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Versolati!
– Mentira! Nossa, que inveja branca de
você, amiga. Esse menino sabe das coisas, viu...
Além de ser maravilhoso, é claro.
– É claro. – Concordou. – Mas nossa, ele é
sensacional. Você acredita que ele conseguiu fazer
a professora adiar a prova só de conversar com ela?
– Ah, mas é o charme, né?! Não tem nada
que aquele garoto peça que eu não faça na hora.
– Não precisa nem pedir, né, querida. É um
olhar e a gente já fica toda saidinha! – As duas
continuaram a rir e a elogiar as qualidades e
habilidades do garoto, mas novamente Bianca
estava imersa em seus próprios pensamentos.
Theo Versolati era o veterano mais desejado
de sua escola. Ele era o epítome da sensualidade, o
ás da conquista, o rei da pegação. Toda e qualquer
garota na sua escola não pensaria duas vezes se
pudesse doar um rim para estar na sua cama. Ela
sabia muito bem daquilo, despercebida, como
sempre passava, acabava ouvindo sempre mais do
que gostaria, e não estaria exagerando se dissesse
que pelo menos metade de todas as fofocas
exclamadas em intensa admiração eram
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um jeito de sê-lo.
Estava decidido então. Ela ia juntar toda a
fibra que coubesse em si e falar com Theo
Versolati. Naquele mesmo instante, sem falta, sem
adiar.
“Ele vai me ajudar”, pensou, “vai sanar
meus problemas e me ensinar tudo aquilo que eu
preciso fazer para inverter os papéis e ter meu
amado Sam na palma das minhas mãos, como
sempre deveria ter sido”.
Pressionando a descarga para disfarçar a
permanência, Bianca deixou a cabine para trás e
rumou para fora de seu casulo em direção ao seu
novo eu, em direção à sua chance de ser feliz de
uma vez por todas.
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palavras. - Pediu.
- Você... - Ela começou, engolindo em seco
e deixando novamente as palavras impulsivas
dominarem a fala - Ah, você é todo confiante, anda
por ai como se fosse a última bolacha do pacote, e
eu já tô cansada de ouvir no banheiro feminino
garotas suspirando por um mísero olhar seu. Eu
queria, não sei, ser um pouco assim? Aprender com
você como ser sedutora ou algo do tipo.
- Você quer aulas de como seduzir um
homem, é isso?
- Err... Você falando desse jeito parece
muito errado, -Defendeu-se, logo recebendo um
olhar contido de impaciência - mas é, acho que é
isso aí que eu quero. - Afirmou por fim, ficando
rosada nas bochechas.
O garoto ficou em silêncio analisando
minuciosamente o rosto da mais nova. Se sentia em
um universo paralelo com um pedido daqueles, a
coisa toda era surreal demais, e absurdamente
inesperada para um dia tão ordinário como aquele
tinha sido até então. Sentia-se honestamente
curioso com o que poderia fazer por ela, com a
possibilidade de mudar uma vida daquela maneira,
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aquele carinho.
- Escuta, anjo - Chamou, ao que ela cessou
a molhadeira que fazia em sua camisa para olhá-lo
nos olhos - Eu vou te ajudar.
- J-jura? - Confirmou em expectativa.
- Sim, parece que você realmente precisa de
ajuda, e sabendo que posso fazer algo a respeito, eu
não vou conseguir te negar isso. Mas você vai ter
que fazer tudo que eu mandar e ter em mente que o
meu tempo é muito corrido, então você vai precisar
andar comigo bastante se quiser absorver uma dica
ou outra durante os meus intervalos entre tarefas. -
A garota acenou enfaticamente em concordância,
com um sorriso singelo de agradecimento.
Ainda estava chateada com a humilhação no
refeitório, mas parecia haver uma luz no fim do
túnel agora. Seja lá o que tenha feito Theo ajudá-la,
se o fez por bom coração ou por pena da situação
em que se encontrava: ela seria eternamente grata.
Mesmo assim, lembrou-se dos motivos que
ele havia lhe dado para não aceitar seu pedido em
um primeiro momento, apenas reforçados pela
constatação de sua falta de tempo contida em sua
fala. Bianca olhou para baixo, envergonhada de
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sentido na reclamação.
- Me escuta, Bianca. Isso não é vulgar, é
sensual. E você não sabe a diferença porque esteve
muito ocupada a vida inteira escondida embaixo de
camisetas e cardigãs dois números maiores que
você. O decote dessa blusa é provocador, não
mostra demais e nem esconde uma parte...
Especialmente tentadora do seu corpo, e a
transparência nos lugares certos deixa seu contorno
mais "violão". - Ela tentou fortemente controlar as
bochechas coradas e a vontade de tapar o corpo
inteiro para que ele não a analisasse daquela forma
tão carnal. Mas sabia que levaria uma bronca,
seguida de um "o que eu disse sobre não me
questionar?" – já estava até mesmo abusando da
quebra daquela regra -, então optou por desviar a
atenção dele com uma pergunta.
- Como você sabe tudo isso? Quero dizer,
você é homem, não devia estar insistindo que eu
saísse de roupa íntima por aí?
- Justamente por ser homem eu sei o que eu
valorizo em uma mulher, e por isso sei como eu
quero te ver dentro de cada roupa. E, além disso,
quem mostra demais costuma ter pouco a oferecer
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do lugar.
- Não. - Ele disse, sincero. Ela o questionou
com os olhos. - Minha mãe e meu padrasto moram
aqui. Eu moro nos fundos, na casa da piscina.
- Sem querer me intrometer... Mas porque
não mora com os seus pais, Theo? - Bianca era
curiosa na mesma medida que era tímida. Ele não
pôde evitar um sorriso carinhoso para o cuidado
que ela tinha em se meter na sua vida. A maioria
das garotas que já tinham pisado ali haviam feito a
mesma pergunta com muito mais indelicadeza.
Entraram na casinha modesta de madeira e
deixaram suas coisas no sofá da pequena sala. Theo
ia em direção a cozinha e a chamou para se juntar a
ele antes de respondê-la.
- Aqui eu posso ser eu mesmo. - Ele deu de
ombros. - Tenho meu espaço, e... - Ele indicou com
a cabeça a porta que dava para o quintal, e ao abri-
la Bianca tomou um susto com o tamanho do
cachorro que apareceu pulando em felicidade
extrema, lambendo o rosto do dono. - Esse é
Whisky. Ele é um Bernese Montanhês de três anos,
e é toda a família que eu preciso. - Sorriu com os
olhos apertados. Bianca sentiu o seu próprio sorriso
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Já era sexta-feira.
Entre tomar mais um fora de Sam, pedir
ajuda a Theo, passar por uma transformação total,
estudar física e dividir aspectos bastante
particulares de sua vida, a semana passou voando
para Bianca.
Aquele dia em especial, no entanto, estava
demorando a acabar.
Theo grudou nela a partir do momento que
atravessou os portões de ferro da escola, e estava ao
seu lado a cada passo que dava, sempre a
conduzindo com uma mão. E isso lhe era muito
incômodo.
Não a presença do garoto, de forma alguma,
mas sim os olhares que recebia de toda a escola por
estar em sua companhia.
O pior é que, como agora não passava mais
despercebida, não conseguia escutar as fofocas do
corredor e, portanto, não sabia o que estavam
achando daquilo. Não sabia se achavam suas
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tinha planejado.
- Vamos começar. A primeira coisa que eu
vou te ensinar hoje é sobre postura. Eu vou encenar
pra você o andar de três pessoas, e você vai me
dizer o nome de alguém com quem elas se
pareçam. - Bianca achou engraçada a metodologia
do mais velho, mas concordou com a brincadeira.
O primeiro personagem que interpretou
andava com o quadril balançando de um lado para
o outro, o queixo para cima e o peito estufado.
Praticamente cruzava os pés um na frente do outro,
como em um verdadeiro desfile. Bianca precisou
gargalhar, ver um homem daquele tamanho
andando daquela forma era, no mínimo, hilário.
- Milena! - Ela gritou como em um jogo de
mímica.
- Muito bem. – parabenizou. - Segunda
pessoa agora.
Agora o andar de Theo era normal,
despreocupado e elegante, como se tivesse todas as
respostas da vida nas mãos, a postura ereta, mas a
linha dos olhos no mesmo patamar da cabeça, nem
para cima, nem para baixo. Era um andar familiar
demais, e logo a menina soube:
- Theo. - Ela entregou, sabendo que era
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usando?
- Isso não faria sentido algum, foi você que
as comprou para mim.
- Finja que eu não sou eu. – Revirou os
olhos, com obviedade.
- Bom, daí eu falo obrigada e conto a loja na
qual elas foram compradas? – Disse em tom
tentativo.
- Para um amigo gay, talvez, - ele maneou a
cabeça - mas para um homem hétero você tem que
entender que o elogio não é para a sua roupa, é para
o seu corpo. E agora, que você faz?
- Eu o olho séria por dois segundos com um
sorriso de canto, então desvio o olhar e faço um
comentário misterioso.
- Isso, minha garota! - Ele a chacoalhou
pelos ombros, orgulhoso - Mas veja bem, o cara foi
mais sutil dessa vez, então você pode agradecer
antes de tudo.
- Sim, senhor.
- E se eu te ofereço uma bebida?
- Eu não bebo nada de estranhos. – Deu de
ombros.
- Você é impossível, menina! Está me
provocando. - Ela tinha um sorriso arteiro nos
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inviável.
- E então? Como você se sente? - Ele
perguntou sereno embora estivesse ansioso pelo
relato completo, para saber do sucesso daquela
primeira parte da aula.
- Nossa, incrível! É como se eu tivesse me
libertado de amarras que eu nem sabia que
existiam. - Ela explicou, levantando-se do sofá
apesar do cansaço e dando algumas piruetas no
tapete. - É como se eu pudesse conquistar o mundo!
- Exclamou com os braços levantados. Theo ria e a
olhava com carinho, feliz pelo seu momento.
- Meu anjo, quando eu terminar com você,
não vai haver pessoa do sexo masculino que não
deseje justamente isso. - Ele piscou, garantindo. -
Bom, agora essa aula é sobre ser confiante com seu
corpo e atitudes que o envolvam. O primeiro
grande passo foi muito bem cumprido pelo que eu
posso ver. Eu só vou, então, te ensinar mais
algumas sutilezas, alguns movimentos que devem
ajudar a passar essa sensualidade recém descoberta.
- Ai, Theo, faça o que quiser. Depois de
hoje eu definitivamente não te questiono mais. -
Disse, entregue, arrancando risos dos dois.
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cenário.
- Vamos, meu anjo. Isso tudo faz parte dela.
Mas não existe motivo para não aproveitarmos o
feriado também, certo? - Perguntou, um sorriso no
rosto.
Como um passe de mágica, toda a tensão
que dominava o corpo dela esvaneceu. Não porque
a aula teria continuidade de fato, ou porque
soubesse o que Theo tinha preparado para o dia.
Não, Bianca sentia-se serena naquele momento
porque o mentor havia lhe dito nas entrelinhas que
gostaria de passar seu dia livre com ela.
Um dia que ele podia usar para fazer
basicamente o que quisesse, sair a bares para pegar
meninas, estudar, praticar esportes com os diversos
amigos, viajar. E ele estava ali; pura e
simplesmente desfrutando de um dia de piscina
com uma garota sem sal que havia acabado de
conhecer. Aquilo a fez sentir especial, querida,
como há muito tempo não se sentia. A fez sentir
como se tivesse alguém ao seu lado, para variar.
Por isso, Bianca não pôde se frear quando
caminhou até o garoto e passou os braços por seu
pescoço em um abraço desajeitado de gratidão.
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olhos fechados.
- Ainda não, mas vou ter que. Contra
vontade, mas sim. Ou então, ele vai fazer por mim.
- E na que você quer?
- Ah... Não também. Não sei se deveria.
Depois se eu passar não vou saber dizer não e vou
precisar enfrentar mais um quebra-pau aqui em
casa onde eu vou sair perdendo no final.
- Meu tio é advogado.
- Bem...?
- Ele é especializado nessas coisas de
família. Não sei bem o nome. Divórcio, herança,
emancipação de menor, ele cuida dessas coisas.
- Você está sugerindo o que eu acho?
- Eu podia ligar pra ele. A gente sentava pra
tomar um sorvete e contava sua situação. Ouvir o
que ele tem a dizer... Não pode fazer mal, certo? -
Bianca enfim abriu os olhos e estudou o rosto do
garoto. Ele parecia brilhar em admiração e a fez
afundar até estar em pé a sua frente. Segurou seu
rosto entre as palmas das mãos e puxou para si,
deixando um beijo estalado e molhado na testa
dela.
- Desse jeito vai me fazer louco por você. -
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desligada.
- Querida, está me ouvindo agora?
- Oi, padrinho. Estou sim, desculpe por
aquilo. Theo não queria colaborar. - Alfinetou com
um meio sorriso provocador nos lábios, e recebeu
um apertão na barriga que a fez soltar um gritinho.
- É por isso mesmo que eu estou ligando.
Tenho um tempinho pra conversar com você e seu
namorado hoje mais tarde. Podemos nos encontrar
na sorveteria do centro, o que acha? - Theo tinha a
testa enrugada e um meio sorriso atravessado no
rosto pelo título, ao que a menina corava
violentamente.
- Ahn, tudo bem. - Depois de concordar,
eles marcaram o horário direitinho e se despediram.
- Namorado, huh? - Theo provocou. - Eu
sabia que você queria o meu corpo nu.
- Cala a boca! - Ela pediu ainda corada. -
Ele deve ter entendido errado - Sentiu a
necessidade de justificar, para que a vergonha a
deixasse em paz um pouco. - Ele que é o advogado
que te disse. Meu tio e padrinho.
- Legal, vamos conversar com ele então e
ver se dá em alguma coisa. Mas como é só mais
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seria se casar.
- Casar? - Indagou alarmado, trocando um
olhar desconfortável com Bianca, que tinha os
olhos igualmente arregalados.
- É. Mas, escute, Theo. Eu não acho que
apressar um casamento seja sua melhor alternativa.
Nós até poderíamos entrar com um processo
judicial dizendo que seus pais são negligentes e
tentando antecipar sua maioridade sem precisar da
assinatura deles, mas você acha que toda essa dor
de cabeça é a melhor forma de fazer a faculdade
que quer?
- Eu já tentei conversar de todas as formas
possíveis... Não vejo saída.
- Olha, eu estou cansado de ver famílias se
afastarem e perderem os laços por conta de
processos legais. Sei que está com raiva da sua mãe
e que gostaria de fazer algo a respeito, mas no fim
das contas você ainda a ama, certo? Não vai querer
perdê-la.
- É, acho que não. - Ponderou.
- Então, garoto. E por mais que esteja
disposto a correr esse risco, você teria que largar
sua faculdade para conseguir um emprego se isso
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mesmo esperado.
Como a inexperiência jogava a seu lado,
preferia deixar as decisões por conta dele. Se fosse
para se beijarem novamente, ele diria assim. E
pronto. Quanto aos exercícios matemáticos... Esses
não se fariam sozinhos.
Para Theo, a situação desenvolvia-se de
forma diferente. Ele estava, antes de mais nada,
intrigado. Queria entender como uma garota
simples e pequena como Bianca conseguia dominar
seus pensamentos daquela forma. Claro, toda a
situação de submissão em que ela se encontrava
com relação a ele era tentadora por si só, mas havia
mais. A intimidade também não ajudava, saber que
ela era a única pessoa que ficara ao seu lado na
busca de um sonho bastante inalcançável. Por fim,
a ingenuidade e doçura contidos no beijo da
menina, faziam seu estômago contorcer-se
desconfortável até agora, aquela sendo uma
novidade que ele não havia provado até então, mas
que muito tinha gostado.
explicar.
- Sam é... Especial. Ele é gentil, simpático,
me quis quando ninguém mais me queria, ficou do
meu lado quando tudo que eu queria era sumir, e
me fez companhia quando eu não tinha ninguém.
Além de ser lindo.
- Mas seguindo esses motivos é por mim
que você devia estar apaixonada! - Theo brincou,
um gosto amargo na boca incomodando. Então era
realmente carência. A garota não gostava realmente
do amiguinho, ele acreditava, apenas achava que
devia se sentir assim pela pessoa que a tirou da
solidão. Era o que o universo ensinava para garotas
ingênuas como Bianca: o príncipe encantado da
modernidade disfarçava-se de melhor amigo
atencioso. E isso bastava para que elas não
olhassem mais ao redor e consequentemente não
vissem toda a destruição que os defeitos egoístas
desses mesmos caras causavam nelas.
Bianca sorriu sem graça, deixando um tapa
fraco na perna dele. Fez mais uma pergunta, e o
jogo teve continuidade por mais alguns minutos,
em que eles se permitiram conhecer-se melhor.
Então, precisaram voltar aos estudos, para que
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urgente.
Podiam passar a vida inteira ali, naquele
beijo, sem que ninguém ouvisse um reclamar.
Mas só tinham aquele final de tarde.
E ele foi bem aproveitado, em outros beijos
semelhantes, que oscilavam entre o rápido e intenso
e o tranquilo e carinhoso. Nas cadeiras da mesa de
jantar, no sofá, na bancada da pia, no tapete, na
porta, no gramado. Em cada lugar que aventuraram
estar durante aquele dia, aquela cena se repetiu.
Sem que para isso fosse necessário qualquer
questionamento ou permissão.
Era como se uma folga tivesse sido tirada
da vida, e nada mais importava a não ser aquela
brincadeira de tocar e sentir. E qualquer dúvida ou
consequência tivesse ficado para o dia seguinte, um
futuro distante e desimportante, que lhes parecia
tão menos tentador do que o presente gostoso e
agradável que estavam tendo, afogados no gosto
um do outro.
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aprendiz.
Ele entendia que tinha um peso maior do
que a primeira vez. Mas não via alarde nesse fato:
Eles eram adolescentes cheios de hormônios,
trocando confissões e segredos, e passando tanto
tempo juntos quanto possível. Era o tipo de coisa
que estava quase fadada a acontecer, se parasse
para pensar.
Assim, alheio ao desespero da menor, Theo
caminhava pelos corredores como sempre fazia,
sem um músculo mais tenso que o normal.
Isso é, até avistar Bianca espremida contra
uma parede sendo quase completamente ocultada
pelo amiguinho, com quem conversava.
Ela apertava dois ou três livros em um
abraço e repuxava o interior da bochecha em claros
sinais de nervosismo, apesar do sempre presente
falatório ininterrupto. Era assim: bastava um pouco
de intimidade e ela tinha a boca aberta por onde
vomitava informações aleatórias, em uma busca
desesperada de entreter seu interlocutor. Em certo
ponto, era até mesmo adorável, uma demonstração
de afeto que ela fazia sem se dar conta.
Sam tinha as mãos nos bolsos, em uma
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A caminho do QG e conversando
amenidades, Bianca se lembrou que havia
esquecido algo em sua própria casa. Um algo
especial que queria muito mostrar a Theo naquele
dia em particular, sem esperar pelo dia seguinte.
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sua seriedade.
- Sua mãe está em casa? - Perguntou, e todo
o mistério se diluiu.
- Não, pastor Versolati, acalme-se. - Ela
brincou, assistindo-o desmontar a armadura a sua
frente. - Está trabalhando e só volta quando o dia
vira noite.
Entraram, e Bianca logo apontou a porta
que escondia seu quarto, para onde ele andou sem
frescuras, esfregando as mãos, ansioso pelo que
encontraria.
O quarto era normal. Até mesmo impessoal
demais. As paredes eram todas brancas, a
escrivaninha abaixo da janela tinha poucos objetos
pessoais e a cama parecia estranhamente vazia.
Theo não sabia se aquilo seria um sinal de que ela
não se sentia confortável em sua própria casa ou se
era apenas uma pessoa minimalista. Ele andou
devagar até o criado mudo, pegando um porta-
retrato que estava ali, virado, servindo de apoio de
copo como se estivesse daquela forma há bastante
tempo. Tinha um senhor beirando os quarenta anos
com um sorriso honesto e contagiante de olhos
apertados e abraçado com uma Bianca alguns anos
mais nova.
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seu próprio.
- Mesmo assim. Eu tinha medo, Theo!
Tinha um bloqueio horrível quando se tratava de
algo que é bom, e muito! Você me ajudou a superar
essa barreira independente do que nos levou a isso.
E eu não me arrependo disso nem um segundo. -
Ela via que as coisas que dizia não estavam
exatamente convencendo o garoto, que permanecia
com a aparência sofrida. Ele se sentia um canalha,
alguém que não queria ser, e isso estava acabando
consigo. - Olha, eu sei que você acha que eu sou
super inocente e que não questiono nada do que
você faz, mas eu não sou tão idiota assim e sei
cuidar de mim. Cuidei de mim todo esse tempo
sozinha, mesmo que precariamente. Então, se eu tô
te falando que tá tudo bem, que eu gostei e que
quero continuar com as aulas, você deve acreditar
em mim. – Bianca havia colocado todas as suas
fichas naquela cartada final, e implorava aos céus
para essa ser suficiente.
Um sorriso de canto iluminou brevemente o
rosto do mais velho, que se sentia orgulhoso de
ouvi-la falando daquela maneira. A pequena Bianca
rugia em face de perder o que vinha animando sua
vida dia após dia nas últimas semanas, e lutaria
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- Theo! - Reclamou.
- Não adianta fazer a ultrajada. Posso ver o
sorriso arteiro querendo se abrir no canto da sua
boca. - Ele cruzou os braços em tom definitivo, e
Bianca, embora ainda relutante, mordeu o interior
da bochecha decidindo o que fazer. Fechou os
olhos com força e passeou a mão por cima dos
DVDs enfim puxando um qualquer da pilha.
- "Pirates II: Stagnetti's Revenge" - Ela leu
em voz alta repuxando os lábios em desgosto. - É
sequência, melhor deixar pra lá.
- Não, anjo. Não tem a menor necessidade
de ter visto o primeiro, e se foi esse que você
sorteou, é esse que assistiremos. Além disso, a
Jesse Jane é muito boa, e o segundo filme tem a
Sasha Grey ainda. - Comentou, alheio à cara de
incredulidade com que ela o olhava.
- Você sabe o nome das atrizes? -
Esganiçou, a cada minuto mais descrente.
- Mas é claro! - Exclamou, rindo da feição
dela. - Me diz uma coisa: quando você assistiu
Titanic, o que achou da atuação do Leonardo
Dicaprio? - Perguntou em tom zombeteiro.
- Ué, muito boa. - Deu de ombros
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meramente.
- Tá, e a partir daquele filme, quando viu
que ele estrelava mais algum, não teve vontade de
assistir?
- Bem, sim, mas... - Foi cortada novamente.
- É a mesma coisa nesse caso. O gênero do
filme pode mudar, mas a avaliação dos atores e a
escolha de novos títulos é quase igual. - Explicou.
Ela ainda parecia desconfiada, mas tinha desistido
dos questionamentos. - Pode colocar no aparelho.
Quero muito ver sua reação assistindo. - Theo bateu
as palmas e esfregou, como se antecipasse grandes
momentos de diversão.
Ela colocou o CD no compartimento, e
levantou-se correndo para se atirar ao lado do
garoto. Puxou uma almofada grande para o colo e
se abraçou a ela, escondendo boa parte do rosto
pequeno que tinha os olhos cravados nas chamadas
iniciais do filme.
Os primeiros minutos correram bem. Uma
historinha boba e efeitos ruins era de fato o máximo
que se podia esperar, mesmo a produção daquele
título em específico tendo sido bem pensada. Theo
não sabia se ria da apreensão de Bianca por
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pensamentos para....
Ah, sim. Isso, professor, mais forte.
É, talvez pudesse.
Ele subiu uma das mãos por entre o decote
da blusa de Bianca para puxá-la para os lados e
revelar o contorno dos seios perfeitos. Envolveu
um com a mão, sentindo cada poro eriçado e a
maneira como parecia caber perfeitamente em sua
palma. O mamilo rosado ergueu-se quase que
imediatamente como se houvesse sido chamado, e
esfregou-se contra o tecido fino do sutiã sem bojo
em uma tentativa de liberdade.
Grunhindo e com água na boca, Theo
afastou o toque da mão da garota apenas um
segundo para puxar a calcinha de lado e expor sua
intimidade quente e pulsante a toques mais
precisos. Ia segurar a mão dela novamente para
guiá-la, naquela dança sensual que haviam
assumido, mas Bianca parecia ter outros planos.
Estrategicamente impedindo o entrelace breve de
dedos, ela deixou que Theo assumisse sozinho o
carinho enfático em sua feminilidade e arrastou o
braço para o espaço em que seus corpos se
chocavam. Acariciou o abdômen definido e as
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para um café?
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protuberância ou curva.
Não que ele ficasse atrás, agora enterrando a
boca no pescoço perfumado dela, engolindo em
goles generosos a pele sensível, mordendo,
chupando, beijando. Bianca fechava os olhos e
inclinava a cabeça, já sentindo o acúmulo de saliva e
o deslizar característico de umidez em sua virilha.
Instintivamente, agarrou os cabelos curtos do garoto
e ordenou ao quadril que rebolasse, alojando a agora
aparente ereção de Theo no lugar mais certo
possível.
Sentindo o estímulo, Theo cessou o ataque
que descia o colo em chamas da menor para olhá-la
nos olhos e constatar aquilo que ambos já sabiam:
- Desse jeito não vai ter aula nenhuma
porque eu não vou conseguir não te comer, Anjo. -
Soprou contra os lábios inchados dela, já quase
desistindo de tudo e levantando com ela para a
cama.
- Não! Não, não, não... - Ela repetia, tentando
se lembrar o que estava tão determinada a negar. -
Eu quero aprender. - Ela engoliu, quase convencida
de que precisava se afastar. - Me ensina! Daí mais
tarde você faz o que quiser comigo. - Sob a
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provocar cócegas.
- Como você pode saber disso, pai? - Ela
perguntou com o choro mais controlado, olhando-o
por entre cílios colados de água salgada.
- Porque no final tudo fica bem. E se ainda
não tá tudo bem... É porque ainda não chegou o fim.
- A menina conseguiu abrir um sorriso, lembrando-
se de todas as vezes que ele lhe recitava aquela
mesma frase quando ela se indignava com algum
acontecimento no meio de um livro de histórias, lido
para ela antes de dormir. Aquilo sempre conseguia
acalmá-la, e aquela vez não foi diferente. - Escuta,
filha... Eu sei que é muita coisa para absorver de
uma vez só. Mas eu gostaria muito que você fosse
em casa um dia, conhecer a minha esposa, a Sarah,
seu irmãozinho... Todos eles tão loucos pra saber um
pouco mais de você e eu tenho certeza que vocês
vão se dar muito bem. - Convidou baixinho, sempre
olhando para Theo em aprovação como se ele fosse
um guarda costas muito bravo que atacasse a
qualquer passo em falso.
- Claro, pai... Eu vou adorar. - Fungou,
limpando sem jeito os rastros de lágrima do rosto.
- E ai, querida, se você quiser, e só se você
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outra coisa.
- Pra falar a verdade... Não muito bem. Ela
meio que me cansa. Dá muito trabalho namorar. -
Confidenciou em um suspiro, esperando
concordância da menor.
- Engraçado... Pode ser porque eu e o Theo
estamos juntos há pouco tempo, mas para mim
namorar é tão natural... - Comentou, repuxando os
lábios e olhando em volta, inconscientemente
procurando pelo professor, que não estava no seu
campo de visão.
- Vai ver isso é mérito seu, Biba. Você torna
tudo mais fácil. - Sam se aproximou ainda mais e
olhou no fundo dos seus olhos ao dizer aquilo,
como se fosse o elogio mais grandioso que pudesse
fazer a alguém. Bianca só podia se lembrar da
última aula e de como Theo dizia que ela precisava
ser o motivo de loucura e também de apoio da
pessoa amada, e se perguntar se aquilo significava
que ela estava fazendo as coisas absolutamente
certas ou notoriamente erradas.
- ... Obrigada? - O loiro sorriu abertamente
e a puxou para um abraço apertado, esfregando
seus cabelos com mais força do que o desejado.
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animada.
- Sobre inovar. - Pontuou, misterioso. Eles
sentaram corretamente. - Rotina é algo maravilhoso
para disciplinar crianças, mas letal para muitos
relacionamentos. É importante sempre o casal achar
uma forma de quebrar a inércia e se colocar em
situações diferentes, que lidem com o inesperado e
tragam alguma experiência nova. Isso vale para
tudo, então é importante inovar no programa dos
encontros, variar os restaurantes, os motéis, as
posições na cama, tudo. Principalmente no sexo,
que como já expliquei, é um alicerce
importantíssimo no qual muitos namoros se
baseiam, fazer coisas diferentes mantém a dinâmica
do casal interessante e excitante. Afinal de contas,
ninguém aguenta fazer papai-e-mamãe para
sempre. - Revirou os olhos com obviedade.
- Deixa eu adivinhar: Minha lição de casa
vai ser ler o Kama Sutra? - Desconfiou,
espremendo os olhos.
- Não, linda. O Kama Sutra é um livro
arcaico, criado por um indiano machista para
descrever o que suas várias esposas deveriam fazer
para lhe dar prazer. Em um momento ele enaltece a
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sobrancelhas, admirado.
- Você não quer? - Fez pouco caso, os olhos
em fendas.
- Anjo... Existe algum cenário em que você
me imagina dizendo "não" pra essa boquinha
enlouquecedora?
- Talvez... – Murmurou, pensando que havia
uma possibilidade de não ser a boca dela que ele
almejava.
- Bom, então nós vamos precisar ir pro
quarto para que eu te convença, não é mesmo?
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"Bianca,
Foi um longo caminho para chegarmos até
aqui.
Enfrentamos demônios e superamos
dificuldades, objetivando uma vida mais fácil, que,
quem sabe, nos proporcionasse felicidade. Fizemos
isso juntos, com a sensação de que nunca fôssemos
chegar lá. A cada novo passo, nos deparávamos
com mais uma pedra, mais um desafio a ser
perpassado. E, se por ventura chegássemos onde
queríamos, saberíamos que o mérito era de nossa
impremeditada e peculiar convivência.
Acho seguro dizer que, embora eu fosse a
pessoa dando as aulas, aprendi muito com você.
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ritual.
Bianca entrou no vestido e pegou a bolsa
pontualmente às dez horas, no mesmo momento em
que Sam buzinou do lado de fora da casa. Calçou
seus sapatos de salto alto com pressa e deu um
beijo nos familiares saindo pela porta com votos de
"divirta-se" e avisos de "comporte-se".
Sam estava impecável em seu smoking
preto, e beijou sua mão ao ajudá-la a entrar no carro
pelo lado do passageiro. Muito embora ela não
estivesse com grandes expectativas para aquele
encontro em particular, esperava conseguir se
divertir dignamente na festa mais esperada do ano.
O lugar estava primoroso. Tudo
perfeitamente pensado para garantir uma noite
inesquecível e já bastante tumultuado de alunos
chegando em vestimentas luxuosas com seus pares-
troféu a tiracolo. Bianca e Sam não ficavam atrás,
misturando-se à população e adentrando o salão
após deixarem seus ingressos com um responsável
na porta.
A música era alta no lugar semi-iluminado,
que já contava com alguns casais dançando
animadamente, enquanto outros ainda conversavam
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Incentivou.
- Eu sinto como se fosse explodir. Ainda
não superei que Theo tenha me afastado sem mais
nem menos e agora tudo que eu tinha no meu
horizonte também ruiu, porque o Sam é um pé no
saco e beija mal. – Sophia não conteve uma
risadinha por ouvi-la com toda aquela cara de anjo
falar de maneira tão chula.
- Querida, você já se perguntou o porquê de
te incomodar tanto que o Theo tenha te afastado ou
o porquê de não estar sendo tão bom com o seu
amigo? – Perguntou, tentando chegar no cerne de
tudo aquilo.
- Porque eu sou uma idiota dependente da
opinião dos outros...? – Tentou, sabendo que
mesmo que aquilo pudesse ser minimamente
verdade, não se aplicava ao caso.
- Acho que não, Biba. Presta atenção em
todos os sinais. O que você sentiu quando Theo se
despediu? – Sophia se sentia fazendo o mesmo
interrogatório de duas semanas antes e achou graça
sozinha do quanto a menina à sua frente e seu
melhor amigo eram parecidos. Ambos cegos e
atrapalhados.
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complacente.
- Ai, meu deus. – Cobriu a boca com as
mãos, como se pudesse frear o processo de
percepção. - Eu gosto dele. – Sussurrou, a voz
abafada.
- Eu iria mais longe e diria que você está
apaixonada. – Deu de ombros, agora consertando a
maquiagem.
- Sophia! – Esganiçou, desesperada. - O que
eu vou fazer?
- Ué, você vai ganhá-lo de volta. –
Comentou em tom de obviedade.
- E como eu vou fazer isso?
- Eu ouvi dizer que você era formada na
“arte da sedução”. Me disseram errado? – Piscou
para a outra, e ambas trocaram sorrisos cúmplices,
já sabendo o que Theo tinha guardado pela frente.
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uma a uma.
Estava tudo saindo como planejado, até
ela escutar o som longínquo do carro de Theo
estacionando na garagem. Apressou-se para a sala,
onde se sentou na poltrona com toda a graça e
postura aprendidas na Aula 2. Esperou, iluminada
apenas pela luz do abajur ao seu lado, que o dono
da casa entrasse.
E ele o fez, alheio ao que poderia estar
acontecendo, o que levou Bianca a crer que a
empregada não havia estragado a surpresa. Ele
abriu a porta da cozinha assobiando a última
música que tinha ouvido na rádio, e esvaziou os
bolsos na bancada antes de finalmente se virar para
a abertura da sala e encontrar Bianca ali, sentada
toda sedutora, apenas esperando-o pacientemente.
Sua boca foi ao chão na mesma hora.
Não haviam palavras que descrevessem tudo que
ele sentiu quando a viu, tão suntuosamente
maravilhosa e novamente dentro da sua casa, onde
tantas memórias já haviam tido espaço. Os olhos de
Theo percorriam seu corpo dos pés à cabeça,
desacreditados que ela pudesse realmente estar ali,
depois que já havia se convencido de que o discreto
“adeus” contido na carta teria sido definitivo.
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acostumasse.
Ele se protegeu rapidamente e segurou
Bianca pela bunda, levantando-a até estar
encaixada na cabeça de seu membro. Segurando em
seus ombros fortes, ela desceu centímetro por
centímetro, sentindo-o preenchê-la por inteiro, em
um ângulo diferente do usual que a obrigava a girar
os olhos nas órbitas. Apesar de ser claramente um
esforço descomunal para Theo ir devagar naquele
momento, ele aguentou, mordendo os lábios com os
olhos vidrados no lugar onde se tornavam um só.
Bianca notou o cuidado com ela, a paciência em
esperar que se movesse quando se sentisse pronta.
E ela adorava quando o garoto era bruto e sexy,
mas tamanho carinho e conexão podiam ser até
mesmo melhores em dadas situações.
Tinha um sentimento alarmante impregnado
no ar, um pouco de saudade misturada com alívio e,
arriscaria dizer, até mesmo uma porção de amor. E
toda aquela áurea, unida com a posição nova e
desafiante, tornavam tudo espetacularmente
melhor, assim como Theo havia explicado na Aula
7:
“É importante sempre o casal achar uma
forma de quebrar a inércia e se colocar em
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Aula 10:
Seguir todas as regras pode te fazer conquistar qualquer
um.
Ser você mesmo pode te fazer conquistar a pessoa certa.
F im
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Má.
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