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2021
EDIÇÃO
Nº 01
A REVISTA DO OPERADOR DE
SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA
BIZU
QUANTO VALE SEU
CONHECIMENTO?
Pensamento para Sendo o conhecimento
vida TÁCITO (o que aprendemos
de maneira informal durante
Não percebemos a a vida) ou o EXPLÍCITO
quantidade de (aquele que aprendemos de
conhecimentos diversos maneira procedimentada,
que adquirimos durante com regras,
C
nossa vida, justamente academicamente)
om muita por essa razão em Indiférem para a evolução e
felicidade inúmeras situações não para o valor que esse
estreamos a revista Ope-S, damos o valor conhecimento pode trazer
revista voltada para o indispensável a esse para sua vida.
público atuante, conhecimento. Contribuição
admiradores e curiosos da Com passar dos anos e o Destarte, com muito
Segurança Pública e crescimento da empenho e através dos
Privada. maturidade nossos articulistas, traremos
Com o intuito de despertamos para o máximo de conhecimento
disseminar informações, grande importância que para nossos leitores.
esclarecer dúvida e trazer tem o conhecimento. Com a maior qualidade e
curiosidades sobre essas Ficando explícito que técnica. Será nossa missão.
áreas tão admiráveis somos o produto do que
sabemos
@revistaopes REVISTAOPES@GMAIL.COM
SUMÁRIO
06 09
15 19 25
REVISTA OPE-S
P E D A Ç O D E B O R R A C H A
HONNEY CORDEIRO
E
Pronto, após 13 anos fazendo cursos
operacionais, eu acertei, pela primeira vez, a
ssas experiências mudam a
resposta.
impressão digital do seu caráter, do
Talvez você, que está a ler agora este
seu espírito. Essa é a
relato, pense, ou até mesmo diga em voz
SUBJETIVIDADE de um brevê.
alta, quase indignado: “desde quando ‘não
E é esta última que importa,
sei, senhor’ é resposta?”
que permanece. Ainda que você
Sem muitas delongas e demoras, eu explico:
perca o brevê físico, o que
Quando desejamos fazer um curso, a
realmente tem valor permanece:
imagem que nos vem à mente e as palavras
quem você se transformou no
pelas quais nos referimos ao curso remetem
processo.
ao “brevê”. Penso em me tornar um Falcão,
Dizer “não sei, senhor” é a
um Grifo, um Caveira - citando apenas alguns
melhor resposta para algo tão
de tantos existentes - e o “título”, o brevê, é
subjetivo e pessoal, tão particular e
o que possuo, naquele momento, para
individualmente íntimo, que não há
verbalizar o meu desejo. Por isso, pode
palavra que defina, não há
parecer que o brevê é, em si, o meu objetivo.
expressão que explique. Qualquer
Mas não é Por isso, nunca respondi que
tentativa de fazê-lo será fracassada
queria o brevê de um curso. Um brevê é um
e incompreendida.
símbolo, um adereço, um adorno, a ser
Portanto, embora eu não possa
incorporado – ou não – ao seu uniforme ou
verbalizar o porquê, ou o para quê
farda de trabalho, que tão somente vai
desejo fazer um curso, o certo é
mostrar àqueles que conhecem o curso, que
que, sem a verdadeira essência do
você possui formação naquela Unidade.
brevê, ele é tão somente UM
Isso, por si só, não é o motivo de você
PEDAÇO DE BORRACHA.
querer passar por tantas dificuldades.
Isso é a MATERIALIDADE de um brevê.
Mas na conquista de um brevê, é a forja
trazida pelo sofrimento, pela dor, pelas
lágrimas e pelos risos, pelas vitórias e pelas
derrotas, que vão tatuando na alma cada
HONNEY CORDEIRO
experiência ali vivida. A verdadeira AGENTE DE POLÍCIA DA
brevetação acontece no âmago do seu ser, POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO
FEDERAL
na ruptura com o antigo homem para o
nascimento do novo. @honney_oe
O
EMPODERAMENTO
SOBRE DUAS RODAS
UMA HISTÓRIA DAS MOTOCICLISTAS BATEDORAS DA PMERJ
TATIANA LIMA
D
oficiais.
Em 1993, um passo foi dado em
epois da junção dos quadros e com o passar
direção à diminuição da
do tempo, após o fim do Regime Militar, a
desigualdade de gênero. Este foi o
estratégia de usar policiais femininas no trânsito
ano em que os quadros masculinos
foi ficando para trás.
e femininos se unificaram após a
Apesar da imagem da mulher ainda estar
edição da Lei n° 2.108, de 19 de
atrelada à figura matriarcal e de imprimir uma
abril do mesmo ano. Esta lei
imagem mais delicada e cuidadora da sociedade –
“garante às mulheres os mesmos
resultado de uma construção social pré-existente
direitos dos homens, estabelecendo
– observa-se que a própria corporação está
igualdade nas promoções e acesso
caminhando, mesmo que lentamente, para uma
a todos os degraus da hierarquia”.
aceitação da mulher em posições e funções,
Um ano antes dessa mudança,
anteriormente, ditas como masculinas, não
tivemos mais uma policial feminina
obstante o enraizamento da existência de
formada no 24º CFOMES, que
preconceito institucional.
cursou a fim de somar com o time
de batedoras já existentes, primeira
mulher em um turno só de homens.
.
É de conhecimento geral que somos um país, digamos, religioso. Uma coisa que
tenho dito em minhas redes sociais é que "fé não combina com medo". Neste momento,
percebo que nessa imensa terra de religiosos, na verdade, há um deserto de fé.
Desde o começo de 2020 - com os decretos de aprisionamento do cidadão - o índice de
brigas familiares, depressão, síndrome do pânico e suicídio subiram como a fumaça
gerada por uma arma de fogo.
Nós estamos há muito tempo sendo dessensibilizados com a verdade, fomos afastados
dela. A Verdade nada mais representa do que sanidade, clareza e justiça.
Já se perguntou por que os nossos jovens e GRANDE parte dos adultos que
deveriam ser maduros estão frágeis? Nunca tiveram o contato com a Verdade (que é
representada por Deus), ou seja, são pessoas sem fé presas e omissas.
Sabe como fazem testes nos ratos em laboratório? O rato, como é natural de todo
animal, não tem consciência moral nem ética. Para experimento laboratorial, os
cientistas dopam o rato, o trancam e esperam para ver as atitudes que serão tomadas
pelo roedor. Na maioria dos casos, é apresentado uma fúria tremenda do roedor, pronto
para partir para o ataque.
O BATALHÃO DE POLÍCIA DE
CHOQUE (BPCHQ) E A INSERÇÃO
NAS OPERAÇÕES ESPECIAIS
WILLIAN COSENDEY (Op Esp) e tem sua necessidade de atuação
justificada no conceito desta última,
-Controle de Distúrbios;
-Patrulhamento Tático Motorizado de
Alto Risco;
-Reintegração de Posse em Ambiente
Rural e Urbano;
A
-Intervenção em Estabelecimento
Prisional;
s Forças de Operações Especiais
-Segurança de Instalações Sensíveis;
(F Op Esp) no EB são designadas no
-Retomada de Instalações Invadidas;
citado manual (frações de Forças
-Resolução e Gestão de Incidentes
Especiais, Comandos e seus apoios).
Críticos em Grandes Eventos e
Continuando a definir o que são Forças
Praças Desportivas;
de Operações Especiais, o manual
-Intervenção em Áreas Conflagradas.
assevera:
As F Op Esp, em termos gerais,
podem ser caracterizadas por serem
tropas de altíssimo desempenho que
realizam missões especiais baseadas em
suas capacidades específicas.
Também são consideradas F Op Esp
as tropas especiais análogas das demais
Forças Singulares.
SOME
HEALTHY
CHANGE
quadrilhas de traficantes de drogas que possuem consideradas no contexto de Op Esp de
uma cultura beligerante e de domínio de Forças Singulares (polícias militares).
território, a fim de assegurar seus interesses Por fim, o ambiente operacional
criminosos. que está inserido o elemento de Op
Em razão das peculiaridades das missões de Chq é volátil, complexo e de alto risco.
Op Chq acima descritas, o BPChq do Rio de Nesse cenário, como ratifica o manual
Janeiro está subordinado ao Comando de supramencionado do EB, “muitas
Operações Especiais (COE), Comando situações de conflito são caracterizadas
Intermediário, do qual também fazem parte outras por sua longa duração, natureza
04 unidades especiais da PMERJ (BOPE, GAM, crônica, baixa intensidade e impacto
BAC e CIEsPP), cada uma com suas missões difuso
específicas no âmbito de suas especializações.
Outras polícias militares pelo Brasil também
adotam organização semelhante, com gestão de WILLIAN COSENDEY
CASTELO
Op Chq por intermédio de um comando de Op ESPECIALISTA EM INTELIGENCIA
Esp, cabendo citar a peculiaridade da Polícia APLICADA, OPERAÇÕES DE
CHOQUE E MOVIMENTOS SOCIAIS
Militar de São Paulo, que trabalha com uma
lógica peculiar de gestão das Op Esp em seu
@WILLIAMCOSENDEY
estado, onde o Comando Intermediário é o
Q
"NÃO FOI UM
uero mostrar para
vocês um pouco Não foi um caminho
daOminha fácil, tive que provar
COM S A Mhistória
A N T Ae P E R E I R A P E R M A N E C E J O V E M A O S 4 0
minha competência
CAMINHO
Ade
N quando
OS uma
tentativa de estupro desde sempre pelo fato
mudou minha cabeça, de ser mulher e na
minha postura e me época uma das únicas
PROVAR MINHA
é Julia Vitória, 27 autoconfiança, preparo
anos, nascida em São psicológico, preparo
Paulo e criada em físico, força e
COMPETÊNCIA
Goiânia. Sou atiradora disciplina.
do clube de tiro TZB, Não nasci para ser
instrutora de Defesa uma pessoa comum e
DESDE
Pessoal, professora de gosto de me desafiar.
Muay Thai, boxe e Ser diferente me
lutadora. motiva. Ser forte me
Atualmente motiva. Ser mulher e
SEMPRE"
ministro o curso SPA ser inspiração para
(Soco, Porrada e tantos me mantém
Armas) para mulheres, motivada todos os dias
onde unimos defesa Desde sempre escuto as histórias também.
pessoal e tiro. da minha mãe de quando eu ficava E no mundo
Muitos me encantada assistindo filmes de luta armamentista não foi
perguntam o motivo com apenas 3 anos de idade. diferente. Uma outra
pelo qual escolhi o Foi então que comecei na Capoeira Julia Vitoria nasceu de
caminho das artes e migrei para o Muay Thai com 12 um episódio que vivi
marciais e a resposta anos, quando fiz minha primeira luta e alguns anos atrás e que
é que sinceramente... assim dei continuidade até me graduar comentei no começo do
A arte marcial me e começar a dar aulas. texto
escolheu.
"DESDE ENTÃO EU
PERCEBI QUE TEMOS
E ra de madrugada,
estava saindo de um
MUITO MEDO DO
DESCONHECIDO E QUE
evento de lutas, ESSE MEDO FAZ MUITAS
cansada, distraída e com
aquele pensamento de MULHERES TRAVAREM"
que coisas ruins não
poderiam acontecer Até aquele momento eu
comigo. Virei a esquina nunca tinha tido nenhum
da minha casa, abri o contato com armas de fogo,
portão sem me importar aquela pistola foi a
em observar a rua e primeira que chegou tão
entrei com o meu carro próxima de mim e foi
tranquilamente, quando horrível a sensação. Uma Foi a partir daí que
de repente vejo pelo mistura de medo, passei a estudar, conversar
retrovisor um homem impotência e tantos outros com outras mulheres,
entrando armado. sentimentos ruins naquele comecei a assistir alguns
Naquele momento me momento. Levei um murro vídeos de agressões para
passou milhões de no rosto e tive que manter entender um pouco mais e
coisas na cabeça, mas a calma e pensar na melhor ajudar de alguma forma.
não me desesperei. Ele forma de reagir. Graças a Sempre digo em meus cursos
me pediu para descer do arte marcial eu me mantive que é melhor a PREVENÇÃO
carro apontando a arma segura, consciente e corri do que a REAÇÃO.
sempre na direção da no momento CERTO, que No momento que entrei
minha cabeça, não quis foi quando ele guardou a na minha casa eu não
minha bolsa e quando pistola, achando que eu já observei que estava sendo
entreguei meu celular estava aceitando a seguida e não acreditei que
ele simplesmente o situação. Ele não veio algo assim poderia acontecer
quebrou e então naquela atrás. comigo e esse foi meu
hora percebi que se Desde então eu percebi primeiro erro:
tratava de um que temos muito medo do DESACREDITAR. Nós,
estuprador. DESCONHECIDO e que mulheres, temos que estar
esse medo faz muitas atentas em tudo, até mesmo
mulheres travarem e não em algo ou em uma situação
pensarem na melhor forma que você considera sem
possível para tentar se risco algum.
livrar de uma agressão,
estupro ou qualquer outra
tentativa contra elas.
O batalhão de operações
policiais especiais da PMERJ
(polícia militar do estado do Rio
de Janeiro) se tornou referência
em matéria de polícia no mundo,
principalmente quando tratamos
de patrulhamento em área de alto
risco e enfrentamento a
criminosos de alta periculosidade.
Sem dúvidas as qualidades desta
unidade especial de polícia, vão
muito além de qualquer filme,
como por exemplo o mundialmente
conhecido, “tropa de elite”.
FOTO: @GUTO_AMBAR
A eficácia dos profissionais que
integram a tropa do BOPE esta
De regra a atuação da unidade
é caracterizada pelo esgotamento
alicerçada em fatores consolidados operacional das demais ações
ao longo da breve e intensa história policiais, caracterizado como
dessa unidade policial. último ratio ou o derradeiro
Voluntariedade, seleção rigorosa, recurso estatal no enfrentamento a
treinamento intenso e constante, criminalidade violenta. De regra, a
controle correcional, disciplina unidade é acionada para decidir,
consciente, respeito aos ritos, operando com as crises graves já
tradições e cultura institucional instaladas. Seus operadores
somados a logística adequada, devem ser preparados físico,
permitiram que mesmo com técnico e psicologicamente, nos
adversidades incomparáveis em cursos de formação,
termo de polícia no mundo, homens
preparados vençam a morte,
comprovando o significado da faca
CAT (CURSOS DE
na caveira, diariamente nos morros AÇÕES TÁTICAS) E
e favelas cariocas
“Ninguém foi te buscar em casa”, PRINCIPALMENTE
frase insistentemente bradada pela
equipe de instrução, durante os O COESP (CURSO
cursos de formação da unidade,
reflete que o BOPE é lugar de DE OPERAÇÕES
voluntários, ninguém é obrigado a
servir ali, não quer, “pede para ESPECIAIS)
sair”. Remetendo aos precursores
da unidade, que praticamente na
marra, contra tudo e contra todos, Focam principalmente no
instalaram-se em barracas militares fortalecimento mental dos alunos,
doadas, permanecendo durante um sem esta, de nada adianta as
bom tempo, quase que de favor, outras. Na hora que a bala come,
ocupando o terreno de outra qualquer triatleta ou o melhor dos
unidade policial. A resiliência teóricos, entrariam para as duras
inerente aos homens de operações estáticas de policiais mortos e
especiais, comprovou a feridos em um piscar de olhos, no
necessidade da existência de uma Rio de Janeiro, a diferença entre a
tropa altamente especializada em vida e a morte estão no detalhe e
âmbito de polícia, quem olha as a merda acontece na fração de
belas e confortáveis instalações segundos.
atuais do BOPE hoje, nem imagina
o quão duro foi o nosso passado.
DIVULGAÇÃO/GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO/MARINO AZEVEDO/
Reconheço, não é para qualquer um, Sempre preparados para dar qualquer
a média dos formados não chega a 15%, tipo de instrução e debater no campo
mesmo esses, sendo selecionados entre das ideias, com pseudo especialistas,
os melhores policiais da corporação. Não muitas vezes oportunistas do caos. A
pode ser diferente, “os fracos que se denominada guerra psicológica, é
quebrem”, o BOPE não pode errar, se muitas vezes mais complexa que os já
falharmos quem irá nos socorrer, como conhecidos enfrentamentos bélico,
diz a frase eternizada na parede da nesta, o inimigo se revela mais
unidade, “nada é impossível para um facilmente.
soldado do BOPE”. Os denominados Dentre todos os mandamentos do
“caveiras”, são treinados a exaustão, BOPE, a honestidade é sem dúvidas o
preparados nos mais variados tipos de mais importante, sem este, os demais
conhecimentos, variando de armamento e não servem de nada. Confiança é a
tiro, para mergulho e paraquedismo ou base de qualquer relação humana
de técnicas de combate em áreas salutar, em um país pautado pela
conflagradas aos aspectos jurídicos das desconfiança nos serviços públicos, a
atividades policiais, para ostentar esse unidade se destaca também no quesito
título, é necessário estar pronto para confiabilidade. Duas características
cumprir qualquer missão. Enganasse institucionais impactam diretamente
quem acha, que estes profissionais são nos baixos níveis de irregularidade em
feitos apenas de corpo e psicológico sentido amplo, fator de impacto direto
inabaláveis, os conhecimentos técnicos e na confiança, são eles: supervisão
teóricos são uma característica horizontal e disciplina consciente.
fundamental dos “operações especiais”.
FOTO: @BOPE.OFICIAL
FOTO: @BOPE.OFICIAL
Nada disso seria possível Sempre um passo atrás Afirmo com toda a certeza, a
sem o emprego mínimo de da criminalidade, seja pratica de “tiro, porrada e
logística, os americanos pela burocracia estatal ou bomba”, nem sempre é a mais
mestres no assunto, pela facilidade de complexa. A criação de uma
trabalham na relação 5 aquisição por parte seção de projetos e aquisições,
para 1, onde para cada destes de armas no vinculada diretamente a extinta
homem no front de mercado negro, era secretaria de segurança, deu a
batalha, existe no mínimo necessário um rápido autonomia necessária para a
um suporte de 5 homens avanço e no nosso caso, aquisição de equipamentos de
nas atividades de apoio. o fator motivador é o mais última geração e referência em
Estamos bem longe dessa importante de todos, a matéria de polícia, podendo ser
realidade, mesmo assim diminuição da vitimização citado a pistola Glock, fuzil AR
conseguimos avançar na policial. Trabalhando 10 e os blindados importados.
área logística. A dentro do conceito de A diminuição entre o operador e
percepção de que instituição total, o BOPE o gestor, foi o fator fundamental
tínhamos a melhor tropa precisava dominar todos para tamanha eficiência, os
era clara, mas em os ramos da logística, homens que realizavam toda a
contrapartida, atuavam atuando em todas as burocracia estatal de aquisição,
em condições aquém do fases, que resumidamente eram operadores, conheciam a
ideal, sendo esse o ponto vão da pesquisa, realidade da tropa, fazendo um
de inflexão para a aquisição e entrega ao revezamento produtivo entre o
evolução da área logística operador final. frio do ar condicionado e o
da unidade. calor dos morros cariocas.
LEONARDO NOVO
CAVEIRA 152
MESTRE EM CRIMINOLOGIA
CMDT DO CORPO DE ALUNOS
DA ACADEMIA DE POLICIA DA
PMERJ
@LEONARDONOVO.ARAUJO
FOTO: @BOPE.OFICIAL
EDUARDO MAIA BETTINI
TREIN
AR PARA
OPERAR. FOTO: @GRIFO_CAOP
Era fevereiro de 2011. O segundo era quem
que pareciam ter sido
Na época estava iniciando havia me convidado. O
torcidas. Ignorando o calor
um trabalho de Delegado da Polícia Federal,
quase insuportável,
reconstrução do conceito de Carlos Afonso Gomes
seguíamos progredindo até
emprego, das capacidades Coelho, que eu admirava
um determinado ponto, o
operacionais e da vocação justamente por sua
local onde realizaríamos um
tática da equipe de compreensão sobre a
assalto tático terrestre
operadores aerotáticos da verdadeira natureza das
sincronizado com a
CAOP, a Coordenação de operações especiais, ou
abordagem feita pelo
Aviação Operacional da seja, a simplicidade, o
helicóptero.
Polícia Federal. Eu havia propósito e o foco no
aceitado o desafio de resultado. Em um dia normal
remodelar aquela unidade de trabalho na CAOP, nossa
por dois motivos. O primeiro diminuta unidade, à época, "EQUIPE DE
era a dimensão do desafio e estava progredindo em um OPERADORES
o impacto positivo no terreno encoberto pela AEROTÁTICOS DA CAOP,
conceito de operações vegetação nativa do A COORDENAÇÃO DE
especiais policiais no Brasil cerrado, composto por
AVIAÇÃO OPERACIONAL
que provocaríamos, caso gramíneas e outras plantas
tivéssemos êxito na nossa rasteiras, além de arbustos e
DA POLÍCIA FEDERAL."
empreitada. pequenas árvores
FOTO: @GRIFO_CAOP
Observamos que alguns deles, que foram realizados da
aeronave, atingiram o solo a poucos metros da patrulha, o
que é muito perigoso, pois o ponto de impacto de um projétil
disparado a partir de uma plataforma instável como o
helicóptero pode variar algumas dezenas de metros devido a
pequenas variações no comportamento da aeronave. Isso
acontece por conta da lógica angular. Acredito,
particularmente, que seja possível, e desejável,
contribuirmos para tornar o treinamento e a operação de
vocês um pouco mais segura.
FOTOS: @GRIFO_CAOP
"A PARTIR DAQUELE DIA OS
MILITARES NORTE-AMERICANOS
INICIARAM UMA SÉRIE DE
TREINAMENTOS CONOSCO PORQUE
ACREDITARAM QUE IRÍAMOS ACABAR
MORRENDO"
Foi mais ou menos o que o Cel Poast nos falou naquele
dia. Ainda hoje, quando converso com o Afonso a
respeito, ele afirma, em tom de brincadeira, que a partir
daquele dia os militares norte-americanos iniciaram uma
série de treinamentos conosco porque acreditaram que
iríamos acabar morrendo, caso continuássemos a fazer
as coisas como fazíamos, com muita atitude e boa
vontade, mas carentes de procedimentos técnicos e
protocolos mais sofisticados de segurança. Basicamente
nós sabíamos que precisávamos melhorar e, em linhas
gerais, o que precisávamos fazer e aonde deveríamos
chegar.
Nossas técnicas, de modo geral,
Contudo, não sabíamos logístico de transporte de eram razoáveis. O problema é
como fazer, como seria a tropas. A partir daquele que não haviam procedimentos
metodologia ou o dia, como consequência de segurança que garantissem a
caminho que deveríamos daquele treinamento, os sua execução sem expor os
seguir para continuar militares norteamericanos alunos e instruendos a um
realizando instruções e iniciaram uma sequência elevado e inaceitável nível de
simulações baseadas na de treinamentos e risco. Outros pontos que
realidade e poder, intercâmbios conosco, modificamos após o aprendizado
assim, cumprir as que modificariam para com os militares americanos
missões que a CAOP sempre a nossa maneira foram a nossa metodologia de
deveria cumprir e não as de observar as operações planejamento e a escolha e
que vinha cumprindo até e o modo como nos adoção de técnicas menos
então, que poderiam se preparávamos para elas. rebuscadas, mais objetivas e
resumir ao apoio com foco no resultado.
FOTOS: @GRIFO_CAOP
- Senhores, existem três tipos de treinamentos
que não te deixam errar duas vezes: as instruções
de tiro, as atividades em altura e as atividades na
água. As três devem ser consideradas como
atividades de alto risco e, assim como os acidentes
envolvendo explosivos, nelas só se erra uma vez.
Mesmo depois de cometer vários erros e correr
muitos riscos desnecessários, acredito que o Cel.
Poast e o Maj Clark tenham identificado na nossa
unidade, alguns requisitos que nos tornaram
parceiros desejáveis para a realização de vários
intercâmbios: a atitude, a firmeza de propósito, a
convicção na nossa missão e a vontade e
disposição para fazer o que é certo.
Restaram, contudo, deste nosso primeiro
encontro, vários ensinamentos. Entre eles a
importância do estabelecimento de procedimentos,
de protocolos, de uma metodologia e, sobretudo, a
importância de se realizar o gerenciamento de
riscos de todas atividades, principalmente das
capacitações e treinamentos. Nessa época,
confesso que ainda não havia me atentado para a
irracionalidade de expor instruendos e alunos de
cursos a riscos desnecessários. Acabávamos
fazendo aquilo de duas maneiras: com as provas de
coragem - como o salto do helicóptero - e com a
negligência consciente de rituais de segurança
durante os treinamentos baseados em realidade.
Neste sentido, são precisas as palavras de
Kenneth Murray:
Os alunos iniciam um treinamento acreditando
sinceramente que serão preparados para o
momento de maior risco em suas vidas. Eles
vêm para o treinamento e entregam uma pistola
para a equipe de instrução e dizem, “Aponte
esta arma para mim e puxe o gatilho”. Por quê?
Porque eles confiam na equipe de instrução.
Como um paciente confia no médico, o aluno
confia da mesma maneira que uma criança
confia. Ele confia que a equipe de instrução não
vai machucá-lo.
FOTOS: @GRIFO_CAOP
CAOP/PF
FOTOS: @GRIFO_CAOP
I
Quando falamos da
magine esta cena: após estudar por anos para ser classe dos profissionais
advogado, médico ou engenheiro, você chega no seu local de segurança isso é
de trabalho e alguém se dirige a você dizendo “ei muito comum. Hoje são
advogadozinho”, “ô carinha de branco com estetoscópio” ou cerca de um milhão de
“cadê o amigo da papelada??”... profissionais capacitados
Pois bem, você se sentiria certamente diminuído em sua pelos cursos de formação
função, em seu esforço de ter se preparado tanto para e regularizados na Polícia
aquela função, para aquele trabalho. Federal que estão aptos
Pois isso acontece muito mais do que você imagina e a trabalhar, estando
talvez até você próprio já o tenha feito, mesmo de maneira ativos algo em torno de
inconsciente, mas certamente não com funções 550 mil em todo o país.
historicamente respeitadas como as que descrevi acima, e Os profissionais da
sim, com funções mais simples e que são diminuídas por área de segurança
conta de uma espécie de “preconceito funcional” que temos necessitam passar por
no Brasil e às vezes nem sentimos. um treinamento longo
Será que em algum momento você já não disse “chame (ainda que não o
ali aquele guardinha” ou “vou ali falar com o vigia”, uma bastante!!) para que
expressão simples e nada maldosa, mas que de fato possam atestar sua
rebaixa toda uma formação, preparação e direcionamento capacidade técnica na
técnico destes profissionais. função de vigilante.
"Atualmente há um
movimento de
humanização nos
processos do
trabalho"
Quantas vezes na por fazer com que cada Uma vez, em uma
chegada do seu condomínio, uma das outras pessoas premiação, um renomado
ou prédio, ou no banco, ao ver seja bem tratada, jornalista disse “quanto
um profissional de segurança, respeitada e valorizada, orgulho tenho de ser o que
limpeza e etc, fazendo o seu independente de qual sua sou, de fazer o que faço.
trabalho, você já não se função. Portanto, pense Muitas vezes quando chego
referiu a ele ou o tratou de bem na próxima vez que em eventos, palestras,
maneira desdenhosa (ainda encontrar um homem ou apresentações, uma das
que não desrespeitosa, por mulher de segurança, trate coisas as quais tenho imenso
assim dizer...)? aquele profissional pelo prazer em fazer é apresentar
Espero realmente que sua nome preferencialmente, e minha profissão. Quando me
resposta tenha sido “nunca”! se não for possível, perguntam, eu adoro encher o
Obviamente que esse “mau chame-o de “vigilante” pois peito e dizer “eu sou JOR NA
tratamento” por parte de esse é o nome correto a LIS TA” assim, com letras
algumas pessoas a algumas ser dado a esse tipo de garrafais, quase que
classes profissionais não profissional, que nada soletrando e com muita
advém somente de tratar-se ficam a dever a um altivez”
de profissões “menos advogado engenheiro Pergunte à um vigilante e
importantes” e sim, de uma médico ou qualquer outra você terá a mesma resposta.
ampla cultura de preconceito função.
que nos assola como
sociedade e que necessita
EDUARDO BRUNO
hoje e sempre ser combatida.
É importante que esse GESTOR DE SEGURANÇA PRIVADA
movimento venha de cada um MBA EM GESTÃO PORTUÁRIA
CERTIFICADO DE SEGURANÇA
de nós, cada pessoa é PORTUARIA (ISPS - CODE)
responsável @EDUARDOBRUNONETWORKING
A ntes de entrar na
questão, sobre treinamento
duro, eu gostaria de mostrar
alguns dados recentes de
estatísticas sobre ataques
com facas.
Todos os anos nos Estados
Unidos, mais pessoas
morrem em ataques com
armas brancas do que com
rifles.
Após o massacre na
escola da Flórida que ceifou
a vida de 17 inocentes, a
pressão da grande mídia e
dos movimentos sociais em
busca do desarmamento da
população norte-americana
aumentou
consideravelmente,
principalmente no que diz
respeito à compra de rifles.
WALDEVIR JÚNIOR
MESTRE EM LÂMINAS
FOUNDER FIGHT OR DIE
PEKITI TIRSIA KALI CLASS
@WALDEVIRJUNIOR
REGULAÇÃO EMOCIONAL
EM OPERADORES DE
SEGURANÇA
Leonardo Afonso
2-Tipo de trauma
Apesar de o Brasil ter uma quantidade de
policiais mortos por ano maior que em muitos
conflitos de guerra, as lesões por quais eles
morrem não são exatamente as mesmas.
A maioria absoluta dos traumas em guerras
modernas vem de lesões por explosivos,
cerca de 80%. Apenas cerca de 20%
acontece por armas de fogo, principalmente
fuzis.
Na atividade policial brasileira, a maioria
absoluta dos traumas de combate são por
armas de fogo, e grande parte acontece por
armas de baixa velocidade como pistolas e
revólveres. Mesmo no Rio de Janeiro com
sua característica própria, existe uma grande
quantidade das duas armas.
3-Múltiplas vítimas 5-Tempo de retenção de informação vs.
Os explosivos causam um trauma quantidade de informação repassada
complexo de acordo com a distância, Inúmeros trabalhos científicos mostram uma
potência da carga e tipo, mas, de forma perda muito grande de informações com o
geral, ela é feita para atingir uma grande tempo, quando se faz esses cursos de imersão
quantidade de pessoas ao mesmo tempo. de poucos dias, como geralmente é possível no
Nestes casos, a triagem de pacientes é dia-a-dia policial.
uma habilidade que todos os atendentes Pouco é retido pelo aluno por um longo
tem que ter, pois a escolha de quem é a período de tempo, por isso é preferível no nível
prioridade para ser evacuado salva muitas básico, ter menos informação com um número
vidas. maior de repetições daquilo que realmente o
No caso da polícia, a maioria absoluta aluno irá lembrar.
dos casos são de apenas um policial ferido, Outro assunto importante é fazer a
poucos são de dois e raramente acontece 3 reciclagem e o reforço do conhecimento de
ou mais em uma missão de um grupo forma regular, pois essa habilidade é perecível.
específico. Então a escolha da prioridade
de evacuação não tem tanto peso assim 6-Atendimento e Evacuação especializados
como na atividade militar. No ambiente militar existem níveis de
especialização e funções definidas em cada
4-Tempo de treinamento etapa do atendimento e da evacuação.
O tempo de treinamento militar é bem Do primeiro contato com ferido pelos próprios
grande, mesmo para combatentes, existem colegas, onde todos tem o básico e alguns são
programas de treinamento específicos e de especializados no APH, até a evacuação por
tempo integral de paramédicos de combate aeronaves de asa rotativa com grande espaço
de 18 meses ou mais. para atendimento e com UTI de última geração
Na atividade policial, retirar os policiais a bordo.
das atividades diárias deles por um tempo Infelizmente ainda não estamos neste nível
prolongado é muito difícil. Até para e vamos demorar para chegar lá. Mas existem
treinamentos curtos de 2 ou 3 dias é muito unidades dentro das polícias no Brasil que são
difícil eles conseguirem a liberação da focadas no atendimento pré-hospitalar e estão
escala de trabalho e quase impossível na vanguarda dessa mudança.
conseguir ir em um curso externo pela Mas, no dia-a-dia a maioria das evacuações
instituição. Isso tudo pensando que é um são feitas em veículos não apropriados para
aprendizado básico que todos deveriam isso e sem pessoal especializado, como com as
saber. próprias viaturas dos policiais.
7-Padronização
8-Tempo de evacuação
Infelizmente dentro das
O tempo de evacuação do
polícias, poucas são as
ferido militar geralmente é
unidades com uma
alto, apesar de eficiente,
padronização de
mesmo com toda a rede de
equipamentos adequada,
hospitais de campanha,
diferentemente das forças
helicópteros de resgate e
armadas.
transporte.
A retomada do Complexo
do Alemão
Eduardo Bettini
Lanterna Tática
Eduardo Bettini
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