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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

ANNY KARINNY LIMA LEAL

PERMANÊNCIAS E INOVAÇÕES:
o projeto Mangabeira.

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo/UFPB, como parte dos requisitos
necessários à obtenção de título de mestre em
Arquitetura.

Área de Concentração
Teoria e História da Arquitetura e do
Urbanismo

Orientador
Prof. Dr. Marcio Cotrim

Coorientadora
Profa. Dra. Nelci Tinem

João Pessoa, PB

2012
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial dessa dissertação, por qualquer


meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à
fonte.

anny.karinny@gmail.com
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

FOLHA DE JULGAMENTO

CANDIDATA: Arquiteta e Urbanista Anny Karinny Lima Leal

Dissertação apresentada em novembro de 2012 perante a Banca:

____________________________________________________________________
Prof. Dr. GEORGE ALEXANDRE FERREIRA DANTAS
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal - RN

____________________________________________________________________
Profa. Dra. MARCELE TRIGUEIRO
Departamento de Arquitetura e Urbanismo – UFPB

____________________________________________________________________
Profa. Dra. NELCI TINEM (Coorientadora)
Departamento de Arquitetura e Urbanismo – UFPB

_____________________________________________________________________
Prof. Dr. MARCIO COTRIM CUNHA (Orientador)
Departamento de Arquitetura e Urbanismo – UFPB

_________________________________________________

Prof. Dr. ALUÍSIO BRAZ DE MELO


Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento de Arquitetura e Urbanismo – UFPB
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

As três pessoas que tem grande importância em minha vida, dedico este trabalho:
A minha mãe, ao meu esposo Jailton e ao esperado Miguel.
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

AGRADECIMENTOS:
Várias pessoas são merecedoras de agradecimentos. Mesmo correndo o risco de
esquecer algum nome, têm a minha eterna gratidão:

Em primeiro lugar, agradeço ao meu Deus, que foi maior que os meus problemas e
que me fez nada temer. Que ergueu, muitas vezes, a minha fronte abatida e que não
me deixou desanimar. Que foi amigo fiel, pai companheiro e que é o Senhor de todos
os meus momentos.

Ao meu querido orientador Márcio Cotrim não só por me orientar, mas por me ensinar
a moldar e transformar, dia a dia, a minha pesquisa e a minha conduta como
pesquisadora e profissional.

À grande mestra Nelci Tinem, que desde a graduação é exemplo, para mim, de
dedicação e amor à docência e que me norteou durante todo esse mestrado sem
nunca hesitar em ajudar.

Ao meu amado esposo Jailton Oliveira Ferreira, por todo o seu amor, paciência,
amizade e dedicação. Por compreender minhas ausências durante esses pouco mais
de dois anos.

À minha mãe que sozinha sempre acreditou que a única saída para formação de um
ser humano é a educação, minha maior educadora.

À sócia e amiga Lucia Helena Aires, por entender as ausências e loucuras enfrentadas
durante todo esse tempo.

À companheira de Laboratório de Pesquisa Projeto e Memória (LPPM) Patrícia


Casadei. Juntas aprendemos, trabalhamos e nos divertimos na catalogação de
importantes bibliografias contidas na biblioteca.

Às amigas de mestrado, Christiane Nicolau, Marieta Tavares, Andreina Fernandes e


Natália Sá. Obrigada pelas informações trocadas e telefonemas de incentivo e
amizade.

Ao amigo e companheiro de orientação Eduardo Lucas. Juntos, dividimos os medos,


aflições e alegrias, sentimentos que não nos deixaram durante todo esse percurso.

Ao professor Aristóteles Cordeiro pelas informações trocadas e disposição.

Ao arquiteto Hugo Peregrino, pela disponibilidade e conversas.

A todos da mapoteca da Companhia de Habitação Popular (CEHAP), pela confiança e


por nunca hesitarem em ajudar na pesquisa das minhas fontes documentais.

Aos funcionários do acervo em jornais do Espaço Cultural José Lins do Rego, pela
ajuda na pesquisa de campo.

A todos os professores que participaram das bancas de avaliação, seminários de


dissertação e banca de qualificação, pelas quais passei: Marcele Trigueiro e George
Alexandre Ferreira Dantas.
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Á Priscila Six, pelas correções com o português.

Ao PPGAU, em especial ao coordenador Aluísio Braz e ao querido Sinval, pela ajuda e


disposição.

A todos que não acreditavam que este trabalho se tornaria uma boa pesquisa, o meu
muito obrigado. Críticas, para mim, são sempre construtivas e alimentam cada vez
mais a minha vontade de vencer.

E, enfim, a todos aqueles que de uma forma ou de outra contribuíram para a


conclusão deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

RESUMO:

LEAL, Anny Karinny Lima. Permanências e inovações: o projeto do Conjunto


Mangabeira. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Programa
de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa, 2012.

Este trabalho aborda a segunda fase de atuação do Banco Nacional de Habitação


(BNH), entre 1977 e 1986, caracterizada por uma fase de experimentalismo e crítica,
às ações anteriores. Nesse quadro, emerge um amplo conjunto de experiências
municipais de habitação de interesse social, com grande heterogeneidade que surgem
ao lado das intervenções tradicionais, já aplicadas pelo BNH. Essas experiências
projetuais, quando comparados ao modelo usado pelo BNH na sua primeira fase,
adotam pressupostos inovadores como desenvolvimento sustentável, diversidade de
projetos arquitetônicos, estímulo a processos participativos e autogestionários em
parceria com a sociedade organizada. Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo
principal analisar o projeto do Conjunto Mangabeira à luz das transformações sofridas
entre a primeira e a segunda fase do BNH.

Palavras-chave: Banco Nacional de Habitação, Conjunto Mangabeira, anos 1980.


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ABSTRACT:
LEAL, Anny Karinny Lima. Continuities and innovations: the set design Mangabeira.
Thesis (Master of Architecture and Urbanism) - Graduate Program in Architecture and
Urban Planning, Federal University of Paraíba, João Pessoa, 2012.

This paper addresses the second phase of operation the National Housing Bank (BNH)
(1977 - 1986) characterized by a phase of experimentation and criticism to the model
supported housing production adopted in sets produced by the state. In this context,
emerges a broad set experiences of municipal social housing, with great heterogeneity
that appear alongside the traditional interventions, already applied by BNH. These
experiences projetuais when compared to the model used by BNH in its early stages,
adopt innovative assumptions as sustainable development, diversity of projects,
participation processes and stimulating self managed in partnership with organized
society. In this sense, this research aims to analyze the main project Set Mangabeira in
light of transformations between the first and second phase of BNH.

Keywords: National Housing Bank, set Mangabeira, 1980.


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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES:
FIGURA 1: NOTICIA DE JORNAL MOSTRA O IMPACTO DOS CONJUNTOS CONSTRUÍDOS PELO BNH NAS
CIDADES BRASILEIRAS. 25
FIGURA 2: NOTICIA DE JORNAL MOSTRA A ENTREGA A POPULAÇÃO PESSOENSE DE UM CONJUNTO
CONSTRUÍDO PELO BNH. 25
FIGURA 3: EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES GEMINADAS EM MANGABEIRA I. 29
FIGURA 4: EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES COM UM QUARTO, ISOLADAS DO LOTE. 29
FIGURA 5: EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES COM DOIS QUARTOS, ISOLADAS DO LOTE. 29
FIGURA 6: RECORTE CRONOLÓGICO DA PESQUISA. 30
FIGURA 7: EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES COM DOIS QUARTOS, GEMINADAS. 31
FIGURA 8: EDIFICAÇÕES DUPLEX COM TRÊS QUARTOS, GEMINADAS. 31
FIGURA 9: EDIFICAÇÕES DUPLEX DOIS QUARTOS, GEMINADAS. 31
FIGURA 10: FICHA DE ANÁLISE DOS PROJETOS ARQUITETÔNICOS MANGABEIRA. 33
FIGURA 11: PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO SÃO JUDAS TADEU. 46
FIGURA 12: EDIFICAÇÃO ISOLADA DO LOTE. 46
FIGURA 13: VISTA GERAL DO CONJUNTO. 46
FIGURA 14: HABITAÇÕES UTILIZANDO A TÉCNICA TRADICIONAL DE PRODUÇÃO NO CANTEIRO
JUNTAMENTE COM ELEMENTOS PRÉ-FABRICADOS. 46
FIGURA 15 – VARIAÇÃO ARQUITETÔNICA 01. 47
FIGURA 16 – VARIAÇÃO ARQUITETÔNICA 02. 47
FIGURA 17 – PLANTA DO CONJUNTO PEDREGULHO, QUE ALÉM DAS UNIDADES HABITACIONAIS TEM
PRÉDIOS COM SERVIÇOS PÚBLICOS. 50
FIGURA 18: PLANO DE UNIDADE DE VIZINHANÇA ESBOÇADO POR PERRY. 50
FIGURA 19- CONJUNTO HABITACIONAL PARQUE CECAP/ FRANCA. 52
FIGURA 20- UNIDADE HABITACIONAL COM DOIS QUARTOS, CONJUNTO HABITACIONAL PARQUE CECAP/
FRANCA. 52
FIGURA 21- CONJUNTO HABITACIONAL PARQUE CECAP/ FRANCA, NO ATO DA SUA ENTREGA. 52
FIGURA 22- PORJETO ARQUITETÔNICO DO PARQUE CECAP/ FRANCA. 52
FIGURA 23- UNIDADE HABITACIONAL COM TRÊS QUARTOS, CONJUNTO HABITACIONAL PARQUE CECAP/
FRANCA. 52
FIGURA 24: FOTO AÉREA DO CONJUNTO CALIFÓRNIA COM AS UNIDADES UNIFAMILIARES GEMINADAS
DUAS A DUAS EM DESTAQUE. 55
FIGURA 25: FOTO PLANTA BAIXA DAS UNIDADE UNIFAMILIAR GEMINADA DUAS A DUAS EM DESTAQUE.
55
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FIGURA 26: FOTO DOS CORTES DA UNIDADE UNIFAMILIAR GEMINADA DUAS A DUAS EM DESTAQUE. 55
FIGURA 27 – IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO HABITACIONAL PROJETADO POR MOACYR PACHECO NETTO
E PAULO CESAR BRAGA PACHECO. 57
FIGURA 28 – UNIDADE HABITACIONAL PROJETADO POR MOACYR PACHECO NETTO E PAULO CESAR
BRAGA PACHECO. 57
FIGURA 29: ESTUDO DE CONFORTO TÉRMICO PARA A PROPSTA DE UNIDADE HABITACIONAL. 58
FIGURA 30: VISTA DA FACHADA DO CONJUNTO 58
FIGURA 31: VISTA GERAL DA MAQUETE, SEGUNDO PRÊMIO – ARQUITETOS: SANDRA AGUIAR, MARCOS
CHAVES, MARCO JOSÉ E CARLOS ANTÔNIO. 58
FIGURA 32 - CROQUIS COM A FACHADA DAS EDIFICAÇÕES, PLANTA BAIXA, CORTE ESQUEMÁTICO E
IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO. 59
FIGURA 33 - CROQUIS COM A FACHADA DAS EDIFICAÇÕES, PLANTA BAIXA, CORTE ESQUEMÁTICO E
IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO. 59
FIGURA 34: IMAGENS DO CONJUNTO. ARQUITETO: DEMETRE ANASTASSAKIS, 1990. 61
FIGURA 35: IMAGENS DO CONJUNTO. ARQUITETO: DEMETRE ANASTASSAKIS, 1990. 61
FIGURA 36: EIXOS DE EXPANSÃO DA CIDADE NA DÉCADA DE 1960. 69
FIGURA 37: MAPA DE JOÃO PESSOA, MARCANDO OS CONJUNTOS HABITACIONAIS CONSTRUÍDOS PELA
CEHAP NO ANOS DE 1980. 73
FIGURA 38: FIGURA 38: CONJUNTO VALENTINA FIGUEIREDO. 74
FIGURA 39: CONJUNTO HABITACIONAL EM SOUZA. 74
FIGURA 40: IPEP ANTECIPA ENTREGA DE CHAVES. 74
FIGURA 41: CONJUNTO RADIALISTA. 75
FIGURA 42: CONJUNTO IVAN BICHARA. 76
FIGURA 43: CONJUNTO DO GROTÃO. 78
FIGURA 44: CROQUI DA FAZENDA MANGABEIRA, ÁREA LOTEADA PARA A CONSTRUÇÃO DE MAGABEIRA
I E ÁREA DA FAZENDA CUIÁ DESTINADA A CONSTRUÇÃO DAS DEMAIS ETAPAS DO PROJETO
MANGABEIRA. 81
FIGURA 45: INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO CONJUNTO MANGABEIRA (1979). 81
FIGURA 46: ORGANOGRAMA DO PROJETO MANGABEIRA. 84
FIGURA 17:ZONEAMENTO DO CONJUNTO MANGABEIRA, FINANCIADO PELO BNH. 87
FIGURA 48: PRIMEIRAS CASAS CONSTRUÍDAS NA ENTRADA DO CONJUNTO (1983). 87
FIGURA 49: ACESSOS AO CONJUNTO MANGABEIRA. 89
FIGURA 50: EIXOS VIÁRIOS DE ACESSO AO CONJUNTO MANGABEIRA. 89
FIGURA 51: DIAGRAMA DAS UNIDADES DE VIZINHANÇA. 90
FIGURA 52: DESENHO ESQUEMÁTICO DAS UNIDADES DE VIZINHANÇA. 85
FIGURA 53: UNIDADES ISOLADAS DO LOTE. 88
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FIGURA 52 - MAPA ELABORADO PELA AUTORA, 2011, A PARTIR DE DADOS COLETADOS NO MEMORIAL
DESCRITIVO PROJETO DO MANGABEIRA, 1979. 90
FIGURA 53 - UNIDADES GEMINADA DUPLEX – PB / 23.3 - LESTE / OESTE E UNIDADES GEMINADA 2 A 2 –
PB/21.2 - NORTE/ SUL. 92
FIGURA 54: UNIDADES GEMINADAS. 93
FIGURA 55: EDIFICAÇÕES DUPLEX, NO ATO DA SUA ENTREGA À POPULAÇÃO. 93
FIGURA 56: ETAPA MANGABEIRA I EM FASE DE CONSTRUÇÃO. 93
FIGURA 57: UNIDADES UNIFAMILIARES ISOLADAS DO LOTE. 96
FIGURA 58: UNIDADES UNIFAMILIARES ISOLADAS DO LOTE. 97
FIGURA 59: UNIDADES UNIFAMILIARES GEMINADA E ISOLADA DO LOTE. 98
FIGURA 60: UNIDADES UNIFAMILIARES DUPLEX. 99
FIGURA 61: UNIDADES UNIFAMILIARES DE USO MISTO: COMERCIAL E RESIDENCIAL. 100
FIGURA 62: UNIDADES UNIFAMILIARES EMBRIÃO A E B 101
FIGURA 63: UNIDADES TÉRREAS PADRONIZADAS DO CONJUNTO MANGABEIRA. 113
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Sumário
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 24
CAPÍTULO I ................................................................................................................ 38
Os anos 1980: debates e experiências no campo da habitação popular ................. 40

1.1 A revista projeto n.19, março/ abril, 1980. ......................................................... 44

a) Conjunto Habitacional São Judas Tadeu ...................................................... 44


b) Conjunto Habitacional Parque Cecap, Franca - SP ...................................... 48
c) Conjunto Califórnia, BR-040. ........................................................................... 54
1.2 Concursos nacionais ......................................................................................... 56

a) O concurso Brasilit, 1987. ................................................................................ 56


b) Primeiro concurso nacional de projetos para a habitação Popular, 1990. ........ 60
CAPÍTULO II ............................................................................................................... 67
Os projetos do BNH na cidade de João Pessoa ......................................................... 67
2.1 Os Conjuntos construídos pela CEHAP nos anos 1980 .................................... 75

CAPÍTULO III .............................................................................................................. 80


Mangabeira: diretrizes e projeto. ............................................................................. 82

3.1 Definições da área ............................................................................................ 82

3.2 Estudos Preliminares......................................................................................... 86

3.2.1 Estudo do sistema viário e zoneamento urbano. ......................................... 86


3.3 O uso e ocupação do solo ................................................................................. 91

3.4 Os projetos arquitetônicos ................................................................................. 93

3.5 As etapas de construção do Conjunto Mangabeira ......................................... 102

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 109


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 115
APÊNDICE A ............................................................................................................ 121
Transcrição das entrevistas com os arquitetos: Hugo José de Freitas Peregrino e
Aristóteles Lôbo Magalhães de Cordeiro ............................................................... 122

APÊNDICE B ............................................................................................................ 127


Fichas de análise dos projetos arquitetônicos de Mangabeira. .............................. 128

APÊNDICE C ............................................................................................................ 141


Ficha de registro das notícias do Jornal da União 1980/1984. .............................. 142
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
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INTRODUÇÃO

Introdução
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Figura 1: noticia de jornal mostra o impacto dos conjuntos


construídos pelo BNH nas cidades brasileiras.
Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego,
Jornal União, 30/09/1984.

Figura 2: noticia de jornal mostra a entrega a população


pessoense do conjunto Funcionários II construído pelo BNH.
Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego,
Jornal União, 02/11/1983..
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

O Estado brasileiro até o ano de 1986 buscou diferentes soluções para o problema da
moradia de baixa renda através de três instituições: o Instituto de Aposentados e
Pensionistas (IAP)1, a Fundação da Casa Popular (FCP)2 e o Banco Nacional de
Habitação (BNH)3. A forma de atuação dessas instituições se diferenciou pela maneira
de acesso ao financiamento à moradia, pelas variações do ponto de vista
arquitetônico, pela forma de implantação dos conjuntos na cidade e pelos diferentes
sistemas construtivos utilizados.

Entre as três instituições citadas, o BNH, segundo Andrade e Azevedo (1982),


representou, no período entre 1964 e 1986, uma inovação do ponto de vista
econômico devido a basicamente três motivos: por se tratar de um banco; por instituir
prestações que se reajustavam automaticamente de acordo com as taxas de inflação;
e por articular o setor público com o setor privado na construção das habitações.

Este banco também se destacou por impactar de maneira quantitativa a produção do


espaço urbano brasileiro (ver figuras 1 e 2). Foram construídas aproximadamente
cinco milhões de unidades habitacionais no país, o que significou cerca de 20% das
unidades construídas nas cidades brasileiras entre 1964 e 1986. Dentre os seus
objetivos centrais, encontrava-se o de dar sustentabilidade ao sistema de crédito
habitacional, tendo o FGTS como principal financiador.

Carrion (1987) divide a atuação do BNH em duas fases: de 1964 até 1976, e de 1977
até 1986, divisão que será o ponto de partida para começarmos a entender as
características pertinentes a cada fase e organizar temporalmente esta pesquisa.

A primeira fase (1964/1976) proposta por Carrion (1987) foi norteada por dois
princípios fundamentais: (1) o sistema deveria ser autofinanciável, garantindo assim o
seu retorno financeiro; (2) a modalidade básica de acesso à moradia seria a compra
da casa própria. Em outros termos, imprimiu-se uma ótica empresarial, de mercado,
ao enfrentamento do problema da habitação.

Devemos entender também que a gestão adotada pelo BNH, nesta primeira fase, era
militar, rígida e centralizada, podendo ser caracterizada, segundo Bonduki (1999), por:
administração autoritária, inexistência de participação na concepção dos programas e
projetos, falta de controle social na gestão dos recursos, adoção da casa própria como
única forma de acesso à moradia, ausência de estratégias para incorporar processos
alternativos de produção da moradia como, por exemplo, a autoconstrução.

¹ O Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAP), criado nos anos 30, foi um dos primeiros
órgãos federais que atuaram no setor da habitação social. Tinha a finalidade de proporcionar
benefícios previdenciários, assistência médica e financiamentos habitacionais, extinto em 1964.

² A Fundação da Casa Popular (FCP) foi um órgão federal brasileiro na área de moradia com a
finalidade de centralizar a política de habitação, criado em 1946, durante o governo do
presidente Getúlio Vargas, também extinto em 1964.

³ No ano de 1964, após o golpe militar que derrubou o governo de João Goulart, criou-se no
Estado Brasileiro o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e o Banco Nacional de Habitação
(BNH), com o objetivo de construir habitações de interesse social e proporcionar o
financiamento da casa própria.
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

O resultado desse primeiro momento do banco, de forma geral, foram conjuntos


habitacionais imensos, uniformes e padronizados, evidenciando pouca preocupação
com a qualidade do ambiente construído e um aparente descaso com a sua inserção e
consequente impacto na trama e paisagem urbanas. Bonduki (1999) comenta a
disseminação do que viria a ser conhecido, em um ambiente mais crítico, como
“modelo BNH”:

O BNH era indiferente à diversidade existente num país de


dimensões continentais, o BNH desconsiderou as
peculiaridades de cada região, não levando em conta aspectos
culturais, ambientais e de contexto urbanos, reproduzindo à
exaustão modelos padronizados. [...] predominaram – salvo
raríssimas exceções – projetos medíocres, uniformes,
monótonos e desvinculados do meio físico e da cidade, uma
intervenção urbanística muito inferior à dos IAPs. (BONDUKI,
1999).

As soluções urbanísticas, assim como as arquitetônicas,eram padronizadas,


dissociadas do ambiente no qual seriam inseridas, em muitos casos até mesmo da
topografia. Soluções viárias sem estruturação hierárquica eram adotadas, resultando
em ruas com um mesmo gabarito, acompanhando a disposição das quadras em malha
xadrez. Não eram utilizados critérios técnicos para o dimensionamento das vias, nem
eram considerados aspectos como a intensidade dos usos, fluxos diversificados,
atividades geradoras de tráfego ou mesmo interligações com outras regiões da cidade.

Na sua grande maioria, esses conjuntos foram construídos em áreas distantes dos
núcleos centrais das cidades, estendendo o tecido urbano, contribuindo para a
estratificação dos grupos sociais e intensificando a noção de valor da terra para a
organização espacial urbana. A preocupação excessiva do banco com a redução de
custos resultou em projetos com baixa qualidade arquitetônica, monótonos, repetitivos,
desvinculados do contexto urbano e do meio físico e, principalmente, desarticulados
de um projeto social federal.

Quando o BNH buscou reduzir o custo da moradia para tentar


atender a uma população que vinha se empobrecendo, ao
invés de alterar o processo de gestão e produção que
encarecia o produto final, apoiando iniciativas que a população
já vinha promovendo, optou por rebaixar a qualidade da
construção e o tamanho da unidade, financiando moradias
cada vez menores, mais precárias e distantes, que deixam
saudades da qualidade dos conjuntos residenciais dos IAPs.
(BONDUKI, 1999).

Portanto, pode-se afirmar que, nesta primeira fase do banco, as diretrizes políticas e
econômicas sobrepuseram-se às posturas técnicas e profissionais na tomada de
decisões. A produção dos conjuntos habitacionais se reduzia à construção das
moradias, entregues com aspecto de obras inacabadas.

A segunda fase (1977/1986) foi marcada pelas críticas dirigidas ao modelo adotado
pelo SFH (Sistema Financeiro Habitacional), juntamente com o BNH (Carrion, 1987).
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Estas críticas são fundamentais para se explicar o surgimento de experiências


arquitetônicas e urbanísticas, no que tange a habitação social, marcadas por indícios
de renovação. Nesse quadro, emerge a partir dos anos 1977 um amplo conjunto de
experiências dentro do próprio BNH de grande heterogeneidade que coexiste com o
modelo consagrado. Segundo Bonduki (2008), estas experiências adotam
pressupostos inovadores em alguns conjuntos habitacionais construídos pelo próprio
banco, tais como: desenvolvimento sustentável, diversidade de projetos, estímulo a
processos participativos e autogestionários, parceria com a sociedade organizada,
reconhecimento da cidade real, projetos integrados entre si e articulação com a
política urbana.

Em um primeiro esforço de síntese, tentou-se, partindo dos autores anteriormente


comentados (Carrion, 1987 e Bonduki, 2008) listar algumas das principais
características que diferenciaram as duas fases.

1a fase do BNH (1964/1976) 2a fase do BNH (1977/1986)


características que coexistiram com o
modelo criado na primeira fase

sistema autofinanciável processos autogestionários

unidades entregues prontas sem a estímulo à participação popular


possibilidade de participação da
população na concepção dos programas
e projetos

conjuntos habitacionais uniformes, diversidade de tipos arquitetônicos


padronizados e homogêneos

pouca preocupação com a qualidade do desenvolvimento sustentável


ambiente construído

conjuntos localizados em áreas projetos/conjuntos integrados na cidade


distantes dos núcleos centrais das
cidades

Tabela 01: Descrição comparativa das duas fases do BNH


Fonte: Elaborada por Anny Karinny Leal (2012)

Em novembro de 1986, em meio à crise econômica que resultou no segundo Plano


Cruzado, o presidente José Sarney decidiu fechar o BNH por meio do Decreto Lei
2291/1986. A maioria dos seus 10.000 funcionários foi absorvida por outros órgãos
públicos, especialmente a Caixa Econômica Federal, que assumiu muitas das funções
do BNH.
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Figura 3: Casas duplex em Mangabeira I.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rêgo, Jornal
União, 02/02/1983.

Figura 4: Casas unifamiliares do Conjunto Mangabeira.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rêgo, Jornal
União, 17/03/1983.

Figura 5: Casas unifamiliares de uso misto, isoladas do lote.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rêgo, Jornal
União, 05/04/1983.
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Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Em João Pessoa o BNH impactou quantitativamente a produção habitacional local,


cujo aumento foi visível durante os anos da sua atuação. Dentre os seus principais
agentes financiadores destacam-se: Instituto de Previdência e Assistência aos
Servidores do Estado (IPASE)4, Instituto de Previdência do Estado da Paraíba (IPEP)5
– antigo Montepio –, Companhia de Habitação Popular (CEHAP) e Instituto de
Orientação às Cooperativas Habitacionais (INOCOOP)6.

Dentre os muitos conjuntos construídos, financiados através do BNH na cidade de


João Pessoa, destacou-se, pelas suas características particulares, o Conjunto
Habitacional Tarcísio de Miranda Burity (ver figuras 3, 4 e 5 ) – objeto de análise
dessa dissertação –, mais conhecido como Conjunto Mangabeira (forma como será
tratado a partir de agora), construído na segunda fase de atuação do banco, entre os
anos 1982 e 1984 (ver Fig. 6) e decisivo para expansão urbana de João Pessoa nas
direções sul/sudeste, tendo enorme impacto na mancha urbana da cidade.

Atuação do Instituto a
a
dos aposentados e 1 fase do BNH. 2 fase do BNH.
pensionistas.

1964 1976 - 1977 1986


Legenda: 1982 1984
Construção do Conjunto Mangabeira.

Figura 6: Recorte Cronológico da pesquisa.


Fonte: Esquema elaborado por Anny Karinny Leal (2011).

4
As Caixas de Aposentadoria e Pensões instituídas pela chamada Lei Elói Chaves, de janeiro
de 1923, beneficiavam poucas categorias profissionais. Após a Revolução de 1930, o novo
Ministério do Trabalho incorporou-as e passou a tomar providências para que essa garantia
trabalhista fosse estendida a um número significativo de trabalhadores. Dessa forma, foi criado
em fevereiro de 1938, o Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado
(IPASE). A presidência desses institutos era exercida por interventores nomeados pelo
presidente da República.
5
No ano de 1970 o governo de João Agripino, transforma o Montepio do Estado da Paraíba em
Instituto de Previdência do Estado da Paraíba, (IPEP), que tem o objetivo oferecer aos seus
segurados e dependentes: segurança social, assistência financeira, pensão e assistência
social, entre outros.
6
Fundado por deliberação do BNH teve como objetivo coordenar o Plano de Cooperativas
Habitacionais.
31
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Figura 7: Casas unifamiliares isoladas do lote.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rêgo,
Jornal União, 19/06/1983.

Figura 8: Casas unifamiliares geminadas.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rêgo,
Jornal União, 19/06/1983.

Figura 9: Casas unifamiliares geminadas.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rêgo,
Jornal União, 19/08/1982.
32
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

O projeto Mangabeira (ver figuras 7, 8 e 9) foi elaborado entre os anos 1982 e 1984,
por uma equipe7 chefiada pelo arquiteto Hugo José de Freitas Peregrino8. Uma série
de aspectos particulares motivaram a sua escolha como objeto empírico deste
trabalho, dentre os quais podem ser destacados:

1. a dimensão territorial do Conjunto, o maior já construído pelo BNH em parceria


com governo do Estado através da CEHAP;

2. o traçado urbano diferenciado em relação aos demais conjuntos habitacionais


de João Pessoa;

3. a presença de doze tipos diferentes de unidades habitacionais, que vão desde


casas unifamiliares isoladas do lote até casas unifamiliares duplex geminadas
(ver Figuras 7, 8 e 9), fato incomum à época em projetos financiados pelo BNH;

4. a previsão da construção das habitações ao mesmo tempo que uma série de


equipamentos coletivos.

Os indícios entrevistos nas particularidades listadas anteriormente foi o que induziu à


pergunta central deste trabalho: o Conjunto Mangabeira poderia ser considerado uma
dessas experiências habitacionais que divergiram do modelo consolidado na 1º fase
do BNH, sendo, portanto, fruto dos debates e críticas que emergiram na década de
1980?

Considerando o exposto até agora, o objetivo geral desta pesquisa é a análise do


projeto do Conjunto Mangabeira à luz das transformações sofridas entre a primeira e a
segunda fase do BNH. Para alcançar o objetivo proposto foram desenvolvidas as
etapas de trabalho descritas a seguir.

(1) Revisão bibliográfica. Esta revisão contemplou, por um lado a caracterização da


atuação do Banco Nacional de Habitação (BNH) e, por outro, sua atuação específica
na cidade de João Pessoa. Ambos pontos importantes para a fundamentação do
estudo de caso proposto nessa dissertação. Os acervos pesquisados incluíram:
Biblioteca Central da UFPB, Biblioteca do Instituto Paraibano de Educação (UNIPÊ),
Biblioteca Setorial do Centro de Tecnologia da UFPB, Laboratório de Pesquisa Projeto
e Memória (LPPM) da UFPB, bem como bases eletrônicas de portais de pós-
graduação como USP, UNICAMP, UFRN, UFPE entre outros. Os principais títulos
consultados estão relacionados a seguir, em três linhas de leitura.

7
A equipe técnica elaborada pela CEHAP para a concepção do projeto Mangabeira e
coordenada pelo arquiteto Hugo José de Freitas Peregrino, era composta pelos seguintes
membros: arquitetos – Carlos Ernesto de Queiroz Matos, Flávia Tolentino de Carvalho, José
Tavares de Andrade Filho, Marco Antônio Pimentel de Mello, Maria Esther Elisa Mitilene, Zelma
Evangelista de Carvalho; consultores – Aristóteles Lôbo Magalhães de Cordeiro e Antônio
Sérgio Tavares de Melo.
8
Hugo José de Freitas Peregrino formou-se em arquitetura e urbanismo, pela Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, em 1973, e em 1977, foi admitido na CEHAP.
33
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

FICHA 1: PROJETO PB/ 23.3


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 32 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
IMAGEM

Figura 10: Ficha de análise dos projetos arquitetônicos Mangabeira.


Fonte: Acervo pessoal.
34
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

• Sobre a atuação do BNH no contexto brasileiro, mais especificamente na


década de 1980, os principais autores consultados foram: BASTOS & ZEIN
(2010), BONDUKI (2008), MARICATO (1998) PACHECO (2004), CARRION
(1987). Buscou-se ainda outras fontes que pudessem reforçar as informações
da bibliografia adotada, tais como jornais de circulação nacional, revistas, anais
de congresso e o projeto de Lei nº 775.

• Sobre a atuação da política habitacional do BNH no Estado da Paraíba


buscando identificar e entender as principais características dos conjuntos
construídos no Estado, mais especificamente na cidade de João Pessoa, foram
consultados principalmente dois autores: Cavalcanti (1999) e Lavieri & Lavieri
(1999). Também foram consultados jornais da época de circulação estadual.

• Sobre o projeto do Conjunto Mangabeira, tema ainda pouco pesquisado, foram


fundamentais algumas poucas dissertações que tangenciavam o assunto:
BONATES (2007), ARAÚJO (2006), SILVA (2007) e SILVA (2005).

(2) Levantamento documental em arquivos públicos e privados, incluindo notícias de


jornais, periódicos e projetos arquitetônicos, bem como outros documentos que
permitiram aprofundar os conhecimentos acerca do objeto de estudo – essa etapa
tinha como objetivo central rastrear informações, documentos e dados visando a
análise do objeto empírico do trabalho, o Conjunto Mangabeira. Foram consultados os
acervos do Laboratório de Pesquisa Projeto e Memória (LPPM) da UFPB, do Espaço
Cultural José Lins do Rêgo e da Companhia de Habitação Popular (CEHAP).

• A pesquisa documental no LPPM, mais especificamente no acervo de notícias


de jornal, contribuiu para entender os conjuntos habitacionais construídos pelo
BNH, durante a sua segunda fase de atuação.

• A pesquisa documental no acervo do Espaço Cultural José Lins do Rêgo


limitou-se a notícias do jornal “A União”,sobre habitação de interesse social, no
período que vai de 1980 (ano em que se inicia o recorte temporal da pesquisa)
até 1984 (entrega da última etapa do Conjunto Mangabeira). Este momento da
pesquisa de campo foi de fundamental importância para a compreensão do
trabalho do BNH na cidade de João Pessoa e para a identificação dos
conjuntos construídos nesse período.

• O registro documental na Companhia de Habitação Popular (CEHAP) teve dois


momentos. No primeiro, registraram-se os projetos arquitetônicos vinculados à
construção do Conjunto Mangabeira; para melhor organização desses projetos
o material foi redesenhado em fichas (ver exemplo na figura 10 e apêndice B).
O segundo caracterizou-se pela busca de projetos de conjuntos habitacionais
construídos pelo BNH através da CEHAP como agente local, na década de
1980.
35
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

(3) Entrevistas exploratórias (ver apêndice A) com alguns dos arquitetos9 que
participaram da equipe que elaborou o projeto do Conjunto Mangabeira.

(4) Sistematização e análise do material compilado – nesta etapa os dados foram


sistematizados da seguinte forma:

• As leituras sobre o BNH no contexto brasileiro – BASTOS & ZEIN (2010),


BONDUKI (2008), MARICATO (1998) PACHECO (2004) e CARRION (1987).
– somadas a pesquisa em revistas, anais de congressos e o projeto de Lei nº
775, deram suporte ao primeiro capítulo desta pesquisa, subsidiando a
investigação sobre os debates, críticas e projetos habitacionais nos anos 1980.

• A pesquisa documental na CEHAP, registrada em fichas apropriadas,


proporcionou o entendimento dos projetos arquitetônicos do Conjunto
Mangabeira (capítulo III). Já os documentos de jornais pesquisados no acervo
do Espaço Cultural José Lins do Rêgo foram organizados e os de maior
relevância documentados em fichas de registro (ver apêndice C) a fim de
estruturar o segundo e terceiro capítulo e subsidiar novas pesquisas sobre o
tema habitação de interesse social no estado da Paraíba.

• As entrevistas exploratórias foram transcritas (ver apêndice A) e subsidiaram o


estudo do projeto Mangabeira no terceiro capítulo desta pesquisa.

Por fim, pode-se afirmar que a pesquisa em jornais e em documentos na Companhia


de Habitação Popular (CEHAP), deu força ao segundo capítulo que possuía escassas
referências, bem como os projetos arquitetônicos e entrevistas exploratórias, foram de
fundamental importância na costura do terceiro capítulo.

Quanto à sua estrutura, este trabalho se divide em três partes, tratadas como
capítulos:

No primeiro capítulo abordam-se as críticas e debates acerca da habitação de


interesse social no Brasil ao longo da década de 1980, incluindo congressos,
concursos e debates promovidos pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). Tem o
objetivo de entender os aspectos que diferenciavam a atuação do BNH nas suas
diferentes fases de atuação e de que modo os projetos habitacionais dos anos 1980
refletiam essas diferenças

O segundo capítulo apresenta as diferentes etapas de atuação do BNH no Estado da


Paraíba, com o objetivo de entender a sua atuação ao longo da década de 1980,
através da CEHAP (agente do BNH, construtor e financiador do Conjunto
Mangabeira). Esse estudo é necessário para que, no terceiro capítulo, se perceba a
existência de aspectos no projeto do Conjunto Habitacional de Mangabeira que se
diferenciem dos demais construídos pela CEHAP nos anos 1980 e como esses
aspectos – arquitetônicos e urbanísticos – podem ser vistos frente aos debates e
críticas dirigidos ao BNH nos mesmo anos.

9
Foram entrevistados o arquiteto Hugo José de Freitas Peregrino e o consultor urbanístico do
projeto Mangabeira Aristóteles Lôbo Magalhães de Cordeiro.
36
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

O último capítulo procura identificar as principais diretrizes que nortearam o projeto do


Conjunto Habitacional de Mangabeira e se essas diretrizes podem ter ou não relação
com os debates e experiências ocorridos durante a década de 1980.
37
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
38
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

CAPÍTULO I
39
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
40
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Os anos 1980: debates e experiências no campo da habitação popular

Neste primeiro capítulo são abordadas as questões teóricas acerca da habitação de


interesse social que permearam os debates no Brasil ao longo da década de 1980.
Mais especificamente, procura-se entender como se deram os questionamentos
críticos – nos congressos de arquitetura da época, nas revistas especializadas de
circulação nacional e nos fóruns especializados do Instituto de Arquitetura
Brasileira (IAB) – dirigidos ao modelo arquitetônico e urbanístico do Sistema
Financeiro Habitacional (SFH) que, através do Banco Nacional de Habitação (BNH),
participou ativamente na construção de conjuntos habitacionais entre os anos 1964 a
1986.

Além dos congressos, concursos e dos debates promovidos pelo IAB, foram também
considerados neste capítulo os projetos de conjuntos habitacionais que se destacaram
nas revistas nacionais e que podem, à luz de hoje, serem vistos como produtos
desses debates. Esses projetos foram incluídos nesta pesquisa com o objetivo de
identificar as características arquitetônicas e urbanísticas que os diferenciam dos
construídos pelo BNH até então. Acredita-se que a identificação das características
principais destas experiências permitirá, nos outros capítulos, averiguar a presença
(ou não) destas, nos projetos executados pela CEHAP, mais especificamente no
Conjunto Mangabeira.

Nos anos 1980, as duras críticas à política adotada pelo BNH ganham espaço na
imprensa, na universidade e nos movimentos comunitários, possibilitando discussões
sobre novas propostas e alternativas para as políticas habitacionais e urbanas
vigentes nas décadas anteriores. As linhas gerais dessas críticas podem ser
percebidas de forma mais clara já em 1979, a partir do 10º Congresso Brasileiro de
Arquitetos, ocorrido em Brasília. Nesse congresso foram definidas as pautas de
discussão sobre a habitação de interesse social no Brasil, desenvolvida na década
seguinte. Neste momento, ficaram claros os principais problemas e lacunas deixadas
pelos conjuntos habitacionais financiados pelo BNH.

Dentre estes problemas, um foi destacado, durante o congresso, pela equipe do IAB-
RS, responsável pelo trabalho Política Habitacional – Estudo, que tinha o objetivo de
conhecer a dimensão real da interferência do arquiteto nos projetos arquitetônicos e
urbanísticos dos conjuntos habitacionais de interesse social. Entendeu-se que havia
um problema entre o papel profissional do arquiteto e os padrões construtivos do BHN,
ou seja, os conjuntos habitacionais construídos pelo banco eram padronizados e
inseridos em uma malha ortogonal extensa, sem estudo prévio de terreno e da
implantação, sem adaptação dos projetos arquitetônicos e urbanos à população alvo.
Neste momento os arquitetos passam a reivindicar a necessidade de diálogo entre o
arquiteto, a população e o SFH, representado pelo BNH.

Poucos meses depois do congresso, no início de 1980 foi publicado por Leonora de
Alencastro & Nirce Saffer, na revista Projeto nº 19, um artigo sobre o problema
habitacional, que voltava ao tema anteriormente identificado, porém de forma mais
precisa. O texto afirmava que a maneira de encarar a célula habitacional e/ou o
edifício tipo de forma isolada, distante do contexto urbano, provocava graves
41
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

problemas de divórcio entre o “problema habitacional” e o “problema urbano”, apesar


de o BNH reconhecer a importância da relação direta entre habitação & cidade.

O problema habitacional, neste momento, centra-se na forma como o projeto


arquitetônico é tratado pelo BNH, é um projeto padrão, mal planejado, que não admite
experimentos, inseridos em loteamentos homogêneos, igualmente mal planejados e
sem nenhuma participação comunitária ou adaptação do projeto arquitetônico ao meio
físico e social. Já a questão urbana é objeto de pouca ou nenhuma preocupação do
BNH com a inserção destes conjuntos na cidade

Em paralelo a essas críticas e ratificando-as, surgiram debates de cunho político e


movimentos que discutiam e apresentavam possíveis soluções alternativas para o
problema dos conjuntos habitacionais brasileiros construídos pelo BNH.

Essas soluções possíveis estão presentes na cena política nacional desde 1977,
quando se começou a discutir o anteprojeto da Lei de Desenvolvimento Urbano, que
se transformaria, em 1983, no projeto de Lei nº 775. Apesar de não ter sido aprovado
nesse momento, chegou a tramitar no Congresso Nacional e ser incorporado aos
debates posteriores sobre planejamento urbano, inclusive nos da constituinte e no
próprio Estatuto da Cidade. Entre outras medidas balizadoras destacaram-se alguns
pontos que norteariam a atuação do BNH nos anos seguintes: a) preservação das
áreas verdes necessárias à população; b) reserva de áreas para futuros equipamentos
urbanos; c) regulamentação do uso do solo em torno dos grandes equipamentos
públicos.

O objetivo dessas propostas balizadoras presentes no projeto de lei era, sem dúvida, a
melhoria da qualidade de vida nas cidades, controlando a ocupação do solo dos
conjuntos habitacionais e identificando a importância da participação dos moradores
no processo. Essas discussões foram destaques na matéria do Jornal do Brasil em
que o presidente do IAB, o arquiteto Cláudio Cavalcanti, explica:

O anteprojeto é um primeiro movimento, um primeiro gesto no


sentido de planejarmos melhor o uso do solo urbano, com uma
apropriação mais lógica, humana e, sobretudo, justa
socialmente. (CAVALCANTI, Jornal do Brasil, 15/05/1983).

A participação da comunidade foi o ponto de discussão central. Segundo o projeto de


Lei nº 775, a comunidade teria a possibilidade de participar da elaboração dos planos,
normas, diretrizes e programas de desenvolvimento urbano dos conjuntos
habitacionais e também de acompanhar a execução da construção.

Artigo 26 – O Poder Público incentivará a formação de


associações comunitárias sem fins lucrativos, visando ao
desenvolvimento urbano.

Parágrafo Único – O Poder Público poderá prestar apoio


técnico e financeiro aquelas associações reconhecidas como
de utilidade pública.

Artigo 27 – na elaboração dos planos, das normas, diretrizes e


programas de desenvolvimento urbano, o Poder Público
42
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

contará com a participação das comunidades, possibilitando-


lhes o acompanhamento de sua execução. (Projeto de Lei nº
775).

Outro movimento que influenciou as diretrizes projetuais do BNH, na sua segunda


fase, foi o Movimento Nacional pela Reforma Urbana, que surgiu a partir dos debates
da Assembleia Nacional Constituinte, rumo à redemocratização do país, após mais de
vinte anos de ditadura militar.

A proposta do Movimento girava em torno de uma plataforma única de proposições,


que colocava a cidade no centro do debate. Os princípios estabelecidos foram além
das questões locais, ampliando-se para o contexto nacional. Sob o prisma do direito à
cidade, a abordagem dos direitos civis foi estendida à questão da propriedade. Nesse
sentido, todos os elementos relacionados ao urbano passaram a ter como ponto de
partida a função social, como justificativa primeira para toda e qualquer intervenção
urbana.

A plataforma da Reforma Urbana tinha três definições básicas:

• função social da cidade e da propriedade urbana é a prevalência do interesse


comum sobre o direito individual de propriedade;

• o direito à cidade e à cidadania é a nova lógica que universaliza o acesso aos


equipamentos e serviços urbanos;

• o direito à gestão democrática da cidade é a nova forma de planejar e governar


as cidades, submetidas ao controle e participação social, feita por meio do
reconhecimento e da priorização da participação popular.

Com base nestas definições e no estudo do projeto de Lei nº 775 pode-se afirmar que
a busca por soluções para o problema habitacional centravam-se muito mais no
âmbito urbanístico e social que propriamente no arquitetônico. Com base no que foi
descrito pode-se elencar alguns pontos que caracterizaram as soluções que
responderiam às críticas feitas ao sistema habitacional de interesse social
estabelecido pelo BNH:

• o processo de participação popular esteve presente em todas as discussões;

• previsão de espaço para equipamentos comunitários foi a solução apontada


nas discussões do projeto de Lei nº 775;

• estudo dos impactos da implantação dos conjuntos habitacionais nas cidades


foi discutido no 10º congresso, pelo IAB e no Movimento de Reforma Urbana;

• o papel vital do sistema viário para a integração dos conjuntos à trama urbana
foi discutido no 10º congresso, pelo IAB e no Movimento de Reforma Urbana;
43
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

• preservação das áreas verdes nos conjuntos habitacionais foi identificada no


projeto de Lei nº 775;

• e a diversidade de soluções arquitetônicas como contraponto à uniformidade


dos conjuntos foram identificados pelo 10º congresso e pelo IAB;

Como apontado anteriormente, pode-se afirmar que as soluções propostas ou


implícitas nas críticas estavam centradas no domínio do planejamento urbano,
vislumbrando as necessidades de infraestrutura sanitária, estudo viário, preservação
das áreas verdes, instalação de equipamentos comunitários e estudo de impacto da
implantação do conjunto na cidade.

No que tange a arquitetura, o maior objetivo, segundo IAB-RS, no trabalho Política


Habitacional – Estudo seria articular a realidade dos moradores com os projetos
propostos. Como contraponto as constantes críticas dirigidas à homogeneidade dos
conjuntos do BNH foi proposta a busca de maior diversidade de soluções
arquitetônicas em um mesmo conjunto que, no entanto, deveriam buscar soluções
técnicas que reduzissem o custo de habitações.

Na medida em que avançavam os anos 1980, os debates acerca da habitação de


interesse social e as críticas à produção arquitetônica e urbana do BNH,
sumariamente comentados anteriormente, abriram espaço para experiências relativas
à habitação social, fruto de concursos ou até mesmo da iniciativa privada, que se
diferenciavam dos construídos anteriormente pelo BNH, entre os anos 1964 e 1976.

Neste contexto, emerge um amplo conjunto de experiências, municipais e estaduais,


de habitação de interesse social, realizadas a partir da redemocratização do país; uma
fase de especulações de grande heterogeneidade, marcada pela diversidade de
iniciativas.

Nesta fase, surgem, ao lado de intervenções tradicionais,


programas que adotam pressupostos inovadores como
desenvolvimento sustentável, diversidade de tipologias,
estímulo a processos participativos e autogestionários, parceria
com a sociedade organizada, reconhecimento da cidade real,
projetos integrados e a articulação com a política urbana. Esta
postura diferenciava-se claramente do modelo que orientou a
ação do BNH e com estes pressupostos emergem programas
alternativos, como urbanização de favelas e assentamentos
precários, construção de moradias novas por mutirão e
autogestão, apoio à autoconstrução e intervenções em cortiços
e em habitações nas áreas centrais. (BONDUKI, 2008)

Alguns destes pressupostos – em contraponto à postura que orientou a ação da


primeira fase do BNH – identificados por Bonduki em alguns projetos inovadores, a
partir de meados da década de 1980, como produto de um debate crítico em relação
ao período anterior, podem ser divisados em projetos que se destacaram nos
concursos e nas revistas especializadas de alcance nacional. Algumas destas
experiências são aqui apresentadas com o objetivo de ilustrar as mudanças de postura
44
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

no projeto arquitetônico, supostamente, alimentadas pelos debates coetâneos em


torno da habitação de interesse social.

1.1 A revista projeto n.19, março/ abril, 1980.

A edição da revista Projeto n.19, de março/abril de 1980, destacou três conjuntos


habitacionais: o São Judas Tadeu, projetado pelo arquiteto Pedro Cury, o Parque
CECAP/Franca, desenvolvido pela equipe da CECAP10, e o conjunto Califórnia,
planejado pela equipe da INOCOOP/ MG11. Estes projetos foram considerados pelos
responsáveis pela revista como exemplos de conjuntos que romperam a padronização
habitacional proposta pelo BNH e que tinham certo grau de “experimentalismo” e
“inovação” no que diz respeito às questões urbanas e arquitetônicas.

a) Conjunto Habitacional São Judas Tadeu

No conjunto Habitacional São Judas Tadeu, situado no município de Elias Fausto,


Estado de São Paulo, executado pela iniciativa privada, destacam-se características
muito particulares que se diferenciam bastante das posturas defendidas pelo BNH na
sua 1ª fase (descritas na introdução desta pesquisa), alinhando-se, portanto, ao
debate crítico dos anos 1980.

O projeto foi pensado com dois tipos de casas, fato pouco comum nas ações do BNH:
uma delas possuía um único quarto, sala, cozinha e banheiro, com área construída de
37,00m², geminadas duas a duas, projetada de maneira a possibilitar ao morador
construir mais um cômodo pelo sistema de autoconstrução. A outra possuía dois
quartos, sala, cozinha e banheiro, com área de 49,00m² e poderia ser geminada ou
isolada (ver figura 15 e 16). É importante lembrar que os conjuntos habitacionais
construídos na primeira fase do BNH formavam blocos extensos de casas idênticas,
que não possuíam variações de planta.

O conjunto foi entregue com o equipamento urbano previsto já no projeto: escola,


playground e capela, dentre outros, além de um setor institucional (ver figura 11). Esta
condição remete ao projeto de Lei nº 775, que destacava a necessidade de reservar
áreas para os futuros equipamentos urbanas e preservação das áreas verdes.

Além dos dois aspectos destacados anteriormente como inovações com relação à 1º
fase do BNH – variação de tipos de planta e a inclusão de equipamento coletivo – o
texto que acompanha a matéria na revista Projeto, indica ainda certo caráter
experimental no que diz respeito ao sistema construtivo, neste caso, utilizando a
técnica tradicional de produção no canteiro mesclada a elementos pré-fabricados (ver
figura 12 e 14).

10
A equipe urbanística que trabalhou no projeto Parque CECAP/ Franca era composta por
Vitor Augusto dos Santos, Célia Regina Tardelli Sachs, José Alberto Barbosa e José Mario
Porto de Souza Campos.
11
O INOCOOP – Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais – é um sistema de
cooperativas habitacionais que atua em vários estados brasileiros.
45
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

(...) A cobertura é constituída de lajes de painéis de concreto


protendido, moduladas e pré fabricadas, que são simplesmente
colocadas nas casas por meio de um guindaste apropriado, já
com inclinação necessária para o escoamento de água;
diretamente apoiada nelas vem a cobertura de telhas de
cimento amianto que tem a função principal de
impermeabilização da água. (revista Projeto n.19, de
março/abril de 1980, p.19)

Entretanto, pese aos avanços evidenciados, o resultado continuava marcado pela


homogeneidade e monotonia que caracterizou a fase anterior.
46
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
Figura 12: Edificação isolada do lote.
Fonte: revista Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p.17.
Figura 11: Projeto de implantação do Conjunto São Judas Tadeu. LEGENDA:
Fonte: revista Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p.17.
Setor institucional
Setor residencial
Equipamentos coletivos e
áreas livres.
.
Figura 13: Vista geral do Conjunto. Figura 14: Habitações utilizando a técnica tradicional de produção no
Fonte: revista Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p.17. canteiro juntamente com elementos pré-fabricados.
Fonte: revista Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p.17.
47
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
Figura 15 – Variação arquitetônica 01.
Fonte: revista Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p.17
Figura 16 – Variação arquitetônica 02.
Fonte: revista Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p.17
48
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
49
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

b) Conjunto Habitacional Parque Cecap, Franca - SP

O projeto do conjunto Habitacional Parque Cecap construído na cidade de Franca,


interior do Estado de São Paulo, fez parte de uma série de trabalhos desenvolvidos
pelo departamento de projeto da Companhia Estadual de Casas Populares – CECAP,
a partir de um plano de construção de unidades residenciais de baixo custo para o
Estado. Segundo a revista Projeto n.19, a empresa responsável pelo projeto e
construção, buscou soluções que minimizassem os problemas existentes nos
tradicionais conjuntos populares, ou seja, novos arranjos do espaço urbano e recursos
técnicos no que se refere à urbanização e à construção civil.

Podemos dizer que esse projeto fez parte de um momento de reflexão e crítica ao
modelo de produção habitacional do BNH, propondo um modelo urbanístico que
rompe com a malha ortogonal – muito utilizada pelo BNH na sua 1ª fase – e
apresentando uma visão social da habitação conforme com os anos 1980, cujos
pressupostos podem ser associados à produção dos conjuntos dos Institutos de
Aposentadoria e Pensões (IAPs).

A produção dos IAPs ficou marcada por uma suposta postura de caráter mais social
dos arquitetos brasileiros, que acreditavam que a habitação e os planos urbanísticos
deveriam fazer parte do serviço público e que deveriam contar com áreas destinadas
aos equipamentos sociais, comunitários, recreativos, áreas verdes e de lazer. Essa
postura resultou na qualidade urbana e arquitetônica dos conjuntos construídos, que
plasmou uma imagem positiva frente à sociedade, devido ao padrão construtivo, ao
conforto das moradias e a previsão de grandes áreas livres.

É importante destacar que os pressupostos adotados no conjunto Habitacional Parque


Cecap – estudo e hierarquização do sistema viário, inserção de áreas verdes e
equipamentos coletivos – são aqueles constantes nas diretrizes propostas no 10º
Congresso Brasileiro de Arquitetos, no Movimento de Reforma Urbana e no projeto de
Lei nº 775, discutidas na primeira parte deste capítulo.

No que se refere à integração com a malha urbana da cidade por meio do seu sistema
viário, a área foi cortada por uma via principal, perpendicular à rodovia Candido
Portinari, já existente na época. Da avenida principal do conjunto saem vias locais que
possibilitam o acesso às edificações e aos equipamentos coletivos. O partido adotado
para o conjunto se apoia no principio de que um conjunto habitacional de tal dimensão
– 1027 unidades de habitação – deveria ter os seus espaços hierarquizados em
função das diversas atividades exercidas pelos usuários (ver figura 19). Portanto, os
espaços livres e os equipamentos coletivos foram distribuídos em três níveis de
atendimento: global, setorial e local. Sendo classificados como de uso global, os
equipamentos de maior porte: escolas, polícia, clube e cinema; de uso setorial os
equipamentos de porte médio: creches, jardins e área de recreação; e de uso local,
área de recreação localizada junto às quadras e pequenos comércios.

É exatamente a esta hierarquia que podemos atribuir o maior interesse do conjunto: o


que fazia a diferença no conjunto Habitacional São Judas Tadeu eram as áreas e
equipamentos coletivos mais apropriados ao uso proposto e distribuídos ao longo do
conjunto, diminuindo as distâncias e promovendo a sobreposição de usos.
Paradoxalmente, esta “inovação” com relação ao que foi sistematicamente proposto
50
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Figura 17 – planta do conjunto Pedregulho, que além das


unidades habitacionais tem prédios com serviços públicos
Fonte: http://theurbanearth.wordpress.com/tag/conjunto-
habitacional/, acessado em 08/08/2012.

Figura 18: Plano de unidade de vizinhança esboçado por


Perry.
Fonte: Perry, 1929.
51
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

pelo BNH, tem a sua gênese no início dos anos 1930 na definição de unidade de
vizinhança de Clarence Arthur Perry (1929) (ver figura 18), que a caracteriza da
seguinte forma:

• as unidades de vizinhança não podem ser cortadas pelas vias principais;

• o número de habitações deve ser dimensionado em função da unidade e a sua


área está diretamente ligada à densidade populacional;

• os espaços públicos têm como objetivo centralizar as necessidades especificas


de cada unidade;

• as áreas institucionais destinadas às escolas e outros equipamentos devem ser


localizadas em unidades mais centralizadas, em espaços globais;

• o comércio local deve estar distribuído em espaços setorizados, ao longo de


todo o conjunto;

• cada via da unidade deve proporcionar uma determinada carga de tráfego: por
exemplo, a via expressa deve atender a um tráfego intenso, onde circula o
transporte público.

O conceito de unidade de vizinhança empregado neste projeto também faz recordar os


projetos habitacionais dos anos 1950, prévias ao BNH. Como exemplo, podemos citar
o Conjunto Pedregulho (1950) (ver figura 17) e a unidade Residencial da Gávea
(1952), projetados por Affonso Eduardo Reidy para a cidade do Rio de Janeiro. Outros
exemplos seriam os projetos apresentados no concurso do Plano Piloto de Brasília, os
quais, em sua maioria, apresentavam o conceito de unidade de vizinhança.

Para a construção das unidades habitacionais foi empregado um sistema construtivo


de placas de concreto moldadas no local, que permitiu a racionalização do processo
construtivo e a produção em série.

O conjunto contava com dois tipos de casas: a primeira, implantada em lote de 200m²
(ver figuras 23), tinha sala, cozinha, banheiro e três quartos, e poderia ser de uso
misto, comercial e residencial; enquanto a outra (ver figura 20), em lote de 250m², com
dois quartos, sala, cozinha e banheiro, era de uso apenas residencial. Ambas são
bastante semelhantes às do conjunto São Judas Tadeu e similares às
corriqueiramente propostas pelo BNH.
52
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
Unidades de vizinhança.
Via expressa (principal) do conjunto.
Via rodoviária da existente.
Figura 20- Unidade habitacional com dois quartos,
conjunto habitacional Parque Cecap/ Franca.
Fonte: Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p. 20.
Figura 19- Conjunto habitacional Parque Cecap/ Franca.
Fonte: Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p. 20, modificado pela autora 2012.
Figura 21- Conjunto habitacional Parque Cecap/ Franca, no ato de Figura 22- Porjeto arquitetônico do Parque Cecap/ Franca.
sua entrega. Fonte: Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p. 20, modificado pela
Fonte: Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p. 20, modificado pela autora autora 2012. Figura 23- Unidade habitacional com três quartos,
2012. conjunto habitacional Parque Cecap/ Franca.
Fonte: Projeto, n.19, maio/ abril, 1980, p. 20.
53
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
54
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

c) Conjunto Califórnia, BR-040.

Já o conjunto Califórnia, localizado na BR-040 que liga Belo Horizonte à Brasília,


possui 1228 unidades habitacionais, equipamentos educacionais, quadras, centro
comunitário e centro comercial. Possui características diferenciadas adotadas pela
INOCOOP–MG, ao construir um conjunto dotado de todos os equipamentos
necessários à sua autonomia. Procurou-se também criar condições paisagísticas e
habitacionais com a intenção de distanciar-se da monotonia e padronização dos
conjuntos projetados na época: intenção que estava presente no Movimento da
Reforma Urbana. Para tanto, foram propostas três soluções de habitação: casas
geminadas de três quartos, com programa distribuído em três níveis para uma melhor
acomodação ao terreno; edifícios de 11 pavimentos com pilotis; e blocos de 3 ou 4
pavimentos (figura 24). Esta decisão propiciou uma paisagem urbana menos
monótona.

Entre as unidades habitacionais se destacavam as unifamiliares geminadas por tratar-


se de um projeto com mais recursos espaciais, proporcionados pelos três níveis.
Havia, portanto, uma solução espacial/funcional (organização do programa em três
níveis) que se atrelava a um requisito técnico (adequação ao terreno natural), algo
inusitado quando comparado com as soluções anteriores (ver figuras 25 e 26).

Os projetos dos três conjuntos, sumariamente comentados, indicavam alguns


caminhos que poderiam ser seguidos nos anos ulteriores e revelavam algumas
estratégias que poderiam ser adotadas pelos arquitetos e urbanistas:

• a presença de equipamentos coletivos e unidades de vizinhança;

• traçados mais variados, buscando efeitos que rompessem com a


homogeneidade e monotonia;

• a opção por mais de um tipo de planta;

• a opção por diferentes tipos de edifícios, unifamiliares e multifamiliares.

Se através das revistas especializadas foi possível identificar alguns dos projetos
que propunham tentativas de renovação concretas, os concursos, por outro lado,
evidenciavam, ainda com mais clareza, a influência no projeto arquitetônico dos
debates e críticas em relação ao modelo implantado e consolidado pelo BNH.
Esses concursos também foram convertidos em pauta nas revistas especializadas.
55
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Edificações unifamiliares.

Figura 24: Foto aérea do conjunto Califórnia com as unidades unifamiliares geminadas
duas a duas em destaque.
Fonte: Projeto, n.19, pag. 26 , maio/ abril, 1980, modificado pela autora.

Legenda:
1 Acesso
2 Quarto 01
3 Banheiro
4 Quarto 02
5 Cozinha
6 Sala de estar e jantar

Figura 25: Foto Planta baixa das unidade


unifamiliar geminada duas a duas em
destaque.
Fonte: Projeto, n.19, pag. 26 , maio/ abril, 1980.

Legenda:
1 Cozinha
2 Sala
3 Quarto

Figura 26: Foto dos Cortes da


unidade unifamiliar geminada duas
a duas em destaque.
Fonte: Projeto, n.19, pag. 26 , maio/
abril, 1980.
56
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

1.2 Concursos nacionais

a) O concurso Brasilit, 1987.

Entre os concursos cujo tema era habitação social, destacavam-se aqueles


promovidos periodicamente pela empresa Brasilit, um tradicional fabricante de
materiais de construção e de chapas onduladas de cimento amianto. O intuito da
empresa era popularizar os seus produtos e os concursos buscavam novas aplicações
para eles, promovendo-os entre os arquitetos.

Em 1987, a empresa promoveu um desses concursos cuja proposta era criar


habitações populares para uma área localizada em no estado da Bahia, que deveria
receber cinquenta casas unifamiliares mais equipamentos coletivos. O edital do
concurso dava ênfase ao conforto térmico e à ventilação devido ao clima da região. Os
projetos premiados foram publicados com destaque na revista Projeto em dezembro
de 1987:

1º lugar

O primeiro prêmio foi conquistado pelos arquitetos Moacyr Pacheco Netto e Paulo
Cesar Braga Pacheco, e tinha como questão central a construção rápida de moradias
com um número reduzido de peças de concreto pré-moldado e estrutura metálica.
Vinculada à racionalização da construção e à pré-fabricação, a proposta da equipe se
debruçava sobre problemas de conforto térmico (ver figura 28 e 29), relacionando as
estratégias projetuais ao crescimento das pesquisas sobre esse tema, visto como um
dos elementos que poderia “parametrizar” o projeto de arquitetura e proporcionar
estudos de habitação adequados ao território implantado.

O foco central deste projeto está no sistema construtivo e na unidade de habitação; a


proposta urbana, ao contrário, é claramente uma repetição do modelo tradicional
adotado no primeiro momento do BNH, com quadras ortogonais extensas e ausência
de equipamentos coletivos e espaços verdes para a população. (ver figura 27).

2º lugar

O segundo prêmio, dado aos arquitetos, Sandra Aguiar, Marcos Chaves, Marco José e
Carlos Antônio, ao contrário do primeiro, era um projeto com ênfase no urbanismo,
influenciado pelos debates contemporâneos e marcado pela preocupação com a
localização dos equipamentos urbanos, priorizando os espaços coletivos em
detrimento dos espaços privados. (ver figura 31).
57
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Figura 27 – Implantação do conjunto habitacional projetado por Moacyr Pacheco Netto e


Paulo Cesar Braga Pacheco.
Fonte: PACHECO, 2004.

Figura 28 – Unidade habitacional projetado por Moacyr Pacheco


Netto e Paulo Cesar Braga Pacheco.
Fonte: PACHECO, 2004.
58
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Figura 29: Estudo de conforto térmico para a propsta de unidade


habitacional.
Fonte: PACHECO, 2004.

Figura 30: Vista da fachada do conjunto


Fonte: PACHECO, 2004.

Figura 31: Vista geral da maquete, segundo Prêmio – Arquitetos:


Sandra Aguiar, Marcos Chaves, Marco José e Carlos Antônio.
Fonte: PACHECO, 2004.
59
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Figura 32 - Croquis com a fachada das edificações, planta


baixa, corte esquemático.
Fonte: www.podesta.arq.br acessado em 21/12/2011.

Figura 33 - Croquis da implantação do conjunto.


Fonte: www.podesta.arq.br acessado em 21/12/2011.
60
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

b) Primeiro concurso nacional de projetos para a habitação Popular, 1990.

Outro concurso que merece destaque, proposto com o objetivo de resgatar a


qualidade do projeto e, consequentemente, a qualidade da execução, foi aquele
promovido pela Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo em
conjunto com a COHAB/SP, cujas intenções são indicadas pelo diretor técnico da
COHAB e membro da comissão julgadora, arquiteto Antônio Carlos Sant‘ Anna Jr.:

Tornou-se uma tradição fazer projetos absolutamente


sumários, geralmente contratados com a própria empreiteira da
execução da obra, que procura minimizar as despesas com
esse item. Isso é agravado pelo fato de que a legislação
relativa à habitação de interesse social e o código de obras
fazerem exigências que impedem a criatividade e até dificultam
um aproveitamento mais econômico do terreno. Por isso, a
SEHAB vai usar os subsídios oferecidos pelos projetos
inscritos no concurso para alterar a legislação, reduzindo ao
mínimo suas restrições. Por conter essa perspectiva e também
não propor um programa fechado, permitindo total liberdade de
criação, o concurso ganha um caráter inusitado (SANT’ANNA,
1990, apud BASTOS & ZEIN, 2010, p. 306).

Com repercussão nacional e participação expressiva de todo país – sete dos quinze
premiados são grupos não paulistas – o concurso propunha duas áreas distintas de
intervenção: um vazio urbano central junto à nova estação de Metrô do Brás e uma
área de expansão periférica no Jardim São Francisco.

Projeto junto à nova estação de Metrô do Brás


No projeto para a área junto à nova estação de Metrô, o primeiro prêmio ficou com o
arquiteto Sylvio Podestá (ver figura 32 e 33), que indicava uma serie de
redirecionamentos frente ao “modelo” do BNH. Entre as características fundamentais
do projeto podem ser destacadas:

• a possibilidade de participação da comunidade no projeto;

• a proposta de espaços comerciais e equipamentos comunitários, tais como


creches e praças;

• a presença de diferentes alternativas arquitetônicas: residências unifamiliares


(térrea e duplex) e multifamiliares de 4 andares, além de edifícios institucionais
e comerciais.

Do ponto de vista do agenciamento urbano, entretanto, assim como no projeto


premiado no Concurso Brasilit de 1987, ficava evidente a intenção de recuperar os
elementos morfológicos tradicionais, como o quarteirão, as esquinas, a rua e a praça.
61
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Figura 34: Imagens do conjunto Jardim São Francisco. Arquiteto: Demetre


Anastassakis, 1990.
Fonte: http://pessoal.utfpr.edu.br/laroca/arquivos/Habitacao_Popular_O_
Direito_a_Ar.pdf acessado em 21/12/2011.

Figura 35: Imagens do conjunto Jardim São Francisco. Arquiteto: Demetre


Anastassakis, 1990.
Fonte: http://pessoal.utfpr.edu.br/laroca/arquivos/Habitacao_Popular_O_
Direito_a_Ar.pdf acessado em 21/12/2012.
62
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Projeto Jardim São Francisco


Nas edições 130 e 134, da revista Projeto, de 1990, foram publicados,
respectivamente, os textos: “Um concurso para resgatar o projeto de habitação
popular” e “A habitação como utopia possível”, que tratavam do projeto vencedor do
concurso Jardim São Francisco de autoria de Demetre Anastassakis12. O Conjunto
localizava-se em uma área de expansão periférica na zona leste da cidade de São
Paulo, e foi, segundo Zein (2010), uma proposta paradigmática, pois se contrapunha
diametralmente aos conjuntos construídos anteriormente pelo BNH.

Com esse concurso foi implantada uma nova maneira de


encarar a habitação popular. Passou–se a conferir a devida
importância ao projeto arquitetônico e urbanístico, contrariando
a mentalidade herdada da década de 1960, fase de criação do
Banco Nacional de Habitação. Nesse período, os projetos
arquitetônicos não receberam atenção, resultando em
edificações repetitivas, de pouca criatividade. (BASTOS &
ZEIN, 2010, p. 306.)

Ainda em 1990, a SEHAB e a COHAB promoveram a efetiva participação dos usuários


na construção das habitações dos seus conjuntos. Nabil Bonduki, superintendente da
Secretaria de Habitação Popular da cidade de São Paulo, entre 1989 a 1992, tinha
como objetivo inovar em termos arquitetônicos e, ao mesmo tempo, promover a
participação dos usuários. Um dos grandes méritos da gestão de Bonduki foi ter aberto
novas possibilidades de atuação e de reflexão contemporânea sobre a habitação
social no Brasil. Bastos & Zein (2010) destacam que a sua gestão foi marcada pela
utilização de diretrizes básicas, que já haviam sido debatidas no Movimento de
Reforma Urbana e no projeto de Lei nº 775:

• aproveitamento de terrenos públicos;

• projetos de pequenas dimensões;

• diversidade de soluções arquitetônicas e urbanísticas;

• racionalização dos processos construtivos;

• processo permanente de participação popular em todos os aspectos;

• projeto urbanístico de alta densidade.

12
Demetre Anastassakis nasceu na Grécia, mais precisamente em Athenas e foi o responsável
pelo Setor de Urbanismo da Secretaria de Habitação (SEHAB) de São Paulo, entre os anos de
1973 a 1975.
63
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Estes pontos sinalizam as influências, no projeto arquitetônico, das críticas ao “modelo


BNH” e as soluções alternativas para os problemas existentes nesse modelo
habitacional.

Com base nos projetos previamente comentados, tentou-se encontrar os pontos de


intercessão entre as soluções propostas ao problema habitacional, debatidos e
criticados nos anos 1980 e os seus reflexos nos projetos habitacionais. Para tanto, se
organizou uma tabela em que se mostra onde são mais visíveis as ações decorrentes
dos debates e críticas ao modelo do BNH na sua primeira fase e as possíveis soluções
ao problema habitacional que aparecem nesses projetos:

• o conjunto São Judas Tadeu, apesar de apresentar quadras extensas e projeto


arquitetônico que se repete ao longo da malha urbana próximo aos
apresentados pelo BNH na sua primeira fase, reserva áreas importantes para
equipamentos urbanos e zonas verdes. Seu projeto destina espaço para os
equipamentos urbanos e áreas verdes que remetem ao projeto de Lei nº 775.

• no conjunto Habitacional Parque Cecap foi adotado um estudo de


hierarquização do sistema viário, com a presença de uma via expressa para o
tráfego intenso e de transporte público e vias locais para as áreas residenciais,
soluções que foram discutidas pelo 10º Congresso Brasileiro de Arquitetos, IAB
e no Movimento de Reforma Urbana e no projeto de Lei nº 775. O projeto
também setoriza as zonas residenciais em três níveis de atendimento – global,
setorial e local – e através das unidades de vizinhança propõe a implantação
de equipamentos urbanos e áreas verdes, soluções também presentes no
projeto de Lei nº 775.

• no conjunto Califórnia identifica-se a intenção de romper com a monotonia


gerada pela padronização dos grandes conjuntos do BNH que possuíam
apenas uma única variação arquitetônica, solução esta sinalizada no 10º
Congresso Brasileiro de Arquitetos e IAB. Outra característica é a presença de
equipamento urbano.

• no concurso Brasilit dois são os projetos que se destacam: o primeiro lugar


prioriza o projeto arquitetônico através da evidente preocupação com o sistema
construtivo e com o conforto térmico; já o segundo projeto, elaborado pelos
arquitetos Sandra Aguiar, Marcos Chaves, Marco José e Carlos Antônio, dá
ênfase ao projeto urbanístico com a locação de espaços para equipamentos
urbanos e áreas verdes.
64
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

• O edital do Concurso Nacional de Projetos para a Habitação Popular propunha


dois projetos distintos: a nova estação de Metrô do Brás e uma área de
expansão periférica no Jardim São Francisco: no primeiro, identifica-se a
presença de uma variedade de tipos arquitetônicos e de espaços destinados
aos equipamentos coletivos; é também a primeira vez que a participação
popular é considerada em um projeto.

O próximo capítulo trata da forma como essas críticas se manifestam nos conjuntos
habitacionais paraibanos e mais especificamente pessoenses.
65
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
Plataformas de debates e
críticas (consultar Projetos elaborados em concurso e/ou publicados em revistas
legenda 2) (consultar legenda 3)
Soluções apontadas para o problema 1 2 3 4 A B C D E
habitacional (consultar legenda 1)
Processo de participação popular
Previsão de espaço para equipamentos
comunitários.
Estudo do impacto da implantação do
conjunto habitacional na cidade.
Preocupação com o sistema viário.
Preservação das áreas verdes nos
conjuntos habitacionais.
Diversidade de soluções arquitetônicas.
Legenda 1 – soluções apontadas para o problema dos conjuntos • Preservação das áreas verdes nos conjuntos habitacionais - o acompanhar a execução do projeto bem como a preservação das
habitacionais planejados pelo BNH na sua primeira fase. projeto de Lei nº 775 possuía entre outras medidas balizadoras a áreas verdes e a inserção de equipamentos públicos;
• Processo de participação popular - Esta postura diferenciava-se preservação das áreas verdes necessárias à população. 4. Movimento Nacional pela Reforma Urbana, 1980 – neste momento
claramente do modelo que orientou a ação do BNH e com estes • Diversidade de soluções arquitetônicas - A equipe do IAB-RS, que todos os elementos relacionados ao urbano passam a ter como ponto
pressupostos emergem programas alternativos, como urbanização de escreveu o trabalho Política Habitacional – Estudo, evidenciou que os de partida a função social, como justificativa primeira para toda e
favelas e assentamentos precários, construção de moradias novas por projetos arquitetônicos do conjunto habitacionais não deveriam ser qualquer intervenção urbana, neste sentido a questão urbana, pode
mutirão e autogestão, apoio à autoconstrução e intervenções em padronizados. ser compreendida como elemento fundamental para o processo de
cortiços e em habitações nas áreas centrais. (BONDUKI, 2008) Legenda 2 – Debates e críticas democratização da sociedade brasileira;
• Previsão de espaço para equipamentos comunitários – A 1. 10º Congresso Brasileiro de Arquitetos, Brasília, 1979 – passa a Legenda 3 – Projetos elaborados em concurso e/ou publicados
experiência dos primeiros anos tinha mostrado que não bastava debater sobre o papel da comunidade e do arquiteto nas etapas do em revistas.
apenas construir casas: era preciso dotá-las de infraestrutura projeto arquitetônico e urbano do conjunto habitacional de interesse A - O conjunto Habitacional São Judas Tadeu, situado no município de
adequada. Os conjuntos habitacionais eram alvo de críticas social e a padronização arquitetônica e urbana desses conjuntos; Elias Fausto/ SP, executado pela iniciativa privada;
precisamente por lhes faltarem esses requisitos. (ANDRADE & 2. IAB – Discute, em 1979, a interferência do arquiteto e da população B - Conjunto Habitacional Parque Cecap, construído na cidade de
AZEVEDO, 1982) nos projetos arquitetônicos e urbanísticos dos conjuntos habitacionais Franca/ SP, executado pela CECAP;
• Estudo do impacto da implantação do conjunto habitacional na como forma de combater a construção massificada e padronizada dos C - Conjunto Califórnia, construído na BR-040 e executado pela
cidade – Necessidade de se estudar o terreno onde será implantado o conjuntos do BNH e debate sobre o projeto de Lei nº 775 com o INOCOOP–MG;
conjunto habitacional. (IAB-RS) objetivo de obter um melhor planejamento do uso do solo urbano nos D - O concurso Brasilit de 1987 tinha o objetivo criar habitações
• Preocupação com o sistema viário - O direito à cidade e à cidadania Conjuntos habitacionais; populares para uma área localizada em no estado da Bahia;
é a nova lógica que universaliza o acesso aos equipamentos e 3. Projeto de Lei nº 775 – Aponta a necessidade da participação da E - I Concurso Nacional de Projetos para a Habitação Popular, 1990,
serviços urbanos. (Movimento Nacional de Reforma Urbana) comunidade na elaboração dos planos, normas, diretrizes e programas propunha dois projetos distintos: a nova estação de Metrô do Brás e
de desenvolvimento urbano dos conjuntos habitacionais e também de uma área de expansão periférica no Jardim São Francisco.
66
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.
67
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

CAPÍTULO II

Os projetos do BNH na cidade de João Pessoa


68
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Este capítulo é dedicado à atuação do BNH na cidade de João Pessoa com o objetivo
de localizar o objeto de estudo e entender como se desenvolveu a produção dos
conjuntos habitacionais na cidade. Para tanto, foram tomadas como referência duas
pesquisas de 1999: Cavalcanti (1999) e Lavieri & Lavieri (1999). Paralelamente, será
dada atenção especial aos conjuntos construídos nos anos 1980 através de notícias
no jornal “A União” e de documentos relativos aos projetos de arquitetura e urbanismo
encontrados no acervo da CEHAP.

Por fim, foram analisados os conjuntos construídos pela CEHAP, nos anos 1980.
Justifica-se o estudo dos projetos desta instituição por se tratar do mesmo agente
construtor do Conjunto Mangabeira, podendo assim investigar com maior exatidão se
existem, quais são e como, a presença da influência dos debates sobre habitação
social e de soluções alternativas ao modelo do BNH nos anos 1980, aparecem nos
projetos construídos pela CEHAP? E se existirem se partem de projetos anteriores ao
Conjunto Mangabeira.

Segundo Cavalcanti (1999) e Lavieri & Lavieri (1999), a atuação do BNH na Paraíba
divide-se em quatro etapas diferentes.

A primeira, entre os anos 1964 e 1967, caracteriza-se pela estruturação do Sistema


Financeiro de Habitação (SFH), que agrega a Caixa Econômica Federal, alguns
bancos privados, as companhias estaduais de habitação e os institutos de orientação
às cooperativas habitacionais.

Nesse momento a cidade de João Pessoa mantinha uma configuração bastante


compacta em torno do seu centro histórico. O processo de descentralização iniciou-se
com a expansão da cidade em duas direções, por meio de dois eixos: a) Avenida Cruz
das Armas, predominantemente comercial e de serviços, que servia de conexão entre
João Pessoa e Recife, ao longo da qual foram construídas residências para população
de baixa renda, na direção centro-sul; b) Avenida Presidente Epitácio Pessoa, que foi
aberta para permitir a formação de novos bairros residenciais para as classes mais
abastadas, ao mesmo tempo em que conectava o centro urbano à orla marítima, na
direção centro-leste. Na década de 1960 a construção das rodovias federais BR–101
(em direção a Recife) e da BR–230 (em direção a Cabedelo) e a implantação do
Campus Universitário, representaram o início da expansão da cidade na direção
sul/sudeste (ver figura 36).

Na segunda etapa, entre 1968 e 1969, começaram a ser construídos os conjuntos


habitacionais de grande porte, com centenas de unidades, que se convertiam em
elementos fundamentais para a reordenação urbana da cidade. Segundo Cavalcanti
(1999), os primeiros contratos para a construção de conjuntos habitacionais datam de
1967, entretanto, só foram comercializados a partir de 1968. Dentre os principais
estão: Jardim Treze de Maio, conjunto Boa Vista (hoje bairro dos Ipês), Pedro Gondim,
Redenção e conjunto dos Funcionários, que somavam, na época em que foram
construídos, um total de 1.703 domicílios.

Apenas em 1969 registrou-se uma ocupação mais intensiva da região sul e sudeste da
cidade, com a construção pela CEHAP das primeiras 560 unidades do conjunto
Castelo Branco, que representou a primeira tentativa da remoção de favelas em João
Pessoa. Lavieri & Lavieri (1999) afirmam que o número de domicílios em João Pessoa
69
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

cresceu 33,5% na década de 1960, devido principalmente aos financiamentos de seis


conjuntos habitacionais entre 1967 e 1969 pelo SFH. Se em 1960 a cidade possuía
2,4% dos seus domicílios em conjuntos habitacionais, no final da década este
percentual era de 6,4%:

O espaço urbano de João Pessoa cresceu significativamente


entre 1970 e 1980, numa taxa de mais de 100% de uma
década para outra, tendo uma contribuição dos financiamentos
do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que
ocorreram até 1974; tendo neste período sido construídos
outros quatro conjuntos habitacionais (Castelo Branco I e II,
Costa e Silva e João Agripino – os três primeiros pela CEHAP e
o último pelo INOCOOP), num total de 2.266 unidades.
(LAVIERI & LAVIERI, 1999).

BR – 230 em direção ao
Município de Cabedelo

Av. Epitácio Pessoa

Jardim Botânico

UFPB
Terreno destinado ao
Conjunto Mangabeira.
BR – 230 em direção ao
Município de Santa Rita

BR – 101 em direção ao
Estado de Pernambuco

Bairro Cruz das Armas.

Figura 36: Eixos de expansão da cidade na década de 1960.


Fonte: Mapa elaborado pela autora em 2011 sobre base fornecida pela PMJP (Prefeitura
municipal de João Pessoa) a partir de dados coletados em LAVIERI & LAVIERI, 1999.
70
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

QUADRO 01 - CONJUNTOS HABITACIONAIS FINANCIADOS PELO SFH (1968/1969)

NOME ANO UNIDADES BAIRRO INSTITUIÇÃO

Jardim 13 de
1968 413 13 de Maio IPASE/ IPEP
maio

Redenção 1968 70 Jardim Luna IPASE

Boa Vista 1968 558 Ipês IPASE

Pedro
1968 281 Pedro Gondim IPEP
Gondim

Cidade dos Cidade dos


1968 381 IPEP
Funcionários Funcionários

Castelo
1969 630 Castelo Branco COHAB
Branco

Fonte: IBGE e TADEI/DUAYER apud LAVIERI & LAVIERI (1999).

Na terceira etapa, entre 1971 e 1976, o BNH passa a promover obras de


pavimentação, saneamento básico e implantação das áreas de lazer e melhorias nos
bairros de Manaíra e Cabo Branco. As obras eram executadas pelo projeto CURA13 -
Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada. Nesta época foram construídos
com financiamento do BNH os conjuntos Costa e Silva (1971) e João Agripino (1974),
além da ampliação do conjunto Castelo Branco.

Na quarta e última etapa, de 1976 em diante, foram construídos e entregues onze


novos conjuntos habitacionais, financiados por três agentes, o INOCOOP, o IPEP e a
CEHAP. O primeiro ficou responsável pelos conjuntos de melhor localização e
oferecidos para a população de maior renda: Brisa Mar e Altiplano Cabo Branco. Ao
segundo coube a construção dos conjuntos dos Ipês, Esplanada e Alto do Mateus. A
CEHAP se encarregou da construção dos conjuntos Ernani Sátiro, Ernesto Geisel e
José Américo, entre outros, entregues sem pavimentação, sem saneamento básico e
com abastecimento de água precário.

Foi construído ainda o Conjunto do Grotão, com o objetivo de erradicar a favela de


mesmo nome, os conjuntos Valentina Figueiredo e Funcionários II, financiados pelo
IPEP, com contrapartida do BNH e SFH, além dos conjuntos Mangabeira I e II,
financiados pela CEHAP. Entre 1983 e 1984, foram construídos Mangabeira III, IV, V,

13
O projeto CURA tinha como objetivo racionalizar o uso do solo urbano, melhorar as
condições de serviços de infraestrutura das cidades e corrigir as distorções causadas pela
especulação imobiliária.
71
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

e o PROSIND14. Neste último, segundo consulta feita à CEHAP, o número de


domicílios superou 9.400 unidades.

O foco de interesse desta pesquisa centra-se na quarta etapa de atividade do BNH no


Estado, período no qual os conjuntos habitacionais eram, frequentemente, entregues à
população sem saneamento básico, sem pavimentação, sem abastecimento de água e
sem transporte público (Cavalcanti, 1999). Esta afirmação pode ser ratificada pela
notícia do Jornal “A União”, de 27 de janeiro de 1980, que destaca que os serviços de
infraestrutura que deveriam ser feitos paralelamente à construção das habitações do
Alto do Mateus, não estavam prontos até a entrega do conjunto. Em contrapartida
destaca que o novo conjunto Mangabeira, denominado “uma verdadeira cidade
satélite”, foi entregue com infraestrutura e equipamentos urbanos.

O presidente da CEHAP fez alusão especial a um desses


conjuntos, que será construído em Mangabeira, por ele
designado “uma verdadeira cidade satélite”, que contará com
12 mil casas (Novos conjuntos vão ter todos serviços básicos,
27/01/1980).

A atuação do BNH nestes anos contribuiu para o aumento dos conjuntos habitacionais
na cidade. Araújo (2009) destaca que somente em três anos, de 1981 a 1984, foram
construídos onze conjuntos, dos quais seis são etapas de Mangabeira, os outros cinco
estão distribuídos na porção sul/sudeste da cidade, perfazendo mais de 11.300
domicílios. Isto significa que, em apenas três anos, 25% do incremento do número de
domicílios da cidade foi proveniente da construção desses conjuntos residenciais.
Estendendo esses números ao período entre os anos de 1980 e 1991, esse percentual
sobe para 32,5%.

Neste período foram construídas 8.492 unidades que expandiram o tecido urbano para
o sudeste, intensificando o processo de periferização da cidade. Faziam parte dessa
expansão os seguintes conjuntos habitacionais: Bancários, Radialista, Esplanada,
Anatólia, Grotão, Bairro das Indústrias, além da implantação do Conjunto Mangabeira
I, que se destacou de todos os outros conjuntos já construídos, devido ao seu porte,
bem acima do restante, com 3.238 unidades. Destacou-se também pela sua
localização (na direção da faixa litorânea – a Praia do Sol) e por ser o primeiro dos
conjuntos já construídos pelo BNH a ser entregue com infraestrutura. Foi iniciada,
também neste período, a construção dos conjuntos Mangabeira II (6.344 unidades) e
Valentina de Figueiredo (4.406 unidades).

14
PROSIND é o nome dado a uma das etapas do Conjunto Mangabeira.
72
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

QUADRO 02 - CONJUNTOS HABITACIONAIS FINANCIADOS PELO SFH (1980/1983)

NOME ANO UNIDADES BAIRRO INSTITUIÇÃO

Radialista 1980 92 Radialista CEHAP

Ivan Bichara 1980 450 Alto do Mateus CEHAP

Bancários 1980 1.500 Bancários INOCOOP

Ipês 1980 181 Ipês IPEP

Alto do Mateus 1980 404 Alto do Mateus IPEP

Esplanada 1980 741 Esplanada IPEP

Anatólia 1981 222 Bancários INOCOOP

Cristo 1981 276 Cristo INOCOOP

Grotões 1982 910 Grotões CEHAP

Mangabeira I 1983 3.238 Mangabeira CEHAP

Bairro das Indústrias 1983 262 Distrito Industrial INOCOOP

Parque Arruda
1983 216 Roger INOCOOP
Câmara

Total 8.492

Fonte: TADDEY e DUAYER apud LAVIERI & LAVIERI (1999).

Os agentes habitacionais do BNH responsáveis pela execução dos conjuntos e


programas do banco nos anos 1980 trabalhavam em diversas zonas da cidade: o
INOCOOP trabalhava em áreas de melhor localização e para uma população de maior
poder de consumo e renda, como o Parque Arruda Câmara e o conjunto dos
Bancários; já o IPEP expandiu os seus conjuntos para diversas áreas inclusive nas
áreas sul-sudeste da cidade. O jornal A União em 1983 destacou a entrega do
conjunto Funcionários II, financiado pelo BNH, através do IPEP, durante o governo de
Wilson Braga.

A partir de 1979, o BNH criou o Programa de Erradicação de Sub Habitação


(PROMORAR) para atuar especificamente na urbanização de favelas e promover a
construção de moradias através da autoconstrução: um exemplo local desse programa
é o conjunto do Grotão (910 unidades), executado pela CEHAP.

A CEHAP atendeu uma população de baixo poder aquisitivo e construiu a maioria dos
seus empreendimentos no eixo sul/sudeste da cidade na década de 1980: Radialista,
Alto do Mateus, Grotão e Mangabeira (Ver figura 37). Assim para analisar e entender a
influência das novas posturas em relação à habitação popular nos conjuntos
pessoenses e verificar se o Conjunto Mangabeira possuía especificidades que o
diferenciasse de outros conjuntos é necessário conhecer a produção habitacional dos
anos 1980 de seu agente construtor.
73
Permanência e inovações: o projeto Mangabeira.

Conjunto Ivan Bichara

Conjunto Mangabeira

Conjunto Radialista
Conjunto Grotão

Figura 37: Mapa de João Pessoa, marcando os conjuntos habitacionais construídos pela CEHAP
nos anos de 1980.
Fonte: Mapa elaborado pela autora em 2011 sobre base fornecida pela PMJP a partir de dados
coletados em LAVIERI & LAVIERI, 1999.
Permanência e inovações: um estudo de caso do projeto Mangabeira. 74

Figura 38: conjunto Valentina Figueiredo.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego, Jornal União, 19/
10/ 1984.

Figura 39: Conjunto habitacional em Souza.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego, Jornal União, 02/
11/ 1983.

Figura 40: IPEP antecipa entrega de chaves.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego, Jornal União,
02/11/1983.
Permanência e inovações: um estudo de caso do projeto Mangabeira. 75

2.2 Os conjuntos construídos pela CEHAP nos anos 1980

Os conjuntos construídos pela CEHAP e financiados pelo BNH nos anos 1980 foram:
Ivan Bichara (1980), Grotão (1982), Radialista (1980) e Mangabeira (1983).

O conjunto Ivan Bichara começou a ser construído em 1978 e foi entregue à


população em 1980, foi considerado o maior conjunto habitacional construído pelo
BNH no país até aquele ano. Os arquitetos coordenadores do projeto foram Antônio
Amaral e Berenice Fraga Amaral. O projeto (ver figura 42) contava com cerca de 1,64
hectares destinados à áreas verdes e 3,37 hectares para equipamentos comunitários,
algo que não era comum nos conjuntos construídos pelo BNH até então, sugerindo
certo alinhamento dos arquitetos com os debates contemporâneos acerca do
problema habitacional.

O conjunto, temporalmente, faz parte dos anos 1980, porém contêm alguns aspectos
semelhantes àqueles identificados como característicos do “modelo BNH”, vigente
entre os anos de 1964 até 1976: projeto arquitetônico padronizado e a ausência total
de participação popular nas decisões.

No entanto, possuía espaços destinados a equipamentos coletivos, uma característica,


ainda que tímida, dos conjuntos habitacionais que procuravam contemplar os debates
e críticas dos anos 1980.

O conjunto Habitacional Radialista (ver figura 41) foi entregue no mesmo ano do Ivan
Bichara, 1980, com apenas 92 unidades habitacionais sendo destinado a 260
habitantes. Durante a pesquisa de campo poucos dados foram encontrados a seu
respeito, no entanto, assim como vimos no conjunto anterior, foi destinada uma área
para equipamentos comunitários, de cerca de 1833 m².

Equipamentos coletivos
Figura 41: conjunto Radialista.
Fonte: Acervo CEHAP, editado pela autora.
Permanência e inovações: um estudo de caso do projeto Mangabeira. 76
Equipamentos coletivos
Figura 42: conjunto Ivan Bichara.
Fonte : Acervo CEHAP, editado pelo autora.
Permanência e inovações: um estudo de caso do projeto Mangabeira. 77

O conjunto habitacional do Grotão (ver figura 43) foi fruto do Programa de Erradicação
de Sub Habitação (PROMORAR), desenvolvido pela CEHAP com o objetivo de
reurbanizar favelas na cidade de João Pessoa. O conjunto contava, segundo dados
coletados na CEHAP, com 910 unidades habitacionais, 13 hectares de espaços
destinados às áreas verdes e 0,89 hectare de espaço para equipamentos
comunitários. Entretanto, chama ainda a atenção, diferenciando-se das características
dos da primeira fase do BNH, a preocupação em articular o conjunto a uma trama
urbana pré-existente por meio de vias principais que cruzam o conjunto “costurando” a
malha urbana, bem como a presença de uma área destinada à área verde.

O que se pode concluir desta breve analise é que apesar dos conjuntos estudados
serem dos anos 1980 – anos que ocorreram os debates, as críticas e algumas
propostas de solução ao problema habitacional, apontados do primeiro capítulo desta
pesquisa – poucos reflexos das propostas nacionais são econtrados nesses conjuntos,
que mais se parecem com os conjuntos construídos pelo BNH na sua primeira fase.
Permanência e inovações: um estudo de caso do projeto Mangabeira. 78
Equipamentos coletivos Via de grande fluxo perpendicular ao conjunto. Via principal do conjunto.
Figura 43: Conjunto do Grotão.
Fonte: Dados coletados na CEHAP , editado pela autora.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 79

CAPÍTULO III -
Mangabeira: diretrizes e
projeto.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 80

CAPÍTULO III
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 81

Figura 44: Croqui da fazenda Mangabeira, área loteada para a construção de Magabeira I e
área da fazenda Cuiá destinada a construção das demais etapas do projeto Mangabeira.
Fonte – ARAÚJO, 2006.

Figura 45: Início da construção do Conjunto Mangabeira (1979).


Fonte: SILVA, 2007.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 82

Mangabeira: diretrizes e projeto.

Neste capítulo pretende-se identificar as principais diretrizes que nortearam o projeto


do Conjunto Mangabeira com o objetivo de discutir em que medida, em Mangabeira,
está presente o conteúdo antevisto nos debates e em algumas das experiências
realizadas durante a década de 1980 no que tange à habitação de interesse social.

O Conjunto Habitacional Tarcísio de Miranda Burity, mais conhecido como Mangabeira


foi projetado por uma equipe técnica15 coordenada pelo arquiteto Hugo José de Freitas
Peregrino. O projeto é fruto das intenções da Companhia Estadual de Habitação
Popular (CEHAP) de racionalizar o processo de implantação dos conjuntos
habitacionais no Estado da Paraíba e foi, para a cidade de João Pessoa, a
consolidação do eixo de expansão urbana rumo à região sul/sudeste.

O novo Conjunto (ver figura 45) deveria ser construído em cinco etapas e tinha como
objetivo principal, segundo Lavieri & Lavieri (1999), suprir o déficit habitacional da
cidade. O jornal A União, em dezembro de 1981 destacava que o Conjunto seria
planejado por uma equipe técnica determinada pela CEHAP e entregue em primeiro
lugar a membros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba.

Os jornalistas de João Pessoa poderão ter sua casa própria no


conjunto que a Cehap está construindo em Mangabeira. Isto
será possível se o governador Tarcísio Burity atender à
reivindicação que a classe fará através da comissão do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado, em audiência
com data a ser marcada (Jornalistas terão casas no parque de
Mangabeira, 1981).

3.1 Definições da área

A CEHAP, antes da formação da equipe que iria desenvolver o projeto, definiu uma
área, de aproximadamente 421,25 hectares, para ser ocupada pelo Conjunto (ver
figura 45). O terreno foi resultado da união dos terrenos da Fazenda Mangabeira, de
propriedade do Governo do Estado, e da Fazenda Cuiá, de aproximadamente 300 ha,
vendida ao Estado em 1979 e transferida para a CEHAP. (ver figura 44)

A Fazenda Mangabeira, cujo nome surgiu pela vasta plantação


de mangabas, foi comprada pela CEHAP (Companhia Estadual
de Habitação Popular) em 1978 na época em que o presidente
da Companhia era Hermes Pessoa. O valor pago foi de 20.000
cruzeiros. Um ano após a aquisição do terreno, deu-se início à
construção da primeira etapa do Conjunto governador Tarcísio
15
A equipe técnica instituída pela CEHAP para a concepção do projeto Mangabeira e
coordenada pelo arquiteto Hugo José de Freitas Peregrino, contava com os seguintes
arquitetos: Carlos Ernesto de Queiroz Matos, Flávia Tolentino de Carvalho, José Tavares de
Andrade Filho, Marco Antônio Pimentel de Mello, Maria Esther Elisa Mitilene, Zelma
Evangelista de Carvalho, além dos seguintes consultores: Aristóteles Lôbo Magalhães de
Cordeiro e Antônio Sérgio Tavares de Melo.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 83

de Miranda Burity, como foi nomeado originalmente. (SILVA,


2007)

O arquiteto Hugo Peregrino, em entrevista concedida à autora, ainda afirmou que:

Sob a pressão do início de um novo governo, a direção e a


área de planejamento da CEHAP, e o próprio governador,
sabiam que o Estado dispunha de uma grande propriedade
denominada de Fazenda Mangabeira, com quase 1.800 ha,
onde existiam alguns equipamentos públicos, a exemplo da
colônia prisional e da Escola de Serviço Público. Era para essa
área que a cidade já se expandia, após a ocupação do
conjunto dos professores da UFPB e do conjunto dos
bancários. Parte dessa área seria alienada pelo Governo à
CEHAP e a outra parte, contígua à primeira, que era a Fazenda
Cuiá, adquirida ao espólio de Joaquim Veloso Galvão.
(PEREGRINO, 2011)

A localização do terreno onde seria inserido o novo Conjunto habitacional evidencia


uma das características mais marcantes da atuação do BNH na sua primeira fase no
Brasil: a localização em área periféricas da cidade. A figura 46 ilustra o inicio de suas
construção e o seu entorno desértico, distante do centro da cidade.

Coletando informações através do depoimento de alguns membros da equipe de


projetistas e outras contidas no memorial descritivo, foi possível elaborar um
organograma (ver figura 46) que sintetiza o desenvolvimento do projeto e ajudará, de
agora em diante a analisá-lo. Além de evidenciar as diferentes etapas do projeto,
indica algumas das preocupações, exemplificadas nos estudos preliminares quando
foram realizadas as pesquisas e análise da legislação e do terreno onde seria
implantado o futuro Conjunto habitacional.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 84
BNH CEHAP
Definição da área para a inserção do projeto e Formação da equipe em que houve a participação de
o número de unidades habitacionais que o consultores e profissionais de engenharia das
projeto deveria alcançar. concessionárias de água e esgoto (CAGEPA) e energia
elétrica (SAELPA), da Prefeitura, além do corpo de
engenheiros da CEHAP.
Análise dos conjuntos Consulta aos órgãos Elaboração do cronograma Estudos do terreno,
Estudo preliminar habitacionais existentes. públicos e entidades
participantes.
de trabalho. acessos
urbana.
e legislação
Programa de necessidades Programa de arquitetura para as
Programa de necessidades urbanístico. habitações.
Plano geral de uso e Inserção de unidades de Elaboração dos padrões das habitações.
Anteprojeto ocupação do solo. vizinhança.
Primeira etapa do projeto Mangabeira.
Projeto
Finalização do projeto Mangabeira.
Figura 46: Organograma do projeto Mangabeira.
Fonte: organograma elaborado pela autora. 2011 a partir de dados
coletados no memorial descritivo do projeto Mangabeira, 1979.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 85
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 86

3.2 Estudos Preliminares

3.2.1 Estudo do sistema viário e zoneamento urbano.

O terreno destinado à implantação era classificado pelo código municipal de


urbanismo da cidade de João Pessoa, datado de outubro de 1979, como Zona
Especial de Preservação (ZEP), cujo uso, de qualquer tipo, era proibido. No entanto,
a Prefeitura Municipal da cidade, através do Plano de Organização Espacial (POE)
existente na época, juntamente com a equipe técnica da CEHAP, elaborou uma
proposta de uso para a área que levou em consideração os acessos ao bairro e a
dimensão do Conjunto que seria implantado naquela região. Esta proposta foi
submetida à Câmara Municipal de João Pessoa, prevendo um uso misto, residencial
e institucional para o local.

O novo zoneamento da área onde seria construído o Conjunto Mangabeira previa


três zonas: de preservação especial, de amenização ambiental e residencial. A Zona
Especial de Preservação 4 (ZEP4) abrangia as áreas próximas ao rio Cuiá (ver figura
47).

O sistema viário do Conjunto, uma das primeiras preocupações do projeto, foi


planejado a partir da criação de duas vias coletoras paralelas, que se conectavam a
BR-230 através da Avenida Hilton Souto Maior: a Avenida Comerciante Alfredo
Ferreira da Rocha e a Avenida Josefa Taveira, cuja distância entre ambas seria de
400 metros, aproximadamente. Essas vias abrigariam a circulação de transportes de
massa e foram projetadas com largura de 18 metros e caixas de rolamento de 7
metros. (ver figura 48, 49 e 50).

Para o Conjunto Mangabeira, a CEHAP, juntamente com a equipe responsável pelo


projeto, formulou algumas diretrizes projetuais que partiram do estudo de projetos já
construídos por este órgão financiador na cidade.

O projeto foi elaborado sob bastante pressão, como era


comum àqueles de áreas que eram tidas como importantes
para o governo, como a área habitacional. Se podemos assim
dizer, a diretriz básica da Companhia era de que o projeto
deveria contemplar a ocupação da área em unidades
unifamiliares, utilizando-se os tipos habitacionais já utilizados
nos conjuntos anteriores. Isso, na opinião da direção, viria a
atender mais adequadamente o público-alvo. Nesse ponto, a
partir da análise crítica da atuação anterior da CEHAP, com a
consultoria do arquiteto professor Aristóteles Lobo Cordeiro,
houve a definição das diretrizes básicas que eram: a) atingir
uma densidade bruta de 300 hab/ha; b) prever a implantação
de bens e serviços mínimos necessários ao funcionamento do
conjunto e c) diversificar a paisagem urbana, com a utilização
de novos e diversos tipos habitacionais. (PEREGRINO, 2011)
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 87

3180m
Zona Especial de Preservação 4.

Zona de Amenização Ambiental.

Zona residencial.

Figura 47: Zoneamento do Conjunto Mangabeira, financiado pelo BNH.


Fonte: Mapa elaborado pela autora em 2011 sobre suporte fornecido pela PMJP a
partir de dados coletados no Memorial descritivo do projeto Mangabeira, 1979.

Legenda:
Avenida Josefa Taveira.
Ligação entre a Br 230 e a Orla marítima.
Figura 48: Primeiras casas construídas na entrada do Conjunto (1983).
Fonte: SILVA, 2007, editado pela autora.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 88

Segundo Peregrino, a CEHAP exigiu da equipe três pontos fundamentais para


a elaboração do projeto:

(1) uma densidade bruta de 300 hab/ha, baseada nas recomendações da


ONU/CEPAL;

(2) a implantação de equipamentos coletivos, devido ao fato do terreno


localizar-se distante do centro;

(3) diversificação da paisagem urbana através da utilização de mais de um


tipo de habitação.

Com uma densidade populacional alta e com um grande número de unidades


habitacionais a construir, a equipe, juntamente com a PMJP, estabeleceu três tipos
de serviços para a região: (a) equipamentos coletivos de uso diário, (b) de uso
periódico e (c) de uso ocasional. Esta divisão dos espaços urbanos de forma
hierárquica foi utilizada no projeto do Conjunto Habitacional Parque Cecap, em
Franca, como estratégia para minimizar os problemas encontrados nos tradicionais
conjuntos construídos pelo BNH.

A implantação destes serviços compreendia um raio de abrangência de 350 metros


para os equipamentos de uso diário. Segundo o memorial descritivo do projeto, estes
equipamentos eram: abrigos para ônibus, escolas primárias, equipamentos ligados à
saúde, recreação, lazer e comércio de alimentos. Para equipamentos de uso
periódico, foi estabelecido um raio de 700 metros. Já os equipamentos de uso
ocasional foram localizados em um único setor, servindo a todo o conjunto
habitacional. Para a definição dos equipamentos educacionais os arquitetos
consideraram o programa da Secretaria de Educação do Estado, que indicava a
implantação de creches e de escolas de primeiro e de segundo grau. Com relação
aos equipamentos ligados à saúde, estes foram elaborados de acordo com os dados
fornecidos pela Secretaria de Saúde do Estado, cuja indicação era de seis postos de
saúde com raios de 700 metros de distância entre eles. Foi ainda previsto também
um Centro Social Urbano que deveria atender toda a área, assim como vias que
comportassem transporte coletivo e fizessem a ligação entre o Jardim Cidade
Universitária, à BR-230 e a Orla Marítima.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 89

Acesso às vias coletoras.


Ligação entre a BR-230 e a Orla Marítima
Figura 49: acesso ao Conjunto Mangabeira.
Fonte: Mapa elaborado pela autora. 2011.

3180 m
Eixo viário em direção
a BR – 230.

Eixo viário em direção ao


Campus universitário.

Eixo viário em direção


ao litoral.

Terreno destinado ao
Conjunto Mangabeira.

Figura 50: Eixos viários de acesso ao Conjunto Mangabeira.


Fonte: Mapa elaborado pela autora. 2011.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 90

Via coletora

Raio de influência

Núcleo de equipamentos
coletivos

Figura 51: Diagrama das unidades de vizinhança.


Fonte: Diagrama elaborado pela autora, 2011, a partir de dados coletados no memorial
descritivo do projeto Mangabeira, 1979.

Legenda:

Raio de influência.
Via Coletora.

Núcleo de Equipamentos.

Quadras habitacionais.

Vias locais.

Eixo viário em direção ao litoral.

Figura 52: Desenho esquemático das unidades de vizinhança.


Fonte: Mapa elaborado pela autora, 2011, a partir de dados coletados no Memorial
descritivo projeto do Mangabeira, 1979.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 91

3.3 O uso e ocupação do solo

O uso e ocupação do solo respeitava as condicionantes físicas do terreno: extensão


territorial e localização em uma área distante dos núcleos centrais da cidade. Previa
a inserção de equipamentos de uso coletivo e tinha como objetivo, atingir uma
densidade populacional acima das até então alcançadas nas demais propostas
construídas no Estado.

Uma das condicionantes mais importantes, segundo o memorial descritivo do projeto,


foi à preocupação da equipe técnica, já comentada, com a extensão territorial do
conjunto, que resultou na definição de núcleos de equipamentos coletivos de uso
diário, que delimitavam “unidades de vizinhança” (ver figura 51 e 52).

Ao qualificarmos os equipamentos coletivos de atendimento


diário, que deveriam ter um raio máximo de influência de
350m, definiu-se a unidade de vizinhança, composta de 500
unidades habitacionais que estariam dispostas em um núcleo
contendo os equipamentos (CEHAP, 1979).

Para a elaboração destas unidades de vizinhança, a equipe, segundo o consultor


urbanístico do projeto Aristóteles Cordeiro, teve como referência o artigo de Heriberto
Allende sobre equipamentos de serviços comunitários, publicado na revista Summa,
de Buenos Aires, que tratava do dimensionamento dos serviços comunitários em
conjunto habitacionais argentinos. Segundo Cordeiro, com as unidades de
vizinhança a equipe técnica buscava criar facilidades de identificação do usuário com
o seu entorno imediato.

Para a disposição das unidades de vizinhança considerou-se parâmetros muito


próximos daqueles usados no conjunto Cecap, em Franca: cada unidade deveria
conter uma série de equipamentos coletivos que atendessem 500 unidades
habitacionais, distribuídos em um raio de 250 metros ao redor de um núcleo central.
(ver figura 51 e 52)

Em primeiro lugar, o conceito de unidade de vizinhança foi


usado para o plano geral, não apenas para a primeira etapa.
A utilização do conceito da unidade de vizinhança (em torno
de 500 unidades habitacionais) decorreu do fato de se estar
trabalhando com o planejamento de uma quase cidade, onde
a população total estimada seria de aproximadamente 50.000
habitantes. Isso viria a racionalizar e tornar mais objetivo o
dimensionamento e localização dos equipamentos
necessários ao conjunto. Essa proposta, então, foi aplicada
no planejamento de toda aquela área inicial do Projeto
Mangabeira (PEREGRINO, 2011).

A unidade de vizinhança englobava os habitantes em um


círculo com raio de 400 metros, a distância máxima que o
cidadão deveria percorrer para ter acesso ao transporte
público e aos bens e serviços de frequência diária. Esta
proposta de certa forma foi utilizada em todas as etapas do
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 92

conjunto visto que o sistema viário principal – coletoras – e as


áreas verdes com as áreas comerciais foram determinados no
plano geral de ocupação de toda a gleba (CORDEIRO, 201)

As quadras foram consequência das medidas adotadas para as unidades de


vizinhança e do sistema viário. Foram dispostas de acordo com as orientações
Norte/Sul e Leste/Oeste, resultado do estudo de ventilação e insolação realizado
pela equipe, revelando uma preocupação similar aos projetos habitacionais
apresentados no concurso Brasilit, de 1987, citado no capítulo I desta pesquisa.
Portanto, os projetos de arquitetura foram dispostos da seguinte forma: no sentido
leste/ oeste, as unidades isoladas do lote e as dúplex; no sentido norte/ sul ficariam
as unidades geminadas térreas e isoladas do lote.

100 m

200 m

Figura 53 - Unidades geminada duplex – PB / 23.3 - Leste / Oeste e unidades


geminada 2 a 2 – PB/21.2 - Norte/ Sul.
Fonte: Esboço elaborado pela autora. 2011 a partir de dados coletados na CEHAP,
2011.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 93

Figura 54: Unidades geminadas.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego, Jornal
União, 17/03/1983.

Figura 55: Edificações duplex, no ato da sua entrega à população.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego Jornal
União, 19/08/1981.

Figura 56: Etapa Mangabeira I em fase de construção.


Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego, Jornal
União, 7/08/1981.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 94

3.4 Os projetos arquitetônicos

Foram 12 as variações de projeto de arquitetura construídas no Conjunto de


Mangabeira. Como algo que nunca tinha ocorrido em conjuntos habitacionais no
estado, a variedade de projeto foi destaque nas manchetes dos jornais da época:

Nove tipos de residências estão sendo construídas no Parque


Residencial Tarcísio Burity: dois tipos de um quarto; três tipos
de dois quartos; um tipo de três; um tipo de dois quartos e
acrescida de uma área aproveitável para fins comerciais, fora
dois tipos de três quartos que são duplex (Conjunto
Mangabeira já tem 1270 casas quase concluídas, 1981).

O jornal A União, refere-se a nove variações arquitetônicas implantadas na etapa


Mangabeira I, no entanto a CEHAP afirma que foram 10 estas variações,
especificadas segundo nomenclatura da própria instituição: PB/17.1. PB/18.2,
PB/19.2, PB/20.3, PB/21.2, PB/22.2, PB/23.3, PB/25.2, PB/26.2, PB/27.1. Os outros
dois projetos foram chamados de embrião A e B e foram inseridas em Mangabeira V.

Para um melhor entendimento das variações arquitetônicas inseridas no Conjunto


Mangabeira, elas foram divididas em quatro grupos distintos: as unidades
unifamiliares térreas geminadas e isoladas no lote, as de uso misto, as duplex
geminadas duas a duas ou em fileira e os embriões.

As unidades térreas geminadas e isoladas no lote possuem características


semelhantes às dos conjuntos apresentados pelo BNH na sua primeira fase, onde o
que mudava de um projeto para o outro era apenas o número de quartos, mantendo
completamente iguais a fachada e a volumetria. (ver figuras 53, 56, 57 e 58). Essas
unidades eram semelhantes aos projetos de péssima qualidade, monótonos,
repetitivos e principalmente, desarticulados de um projeto social, típicas dos
conjuntos habitacionais apresentados pelo BNH na sua primeira fase.

As habitações de uso misto – unifamiliar e comercial (ver figura 60) – podem ser
vistas, de forma bastante tímida, como reflexos das experiências e debates descritos
no capítulo I, já que foram uma tentativa de resolver os problemas causados pela
distante localização do conjunto por meio da implantação de áreas comerciais. No
entanto, as suas volumetrias e fachadas continuavam parecendo-se as das unidades
térreas geminadas e isoladas, gerando na paisagem urbana a mesma padronização
típica da primeira fase do BNH

Além das variações arquitetônicas já citadas, Mangabeira também foi planejada para
receber edificações duplex, geminadas duas a duas (ver figuras 54, 55 e 59) ou em
fileira (chamadas de minhocão). Essas duas variações foram as que mais
contribuíram para que a equipe técnica garantisse o alto índice populacional com o
uso de áreas menores por lote. Essas unidades quebravam a monotonia do Conjunto
e possuíam variação de dois e três quartos, com fachadas diferenciadas.

Os projetos embrião A e B (ver figura 61) foram planejados contendo apenas a


marcação do piso, pilares e áreas molhadas, ficando a cargo da população o término
do projeto, que seria construído por regime de mutirão e participação da população.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 95

É importante lembrarmos que este aspecto foi o mais discutido e priorizado como
solução ao problema habitacional nos debates estudados no capítulo I desta
pesquisa, no entanto, só apareceu em Mangabeira na sua última fase.

.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 96
Figura 57: unidades unifamiliares isoladas do lote.
Fonte: Dados coletados na CEHAP, digitalizados
pela autora, 2011.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 97
Figura 58: unidades unifamiliares isoladas do lote.
Fonte: Dados coletados na CEHAP , digitalizados
pela autora, 2011.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 98
Figura 59: unidades unifamiliares geminadas e isoladas no
lote.
Fonte: Dados coletados na CEHAP, digitalizados pela autora,
2011.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 99
Figura 60: unidades unifamiliares duplex.
Fonte: Dados coletados na CEHAP,
digitalizados pela autora, 2011.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 100
Figura 61: unidades unifamiliares de uso misto:
comercial e residencial.
Fonte: Dados coletados na CEHAP, digitalizados
pela autora, 2011.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 101
Figura 62: unidades unifamiliares embrião A e B.
Fonte: Dados coletados na CEHAP, digitalizados
pela autora, 2011.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 102
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 103

3.5 As etapas de construção do Conjunto Mangabeira

O conjunto Mangabeira foi construído em seis etapas conforme a tabela 02:

Conjunto/ Comunidade Nº de unidades Ano de Construção

Mangabeira I 3.238 1982

Mangabeira II 3.020 1983

Mangabeira III 500 1983

Mangabeira IV 1500 1983

Mangabeira V 240 1984

Mangabeira PROCIND 1.000 1983

Tabela 02 – Divisão das etapas construídas em Mangabeira.


Fonte: Tabela elaborada pela autora. 2011 a partir de dados coletados na CEHAP

A primeira etapa foi denominada Mangabeira I, tinha uma área de 110,60 ha, 3238
unidades habitacionais e seis unidades de vizinhanças, e foi concluída em 1982 e
entregue em 1983. O jornal A União denominou-a “cidade satélite de João Pessoa”,
devido ao grande número de edificações construídas.

O Parque Residencial Governador Tarcísio Burity, que se


constituirá numa cidade satélite de João Pessoa, terá 3238
residências na primeira etapa de construção, construída com
um investimento de Cr$ 1.126.084.395,00, com recursos
financeiros do Banco Nacional de Habitação e Governo do
Estado da Paraíba (Conjunto está quase concluído, 7/08/198)

O projeto possuía, segundo dados coletados na CEHAP, uma área de preservação


de 12,98% e uma área urbanizada de 87,02%. É certamente esta densidade que
leva o jornal A União, em reportagem sobre Mangabeira I, denominar o conjunto, na
ocasião da sua entrega, como “Uma cidade que nasce” e afirmar que a população
estimada para esta etapa seria de 10.000 habitantes.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 104

A segunda etapa ocupava uma área de 42,96 ha e continha 1.000 unidades


habitacionais e duas unidades de vizinhança com os seus respectivos equipamentos
comunitários. O produto dessa etapa foi destinado aos trabalhadores sindicalizados do
programa PROSIND do BNH e do Programa Habitacional do Governo do Estado e foi
entregue aos mutuários no final de 1984.

Os projetos construídos nesta etapa foram: PB/17.1., PB/18.2, PB/19.2, PB/20.3,


PB/21.2, PB/22.2, PB/23.3, PB/25.2, PB/26.2, PB/27.1, já citadas no Mangabeira I.
Segundo dados coletados na CEHAP as áreas destinadas aos equipamentos
comunitários foi de 7,92% e as áreas residenciais ocuparam a maior parte do terreno,
com 59,03%.

A terceira etapa foi chamada de Mangabeira II, ocupava uma área de 111,53ha,
distribuídos em 3.020 unidades habitacionais e cinco unidades de vizinhança e a sua
construção começou no ano de 1983 e finalizou-se em 1985.

Os projetos construídos nesta etapa foram os mesmos da etapa Mangabeira I; a


ocupação do terreno, segundo dados coletados na CEHAP, foram de 62,14% para as
áreas residenciais e as áreas verdes e equipamentos comunitários somam 8,4% do
total do terreno.

A quarta esta etapa foi chamada de Mangabeira III, ocupava uma área de 18,88 ha,
contendo 514 unidades habitacionais e uma unidade de vizinhança. A sua área
territorial, possuia 8,16% de área de preservação e 91,84% de área urbanizada. Os
projetos usados nesta etapa foram as mesmas utilizadas na etapa Mangabeira I.

A quinta etapa foi chamada de Mangabeira IV, ocupava uma área de 97,66 ha, com
1.512 unidades habitacionais e com três unidades de vizinhança. Os lotes residenciais
ocupavam 63,45% da extensão territorial e 4,03% da área foi ocupada por
equipamentos comunitários.

A sexta e última etapa, Mangabeira V, com uma área de 17,92 ha, 240 unidades
residenciais e uma unidade de vizinhança foi construída em regime de mutirão. Suas
habitações geminadas possuíam apenas um vão livre, em que eram demarcadas
apenas as áreas molhadas.

A filosofia de trabalho participativo implantada na Paraíba pela


Fundação Social do Trabalho, em relação à casa própria,
merece a admiração e o apoio do Banco Nacional de
habitação, afirmou o gerente da carteira de erradicação e Sub
Habitação emergenciais sociais do BNH (Arquivos do Espaço
Cultural José Lins do Rego , Jornal União, 31/07/1983).

Esta fase do conjunto remete a uma citação de Bonduki (2008), em que afirma que um
dos pressupostos inovadores das intervenções do BNH foi o incentivo ao processo
“participativo e autogestionário”.

Assim, o projeto Mangabeira possui características que se aproximam do conteúdo


dos debates sobre a habitação social e das críticas ao BNH, freqüentes nos anos
1980, momento da elaboração do projeto em questão. Neste sentido podemos afirmar
que Mangabeira possui avanços maiores no seu projeto urbanístico, que nos seus
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 105

projetos arquitetônicos. Isso, talvez, seja devido ao momento, aos debates que
envolviam esse período, que privilegiavam a questão urbana, como as discussões em
torno do Movimento pela Reforma Urbana e do Projeto de Lei de Desenvolvimento
Urbano 775/83.

A unidade de vizinhança, por sua vez, apesar de não ser novidade enquanto conceito
passa a ser utilizada como recurso que prioriza o espaço público em relação ao
privado, e é uma das diretrizes apontadas, nos debates dos anos 80, como solução
para os conjuntos habitacionais.

Para facilitar o entendimento dos pontos de intercessão e de convergência entre o


Conjunto Mangabeira e os debates acerca da habitação de interesse social nos anos
1980, foi elaborada uma tabela em que são repetidos os dados da tabela de analise
contida no primeiro capítulo, que se cruza com os dados obtidos ao longo dos outros
capítulos desta dissertação, em que aparecem as divergências, permanências e
estagnações que podem ser visualizadas no projeto Mangabeira.

Ao termino deste capítulo entendeu-se que diversos são os pontos em que


Mangabeira aparece com características da segunda fase do BNH, explanada no
capítulo I da pesquisa. Assim, cruzamos os dados pontuados como soluções ao
problema habitacional, no capítulo I, com as características encontradas nos projetos
da CEHAP nos anos 1980, capítulo II, bem como com as especificidades encontradas
no projeto Mangabeira:

• O estímulo a processos participativos e diálogo entre a população, arquitetos e


o órgão do SFH, ou seja, o BNH prevalece em todos os debates, como ponto
solucionador ao problema dos conjuntos habitacionais. Apesar dos debates
políticos incentivarem esse modo de produção habitacional só encontramos
essas características no I Concurso Nacional de Projetos para Habitação
Popular, de 1990, no projeto Mangabeira pode-se identificar o processo
participativo na sua sexta etapa, construindo em regime de mutirão (embrião A
e B);
• A criação de espaços para equipamentos comunitários é uma decisão que está
presente em todos os Conjuntos estudados nesta pesquisa, desde os projetos
apresentados pelas revistas e concursos, passando pela tímida presença nos
conjuntos construídos pela CEHAP nos anos 1980 e por fim no projeto
Mangabeira, em que foi previsto raios de abrangência para cada serviço e
escalas de necessidade de uso: diários, periódicos e ocasionais, além dos
equipamentos educacionais e de saúde;
• A preservação das áreas verdes nos Conjuntos habitacionais debatidos no
Movimento Nacional pela Reforma Urbana está presente em todos os
conjuntos habitacionais estudados;
• A diversidade de soluções arquitetônicas, lançada em contrapartida à
uniformidade dos conjuntos do primeiro BNH, identificados no 10º congresso e
no Congresso do IAB, aparece nos projetos do Conjunto São Judas Tadeu e
no Parque Cecap, ainda que muito próximas ao modelo do BNH na sua
primeira fase: o que varia é apenas o número de dormitórios, porém com a
mesma volumetria e fachada ao longo dos conjuntos. No entanto, no Conjunto
Califórnia, no Concurso Brasilit, no I Concurso Nacional de Projetos para
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 106

Habitação Popular e no projeto Mangabeira, encontramos estas variações


usadas com o objetivo de quebrar a padronização e monotonia presentes nos
grandes conjuntos construídos pelo BNH na sua primeira fase;
• O estudo viário tratado pelo 10º congresso e pelo Congresso do IAB está
presente no projeto do Conjunto Parque Cecap, cujo terreno foi cortado pela
rodovia Candido Portinari já existente, possibilitando o acesso às vias locais e
aos equipamentos urbanos; no Conjunto Califórnia as vias locais ligavam-se as
vias principais, que, por sua vez, conectavam o Conjunto a BR-04; no Conjunto
Mangabeira duas vias principais de acesso ao Conjunto: a Avenida
Comerciante Alfredo Ferreira da Rocha e a Avenida Josefa Taveira,
conectavam-se às vias locais, evitando o trafego intenso nas áreas
residenciais.

No entanto, é preciso que entendamos que os pontos inovadores encontrados no


Conjunto Mangabeira, possuem uma relação direta com a produção do BNH
principalmente na cidade de João Pessoa. E apesar desses avanços ainda pode-se
verificar que muitas características típicas dos primeiros conjuntos do BNH
permanecem como, por exemplo, a falta de estudos sobre o impacto urbano da
implantação do Conjunto na cidade, que permeia todos os projetos estudados, ou a
persistência de projetos arquitetônicos padronizados do modelo BNH, em que pese as
exceções representadas pelas unidades duplex e os embriões A e B, esses últimos
construídos com a participação popular.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 107
Plataformas de debates e
críticas (consultar Projetos elaborados em concurso e/ou publicados em revistas
legenda 2) (consultar legenda 3)
Soluções apontadas para o problema 1 2 3 4 A B C D E F
habitacional (consultar legenda 1)
Processo de participação popular
Previsão de espaço para equipamentos
comunitários.
Estudo do impacto da implantação do
conjunto habitacional na cidade.
Preocupação com o sistema viário.
Preservação das áreas verdes nos
conjuntos habitacionais.
Diversidade de soluções arquitetônicas.
Legenda 1 – soluções apontadas para o problema dos Conjuntos • Preservação das áreas verdes nos conjuntos habitacionais - o acompanhar a execução do projeto bem como a preservação das
habitacionais planejados pelo BNH na sua primeira fase. projeto de Lei nº 775 possuía entre outras medidas balizadoras a áreas verdes e a inserção de equipamentos públicos;
• Processo de participação popular - Esta postura diferenciava-se preservação das áreas verdes necessárias à população. 8. Movimento Nacional pela Reforma Urbana, 1980 – neste momento
claramente do modelo que orientou a ação do BNH e com estes • Diversidade de soluções arquitetônicas - A equipe do IAB-RS, que todos os elementos relacionados ao urbano passam a ter como ponto
pressupostos emergem programas alternativos, como urbanização de escreveu o trabalho Política Habitacional – Estudo, evidenciou que os de partida a função social, como justificativa primeira para toda e
favelas e assentamentos precários, construção de moradias novas por projetos arquitetônicos do conjunto habitacionais não deveriam ser qualquer intervenção urbana, neste sentido a questão urbana, pode
mutirão e autogestão, apoio à autoconstrução e intervenções em padronizados. ser compreendida como elemento fundamental para o processo de
cortiços e em habitações nas áreas centrais. (BONDUKI, 2008) Legenda 2 – Debates e críticas democratização da sociedade brasileira;
• Previsão de espaço para equipamentos comunitários – A 5. 10º Congresso Brasileiro de Arquitetos, Brasília, 1979 – passa a Legenda 3 – Projetos elaborados em concurso e/ou publicados
experiência dos primeiros anos tinha mostrado que não bastava debater sobre o papel da comunidade e do arquiteto nas etapas do em revistas.
apenas construir casas: era preciso dotá-las de infraestrutura projeto arquitetônico e urbano do conjunto habitacional de interesse A - O Conjunto Habitacional São Judas Tadeu, situado no município
adequada. Os conjuntos habitacionais eram alvo de críticas social e a padronização arquitetônica e urbana desses conjuntos; de Elias Fausto/ SP, executado pela iniciativa privada;
precisamente por lhes faltarem esses requisitos. (ANDRADE & 6. IAB – Discute, em 1979, a interferência do arquiteto e da população B - Conjunto Habitacional Parque Cecap, construído na cidade de
AZEVEDO, 1982) nos projetos arquitetônicos e urbanísticos dos conjuntos habitacionais Franca/ SP, executado pela CECAP;
• Estudo do impacto da implantação do conjunto habitacional na como forma de combater a construção massificada e padronizada dos C - Conjunto Califórnia, construído na BR-040 e executado pela
cidade – Necessidade de se estudar o terreno onde será implantado o conjuntos do BNH e debate sobre o projeto de Lei nº 775 com o INOCOOP–MG;
conjunto habitacional. (IAB-RS) objetivo de obter um melhor planejamento do uso do solo urbano nos D - O concurso Brasilit de 1987 tinha o objetivo criar habitações
• Preocupação com o sistema viário - O direito à cidade e à cidadania Conjuntos habitacionais; populares para uma área localizada em no estado da Bahia;
é a nova lógica que universaliza o acesso aos equipamentos e 7. Projeto de Lei nº 775 – Aponta a necessidade da participação da E - I Concurso Nacional de Projetos para a Habitação Popular, 1990,
serviços urbanos. (Movimento Nacional de Reforma Urbana) comunidade na elaboração dos planos, normas, diretrizes e programas propunha dois projetos distintos: a nova estação de Metrô do Brás e
de desenvolvimento urbano dos conjuntos habitacionais e também de uma área de expansão periférica no Jardim São Francisco.
F – Conjunto Mangabeira, construído pela CEHAP, tinha como objetivo
suprir o déficit habitacional da cidade de João Pessoa.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 108
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 109

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 110

A trajetória do BNH no Brasil é resultado da busca de soluções para o problema de


moradia destinada à população de baixa renda. Sua atuação se destacou,
principalmente, pela quantidade de unidades habitacionais e extensão de seus
conjuntos, entretanto, como foi visto ao longo do trabalho, pode ser dividida em duas
fases distintas. A primeira caracterizou-se, de forma sumária, por unidades
habitacionais padronizadas, contidas em um modelo arquitetônico de edificação que
se repetia ao longo do conjunto e inserido em um tecido urbano, normalmente
ortogonal, extenso e desprovido de infraestrutura e equipamentos. A segunda fase foi
marcada por críticas externas ao BNH dirigidas à primeira fase, quando surge uma
série de soluções arquitetônicas e urbanas – alternativas às que caracterizaram a
primeira fase de atuação do BNH –, experimentadas em diversos projetos
habitacionais de interesse social no Brasil. As críticas, os debates oriundos destas e
as experiências por elas impulsionadas, quando somados ao momento de distensão
política, redirecionaram, ao menos em parte, as ações do BNH e, principalmente,
colocaram em pauta a complexa problemática da habitação social e sua profunda
relação com o desenho das cidades no cenário brasileiro.

Este trabalho procurou, primeiramente, identificar quais críticas – e dentro de que


marcos – foram elaboradas entorno ao “modelo BNH” e quais experiências delas
foram acionadas; para, em um segundo momento, analisar de que forma estas
criticas e experiências podem ter refletido na ultima etapa da produção do BNH. Da
comparação entre estas duas partes iniciais deste trabalho pôde-se, em um exercício
de síntese elaborar o seguinte quadro:
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 111

Críticas dirigidas à primeira fase do BNH Soluções alternativas apontadas

maior diversidade de tipos arquitetônicos


unidades habitacionais padronizadas, e plantas, como forma de contraponto à
contidas em um modelo arquitetônico de homogeneidade e uniformidade dos
edificação que se repetia ao longo do conjuntos;
conjunto inserindo-se em um tecido
urbano, normalmente ortogonal, extenso maior preocupação com a infraestrutura
e desprovido de infraestrutura e básica dos conjuntos e com a criação de
equipamentos; espaços destinados aos equipamentos
comunitários;

pouca preocupação com às preservação de zonas verdes


condicionantes físicas e topográficas do preexistentes nas áreas destinadas aos
terreno e com eventuais e necessárias conjuntos;
modificações dos projetos arquitetônicos
de acordo com a população beneficiada ;

maior incentivo ao processo de


participação popular e em alguns casos a
ausência de diálogo entre os agentes indução a autogestão;
produtores (órgão financiadores e
técnicos) e a população beneficiada,
tendo como consequência a total
ausência de participação comunitária no
processo;

despreocupação com a relação entre o maior preocupação com a conexão entre


sistema viário criado para o conjunto e o o conjunto e a cidade, através, sobretudo,
existente no seu entorno; dos acessos e seus principais eixos
viários.

No que diz respeito às soluções apontadas com relação ao modelo habitacional


adotado pelo BNH na sua primeira fase, Bonduki (2008) alerta para a convivência
entre o modelo BNH e “soluções inovadoras”. Segundo Bonduki:

Nesta fase, surgem, ao lado de intervenções tradicionais,


programas que adotam pressupostos inovadores como
desenvolvimento sustentável, diversidade de tipologias,
estímulo a processos participativos e autogestionários, parceria
com a sociedade organizada, reconhecimento da cidade real,
projetos integrados e a articulação com a política urbana. Esta
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 112

postura diferenciava-se claramente do modelo que orientou a


ação do BNH e com estes pressupostos emergem programas
alternativos, como urbanização de favelas e assentamentos
precários, construção de moradias novas por mutirão e
autogestão, apoio à autoconstrução e intervenções em cortiços
e em habitações nas áreas centrais. (BONDUKI, 2008)

Esse cenário nos levou a investigar se o Conjunto Mangabeira – projetado e


construído em meio à segunda fase do BNH e contemporâneo ao debate crítico
iniciado no final da década de 1970 – pode ser considerado, no que tange à Paraíba,
como uma dessas experiências habitacionais do BNH que, segundo Bonduki, “adotam
pressupostos inovadores”, dentro de um processo autocrítico por parte do corpo
técnico do próprio banco.

Os possíveis reflexos desse debate crítico que se evidenciou nas revistas


especializadas e nos foros de discussão a partir do final dos anos 1970, ganham mais
visibilidade no projeto Mangabeira quando analisamos as questões pertinentes ao
projeto urbanístico, provavelmente devido às dimensões extraordinárias do conjunto,
mas também, pelo protagonismo dado à problemática urbana à época,exemplificada
pela criação do próprio Estatuto da Cidade. Esta especulação é corroborada pelo
arquiteto e professor da Universidade Federal da Paraíba, Aristóteles Cordeiro,
consultor urbanista do projeto Mangabeira, em entrevista concedida a autora:

Foi o primeiro conjunto habitacional com infraestrutura e


serviços. Isto na época foi uma conquista, resultado das críticas
dos arquitetos e associações de arquitetos ao sistema
financeiro da habitação que até então, só financiava as casas
em si, e não a infraestrutura urbana (CORDEIRO, 2011).

Dentre os principais aspectos inovadores do projeto urbanístico de Mangabeira –


comentados de forma detalhada no capítulo anterior – pode-se destacar: o uso das
unidades de vizinhança, que além de abrigar as áreas verdes e equipamentos
comunitários rompiam com a monotonia presente nos habituais conjuntos BNHs; e o
detalhado estudo que integrava à cidade o sistema viário proposto, que hierarquizava
as vias do conjunto.

Quanto à arquitetura, os avanços foram espaçados e específicos. As unidades


unifamiliares térreas isoladas no lote possuem todas as mesmas volumetria, levando à
mesma padronização que habitualmente era vista nos conjuntos planejados pelo BNH,
(figura 63). No entanto, o uso de apartamentos duplex e a participação popular nos
embriões A e B, indicam uma nova forma de concepção dos projetos habitacionais na
cidade, devendo-se ao fato de haver no projeto Mangabeira uma equipe técnica
capacitada para o exercício do projeto e atenta ao debate contemporâneo.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 113

Figura 63: Unidades térreas padronizadas do Conjunto


Mangabeira.
Fonte: Arquivos do Espaço Cultural José Lins do Rego, Jornal
União, 27/05/1981.

Finalmente, se nos mantemos – como fizemos ao longo desta pesquisa –


exclusivamente na análise do projeto do Conjunto Mangabeira, podemos afirmar que
os “pressupostos inovadores” identificados, ainda que poucos e esparçados, indicam
uma importante modernização do debate sobre habitação de interesse social e política
habitacional na cidade de João Pessoa. Por outro lado, ao atentarmos para a
realidade construída e a ocupação total dos conjuntos nos dias atuais, evidencía-se a
ineficácia de propostas arquitetônicas e urbanísticas quando desassociadas de
políticas habitacionais mais amplas que envolvam ainda mais a participação da
sociedade civil.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 114
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 115

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2005. Dissertação em Engenharia Urbana.

SILVA, Éder Roberto da. O movimento nacional pela reforma urbana e o processo
de democratização do planejamento urbano no Brasil. São Carlos: UFSCar, 2003.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2003.

SILVA, Katielle Dayvianne Amaral da. Mangabeira: o conjunto que contrariou o seu
destino. (1983-2007). Departamento de história, curso de licenciatura em história,
UFPB, 2007.

TINEM, Nelci. O alvo do olhar estrangeiro: O Brasil na historiografia da


arquitetura moderna. João Pessoa: Editora Universitária, 2006.

Todo apoio ao mutirão, à garantia do BNH – Jornal União - 31/07/1983.


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 120
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 121

Apêndice A

APÊNDICE A
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 122

Transcrição das entrevistas com os arquitetos: Hugo José de Freitas


Peregrino e Aristóteles Lôbo Magalhães de Cordeiro

Universidade Federal da Paraíba


Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Mestranda: Anny Karinny Lima Leal

Essa entrevista tem como objetivo, auxiliar a mestranda com sua pesquisa, bem como
esclarecer dúvidas existentes como relação ao assunto desenvolvido em sua
pesquisa.

Entrevistado: Hugo José de Freitas Peregrino

1. Com se deu a definição da equipe que iria trabalhar no projeto Mangabeira? Existiu
algum concurso de projeto?

R. O Projeto Mangabeira decorreu do Plano de Governo de Tarcísio de Miranda Burity


que eleito governador, em 1979, anunciou a meta de construir 50.000 unidades
habitacionais durante seu mandato. À época, a CEHAP – Companhia Estadual de
Habitação Popular encarregada de executar esse plano, bastante ambicioso para a
ocasião, dispunha de um recente e ainda incipiente setor de projetos, que era
composto por um arquiteto e um desenhista, além de vários engenheiros
encarregados da fiscalização das obras. Escolhido o primeiro terreno em Mangabeira
(aprox. 400 ha.), resolveu a presidência, em acordo com a diretoria técnica e o setor
de projetos, que o plano geral e o projeto da primeira etapa poderiam e deveriam ser
elaborados na própria CEHAP, diretamente, apesar do pouco tempo disponível.
Previa-se em 3 meses o prazo inicial para esses documento estarem prontos como
anteprojetos. Para isso fui encarregado de montar uma equipe, que ficou assim
composta:

· Hugo José de Freitas Peregrino – arquiteto/coordenador

· Aristóteles Lobo Magalhães Cordeiro – urbanista/consultor

· Antônio Sérgio Tavares de Melo – ecólogo/consultor

· Carlos Ernesto de Queiroz Matos – arquiteto

· Flávia Tolentino de Carvalho – arquiteta

· José Tavares de Andrade Filho – advogado

· Marco Antônio Pimentel de Mello – arquiteto

· Maria Esther Elisa Mitilene – arquiteta

· Zelma Evangelista de Carvalho - arquiteta

Estagiários

- José Eduardo Moura


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 123

- Flávia Maroja Limeira

- Suely Hipólito Brasileiro

Dessa equipe, apenas eu e a equipe de apoio era do quadro da CEHAP, tendo eu sido
o primeiro arquiteto contratado em 1977. Além desses profissionais, e da equipe de
desenho e de apoio, houve a participação de consultores e profissionais de
engenharia das concessionárias de água e esgoto (CAGEPA) e energia elétrica
(SAELPA), da Prefeitura, além do corpo de engenheiros da CEHAP. Não houve
concurso de projeto, como se pode deduzir.

2. Entende-se que o conjunto Mangabeira esta a 7 km de distância do centro da


cidade, sendo a localização do mesmo imprescindível para a cidade em direção sul/
sudeste. Como foi a escolha do terreno?

R. Sob a pressão do início de um novo governo, a direção e área de planejamento da


CEHAP, e o próprio governador, sabiam que o Estado dispunha de uma grande
propriedade denominada de Fazenda Mangabeira, com quase 1.800 ha., onde
existiam alguns equipamentos públicos, a exemplo da colônia prisional e da Escola de
Serviço Público. Era para essa área que a cidade já se expandia, após a ocupação do
conjunto dos professores da UFPB e do conjunto dos bancários. Parte dessa área
(aprox.. 131 ha.) seria alienada pelo Governo à CEHAP e a outra parte (aprox.. 295
ha.), contígua à primeira, que era a Fazenda Cuiá, adquirida ao espólio de Joaquim
Veloso Galvão.

3. A CEHAP estabelecia alguma diretriz ou norma que deveria ser seguida e que de
acordo com o memorial do projeto Mangabeira, a equipe realizou análise crítica da
atuação da CEHAP, a partir disso, quais foram as diretrizes seguidas?

R. O projeto foi elaborado sob bastante pressão, como era comum àqueles de áreas
que eram tidas como importantes para o governo, como a área habitacional. Se
podemos assim dizer, a diretriz básica da Companhia era de que o projeto deveria
contemplar a ocupação da área em unidades unifamiliares, utilizando-se os tipos
habitacionais já utilizados nos conjuntos anteriores. Isso, no ver da direção, viria
atender mais adequadamente o público-alvo. Nesse ponto, a partir da análise crítica
da atuação anterior da CEHAP, com a consultoria do arquiteto professor Aristóteles
Lobo Cordeiro, houve a definição das diretrizes básicas que eram: a) atingir uma
densidade bruta de 300 hab/ha.; b) prever a implantação de bens e serviços mínimos
necessários ao funcionamento do conjunto e c) diversificar a paisagem urbana, com a
consequente utilização de novos e diversos tipos habitacionais.

4. Por que a opção de casas unifamiliares à outras tipologias, como edificações


multifamiliares?

R. Como foi dito na resposta à questão anterior, essa opção fez parte da diretriz
básica da Companhia. Seria a que melhor atenderia ao público alvo, segundo ela,
além de não estar se buscando uma inovação. Do trabalho desenvolvido pela equipe,
na primeira fase, houve certa mudança nessa diretriz com a aceitação do incremento
da densidade bruta e a utilização de tipologia diversificada, com a introdução de novos
tipos habitacionais.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 124

5. Explique um pouco sobre a proposta de implantação de unidade de vizinhança


usada na primeira etapa do projeto? Esta proposta também foi usada nas outras
etapas que também foram financiadas pelo BNH?

R. Em primeiro lugar, o conceito de unidade de vizinhança foi usado para o plano


geral, não apenas para a primeira etapa. A utilização do conceito da unidade de
vizinhança (em torno de 500 unidades habitacionais) decorreu do fato de se estar
trabalhando com o planejamento de uma quase cidade, onde a população total
estimada seria de aproximadamente 50.000 habitantes. Isso viria a racionalizar e
tornar mais objetivo o dimensionamento e localização dos bens e serviços necessários
ao conjunto. Essa proposta, então, foi aplicada no planejamento de toda aquela área
inicial do Projeto Mangabeira.

6. Sabendo que os lotes e quadras foram dispostos de acordo com a orientação e


ventilação, como ocorreu à disposição das diferentes tipologias nos lotes: PB/17.1,
PB/18.2, PB/19.2, PB/20.3, PB/21.2, PB/22.2, PB/23.3, PB/25.2, PB/26.2, PB/27.1,
Tipo embrião A, Tipo embrião B?

R. Ver Projeto Mangabeira.

7. Por que Mangabeira foi o primeiro bairro a ser entregue com infraestrutura básica
de bens e serviços?

A realidade não foi bem essa, pois houve apenas o planejamento dos equipamentos e
serviços, mas não houve o gerenciamento integrado para a implantação do
empreendimento. Quando a primeira etapa foi entregue (3.238 casas), e a CEHAP
passou a ocupar a sede projetada e construída no girador de acesso ao conjunto, não
havia pavimentação nas ruas, nem as praças haviam sido implantadas. Lembro-me
bem quando nos mudamos para aquela sede que o ambiente de trabalho era inóspito.
A poeira vermelha levantada pelos veículos que trafegavam pela avenida de acesso
ao conjunto era depositada sobre a superfície de trabalho. Da mesma forma as praças
que não foram implantadas, algum tempo depois (acho que no governo seguinte)
foram invadidas e o espaço urbano se deteriorou. O que houve de inovação no caso
de Mangabeira, além da sua dimensão, do seu plano geral, da solução do esgoto
sanitário (foi o primeiro conjunto desse porte e tipo projetado com rede geral e estação
de tratamento próprio), foi uma espécie de volta à normalidade com a doação das
áreas públicas (ruas, praças e áreas de equipamentos comunitários) à Prefeitura, o
que não ocorria naquela época. É que as prefeituras das capitais tinham seus prefeitos
nomeados pelo governador, e esses em geral não interferiam muito no planejamento,
na aprovação e na aceitação das obras do Governo do Estado.

8. Existiu algum projeto de referência, estudo anterior que embasou o projeto


urbanístico e arquitetônico das edificações?

R. O que existiu foi uma revisão crítica da atuação anterior da CEHAP, incluindo aí
tanto os projetos urbanísticos, quanto dos projetos arquitetônicos dos conjuntos
anteriormente implantados.

9. Como se desenvolveu os dimensionamentos e disposição dos espaços, nas plantas


das edificações térreas, geminadas e duplex?
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 125

R. Havia sempre uma limitação de custo de construção e consequentemente da área


das edificações, uma vez que tudo estava atrelado à capacidade de pagamento do
público-alvo.

Entrevistado: Hugo José de Freitas Peregrino

1. Com se deu a definição da equipe que iria trabalhar no projeto Mangabeira? Existiu
algum concurso de projeto?

R. A equipe básica do projeto era composta pelos arquitetos próprios da CEHAP com
assessoria de especialistas, professores da UFPB. Eram os recursos humanos
disponíveis na época. Não houve concurso.

2. Entende-se que o conjunto Mangabeira esta a 7 km de distância do centro da


cidade, sendo a localização do mesmo imprescindível para a cidade em direção sul/
sudeste. Como foi a escolha do terreno?

R. O terreno foi pré-determinado para a equipe de projeto. A área da fazenda


Mangabeira já pertencia ao Estado. A equipe de projeto, dada a distancia do terreno
das áreas então urbanizadas da cidade, propôs a ocupação das glebas intersticiais
entre os conjuntos habitacionais já construídos, mas esta proposta foi recusada.

3. A CEHAP estabelecia alguma diretriz ou norma que deveria ser seguida e que de
acordo com o memorial do projeto Mangabeira, a equipe realizou análise crítica da
atuação da CEHAP, a partir disso, quais foram as diretrizes seguidas?

R. SEM RESPOSTA

4. Por que a opção de casas unifamiliares à outras tipologias, como edificações


multifamiliares?

R. A proposta de ocupação por edificações multifamiliares foi feita pela equipe mas
recusada pelo governo

5. Explique um pouco sobre a proposta de implantação de unidade de vizinhança


usada na primeira etapa do projeto? Esta proposta também foi usada nas outras
etapas que também foram financiadas pelo BNH?

R. A unidade de vizinhança englobava os habitantes em um círculo com raio de 400


metros, a distancia máxima que o cidadão deveria percorrer para ter acesso ao
transporte público e aos bens e serviços de frequência diária. Esta proposta de certa
forma foi utilizada em todas as etapas do conjunto visto que o sistema viário principal –
coletoras – e as áreas verdes com as áreas comerciais foram determinados no plano
geral de ocupação de toda a gleba.

6. Sabendo que os lotes e quadra foram dispostos de acordo com a orientação e


ventilação, como ocorreu à disposição das diferentes tipologias nos lotes: PB/17.1,
PB/18.2, PB/19.2, PB/20.3, PB/21.2, PB/22.2, PB/23.3, PB/25.2, PB/26.2, PB/27.1,
Tipo embrião A, Tipo embrião B?

R. SEM RESPOSTA
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 126

7. Por que Mangabeira foi o primeiro bairro a ser entregue com infraestrutura básica
de bens e serviços?

R. Foi o primeiro conjunto habitacional com infraestrutura e serviços. Isto na época


foram uma conquista e resultado das críticas dos arquitetos e associações de
arquitetos ao sistema financeiro da habitação que até então só financiava as casas em
si e não a infraestrutura urbana.

8. Existiu algum projeto de referência, estudo anterior que embasou o projeto


urbanístico e arquitetônico das edificações?

R. Existem sim e estão indicadas nas referencias bibliográficas que estão no


documento do projeto mangabeira.

9. Como se desenvolveu os dimensionamentos e disposição dos espaços, nas plantas


das edificações térreas, geminadas e duplex?

R. Fui o consultor de urbanismo.


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 127

Apêndice B

APÊNDICE B
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 128

Fichas de análise dos projetos arquitetônicos de Mangabeira.

FICHA 1: PROJETO PB/ 17.1


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 32 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
IMAGEM
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 129

FICHA 2: PROJETO PB/ 18.2


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 38 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
IMAGEM
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 130

FICHA 3: PROJETO PB/ 19.2


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 38 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
IMAGEM
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 131

FICHA 4: PROJETO PB/ 20.3


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 51 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 132

FICHA 5: PROJETO PB/ 21.2


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 40 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
IMAGEM
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 133

FICHA 6: PROJETO PB/ 22.2


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 50 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
IMAGEM
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 134

FICHA 7: PROJETO PB/ 23.3


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 32 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
IMAGEM
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 135

FICHA 8: PROJETO PB/ 25.2


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 53 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 136

FICHA 9: PROJETO PB/ 26.2


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 53 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 137

FICHA 10: PROJETO PB/ 27.1


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 53 m²
DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 200 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 138

FICHA 11: PROJETO EMBRIÂO A


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 15,38 m²


DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 90 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 139

FICHA 12: PROJETO EMBRIÂO A


PROJETO ARQUITETÔNICO

Área construída: 35,99 m²


DADOS DO
PROJETO

Área do terreno: 180 m²

Responsável pelo projeto: Equipe técnica da CEHAP, coordenada pelo


arquiteto Hugo Peregrino.
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 140
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 141

Apêndice C

APÊNDICE C
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 142

Ficha de registro das notícias do Jornal da União 1980/1984.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

2 de março de 1980.
Data:

Titulo da notícia: CEHAP abre inscrições e já registra 200


pedidos.

Informações Complementares:

PALAVRAS-CHAVES: CEHAP; FICAM

RESUMO:

Registrado as inscrições do programa de financiamento da construção,


conclusão, ampliação ou Melhoria da habitação de Interesse popular, que vem
comprovar o dinamismo da CEHAP na política de habitação.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 143

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

2 de novembro de 1980.
Data:

Titulo da notícia: Projeto Cura implantado na cidade de


Cajazeiras.

Informações Complementares:

PALAVRAS-CHAVES: CURA, Cajazeiras.

RESUMO:

O congresso nacional aprovou a implantação do projeto CURA na cidade


de Cajazeiras, e autoriza a prefeitura deste município a contrair
empréstimos, junto ao projeto mencionado.
FICHA DE REGISTRO

ILUSTRAÇÕES:

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 144

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

3 de março de 1982.
Data:

Titulo da notícia: BNH firma convênio para ampliação de


moradias na Capital.

Informações Complementares:

PALAVRAS-CHAVES: SFH, convênio habitacional.

RESUMO:

O convenio possibilita a construção de moradias e estimula os agentes do


SFH. Devido ao convenio ser será possível à construção de cerca de 200
mil habitações destinada à família de renda média.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 145

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

5 de dezembro de 1981.
Data:

Titulo da notícia: Jornalista terão casas no parque de Mangabeira.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Jornalistas; concessão; Cehap

RESUMO:

Os jornalistas que não possuem casa própria irão morar no parque


Tarcísio Burity, em Mangabeira, por concessão do governador, onde o
mesmo sugeriu que as residências escolhidas pelos profissionais da
imprensa fossem próximas umas das outras.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 146

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
HABITAÇÃO DE

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

5 de janeiro de 1980
Data:

Titulo da notícia: CEHAP encerrou em Patos inscrições para casa


própria.

Informações Complementares:

PALAVRAS-CHAVES: Cehap; Patos; BNH

RESUMO:
A primeira etapa do projeto da construção de 50.000 casas acabou de passar
pela cidade de Patos, por meio de inscrições para a aquisição da casa própria,
através da Cehap.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 147

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
HABITAÇÃO DE

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

Data: 5 de janeiro de 1980

Titulo da notícia: CEHAP vai começar as inscrições para casas


em Soledade.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Cehap; Soledade; inscrições;

Resumo:
A Cehap iniciará o processo de inscrições para os interessados em
adquirir a casa própria na cidade de Soledade, dando assim, continuidade
à sequência de cidades que serão contempladas com o projeto.
FICHA DE REGISTRO

ILUSTRAÇÕES:

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 148

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
HABITAÇÃO DE

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REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

5 de janeiro de 1980
Data:

Titulo da notícia: Projeto Cura vai concluir asfalto na rua D. Pedro


I.

Informações Complementares:

PALAVRAS-CHAVES:

RESUMO:

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 149

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HABITAÇÃO DE

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REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

5 de junho de 1981.
Data:
Titulo da notícia: Projeto Cura exige desapropriação de 40
imóveis da orla.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Projeto Cura; Manaíra; desapropriação

Resumo: Serão desapropriados 40 imóveis na orla marítima do bairro de


Manaíra, para dar continuidade ao Projeto Cura, na cidade de João
Pessoa, com melhorias na infraestrutura da orla daquele bairro, como
drenagem, calçamento, esgotamento e pavimentação.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 150

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
HABITAÇÃO DE

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

5 de maio de 1981.
Data:
Titulo da notícia: Moradores vão entrar com ação contra BNH.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Ação judicial; Bancários; BNH

Resumo: Os moradores-mutuários do Conjunto dos Bancários decidiram


em Assembleia, que moverão processo judicial contra o BNH, pelo fato de
considerarem abusivo o aumento de 72,86% na amortização das casas
financiadas por este órgão.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

5 de maio de 1981.
Data:

Titulo da notícia: BNH promete urgência na liberação de verbas.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; Projeto Cura-Manaíra; liberação de verbas

Resumo: O Projeto Cura-Manaíra será beneficiado com a liberação de


verbas para a realização de melhorias de infraestrutura da ordem de 408
milhões de cruzeiros, além da promessa de dinamização de projeto que
beneficia a reestruturação de mais de 100 ruas no município.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 152

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
HABITAÇÃO DE

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

5 de março de 1980.
Data:
Titulo da notícia: BNH terá nova linha de crédito para condomínio.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; linha de crédito; regime de condomínio.

Resumo: Foi aprovada uma nova linha de crédito no BNH, que beneficia quem
pretende construir através de regime de condomínio, o que pode facilitar àqueles
que buscam adquirir seu imóvel pelo seu preço de custo, sem a necessidade de
desembolso dos encargos de intermediação imobiliária cobradas pelas
incorporadoras.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 153

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

7 de agosto de 1981.
Data:

Titulo da notícia: Programa é apoiado pelo BNH.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNB; ABDE; crédito mineral.

Resumo: O Banco do Nordeste autorizou a ABDE a examinar sugestões para a


criação de um programa de crédito mineral, onde beneficiará o aparecimento de
empresas que pretendam explorar os recursos minerais em território nacional.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 154

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

7 de agosto de 1981.
Data:

Titulo da notícia: Conjunto está quase concluído.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Parque residencial Tarcísio Buryti; construção;.

Resumo: As 3.238 residências que compõe o Conjunto Residencial estão


praticamente concluídos, e apesar das chuvas, a construção está prevista para
seu término até o final de setembro, já que as obras se encontram em ritmo
acelerado, faltando apenas os “retoques finais”, conforme os engenheiros.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 155

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

7 de janeiro de 1981.
Data:

Titulo da notícia: BNH libera recursos para o Projeto Cura.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; Projeto Cura; Manaíra; Cabo Branco.

Resumo: O Projeto Cura será beneficiado com a liberação de recursos do


BNH para a conclusão definitiva das obras nos bairros de Manaíra e Cabo
Branco, a exemplo da reconstrução de parte do muro de arrimo que foi
destruído pelas águas do mar.

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 156

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

7 de junho de 1981.
Data:

Titulo da notícia: Financiamento especial do BNH para ex-


combatentes.

Informações Complementares:

PALAVRAS-CHAVES: ex-combatentes; SFH.

RESUMO: Os ex-combatentes da força Expedicionária brasileira passa a ter


prioridade para a obtenção de empréstimos para a quitação da casa
própria

ILUSTRAÇÕES:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 157

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

7 de novembro de 1980.
Data:

Titulo da notícia: CEHAP conclui etapa do conjunto de


Mangabeira.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Conjunto Mangabeira; primeira etapa.

Resumo: A primeira etapa do Conjunto Mangabeira esta concluída. O


Conjunto possuirá 12 mil residenciais populares e estão sendo
construídos na Paraíba mais 18 conjuntos habitacionais.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

Pesquisador: Anny Karinny Lima Leal Data: 03/01/2012


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Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

7 de junho de 1980.
Data:

Titulo da notícia: BNH inaugura seu novo prédio em Sousa de 19.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Souza; BNH.

Resumo: Gerente do banco do nordeste informa a inauguração do prédio


do BNH em Souza.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

Pesquisador: Anny Karinny Lima Leal Data: 03/01/2012


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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

8 de maio de 1980.
Data:

Titulo da notícia: Casas populares; SFH.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Caixa Econômica Federal;

Resumo: Habitação tem sido um dos problemas do trabalhador brasileiro,


sabendo disso, o governo construirá 50 mil casas ampliando a atuação do
SFH no Estado da Paraíba.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 160

Pesquisador: Anny Karinny Lima Leal Data: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 161

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Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

1de setembro de 1981


Data:

Titulo da notícia: Programa do BNH realiza saneamento

Informações Complementares:

Palavras-chaves:

Resumo: O PROMORAR se destaca por realizar saneamento básico e as


habitações populares. O BNH em 15 anos de atuação no território
paraibano construiu mais de 40 mil unidades habitacionais.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


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REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

2 de abril de 1981
Data:

Titulo da notícia: BNH dá prioridade ao Nordeste

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Nordeste; BNH.

Resumo: O BNh não deverá iniciar nenhum programa no Sul e dará


prioridade para o Nordeste ampliando a atuação do banco.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 163

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

2 de agosto de 1980
Data:

Titulo da notícia: BNH aplica 45 milhões apoiando pesquisa e


trabalhos técnicos.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; financiamento.

Resumo: O BNH esta financiando pesquisas, treinamentos e trabalhos


técnicos de interesse para o desenvolvimento regional.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

2 de fevereiro de 1982
Data:

Titulo da notícia: BNH divulga resultado de financiamento em 81.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; agente financeiro.

Resumo: O Banco do nordeste aprovou 405 operações de crédito com


recursos do programa BNB/ Finame, onde o BNH trabalha como
repassador de verbas.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

9 de janeiro de 1980.
Data:

Titulo da notícia: CEHAP acusada por atraso na entrega de


Conjunto.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: conjunto Severino Cabral; infraestrutura.

Resumo: O vereador Ari Ribeiro e João Fernandes discutem a entrega do


conjunto Severino Cabral e a falta de infraestrutura do local.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 166

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

9 de setembro de 1980.
Data:

Titulo da notícia: BNH assegura verba para início de obras do


Cura.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Projeto CURA; BNH.

Resumo: O BNH assegurou verbas para o inicio do projeto CURA na


cidade de João Pessoa, as obras serão iniciadas nos bairros de Manaíra,
Tambaú e Cabo Branco.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 167

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HABITAÇÃO DE

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REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

Data: 12 de setembro de 1980.

Titulo da notícia: CEHAP construirá 250 casas em Bananeiras.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; terrenos.

Resumo: Governo desapropria terreno, em Bananeiras, para a


construção de 50 mil casas. Os conjuntos já estão em fase de
elaboração onde o BNH deverá analisar e aprovar o projeto.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 168

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HABITAÇÃO DE

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

Data: 14 de janeiro de 1982.

Titulo da notícia: Companhias de Habitação Popular tem suas


áreas de atuação ampliadas.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; PROSIND.

Resumo: A Paraíba esta entre os Estados onde o BNH atuará como


Órgão de Assessoramento Técnico e Jurídico junto ao Programa
Nacional de Habitação para o trabalhador de baixa renda.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 169

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DE INTERESSE

Biblioteca Pública do Estado


REGISTRO –
HABITAÇÃO

Acervo: Periódico: A União


SOCIAL

(Espaço Cultural)

Data: 20 de março de 1980.

Titulo da notícia: CEHAP abre concorrência para construção de


casas.

Informações Complementares:
Palavras-chaves: CEHAP; projeto Mangabeira.

Resumo: A CEHAP abriu concorrência pública para a empreitada da


construção de 3238 casas populares que constituirão a primeira etapa do
projeto Mangabeira.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 170

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REGISTRO –
HABITAÇÃO

INTERESSE Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


SOCIAL (Espaço Cultural)
DE

Data: 21 de abril de 1981.

Titulo da notícia: BNH entregará mais de 600 mil casas ate fim de
81.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; casas populares.

Resumo: O BNH esta concluindo 600 mil casas populares, que irão
beneficiar três milhões de pessoas com renda de ate três salários
mínimos.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 171

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

24 de dezembro de 1980.
Data:

Titulo da notícia: CEHAP inaugurou no conjunto em João Pessoa.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Ivan Bichara; CEHAP.

Resumo: Foi inaugurada a entrega de 200 chaves do Conjunto


Habitacional Ivan Bichara, no Alto do Mateus. O conjunto possui
edificações com três, dois e um quarto.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 172

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HABITAÇÃO DE

Acervo: Biblioteca Pública do Estado Periódico: A União


REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

Data: 27 de janeiro de 1980.

Titulo da notícia: Novos conjuntos vão ter todos os serviços


básicos.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: CEHAP; infraestrutura.

Resumo: Os serviços de infraestrutura serão feitos paralelamente aos


serviços de construção das habitações. A CEHAP também pretende
também executará pavimentação e construirá galerias e praças.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 173

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

Data: 27 de maio de 1981.

Titulo da notícia: Conjunto de Mangabeira já tem 1270 casas


quase concluída.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Parque Residencial Tarcisio Burity; casas populares.

Resumo: Das três mil e quinhentas nas casas que estão construídas na
primeira etapa de Mangabeira, aproximadamente 1270 já estão
praticamente prontas para entrega.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 174

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REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

Data: 19 de agosto de 1982

Titulo da notícia: Mais de 16 mil em Mangabeira.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Mangabeira; BNH.

Resumo: Para da continuidade ao trabalho do BNH na cidade de João


Pessoa, o banco entregará a primeira etapa do Conjunto Mangabeira.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 175

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

Data: 01 de março de 1983.

Titulo da notícia: Prefeitura inicia limpeza das ruas do conjunto de


Mangabeira.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Mangabeira; prefeitura.

Resumo: Começaram os trabalhos de limpeza do conjunto Mangabeira,


mas nem as ruas e avenidas estão sendo limpas.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 176

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REGISTRO –

INTERESSE

(Espaço Cultural)
SOCIAL

Data: 19 de junho de 1983.

Titulo da notícia: Mangabeira, uma cidade que nasce.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Mangabeira; infraestrutura.

Resumo: Os moradores do Conjunto afirma que o conjunto tem dimensão


de cidade e já possui infraestrutura, bares e comércio.
FICHA DE REGISTRO

Ilustrações:
Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 177

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Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 178

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
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Data: 26 de agosto de 1983.

Titulo da notícia: E em Mangabeira há reclamações

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Mangabeira; transporte público.

Resumo: Os moradores do Conjunto mangabeira reclamam da falta de


transporte público para atender a toda população.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 179

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

(Espaço Cultural)
INTERESSE
SOCIAL

20 de dezembro de 1983.
Data:

Titulo da notícia: Da Matta: BNH vai estimular os projetos


idênticos ao “Mutirão”

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; mutirão.

Resumo: O presidente do BNH esteve em João Pessoa para visitar as


obras do mutirão, que tem como objetivo fazer casas com um custo
menor.

Ilustrações:
FICHA DE REGISTRO

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 180

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

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SOCIAL

Data: 20 de dezembro de 1983.

Titulo da notícia: BNH fiscaliza as obras de projeto em Campina


Grande.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: Campina Grande; BNH.

Resumo: Com o objetivo de fiscalizar as obras, a engenharia do BNH


visita os canteiros de obra em Campina Grande.
FICHA DE REGISTRO

Ilustrações:

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

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INTERESSE
SOCIAL

Data: 27 de março de 1984

Titulo da notícia: CEHAP distribuirá 6630 casas ate o final do ano.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: CEHAP; Conjuntos habitacionais.

Resumo: No ano de 1984 a CEHAP distribuirá 6630 novas residências: a


segunda etapa do Conjunto Mangabeira e execução das demais etapas, o
Conjunto Tibiri e conjuntos em Campina Grande.
FICHA DE REGISTRO

Ilustrações:

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 182

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HABITAÇÃO DE
REGISTRO –

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04 de agosto de 1984.
Data:

Titulo da notícia: BNH atende mutuários da baixa renda.

Informações Complementares:

Palavras-chaves: BNH; mutuários.

Resumo: O BNH recebe incentivo ficais para os mutuários de baixa


renda, tornando as habitações mais acessíveis.
FICHA DE REGISTRO

Ilustrações:

PESQUISADOR: Anny Karinny Lima Leal DATA: 03/01/2012


Permanência e inovações: o projeto do Conjunto Mangabeira. 183

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