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Neurociência e educação – Desafios e possibilidades

Edjane da Silva Carvalho


Psicopedagogia - 2022.1 – UNIG
edjaned620@gmail.com
Fernanda Corrêa Lessa
Psicopedagogia - 2022.1 – UNIG
fecolessa@gmail.com
Wellington Andrade Freitas
Psicopedagogia - 2022.1 – UNIG
wellingtondeandrade.freitas@gmail.com

Introdução

Estudos da neurociência com foco na área de cognição são cada vez mais importantes
para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, este trabalho
visa discutir os principais pontos dos artigos analisados, os quais mostram a valiosa
contribuição da neurociência acerca da efetividade dos processos educacionais. A
pesquisa foi realizada no Google Scholar, enquanto o trabalho está formatado segundo
as normas

Vancouver. Este trabalho está pautado em três artigos, publicados em revistas científicas
produzidos entre 2003-2017, nas quais foram evidenciadas a trajetória da neurociência e
sua contribuição na descoberta de novas metodologias de ensino, bem como salientar a
importância de implementar currículos com base em estudos científicos sobre o aprendizado,
na formação dos educadores. Sendo assim, o trabalho propõe evidenciar a potencial
contribuição da neurociência como moderadora do processo de ensino-aprendizagem e
levantar as dificuldades ao longo da história de sintonizar a neurobiologia e a educação, como
sendo uma possível causa raiz a respeito da não implementação eficaz de tal moderação
no referido processo.

Palavras-chave: Neurociência; Desenvolvimento; Processo de ensino-aprendizado;


Contribuição; Descoberta; Formação de educadores; Implementação; Moderação.
Marco Teórico
Ao longo da história o aprendizado tem se tornado um processo fundamental no
desenvolvimento de cada indivíduo e consequentemente, da humanidade. A escola e seus
componentes, tem lhes sido incumbido a principal responsabilidade sobre o progresso de
tal processo. Contudo, com os avanços nesta área, identificou-se que o aprendizado
envolve interferências psicossociais, demandando cada vez mais pesquisas nesses campos,
incluindo estudos neurocientíficos.

Apresentação
A Neurociências aborda os diversos aspectos do sistema nervoso. Porém, o aspecto
cognitivo possui uma contribuição mais significativa exercendo influência no processo.
Pesquisas (artigos) específicos que abordaram os processos de aprendizagem com emba-
samento neurobiológico relacionado a educação. O trabalho mapeou 3 artigos os quais
dialogam entre neurociências e o processo de ensino-aprendizagem.

O mapeamento a seguir aborda as questões, objetivos e principais resultados


identifica- dos nos artigos.
Artigo 1o - Quais as principais barreiras e desinformações entre as neurociências e a
educação para o desenvolvimento de contribuições reais para o melhoramento do
processo de ensino-aprendizagem?

Barreiras e problemas gerados na comunicação entre a neurociência e a educação,


dificultam a implementação de contribuições reais para o ensino-aprendizagem. Romper a
distância entre essas ciências minimiza a desinformação científica (“neuromitos”).
Artigo 2o - Qual a importância do conhecimento e aplicação dos dados sobre os estudos
do cérebro para a formação docente?
Destaque acerca da importância sobre a utilização dos conhecimentos da
neurociências na criação de novas metodologias de ensino. Pontua sobre a necessidade de
uma visão crítica reflexiva dos professores na aplicação de tais conhecimentos e as
limitações que encontram nesse processo. Identifica problemas na comunicação entre a
neurociências e educação, refletindo em uma falta de sintonia entre as metodologias de
pesquisa e epistemologias diversas, as quais dificultam o caminho das duas áreas em
conjunto. Exemplificação sobre a expansão dos conhecimentos acerca das necessidades
evidenciadas de educação diferenciada, dificuldades de aprendizado e especificidades
individuais.

Artigo 3o - De que maneira as experiências na neurociência do processo do ensino e


aprendizagem influenciam na abordagem de diferentes tipos de aprendizado?
Reconhecimento da importância das descobertas no campo da neurociência na fun-
damentação de novas metodologias pedagógicas. Indica também que entre as diversas
áreas da neurociência, a que trabalha com cognição é a mais promissora. Constata que
os conhecimentos oriundos das pesquisas no âmbito entre neurociências e educação não
são partilhados entre si, dificultando a multidisciplinaridade. Fala também que trata-se
de um problema histórico, essa falta de interação marcada pelo embate epistemológico
retardando o surgimento de uma nova teoria educacional baseado na neurociência.

Discussão
O Artigo 1o possui uma abordagem voltada para questão das informações falsas
criadas sobre as descobertas na neurociência. Essas inverdades mostram-se contrárias ao
progresso da conexão entre a neurociência e a sala de aula, uma vez que traz conceitos
incorretos, prejudicando a criação de metodologias mais assertivas. Mostra também
relações e influências entre as pesquisas nas neurociências e as pesquisas educacionais,
visando as possíveis contribuições para o processo de ensino e aprendizagem.

No Artigo 2o, discute-se a implementação de componentes curriculares, que


contemplam as bases neurais do aprendizado, como uma ação urgente para as
instituições, na formação de professores. Este faz uma crítica ao modelo de
aprendizagem tradicional utilizado nas escolas, principalmente no ensino fundamental,
confrontando o que é proposto por Piaget.

Os Artigos 2o e 3o possuem objetivo pautado em destacar a importância dos estudos


sobre as bases neurocognitivas do aprendizado, ressaltando a formação dos professores,
e destaca também sobre a visão dos docentes acerca da importância que os estudos da
neurociência podem contribuir na educação.

Conclusão
Entre os artigos pode-se notar conceitos que pra todos são válidos: a memória e a
aprendizagem. Todos os trabalhos analisados elucidam a memória associada a aprendiza-
gem. De modo mais específico, a memória é relatada como fundamental na aquisição do
conhecimento, a importância e as dificuldades da junção da educação na escola, com os
conceitos apresentados pela neurociência, são abordadas nos artigos.

Contudo, independente das bases adotadas, foi possível observar a influência da


emoção na maioria dos trabalhos (A1, A2 e A3), sendo a avaliação do aprendizado e das
influências genéticas e ambientais os principais pontos convergentes.

É possível fazendo o uso da Neurociência, elevar a qualidade de ensino, pois pesquisas


detectam que o cérebro humano já está pronto para receber determinadas aprendizagens.
Constata-se que a Neurociência não é estudada na formação de professores, deixando de
ser utilizada como embasamento extremamente significativo para elevação da educação
no status científico.

Referências
Grossi, M. G. R. & Leroy, F. S. & Almeida, R. B. S. (2015). Neurociência: contribuições
e experiências nos diversos tipos de aprendizagem. Abakós, Belo Horizonte, 4: 34-50.

Lopez, V. T. et al. (2022). Neurociência e educação: um mapeamento sobre influências,


conexões e desafios para o ensino-aprendizagem. Disponível em: https://rsdjournal.org/in
dex.php/rsd Acesso em: 05 de Novembro de 2022.

Piaget, J. & Szeminska, A. (1941/1981). A gênese do número na criança (3a ed.).


(C.M. Oiticica, Trad.). Zahar Editores.

Rato, J. R. & Caldas, A. C. (2010). Neurociências e educação: Realidade ou ficção? In:


Actas do VII Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia Universidade do Minho.

Silva, F. & Morino, C. R. I. (2012). A importância das neurociências na formação de


professores, Momento-Diálogos em Educação, Rio Grande, 21: 29-50.

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