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ANÁLISE ACERCA DA RECUSA MASCULINA

NA BUSCA DO AUTOCUIDADO COM A


SAÚDE

Nayana Almeida da Silva1; Luana Sabrina Simão de Oliveira2; Doralice da Silva3; Safira Suemele
Sousa Mendes4; Yamila Larisse Gomes de Sousa5.

1
Graduanda em PSICOLOGIA, pela UNIFACEMA, Caxias, MARANHÃO, Brasil; E-mail:
nayana.allmeida@gmail.com
2
Graduanda em PSICOLOGIA, pela UNIFACEMA, Caxias, MARANHÃO, Brasil; E-mail:
luanasabrina.cx@gmail.com
3
Graduanda em PSICOLOGIA, pela UNIFACEMA, Caxias, MARANHÃO, Brasil; E-mail:
doralicesilvapsi@gmail.com; Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5546-5767
4
Graduanda em PSICOLOGIA, pela UNIFACEMA, Caxias, MARANHÃO, Brasil; E-mail:
ssuemele@gmail.com
5
Mestra em Psicologia, pela UFPI, Teresina, PIAUÍ, Brasil; E-mail: yamila_larisse@yahoo.com.br

Eixo temático: Saúde


E-mail do autor principal para correspondência: nayana.allmeida@gmail.com

RESUMO

INTRODUÇÃO: A maneira como os homens são criados durante a infância reflete muito no adulto
que ele pode se tornar, o modelo de masculinidade imposto coloca o homem como o mais viril e o
protetor de sua família. OBJETIVO: Discorrer sobre a saúde do homem e os principais estigmas
masculinos relacionados na recusa da busca pela saúde. MÉTODOS: A presente pesquisa é descrita
como uma revisão de literatura, na qual foram utilizados 25 artigos compatíveis com os objetivos
propostos, além de dados disponíveis no INCA, IBGE, Gov., SCIELO; e revistas. RESULTADOS:
O público masculino procura atendimento na maioria das vezes em casos mais graves. Como forma
de intervenção, existe a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem - PNAISH,
entretanto, é necessário maior divulgação e melhor aplicação dessa política para torna-se eficaz.
CONCLUSÃO: A recusa masculina ao autocuidado com a saúde está diretamente ligada a conceitos
estabelecidos socioculturalmente.

PALAVRAS-CHAVE: Saúde do Homem; Masculinidade; Autocuidado.

INTRODUÇÃO

O modelo de masculinidade que é culturalmente imposto implica que a educação de crianças


do sexo masculino deve seguir padrões opostos ao do sexo feminino, sendo orientados a serem
provedores e protetores, também aprendendo desde cedo a suportarem dores físicas e emocionais sem
chorar (Braz, 2005; Gomes et al, 2007). A constante falta de reflexão sobre as próprias problemáticas
que ocorreriam consigo mesmo, levam muitos homens a ignorarem a própria saúde, pois são
ensinados a não demonstrarem fraquezas.
A busca pela saúde partindo dos homens é um tópico passível de discussão tendo em vista que
ao comparar os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada em 2019, o percentual de
mulheres que consultaram um médico foi de (82,3%), número superior ao percentual de homens que
buscaram o mesmo atendimento durante o mesmo período (69,4%). (IBGE, 2019).
Ao buscar motivos para tal contraste, é importante mencionar os estigmas relacionado à
masculinidade como inibidores para o autocuidado desse grupo. Socialmente, as atividades como
prevenção e promoção de saúde são atribuídas às mulheres, levando os homens à negligenciarem a
busca pela saúde ao perpetuar a noção de que os homens precisam apresentar o papel de provedor
oficial da família, focado no labor e mais saudável que o gênero oposto. (SEPARAVICH,
CANESQUI, 2013).
Quando se fala sobre saúde mental, esses estigmas são ainda mais perceptíveis, conforme
dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade por suicídio no Brasil chega a 9,2 homens para
cada 100 mil, enquanto para mulheres essa taxa é de 2,4 mulheres a cada 100 mil. (SANTOS, 2020).
A psicologia tem papel fundamental na quebra dessas nódoas que desfavorecem a promoção
de saúde aos homens, atuando ativamente na alteração da compreensão masculina no que diz respeito
à própria saúde, tanto física como mental. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar os
principais estigmas que impedem a população masculina de buscar atenção à saúde física e mental.
Para verificar a existência da recusa masculina na busca por saúde é necessário,
primeiramente, compreender acerca das definições de masculinidade que permeiam a sociedade como
um todo.

OBJETIVOS

Verificar os principais estigmas masculinos relacionados na recusa da busca pela saúde.

MÉTODOS

A metodologia utilizada é a de revisão de literatura, que é caracterizada pela junção de ideias de


diferentes autores sobre determinado tema, conseguidas através de leituras, de pesquisas realizadas
pelo pesquisador.
Foi necessário a elaboração de uma fundamentação científica, elaborada com base em uma
pesquisa bibliográfica, realizadas em livros, artigos encontrados em sites como: SCIELO, INCA,
IBGE, Gov., e revistas como: Ciência & Saúde Coletiva e Pro UniverSUS, a fim de mensurar os
motivos da recusa do público masculino na busca do autocuidado com a saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com a análise feita por meio da revisão de literatura foram encontrados 25 artigos,
no entanto foram utilizados apenas 8, que enfatizam como a construção social do gênero masculino
influência na busca do autocuidado, ocasionando um grande índice de adoecimento físico e mental.
Desde o início da construção masculina, o homem possui características próprias que fizeram
com que herdasse comportamentos de quando ainda era um ser primitivo. Isso se reflete no seu vigor,
na sua masculinidade, na sua forma de trabalhar e principalmente, no fato de querer assumir a chefia
da família e de não gostar de ser considerado um ser frágil. No entanto, as próprias características
idiossincráticas deste gênero estão relacionadas à decadência do seu autocuidado e à falta de interesse
no que tange a cuidar da própria saúde (CARNEIRO; ADJUTO; ALVES, 2019).
Segundo os homens, geralmente, habituaram-se a não cuidarem tanto de sua saúde, evitando
os ambientes relacionados a isso, como ambulatórios médicos e corredores de saúde pública. Além
disso, é muito comum a prática de adiar a procura por atendimento, fazendo com que doenças simples
se tornem graves, levando o público masculino ao confinamento hospitalar (NASCIMENTO et al,
2018).
Segundo Malta (2017), “a promoção da saúde consiste em um conjunto de estratégias e formas
de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, visando atender as necessidades sociais de saúde
e a melhoria da qualidade de vida”.
A fim de promover ações e serviços que visam os cuidados de saúde e a atenção primária para
o público masculino, o Ministério da Saúde criou em 2008 a Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde do Homem (PNAISH), observando os índices da participação desse grupo nos contextos de
saúde, a partir dessa política, há um destaque na questão da obrigatoriedade de mudar a percepção da
população masculina a respeito do cuidado com a sua saúde, considerando aspectos educacionais
como eficazes para que os homens sintam-se acolhidos e integrados (NASCIMENTO et al, 2018).

CONCLUSÃO/ CONSIDERAÇÕES FINAIS


A presente pesquisa conseguiu alcançar o objetivo proposto de verificar os estigmas
relacionados a um maior descuido do público masculino na busca do autocuidado com a saúde.
A construção de identidade, em grande parte, é social. Desta forma, ao discutir sobre
autocuidado masculino, a falta de cuidados por parte dos homens é descrita como uma consequência
sociocultural, uma vez quer cuidar da saúde é descrita como uma ação feminina ou sem tanta
importância, quanto prover a família.
Entretanto, com a evolução e a ressignificação da masculinidade, do papel do homem e da
mulher, além de modificações na estrutura familiar, surge a necessidade de modificar antigos hábitos,
já que a saúde masculina trata-se de um problema social e envolve questões como qualidade de vida
e bem estar.
É relevante a realização de pesquisas de campo que permita refletir melhor a situação do
público-alvo no Brasil. Outra sugestão seria a realização de um projeto de reeducação nas escolas
referente a masculinidade, visando esclarecer o quão necessário é busca pela saúde, não apenas em
últimos casos. Também é importante a realização de campanhas que visem prevenção da saúde
durante o ano todo, alertando o público masculino da importância de procurar assistência medica.
REFERÊNCIAS

BRAZ, Marlene (2005). A construção da subjetividade masculina e seu impacto sobre a saúde
do homem: reflexão bioética sobre justiça distributiva. Ciênc. saúde coletiva, 10(1), 97-104.

CARNEIRO, Viviane Santos Mendes; ADJUTO, Raphael Neiva Praça; ALVES, Kelly
Aparecida Palma. Saúde do Homem: Identificação e Análise dos Fatores Relacionados à
Procura, ou não, dos serviços de Atenção Primária. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v.
23, n. 1, p. 35-40, jan./abr. 2019. ISSN 1982-114X. Disponível em:
https://revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/6521.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNS 2019: sete em cada dez pessoas que
procuram o mesmo serviço de saúde vão à rede pública. Estatísticas Sociais, 2020.

INCA, 2018. Instituto Nacional de Câncer. Política Nacional de Saúde do homem em destaque.
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MALTA, Deborah Carvalho et al. O SUS e a Política Nacional de Promoção da Saúde: perspectiva
resultados, avanços e desafios em tempos de crise. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p. 1799-1809,
2018.

NASCIMENTO, Ilca Maria et al. A Saúde do Homem: Um estudo reflexivo na ótica das ações de
promoção à saúde. Revista Pró-UniverSUS, v. 9, n. 2, p. 41-46, 2018.

SANTOS, M.T. Depressão e suicídio ainda são tabus para os homens e jovens no Brasil. Veja
Saúde, 2020. Disponível em: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/depressao-e-suicidio-ainda-
sao-tabus-para-os-homens-e-jovens-no-brasil/. Acesso em: 27 de ago. De 2021.

SEPARAVICH, M.A., CANESQUI, A.M. Saúde do homem e masculinidades na Política Nacional


de Atenção Integral à Saúde do Homem: uma revisão bibliográfica. Saúde Soc. São Paulo, v.22,n.2,
p.415-428, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-12902013000200013.

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