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X V I I I S I M P Ó S I O N A C I O N A L D E EN S I N O D E FÍ S I C A – S N E F 2 0 0 9 – V I T Ó R I A , ES 1

ENSINO DE FÍSICA, LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E O PROJETO


“SINALIZANDO A FÍSICA”: UM MOVIMENTO A FAVOR DA
INCLUSÃO CIENTÍFICA

Everton Botan1, Fabiano César Cardoso2


1
Universidade Federal de Mato Grosso, câmpus de Sinop , evertonbt@yahoo.com.br
2
Universidade Federal de Mato Grosso, câmpus de Sinop , fccardoso@ufmt.br

Resumo
Apesar da legislação brasileira ter realizado avanços significativos a respeito da
educação inclusiva, deparamo-nos com a ausência de sinais no Ensino de Física, fator que
prejudica significativamente a compreensão desta área do saber por parte da comunidade
surda. Tal situação contrasta com a proposta de uma sociedade inclusiva e moderna, na
qual todo cidadão tem direito ao conhecimento e a uma participação ativa e consciente na
sociedade. Desta forma, apresentamos neste trabalho uma discussão a respeito da
alfabetização e do letramento científico de estudantes surdos ou de audição difícil, com o
objetivo de expor a problemática do ensino de Física para esta comunidade e promover a
sensibilização da comunidade acadêmica e em geral. Para tanto, fazemos inicialmente a
distinção entre alfabetização e letramento, indicando que apesar de ambos estarem
interrelacionados, o segundo representa o objetivo a ser atingido pela educação e pela
socied ade. Também apresentamos sucintamente o tema “educação de surdos”, em especial
o papel da linguagem para o desenvolvimento do estudante surdo. Discutimos, ainda, a
importância do Ensino de Física no desenvolvimento e aquisição de habilidades e
competências que permitam ao cidadão compreender, interagir e intervir no ambiente que o
cerca. A proposta de elaboração de um glossário de sinais para o Ensino de Física é
apresentada como uma das atividades do projeto de pesquisa “Sinalizando a Física”,
desenvolvido na Universidade Federal de Mato Grosso, câmpus de Sinop, e que tem por
objetivo principal, a elaboração e divulgação de material didático para o Ensino de Física
através da Língua Brasileira de Sinais. O glossário busca incorporar sinais presentes nos
dicionários disponibilizados via rede mundial de computadores, sinais presentes na
comunicação de surdos de Sinop e sinais encontrados em línguas estrangeiras. Concluímos
o trabalho com a apresentação de nossas considerações finais.

Palavras-chave : Língua de Sinais, Ensino de Física, Inclusão


Científica.

Introdução

A lei n° 10.436, publicada em 24 de abril de 2002, dispõe sobre a Língua


Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de expressão e comunicação da
comunidade surda no Brasil, promoveu um avanço significativo na perspectiva de
Educação Inclusiva e atribuiu aos sistemas educacionais (federal, estadual,
municipal e do distrito federal) o dever de garantir a inclusão do ensino de LIBRAS
nos cursos de formação docente, bem como nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN). Contudo, apesar de regulamentada pelo decreto n° 5.626, de 22 de

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dezembro de 2005, a lei ainda carece de recursos humanos e de material didático e


pedagógico para ser plenamente implantada e incorporada pela sociedade.
Mais notadamente, percebemos uma grande carência de materiais na área
de Ensino de Física para estudantes surdos ou de audição difícil, apesar de,
segundo Schroeder (2007), o Ensino de Física ter lugar de destaque na constituição
do ser e no desenvolvimento do senso crítico do cidadão pleno, permitindo-o
compreender e agir sobre os acontecimentos que o cercam. Percebemos que a
LIBRAS ainda não apresenta um número de sinais significativos, ou satisfatórios, ao
seu Ensino de Física, principalmente no que refere aos conceitos dos termos tecno-
científicos. Conceitos como Mecânica, Cinemática, Dinâmica, Aceleração, Vetores,
Velocidade, Força, Trabalho, dentre muitos outros, não possuem na LIBRAS sinais
que permitam a abrangência de seus significados. Estes pontos se fazem presentes
no dia-a-dia do professor, do intérprete e mais profundamente, na vida do aluno
surdo, impondo dificuldades ao processo de compreensão e desenvolvimento de
seus conceitos. Contudo, ou é insuficiente o número de pesquisas realizadas para
s e combater esta problemática, ou pouco se tem divulgado a este respeito por parte
de instituições e veículos especializados. Na perspectiva de uma educação
inclusiva, faz-se necessário modificar tal situação e este papel cabe, talvez
predominantemente, às universidades e centros de pesquisa. Desta forma
esperamos que o trabalho ora apresentado, incite a discussão a respeito do ensino
de Física para a comunidade surda, tanto no que se refere à pesquisa acadêmica,
quanto à prática docente.
Assim, além dos temas abordados nesta seção, estabeleceremos a
diferença entre alfabetização e letramento, de forma a fundamentar e nortear este
trabalho, o qual discute a problemática do ensino de física para alunos surdos.

Alfabetização e Letramento

Para apresentarmos os conceitos referentes ao letramento e à alfabetização,


baseamo-nos principalmente no trabalho de Paula e Lima (2007). Estes autores,
dentre outros, indicam que ambos os conceitos, de letramento e de alfabetização,
têm em si um processo de significação histórica, sendo que o termo alfabetização
tem origem na palavra alfabetizado, que normalmente está relacionada, ou é tida
como referente, àquele que é capaz de ler e escrever. No entanto, muitos sujeitos
considerados alfabetizados são incapazes de compreender/interpretar o que lêem, e
é neste ponto, ao entendermos que saber ler e escrever é muito mais que apenas se
apropriar de símbolos, que o significado de letramento é então dimensionado como
sendo o sujeito capaz de conduzir um processo no qual possa expressar seus
pontos de vista, desejos e dúvidas por meio da leitura, escrita, fala ou de outras
formas expressão. Neste processo, conhecer os símbolos e representações são
fatores indispensáveis. Apontam assim a necessidade de alfabetização, no entanto
este processo se constitui apenas da aquisição de símbolos necessário a uma
leitura e não a mobilização de tais símbolos. A proposta então é que se constitua o
letramento, ou seja, o processo de aprendizagem, que segundo Ulhôa et al (2008), a
própria origem e o significado contemporâneo da palavra, tem por perspectiva a
mobilização dos símbolos com conceitos em diversas situações, a fim de possibilitar
uma aprendizagem contínua para e por toda a vida.
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Alfabetização e Letramento Científico

Os significados atuais de alfabetização e letramento científico, como dito


anteriormente, possuem diferenças e ambos se relacionam à expectativa de formar
cidadãos aptos a tomar decisões com responsabilidade sobre os assuntos da
ciência, apesar de possuírem características próprias. Assim, a alfabetização
científica está para a aprendizagem dos conteúdos e linguagem científica, enquanto
que o termo letramento científico compete, de uma forma simplista, ao uso do
conhecimento e linguagem científica. Para tanto é necessário que ele conheça os
termos científicos e que, por fim, seja capaz de refletir, expor suas posições e tomar
decisões.
Tal conceito é complementado, ou mesmo ampliado, por Bybee (apud
Araújo et al, 2006) como sendo um conjunto de conhecimentos e práticas sobre o
mundo natural e artificial em constante construção, que inclusive assume
características culturais, históricas e do meio social.

Educação de Surdos

No decorrer da história, segundo Lorenzini (2004), diversos educadores


propuseram variadas formas de educar o aluno surdo, alguns utilizaram a língua oral
e outros se atreviam ao uso da língua de sinais, e hoje em que a política de
educação inclusiva homologa o direito de toda criança ter acesso a educação,
independente de sua origem étnica, cultural ou lingüística, este aluno está
conquistando seu espaço na sala de aula e ainda encontra grandes barreiras de
comunicação (Lacerda e Góes, 2000).
A aprendizagem inicia nas relações interpessoais, e o resultado de fracasso
ou de sucesso depende em muitos dos casos, da linguagem. Alguns autores, como
Lorenzini (2004) e Lacerda e Góes (2000), propõem que a aprendizagem das
línguas de sinais e portuguesa deve ocorrer precocemente, à medida que este
processo influencia na constituição do cognitivo, da subjetividade e nas interações
sociais, pois são as formas do sujeito surdo se relacionar com o meio social. Para
Vigotski (apud Lorenzini, 2004), a linguagem possui além da função comunicativa, a
função de constituir o pensamento. O processo pelo qual a criança adquire a
linguagem segue o sentido do exterior para o interior, do meio social para o
individual.
O trabalho de Lacerda e Góes (2000) expõe algumas dificuldades
encontradas por um grupo de alunos surdos matriculados no ensino regular, e como
resultado aponta para a falta de capacitação dos professores às peculiaridades de
linguagem do aluno surdo. Ainda neste contexto as autoras defendem, similarmente
com as proposições de Lorenzini (2004), que a linguagem é fator fundamental no
processo de aprendizagem do aluno surdo, considerando que é por meio dela que o
sujeito constrói as representações simbólicas da cultura científica e tecnológica.
Compreendemos que para o aluno se constituir em meio à cultura científica
e tecnológica, de forma incluída e que seja capaz de exercer sua cidadania, é
necessário que seja habilitado a ler os símbolos da linguagem científica e fazer uso

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de tais conceitos no cotidiano e mais, como discutido anteriormente, é necessário


que o aprendiz construa a capacidade de aprender a aprender e de saber fazer,
habilidades essenciais para a tomada de decisões.

Ensino de Física

Um ponto importante a ser caracterizado é que o ensino atual está imerso


em uma perspectiva diferente da tradicional, em que o ensino era apenas focado na
assimilação de conteúdos. Atualmente os modelos teóricos de ensino enfocam a
construção de habilidades e competências, a fim de se constituir a aprendizagem
significativa. Compreendemos que não exista uma definição clara e definitiva de
habilidades e competências, mas segundo Perrenoud (2001), competência se
relaciona com a capacidade de um sujeito de mobilizar o todo ou parte de seus
recursos cognitivos e afetivos para enfrentar uma família de situações complexas.
Os PCN do Ensino Médio apontam para esta perspectiva de construir
competências no ensino de Física, voltada para a formação do cidadão
contemporâneo, atuante e solidário, com instrumentos (habilidades e conhecimento)
para compreender, intervir e interagir na realidade. Os PCN estabelecem um
conjunto de competências que permitam ao aluno compreender o cotidiano e o
universo distante com o uso da linguagem Física, a partir de princípios, leis e
modelos teóricos.
Não se esquecendo também que para o ensino de Física ser realmente
significativo, deve-se atentar para as concepções prévias dos alunos, que podem
dificultar a aquisição dos conceitos científicos, devido ao fato do conhecimento
baseado no senso comum estar diretamente relacionado com observações
realizadas no cotidiano. O ensino de Física é fortemente influenciado por este
conhecimento, tornando-se um objetivo desta disciplina, proporcionar uma mudança
conceitual nos alunos, para que possam, ao menos, aprimorar seus conceitos, pois
a maior dificuldade encontrada é a resistência à mudança a cerca da compreensão
dos fenômenos naturais (Arruda, 1994).
Compreendemos então que as expectativas de ensino, adequado ao aluno
surdo, realmente possam se concretizar e para isso é fundamental que exista o
diálogo entre o conhecimento científico e o aluno surdo. E para que o aluno surdo
dialogue com o conhecimento científico é necessário que sua língua (LIBRAS)
possua sinais que contemplem o significado dos conceitos tecno-científico.

O projeto “Sinalizando a Física”

O projeto surge num contexto atual de inclusão de alunos com necessidades


especiais, numa dimensão das dificuldades vislumbradas sobre o ensino de Física
para alunos surdos e na carência de trabalhos e pesquisas desenvolvidas neste
tema. Assim o projeto vem a contribuir para a melhora na realidade educacional
brasileira, que sente a necessidade de atender a todos os alunos

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independentemente de sua origem social, étnica ou lingüística. As ideologias do


projeto se justificam ao passo que se estima, que no Brasil, existem cerca de seis
milhões de pessoas com deficiência auditiva, sendo que aproximadamente 400 mil
estão em idade escolar e apenas 60 mil estão matriculados na rede de ensino.
Ainda, segundo o MEC, destes 60 mil, apenas 2 mil se encontram no ensino
superior.
Com a pretensão de contribuir para a educação brasileira o proje to visa a
pesquisa sobre surdez, língua de sinais, ensino de Física; a produção e divulgação
de materiais didáticos (vídeos, apostilas, livros didáticos, experimentos) sobre
conceitos da Física, em LIBRAS, voltados para estudantes surdos ou de audição
difícil; e criar e implantar no campus da UFMT de Sinop, o grupo de pesquisa em
Educação de Surdos “Édouard Houet”, com a finalidade de expandir as pesquisas às
outras áreas do conhecimento (química, biologia, matemática). Ainda neste
processo de desenvolvimento, o projeto tem oferecido cursos de capacitação em
LIBRAS para a equipe e comunidade em geral. Estes cursos, designados por
"Aprendendo LIBRAS", são compostos por quatro (04) módulos de quarenta horas
(40h) cada, e compreendem os níveis básico e intermediário da língua. Até o
momento, estão em funcionamento duas turmas de "Básico II" e um turma de
"Básico I".
Em meio às discussões propostas pelo projeto, sentiu-se a necessidade de
s e elaborar um Glo ssário de Física, a fim de contribuir para reduzir a defasagem de
vocabulário da língua (LIBRAS) e definições necessárias no ensino de Física para
surdos. O glossário compreenderá as temáticas proposta s pela pesquisa do projeto,
que inicialmente compreende a Mecânica. Tal glossário será confeccionado de
acordo com a produção de material didático e do desenvolvimento das pesquisas
sobre surdez, língua de sinais, educação de surdos e ensino de Física.

A proposta de um glossário

O trabalho de Lorenzini (2004, p.10-11) expõe em algumas linhas a


problemática da educação do surdo servindo de justificativa para a pretensão deste
glossário, que é de expandir o vocabulário com conceitos científicos a respeito da
Cinemática. A autora expõe que por meio da dificuldade de socialização e, por
vezes, a ausência de concepções prévias (...), vocabulário restrito e dificuldades de
abstração, é possível inferir que alunos surdos tenham dificuldade na compreensão
de alguns conceitos científicos (grifo nosso).
A proposta do glossário de LIBRAS tem por finalidade de auxiliar
professores, intérpretes e principalmente o aluno surdo, que é o maior protagonista
neste contexto de ensino e aprendizagem. A princípio , o glossário contempla a
Cinemática, que também tem sido cada vez menos discutida nas aulas de Física.
Notadamente a justific ativa para esta necessidade se deu pela confirmação
de uma das hipóteses do projeto: a de que havia pouca produção científica a cerca
do ensino de Física para alunos surdos na língua brasileira de sinais. Quando da
nossa pesquisa buscamos encontrar os sinais, na LIBRAS, que contemplassem a
dimensão das definições e dos conceitos da Física, a princípio da Cinemática,
todavia, não encontramos sinais para a maioria dos conceitos e a falta desses sinais
prejudica aprendizagem, já que impossibilita a comunicação eficiente entre o
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professor ou intérprete com o aluno. Devido à dificuldade encontrada pela equipe do


projeto, buscamos trabalhos em línguas de sinais estrangeiras, que acreditamos ser
passiveis de serem aproveitadas e adaptadas às necessidades e especificidades de
LIBRAS. Semelhante situação, de ausência ou insuficiência de sinais técnico-
científicos, ocorreu nos Estados Unidos, o que levou o governo americano a
fomentar pesquisas relacionadas à educação de surdos. Ao final da pesquisa
segundo Caccamise e Lang (1996) houve grandes resultados e o acesso de forma
mais eficiente ao conhecimento científico se tornou uma realidade.
Na tabela abaixo (Tabela 01) segue uma amostra da proposta do Glossário
de Cinemática com o conceito de velocidade, juntamente com algumas variações,
velocidade média, e velocidade vetorial. É necessário frisar que não atentamo-nos
aqui em conceituar os termos velocidade, velocidade média e vetorial, mas apenas
expor os sinais propostos pela equipe do projeto aos conceitos.
Esperamos que após disponibilizarmos o glossário, a comunidade surda
possa analisar os sinais apresentados e propor sugestões, críticas e alterações.
Desta forma, apesar de buscarmos um conjunto de sinais padrão para a Física,
acreditamos que neste momento, o glossário pode e deve estar sujeito a mudanças.

Tabela 01: amostra da proposta de sinais para alguns conceitos de Cinemática.

Conceitos Sinal proposto

a)
b)

Velocidade

a)
b)

Velocidade
Média Velocidade +

Velocidade Velocidade +
Vetorial

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Considerações Finais

A realidade da educação de surdos, em especial aquela relacionada ao


Ensino de Ciências e Física, está se transformando diariamente. Contudo, estas
mudanças ainda não contemplam todos os pontos necessários para uma educação
realmente inclusiva. Desta forma, acreditamos que discussões a respeito desta
temática, aliadas com a proposta de um glossário de sinais para o Ensino de Física,
poderão contribuir positiva e significativamente para o letramento científico da
comunidade surda.

Agradecimentos

Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de


Mato Grosso (FAPEMAT) pelos apoios financeiros dados ao projeto de pesquisa
“Sinalizando a Física” e ao projeto de iniciação científica “Sinalizando a Física:
Cinemática”.

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