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GRUPO I
1. Complete os seguintes crucigramas em função das informações que lhe são dadas.
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1. O objeto da Filosofia.
2. Todos os homens o são.
3. É a principal característica da ignorância quando esta é assumida pela consciência que
procura o conhecimento verdadeiro.
4. Um dos motivos que se encontra na origem da filosofia.
5. Onde nasceu a filosofia ocidental.
2.
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10. Para este filósofo pré-socrático, há quatro raízes para o ser: o fogo, a água, a terra e o ar.
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4 6 F
I
3 L
O 9
8 S
1 O 11
F 10
I
A
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1. Uma das características específicas da Filosofia. 8. Um dos motivos que se encontram na origem
2. É a principal característica da ignorância quando do filosofar.
esta é assumida pela consciência que procura o 9. Aquilo que é defendido através de argumentos.
conhecimento verdadeiro. 10. Filósofo que pronunciou a afirmação “Só sei
3. A característica da Filosofia decorrente do facto que nada sei.”
de ela procurar as causas e os fins últimos. 11. Uma das dimensões da Filosofia.
4. O que busca a Filosofia. 12. Nome do filósofo que se pensa ter sido o
5. Aquele que se assume detentor do saber. primeiro a usar o termo Filosofia.
6. Aquele que procura a verdade. 13. Diz-se da filosofia presente na sabedoria
comum.
GRUPO II
De Sócrates, ficou-nos a afirmação, sempre muito citada em filosofia - “Só sei que nada
sei.” -, cuja interpretação é a de uma ignorância sábia ou de um saber que se sabe limitado.
A palavra “Filosofia” resulta da junção dos termos:
fileo (philos), que significa amigo, o que gosta, o que ama, o que deseja, o que busca,
o que procura. (Esta palavra provém de uma outra palavra grega philia que significa amor,
amizade.);
sophia, que significa sabedoria, saber, conhecimento.
A Filosofia significou, portanto, para os primeiros filósofos, o amor à sabedoria, e dizia
respeito à atividade daqueles que, amando e desejando o saber, se empenham na aventura do
conhecimento da realidade. A Filosofia não é tanto um saber constituído, uma “sophia”
estabelecida, mas antes um amor, uma procura, um interesse pelo saber. O que caracteriza a
Filosofia é a procura ou demanda da verdade ou do saber e não a sua posse.
Por esta aproximação etimológica fica assim arredada a possibilidade da existência de
dogmas (“verdades feitas”) em filosofia. Importa, porém, desfazer um equívoco.
O amor ao saber que interessa à filosofia não se confunde com o desejo frívolo de
satisfazer curiosidades doentias, de gosto duvidoso: o desenlace da telenovela, o horóscopo da
semana, os resultados do futebol, o primeiro lugar do Top + e outras bagatelas que desviam o
espírito do que merece ser sabido.
nuvens”, isto é, num mundo de ideias mais ou menos subjetivas e utópicas que nada têm a ver
com as realidades quotidianas. Viveriam perfeitamente alheados do mundo e da vida real.
3º - Mas designa-se ainda por filósofo aquele homem que propõe aos outros um conjunto de
opiniões ou de ideias logicamente ligadas entre si e referindo-se à experiência humana em
geral, chegando assim a uma conceção do mundo, a uma conceção da vida e a uma conceção
do homem. São pessoas com formação literária e científica de notável envergadura e em
contacto constante com fontes bibliográficas do passado e da atualidade, o que lhes permite
conhecer as opiniões dos outros, confrontá-las com as suas, rebatê-las, melhorá-las de modo a
ser possível uma organização dos seus próprios pensamentos num sintético, coerente,
vigoroso e original sistema filosófico.
6.
O filósofo situa-se perante o seu objeto numa atitude diferente de qualquer outro
conhecedor; o filósofo ignora qual é o seu objeto e dele sabe somente: primeiro, que não é
nenhum dos restantes objetos; segundo, que é um objeto integral, que é o autêntico todo, o
que não deixa nada de fora e, por isso, o único que se basta.
Ortega y Gasset, O Que é a filosofia?
6.1. Partido da análise do texto, indique que problemas se colocam à delimitação de
um objeto de reflexão da filosofia.
Sugestão de resposta: Uma vez que a filosofia procura uma compreensão do real na sua
totalidade, ou uma compreensão integral das coisas e dos seres – universalidade da filosofia –,
então, o seu objeto de estudo, ao contrário do que sucede com os das várias ciências, não
pode ser delimitado e particularizado. A filosofia não possui, por isso, um objeto específico,
havendo, inclusive, filósofos que consideram que a filosofia não tem, propriamente falando,
um objeto.
Neste sentido, a atitude do filósofo perante o seu possível objeto de estudo é
substancialmente diferente da do cientista, já que aquele, ignorando qual possa ser o seu
objeto, sabe apenas que este não se confunde com nenhum dos restantes, e que se articula
com a totalidade do real. O esforço dos filósofos desenvolve-se no sentido de tornar inteligível
e compreensível essa totalidade.
Texto A
Em filosofia a interrogação «para que é que usamos realmente tal palavra, tal
proposição» leva várias vezes a valiosos esclarecimentos.
Ludwig Wittgenstein, Tractatus Logico-Philosophicus, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1987
Texto B
A filosofia, se não pode responder a tantos enigmas como desejaríamos que
respondesse, tem o poder, pelo menos, de fazer perguntas e levantar problemas, que tornam
o mundo muito mais interessante e que mostram o estranho, o maravilhoso, logo por baixo da
flor da pele das vulgaríssimas coisas comuns.
Bertrand Russell, Os problemas da Filosofia, Ed. Sucessor, Coimbra, 1980
Texto C
Compete ao filósofo profissional investigar criticamente as coisas que muitos outros
têm na conta de óbvias. Pois muitos destes pontos de vista não passam de preconceitos que
são acriticamente aceites como óbvios, mas muitíssimas vezes são simplesmente falsos.
Karl Popper (adaptado)
Sugestão de resposta: No texto A, o filósofo mostra-nos o valor da interrogação como meio de
produzirmos um pensamento esclarecido, um pensamento isento de contradições e de
ambiguidades, um pensamento claro e coerente.
No texto B, o filósofo reforça a ideia de que a questionação caracteriza a filosofia,
conduzindo o pensamento daquilo que vulgar e superficial para o mundo mais interessante e
maravilhoso, o qual não se apresenta imediatamente ao nosso pensamento.
A interrogação e a questionação de que nos falaram o texto A e B conduzem,
obrigatoriamente, à investigação crítica à qual se refere o texto C. Investigar se aquilo que
aparece como óbvio, como claro, evidente, não passará de um preconceito, de uma ideia que
se generalizou acerca de qualquer coisa sem que tenha sido submetida a uma análise, uma
reflexão, uma discussão. Estes procedimentos, que são tarefa do filósofo, mostram-nos como
é que um ponto de vista resiste ou não às tentativas de o tornar falso; ou, dito de outro modo,
como se pode convencer alguém de que um ponto de vista é verdadeiro.
Pelo que os filósofos destes textos nos transmitiram, podemos ficar com a ideia de que a
filosofia tem a ver com a necessidade – comum a todos os homens – de problematizar, quer
dizer, interrogar, de levantar questões; só que o filósofo tem consciência de que a realidade
não se mostra e, por isso, surge a necessidade de duvidar criticamente, quer dizer pôr em
causa, mas com objetivos bem definidos, bem organizados e bem fundamentados.
Estes últimos aspetos levam a que se afirme que uma das características fundamentais
da filosofia é a radicalidade, que implica a investigação para encontrar razões coerentes que
sirvam de suporte ao saber.
8.
“A filosofia não é no fundo nada de novo. Começa com uma perguntas que se colocam
quando o mundo que nos é familiar e quotidiano, de repente, perde o seu carácter de
evidência e se converte num problema para nós.”
Anzembacher, Introdução à Filosofia
11. Esclareça em que medida se pode afirmar que todos os homens são filósofos.
Sugestão de resposta: Todos os homens são filósofos fundamentalmente por três grandes
razões:
a) todos nós dispomos de uma capacidade racional que nos habilita a pensar e a refletir de
modo autónomo, formulando problemas filosóficos;
b) todos os homens compartilham um conjunto de “ideias filosóficas” recebidas do meio
cultural e social em que vive;
c) todo o homem, em determinadas situações e momentos da sua existência, se interroga
sobre as grandes questões da vida e o seu significado.
É em virtude disto que se diz que o exercício da filosofia faz parte de todo o ser humano.
totalizantes do mundo e da vida, com uma lógica interna, que torna solidários entre si os
vários elementos desse sistema;
pressupõe o conhecimento da história da filosofia, da tradição filosófica e da evolução
das diversas problemáticas, embora o filósofo, enquanto indivíduo autónomo, use a sua razão
de forma livre e não de maneira servil;
é académica e analisa criticamente diversas doutrinas: muitas vezes, o pensamento de
um dado filósofo resulta de um repensar de algum pensamento anterior, que o influenciou e
que ele submeteu à análise crítica.
Esquematicamente:
Filosofia
14. Se tivesse que atribuir uma característica da Filosofia a cada uma das seguintes frases,
qual a que atribuiria?
Sugestão de resposta:
a) Escolhendo-me, escolho o Homem. ______________________________
(J.P. Sartre)
b) Os filósofos não brotam da terra como cogumelos; são fruto da sua época, do seu povo.
______________________________ (Karl Marx)
c) Não vou por aí!
Só vou por onde me levam meus próprios passos. ______________________________
(José Régio)
d) O filósofo é especialista em raízes. ______________________________
(Ortega e Gasset)