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CURSO DE INICIAÇÃO ESPÍRITA

4ª AULA

REENCARNAÇÃO
INICIAÇÃO ESPÍRITA - 4ª AULA: REENCARNAÇÃO

REENCARNAÇÃO

"E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A


ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja
ressuscitado dos mortos”.
"E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem os
escribas que é mister que Elias venha primeiro?”
"E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro,
e restaurará todas as coisas”;
"Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-
lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho
do Homem”.
"Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista”.
(Mateus, cap. 17 - 9 a 13)
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REENCARNAÇÃO

A reencarnação era uma ideia comum nos tempos de Jesus. Nas Escrituras Sagradas, o
ponto onde o Mestre refere-se a ela de forma clara e inequívoca é a passagem em que
Ele, depois de descer do Monte Tabor, onde mantivera contato com seus amigos
espirituais, afirma de modo inquestionável que João Batista teria sido a reencarnação do
antigo profeta Elias.
Os Espíritos foram criados simples e ignorantes. No início, não possuem o conhecimento
do bem ou do mal. São dotados do germe da inteligência e, com o tempo, adquirem
consciência de si mesmos. Sua constituição, como já dissemos, é abstrata e o modo
como foram criados ainda não foi revelado totalmente pelos Espíritos superiores.
Todo Espírito está destinado à perfeição, e como não poderia atingi-la numa só vida,
Deus concede-lhe outras existências, para que possa crescer em inteligência e
moralidade. O renascimento sucessivo do Espírito na dimensão material é chamado
reencarnação.
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REENCARNAÇÃO

A evolução do Espírito se dá progressivamente, pois ela está intimamente ligada à experiência.


Através de lutas expiatórias e provas, o Espírito caminha em busca da própria iluminação e
aperfeiçoamento. Ao iniciar sua jornada encarnatória nos primeiros estágios evolutivos, o Espírito
sofre todo tipo de influências, boas e ruins. Como é ignorante, suas tendências o levam a
vivenciar experiências no campo do erro. Nem todos os Espíritos passam pelo caminho do mal,
mas obrigatoriamente passam pelo da ignorância.
O Criador concede ao Espírito a liberdade de ceder ou resistir às más influências. Trata-se do
"livre arbítrio". Esta liberdade de agir como bem entende, desenvolve-se à medida em que ele
adquire consciência de si mesmo. Isso faz com que tenha o mérito de suas próprias ações.
"Se o homem tivesse sido criado perfeito, seria levado fatalmente ao bem; ora, em virtude de seu
livre arbítrio, ele não é fatalmente levado nem ao bem nem ao mal. Deus quis que ele fosse
submetido à lei do progresso e que esse progresso fosse o fruto de seu próprio trabalho, a fim de
que tivesse o mérito desse trabalho, do mesmo modo que carrega a responsabilidade do mal que
é feito por sua vontade" - (Allan Kardec - A Gênese, cap. III, item 9).
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REENCARNAÇÃO

Uma encarnação pode ser livre, compulsória ou missionária, dependendo da evolução e


da necessidade do Espírito. Cada existência na matéria significa um passo a mais na
busca do aperfeiçoamento moral e intelectual. O Espírito pode, por má vontade ou
preguiça, manter-se estacionado, mas nunca regride a estágios inferiores ao que se
encontra. Tudo o que ele adquire em uma encarnação faz parte de seu patrimônio
espiritual e ele poderá usar em outras experiências, para seu crescimento.
O número de encarnações necessárias ao esclarecimento definitivo do Espírito varia
entre eles. Os que estiverem imbuídos de boa vontade, tendem a atingir a perfeição
mais rápido. Os que se deixam iludir no caminho, perdem tempo e demoram mais para
atingir o grau de Espíritos puros. Tudo funciona mais ou menos como numa escola,
onde se aprende muito, pouco ou nada, de acordo com o esforço de cada um. E como
numa escola, aqueles que não adquirirem condições não poderão ascender a classes
mais adiantadas.
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REENCARNAÇÃO

É durante suas reencarnações que o


Espírito tem oportunidades para reparar
erros e sofrer experiências libertadoras.
O mundo material é, portanto, uma
importante escola de aprendizado. No
mundo espiritual se colhe os frutos
daquilo que se planta em vida. Todos os
Espíritos sofrem as vicissitudes da
existência corpórea; uns para expiar
seus erros; outros, mais evoluídos, para
provarem virtudes ou cumprirem
missões.
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REENCARNAÇÃO

A reencarnação é a chave que explica a Justiça e a Misericórdia de Deus. Através dela, todas
as aparentes injustiças podem ser compreendidas. Todos os erros podem ser redimidos por
meio de novas experiências e os Espíritos, cedo ou tarde, encontram o caminho do Bem.
"Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de
todos os homens" - (I Coríntios, 15.19).
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LEI DE CAUSA E EFEITO

O Criador concede a seus filhos o livre


arbítrio, ou seja, a liberdade de agirem como
bem entenderem. Porém, todas essas ações
estão sujeitas a uma lei natural de justiça,
chamada de "causa e efeito", "ação e reação"
ou "plantio e colheita". É por meio desta lei
que somos responsáveis por tudo quanto
fazemos ao próximo ou ao nosso próprio
Espírito.

Livre é a semeadura das atitudes, porém, obrigatória é a colheita de suas consequências. Uma
má ação, que prejudique o próximo ou a nós mesmos, resultará numa reação contrária de igual
intensidade. Esta é uma maneira sábia da Lei ensinar a não repetirmos o erro. A Lei não castiga,
mas corrige.
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LEI DE CAUSA E EFEITO

O princípio de causa e efeito não foi criado pelo Espiritismo. Ele é uma das leis da Física
promulgada pelo sábio Isaac Newton, que tem o seguinte enunciado:
"A toda ação realizada num determinado sentido, corresponderá uma reação de mesma
intensidade e direção oposta".
Muitos sofrimentos de pessoas ou povos que se observam na atualidade, são perfeitamente
explicados pelo mecanismo da ação e reação da Lei de Deus. Obras más, de encarnações
passadas neste ou noutros mundos, provocam colheitas desagradáveis na presente existência.
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LEI DE CAUSA E EFEITO

Do mesmo modo, se o Bem for objeto de preocupação das criaturas, o futuro guardará para
elas uma situação de paz, satisfação e felicidade.
A dor moral ou física deve ser encarada sem revoltas, pois geralmente são resgates ou provas
necessárias ao adiantamento do Espírito. A aceitação das próprias dores produz alívio moral e
ajuda na solução definitiva do problema. Só o esclarecimento pode retirar o homem do estado
de revolta diante do sofrimento. A fé raciocinada é seguro escudo nas aflições pelas quais
necessitamos passar.
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De posse deste conhecimento corretivo da Lei, nós, seres humanos, devemos nos
empenhar em ações de justiça e de benemerência para com o próximo, estimulando
assim a Lei Divina em favor de nós mesmos.
"Porém os males mais numerosos são aqueles que o homem criou para si, por seus
próprios vícios, aqueles que provêm de seu orgulho, de seu egoísmo, de sua ambição,
de sua cobiça, de seus excessos em todas as coisas; aí está a causa das guerras e
das calamidades que elas geram, das dissensões, das injustiças, da opressão do fraco
pelo mais forte, enfim, da maior parte das moléstias" - (Allan Kardec - A Gênese, cap.
III, item 6).
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CARMA

Carma é uma palavra sânscrita* que significa ação. Não é um termo encontrado na Codificação
Espírita, mas é usado hoje por muitos dos que se interessam pelo Espiritismo. Achamos por bem
comentar seu significado de modo que se possa compreender seu real sentido.
Pode-se afirmar que o Carma é a história do Espírito, desde que teve sua primeira encarnação
no plano material. Quando começou sua ação evolutiva, teve início seu Carma.
Ao contrário do que se pensa, Carma não é sinônimo de sofrimento. Carma é a "gravação"
psíquica, existente no Espírito, contendo suas ações. É uma espécie de bagagem histórica, que
lhe é própria. São suas virtudes, defeitos, créditos, débitos e tendências que formam a
personalidade. A cada encarnação o Carma se modifica pela experiência na matéria. A educação
e os costumes do povo onde o Espírito encarna dão a ele novas características morais e
intelectuais.
A lei de causa e efeito, agindo nas encarnações, regula a evolução do Carma modificando e
renovando o patrimônio psicológico do Espírito.
* O sânscrito é uma das mais antigas línguas da Índia.
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A MORTE

Para sofrer suas experiências no mundo material, o Espírito se une a um corpo carnal,
através do perispírito que lhe serve de elo. O corpo funciona como um instrumento de
trabalho para a criatura. É movido por uma espécie de força motriz, derivada do "fluido
vital".
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A MORTE

A morte é a desorganização do corpo carnal. À medida que envelhece, ele desgasta-se


materialmente. Quando ocorre a morte física há o consequente desligamento entre o
perispírito e o corpo orgânico. Esse desprendimento faz com que a entidade retorne ao
plano espiritual, que é a sua verdadeira pátria. No Espiritismo, a morte é denominada
"desencarnação".
Logo depois da morte do corpo carnal, o Espírito fica mais ou menos confuso quanto ao
seu novo estado. Esta situação chama-se "perturbação" e vai cessando gradualmente,
variando em termos de tempo de acordo com o nível evolutivo do Espírito.
Aos poucos, o desencarnado vai tomando consciência de sua nova condição de Espírito
livre e sua mente vai se adaptando à dimensão espiritual. Com essa melhoria, começa a
compreender o estado de liberdade e anseia pelo progresso. Alguns Espíritos
desencarnados ficam em estado de perturbação por muito tempo. A perturbação é um
estado psíquico transitório que pode durar de alguns minutos a anos.
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A VIDA DOS ESPÍRITOS

Após a morte física, as obras que se realizou no


plano material determinam a situação de vida que o
Espírito vai ter no plano espiritual.

No intervalo de suas existências corpóreas o Espírito permanece por tempo mais ou


menos longo no mundo espiritual, onde é feliz ou infeliz segundo o bem ou mal que tenha
praticado. A vida espiritual é na verdade sua verdadeira vida, seu estado definitivo. Nela
ele progride igualmente e adquire conhecimentos especiais que não poderia adquirir na
Terra. É onde se prepara para novas lutas no campo da matéria até que tenha se tornado
puro e sem necessidade de novas experiências carnais.
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A VIDA DOS ESPÍRITOS

O Espírito, portanto, depois de desencarnado, vai habitar em regiões astrais com as


quais possui afinidade moral. Para facilitar o entendimento dos que estão iniciando no
estudo da ciência espírita, falaremos desses lugares utilizando a forma como são
concebidos pelo povo. Mas lhes daremos as características difundidas, aceitas e
explicadas pela Doutrina Espírita.
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O INFERNO

O Inferno é uma expressão bíblica, usada pelas religiões convencionais para designar as
regiões espirituais onde habitam os maus Espíritos. A imagem que foi feita dele na doutrina
cristã foi originada do paganismo, perpetuada pelos escritos dos poetas gregos. Não tendo
o perfeito entendimento da vida espiritual nem da justiça de Deus, imaginou-se que os
homens maus só poderiam merecer um castigo eterno.
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O INFERNO

A Doutrina Espírita veio nos esclarecer sobre esse importante dogma das penas eternas,
difundido pelas religiões oficiais da época. Ensina que o Inferno é a morada temporária de
entidades primitivas e malignas, inimigas dos princípios do Bem e revoltadas contra a
misericórdia de Deus. Nessas regiões permanecem transitoriamente as almas dos que se
comprazem no assassínio, no furto, na mentira, na luxúria e nas paixões humanas.
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O INFERNO

Os Espíritos desencarnados que vão para essas regiões astrais não ficam nelas
definitivamente, como se pensava a princípio. Eles permanecem ali por períodos
variáveis, até que surjam novas oportunidades de reencarnação. Todos os Espíritos
inferiores, habitantes das dimensões trevosas, cedo ou tarde encontrarão sua luz
através do esclarecimento reencarnatório.
Ou seja, o inferno, ou trevas segundo a Doutrina Espírita, é um estado de consciência
compartilhado por aqueles cujos defeitos e sentimentos ruins predominam em suas
personalidades, que se inclinam ao mal e nele se comprazem. São apenas irmãos
imperfeitos e ignorantes, que têm o inferno dentro de suas próprias consciências e
que, através de novas oportunidades dadas pelo Pai Celestial, através de sucessivas
experiências encarnatórias também alcançarão a perfeição.
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O PURGATÓRIO

Purgatório é um termo usado no Catolicismo. Foi criado pela "necessidade" de


abrigar as almas dos que não eram muito maus para habitar o inferno, nem tão bons
para merecer o céu. Nas obras espíritas acessórias, convencionou-se denominá-lo
pela expressão "Umbral" e diz-se que é a região espiritual purgatorial próxima da
Terra. A maioria dos recém-desencarnados passa um período mais ou menos longo
neste lugar, ou situação psíquica, a fim de refletir sobre suas obras. O Umbral é uma
dimensão de sofrimento. Abriga grande número de entidades em condições de dor
e angústia. Aí instalam-se as colônias socorristas, tais como "Nosso Lar" e outras
narradas na literatura mediúnica, para amparo dos Espíritos que são recolhidos
nessas situações. Allan Kardec diz que o purgatório dos Espíritos também pode ser
os mundos de expiação.
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O PURGATÓRIO

"O purgatório não é, portanto, uma idéia


vaga e incerta: é uma realidade material
que vemos, tocamos e sofremos. Ele se
encontra nos mundos de expiação e a
Terra é um deles. Os homens expiam nela
o seu passado e o seu presente em
benefício do seu futuro" - (Allan Kardec - O
Céu e o Inferno, cap. V, item 4).
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O PARAÍSO

É a região astral onde moram os Espíritos


puros e os bons Espíritos, que já adquiriram
saber e moralidade. Esses planos são
denominados popularmente de "paraísos" ou
"colônias de luz". Alguns Espíritos que
habitam essas regiões estão livres de
encarnações, outros não. Os Espíritos puros
podem reencarnar-se em mundos mais ou
menos atrasados, para cumprirem missões.
Entretanto, não são mundos de contemplação
como nos acostumamos a pensar. Ao
contrário, são lugares de trabalho e ação no
campo do Bem e do Saber. É onde o Espírito
experimenta a verdadeira felicidade.
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O PARAÍSO

"A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não está na ociosidade contemplativa,


que seria, como frequentemente se diz, uma eterna e fastidiosa inutilidade.
"...A suprema felicidade consiste em desfrutar todos os esplendores da Criação,
que nenhuma linguagem humana poderia exprimir, que a mais fecunda imaginação
não poderia conceber. Consiste no conhecimento e compreensão de todas as
coisas, na ausência de qualquer sofrimento físico e moral, na satisfação íntima, na
serenidade do Espírito que nada altera, no amor que une a todos os seres e
portanto na ausência de todo o aborrecimento proveniente da relação com os
maus, e acima de tudo na visão de Deus e na compreensão de seus mistérios
revelados aos mais dignos"
(Allan Kardec - O Céu e o Inferno, cap. III, item 12).
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