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O FUTURO DO
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
DIANTE DAS DINÂMICAS
INTERNACIONAIS
Editora Kelps
Rua 19 nº 100 – St. Marechal Rondon– CEP 74.560-460 – Goiânia – GO
Fone: (62) 3211-1616 – Fax: (62) 3211-1075
E-mail: kelps@kelps.com.br / homepage: www.kelps.com.br
ISBN:978-65-84533-69-1
CDU:631
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autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é crime
estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2022
Prefácio.............................................................. 7
Apresentação..................................................... 9
Introdução....................................................... 11
1. Agronegócio Brasileiro................................ 15
1.1. Participação doméstica nas cadeias produtivas .................. 15
1.1.1. Conjunto das cadeias produtivas.................................. 16
1.1.2. Soja....................................................................................... 17
1.1.3. Cana-de-açúcar................................................................... 21
1.1.4. Leite ..................................................................................... 25
1.1.5. Frango.................................................................................. 28
1.2. Desenvolvimento agroindustrial............................................... 31
1.2.1. Segmentos controlados por
multinacionais estrangeiras........................................... 32
1.2.2. Segmentos com apoio estatal e maior
participação doméstica................................................... 33
1.2.3. Segmentos mistos............................................................ 34
1.3. Estratégia Para O Agronegócio Brasileiro............................ 34
1.3.1. Importância da participação doméstica...................... 35
1.3.2. Estratégia para a participação doméstica.................. 37
Conclusão........................................................... 88
Bibliografia........................................................ 90
R
ecomendo a leitura deste livro para todos os interessa-
dos em uma análise crítica sobre o futuro do agronegócio
brasileiro. Esta obra foge tanto da falseada visão de que
o agronegócio representa a redenção econômica do país quanto
das críticas que não reconhecem a oportunidade representada
pela força econômica do setor. Com isso, o trabalho consegue re-
velar a existência de uma oportunidade de desenvolvimento mas
que, para ser aproveitada, precisa de um projeto estratégico a ser
construído.
De forma didática, o autor apresenta a participação dos gru-
pos brasileiros nas principais cadeias produtivas do agronegócio
feito no país, revelando casos em que as corporações estrangei-
ras controlam praticamente toda a cadeia produtiva e casos em
que há maior participação de empresas domésticas. Também
relata os principais acordos mundiais de comércio de produtos
agrícolas vigentes e as políticas agrícolas dos Estados Unidos,
China e União Europeia.
A partir desses conteúdos, a obra: (a) traz análises sobre
oportunidades e desafios para o agronegócio brasileiro diante
dos interesses internacionais, (b) estabelece as bases para uma
estratégia do desenvolvimento do agronegócio brasileiro a partir
da maior participação de grupos domésticos nos diferentes seg-
Boa leitura!
A
importância das dinâmicas internacionais para o agro-
negócio brasileiro faz deste livro leitura obrigatória para
estudantes de ciências agrárias, gestores do agronegó-
cio, produtores rurais e governantes interessados no desenvolvi-
mento socioeconômico do Brasil. Nesta obra, o leitor conhecerá
as principais características do agronegócio feito no Brasil, das
políticas agrícolas e dos mercados internacionais, incluindo as-
pectos como:
O
Brasil está passando por processo de desindustrialização
e de crescente dependência econômica da exportação de
commodities agrícolas e minerais (CANO, 2014). Para
reverter essa situação, há um esforço de cientistas e de gestores
públicos para estabelecer novos paradigmas de desenvolvimento
em que países emergentes como o Brasil se relacionem com o
mundo global a partir de setores econômicos mais sofisticados
que melhor remuneram capital e trabalho (BRITTO; ROMERO;
FREITAS, 2019).
Com a perda relativa da participação industrial, o agrone-
gócio tornou-se um dos principais dinamizadores da economia
brasileira e fundamental para a balança comercial do país. Em
2020, o agronegócio como um todo (incluindo insumos, indús-
tria, serviços e produção agropecuária) foi responsável por 26,7%
do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, enquanto que apenas
a produção agropecuária (setor primário de produção em campo)
representou cerca de 7% do PIB nacional (CEPEA, 2020).
A importância econômica do agronegócio leva a debates
sobre como sua expansão pode oferecer oportunidades para o
desenvolvimento regional (IORIS, 2018), superando a atual es-
tratégia de expansão para novas fronteiras agrícolas com altos
custos sociais e ambientais (MEDINA; SANTOS, 2016). A atual
N
esta primeira seção do livro é apresentada a participa-
ção do capital brasileiro nas principais cadeias produ-
tivas do agronegócio feito no Brasil como base para a
construção de uma estratégia para o desenvolvimento do agro-
negócio brasileiro. No primeiro capítulo, é levantado o market
share de grupos domésticos nos diferentes segmentos produti-
vos. No segundo capítulo, são identificadas tendências de seg-
mentos com maior e menor participação doméstica. No terceiro
capítulo, é discutida uma estratégia para o desenvolvimento do
agronegócio brasileiro a partir da ampliação da participação do-
méstica em segmentos com melhor remuneração de capital e
trabalho.
1.1.2. Soja
Total 23,9
1
35% da receita vai para os detentores da patente.
2
56% de capital brasileiro.
1.1.3. Cana-de-açúcar
Total 47,2
1
80% de capital brasileiro.
2
50% de capital brasileiro.
3
56% de capital brasileiro.
1.1.4. Leite
Tabela 3. Participação do capital brasileiro na cadeia produtiva do leite produzido no Brasil em 2020.
Total 57,9
1.1.5. Frango
Total 45,8
1
83,1 % de capital brasileiro.
2
75% de capital brasileiro.
3
53,8% de capital brasileiro.
N
esta segunda seção do livro são apresentadas as dinâ-
micas internacionais em curso e suas implicações para
o Brasil. No próximo capítulo são resumidas as iniciati-
vas para a liberalização dos mercados agrícolas internacionais
promovidas tanto pelos esforços multilaterais da OMC quanto
por acordos plurilaterais entre grupos específicos de países. O
capítulo seguinte traz o detalhamento das políticas agrícolas na-
cionais implementadas nos Estados Unidos, na União Europeia
e na China como base para pensar o futuro da política brasileira.
O último capítulo é dedicado à compreensão de como está sendo
promovida a produção agropecuária sustentável em outros paí-
ses e as oportunidades e desafios para a política agroambiental
no Brasil. Ao final, são discutidas as estratégias para o Brasil
diante das dinâmicas internacionais em curso com enfoque na
necessária atualização da política agrícola brasileira.
2 O Grupo dos 20 (G20) reúne os países com as mais importantes economias industrializadas
e emergentes do mundo.
Tabela 5. Indicadores do nível de subsídios aos produtores proporcionados pelas políticas agrícolas em
2019.
Porcentagem do PIB Porcentagem da renda Porcentagem dos subsí-
do país investido como do produtor provenien- dios com maior poder de
subsídio agrícola te de subsídios agrícolas distorcer o mercado
Estados unidos 0,5 10,7 36
União Europeia 0,6 19 20
China 2,0 13,3 70
Brasil 0,3 1,6 11
Fonte: OECD, 2020.
3 O bushel é uma unidade de medida equivalente a 35,24 litros utilizada nos países anglo-
saxões. Um bushel equivale a 27,215 kg de soja e a 25,401 kg de milho.
4 O acre é uma antiga unidade de medida usada para medir terras que equivale a 0,404685642
hectares.
Figura 3. Orçamento estimado das principais políticas agrícolas para o ano de 2020 (em US$).
5 Antes da criação da União Europeia, os países que hoje são membros do bloco tinham
políticas agrícolas de caráter nacional (Wilson & Wilson, 2001).
2.2.3. China
2.2.4. Brasil
últimos anos, com baixos níveis de subsídios diretos a produtores rurais (OECD, 2020)
Fonte: Organizado pelo autor a partir das fontes citadas na coluna resultados.
2.3.3. Brasil
Código florestal
Programa ABC
C
om a perda relativa de importância da indústria na eco-
nomia, o setor exportador de commodities agropecuárias
passou a ter papel de destaque na balança comercial bra-
sileira. Considerando a importância do agronegócio feito no Bra-
sil, o país precisa planejar estrategicamente o desenvolvimento
dos diferentes segmentos das cadeias produtivas. Este livro mos-
trou que o planejamento estratégico da política agrícola brasilei-
ra precisa considerar os interesses estrangeiros e as dinâmicas
internacionais em curso. Especificamente revelou-se que: