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Asa Branca

Alexandre Nunes Argentin


Fernando Fagundes Estolet da Silva
Gustavo Souza Paz
Iris de Oliveira Raposo
Jony Nascimento dos Santos
Paulo Roberto Côco

Introdução
 

A música escolhida para este trabalho, se trata de uma canção do


gênero musical “Baião”. Canção de melodia simples, porém de rica
composição, que possui uma letra expressiva e intensa, “Asa Branca”, de Luiz
Gonzaga e Humberto Teixeira, foi lançada em 03 de março de 1947. Ela retrata
a seca do sertão nordestino, e as queimadas que destroem o solo, a fauna e a
flora daquela região, que na canção, são comparadas às fogueiras de São
João, das festas juninas.  O sertanejo, personagem principal da canção, devido
à escassez de água, e todas as adversidades enfrentadas em um cenário de
perdas e destruição, é forçado a abandonar sua terra natal, levando consigo a
viva esperança de um dia voltar para o seu sertão, tão logo à volta da chuva e
o renascer das plantas, podendo assim, reencontrar sua amada Rosinha. Essa
canção é considerada uma das cinco músicas mais importantes da cultura
brasileira, e é tida por muitos como “hino do nordestino”. Gravada em dez
idiomas diferentes, além do português, Asa Branca há mais de sete décadas,
vêm disseminando a cultura nordestina no Brasil e no mundo, tornando-se
parte do folclore brasileiro. A temática da música, fala sobre a luta e resistência
do povo nordestino perante as secas severas do sertão na época. "Terra
ardendo qual fogueira de São João" se refere ao contexto de seca em que se
passa a narrativa da canção. As queimadas que destroem o solo, a fauna e a
flora da região são comparadas às fogueiras das famosas festas juninas. 
          Esses famosos versos da composição de Humberto Teixeira são a trilha
sonora tradicional das festas pernambucanas. A poesia da música "Asa
Branca" descreve muito bem a história de luta e resistência do povo sertanejo
no Brasil. O interior nordestino não é mais o que era há 70 anos. Por exemplo,
a porcentagem de migração caiu. Ao mesmo tempo, a música permanece
imortal, uma identidade nacional firme, transcendendo as fronteiras
geográficas, estéticas e geracionais.

          Do litoral ao sertão, a Asa Branca sempre remete às memórias da vida e


da cultura do povo pernambucano. Para Val dos Santos, trabalhador residente
em Recife, ouvir e cantar Asa Branca representa um retorno às histórias
ancestrais: "Sinto falta do que não conheço. Recordar um passado que não
conhecia. Também para muitos que conhecemos. Tristeza por algo que não
existe mais. O que aconteceu lá. sertão como se não existisse lá fora. Os
políticos não valorizam o nosso sertão”.

          Na cidade de Triunfo, no sertão do Pajeú, Pernambuco, próximo à cidade


natal de Luiz Gonzaga, Exu, o jovem Erisson Martins tocava violão e cantava
diversas músicas, além de estudar agronomia. "Não é apenas uma música
simples, letra simples, uma melodia, é um lindo poema pop que se encaixa
muito bem na estrutura melódica, e nosso Rei Bion faz um ótimo trabalho. É
um poema lírico que retrata a vida do sertanejo, a vida das pessoas que viviam
no campo. A vida das pessoas que viveram no período em que a música foi
escrita", disse Ellison.

Assim, esta canção foi escolhida a fim se elaborar um arranjo musical


voltado às estratégias pedagógicas de ensino musical, associada à
metodologia pedagógica de Kodály, partindo do princípio de que o estudo de
música com crianças, deve-se advir de canções folclóricas, desenvolvendo
assim o gosto pela música e a sensibilidade estética. Cabe ressaltar que esta
metodologia pedagógica, prevê ainda que o conhecimento dos elementos
musicais, devem ser adquiridos, a priori, através da prática vocal coletiva,
utilizando o canto como primeira etapa a ser trabalhada, uma vez que a voz é
acessível a todos, sendo ela, o instrumento mais perfeito e belo, no qual
formará no aluno o senso rítmico-melódico, concomitantemente à leitura e
escrita musical, viabilizando um processo de ensino/aprendizagem leve,
prazeroso e eficaz.  

Na introdução do arranjo, colocamos uma variação de notas entre o


violino e o violoncelo, surgindo o efeito do movimento armorial, destacando
assim a seca no nosso nordeste e viabilizando a cultura brasileira. Na noite de
18 de outubro de 1970, um grupo de artistas de diversas línguas se reuniu no
pátio da igreja de São Pedro dos Clérigos, no centro do Recife. Inspirados no
escritor e dramaturgo Ariano Suazuna, eles estão prontos para apresentar
trabalhos que incluem artes plásticas, dança e shows. Eles estão unidos na
mesma premissa: criar arte brasileira erudita a partir de elementos da cultura
popular. O movimento que nasceu oficialmente naquele dia levantou o brasão.
Seu batismo da palavra, sinônimo de brasão, está simbolicamente ancorado
em tudo, desde as faixas do Maracatu até os brasões e emblemas das escolas
de samba. O brasão quer que o Brasil olhe para si mesmo. Eles encorajavam
os artistas a evitar escolher entre caminhos eruditos e populares, através da
tecnologia, pelas vielas e colinas que os separavam.

Critérios Pedagógicos
 

Com base na metodologia de Kodály, Asa Branca foi escolhida a fim de


desenvolver habilidades musicais partindo do canto, como se estivessem em
um processo de alfabetização musical, apropriando-se da música com a
capacidade de pensar, ouvir, expressar ler e escrever através da linguagem
musical tradicional.

A primeira etapa será formada por um grupo de alunos com idade a


partir de 8 anos que irão desenvolver o canto, por ser uma música de tradição
oral, possibilita o aluno o desenvolvimento do ouvido interno partindo do
princípio imitativo cantando a letra da música. O professor irá orientá-los de
forma clara e objetiva a sobre a altura e distância intervalar entre as notas. 
 

 A segunda etapa de acordo com o arranjo será desenvolvida com flauta


doce, onde os alunos terão instruções técnicas para a utilização do
instrumento. A escrita musical foi elaborada de maneira simples com o objetivo
de ser fácil a compreensão rítmica e melódica.

A linha do violão foi elaborada com o intuito do professor auxiliar


melodicamente e harmonicamente o canto e solfejo da altura das notas, e
familiarizando o ouvido dos alunos com a parte harmônica. 

O desenvolvimento deverá ser progressivo, a compreensão rítmica


deverá ocorrer através de atividades sem o instrumento como por exemplo
bater palmas, bater o pé no chão, bater no peito, etc. A linha melódica deverá
ser trabalhada também cantando, a fim de organizar a altura das notas e
memorizar a sequência melódica de cada voz, e posteriormente praticá-las
com o instrumento. 

A estrutura rítmica repetitiva proporciona fácil compreensão, o foco da


atividade será o trabalho em conjunto desenvolvendo a percepção rítmica e
depois trabalhar a memorização dos sons com base na distância intervalar.

Seguindo a proposta pedagógica de Kodály que está estruturada a partir


do cantar será adotado o sistema de solfejo "solmização com a tônica Sol-Fá"
(uso de nome de notas na realização do solfejo melódico). Para a realização do
solfejo São utilizadas as sílabas / Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Ti. A sílaba /Ti/
substitui o nome latino /Si/. Tal substituição é necessária para que a nota Si
não seja confundida com a nota /Sol/, pois embora as alturas sejam cantadas
correspondem a uma nota musical. Na escrita são utilizadas apenas a letra
inicial de cada nome, ou seja, /d, r, m, f, s, l, t/.

Para a compreensão da estrutura rítmica e altura das notas na escrita


será extraído motivos rítmicos da própria canção, onde será apresentado de
forma gráfica, com as iniciais de cada nota embaixo da figura rítmica
 Arranjo

Transcrição:
Arranjo:
Referências
 
BRASIL DE FATO| Recife (PE). Setenta anos de Asa Branca: o hino do Rei do
Baião. Disponível em: < https://www.brasildefatope.com.br/2017/05/25/setenta-
anos-de-asa-branca-o-hino-do-rei-do-baiao >. Acesso em: 10 de junho de
2022.

GUIMARÃES,Thiago. Hoje é Dia: semana traz 75 anos de Asa Branca e Dia da


Música Clássica. Agência Brasil,2022. Disponível
em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-02/hoje-e-dia-semana-
traz-75-anos-de-asa-branca-e-dia-da-musica-classica. Acesso em: 07 de junho
de 2022.

METEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz (org.). Pedagogias em Educação Musical.


Curitiba:

https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/6458/epub/330?code=lL/C/
lMCZTROzh7f+NkXuULLOvyNSDtWXY2JEo+eVW/
qUWhaZ18bdPamcjMT2Qq9kdLU6Z3WUmrpvKZcN0BaJg== >Acesso em: 11
de Junho de 2022.

PÉREZ, Luiza. O Hino do Nordeste: Conheça a História da Música Asa Branca,


2019. Disponível em: < https://www.letras.mus.br/blog/historia-asa-branca/>.
Acesso em: 08 de junho de 2022.

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