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Palavras-chave: Musicologia; São Cristóvão (SE); João Batista Prado; banda de música.
INTRODUÇÃO
A cidade de São Cristóvão108, primeira capital do estado de Sergipe, foi fundada por
Cristóvão de Barros em 1590. A cidade-forte ali estabelecida, próxima à foz do Rio Sergipe,
criava também uma sede administrativa para aquela capitania (NUNES, 2006, p. 35).
Marcada pela forte presença da igreja católica desde a chegada dos jesuítas juntamente com
os colonizadores, São Cristóvão foi sede de ordens religiosas como a congregação de São
Francisco de Assis e a congregação de Nossa Senhora do Monte Carmelo109. Em
consequência da forte presença da igreja católica, algumas das mais fortes tradições da região
estão amalgamadas ao contexto sagrado do catolicismo, como a Procissão do Senhor dos
106
RABELO, Thais. Mestre em Musicologia pela Universidade Federal da Bahia e doutoranda em Musicologia
na linha de Música e Cultura do Programa de Pós Graduação em Música da Universidade Federal de Minas
Gerais.
107
Doutora, Universidade Federal de Minas Gerais, editerocha@ufmg.br.
108
Localizada a 21km de distância da atual capital Aracaju, São Cristóvão possui uma extensão de 437km²
(UNIT, 2009, p. 522).
109
Em caráter de ordem primeira apenas esta última permanece ativa na região.
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Passos (tradição mais expressiva da cidade há mais de um século), Festa de Nossa Senhora
das Vitórias e Festa de Nossa Senhora do Carmo.
Filho da cidade de São Cristóvão, João Batista Prado (1900-1977) atuou como
maestro, compositor, arranjador, professor de música e político, tendo assumido o cargo de
intendente daquela cidade. Enquanto maestro, foi regente da Lira Cristovense110 – instituição
à qual devotou grande atenção durante sua vida e para a qual escreveu diversas composições e
arranjos.
110
Não se observou uma uniformidade quanto ao nome da banda. Algumas fontes intitulam Lira Sancristovense,
outras Lira São Cristovense. Neste trabalho convencionamos utilizar Lira Cristovense, conforme consta na placa
de fundação anexa ao atual prédio da banda.
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(sobrinho neto do maestro), Alexnaldo Neres (franciscano da ordem terceira), Vânia Dias111
(sobrinha do prefeito de São Cristóvão, responsável pela reformulação da banda, já em finais
da carreira de João Prado), Irineu Raimundo (poeta, conheceu o maestro e seu trabalho junto à
Lira), Sr. Accioli (antigo morador da cidade, que com seus noventa e dois anos de idade ainda
relembra a atividade dos maestros João Prado e Zeca Fonhem), Dona Lourdes Tavares (com
95 anos de idade, conheceu João Prado, cantou com ele no coral que ele regia na Matriz e
tinha certa influência sobre a banda), Dona Giselda Cardoso (irmã de um dos músicos da
banda na época de João Prado) e Dona Maria da Paixão (cunhada de um dos ex-músicos da
banda).
A cidade de São Cristóvão tem uma tradição de celebrar a devoção mariana durante todo o mês
de Maio. Essa tradição é antiga e é de conhecimento do povo de São Cristóvão que o maestro
João Prado escreveu trinta e uma ladainhas para Nossa Senhora. Uma para cada dia do mês.
111
Destacamos sinceros agradecimentos à Vânia Dias pela disponibilidade em colaborar com esta pesquisa,
viabilizando com muita generosidade as visitas às pessoas de mais idade na cidade e que conheceram o maestro
João Prado.
112
Entrevista concedida por JUNIOR, Prado E. Entrevistado por RABELO, Thais. Realizada em São Cristóvão
em agosto de 2017.
113
Id. 2017, p. 1
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Hoje não se tem mais notícia de onde possam estar essas partituras (informação verbal,
2017)114
A tradição da procissão do Senhor dos Passos, que atualmente reúne milhares de fiéis
na pequena cidade, foi destacada por Alexnaldo: “João Prado fez uma redução na partitura
dos Passos. A música que antes era escrita para quatro vozes ele adaptou para duas vozes e se
acredita que tenha feito isso porque o número de pessoas no coral estava muito resumido”
(Informação oral, 2017)115. A informação pode ser comprovada em um manuscrito musical
com a própria assinatura do maestro em uma das partes da música da procissão dos passos,
versão de São Cristóvão, onde se lê: “Transportado da Clave de Dó nas 4 linhas e de Fá, para
4 vozes, Para 2 vozes na Clave de Sol. 1º de Janeiro de 1937) / Arranjo de João B Prado”
(manuscrito pertencente ao arquivo particular de Evandro Bispo).
Figura 2 - Manuscrito de João B. Prado. Fonte: Arquivo particular de Evandro Bispo, 2017.
Segundo Bispo:
“João Prado tinha uma disciplina muito rígida. [...]. Quando tocávamos fora ou em festa
ganhávamos uma contribuição financeira, quando não, comidas e bebidas para quando
terminasse de tocar. João Prado ficava parado olhando para a mesa enquanto os músicos, em
pé, esperavam ele bater a batuta e algum lugar esperava ele bater a batuta em algum lugar
ordenando a gente comer. Quando ele percebia que os músicos estavam exagerando ele batia
outra vez e aí todos paravam de comer e beber. Isso me fez ser um homem diferente [...]
(BISPO et al 2002, p. 15).
Para Irenio Raimundo, João Prado foi o pai da música de São Cristóvão e destaca que
“ele, além de ser músico era também compositor” (informação verbal, 2017)116. Acioli explica
que o maestro era apelidado de Nô Prado e era ele quem tocava o harmônio da matriz
(informação verbal, 2017)117. Essa informação também foi destacada por D. Lourdes que, aos
noventa e cinco anos, recordava/tinha ainda na memória que cantava na missa enquanto João
Prado tocava o harmônio e regia o coral (informação verbal, 2017)118. Esta informação foi
reiterada por D. Maria da Paixão119 ao afirmar que „na época de Nô Prado apenas um
114
Depoimento concedido por Alexnaldo Neres. Entrevistado por Thais Rabelo, em agosto de 2017.
115
Idem. 2017, p. 1.
116
Entrevista concedida por SANTOS, Irenio R. Entrevistado por RABELO, Thais, em setembro de 2017.
117
Entrevista concedida por ACIOLI, J. Entrevistado por RABELO, Thais, em setembro de 2017.
118
Entrevista concedida por TAVARES, L. Entrevistado por RABELO, Thais, em setembro de 2017.
119
Entrevista concedida por AMPARO, Maria da Paixão O. Entrevistado por RABELO, Thais, em setembro de
2017.
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LIRA CRISTOVENSE
A origem da Lira Cristovense ainda é incerta. É fato que havia em São Cristóvão, em
meados do século XIX, uma orquestra filarmônica intitulada Sagrado Coração de Jesus120. No
entanto, não é possível compreender a relação entre essas duas instituições musicais.
Enquanto instituição oficializada e remunerada pela prefeitura, e conforme a informação
contida na placa anexa ao prédio sede, a Lira Cristovense foi fundada em 1972, pelo então
prefeito Paulo Correia dos Santos e recebia o nome de “Lira Cristovense Maestro João Batista
Prado”. Segundo Dias, sobrinha do então prefeito Paulo Correia, “foi Paulo Correia que
viajou para São Paulo para comprar os instrumentos da Lira e institucionalizou a Lira, que já
existia, ainda que precariamente” (Informação Verbal, 2017). Ainda segundo Dias, a Lira
atuava em eventos religiosos, procissões, novenários, ou cívicos e neste período da década de
1970 esteve em constante atividade.
120
A informação advém da consulta muito anterior (2011) ao livro de registros da Filarmônica Sagrado Coração
de Jesus, que estava sob guarda dos franciscanos da Ordem Terceira. Na ocasião não fora possível fazer nenhum
registro. Atualmente, não mais sob guarda da ordem terceira, não foi possível reencontrar o livro.
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João Prado obteve tamanho destaque a frente da Lira Cristovense que alguns dos
antigos moradores da cidade recordam dela como sendo uma banda particular do maestro.
Segundo o Sr. Acioli a banda nem sempre teve sede no prédio da Praça da Bandeira. “O
prédio que hoje é sede da Lira foi inaugurado para ser o chafariz, a caixa d‟água da cidade lá
na década 1920. Zeca Fonhê, que veio depois de João Prado, e assumiu a banda na década de
1980 já ensaiava ali”. Ainda com relação à antiga sede da lira, Irenio Raimundo recorda que
“todo domingo tinha retreta. Ali pelos anos 1950” depois da missa a lira saía da casa de João
Prado, ali onde hoje é o Colégio São Cristóvão, e ia para o coreto da praça da matriz e então
tocavam depois da missa, até umas 9 horas da noite” e complementa: “Dalí vinham os
músicos, todos bem vestidos. Tinham vários instrumentos. Tocavam também nas festas das
igrejas, nas procissões” (informação verbal, 2017). Maria da Paixão lembra que “eles
ensaiavam ali na Praça da Bandeira. Isso era lá pra década de setenta. Eles, pra não juntar
muita gente, ensaiavam numas horas esquisitas (informação verbal, 2017). Ainda em se
tratando da participação da lira nos eventos da cidade, D. Lourdes destaca: “Eu assistia a
banda, oxente! Ele ia lá na escola tocar. Eu não era professora na escola de pesca?”
(informação verbal).
Romualdo Prado, sobrinho do maestro João Prado, diz que quando chegou a São
Cristóvão em 1932 se encantou em ver seu tio regendo a lira e disse que nessa época eles
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Em 1971 o policial militar José Meireles dos Santos (mais conhecido na região como
Zeca Fonhem) criou uma banda de música com trinta e um componentes que, posteriormente,
por ato do legislativo municipal foi cognominada de “Lira Cristovense Maestro João Batista
Prado” (SANTOS. Declaração, 30 de outubro de 1975. In: BISPO; LEÃO; CARVALHO,
2002, p. 48).
Em suma, a partir das fontes consultadas é possível conjecturar que o maestro João
Prado tenha movimentado a Lira a ponto de comprar instrumentos e ensaiar na própria casa,
por muito tempo. Ali manteve uma Lira que representava musicalmente a cidade nas
solenidades, festas cívicas e católicas, sendo muito importante para o fomento da atividade
cultural na cidade. No ano de 1972 o prefeito realizou uma compra de instrumentos musicais
para a lira e muda o nome da instituição para “Lira Cristovense João Batista Prado” em
homenagem ao maestro que naquele período já tinha devotado grande parte de sua vida à
banda.
Atualmente a Lira consiste em uma associação que está sob direção do maestro José
Fortunato da Silva, regente da Lira há 27 anos, que também mantém ali uma escola de
música.
ESTADO DO ACERVO
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da Lira em manter o acervo referente às composições João Prado, se faz necessário uma
intervenção de cunho arquivístico para a adequada conservação dos documentos musicais ali
guardados.
No que se refere ao estado das partituras, em termos gerais o estado das fontes é
razoável, sendo possível a leitura dos manuscritos sem grandes problemas. No entanto, alguns
documentos já apresentam rasuras, modificações exógenas como rasuras a caneta, rasgos,
ferrugem, manchas e marcas de umidade. As imagens a seguir ilustram melhor a situação de
alguns dos manuscritos encontrados.
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papelão com indicação do título. Essa organização data de 2001. Muitas das partes
instrumentais apresentam o autógrafo de “Odarp B. J.” (maneira como João Prado assinava
suas partituras). Todas as partituras que trazem assinatura do maestro explicitam tratar-se de
arranjo ou de composição própria, conforme se observa nas imagens ilustradas (Figuras 5 e
6). Há também cópias bem mais atuais, feitas com caneta esferográfica de tinta azul. Não foi
encontrada nenhuma grade de maestro, mas apenas as partes instrumentais. É sabido que
muito do acervo se perdeu ao longo do tempo, fruto da fragmentação do acervo. O repertório
fotografado, referente à produção do maestro João Prado não tem sido executado na
atualidade.
Tendo como foco neste trabalho o levantamento de informação, não foi possível
realizar aqui uma análise da formação instrumental das obras estudadas, embora se considere
importante para um trabalho posterior. Nesse âmbito, apresentamos um panorama da
dinâmica da relação do acervo da Lira Cristovense com o maestro João B. Prado, o que inclui
composições e arranjos do cotado maestro, bem como obras a ele dedicadas. O estudo dessas
obras nos permitiu conhecer o estado geral do arquivo, organização, bem como informações
das obras que o compõe, a saber: título da obra (todas as partes consultadas possuem título,
bem como as pastas onde estão conservadas), gênero musical, a categoria (estando o tempo
empregado no sentido de material manuscrito, ou impresso), a natureza da obras (com a
intenção de saber tratar-se de composição ou arranjo de qual autor, as partes que integram o
conjunto de cada obra musical (compreendendo partes originais – ou seja, partes que
apresentam a caligrafia e/ou a assinatura do maestro; cópias realizadas posteriormente;
material xerografado), o estado de conservação das partituras e por fim, a integridade do
conjunto (entendendo como completo o conjunto que não apresenta cópias e cuja
orquestração se equipara a orquestração das músicas em geral).
Tabela 1 - Panorama do acervo de partituras de João Batista Prado.
Gênero Título Categoria Natureza Partes que Estado de Integridade
compõem o conservação do conjunto
conjunto do suporte
Bolero Bolero Manuscrito Composição Partes originais Razoável Completo
“Venus de de Odarp. B.
Melo” J.
Canção Canção Manuscrito Arranjo Partes originais Razoável Incompleto
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posteriores
Quem quer Manuscrito Composição Partes Razoável Incompleto
saber de Odarp. B. originais/cópias
J. posteriores
Quanto aos gêneros, o dobrado constitui item majoritário no acervo da Lira. Seguido
por valsa e samba, nessa ordem. Apenas uma das obras fotografadas é impressa. Trata-se da
única obra que não está diretamente relacionada ao “pai da música Cristovense”, mas que faz-
lhe homenagem. Apesar disso, nem todos as partes instrumentais manuscritas são autógrafos
de “Odarp. B. J.” Muitas são cópias feitas em período posterior, pela característica da tinta da
caneta, do estado de conservação do papel. Foram identificados, pela caligrafia, mais de dois
copistas distintos. Alguns estão identificados. O próprio maestro J. Fortunato (regente atual da
banda) explicou que chegou a fazer algumas cópias e com o intuito de recuperar o material já
desgastado e, algumas vezes já perdido (informação verbal, 2017)121. Neste sentido, na
categoria cópia deve-se compreender também arranjo que foi feito com base na orquestração
já existente.
Requinta em Mib 7
13
Sax alto em Mib 13
13
Sax soprano em Sib 9
14
Trombone Ut 12
9
Tuba em Sib 12
9
Barítono em Sib 2
12
Bombardino em Sib 8
0 5 10 15
121
Depoimento concedido por FORTUNATO, J. Entrevistado por RABELO, Thais em Agosto de 2017.
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Dentre os instrumentos elencados, os mais utilizados por João Batista Prado em suas
composições e arranjos são Trompete (geralmente em número de três ou quatro), seguido pelo
clarinete (geralmente em número de quatro), saxofone alto e saxofone tenor (ambos em
número de dois). A análise da instrumentação mostrou também que havia apenas duas
trompas na época em que o maestro João Prado atuou junto à orquestra.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em caráter geral esse estudo possibilitou uma compreensão sobre a figura de João
Batista Prado em suas diversas funções, sobretudo como maestro e como compositor e
arranjador. Neste aspecto a memória coletiva foi de grande e valiosa importância. Poder
contar com a participação de pessoas que estiveram diretamente ligadas ao maestro e que
ainda nos podem contar o que viram e, principalmente o que ouviram, no coreto da praça, nas
ruas de São Cristóvão em festa de padroeiros, em solenidades, no harmônio da matriz foi
muito importante para o desenvolvimento desse estudo. Além disso, o confronto entre os
depoimentos colhidos nos permitiu relacionar e confrontar informações, chegando à
conclusão de que as informações se repetem, algumas vezes e que se complementam, estando
de acordo.
Através da breve análise sobre as partituras constatamos que, apesar das poucas obras
restantes no arquivo da Lira, o repertório composto e arranjado por “Odarp B. J” apresentava
certa diversidade, incluindo, para além do clássico dobrado, também canções, música
religiosa (ilustrando mais claramente a participação da banda nos eventos realizados pela
igreja), sambas e boleros (provavelmente para as ocasiões mais informais como as retretas de
domingo). Com o intuito de colaborar para com a preservação do arquivo da Lira,
fotografamos todas as partituras referentes à “Odarp. B. J”, e entregues à Lira. A observação
sobre os instrumentos utilizados nos arranjos e composições do maestro mostrou também uma
variedade um tanto incomum, destacando principalmente a presença de apenas duas trompas e
de nenhum flauta, mas uma notável variedade de saxofones. A obras, muito provavelmente,
foram escritas até a década de 1970, sendo, portanto, anterior à reformulação da lira pelo
então prefeito.
O estudo a respeito do maestro João Batista Prado revelou importantes aspectos de sua
atuação junto a Lira e reforçou a ideia de sua relevância para a música em São Cristóvão no
período em questão. A pesquisa, porém, ainda em seus primeiros estágios, suscita ainda
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REFERÊNCIAS
BISPO, Evandro. Manuscrito com assinatura de João Batista Prado. Aracaju, 2017.
CALHEIROS, Deoclides. Dobrado João Prado. São Cristóvão. Partitura. Lira. Impresso.
PRADO, João B. Bolero Vênus de Melo. São Cristóvão. Partitura. Lira. Manuscrito.
______. Canção Napolitana Santa Lúcia. São Cristóvão. Partitura. Lira. Manuscrito.
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______. Samba “Quem quer saber?”. São Cristóvão. Partitura. Lira. Manuscrito.
NUNES, Maria Thetis. Sergipe Colonial I. 2ed. São Cristóvão: Editora UFS; Aracaju:
Fundação Oviêdo Teixeira, 2006.
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