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Época: presente, Lugar de Cena: Colégio Brasil.

Primeiro ato

No final da manhã daquela sexta-feira, 13 de agosto, Mariana foi chamada à sala da


diretora.

Cena 1

(Dona Fátima sorrindo recebe Mariana)

Dona Fátima (Feliz) - Chegou sua chance de provar que poderá ser uma boa jornalista,
Mariana.

Mariana (Contestando) - Mas eu não quero ser jornalista! Vou ser arquiteta.

Dona Fátima -Você esqueceu que foi escolhida editora do jornal da escola?

Mariana - Fui eleita contra a minha vontade.

(A diretora caminha até a ampla janela que dá para a rua que passa na frente da
escola e de lá me diz a Mariana.)

Dona Fátima (Explicando) -A nossa tradição é eleger para o jomal os alunos que
escrevem as melhores redações.

Mariana (Sendo modesta) - Nem sei escrever lá muito bem.

Dona Fátima(Confusa) -Como não sabe? Você herdou o talento do seu pai, que é
um ótimo jornalista.

Mariana -Meu pai diz que um jornalista só precisa dominar meia dúzia de frases feitas pra
escrever qualquer reportagem.

Dona Fátima - É brincadeira dele, que é um homem inteligente.


(Dona Fátima, pensativa, se interessava por alguma coisa na rua, e logo volta a olhar
para Mariana.) (Sorridente) -Hoje à tardinha, vai ser inaugurada uma grande livraria
naquele prédio da esquina. Resolvi que o jornal da escola fará uma reportagem sobre a
festa. Ouvi falar que os maiores intelectuais da cidade foram convidados.

Mariana(Contestando) -Festas de intelectuais são chatíssimas.


(Dona Fátima, espantada crava as mãos na cintura)

Dona Fátima(Com Sorriso brincalhão) -Como você sabe disso, Mariana? Por acaso, você
frequenta festas de intelectuais?

Mariana - Sim Minha mãe é professora de filosofia Todo més, ela reúne uns intelectuais là
em casa. Filósofos, escritores e artistas. São todos uns chatos. Quando eu vou servi-los,
eles avançam sobre a bandeja de salgadinhos e quase me derrubam Passam o tempo todo
se exibindo, gritando em voz alta os títulos dos livros que leram.

Dona Fátima - É normal, Mariana, que uma pessoa se orgulhe de ler livros importantes.

Mariana -Papai diz que eles só leem as orelhas dos livros…

(Dona Fátima perdendo a paciência explica mais uma vez)

Dona Fátima - Faremos uma grande reportagem contando tudo sobre a mauguração da
livraria Como os principais professores e escrito- res da cidade estarão na festa, vocês vão
recolher algumas frases inteligentes deles pra publicar no nosso jornalzinho…(Mariana
interrompe)

Mariana -Vocês quem?

Dona Fátima - Vocês dois, ora! Vocês dois, ora! Você e o Teodoro, da oitava série não
lembra que ele foi escolhido pra ser o repórter?

Mariana -Teodoro? Não sei quem é.

(Dona Fátima enterra os cotovelos na mesa, baixa a cabeça e ergue as sobrancelhas)

Dona Fátima (Sem paciência) -Saberá quando o encontrar. É um garoto muito conhecido
na escola. (Estende um papel para Mariana)
-Aí está o telefone dele.

Mariana (Tentando um último golpe) -Não me sinto emocionalmente preparada pra


escrever uma reportagem tão importante.

Dona Fátima (Extressada) - Esqueça as emoções, Mariana Uma reportagem se escreve


com o cérebro. E você é uma menina inteligente. Saberá o que fazer.

Mariana -E se eu não quiser fazer a reportagem?

(Dona Fátima já brava caminha até a janela e olha para a rua, lutando para se
controlar.)
Dona Fátima (Dando seu veredito) - Você fará a reportagem porque é sua obrigação.
Você foi eleita sem direito a renunciar Portanto, às cinco horas, você e Teodoro estarão na
livraria pra registrar tudo o que acontecer de interessante. Tentem retratar com perfeição a
livraria e livreiro, porque, a partir de amanhã, nossos professores e alunos passar a comprar
seus livros ali.

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