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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO


INTRODUÇÃO À ARQUITETURA

FRANCIELE SILVA SANTOS

O DIREITO À CIDADE

LARANJEIRAS
2022
FRANCIELE SILVA SANTOS

O DIREITO À CIDADE

Resenha Crítica do Livro O Direito à Cidade,


apresentado a disciplina de Introdução à Arquitetura do
Curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade
Federal de Sergipe.
Prof.ª: Maria Cecília Pereira Tavares.

LARANJEIRAS
2022
LEFEBVRE, Henri. O Direito à Cidade. Tradução de Rubens Frias. 5ª edição, Editora
Centauro, São Paulo, 2001.

O livro “O Direito à Cidade” foi escrito por um filósofo e sociólogo francês no ano de
1968, chamado Henri Lefebvre, esse ano ficou marcado por causa de alguns importantes
movimentos daquela época. Lefebvre traz em seu livro as questões relacionadas à Cidade e a
realidade do meio dela. Seu maior objetivo é fazer com que através da leitura, o leitor seja
“conscientizado” sobre os reais problemas que o cercam e por meio dessa crítica leva-lo até
outros e torna-la conhecidas por estes. Ele se aprofunda com mais detalhe também sobre o
espaço, onde este é a peça central, segundo ele, para manter a sociedade.

No primeiro capítulo, ele vai nos trazer situações do cotidiano, e faz questão de repetir
por algumas vezes as causas dessas problemáticas e a forma como as pessoas vivem, que
acabam influenciando comportamentos e hábitos, que consequentemente geram alguns danos
na sociedade. Posteriormente, ele modestamente vai chamar atenção para uma problemática
que está presente na cidade, que é uma forma de fazer com que consigamos distinguir alguns
pontos, como, saber a diferença entre filósofos e a filosofia da cidade; conhecimentos sobre à
cidade; como aplicar esses conhecimentos; e por fim o urbanismo como ideologia de todas
estas distinções que há na cidade. Não somente, observando a cidade como uma filosofia
Lefebvre vai dizer que, através das ciências é possível desenvolver a cidade por meio de
especialidades que está inserida na mesma, como por exemplo: história, economia, sociologia
e etc. Servem de contribuições para o desenvolvimento e expansão da população urbana.

Devido a estes fatores, ele afirma que esta rede de circulação, onde é passada as
decisões é feita de forma mal fundamentada, pois presume-se que há apenas um ideal não
pensado em outras classes e assim mantendo o conceito em apenas uma ideologia e verdade
total, influenciando no comportamento através dos espaços, pois é de acordo como esse
espaço seja e esteja que vai levar pessoas a participarem ou se integrarem, desde que estejam
confortáveis com o ambiente, isso mostra o quanto o espaço influencia nossas ações para com
os outros, pois precisamos de ambientes que passem segurança para assim mantermos o
convívio com tranquilidade.

Lefebvre, ainda vai destacar mais adiante que ao passar o tempo as cidades funcionam
a partir de relações e estas, em questão, se mantém funcionando através de novos aspectos que
vão surgindo e se adaptando com a realidade urbana. Porém, para ele havia um problema já
que as pessoas estavam cada vez mais optando em ocupar o ambiente urbano e lá é onde há as
diversas problemáticas influenciadas pelos espaços, este seria um espaço onde cresceria não
somente a população, mas também a violência, devido a desigualdade social.

Em continuidades e descontinuidades, Lefebvre vai citar formas, estruturas e funções


urbanas que influenciaram na sua relação com Estado, vista com local de troca e revoluções,
neste capitulo nota-se o quanto seu pensamento é atual já que a cidade hoje é vista como um
espaço “assombroso”, devido aos eventos que ocorrem em torno dela, causando medo na
sociedade. Por esse motivo, ele vai sugerir a necessidade de pessoas capacitadas para entender
mais sobre como instruir métodos sobre os fenômenos que ocorrem no urbano. Mesmo com a
atuação desses instrumentos, dificilmente seria possível ainda assim desprender desses
agravamentos que acontecem na cidade, pois é algo que já está internalizado, o exemplo mais
claro disso é o medo que as pessoas têm e a forma com ela enxerga certos locais da cidade.

Ao redor do ponto crítico, Lefebvre vai fazer uma analogia desde a cidade política até
a cidade industrial, como funcionaria até então a expansão prolifera dos produtos para lugares
distantes. Hoje, não é muito diferente já que a acessibilidade ainda se encontra insuficiente,
pode-se usar de exemplo dos transportes e a falta de espaços para essas mesmas pessoas se
alocarem. Em seguida, vem tratar sobre as formas que se apresenta com dupla existência em
cada uma delas: mental e social, são elas – lógica, matemática, da linguagem, da troca,
contratual, do objeto, forma escriturária e urbana. De acordo, com essas formas ele mostra
como há muitas percepções e por isso existe as divergências.

Mais à frente, ele ainda vai tratar sobre como são feitas as análises da sociedade. E ao
analisar através das segregações, que ele segundo ele devia ser focalizado em três aspectos:
espontâneo; voluntário; e programado. Porém, isso mostra que a separação é justificada pelo
medo da violência existente nas cidades fazendo as pessoas saírem de bairros comum e irem a
apartamento fechados, onde estes lhes dão a sensação de maior segurança, já que vive
afastado dos espaços aonde há maior históricos de violência e criminalidade.

Em o Direito à cidade, Lefebvre coloca algumas indagações de como seria no futuro


(presente) locais socialmente seriam de maior sucesso (mais habitado) e qual seria o perfil
dessas pessoas que substituiriam esses espaços. Como estariam os locais públicos, ou se ainda
haveria valorização pelo espaço. Entende-se através de suas palavras que, mesmo com todos
os fatores que influenciam hábitos corriqueiros, ainda assim se faz necessário que a
comunidade seja participativa quanto as questões do seu local de habitação, tanto quanto a
cidade no urbano, é preciso que seja mais ativo para buscas e formas que permitam a garantia
e devolva a sensação de segurança e conforto ao está em um espaço e entender que a cidade
funciona em torno de diversidades e é por existir essa divergência que acontecem as
transformações ao longo do tempo. O direito à cidade é ter a liberdade de estar; conviver; e
transformar em sociedade.

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