo Es-
das águas da Região Amazônica com aplica- critório de Projetos do Exército (EPEx),
ções civis e militares. De acordo com as suas que é o órgão do Estado-Maior do Exérci-
potencialidades, o SIVAM gera benefícios to responsável pela condução dos Projetos
em diferentes áreas. No que tange à coope- Estratégicos do Exército Brasileiro.
ração internacional, o sistema cria condições O SISFRON é um sistema integra-
para a maior integração entre os demais pa- do de sensoriamento, de apoio à decisão
íses amazônicos, em esforço comum para o e de emprego operacional cujo propósito
desenvolvimento regional e projeção no ce- é fortalecer a presença e a capacidade de
nário global. ação do Estado na faixa de fronteira. Foi
A existência do Tratado de Coopera- concebido por iniciativa do Comando do
ção Amazônica desde o ano de 1978 repre- Exército, como uma decorrência da apro-
senta a primeira iniciativa dos países signa- vação da Estratégia Nacional de Defesa,
tários (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, em 2008, que orienta a organização das
Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) visan- Forças Armadas sob a égide do trinômio
do a uma integração de políticas nacionais monitoramento/controle, mobilidade e
para a região. Em 1998, o tratado evoluiu, presença. O sistema enfatiza o adensa-
com a criação da Organização do Tratado de mento de unidades das Forças Armadas
Cooperação Amazônica, a qual possui a sede nas fronteiras e impulsiona a capacitação
da Secretaria Permanente em Brasília.20 da indústria nacional para a conquista da
Nesse sentido, o aproveitamento autonomia em tecnologias indispensáveis
do conhecimento adquirido pela opera- à área da Defesa. 21

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Para o Exército, o SISFRON deve- particularmente no que diz respeito à im-
rá, além de incrementar a capacidade de plementação de projetos estruturantes
monitorar as áreas de fronteira, assegurar para o fortalecimento da presença estatal
o fluxo contínuo e seguro de dados en- na região de fronteira e à atuação inte-
tre diversos escalões da Força Terrestre, grada dos órgãos de segurança pública e
produzir informações confiáveis e oportu- das Forças Armadas bem como de outras
nas para a tomada de decisões bem como agências governamentais. Por isso, é um
atuar prontamente em ações de defesa ou importante projeto conduzido pelo Exér-
contra delitos transfronteiriços e ambien- cito Brasileiro e que proporciona oportu-
tais, em cumprimento aos dispositivos ju- nidade de intercâmbio de conhecimento
rídicos que regem o assunto. Desse modo, na Faixa de Fronteira em atividades de
o Exército poderá atuar em operações cooperação com os países vizinhos, tra-
isoladas, em conjunto ou, ainda, em ope- zendo a sensação de segurança e proteção
rações interagências, com outros órgãos às populações fronteiriças.
governamentais. Dessa forma, o SISFRON contri-
Atualmente, o Sistema está em fase buirá para a maior integração regional
de validação do material na área de res- por todo o leque de oportunidades que
ponsabilidade da 4ª Brigada de Cavala- apresenta, tanto para os diversos órgãos
ria Mecanizada, em Dourados, estado do do governo brasileiro, como também pelo
Mato Grosso do Sul, próxima à fronteira que pode ser oferecido aos países vizi-
com o Paraguai. nhos. Além disso, ampliará a capacidade
Com a finalização futura do projeto, de monitoramento, mobilidade e presen-
os meios de sensoriamento do SISFRON ça na faixa de fronteira sul-americana.
estarão desdobrados ao longo de toda a
Faixa de Fronteira, monitorando-a e po- Operações na faixa de fronteira
tencializando o emprego das organizações O Ministério da Defesa é o órgão
subordinadas aos comandos militares do competente para a condução de operações
Norte, da Amazônia, do Oeste e do Sul. conjuntas bem como para buscar a integra-
Além disso, o Sistema servirá de instru- ção com as diversas agências governamen-
mento para a integração da atuação dos tais no Brasil. Para isso dispõe da Estrutura
vários escalões de emprego da Força Ter- Militar de Defesa, que proporciona o as-
restre, desde patrulhas e postos de con- sessoramento adequado em cada situação
trole na faixa de fronteira, passando pelos de emprego das Forças Armadas. Assim, as
diversos escalões intermediários e che- Forças Armadas têm atuado de modo in-
gando ao Comando de Operações Terres- tegrado e coordenado com outros setores
tres (COTER), em Brasília. governamentais, na defesa dos interesses
O SISFRON também atende às nacionais, tornando-se mais visíveis em
orientações estratégicas do Programa de ações como as destinadas a garantir a se-
Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), gurança das fronteiras brasileiras.

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No ano de 2011, o Governo Federal tegrado de Monitoramento de Fronteiras
brasileiro lançou o Plano Estratégico de Terrestres (SISFRON), qualquer opera-
Fronteiras. Este Plano foi o antecessor do ção na Faixa de Fronteira será facilitada
atual, o Programa de Proteção Integrada pelo conjunto integrado de recursos tec-
de Fronteiras (PPIF), colocado em vigor nológicos disponíveis às unidades execu-
em 2016. Ambos determinam as ações in- tantes — como sistemas de vigilância e
tegradas a serem executadas pelos diver- monitoramento, tecnologia da informa-
sos entes estatais na prevenção e combate ção, guerra eletrônica e inteligência.
a crimes transfronteiriços. Em linhas ge- É importante ressaltar que, duran-
rais, o PPIF pode ser visualizado em duas te a execução de Operações na Faixa de
operações: Sentinela e Ágata.22 Fronteira, as autoridades dos países vizi-
A Operação Sentinela, coordenada nhos são convidadas a participar do acom-
pelo Ministério da Justiça, tem ações cen- panhamento das ações, o que possibilita o
tradas no trabalho de investigação e inte- intercâmbio de conhecimento e abre ca-
ligência e na atuação conjunta de órgãos minho para outras iniciativas de coopera-
federais de segurança (Polícia Federal, ção internacional que sejam de mútuo in-
Polícia Rodoviária Federal e Força Nacio- teresse aos países vizinhos, aumentando a
nal de Segurança). presença do Estado na região fronteiriça.
Já a Operação Ágata — coordenada
pelo Ministério da Defesa, por intermé- Projeto Rondon
dio do Estado-Maior Conjunto das Forças O Projeto Rondon é desenvolvido
Armadas (EMCFA) — mobiliza efetivos da pelo Ministério da Defesa, em parceria
Marinha, do Exército e da Força Aérea com governos estaduais, municipais e
para atuar, de forma episódica, em pontos instituições de ensino superior públicas
estratégicos da fronteira. Durante a ope- e privadas. O Projeto tem por objetivo
ração, são realizadas missões táticas desti- contribuir para a formação do jovem uni-
nadas a coibir delitos como o narcotráfico, versitário como cidadão e para o desen-
o contrabando, o descaminho, o tráfico de volvimento sustentável nas comunidades
armas e munições, os crimes ambientais, a carentes. Além disso, beneficia os municí-
imigração e o garimpo ilegais. pios previamente selecionados com o en-
Na Operação Ágata, as ações pre- vio de professores e alunos universitários
ventivas e repressivas de características de diferentes áreas do conhecimento.
predominantemente terrestres são execu- A primeira operação do Projeto
tadas pelo Exército. Tais ações abrangem Rondon foi realizada em julho de 1967,
o bloqueio e controle de estradas, as ope- sendo chamada de Operação Piloto ou
rações de patrulha, a revista de pessoas, Operação Zero. Naquela ocasião, contou
de veículos terrestres, de embarcações e com a participação de trinta alunos e dois
de aeronaves. Além disso, em um futuro professores da Universidade do Estado da
próximo, com a ampliação do Sistema In- Guanabara (atual Universidade do Esta-

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do do Rio de Janeiro), da Universidade Em 2016, foram desenvolvidas ações
Federal Fluminense e da Pontifícia Uni- em 29 municípios do Maranhão, Mato
versidade Católica do Rio de Janeiro. Essa Grosso, Rio Grande do Norte e Espírito
fase do Projeto teve duração até o ano de Santo. No ano de 2017, o projeto comple-
1989, quando encerrou suas atividades. tou 50 anos da Operação Zero, reforçan-
Em 2005 foi retomado e permanece até do sua importância social e educacional.
os dias atuais sendo uma ativa ferramenta Desse modo, o Projeto Rondon se cons-
de transformação, tanto de universitários titui em uma experiência brasileira bem-
quanto das comunidades beneficiadas. -sucedida e que pode ser intercambiada
Com uma forma peculiar de atua- com países interessados.
ção, em que os valores humanitários são
aflorados, o Projeto Rondon atribui uma Considerações Finais
prioridade à formação de multiplicadores
entre os seus participantes, sendo eles os Os conceitos de Estado e Fronteira
produtores locais, os agentes públicos, os estão intimamente ligados. No caso bra-
professores e as lideranças da comunida- sileiro, devido à grande extensão de suas
de. Dessa forma, permite que as ações te- fronteiras, o assunto torna-se mais rele-
nham efeitos duradouros, favorecendo no vante. Portanto, exige toda a atenção e o
longo prazo a população, a economia, o esforço para o desenvolvimento vivido em
meio ambiente e a administração locais. tempos modernos, adequado à cada vez
Com isso, há a salutar troca de experiên- maior conectividade das pessoas e dos po-
cias entre o conhecimento acadêmico e a vos.
realidade brasileira em prol do desenvol- A importância da faixa de fronteira
vimento pleno da cidadania. para o Estado brasileiro justifica a exis-
O apoio das Forças Armadas é in- tência de legislação específica no ordena-
dispensável para o sucesso do Projeto mento jurídico, em particular na própria
Rondon, em particular pela sua grande Constituição Federal de 1988, bem como
cobertura territorial. Graças à capacidade em leis complementares que garantem a
de projeção e presença, proporciona o su- presença e o emprego das Forças Arma-
porte logístico e a segurança necessários das em área de grande valor geopolítico.
a sua realização. Assim, o Projeto desde Dessa forma, a convivência diária com os
o seu relançamento em 2005, o Projeto problemas fronteiriços e a busca de solu-
Rondon realizou 76 operações, em 1.142 ções que os resolvam torna os militares
municípios de 24 estados, com a parti- participantes e conhecedores das dificul-
cipação de 2.170 instituições de ensino dades ocasionadas, sobretudo pela dis-
superior e 21.436 rondonistas (como são tância dos principais centros econômicos,
chamados os universitários e professores políticos e demográficos do Brasil. Sendo
que participam do Projeto), alcançando assim, a atuação do Exército Brasileiro
cerca de dois milhões de pessoas.23 na faixa de fronteira é considerada como

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atribuição subsidiária particular muito Entretanto, é importante que seja cria-
bem-vinda pela população dessa região, da a sinergia necessária para encarar os
pois em muitos casos é a única presença problemas de frente, identificando-os de
do Estado nessa porção sensível do terri- forma clara e objetiva, para que toda a
tório nacional. sociedade seja beneficiada. A grande ca-
A atuação governamental é impor- pilaridade que o Exército Brasileiro pos-
tante ser executada de maneira coordena- sui em todo o território constitui o braço
da e constante. Para tanto, a existência do forte da presença do Estado, em especial
Programa de Proteção Integrada de Fron- nas remotas áreas fronteiriças, e permite,
teiras (PPIF) fortalecerá em longo prazo ao mesmo tempo, estender a mão amiga a
a prevenção, o controle, a fiscalização e todos os que necessitem, particularmente
a repressão aos delitos transfronteiriços. em apoio a qualquer ação estratégica go-
Também permitirá realizar a cooperação vernamental.
e a integração com os países vizinhos, o Por fim, se verifica que a presença
que é fundamental ao êxito das operações e o sentido nacional do Exército Brasilei-
e ao bom convívio diplomático, que é ga- ro como fator de união, solidariedade e
rantido pela presença de unidades mili- cooperação contribuem para o desenvol-
tares do Exército Brasileiro na faixa de vimento da faixa de fronteira. Ademais,
fronteira. o espírito de confraternização, camara-
Conclui-se que manter uma fron- dagem e relacionamento profissional que
teira viva e em segurança com países vi- o Exército Brasileiro desfruta em relação
zinhos é uma tarefa difícil, que exige o aos Exércitos vizinhos sul-americanos
comprometimento de todas as institui- concorre para a segurança regional e
ções envolvidas com o tema fronteiriço. para a estabilidade do continente.

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N. da R.: A adequação do texto e das referências às prescrições da Associação Brasileira de Nor-


mas Técnicas (ABNT) é de exclusiva responsabilidade dos articulistas.

1
Tradução do artigo original em espanhol, publicado no site do Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos
(IEEE), em 26 de março de 2018. Acesso em 30 de abril de 2018, de: <www.ieee.es/publicaciones-new/
documentos-de-opinion/#2>.
2
GOES FILHO, Synesio Sampaio. Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio sobre a formação
das fronteiras do Brasil. Brasília: FUNAG, 2015, pág. 348.
3
Ibidem, pág. 17-21.
4
SOUSA, Fernando de. Dicionário de Relações Internacionais. Porto: Edições Afrontamento. 2005.
Acesso em 20 Out 2016, de: <//politica210.files.wordpress.com/2015/05/dicionario-das-relac3a7oes-
-internacionais.pdf>. Pág. 77.
5
Ibidem, pág. 86.
6
CASTRO, Thales. Teoria das relações internacionais. Brasília: FUNAG, 2012, pág. 529.
7
BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil. Acesso em 1º Mar 17, de: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.

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8
BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de
Fronteira. Secretaria de Programas Regionais, Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira –
Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2009. Pág. 11.
9
Ibidem. Pág. 11.
10
GOES FILHO, Synesio Sampaio. Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio sobre a formação
das fronteiras do Brasil. Brasília: FUNAG, 2015. Pág. 115.
11
CUNHA, James Bolfoni da. Jaguarão e os Militares – Dois Séculos na Fronteira. Porto Alegre: Evangraf,
2012. Pág. 22.
12
BRASIL. Livro Branco de Defesa Nacional. 2012. Pág. 34.
13
Ibidem. Pág. 34.
14
BRASIL. Boletim do Exército nº 9/2016, de 4 de março de 2016. Acesso em 3 Abr 17, de: < www.sgex.
eb.mil.br/sistemas/be/boletins.php>.
15
BRASIL. Livro Branco de Defesa Nacional. 2012. Pág. 169.
16
BRASIL. Programa Calha Norte. Convênios: Normas e Instruções. Brasília. 2016. Pág. 15.
17
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ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8698.htm>.
18
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ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7424.htm>.
19
ALMEIDA, Carlos Wellington Leite de. Sistema de Vigilância da Amazônia – SIVAM, perspectivas da
economia de defesa. A Defesa Nacional, Rio de Janeiro, 2002. Pág. 44.
20
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21
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