86-EIGHTY-SIX, Vol. 9 Valkyrie Has Landed - Unlocked - Compressed PDF

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Uma fonte de orgulho. Um desejo. Um vínculo. Uma oração. Ou talvez... uma maldição.
— FREDERICA ROSENFORT,
COLEÇÕES DO CAMPO DE BATALHA
direito autoral
86—OITENTA E SEIS
vol 9
assado assado
Tradução de Roman Lempert

Arte da capa por Shirabii
Este livro é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são

produtos da imaginação do autor ou são usados de forma fictícia. Qualquer
semelhança com eventos reais, locais ou pessoas, vivas ou mortas, é mera
coincidência.
86—Oitenta e seis—Ep. 9
©Asato Asato 2021
Editado por Dengeki Bunko
Publicado pela primeira vez no Japão em 2021 pela KADOKAWA CORPORATION, Tóquio.
Os direitos de tradução para o inglês foram negociados com a KADOKAWA
CORPORATION, Tóquio, por meio da TUTTLE-MORI AGENCY, INC., Tóquio.
Tradução para o inglês © 2022 por Yen Press, LLC
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Primeira edição do Yen On: fevereiro de 2022
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O nome e o logotipo Yen On são marcas registradas da Yen Press, LLC.
O editor não é responsável por sites (ou seu conteúdo) que não sejam de sua propriedade.
Nomes de dados de catalogação na publicação da Biblioteca do

Congresso: Asato, Asato, autor. | Shirabii, ilustrador. | LEMPERT, Roman.
tradutor.
Título: 86—oitenta e seis / Asato Asato ; ilustração de Shirabii; tradução de Roman Lempert.
Outros títulos: 86—oitenta e seis. Descrição

em inglês: Edição First Yen On. | Nova York, NY: Yen On, 2019— Identificadores:
LCCN 2018058199 | ISBN 9781975303129 (v. 1 : pbk.) | ISBN 9781975303143 (v. 2 : pbk.) |
ISBN 9781975303112 (v. 3 : pbk.) | ISBN 9781975303167 (v. 4: pbk.) | ISBN
9781975399252 (v. 5 : pbk.) | ISBN 9781975314514 (v. 6 : pbk.) | ISBN 9781975320744
(v. 7 : pbk.) | ISBN 9781975320768 (v. 8 : pbk.) | ISBN 9781975339999 (v. 9: pbk.)
Disciplinas: CYAC: Ficção científica.

Classificação: LCC PZ7.1.A79.A18 2019 | DDC [Fic] - registro dc23 LC
disponível em https://lccn.loc.gov/2018058199
ISBNs: 978-1-9753-3999-9 (brochura)

978-1-9753-4000-1 (ebook)
E3-20220115-JV-NF-ORI
Conteúdo
cobrir
Folha de rosto
inserir
Epígrafe
direito autoral
Prólogo: A Besta da Gula Capítulo

1: A Barganha da Sereia Interlúdio: A
Disputa Interminável e Trivial do Rei de Espadas e da Rainha de Copas Capítulo
2: O Campo de
Batalha Cinzento Interlúdio: Onde
Estava o Pássaro Azul o Tempo Todo?
Capítulo 3: Cortem a cabeça dela!
Interlúdio: Para saber como matar Siegfried, é preciso…
Capítulo 4: Espelho, espelho, na parede, o que os espelhos comuns mostram?
Capítulo 5: E o Flautista Avançou, e os Ratos e as Crianças Seguiram Epílogo: O
Relógio Continua, Mesmo no Estômago do Crocodilo
Posfácio
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PREFÁCIO
A BESTA DA GULA
<<Planeje Schwertwal para todas as unidades de guarnição do setor em branco.>>
Apesar do tamanho da enorme sombra de ferro, o som que ela fez ao rastejar para
fora do esconderijo parecia nada mais do que o estalo surdo de ossos raspando um
contra o outro. Ele tinha impressionantes trezentos metros de altura e era facilmente
capaz de derrubar edifícios inteiros. Seu mastro de radar apontava orgulhosamente
para o céu, sua forma lembrando a figura de proa de um barco dragão.
Com suas muitas pernas, ele atravessou as ondas batendo na costa e os seixos
irregulares que cobriam a areia, mas o buraco aberto em seu flanco deixou uma mancha
em sua majestade imponente. Suas duas torres de 800 mm tiveram seus canos
estourados e seus dois pares de asas de prata foram queimados e esfarrapados.
Isso foi o que a humanidade chamou de tipo de Canhoneira Eletromagnética, o
Noctiluca - o navio de assalto anfíbio da Legião.
Com o andar instável de um mamífero marinho ferido, a enorme embarcação
rastejou para fora das ondas e se arrastou até a beira da água. A Legião havia acabado
de experimentar sua primeira verdadeira batalha naval, e eles desafiaram o maior poder
naval da humanidade, por mais enfraquecido que aquele país pudesse estar.
A batalha foi intensa e o corpo do Noctiluca agora estava gravemente danificado.
Ele cambaleou desigualmente sobre a terra, deixando pegadas tortas em seu rastro,
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antes que suas pernas finalmente cedessem e ele tombasse.

<<Aterrissou no ponto 087. Autopropulsão adicional considerada impossível. solicitando
assistência.>>
Os uivos da máquina cruzaram o ar cinzento e nebuloso. Esta terra foi descartada e

abandonada pela humanidade muito antes da Guerra da Legião. Como tal, os inimigos da
humanidade - a Legião - também enviaram algumas forças em números muito pequenos
para esta região.
E assim o apelo do Noctiluca por ajuda foi retransmitido ao Almirante
e unidades Weisel pontilhando a terra.
<<Sinal de resgate do Plano Schwertwal recebido. Reconhecido. Desdobrando forças.>>
Uma unidade respondeu ao seu chamado. Como o Noctiluca, era uma unidade protótipo
- uma forma aprimorada e desenvolvida das forças existentes da Legião. Um modelo que
ficaria escondido aqui na região abandonada, longe dos olhares da humanidade, até o dia em
que fosse lançado ao combate.
<<Plano Ferdinand para Plano Schwertwal. Há uma consulta que está aguardando confirmação.
—Solicitando resposta.>>
Em seguida, uma pergunta chegou às ondas do rádio na linguagem mecânica da Legião.
Foi uma transmissão que foi criptografada várias vezes - uma que nunca chegaria à
humanidade. Do outro lado daquela cortina cinzenta, uma enorme sombra do tamanho de
uma cidade ondulava, grande o suficiente para tornar minúsculo até mesmo o navio de assalto
anfíbio de trezentos metros de altura. E essa sombra também se mexeu com o farfalhar
silencioso, semelhante a um osso, exclusivo da Legião.
<<—Você é capaz de integração?>>
CAPÍTULO 1
O NEGÓCIO DA SEREIA
Apesar de eventualmente falhar em sua tarefa de conquistar o maior ninho de leviatã, o

super porta-aviões dos Países da Frota foi construído para expedições de milhares de
quilômetros. Como tal, o navio deveria ser capaz de atender às necessidades de seus
milhares de tripulantes em viagens de até seis meses.
Isso, é claro, incluía as necessidades — comida, água, roupas e alojamento. Mas
entre as instalações havia também uma biblioteca, uma capela, um ginásio e uma
cantina. As funções de uma base inteira foram carregadas neste navio de cem mil
toneladas.
E, claro, o navio também tinha seu próprio centro médico a bordo.
“Eu acho que o fato de que esta foi uma operação conjunta com os Países da Frota é
o único forro de prata aqui.
A enorme sombra do supercarrier danificado permanecia no porto noturno como uma
carcaça gigantesca. Dustin havia falado enquanto desviava o olhar de sua silhueta escura
à distância. Ele estava parado nos corredores de um hospital militar construído em uma
pequena colina com vista para o mar e para a extensa cidade portuária.
Os membros que ficaram gravemente feridos durante a operação Mirage Spire foram
transportados e hospitalizados aqui, embora o processo tivesse acabado de terminar. Os
outros ainda não tinham permissão para visitá-los, então eles
permaneceu no corredor. Aqueles que vinham confortar e socorrer os feridos tiveram que
reprimir sua frustração por não poderem vê-los.
Sim, os feridos.
Como aquele que forçou o Noctiluca a recuar e perdeu a mão no processo – “O Stella
Maris tinha uma
sala de cirurgia e uma UTI também. E os médicos legistas conseguiram tratá-lo bem a
tempo, então...” Dustin começou a dizer.
“Eu sei o que você está tentando dizer, Dustin. Mas cale a boca. Raiden interrompeu
suas palavras.
Sua voz estava se aproximando de um rosnado animalesco. Dustin já percebeu, mas
não havia muito sentido em tentar encobrir a situação neste momento.
A ala hospitalar do Stella Maris era tecnologicamente avançada e bem equipada; tinha
várias salas de cirurgia, uma UTI e instalações de internação.
Com a Frota Órfã frequentemente navegando para longe do continente para desafiar
os leviatãs, a perspectiva de devolver os tripulantes feridos à terra a tempo nem sempre era
realista. As instalações do navio foram construídas para acomodar isso.
E, de fato, Theo foi enviado para a sala de cirurgia quase assim que foi resgatado,
portanto, apesar da lesão grave na artéria que se estendia do coração ao braço esquerdo,
ele foi tratado antes que a situação se tornasse uma ameaça à vida.
No entanto…
“Parece... e daí? Ele ainda perdeu a mão, sabe? Raiden disse com um suspiro.
"...Desculpe." Dustin baixou a cabeça.

"Ele... provavelmente será dispensado por causa de sua lesão, certo?" Michihi murmurou.
“Supondo que ele não peça especificamente para ser dispensado, eles provavelmente
o reatribuirão a uma posição de não combatente.”
Marcel foi quem respondeu a sua pergunta. Todos fixaram seus olhares nele, e sem
encontrar os olhos de ninguém, ele olhou para baixo e continuou falando.
“Somos oficiais especiais e o exército investiu dinheiro em nosso treinamento.

Honestamente, eles não têm pessoal suficiente para todos, então estão pagando
salários para novos oficiais especiais antecipadamente, sob a condição de que eles
recebam educação superior mais tarde. Portanto, um ferimento não é motivo suficiente
para dispensar alguém… Mesmo que um oficial sofra um ferimento tão grave que não
possa mais lutar, o exército apenas proporá que ele permaneça como não combatente.
Shin, que havia sido seu colega na academia de oficiais especiais, não estava
presente, então quem estava ciente da lesão de Marcel só sabia por boato que ele
costumava ser um piloto de Vánagandr antes de se machucar e mudar de posto para
oficial de controle.
“Além disso, há muitos oficiais especiais que permanecem no exército porque não têm
outra maneira de ganhar a vida, então eles não se demitem a menos que as coisas fiquem
muito ruins. E, hum... com o Oitenta e Seis, é, uh... Bem, entre a educação que eles lhe
deram como oficiais e o tratamento especial que você recebe, o exército gastou muito
dinheiro com você... Então eu não posso imaginar que eles vão apenas soltá-lo com tanta
facilidade.
“Mas…”, Anju começou hesitante, mas depois decidiu não falar.
“Ele não pode mais ser um processador,” Dustin disse isso por ela.
Nenhum Oitenta e Seis, nem mesmo um Portador do Nome, poderia lidar com a
operação de um veículo de combate polipedal com apenas uma mão. A guerra com armas
blindadas exigia reações em frações de segundo que muitas vezes faziam a diferença
entre a vida e a morte. Era muito difícil lidar com manobras de pilotagem que exigiam duas
mãos com apenas uma. Especialmente com o Reginleif, que era especializado em
combate de alta mobilidade.
Recolocar a mão decepada foi uma causa perdida, pois ela havia afundado sob o
ondas. Que deixou…
"Que tal uma prótese...?" Raiden perguntou, quase como se agarrado a essa última
esperança.
“—Presumi que isso poderia acontecer, então perguntei a alguns oficiais técnicos do
Reino Unido e da Alliance”, disse Bernholdt com indiferença. “Mas nenhuma nação possui
membros artificiais avançados o suficiente para suportar o combate de Reginleif.”
Os grandes países ao norte e ao sul ostentavam tecnologia altamente avançada. O

Reino Unido poderia ter membros artificiais baseados na tecnologia Sirin, e a Aliança tinha
a tecnologia de acoplamento sensorial usada no Stollenwurm.
“As próteses do Reino Unido são construídas para uso em seus
Barushka Matushkas blindados. Eles não respondem o suficiente para uso mesmo em
um Vánagandr, para não falar de um Reginleif. As próteses da Alliance são mais ágeis
e precisas, mas como o sistema de pilotagem do Stollenwurm é construído em torno do
acoplamento sensorial desde o início, a tecnologia não é compatível com o Reginleif.”
“A capitã Olivia também mencionou a tensão mental que a tecnologia cria”,

acrescentou Michihi. “A maioria dos cidadãos da Aliança são convocados para o serviço
militar e têm portos de acoplamento nervoso implantados neles, então eles não têm
medo de ter um porto de operação de membro artificial instalado diretamente em suas
cabeças. Mas para estranhos, como pessoas da Federação e nós, parece que estamos
recebendo objetos estranhos em nossos corpos, e a maioria das pessoas tem medo de
passar por isso…”
— E mesmo que você fosse tão longe, modificar o Reginleif para funcionar com o
sistema de acoplamento nervoso seria muito problemático só para o bem de Theo.
Ambos os lados disso seriam muito difíceis de realizar.
“A República não tinha, hum, tecnologia biológica ou tecnologia quase biológica ou
algo assim antes da guerra?” Marcel perguntou apreensivo.
“Eles poderiam produzir uma prótese que você pode mover tão bem quanto o original
ou algo assim?”
Antes da guerra, a República se especializou em pesquisas sobre cultivo e
recriação de tecidos biológicos a partir de materiais artificiais. Os cristais quasi-nervos
usados no dispositivo RAID foram um resultado dessa pesquisa.
Deixando de lado se Theo, como um Oitenta e Seis, estaria disposto a usar algo
criado pela República, era uma opção. Mas sentindo os olhares sobre ele, Dustin
balançou a cabeça suavemente.
“Se fosse antes da ofensiva em larga escala, talvez isso fosse possível… Mas não
mais… Não agora…”
Muitos dos pesquisadores e técnicos por trás das tecnologias da República foram
eliminados durante a ofensiva em larga escala. Seus registros não foram completamente
perdidos, então essas tecnologias poderiam eventualmente ser apanhadas e
aperfeiçoadas. Mas isso não aconteceria no futuro imediato.
“…”
O que quer que alguém pudesse fazer para ajudar Theo já havia sido feito. Não
havia mais nada, mas isso não tornava a situação mais fácil de aceitar.
Raiden só conseguiu se acomodar em um silêncio melancólico.
Dezoito membros do esquadrão Brisingamen morreram ou desapareceram durante a batalha. Alguns

foram apanhados na autodestruição do railgun, e outros não conseguiram escapar do colapso da
fortaleza naval ou caíram no mar em chamas. Apenas um punhado deles foi confirmado como morto
e teve seus restos mortais recolhidos. Quanto ao resto, nem mesmo um fragmento de suas unidades
poderia ser arrastado para fora do oceano.
Um deles era o vice-capitão do esquadrão, Shana.

“Eles dizem que ela subiu até o último andar para atirar no inimigo, e é por isso que ela não
conseguiu escapar. Não que ela fosse boa em atirar..."
Shiden foi um dos poucos que foram resgatados a tempo. Lena veio visitá-la e ficou parada na
entrada de seu quarto de hospital, que parecia pequeno e apertado, como costumavam parecer os
camarotes de navios de guerra. Shiden estava sentada em sua cama, bandagens envolvendo várias
partes de seu corpo, e ela enterrou a cabeça nos joelhos. As luzes da cabine estavam apagadas e os
lençóis brancos estavam tão enrugados quanto as ondas agitadas.
"... Acho que esse é um caminho a percorrer."

Logo antes do Ciclope cair no oceano, a Ressonância de Shiden com
Shana cortou, para nunca mais se reconectar.
“Ela disse: 'Tão frio'. Essas foram suas últimas palavras... Ela provavelmente sangrou até morrer.
"... Shiden," Lena murmurou.
“Acho que já se passaram uns quatro anos e mudanças. Há quanto tempo a conheço. A princípio
não nos suportamos. Nós brigamos muito no início.
Mas então todos os nossos companheiros de esquadrão começaram a morrer um por um, então
tivemos que começar a nos dar bem, gostando ou não. No final, éramos apenas eu e ela, enterrando
nosso capitão de esquadrão. E mesmo assim, continuamos dizendo um ao outro para cavar o próximo
buraco, dizendo merdas como, 'Você é o próximo.'”
E dessa forma, discutindo, batendo cabeça e cooperando em tudo, eles sobreviveram juntos ao
campo de batalha da morte certa. Eles até sobreviveram à ofensiva em larga escala e lutaram para
sair do Setor Oitenta e Seis junto com a ajuda da Federação.
Eles sobreviveram a tudo juntos, e ainda...

Shiden agarrou seu cabelo ruivo e ondulado.
“Se ela tivesse morrido no Setor Oitenta e Seis... no campo de batalha que conhecíamos, ela
ainda teria ido para onde ela pertencia. Não sei se isso é o céu ou o inferno ou o que quer que seja,
mas teria descansado sabendo que ela foi para lá. Até
sem um túmulo, ela não teria deixado um corpo para trás. Mesmo que um animal tivesse
chegado aos seus restos mortais, e ela eventualmente retornasse à terra... eu poderia viver
com isso. Mas…"
Os que morrem no mar, os afundados... Seus cadáveres nunca vêm à tona.
“O que acontece com aqueles que se afogam…? Eles vão para o mesmo lugar que todo
mundo vai? Ela estará lá quando for minha hora de ir...? Ou aqueles leviatãs a levaram
embora?
Em vez daquele Ceifador estúpido, irritante... e incrivelmente inspirador?
Lena gentilmente baixou os olhos. Ela imaginou. As profundezas escuras do oceano,
onde nenhuma luz poderia chegar. A imagem do corpo de Shana sendo espancado e
esmagado pela pressão, arrastado pela corrente e deixado na casa de criaturas terríveis e
sem nome.
Se ela tivesse morrido na superfície, seus restos teriam se despedaçado, consumido por
animais sedentos de sangue e levado pelo vento e pela chuva. Talvez não fosse tão diferente.
"Tenho certeza que você vai encontrá-la lá."

Lena deu uma olhada para ela. O pálido olho esquerdo de Shiden, como neve na sombra,
parecia se iluminar na escuridão fraca. Ele olhou para Lena enquanto Shiden deu um aceno
curto e confiante.
Se morressem no mesmo lugar, encontrariam o caminho para o mesmo lugar. Se isso era
algo em que Shiden e os Oitenta e Seis podiam acreditar, depois de terem descartado toda
crença em Deus e no céu, então devia ser verdade.
“Porque vocês dois têm Oitenta e Seis. Você, Shana, todos os seus camaradas, vocês
encontrarão seu descanso no mesmo lugar... Isso é o que eu penso.”
"…Agora, então. Com relação à busca da nova unidade da Legião, a Noctiluca e a próxima
operação do Pacote de Ataque.”
O Pacote de Ataque Oitenta e Seis compreendia quatro divisões blindadas, com o
comandante de cada divisão supervisionando os Processadores em seu grupo. Shin era o
comandante da 1ª Divisão Blindada, que atualmente estava estacionado nos Países da Frota.
A 2ª Divisão Blindada, que estava em treinamento no quartel-general da Federação, era
comandada por Siri.
A 3ª Divisão Blindada e seu comandante estavam de licença na escola anexa à base,
enquanto a 4ª Divisão Blindada e seus
comandante estavam estacionados na Aliança de Wald no momento. Apesar das grandes

distâncias entre eles, os quatro capitães se reuniram pelas linhas de comunicação.
Das pessoas feridas na operação Mirage Spire, apenas os gravemente feridos puderam
ser internados no hospital militar. Aqueles com ferimentos relativamente leves foram detidos
no bloco médico do Stella Maris atracado.
Shin estava deitado em uma das camas do bloco médico. Ele se machucou quando caiu
no oceano e, talvez devido à falta de sangue ou ao esgotamento de sua resistência, tentar
se levantar lhe deu tonturas.
Ele soltou um suspiro. Siri franziu a testa na holojanela que estava sendo transmitida do
terminal de informações em sua própria mesa lateral, embora sem nenhuma tentativa de
encontrar falhas nele.
“Antes de fazermos isso… Nouzen, você está bem? Há sua lesão, é claro, e a de Rikka
situação…"
"...Sim." Shin pensou em dizer que estava bem, mas reconsiderou e balançou a cabeça.
Claro, eles não estavam todos bem. Theo, um camarada que sobreviveu até mesmo à
missão de reconhecimento especial ao lado dele, foi forçado a deixar as linhas de batalha.
Embora fosse devido a ferimentos e não à morte... era uma dor da qual eles estavam
constantemente cientes, independentemente de alguém apontar isso. Uma dor que tiveram
de suportar.
“Acho que estamos todos muito abalados com isso. Se eu disser qualquer coisa que soe
excessivo, sinta-se à vontade para me chamar.
"Eu sei como você se sente. Mesmo que você saiba que isso pode acontecer, mesmo quando você pensa que está
acostumado, ter um amigo saindo da ativa assim... dói.”
Um menino que compartilhava a mesma janela que Siri assentiu. Ele tinha a pele escura
e um rosto esguio. Seu cabelo era castanho-avermelhado e ele usava óculos de aro
prateado. Este era Canaan Nyuud, comandante da 3ª Divisão Blindada e capitão de seu
primeiro esquadrão: o esquadrão Longbow.
Aquele esquadrão Longbow tinha o mesmo nome da primeira unidade defensiva da
frente ocidental no Setor Oitenta e Seis. Esse menino era seu vice-capitão na época; seu
capitão morreu na ofensiva em larga escala.
“E isso se aplica ainda mais quando eles são um camarada com quem você está junto há tanto tempo.
Em algum lugar lá no fundo, você simplesmente acredita que eles sempre sairão de qualquer encrenca...
Eu conheço esse sentimento. É o mesmo para nós.”
Isso foi dito por alguém em uma holo-janela separada dos outros dois
- uma garota com longos cabelos ruivos presos em uma trança. Suiu Tohkanya, comandante
da 4ª Divisão Blindada e capitão de seu primeiro esquadrão, o esquadrão Sledgehammer.
O esquadrão Sledgehammer original, que era a primeira unidade defensiva na frente

norte do Setor 86, foi completamente destruído durante a ofensiva em larga escala, com
exceção de seu capitão. Como tal, Suiu e seu esquadrão, encarregado da segunda ala,
herdaram seu nome.
“É por isso que eu queria dar a você mais tempo para descansar antes desta conferência.” Siri seguiu.
“Mas em momentos como este, os militares da Federação não conseguem manter seu ato de ser bom, paciente
adultos”.
“Tudo bem por mim. Eles se sentem pressionados pelo tempo - tanto para esta conferência quanto para decidir o
operação em geral”.
O Pacote de Ataque descobriu a posição do Noctiluca apenas esta manhã. Mesmo que
o telégrafo para os Países da Frota fosse compartilhado imediatamente com a Federação,
nem mesmo um único dia havia se passado.
“Acho que os figurões estão em pânico. O railgun rasgou as paredes da República e destruiu quatro bases da
Federação em um único dia, e agora está de volta. eu não acho que nós
pode culpá-los.”
“Vamos comparar e ajustar o que sabemos sobre esse estado de emergência por enquanto… O relatório dos
Países da Frota diz que o Noctiluca sofreu grandes danos e escapou debaixo d'água, e seu paradeiro é desconhecido
desde então. O superporta-aviões não conseguiu persegui-lo, e o sonar fixo nas águas territoriais dos Países da Frota
também não o detectou. Provavelmente também não escapou para o mar aberto, porque esse é o território dos
leviatãs. O que implica que ele está se movendo ao longo das fronteiras entre o mar aberto e as águas territoriais
pertencentes a nós, humanos. Certo?"
“Sim… Os Países da Frota enviaram navios de guerra para procurá-lo em vez do Stella
Maris. Mas... suas assinaturas sonoras foram gravadas durante a batalha. Com as condições
alinhadas, eles devem ser capazes de pegá-lo, mesmo que tenha ido muito longe. Mas eles
ainda não o encontraram.”
Shin franziu a testa amargamente.
“Se ao menos eu pudesse rastrear seu movimento... me desculpe. Não consegui me
mexer depois da operação.”
Quando soube que os outros sobreviventes, incluindo Theo, haviam sido recolhidos e
levados para tratamento médico, a tensão que o mantinha consciente provavelmente acabou.
De repente, tudo ficou preto e suas memórias terminaram
onze Goldenagato | mp4directs.com

lá. Quando ele acordou, ele estava em uma cama de hospital e a voz do Noctiluca havia
desaparecido na distância.
“Eu ouvi o quão gravemente ferido você estava. Ninguém está culpando você. Na verdade, você está louco por ir
para a ponte nessas condições.
“E você se machucou durante a operação, então provavelmente não conseguiu andar sozinha logo depois de se
machucar. Você deveria ter ficado na cama se não conseguia nem ficar de pé sozinho
dois pés."
“Com o comandante fazendo coisas malucas como essa, seus subordinados têm que ficar insanos.
acrobacias para acompanhar você. Você deve saber que isso causa problemas para todos os outros.
“…”
Shin ficou em silêncio, não tanto quanto gemendo. Ele não fez algo louco intencionalmente
desta vez. Siri soltou um suspiro longo e escandaloso pelo nariz.
“De qualquer forma, de volta ao Noctiluca. Se nos é permitido um pouco de pensamento positivo, talvez seja apenas
afundou e morreu após a batalha.”
“Mas obviamente não foi isso que aconteceu,” Canaan cortou a voz de Siri.
palavras. “É mais provável que tenha saído do alcance que Nouzen pode ouvir.”
A expressão de Siri tornou-se mais descontente. Ignorando-o, Canaã ajustou
os óculos com o dedo médio.
“Mas dito isso, não é provável que ele possa se mover para o norte, leste ou oeste do continente com aquele buraco
gigante em seu flanco. A Legião não teria bases tão distantes de qualquer maneira. Ele precisará de reparos e também
precisará reabastecer sua munição. Provavelmente não precisa de ajuda para gerar energia, no entanto, com seu reator
nuclear.”
“Então isso significa que ele precisa encontrar um Weisel e um Almirante em algum lugar. Mas, exceto para o
Mirage Spire, nenhum outro país relatou ter detectado qualquer uma das bases navais da Legião.
Com base no que Ishmael disse a Shin, as outras áreas do oceano ao longo da costa
norte do continente não eram adequadas para a construção de bases navais sobre a água.
A distância do fundo do mar e dos territórios dos leviatãs dificultou o estabelecimento de
uma base no mesmo nível do Mirage Spire nessas regiões.
“Então, com tudo isso em mente, o Noctiluca deve estar escondido em algum lugar ao longo da costa norte do
continente. E deve haver uma base de produção da Legião de tamanho e escala apropriados.
Portanto, a próxima missão do Strike Package é perseguir o Noctiluca e, ao mesmo tempo, lançar um ataque simultâneo
em múltiplas bases de produção.”
“Nosso objetivo é destruir o Noctiluca e coletar informações. Também nos disseram para priorizar a apreensão de
peças de produção Weisel; especialmente seus núcleos de controle.”
A Legião não usava fala humana, e com a cobertura Eintagsfliege
seus territórios, eles também não usaram a transmissão ou se envolveram em relações externas ou
comércio. A única forma de coletar informações sobre eles, além de observar seus movimentos em
tempo real, era capturar o núcleo de comando de uma base de produção e obter informações sobre
sua linha de produção e outras
assuntos.
“Estaremos invadindo a Legião para que eles não tenham tempo de assumir posições defensivas, o que
significa que finalmente estaremos utilizando o novo equipamento que tivemos que deixar de implantar no Mirage
Spire. O Armee Furieuse.
O Armée Furieuse - o novo armamento do Reginleif. Colocá-lo em uso a bordo do supercarrier

na última operação foi considerado muito difícil. Afinal, a possibilidade de lançar um ataque surpresa
ao próprio Mirage Spire era próxima de zero, dada a própria natureza da operação, pelo que a
aplicação deste novo equipamento foi adiada.
Além disso, quando a operação nos Países da Frota foi concluída, apenas a 1ª Divisão Blindada
de Shin foi efetivamente treinada para usá-la. Eles não podiam revelar este novo armamento para a
Legião agora em uma única base.
“Desta vez, o grupo de Siri recebeu treinamento apropriado e minha 3ª Divisão Blindada também se juntará”,
disse Canaan. “Poderemos atacar pelo menos três locais ao mesmo tempo... Terminamos nosso treinamento o
mais rápido possível e entramos em nosso período experimental. O Coronel Grethe e nosso comandante tático
desaprovaram isso, mas bem, estamos acostumados. Afinal, somos oitenta e seis.
Eles não tiveram um único dia de férias no Setor 86 e, apesar disso, sobreviveram a anos de
batalha. Somente aqueles que podiam treinar seu progresso de luta sem descanso podiam sobreviver
naquele ambiente.
“A 4ª Divisão Blindada permanecerá de licença e permanecerá no QG como uma força de reserva, mas
devemos priorizar o treinamento em vez de nossa licença”, disse Suiu. “Estamos enfrentando a Legião aqui; nunca
podemos prever o que pode acontecer. Precisamos dominar o Armée Furieuse o mais rápido possível.”
“… E porque vocês tiveram que trazer isso à tona, a Coronel Grethe está gritando como uma alma penada…
Ela está dizendo que quando a guerra acabar, nenhum de nós será dispensado até que coloquemos nossos
estudos em dia e terminemos todas as nossas matérias obrigatórias.”
Os olhos de Siri estavam distantes enquanto ele falava. Aparentemente, ele foi repreendido com
Canaan no lugar de Suiu, já que ela estava estacionada na Aliança.
“…Bem, sim…” Suiu disse, um sorriso fino e irônico em seus lábios. “Eu aprecio que o Coronel…
que a Federação pensa assim. O combate não é a única coisa que importa.”
“Sinceramente, já que eles estão nos levando para a escola, eu gostaria de frequentar até terminarmos todos
as disciplinas obrigatórias que deixamos para trás”, disse Canaan. “Faz tanto tempo que esqueci, mas ser
estudante é divertido.”
“Mesmo depois de chegar à Federação, eu tinha dúvidas se a guerra iria ou não

acabar. Mas acho que não podemos continuar pensando na possibilidade de isso
continuar para sempre.”
Nos últimos seis meses, o Pacote de Greve foi despachado para os países que
fazem fronteira com as frentes da Federação. Da mesma forma que Shin e a 1ª Divisão
Blindada encontraram os Sirins no Reino Unido e os clãs do Mar Aberto nos Países da
Frota, Siri, Canaan e Suiu tiveram muitas experiências durante suas próprias missões.
Eles tiveram muitas experiências que teriam sido impossíveis para eles no Setor 86,
onde ficaram presos entre a malícia humana e um exército da Legião.
“Nós, comandantes, levaremos um tempo para atualizar nosso currículo”, disse Shin.
disse com um sorriso forçado.
"Sem brincadeiras…"
“Você sempre encontra a pior coisa para dizer, não é?”

“Vamos deixar assim por enquanto. Podemos reclamar sobre isso o quanto quisermos assim que a guerra acabar.
Esperava-se que os quatro comandantes, assim como os capitães de esquadrão e

seus tenentes, concluíssem seu currículo de oficial especial além do regular, e nenhum
deles havia concluído adequadamente o primeiro.
Os olhos de Canaan oscilaram estranhamente por trás de seus óculos enquanto ele sugeria que
voltar ao assunto em questão.
“Já que estamos prontos para capturar mais do que apenas três bases, a Federação está planejando
enviar mais algumas unidades. Mas como os militares da Federação não têm forças sobressalentes que
possam extrair, os exércitos privados dos principais nobres serão requisitados e incorporados à operação. Isso
dá menos de dez regimentos, mas eles vão trazer todos para esta operação.
Isso fez Shin perceber que o alto escalão militar realmente estava no limite. Os
militares da Federação não podiam mais avançar por meio de ataques frontais, razão
pela qual o Pacote de Ataque foi estabelecido. Mas agora eles haviam requisitado forças
de fora do exército e as traziam junto com uma unidade destinada a coletar informações.
Isso indicava que o alto escalão militar se sentia muito ameaçado pelo Noctiluca - ou
melhor, pelas intenções da Legião. Ou talvez eles tivessem outro propósito em mente e
simplesmente o estivessem escondendo atrás do objetivo de
combatendo o Noctiluca.
Requisitar tropas particulares e reuni-las em uma unidade militar — mesmo
que totalizasse menos de dez regimentos — não era algo que pudesse ser feito
no espaço de um dia. Isso deve ter sido algo que eles planejaram fazer com
antecedência.
Talvez isso tenha começado há um mês, quando Shin revelou a possibilidade
de deter a Legião. Uma das chaves para esse objetivo era a base oculta, então
era provável que eles pensassem em incluir exércitos privados para aumentar as
forças da Federação que faltavam na captura dessa base.
“Roger. Então, qual base a 1ª Divisão Blindada deveria atacar?”
“Certo, é no país que você deveria visitar depois dos Países da Frota, Nouzen.
A Santa Teocracia de Noiryanaruse.”
A nação permaneceu como líder dos países nativos de Aurata, localizados
no extremo noroeste do continente. Era um país estrangeiro que estava mais
longe do que a República e vários outros pequenos países. Não compartilhava
fronteiras com a República ou a Federação, e sua cultura e idioma eram
totalmente diferentes.
Parece que a República e os pequenos países no extremo oeste foram
devastados pela Guerra da Legião. Há dois meses, o Reino Unido interceptou
uma transmissão que confirmava a existência de algumas nações naquela área.
Aparentemente, nos onze anos desde o início da Guerra da Legião, eles lutaram
cercados por todos os lados pelo inimigo. A Sagrada Teocracia, localizada no
extremo norte do extremo oeste, estava e ainda estava lutando contra a Legião
em um lugar conhecido como setor em branco.
O setor em branco era uma península desabitada desde antes do início da
Guerra da Legião. Para esse fim, várias bases de produção em grande escala
foram aprovadas para construção desde os estágios iniciais da guerra.
Como resultado, a posição da Teocracia na guerra era bastante precária. A
1ª Divisão Blindada deveria ajudá-los antes de ser despachada para os Países
da Frota. A aparição do Noctiluca mudou um pouco seus objetivos lá, mas eles
ainda estavam sendo enviados para o mesmo lugar.
Garfos.
Shin estreitou os olhos. O setor em branco na ponta mais ao norte do oeste

do continente . Antes de perder a consciência na ponte, Shin pôde ouvir que o
Noctiluca estava indo para o oeste.
“Foi decidido que a 1ª Divisão Blindada irá para o oeste, onde o Noctiluca está
quinze Goldenagato | mp4directs.com

provavelmente foi embora... Espero que você tenha a chance de se vingar.
“—Tenho certeza que você percebeu isso, mas não podemos permitir que você se junte ao despacho para a Teocracia, Vika.
Temos que ter cuidado para não deixar vazar informações relacionadas à nossa defesa nacional, como seus adoráveis
passarinhos.”
Assim como Lena, como comandante tático, e Raiden, que substituiu Shin como comandante
de operações, estavam ocupados com o resultado da operação, Vika tinha seus próprios deveres
como príncipe do Reino Unido e oficial despachado. Ele relatou os detalhes da operação Mirage
Spire e pediu ajuda para rastrear o Noctiluca.
Tendo concluído as investigações sobre o assunto, seu irmão mais velho acrescentou esse
aviso, ao qual Vika assentiu em resposta. Ele estava em seu quarto na base em que estavam
estacionados, em uma das cidades portuárias dos Países da Frota.
A Santa Teocracia de Noiryanaruse. O país louco , Noiryanaruse.
“Eu sei, irmão Zafar. Os valores daquele país se chocam demais com os nossos, o suficiente
para que o chamemos de país louco. Um país sem o mínimo de respeito pela moralidade não é
um país em que possamos confiar como uma nação amiga. Acredito que a Federação também
não tem intenção de divulgar nenhum detalhe sobre a Ressonância Sensorial ou a habilidade de
Nouzen.”
“Isso é o que eu pensei... Ah sim, eu deveria avisá-lo sobre isso também. Só para ficar no lado seguro."
"Eu já sei. Não direi aos Oitenta e Seis o motivo pelo qual a Teocracia é chamada de país
louco.
Zafar sorriu elegantemente, como se dissesse: Muito bem.
“Eu apreciaria se você pudesse tentar usar esta sua licença para trocar informações com os generais da Federação.
Como você colocou tão apropriadamente, o Mirage Spire e o Noctiluca me parecem estranhos. Ah, e por falar em folhas…”
Seu irmão mais velho, o príncipe herdeiro, falou casualmente, então Vika esperava ser
repreendido por algo menor e comum e não estava em guarda. Como tal… “…há algo que você
está
escondendo de mim desde que o Pacote de Ataque partiu da Aliança. Certo?" …isso pegou
Vika completamente
de surpresa. Até ele, com toda a sua inteligência, ficou surpreso com essa observação. Mas
sem sequer mudar sua expressão - na verdade, ele estava tão confiante que nem franziu a testa.
sobrancelha ou virar uma única mecha de cabelo - ele respondeu:

"Claro que não. Eu nunca esconderia nada de você, irmão Zafar.
A Legião está se preparando para uma segunda ofensiva em grande escala e está
tentando se modificar e melhorar.
Vika contou a seu pai, o rei; e Zafar, o príncipe herdeiro, que esta era toda a informação
que Zelene havia dado a eles. Ele não contou a eles sobre o método de desligamento de toda
a Legião porque era realisticamente inutilizável, e compartilhar essas informações afetaria
desnecessariamente a posição da Federação entre as outras nações do continente.
Ele não compartilhou essa informação, nem mesmo com eles.

O sorriso de Zafar permaneceu inalterado.
"Eu entendo. Então você finalmente aprendeu a esconder esses segredos que você não tem... até mesmo de mim.”
"... Irmão Zafar."

"Obrigado Senhor. Você parece estar se dando bem com o Oitenta e Seis, pelo menos.
E, no entanto, Zafar olhou para ele com uma expressão extremamente feliz.
“Filhos se rebelando contra seus pais e irmãos mais velhos e começando a priorizar promessas com seus amigos é um
sinal de crescimento... Nesse caso, devo assumir que você não tem segredos para esconder de mim.”
Ele ignoraria isso - por respeito ao seu precioso irmãozinho.

“Se a guerra acabar, o que você acha de estudar no exterior em uma das universidades da Federação? Afinal, você mal
foi à escola durante esta guerra. Acho que você faria bem em aproveitar a vida de estudante quando isso finalmente acabar.
Um leve e amargo sorriso apareceu nos lábios de Vika. Era uma expressão que ele
só mostrou seu pai e irmão mais velho...
Você diz que amadureci, irmão Zafar, mas continua a me tratar como uma criança.
"Você e meu pai devem permitir que eu faça isso?"

Uma vez que a guerra finalmente acabou... O que Shin e o resto dos Oitenta e Seis
fariam então? A pergunta passou por sua cabeça não tanto por interesse, mas por pura
curiosidade. Quando chegaram ao Reino Unido pela primeira vez, não tinham uma resposta
para essa pergunta, mas e agora?
O que Theo diria agora que ele não podia mais ficar de pé sobre o
campo de batalha na mesma capacidade que seus camaradas?
Encerrando sua transmissão, Vika desligou seu terminal e se virou para a figura que
esperou que sua conversa terminasse, sem pronunciar uma palavra.
“… Quantas vezes eu tenho que dizer para você não sair e se meter
quebrado?"
“Minha vergonha não tem limites…”
Tendo finalmente reativado, Lerche estava mais uma vez perdendo cerca de metade de seu
corpo. Desta vez, em vez de ser quebrada horizontalmente, aproximadamente metade de seu
corpo estava faltando em um ângulo diagonal. Seus sistemas de refrigeração e energia estavam
em péssimo estado de conservação. Seu rosto, modelado a partir de uma jovem, teve parte da
pele arrancada. Ela parecia um cadáver afogado que havia sido comido por peixes.
Olhando-a de cima a baixo, Vika suspirou. Levaria tempo para consertar tanto dano.
“Bem, agora tenho coisas para resolver assim que retornar à Federação e, como você ouviu,
não participarei do próximo despacho, então tenho tempo.
Mas certifique-se de não desperdiçar muito.
“Sua Alteza, o que aconteceu com o Noctiluca depois que eu—?”
“Demos um golpe terrível, mas escapou. Como você não sabia disso, provavelmente não
sabe que Nouzen sobreviveu à batalha. Imagino que a lista de sobreviventes e falecidos também
seja desconhecida para você.
“E-eu entendo. Então, Sir Reaper... sobreviveu. Isso é bom saber. E quanto a Sir Yuuto?
Senhor Lobisomem? Senhora Bruxa da Neve? A Princesa Ciclope... e Sir Fox, quem foi o último
a ficar de pé?
Vika piscou uma vez friamente. Ele não tinha tempo livre suficiente para revisar o status de
cada membro e, ao contrário de Shin e Lena, ele também não conhecia cada membro
individualmente.
“Por enquanto, não mencione o nome de Rikka na frente de Nouzen, Shuga, Emma e
Kukumila.”
"Isso significa…?"
“Ele não está morto, mas também não saiu ileso. Vou colocar os detalhes e as outras baixas
em um relatório e enviá-los para você, então verifique você mesmo mais tarde.”
Lerche suspirou desanimado. Os Sirins não respiraram, mas Vika permitiu

para expressar emoções dessa maneira.
"Eu entendo. Isso é... Tenho certeza que Sir Reaper sente muita angústia...”
“Tivemos um número surpreendentemente grande de vítimas desta vez.
Todo mundo está muito chateado com isso, incluindo Nouzen.”
“Como eles seriam... Isso é algo que não deveria ser mencionado na frente de Sir Reaper,
Sir Werewolf, Lady Snow Witch e
Senhora Atiradora. Então, com um ar de timidez, Lerche acrescentou: "Sua Alteza, espero que
minha recuperação não tenha sido dada prioridade de forma alguma e que a vida de ninguém
tenha sido perdida como resultado...?"
Vika ergueu uma sobrancelha para essa pergunta. Algo assim incomodaria um Sirin como
Lerche.
“Esse não foi o caso, então você não precisa se preocupar com isso.”
Mudar a ordem de quais vítimas foram resgatadas primeiro em nome de seus próprios
sentimentos pessoais envergonharia sua posição como líder. Independentemente de como ele
ou mesmo os Sirins se sentiam sobre isso, Frederica e as equipes de resgate dos Países da
Frota colocaram os Sirins no final da faixa de prioridade. Lerche sendo resgatado no processo
foi uma coincidência.
“Alguém caiu no mesmo lugar que você, então eles pegaram você com eles. Eu acredito que
foi alguém chamado Saki ou algo assim, do esquadrão Thunderbolt. Certifique-se de agradecê-
los se você os vir. Imagino que vocês dois juntos sejam bem pesados.
Aparentemente, essa pessoa Saki havia dado um tiro à queima-roupa de uma arma de fogo
rápido. Eles foram soprados e rolaram para fora do Noctiluca e, enquanto esperavam pelo
resgate, o Chaika de Lerche também caiu.
Saki de alguma forma forçou a abertura da cabine de Chaika antes que ela afundasse e
puxasse os restos mortais de Lerche para fora. Mesmo quando o barco de resgate o resgatou,
ninguém pareceu notar que Lerche era um Sirin. Vika havia se resignado com o fato de que
Lerche estava perdido para sempre antes de ouvir o relatório…
Oh sim.
Lançando um olhar indiferente para fora da janela, ele acrescentou:
“Eu tinha esquecido de dizer isso, mas você fez bem em voltar... Eu lhe concederei isso.”
Com o canto do olho, ele viu Lerche curvar os lábios em um pequeno sorriso.
"Você tem minha gratidão."
"…Hum. Não me interpretem mal, ok? Não estou dizendo que há algo de ruim nisso ou
perguntando por que você ainda está vivo. Estou muito, muito feliz por você ter conseguido,
mas…”
Os soldados feridos foram acomodados em uma grande sala destinada para
internados do hospital. O prédio era antigo, mas notavelmente limpo. Sentado em uma
cadeira redonda, Rito fixou um olhar vacilante e emocionado na figura que estava
calmamente reclinada na cama.
"Estou surpreso que você tenha saído com segurança, Yuuto."
"Você e eu."
Seguramente dificilmente soaria preciso para alguém que visse sua condição sem
contexto. Yuuto assentiu, envolto em bandagens e seus membros cobertos por moldes
de plástico. Ele teve hematomas graves e vários ossos fraturados, incluindo a caixa
torácica, causando um colapso do pulmão - que era visível externamente.
Mas mesmo com tudo isso em mente, considerando que seu equipamento foi
esmagado por uma torre de 800 mm de comprimento pesando centenas de toneladas,
o fato de ele estar vivo foi nada menos que um milagre. Como se para receber o golpe
por ele, seu Juggernaut foi danificado além do reparo.
“Ter suas costelas quebradas em ambos os lados e um buraco em um de seus
pulmões é um inferno,” Yuuto disse, sua voz plana como sempre e não evocando nada
daquela agonia. “Dói respirar, mas não é como se eu pudesse fazer algo sobre isso.
Me faz amaldiçoar o fato de ter sobrevivido.
"Ah, dói falar também?" Rito perguntou se desculpando. “Talvez eu devesse ter
vindo mais tarde.”
“Não, é bom ter você por perto. Ter alguém com quem falar é uma
distração, e você não sabe quando calar a boca.”
"Isso me pareceu um insulto," Rito disse com um beicinho, mas ele não pareceu se
ofender com isso.
Yuuto sempre foi taciturno, mas hoje ele estava estranhamente falante. Ele
provavelmente realmente precisava de algo para tirar sua mente da dor. Isso o atacava
a cada respiração, e só se podia resistir a respirar por tanto tempo. e…
“Tenho sorte de estar vivo, então prefiro não reclamar. Ter uma distração é uma
grande ajuda.”
…ele também precisava tirar sua mente da dor emocional de perder seus
companheiros mortos. Muitos membros do esquadrão Thunderbolt de Yuuto estavam
mortos ou desaparecidos, especialmente os vanguards. Assim como Shiden e o
esquadrão Brísingamen, seus esquadrões precisariam ser divididos e reorganizados
até a próxima operação. Mas era improvável que Yuuto se recuperasse a tempo para
isso.
"…Sim. Mas aposto que respirar ainda dói, então vou apenas falar com você por
enquanto. Eu vou te contar o que aconteceu enquanto você estava nocauteado. Ah sim, o
vinte Goldenagato | mp4directs.com

leviatã! Acho que chamaram de Musukura. Conte-me como foi quando você melhorou!”
"... Desculpe, eu estava inconsciente debaixo d'água quando apareceu."

"Oh, certo. Então, hum… Acho que não posso perguntar ao capitão Nouzen sobre isso,
mas posso perguntar ao príncipe! Mas estou supondo que ele acharia muito chato falar
sobre isso, ou tipo, sua impressão seria estranha à sua própria maneira... Ele provavelmente
diria que parecia gostoso ou algo assim. Posso imaginar o príncipe fazendo esse tipo de
comentário. Acho que vou ter que perguntar ao capitão sobre isso algum tempo depois!
“…”
Sério, ele não sabe quando calar a boca. Ou é mais como se ele estivesse tão
empolgado que acaba saindo dos trilhos. E nessas horas... é exatamente o que o médico
receitou.
Rito não possuía a sombra da morte que parecia pairar sobre tantos dos outros Oitenta
e Seis. Ele sempre podia falar sobre o dia seguinte sem se importar com o mundo. Ele
continuou, confiante de que sempre viveria para ver o amanhã.
Eu também sou um sobrevivente... Sobrevivi ao Setor Oitenta e Seis, a ofensiva em

grande escala... Sobrevivi até mesmo àquela subida rumo à morte no Mirage Spire. Eu
sobrevivi. Eu estou vivo. Então, talvez, ganhei o privilégio de pensar no futuro…
Ele pensou antes do início da operação - no capitão do navio anti-leviatã que lhe
mostrara a visão do horizonte a partir do farol. Foi ela quem disse a ele para vir visitá-la
novamente, poucos dias antes de ela navegar além das ondas como uma isca, para nunca
mais voltar.
Sua mente foi para Shin, que contou a eles como tinha visto o esqueleto do leviatã
quando era jovem. Foi uma conversa boba e emocionante que mostrou a Yuuto que até
mesmo o Reaper com cara de pedra já teve um lado fofo para ele - um lado que admirava
e ficava encantado com a visão de um monstro gigante.
Então talvez agora, estava tudo bem. Talvez agora, Yuuto também pudesse pegar os
sonhos juvenis e insignificantes de uma infância que ele teve que descartar no Setor
Oitenta e Seis.
"... Nesse caso, deixe-me perguntar uma coisa também."
Rito olhou para ele com curiosidade. Yuuto deu de ombros, apesar do grande
esforço necessário para realizar o gesto.
vinte e um
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"Sobre o esqueleto do leviatã... eu gostaria de ver por mim mesmo na próxima vez."
Da próxima vez, ele iria lá como um simples turista. Assim que a guerra acabou…
Assim como aquele capitão disse a ele. Seu último desejo para ele.
“E pelo que vale... um membro da tripulação me disse que certos tipos de leviatãs realmente
têm um gosto bom. Eles cortam os frescos em pedacinhos, cozinham com peixe e os comem.
"... Eles realmente comem essas coisas...?"

"Bem, eles são animais, tecnicamente... eu acho...?"
Sim, animais que atiram lasers…
“... Eles contam como animais, certo?”
"Não me pergunte, Yuuto!"
Ao ouvir o barulho alto das marés do oceano ultrapassando o som recuado da maquinaria
pesada, Kurena percebeu que o Stella Maris havia chegado ao porto.
O sistema de seu Juggernaut estava em modo de espera. Mas quando uma holo-janela
apareceu de repente na frente dela, Kurena - que estava agachada dentro da cabine do
Gunslinger - lentamente levantou a cabeça.
Verificando a janela, ela viu Frederica parada ao lado de Gunslinger.
"-That?"
Kurena não se preocupou em abrir a capota da unidade, em vez disso fez a pergunta
rapidamente pelo alto-falante externo. Ao ouvir sua voz estrondosa, Frederica congelou.
“…É-é só que está quase na hora dos Processadores partirem. Que tal você comer alguma coisa antes
disso? Você está aí há quase meio dia. Ficar tanto tempo sem comer dificilmente lhe fará bem, e seu corpo
precisa de descanso. E assim-"
"Eu vou ficar bem."
"Mas..."
“Eu disse que vou ficar bem... Então não comi por um dia – e daí? No Setor Oitenta e
Seis, muitas vezes passamos dias inteiros lutando.
Coisas assim aconteciam na Federação também. Eu não estaria aqui agora se a fome fosse
suficiente para me matar.”
"Afaste-se, esguicho."
Alguém provavelmente estava parado no ponto cego de seu sensor óptico, porque essas
últimas palavras foram ditas por alguém que ela não podia ver. breve
depois, o velame levantou sem que ela o acionasse. Alguém inseriu a senha de emergência
que todos os Juggernauts compartilhavam e puxou a alavanca de desbloqueio externo do
velame.
Kurena reflexivamente olhou para frente, agora travando os olhos com uma figura vestida
com o mesmo traje de vôo cor de aço que ela. Uma garota do Oitenta e Seis, uma das
capitães de pelotão do esquadrão Brísingamen de Shiden e Shana. Mika.
“O refeitório do navio registra quem entra para comer e quem não entra. Cada um dos
cozinheiros está ansioso porque uma garota não apareceu.
Ela empurrou uma bandeja de comida fria na direção de Kurena, mas Kurena
desviou o olhar. A testa de Mika se contraiu.
“Além disso, e eu sei que você está fingindo o máximo que pode para evitar perceber
esse fato, nós atracamos há muito tempo. Todos os soldados feridos já foram transportados e
precisam levar os Juggernauts para fora. Todos os Processadores se preparam para
desembarcar, exceto os que estão internados aqui…
Tenho que soletrar? Você sentado aí e meditando está atrapalhando o trabalho deles. E o
debriefing? Dois dos capitães do seu esquadrão estão fora de serviço e Raiden precisa
preencher o cargo de comandante de operações.
Enquanto isso, você está aqui relaxando quando nem está machucado.
Kurena podia ver alguns rostos familiares da equipe de manutenção olhando para eles a
uma curta distância. Ela percebeu, talvez tarde demais, que todos os outros Juggernauts do
esquadrão Spearhead já haviam sido retirados do navio. Eles provavelmente a deixaram por
último em consideração a ela.
E como Mika disse, Shin estava inconsciente, Raiden estava substituindo-o, e Theo... foi
levado às pressas para a cirurgia assim que foi pego. Com todos os três mortos e Kurena
permanecendo na cabine, os oficiais de mais alta patente que poderiam lidar com o
interrogatório eram Anju e o capitão do 4º Pelotão. Ela podia imaginar como isso era difícil.
Ela olhou para Mika, tentando se livrar da culpa. Como se dissesse a ela para parar de
dizer coisas que faziam sentido.
“…Vá em frente, diga. Não se trata de eu criar problemas para todos os outros; você
simplesmente me odeia. Vá em frente, diga. A morte de Shana foi minha culpa — é isso que
você quer dizer, certo?!”
Mika de repente estendeu a mão e agarrou Kurena pela gola de seu uniforme, puxando-a
para mais perto.
"Isso é o que você quer que eu diga", disse ela, quase perto o suficiente para
narizes para tocar, as íris douradas de seus olhos verdes de aventura brilhando com fúria
congelada. “Mas eu não vou jogar o seu jogo... Shana morreu porque ela lutou. Ela escolheu, por
conta própria, lutar por seu último suspiro. E você não consegue... assumir a responsabilidade por
isso.
Você está apenas projetando sua culpa para poder chafurdar na autopiedade... Deixar que os
outros joguem a culpa em você só lhe daria uma saída fácil. Eu não vou deixar isso acontecer.
"Você não. Não quando você não podia lutar no meio de uma operação porque estava
preocupado com o desaparecimento de Shin ou com o ferimento de Theo. Você não…! Qual é o
seu problema?! Shin sobreviveu, e Theo também, caramba! Vocês escaparam fácil! Perdemos
Shana, Alto, Sanna, Hani e Meryo! Nenhum deles está voltando! Mas ainda estamos vivos, então
agora não é hora de ficar sentado abraçando os joelhos!”
As pupilas douradas de Kurena se contraíram. Meu jogo? Saímos fácil…?!

Ela agarrou o próprio colar de Mika e rosnou.
“Você chama isso de 'sair fácil'?! Como isso é melhor?!”
Tanto Theo quanto eu… Nós oitenta e seis, nós somos…!
“Lutar é tudo o que temos. Nós não temos famílias ou casas ou qualquer coisa
outro. Se perdermos isso… Se não pudermos nem lutar mais…”
Orgulho - o último vestígio de sua identidade. Tudo o mais havia sido levado pela República, e
tudo o que restava era seu orgulho forjado pela guerra, temperado pela batalha e conquistado
com muito esforço.
E agora... até isso estava desaparecendo.
"Então, se acabou... o que somos?!"
A questão nunca demorou muito em sua mente, mas atualmente, estava bem na cara dela. A
realidade de ser roubada daquele orgulho - e ter que viver em sua ausência - estava sendo lançada
diante de seus olhos. Ela teve que enfrentar o fato de que um futuro em que eles teriam que deixar
de ter 86 anos poderia acontecer com ela e com Theo. Então como…?
"Como posso ficar calmo...?"

Deixando escapar um gemido infantil e patético, Kurena empurrou Mika para longe e correu.
Quando Mika a agarrou pela primeira vez, ela derrubou a bandeja de comida. Olhando para baixo
e percebendo o que tinha feito, Mika virou-se para descobrir que Frederica agora o carregava em
suas pequenas mãos. Aparentemente, ela o pegou quando Mika o empurrou sem querer.
“…Eu posso ter ido longe demais,” Mika murmurou.

Ela não se sentia nem um pouco culpada por repreender Kurena, mas Theo não merecia
isso. Embora ela tivesse dito que ele escapou facilmente porque não estava morto... isso não
era verdade para ele.
Para os Oitenta e Seis, ser incapaz de lutar não era melhor do que a morte. Pode até ser
pior. Afinal, lutar até o último suspiro era o orgulho dos Oitenta e Seis. Perder isso era perder
a única coisa que os definia acima de tudo.
Então, sim, chegar a essa conclusão faria a pessoa parar de conversar.

Após um momento de reflexão, Mika percebeu que havia passado dos limites com Kurena.
"Ei, esguicho, você quer comer isso em vez disso?"

"Absolutamente não!"
Correndo para fora do hangar, como se para escapar de Mika, Kurena sentiu suas pernas
naturalmente levá-la para o bloco do hospital Stella Maris. Para Shin. Ela queria ouvir a voz
dele. Para ver seu rosto.
... Kurena.
Assim como nos velhos tempos no Setor Oitenta e Seis, quando Kurena era consumida
por sua raiva e ressentimento contra os porcos brancos. Ele estaria sempre ao lado dela,
acalmando-a silenciosamente com sua voz calma e serena.
Fazendo a última curva, Kurena parou no meio do caminho. Já havia mais alguém parado
na frente do quarto do hospital para o qual ela estava indo.
Eles tinham as mechas prateadas de uma Adularia e impressionantes olhos de prata.
Seu físico era grande e corpulento, e eles tinham uma braçadeira de capelão militar na manga.
“Ah, reverendo…”
O padre alto virou sua grande cabeça de urso para encará-la. Ele era mais alto que Raiden,
superando até mesmo Daiya e Kujo. Kurena tinha uma altura média para uma garota, e ele
teve que olhar para baixo para encontrar seus olhos. Era…
…assim como o grupo de Alba que olhou para Kurena e sua irmã mais velha, zombando
deles e dos cadáveres de seus pais.
"...Oh."
Ela ainda podia senti-los elevando-se sobre ela. Na época, ela era pequena e
jovens, e todos os adultos se sentiam como gigantes. Mas aqueles homens eram como
os gigantes tirânicos do mito. Ela ficou congelada, a cena se desenrolando em sua
mente. Clarões de focinho rasgando a escuridão da noite. O ar, denso com o cheiro de
sangue. Risadas enlouquecidas e demoníacas e brilhos de prata.
Ela sentiu todo o sangue escorrer de seu rosto. Girando nos calcanhares, Kurena
fugiu.
Depois de receber um relatório de status dos processadores gravemente feridos, como

Theo e Yuuto, Lena voltou ao Stella Maris para fazer uma visita aos feridos.
Ela estava andando pelos corredores apertados do supercarrier. Assim que ela estava
prestes a entrar no bloco médico, ela quase esbarrou em Kurena, que estava saindo
correndo, e rapidamente a evitou.
Olhando para ela correndo como um coelho assustado, Lena a viu partir com um
olhar duvidoso. Olhando para frente novamente, ela viu o padre parado ali em silêncio.
"Desculpe." Lena correu até ele. “Isso foi indelicado da parte dela. Meu
desculpas, como seu comandante…”
"...Não, está bem." O padre balançou a cabeça e se virou para encará-la.
“Considerando o que aquelas crianças passaram, não foi nem um pouco rude. Faz
sentido que ela tenha medo dos meus cabelos e olhos prateados.
Lena piscou algumas vezes surpresa.
"Ela estava... com medo de você?"
Os oitenta e seis, incluindo Kurena, sempre chamavam os porcos brancos de Alba e
tratava-os com puro desprezo, mas nunca os vira demonstrar medo.
“Acho que ela tinha medo de mim, sim. Uma garota como ela foi forçada a entrar em
campos de concentração quando era jovem... Sete anos de idade, na minha opinião.
Uma criança tão pequena havia sido arrastada e gritada por adultos. Deve ter sido
assustador. Ela foi exposta a uma violência avassaladora nessa idade e não tinha meios
de se defender”.
“…”
Lena ficou em silêncio, envergonhada de sua ignorância. Ela foi criada no Primeiro
Setor, uma área que, mesmo muito antes da Guerra da Legião, era habitada
principalmente por Alba. Ela nunca tinha visto a maneira como os Oitenta e Seis eram
transportados para os campos de concentração. Ela imaginou como deve ter sido,
mas ela nunca percebeu verdadeiramente a intensidade da situação.

“... Acho que entendi. É a minha altura. Deve tê-la lembrado de quando ela era uma criança
sendo menosprezada por um adulto, e esse foi o gatilho. Eu deveria fazer questão de não
menosprezá-los assim novamente.
"Reverendo…"
“Ah, não se preocupe. Estou acostumada com as crianças tendo medo de mim. Quero dizer,
considerando o quão grande eu sou... Quando eu encontrei pela primeira vez o sujeito mal-humorado
dormindo neste mesmo quarto, ele era apenas um gatinho. E deixe-me dizer-lhe, ele estava com
medo por sua vida.
Ele deu de ombros exageradamente, como se quisesse deixar claro que estava brincando.
Entre aquele gesto e a imagem mental de um Shin mais jovem se encolhendo diante dele, Lena
encontrou seu sorriso novamente. O homem provavelmente brincou porque sentiu sua vergonha, e
ela apreciou o gesto.
Falando de…
“Shin é…? O capitão Nouzen está dormindo? Tão cedo?
Dado que Lena e Kurena estavam andando por aí, era claramente muito cedo para apagar as
luzes. O padre silenciosamente se afastou da porta, permitindo que ela olhasse para dentro da sala.
E, de fato, ela podia ouvir a respiração fraca e rítmica de Shin.
As luzes ainda estavam acesas. Ele estava no fundo do quarto, mas a cama estava
escondido da vista por uma cortina... Porém, ele realmente parecia estar dormindo.
“Seus ferimentos cobraram seu preço, e ele teve toda uma discussão com os outros
comandantes de grupo sobre perseguir a nova unidade da Legião. Deve tê-lo esgotado. “…”
Shin não estava apenas exausto por causa de sua lesão. O que aconteceu com Theo colocou
muita pressão emocional sobre ele também. E ainda assim, Shin se forçou a cumprir seu dever para
o Strike Package. Ela sabia que ele era propenso a fazer isso, e foi por isso que ela veio ver como
ele estava... Mas ela não podia deixar de sentir que ele estava se esforçando demais.
“O médico militar pediu para ele ficar parado hoje. Você poderia repreendê-lo para mim amanhã?
O pedido fez Lena piscar de surpresa. Ela poderia fazer isso, sim... Mas não teria mais peso
vindo de sua figura paterna?
“Acho que você deveria dizer isso a ele, reverendo…”, ela disse gentilmente.
“Ele está muito velho para ouvir o que o homem que o criou tem a dizer. e
Além disso, ter você, de todas as pessoas, repreendendo-o seria o mais eficaz.
Vendo o olhar significativo e de soslaio que o padre dirigiu a ela, Lena sentiu suas
bochechas corarem.
…Bem, sim.
Raiden disse que quase todo mundo já sabia, então ela percebeu que só fazia sentido
que o padre também soubesse. Ainda era embaraçoso, no entanto.
Vendo seus olhos se moverem, o padre suavizou seu olhar.
“Quando o vi sair do campo de concentração, aquele menino havia esquecido como
rir… ou chorar.”
Lena olhou para ele, mas ele já havia se virado para o quarto do hospital. Seu cabelo
prateado estava desbotando para o branco, e seus olhos eram da cor do
lua.
"Acho que sua presença... é uma grande parte da razão pela qual aprendi a sorrir
novamente."
Kurena voltou para seu quarto. Anju, sua colega de quarto, estava fora. A sala adjacente
era de Frederica, e a sala oposta era de Shiden.
…E a colega de quarto de Shiden era Shana, que nunca voltaria.
TP, a gata preta, estava vagando na entrada e se levantou ao notá-la. Ele cambaleou
até ela, esfregou a cabeça nas botas dela e miou. Kurena sentiu um pequeno sorriso
surgir em seus lábios pela primeira vez em algum tempo.
"…Ei. Voltei."
Coçando a cabeça suavemente, ela pegou o gato. Anos atrás, Daiya o havia
descoberto no Setor Oitenta e Seis. Era apenas um gatinho na época, e apesar de Daiya
ter sido quem o encontrou, ele pareceu se agarrar a Shin por algum motivo. Sempre que
Shin fazia uma pausa em suas tarefas rotineiras entre seus dias lutando contra a Legião,
o gatinho sentava-se em sua posição fixa ao lado dele. Ele brincava com as páginas de
qualquer livro que Shin estava lendo, mas ele nunca o enxotou.
Cuidar do gato naturalmente significava estar ao lado de Shin, então Kurena estava
sempre perto dos dois. A sala do capitão era um pouco maior, pois servia como escritório
e, em pouco tempo, todos os outros vieram para conversar.
“Mas agora nós… quase não fazemos mais nada assim”, ela disse a TP, não
dirigindo as palavras diretamente para o gato.
O gato preto olhou para ela, seus olhos transparentes de uma forma que um humano
nunca poderia ser. Os quartos e escritórios da base não eram os melhores pontos de encontro.
Em vez disso, eles tinham lanchonetes, estabelecimentos conjuntos, cafés, salões e salas de
recreação. Eram todos mais espaçosos do que o pequeno quarto do capitão antigamente,
permitindo-lhes acomodar muito mais pessoas.
Cada esquadrão se reunia naturalmente em seu lugar, mas mesmo assim não era o
mesmo que ter um lugar reservado só para eles. Havia muitos olhos ao redor, e ela ficaria
com vergonha de brincar com um gatinho com tantas pessoas olhando para ela.
Na maioria das vezes, Shin estava com Kurena e os outros membros do Spearhead em
seus assentos reservados no fundo do salão, mas ele começou a usar a sala de estudo da
base com mais frequência. E em pouco tempo, Raiden e Anju começaram a fazer o mesmo
também. O mesmo aconteceu com outros processadores Spearhead.
"…Sim, eu sei. Eu poderia simplesmente ir com eles.
Se ela fosse tão solitária, ela poderia simplesmente segui-los e se juntar a eles. Se ela
estava se recusando a abandonar seu orgulho, então essa era mais uma razão para ir para
aquela sala, o que significava um lugar fora do campo de batalha.
Não era como se Shin, Raiden ou Anju tivessem encontrado algo especial para fazer fora
da luta. Eles ainda estavam apenas começando a se preparar, seus olhos fixos em algo vago
que poderia existir além do escopo do combate.
Ela poderia decidir seu curso futuro muito mais tarde. Mas ainda assim, ela estava com
medo. Toda vez que ela pensava em ir para a sala de estudo, suas pernas congelavam. Ela
temia ter percebido um futuro além da guerra. Ela não queria pensar nisso.
Era possível que muitos Oitenta e Seis compartilhassem essa mesma emoção. Uma
fixação no campo de batalha e uma rejeição ardente e obstinada do futuro que surge fora dele.
Pelo que sabiam, no momento em que ultrapassavam os limites daquele lugar familiar, eles
podiam descobrir que não tinham chão sólido para pisar.
Eles nunca poderiam contar com o futuro para estar lá. Eles poderiam ter morrido em
qualquer dia. Eles podem nem viver para ver o dia seguinte. Tendo passado tanto tempo no
campo de batalha sem apoio, a resignação que havia se aninhado tão profundamente dentro
deles não poderia ser arrancada tão facilmente.
Eles não conseguiam acreditar nisso - que se eles simplesmente desejassem
para ela, um futuro de felicidade poderia chegar já no dia seguinte.
O gato miou em seus braços. Kurena o abraçou, enterrando o rosto em seu pelo.
Concluídas suas funções, era hora de deixarem os Países da Frota. Mas mesmo no dia de sua
partida, os processadores do Strike Package permaneceram sombrios. Eles completaram o
objetivo operacional inicial dado a eles quando foram implantados aqui pela primeira vez. O
Noctiluca havia escapado, sim, mas isso foi um desenvolvimento inesperado. Como tal, afastá-
lo era louvável por si só.
Supostamente.
As aves marinhas gritavam, inconscientes das tempestades e guerras que assolavam o
oceano. Suas vozes ecoaram no Stella Maris. Estava ancorado perto da costa, como um navio
fantasma. À distância, não parecia estar em mau estado, mas havia sofrido graves danos
internos que comprometeram suas capacidades de cruzeiro.
Depois de uma década de luta, os diminutos Países da Frota esgotaram seu já carente
poder nacional e força tecnológica. Eles não podiam mais consertá-lo.
O supercarrier completou sua viagem secreta e operação final.

Não fazia sentido escondê-lo das vistas da Legião em algum porto secreto.
E assim ficou exposto na costa. Sua antiga tripulação, os poucos sobreviventes que restaram da
Frota Órfã e até mesmo os habitantes da cidade - todos pareciam ter apagado o fogo que
queimava dentro deles. O mesmo fogo que eles mostraram no tumulto do festival antes do fim
da viagem, como se nunca tivesse existido.
“Como eles vão se chamar agora? Quero dizer, eles não podem mais se chamar de Países
da Frota.
"Pare com isso... Você não deveria dizer isso."
"Mas quero dizer, e se-?"
O que faríamos se isso tivesse acontecido conosco?
Os jovens soldados não podiam deixar de se fazer essa pergunta. Eles não podiam
simplesmente ver isso como um problema de outro país. Afinal, eles já tiveram tudo tirado deles.
Quando eles foram levados para os campos de internamento, suas próprias identidades - tudo o
que costumavam ser foi arrancado. todos
as coisas preciosas que conseguiram manter, as vidas que poderiam ter vivido...
E os compradores não se importaram nem um pouco com nada disso. Então, quem diria isso
não aconteceria de novo?
Ninguém poderia prometer que não.
Mesmo no Setor Oitenta e Seis, Shin costumava se machucar quando fazia acrobacias malucas
em batalha. Então, depois de anos sendo seu tenente, Raiden se acostumou a lidar com a
papelada por necessidade.
Mas ao contrário do Setor 86, onde eram tratados como peças descartáveis, a Federação os
via como soldados valiosos. Portanto, Raiden não tinha permissão para fazer um relatório pela
metade. Mesmo com alguns dos oficiais de estado-maior assumindo parte desse trabalho, ainda
havia muito a fazer.
Desistindo de preencher uma lista de verificação de transporte, Raiden ergueu as mãos,
pronto para implorar por ajuda.
"Ei, desculpe, você poderia me dar uma mão, Theo-?"
Seus olhos pousaram em Anju, que por acaso estava lá. Segurando a vontade de estalar a
língua, ele simplesmente olhou para o teto.
Certo. Ele não está mais aqui.
Ele podia ver Anju sorrindo para ele. Havia uma certa escuridão atrás
seus olhos que faziam parecer que ela podia ver que ele estava se forçando.
"Eu ajudo, Raiden."
"Obrigado."
"Não mencione isso."
Ela estendeu a mão e pegou metade da lista. Mas assim que ela folheou a primeira página
com seus olhos azul-celeste, os traços finais de luz desapareceram de sua expressão.
“…Não é fácil de lidar. É mais difícil do que eu pensava,” disse Raiden.

Tanto para ele quanto para Anju, assim como para Kurena, que não estava por perto no
momento... e, claro, para Shin. A morte de um amigo não era uma ocorrência incomum no Setor
86, e esse fato não havia mudado muito desde que chegara à Federação.
No entanto, um amigo sobrevivendo, mas sendo incapaz de lutar - isso era novo. Era uma
dor insuportável quase igual à morte, e eles não conseguiam
acostumado.
Com o canto do olho, Raiden podia ver Anju mordendo o lábio. Um tempo atrás, Grethe
incentivou as damas do Strike Package a adquirir o hábito de se maquiar, e muitas delas acabaram
gostando. Até agora, Raiden havia se acostumado a vê-los assim. Anju aplicou um leve ruge em
seus lábios rosa pálido.
“Sim... Em algum momento, parei de considerar a possibilidade de perdermos qualquer um de

nós cinco,” ela admitiu.
Kurena não estava disposta a vê-lo antes da operação. Mas agora que acabou, ela se viu parada
na beira da água. Em um estranho tipo de inversão de papéis, todos os seus camaradas decidiram
se abster de vir aqui depois de retornar. E assim a costa estava vazia.
No dia seguinte à operação, a tripulação do supercarrier e os habitantes da cidade trouxeram

flores para a costa para simpatizar com os Processadores, às margens do mesmo mar que engoliu
tantas pessoas - e a mão de Theo.
"... Kurena."
Ao ouvir uma voz chamar seu nome, ela se virou para encontrar Shin parado ali.
“Eu mal consegui permissão para ver Theo. Estou indo para lá agora... Você está bem?
"S-sim!" Ela assentiu apressadamente. "Estou bem agora!"

Sua voz era tão alegre que soava estranha, até para ela. Shin parecia perceber que ela estava
tentando encobrir as coisas, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Kurena falou
enquanto olhava em seus olhos vermelho-sangue atenciosos.
“Er, você poderia dizer a ele que eu pedi desculpas...? Quando aconteceu, eu não ajudei em
nada...”
Ela congelou e não podia atirar. Tanto quando eles estavam lutando contra o Phönix quanto
quando estavam tentando parar o Noctiluca. Mesmo que ajudar seus companheiros fosse sua
razão de ser.
“Se eu pudesse ter me recomposto naquela época, Theo teria...”
"Curena." O tom sombrio de Shin a interrompeu.
Quando ela olhou para trás, ela notou que ele estava fazendo caretas, como se suportasse um
agonia invisível.
"Não é sua culpa. Não é culpa de ninguém.”
O fato de que Shana morreu. O fato de que Shana teve que lutar.
Sim…
"…Sim. Mas eu definitivamente não tinha meu jeito.”
Ela não podia se apresentar, e por causa disso, Theo e Shana... até mesmo Shin...
Se ela tivesse sido melhor, as coisas teriam sido diferentes.
Pelo menos, era assim que ela se sentia.
Porque se isso não fosse verdade, significava que ela não poderia ter salvado
ninguém para começar. E ela desesperadamente não queria que fosse assim... A
compreensão encheu sua mente como um calafrio percorrendo seu corpo.
Se ela fosse inútil em batalha... então isso significaria que ela não tinha lugar ao
lado do homem que a enfrentava agora.
“Farei certo da próxima vez. eu vou lutar. Eu não vou falhar de novo, então…”
"Curena."
"... não me abandone."
A luz do sol entrava pelas cortinas e entrava no corredor do hospital militar, lançando
uma faixa de luz fraca no chão. Caminhando pelo corredor de parquet, Shin pensou nas
palavras de Kurena.
Se eu pudesse ter me recomposto naquela época, Theo teria... Mas eu
definitivamente não tinha meu jeito.
Ela tentou esconder, mas sua expressão era a de uma criança abandonada
à beira de explodir em lágrimas.
Shin não podia deixar de sentir o mesmo. E se ele não tivesse caído do Mirage Spire
quando enfrentou o Phönix? Se alguém perguntasse quem era o culpado pelo que
aconteceu naquela batalha, ele diria que a responsabilidade era exclusivamente do
capitão do esquadrão. Lena e Ishmael insistiam que o erro era deles, mas Shin não
concordava com isso.
Mas enquanto seu coração queria gritar e admitir que era tudo culpa dele, uma parte
sóbria de sua mente raciocinou que ele não era realmente o culpado.
Independentemente de ter caído ou não, o resultado final provavelmente não teria sido
muito diferente. Undertaker teria ficado tão indefeso quanto todos os outros diante do
Noctiluca.
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Se ele estivesse lá, a única coisa que teria mudado é que eles não teriam que perder
tempo tentando descobrir a posição do núcleo de controle, mas o Stella Maris ainda precisaria
se aproximar e disparar seu canhão principal. . Isso exigiria a eliminação dos railguns, o que
significa que uma batalha no convés do Noctiluca seria inevitável.
Mas mais do que tudo, Shin não teria previsto o tiro final do Noctiluca. Usar Liquid
Micromachines para reviver o barril silenciado era algo que ele não poderia imaginar. De
qualquer maneira, alguém teria que pular na linha de fogo para evitar que o Stella Maris
fosse atingido.
E então a única diferença era que ele poderia ter assumido esse papel. E pensar que sua
presença teria sido a única coisa a fazer pender a balança... teria sido arrogante da parte
dele, para dizer o mínimo.
Parado em frente ao número do quarto do hospital que recebeu, ele viu uma pessoa
encostada na porta. A figura tinha cabelos loiros, desbotados pelo ar salgado do oceano, e
usava o uniforme azul-marinho dos Países da Frota.
"Ei." Ele cumprimentou Shin com a mão levantada.

Shin simplesmente assentiu. Ishmael lançou um olhar para a porta atrás dele.
“Os Países da Frota assumirão a responsabilidade pelos feridos graves até que estejam
curados o suficiente para serem transportados. Isso inclui o garoto... Ele não consegue se
mover exatamente, mas já está acostumado com a dor. Ele deve ser capaz de ouvi-lo, de
qualquer maneira.
"Sim... Cuide dele para nós", disse Shin, inclinando a cabeça profundamente.
Ele poderia dizer que Ishmael havia acenado com a cabeça em resposta. Observando
sua silhueta azul-marinho caminhar pelo corredor, Shin abriu a porta do quarto do hospital.
O lugar era pequeno, mas ainda espaçoso. As janelas estavam entreabertas, deixando
entrar um pouco da brisa do mar. Theo estava sentado na cama, olhando para fora. Ao ouvir
o rangido da porta, ele se virou para ela. Ao ver Shin, o olhar um tanto distante e distante em
seus olhos verde-jade pareceu recuperar o foco e ele piscou uma vez.
"Shin... você já está bem para andar?"

“Acho que deveria ser eu a perguntar como você se sente... Mas sim. Eu posso me
mover, se nada mais.
"Sim? Isso é bom de ouvir.
Apesar de estar tão ferido que não teve permissão para sair do
hospital, Theo parecia relativamente relaxado. Percebendo que Shin estava deliberadamente
não respondendo à pergunta, ele continuou como se nada tivesse acontecido.
“Por enquanto, eles estão dizendo que não há risco de infecção”, disse Theo.
Seus olhos de jade tinham um vazio que transmitia uma sensação de apatia. Era como se
ele não estivesse olhando para nada.
“Foi um corte bem limpo, eu acho. Então fechou com muita facilidade e não dói mais tanto.
Parece estranho, sabe? Algo parece errado mesmo quando me sento, mas é especialmente
ruim quando me levanto. É como se meu equilíbrio estivesse desligado. Embora…"
Ele olhou para o lado esquerdo, onde seu braço agora enfaixado havia sido cortado entre
o pulso e o cotovelo, e deu um sorriso fraco e autodepreciativo.
“…Eu não perdi muito. Só uma mãozinha, heh.” “…”
“Acontece que os braços são muito pesados. Você realmente não pensa nisso quando eles
estão presos, mas nossos corpos pesam algumas dezenas de quilos e nossos braços contam
cerca de dez por cento desse peso total. Então, sim, é muito.”
Seus olhos de jade permaneceram fixos onde sua mão perdida deveria estar.
“Sabe, uma vez... Lá no Setor Oitenta e Seis, antes mesmo de te conhecer, um dos meus
companheiros de esquadrão teve o braço inteiro estourado em batalha. E eu tive que pegar. Eu
deveria ter me lembrado de como um braço pode ser pesado, porque tive que pegar um uma
vez... Mas esqueci.”
Ele havia esquecido o peso porque o evento anterior nunca havia sido totalmente registrado
para ele. Ou talvez simplesmente tivesse esquecido a facilidade com que se podia sofrer tal
perda. Quer fosse a perda de uma mão ou a perda da vontade de lutar, o infortúnio escolhia
suas vítimas indiscriminadamente.
“…E aquele meu companheiro de esquadrão – ele morreu depois disso. Ele não era mais
capaz de lutar, então ele não recebeu nenhum tratamento… Ele apenas sangrou.”
Era isso que significava o tratamento médico no Setor 86.
Afinal, os Oitenta e Seis não eram vistos como humanos. Lesões leves foram tratadas apenas
para que qualquer pessoa que pudesse retornar ao serviço ativo o fizesse. Mas aqueles que
sofreram ferimentos graves e precisariam de hospitalização foram deixados sem atendimento.
Mesmo nos casos em que o tratamento médico adequado teria salvado suas vidas. A República
odiava nada mais do que desperdiçar recursos para consertar
ferramentas quebradas.
“Eu... não posso mais lutar,” Theo disse, olhando fixamente para uma ferida tão parecida
com a sofrida por um velho camarada que Shin nunca conheceu.
Uma ferida que teria sido desconsiderada. Uma ferida que, fora do
Setor Oitenta e Seis, havia sido tratado como se fosse algo natural.
“Mas eu não tenho que morrer. Eu fui salvo, e ninguém está me dizendo para acabar
comigo também... Isso realmente não é o Setor Oitenta e Seis. Eu realmente deixei esse
campo de batalha para trás. Levei tanto tempo para perceber isso, mas agora... finalmente
parece real.
Por fim, eles foram libertados da prisão onde esperaram sua sentença de cinco anos,
sem nada para esperar além da libertação da morte de um guerreiro. Não importa quanto
controle sobre seus destinos eles tentassem obter, o estágio de suas mortes havia sido
decidido - ainda assim, eles conseguiram. O destino imutável dos Oitenta e Seis foi desafiado
e derrotado.
“Tudo o que me resta é quebrar as correntes que me prendem a esse lugar.”

Para se livrar do fardo... da crença de que o único caminho
eles podiam andar era de dor e morte. Esse foi o obstáculo final.
"…Está bem. Vou continuar vivendo e com certeza encontrarei a felicidade. Se não o
fizer, nunca poderei enfrentar o capitão, muito menos todos que morreram antes de nós.
"Isso é-"
"Eu sei. Parece que estou me xingando, certo? Mas é a única coisa que posso segurar
agora.”
Lutar até o fim era o orgulho dos oitenta e seis. Foi assim que eles deixaram sua marca,
sua prova de existência. Mas isso não era mais possível para Theo. Então, tudo o que lhe
restou foi...
“Se eu deixar esse sentimento me algemar, isso realmente se tornará uma maldição.
Mas se eu apenas me agarrar a isso até encontrar minha própria coisa... meu próprio
alguém... como você fez... então será um sonho. Tenho certeza de que o capitão me
concederia tanto... porque acho que ele gostaria que eu fosse feliz.
"... O O." Shin abriu os lábios, incapaz de aguentar mais.
Ele sabia que provavelmente deveria ter ficado ali parado e escutado, mas... era demais.
"Você não precisa se esforçar assim... Você não precisa fingir que está tudo bem."
Ao ouvir isso, Theo contorceu sua expressão em um sorriso choroso. Ele sabia que Shin não
veio aqui para isso.
“Eu sei... Deixe-me blefar, no entanto. Eu estive me apoiando em você por tanto tempo...
De agora em diante…”
…não me deixe confiar mais em você. Não me diga que posso depender de você.
"…Desculpe. Por ter você como nosso Ceifador... Deve ter sido um fardo tão pesado de carregar.
Carregar os nomes e corações de todos os seus camaradas caídos até chegar ao seu destino
final. Para Theo e todos os outros que lutaram ao lado de Shin, esta foi uma preciosa salvação. Mas
para Shin, que foi aliviado por todos os seus camaradas, foi um fardo indescritível.
"Obrigado. Para tudo. E eu sinto muito. Realmente."

Shin reflexivamente tentou negar suas palavras, mas ele reconsiderou por um momento e ficou
em silêncio. Ele queria negar a existência de qualquer fardo. Mas isso não era verdade.
“Sim… Era muito para carregar. Realmente foi. Do começo ao fim."

Sendo confiado, confiado com todos esses sentimentos.
“E por causa do quão pesado era, eu senti que não poderia simplesmente me deixar morrer e
jogar tudo fora. Eu não desmoronei ao longo do caminho porque muitas pessoas confiaram em mim...
Tenho contado com você da mesma forma. Sentir que eu poderia ser essa pessoa para todos tornou
tudo mais fácil.”
Ser confiável era o que o mantinha em movimento. Ele sentiu como se o consolo e o alívio que
oferecia aos outros fossem sua própria salvação. Esse tipo de relacionamento era difícil de manter.
Cada um deles era um fardo pesado, porque eram muito queridos para ele.
Depois de um longo silêncio, como se examinasse a resposta de Shin, Theo finalmente assentiu.
"…Eu entendo." Ele acenou com a cabeça uma segunda vez, profunda e profundamente. “Então
até isso foi útil para alguma coisa. Nesse caso…"
Ele olhou para cima, seus olhos verdes mais uma vez desamparados e perdidos, mas ligeiramente
aliviados e brilhantes. "...então você
vai ficar bem sem mim, certo?"
“Não vamos ficar bem. Mas sim... nós daremos um jeito.
“Acho que agora também consigo. Estou... só um pouquinho aliviada. O
orgulho dos Oitenta e Seis não vai se tornar minha maldição.”
Ele não precisava deixar que o orgulho dos Oitenta e Seis o guiasse para um futuro onde tudo o
que o esperava como recompensa por seus esforços era a morte. Em vez disso, eu
deixaria que a oração do capitão se tornasse sua maldição, para que o campo de batalha não se tornasse
seu túmulo.
“Por enquanto, vamos tentar o nosso melhor… Para que, quando as coisas ficarem difíceis, possamos
podem pedir apoio uns aos outros.”
Não seria uma relação unilateral, como tiveram até agora, com
apenas um deles contando com o outro. Desta vez, eles seriam iguais.
“Até esse dia chegar, espero poder dizer que você pode confiar em mim durante os tempos difíceis.”
Saindo do hospital militar, Shin sabia que precisava começar os preparativos para seu retorno ao serviço
como comandante de operações. E ainda assim, de uma forma ou de outra, ele se viu vagando pelos
corredores da base, antes de parar em frente ao modelo de esqueleto de leviatã. Quando ele o viu pela
primeira vez quando criança, era como se estivesse admirando os ossos de uma criatura mítica.
Mais de uma década se passou desde aquele dia, mas mesmo agora, olhar para cima o fazia sentir
como se estivesse olhando para o esqueleto de um dragão. Mesmo agora, quando ele viu um verdadeiro
tirano dos mares, grande o suficiente para fazer esse esqueleto parecer um bebê em comparação.
Então você vai ficar bem sem mim, certo?

"…Nós vamos?"
Ele disse a Theo que eles conseguiriam, mas honestamente, ele nem tinha certeza se isso era
verdade. Ele não podia mostrar esse tipo de fraqueza para Theo, então ele disse o que disse, mas não
estava confiante na resposta.
Porque não havia nada que ele pudesse fazer. O final que Theo enfrentou, a perda que sofreu em sua
batalha final, foi algo que Shin não pôde fazer nada. Não havia como mudar o passado. Algumas coisas
estavam além até mesmo de Shin, e isso era algo que ele não podia fazer nada.
Nem agora, nem nunca.

O esqueleto do dragão acima dele não respondeu, é claro. Deixando escapar um suspiro, Shin se
virou quando de repente encontrou Lena em pé à sua frente. Pego de surpresa, ele piscou algumas vezes.
"…O que está errado?" ele perguntou.

"O que você quer dizer…? Você estava atrasado, então fiquei preocupada,” Lena respondeu.
Ela caminhou até ele com um sorriso forçado, mas sua expressão era
claramente uma fachada. Lena conhecia Theo há bastante tempo. Verdade, ela só o conhecia
por sua voz durante muito tempo, mas eles ainda mantinham uma conexão por vários meses.
Sua saída da linha de batalha também pesou muito para Lena.
"Como foi Theo...?"
“Ele está fazendo cara de bravo… Ele disse que ficaria bem e que eu não deveria deixá-lo
confiar em mim.”
Theo disse isso, embora ninguém o culpasse por atacar. Shin tinha ido vê-lo para lhe dar
uma chance de liberar todas aquelas emoções reprimidas e não resolvidas, mas Theo não
permitiria isso.
"Isso é... o que ele disse, hmm?" Lena disse, de pé ao lado dele.
Com seus olhos prateados, ela seguiu o olhar de Shin até o espécime de esqueleto.
“Não consigo imaginar a dor…”

Ela não especificou quem ou o que ela quis dizer. Ela provavelmente estava falando sobre
ambos. A dor da perda de Theo... A dor da impotência de Shin...
"...Sim."
Se não fosse pela fonte de conforto e calor ao seu lado, ele poderia ter sido incapaz de
concordar com essas palavras. E uma vez que ele os reconheceu, a realidade tornou-se
insuportável.
“Eu pensei que talvez... eu pudesse fazer algo por ele.
Este foi o sentimento do Ceifador... que colocou seus entes queridos acima de tudo...
“Se nada mais, eu queria proteger seu coração. Mas quando realmente chegou a hora, eu
não pude fazer nada. Não consegui encontrar uma única palavra para confortá-lo. Tentei
pensar: O que devo fazer? O que eu poderia fazer para ajudá-lo...?”
Mas nada me veio à mente.
"…Desculpe. Acabei desabafando com você.
"Não fique... Foi por isso que eu vim."
Lena olhou em seus olhos vermelho-sangue, que eram extraordinariamente frágeis.
Como se afirmasse silenciosamente que estava seguro com ela.
Você não pode salvar todos. Você não pode arcar com todos os fardos.
Shin provavelmente sabia disso melhor do que ninguém. As escolhas e os resultados de
Theo eram só dele. E Shin também entendia isso. Mesmo assim, ele não podia deixar de
sentir que isso nunca deveria ter acontecido. Que esse resultado o encheu de tristeza. E esses
sentimentos não estavam errados.
O fato de que ele podia confessar abertamente sua dor, e o fato de que sua própria
a impotência o estava esmagando - isso apenas servia como prova do quanto Theo significava
para Shin. E essa emoção nunca poderia ser invalidada.
Era por isso que expressá-lo não era lamentável. Ela não pensaria menos dele por isso.
"Depende de mim. Se você está sofrendo, leia sobre mim. Eu vou te apoiar. Podemos
carregar todos os fardos juntos. Sempre que você estiver triste ou com dor, eu vou... eu vou te
proteger.”
Ele era uma pessoa gentil. Uma pessoa aflita pelo infortúnio dos outros. Mas essa gentileza
o desgastou. Isso o consumiu até que ele não aguentou mais.
“Shin, de agora em diante, estarei ao seu lado nesses momentos difíceis. Estarei sempre
contigo.
Eu nunca vou deixar você para trás. Eu não vou te deixar triste. eu serei a única pessoa
você pode confiar em nunca te machucar. e…
"Eu também te amo.
“Eu quero passar minha vida com você. Quero voltar a ver o mar e, desta vez, quero que
seja contigo. Quero que vejamos juntos o mar de que você falou.
O implacável mar do norte, brilhando em um azul suave. O mar do sul no verão, suas águas
iluminadas com uma miríade de cores. Os fogos de artifício do Festival da Revolução. As cenas
de outono e inverno da Federação, que Lena ainda não havia vivenciado. Viajar pelo Reino Unido
e testemunhar as luzes do norte, como eles disseram que fariam. Observando o cenário pitoresco
da Aliança. As inúmeras cidades e países que nunca visitaram, que ficavam além dos territórios
da Legião.
Visitar mais uma vez o Setor 86 e ver suas flores desabrocharem.

Para ver tudo o que ele desejava mostrar a ela muito além do campo de batalha.
“Eu quero ver coisas que nunca vi antes com você. Quero admirar seu sorriso enquanto você
os mostra para mim. Eu quero compartilhar todas essas emoções. Toda a alegria, toda a tristeza.
Para sempre... Se possível.
Então você pode me contar sobre a dor que está sentindo agora. Para que você possa, um
dia, compartilhar comigo a história por trás dessa cicatriz em seu pescoço.
Ela passou as duas mãos ao longo de sua cicatriz, ficando na ponta dos pés para trazer os lábios para
dele. Apesar de ela tocar na cicatriz que ele sempre escondia com a gola do uniforme, Shin não
a rejeitou. Em vez disso, ele passou as mãos em volta da cintura dela com toda a delicadeza do
mundo e a puxou para mais perto.
Seus lábios, que ele havia mordido com muita frequência, tinham um leve gosto de sangue.
Por um momento, ela pensou ter detectado o gosto amargo das lágrimas. As lágrimas que ele se
recusou a derramar na frente dela. As lágrimas que ele não deixava ninguém ver. Então, como
se para limpá-los, ela o beijou.
Como o beijo de um juramento, uma promessa feita diante de Deus. Como o beijo de um
príncipe, que diziam provocar milagres.
Dela foi o beijo do juramento, uma promessa feita ao Ceifador. dela era o
Beijo da Rainha manchada de sangue, para trazer um milagre.
“Vamos, juntos, além deste campo de batalha. Vamos sobreviver a esta guerra sangrenta.
Vamos ver isso até o fim. Junto."
Até a morte eles se separaram?
Não. Eles não desejariam essa felicidade finita. Os ventos da guerra, sobre os quais viajava
a própria morte, eram persistentes e rancorosos e dispersariam tão fraco desejo com muita
facilidade.
Não, nem mesmo a morte poderia separá-los.
“Eu sempre esperarei pelo seu retorno. Eu nunca vou te deixar para trás…”
Seria nada menos que um milagre manter tal promessa neste campo de batalha de morte
certa. Mas como esse era um desejo que eles estavam determinados a conceder um ao outro,
tornou-se um juramento. "... então eu preciso que você sempre
volte para o meu lado."
Não importa o quão tumultuadas as batalhas à frente deles possam ser, ele
tem que escapar da beira da morte.
“Eu preciso que você volte para mim. São e salvo."
INTERLÚDIO
O REI DE ESPADAS E
RAINHA DOS CORAÇÕES
SEM FIM, TRIVIAL DEMAIS
DISPUTA
<<Por que você está aqui, Serpente? Sua próxima operação ainda não
começou?>> “É uma saudação e tanto, Zelene.”
Zelene havia sido devolvida à Federação. Sentada em seu recipiente dentro do laboratório, ela
fez sua pergunta a Vika, à qual ele respondeu com um encolher de ombros indiferente. Ele não
ofereceu nenhuma resposta real, simplesmente olhando para ela com o sorriso fino e venenoso de
uma cobra.
“Não é hora de você começar a falar com Nouzen da mesma maneira que fala comigo? Afinal,
essa é a sua verdadeira natureza como unidade da Legião. Apenas alguns dias atrás, você estava
rindo - e ele ainda não tinha percebido exatamente quanta tensão isso colocava em você...”
<< >>
A Legião eram máquinas de matar e nada mais. E máquinas de matar normalmente não
precisariam ser capazes de fala ou emoção humana.
Sendo uma pastora, Zelene podia se lembrar dessas coisas, mas a Legião
não estavam equipados com os meios para replicar essas funções.

Na verdade, até mesmo conversas ociosas colocavam uma pressão sobre ela que ameaçava
fritar seu cérebro de Liquid Micromachine. E ainda assim, ela não queria interagir com Shin
usando seu léxico mecânico normal. Apesar de tudo, Shin tentou tratar Zelene não como uma
unidade da Legião, mas como pessoa. E ela não queria enfrentar as emoções de Shin com um
comportamento que provasse que ela não passava de outra máquina de matar irracional.
Porque esse fato provavelmente causaria grande dor àquela criança doce e problemática.
<<…O que você quer de mim?>>
Vika deu de ombros novamente, optando por não prosseguir com o assunto.
“Você mencionou uma 'unidade Morpho número quatro', que serviria como vanguarda da
segunda ofensiva em larga escala. Encontramos um modelo que corresponde a essa descrição
nos Países da Frota. Uma unidade para combate naval, equipada com um railgun. Um navio de
guerra, ou melhor, um navio de assalto anfíbio.”
Por um momento, Zelene permaneceu em silêncio. Ela postulou que as unidades Morpho
produzidas em massa poderiam estar em construção, mas... um encouraçado? Nos países da
frota?
<<Desconhecido. Além dos limites da jurisdição desta unidade. Os dados relativos às bases de comando
de cada área e à construção de protótipos de unidades experimentais são de conhecimento apenas do

unidades comandantes de cada área de combate.>>
“Isso faz sentido, sim. Para manter as informações confidenciais em sigilo, as informações
não são repassadas a nenhuma unidade, exceto aos responsáveis por elas.”
<<Além disso…é desconcertante.>>
“Concordo.”
A câmera externa refletiu o brilho fraco no violeta imperial de Vika
olhos.
“O que eu queria confirmar com você é que o núcleo de controle do encouraçado Legion tinha
as redes neurais de outras pessoas adicionadas ao seu Shepherd, como um banco de dados
externo. Mesmo como um método de melhorar a Legião, esta é realmente uma escolha incomum.
Eles poderiam simplesmente ter trocado o velho Shepherd por um novo.”
A Legião era uma máquina de matar. O processador central de uma unidade nada mais era
do que um componente. Não havia como trocá-lo, se necessário, não fosse uma opção.
“Além disso, há o tipo de Alta Mobilidade. Você disse que foi desenvolvido como parte
da pesquisa sobre inteligência artificial. E você também disse... que demos um nome
interessante.
Fénix. O pássaro imortal que imolou seu corpo quando estava à beira da morte, apenas
para renascer de suas próprias cinzas.
“A vida eterna é a principal característica da Fênix. Foi um produto de pesquisa sobre a
imortalização da inteligência artificial. A Legião pode ser produzida em massa, mas há
unidades que não podem ser substituídas. O objetivo da pesquisa era encontrar uma
maneira de essas unidades permanecerem vivas para sempre. Em outras palavras, este é
um rascunho para a imortalização dos Pastores.”
E o fato de os pastores buscarem a imortalidade em vez da substituição… O fato de
eles insistirem em conectar novas redes neurais em vez de substituí-las completamente
significa…
“Os pastores atuais estão perseguindo obstinadamente a preservação de suas
personalidades ou – se me permitem ser tão estranhamente poético – sua própria
sobrevivência, não é? É quase como se eles…”
... temia a morte - assim como os frades, humanos fracos que os pastores tinham sido
em vida.
“Produzir em massa o Phönix e trazer o Noctiluca para o rebanho. Não faz sentido no
âmbito do reforço dos Pastores.”
Esse foi o consenso entre os oficiais da frente ocidental após o relatório do Pacote de
Greve. Como o major-general Altner afirmou isso, Willem - o chefe do estado-maior - e
Grethe, que havia retornado à base para comandar a operação em três frentes, cada um
acenou com a cabeça. Estavam todos no quartel-general integrado da frente ocidental, na
sala do chefe do estado-maior.
“Usar a Fênix para reunir as cabeças dos comandantes é uma coisa. Mas carregá-los
em um navio de assalto anfíbio como unidades de infantaria? Esse tipo de aplicativo não
faz sentido. Grauwolf teria sido suficiente... Não, Grauwolf teria sido a melhor escolha.
O Phönix se concentrou na velocidade a ponto de descartar armas vivas e armaduras

pesadas, o que foi uma falha fatal da perspectiva de Richard. A guerra moderna apresentava
canhões com alcances efetivos de algumas dezenas de quilômetros a até cem quilômetros.
Quatro cinco
O Phönix, que só tinha armas corpo a corpo, era indefeso diante de uma barragem
de artilharia, a menos que cruzasse grandes distâncias sob fogo letal. Sua agilidade
relativa e camuflagem óptica eram totalmente sem sentido ao confrontar o alcance e o
raio efetivo de altos explosivos.
Mesmo quando se aproximou com sucesso do Strike Package e de sua Rainha,
eles foram capazes de estabelecer contra-medidas eficazes para derrotá-lo. E, de fato,
havia perdido repetidamente para o Undertaker, que foi otimizado para combate corpo
a corpo, mas, ao contrário dele, era uma unidade tripulada.
O Phönix não produziu nenhum resultado que deveria encorajar a Legião
para produzi-lo em massa. E ainda assim eles escolheram fazê-lo.
“Para começar, o Noctiluca é um conceito estranho por si só. Eles provavelmente
pretendiam apresentá-lo contra os Países da Frota ou em sua luta contra o Reino Unido.
Mas o primeiro não era um oponente que eles precisariam do elemento surpresa para
derrotar. Eles poderiam simplesmente sufocá-los com suas forças existentes até que
morressem.”
Enquanto Grethe falava, ela descansou a bochecha contra a mão e acenou com a
outra com desdém. Ela não gostou da crueldade do assunto, mas não teria chegado ao
posto de coronel se não percebesse que esse pragmatismo insensível às vezes era
necessário.
“E o Reino Unido também não faz sentido como adversário.
Eles são um país do norte, seu clima é muito frio e sua população é relativamente
pequena. Acima de tudo, seu terreno é cheio de penhascos que deveriam ser
impossíveis para os Noctiluca cruzarem. Tudo isso significaria que se a Legião trouxesse
o Noctiluca para lá, ele acabaria em campos de batalha onde não seria útil.”
“Mas o fato é que ele tem um nível de poder de fogo que não podemos ignorar.
Cheira a diversão. Provavelmente devemos assumir que eles têm algum tipo de ângulo.
Ainda assim, por mais óbvio que seja uma isca, temos que lidar com isso. Por mais
irritante que seja — continuou Willem, claramente frustrado.
Isso foi surpreendentemente sincero vindo dele. Ele odiava ter suas emoções lidas,
e só mostrava esse tipo de honestidade diante de pessoas como Richard e Grethe, que
o conheciam há muitos anos.
“Acho que o verdadeiro objetivo da Legião estava na base Mirage Spire,”

disse Ricardo. “Não havia nenhuma razão real para construí-lo sobre o mar. Seja uma
planta de produção ou um posto de comando, eles poderiam ter construído em terra. Ás
O príncipe Viktor colocou apropriadamente, é um desperdício de recursos. E é exatamente por isso—”

“A Legião deve ter tido algum motivo que os obrigou a construir uma base marítima,
você diz... O que você acha, Grethe?” Willem dirigiu a conversa para ela.
“Não temos informações suficientes para formular uma hipótese, senhor. Exceto…
Bem. Acho que eles colocaram uma quantidade significativa de importância em fazer uma
base difícil de encontrar. Estamos de olho em seus territórios. Mas como eles não
desenvolveram nenhuma unidade naval conhecida, juntamente com o fato de que não
havia batalhas conhecidas da Legião ocorridas debaixo d'água, nunca teríamos pensado
em procurá-los no mar.
Richard considerou suas palavras com um "hmm". O raciocínio conferiu e combinou
com as informações adicionais que receberam da Santa Teocracia durante a expedição
até lá — das tendências claramente não naturais entre a Legião em seu território. O
comportamento da Legião, e talvez até mesmo seu objetivo, parecia ser uma combinação
perfeita.
Era como se estivessem tentando desviar a atenção da humanidade de algo até o
momento certo - talvez de algum tipo de instalação sendo construída ou de seu propósito.
“Willem, é possível analisar e reproduzir com precisão o Mirage

A estrutura do Spire usando o gravador de missão do Reginleif? Grethe perguntou.
“Está sendo trabalhado, mas não temos dados de imagem suficientes para criar uma
reprodução perfeita”, respondeu ele. “E como o Noctiluca foi além e destruiu sua própria
maldita base, não podemos investigar mais…
No entanto, acho que o fato de que o Noctiluca decidiu destruir o local dá credibilidade à
ideia de que o próprio Mirage Spire era o objetivo principal aqui.
“Portanto, na próxima operação, teremos que tentar obter as informações da base
deles. E é por isso que você finalmente está fazendo o que tem evitado todo esse tempo
e organizando os antigos exércitos privados da nobreza em regimentos de exército livre.”
Durante a Era do Império, cada nobre possuía uma força militar composta por seus
subordinados e parentes de sangue. Quando a Federação surgiu, os nobres influentes
mantiveram suas posições como o alto escalão. Enquanto isso, a revolução deu à classe
média o direito de ingressar nas forças armadas e expandir seus números e influência
sobre o exército.
Devido às segundas intenções de ambos os grupos, os exércitos privados que os
nobres de alto escalão retinham para proteger sua propriedade privada
nunca havia sido organizado no exército da Federação - apesar de onze anos de guerra
e incontáveis baixas.
O fato de que essa organização privada estava sendo introduzida significava que o
exército da Federação estava finalmente perdendo a compostura. Mesmo que a unidade
de elite dos nobres, que havia sido incorporada às forças armadas da Federação, ainda
não tivesse feito nada digno de nota.
“Vou dizer isso para registro, mas os Regimentos Livres não são vistos com bons
olhos…”, observou Grethe. “Não importa quantos soldados plebeus tenham que morrer,
os nobres só se importam com suas lutas pelo poder. E assim seus soldados aprenderam
a buscar o mérito por todos os meios possíveis.”
Apesar de sua observação contundente, Willem, que era um desses nobres, não
parecia se importar.
“As reclamações dos plebeus soam vazias. Eles são os únicos que rejeitaram
organizar os exércitos privados nas forças armadas porque não queriam que os nobres
tivessem mais influência marcial.”
Dito isto, a verdadeira razão pela qual a introdução dos exércitos privados foi adiada
foi porque eles estavam esperando que o número de plebeus diminuísse naturalmente
após o combate contra a Legião. Uma razão fria, ponderou Richard, e certamente não
uma que pudesse ser dita em voz alta. Os nobres vigiariam a Guerra da Legião
despreocupados, pois a maioria dos soldados civis morreu no conflito. E então, quando
a guerra naturalmente se aproximasse de sua conclusão, eles forneceriam seus exércitos
privados para os militares da Federação como forças fortes e saudáveis, permitindo que
a velha nobreza assumisse o controle.
Este era o verdadeiro objetivo dos nobres. Eles estavam se preparando para o
conflito entre a aristocracia, que certamente estouraria quando a guerra se intensificasse.
Durante os últimos dias do Império, a corte imperial se dividiu em facções, com a maioria
das pessoas sem saber. A facção imperial, que tinha como propósito declarado a
proteção da família real imperial, havia sido reduzida a uma turba desordenada com a
extinção da linhagem imperial.
Mas havia uma facção que buscava se instalar como a nova linha imperial. Uma
facção que manteve seu poder e influência até agora e conspirou para derrubar o governo.
“A arquiduquesa Brantolote se considera a rainha da nova linhagem imperial e, de

fato, ela não se importa se algum dos plebeus morrer. Foi por isso que enviaram aquele
regimento, Myrmecoleo.
Esse foi o regimento que havia sido despachado para a Santa Teocracia
com o Pacote Strike. Antlion - um monstro com cabeça de leão e corpo de formiga.
Um mestiço patético de uma criatura que poderia caçar sua presa, mas nunca seria
capaz de digeri-la, inevitavelmente morrendo de fome.
…De fato, uma coisa lamentável.
“Honestamente, vocês, nobres, não desistirão de suas antigas lutas, mesmo com
o Império em ruínas.” Enquanto Richard semicerrava os olhos em autodepreciação e
um toque de melancolia, a voz de Grethe cortou seus pensamentos. “O antigo
antagonismo e rivalidade entre os Onyxes e os Pyropes que vem acontecendo desde
o início do Império… Suspeita-se que a unidade inimiga na Santa Teocracia ajude o
Noctiluca com seus reparos e seja algum tipo de novo modelo que é alguma forma
relacionado a ele. Você não precisa obter nenhuma informação do Noctiluca, então
provavelmente usará esse novo protótipo de arma para destruí-lo. Você não pode
deixar que os Pyropes, o Regimento Myrmecoleo, ponham as mãos em qualquer
informação crucial, pode?
Ricardo deu de ombros. Grethe estava certa, até certo ponto. O Noctiluca não
servia para coletar informações. Shin havia confirmado isso. O pastor que o possuía
não era um oficial imperial. Não tinha as informações de que eles mais precisavam.
“Os Pyropes têm seus próprios motivos ocultos, assim como nós. Afinal, a 1ª
Divisão Blindada tem o Capitão Nouzen. Ele está sob a proteção do presidente
temporário, Ernst Zimmerman. E o mais importante, ele é um Nouzen.”
Ernst serviu como presidente porque liderou a revolução e foi apoiado pelos
cidadãos, mas o sucesso da revolução não pode ser atribuído apenas a ele. Ele era
um Jet - que era considerado uma sub-raça do Aquila - e um servo. Ele foi apoiado
pelas famílias Onyx, que, sob as instruções de seu líder, lutaram pela democracia.
Essa facção incluía a Casa Altner, a família de Richard; e a casa de Willem,
Ehrenfried.
E havia a maior facção de Onyx, que, após a guerra, provavelmente entraria em
conflito com a Casa Brantolote e as famílias Pyrope abaixo dela em sua tentativa de
coroar sua arquiduquesa.
O líder dessa facção Onyx era a Casa Nouzen.
A espada amaldiçoada do Império, os generais negros. Guardiões da Casa Adel
Adler e descendentes dos destruidores.
“São eles que não querem que ele tire o crédito por afundar brilhantemente a
unidade mais poderosa da Legião até hoje. eles desejam
impede a habilidade dele e dos Oitenta e Seis de mostrar às massas mais feitos de
heroísmo. Isso é o que a megera dos Brantolotes e sua nova facção dinástica estão
tentando alcançar.”
cinquenta
CAPÍTULO 2
O CAMPO DE BATALHA CINZENTO
As cinzas caíram como neve.
Shin atravessou o hangar temporário, calçando as luvas enquanto o som do anúncio do

oficial de controle Noiryanaruseano ecoava pela estrutura. Seu sotaque era estranho; tinha
uma entonação que fazia tudo o que ele dizia soar como uma oração.
O hangar estava cheio de Reginleifs lado a lado. Eram todas as unidades da 1ª Divisão
Blindada — ou batalhão avançado, como foram chamados nesta operação. Seus números
diminuíram em comparação com quando o Strike Package foi lançado pela primeira vez, e
Stollenwurm e Alkonosts preencheram a mão de obra que faltava.
A Marca Pessoal da Laughing Fox não estava à vista.

…O.
O pensamento passou pela cabeça de Shin de que ele provavelmente estava sendo
transferido para o hospital da Federação agora. Ele então balançou a cabeça ligeiramente.
Uma nova operação estava prestes a começar. Não era hora de se distrair.
Uma característica das instalações militares da Santa Teocracia era que elas foram
construídas para serem completamente isoladas do exterior. Uma combinação de paredes
externas e persianas transparentes especialmente projetadas criou uma vedação hermética
em torno do hangar temporário em que Shin estava. O ar foi filtrado através de respiradouros.
Talvez por isso faltasse a este hangar o habitual cheiro a pó ou o cheiro a metal
queimado, conferindo-lhe o ar puro e limpo de um espaço religioso. Não parecia nem um
pouco com uma instalação militar. As paredes, pisos e teto eram feitos de materiais cinza-
pérola que tinham um certo brilho.
De pé no meio desse cenário havia uma grande sombra negra. Ele ficava do lado oposto
da linha de Reginleifs, sua estrutura maciça quase roçando o teto. Seu revestimento cor de
bronze era a sombra da noite, que acenava para toda a vida em um sono eterno.
A Armée Furieuse. O Motoqueiro Fantasma.
“Vamos confirmar a operação, então, Coronel Vladilena Milizé.”

Comparado com o design não refinado dos militares da Federação, o quartel-general da
Santa Teocracia do 3º Corpo de Exército de Noiryanaruse, Shiga Toura, parecia uma
espécie de sanctum sanctorum pagão.
O comprimento e a largura do dossel elíptico eram decorados com o que pareciam ser
veios de folhas de prata, com o próprio teto sendo feito de vidro opaco. O chão e as paredes
eram polidos como espelhos, pintados de um cinza perolado que brilhava como um arco-íris
estilhaçado.
O interior do hemisfério de vidro era composto de telas holográficas de formato especial
que exibiam todo tipo de filmagem. Imagens brilhantes foram projetadas no ar, produzindo
consoles de painel de toque. Estes foram operados por soldados encapuzados. Isso, junto
com seus uniformes cinza-pérola, dava a impressão de que eram monges.
A metade frontal do hemisfério do quartel-general tinha o mapa da operação projetado

em sua tela holográfica. Enquanto o comandante do 3º Corpo de Exército falava, um ponto
no quadrante norte do mapa, onde ficavam os territórios da Legião, começou a piscar.
“Nosso alvo está dentro do setor em branco. Devemos destruir a nova unidade da
Legião que avançou cerca de setenta quilômetros das linhas de frente - o tipo Ofensiva
Fábrica, designada Jiryal Cuckoo. As forças participantes serão meu 3º Corpo de Exército,
Shiga Toura, e o 2º Corpo de Exército, I Thafaca. Além disso, desta vez, seremos
acompanhados pela Brigada de Expedição da Federação - a 1ª Divisão Blindada do Pacote
de Ataque e as duas
regimentos que formam o Regimento Livre de Myrmecoleo.”

A gravidade abstrusa e gentil dessa voz parecia ressoar como o tilintar de incontáveis
cacos de vidro tilintando uns contra os outros. Sua ressonância ecoava como se fosse o
padrão suave de gotas de chuva contra a argila. Lena não pôde deixar de olhar para a figura
em confusão... Nas duas semanas desde que a 1ª Divisão Blindada foi despachada para a
Santa Teocracia, ela não conseguia se acostumar com a presença deste comandante do
corpo.
Sentindo o olhar de Lena, a menina pequena e delicada, com cabelos dourados como
raios de sol, riu.
“Parece que os comandantes das nações ocidentais já se acostumaram comigo, mas
quando me conheceram pela primeira vez, ficaram boquiabertos. Ver alguém agir de forma
tão escandalosamente chocada é uma surpresa agradável.”
Ela foi a segunda sagrada general, Himmelnåde Rèze.
Essa garota era a comandante do 3º Corpo de Exército da Santa Teocracia, com a qual
Lena e o Strike Package deveriam cooperar durante esta expedição.
Sim, comandante do corpo .

Dependendo do país, a definição de corpo pode mudar, mas normalmente era uma
grande unidade composta por várias divisões e incluía cerca de cem mil soldados. Grethe
liderava uma brigada e um regimento, que eram menores que uma divisão, mas o fato de
ter recebido essa autoridade quando ainda tinha vinte anos era uma exceção que só foi
possibilitada pela guerra em andamento. Uma adolescente servindo como comandante de
corpo foi além de ser excepcional. Foi bizarro.
É verdade que seu posto não era tão alto quanto o de Vika, que comandava as forças
terrestres de sua pátria — compostas por vários corpos. Mas o Reino Unido era uma
monarquia despótica onde os reis detinham autoridade suprema sobre os militares, e Vika
era um príncipe. Era natural que o filho do rei recebesse algumas de suas autoridades.
“Minhas desculpas, Segundo General Rèze. Ouvi dizer que isso não é considerado
incomum aqui na Santa Teocracia, mas…”
“Por favor, me chame de Hilna. Você tem mais ou menos a mesma idade da minha irmã mais velha,
Coronel. Eu ficaria feliz se você pudesse me tratar como se fosse uma irmã mais nova.”
Lena não conseguiu esconder sua confusão, à qual Hilnå reagiu com uma risada
agradável e estridente. Seu cabelo loiro fino e solto era tão fraco quanto os raios do sol da
primavera. Seus olhos eram o pálido e doce tom dourado dos primeiros
noite. Seus ombros, delicados como as asas de um cisne, e seus braços delicados estavam
escondidos atrás de um traje branco. Ela segurava um bastão de comando que era mais alto
do que ela; era um tubo de vidro com sinos aplicados a ele, que soavam cada vez que se
movia.
Com seu lindo sorriso imutável, ela falou em um tom totalmente desprovido de malícia.
“É da natureza humana favorecer a devassidão, e a humanidade é frequentemente

ensinada a permanecer mundana e humilde. Como tal, não posso culpar os estrangeiros por
não seguirem os rígidos preceitos de nossa fé sagrada de Noirya. Eu particularmente não
espero compreensão dos libertinos da República, que se recusam a se dedicar aos deveres
da deusa da terra. Sabemos disso há três séculos e não nos importamos. “…”
Antes de partirem, Grethe a alertou sobre isso. Ela explicou a ela que os modos de pensar
da Santa Teocracia provavelmente a confundiriam, e então ela contou a ela sobre eles antes
do tempo. Pensando nisso, Lena suspirou internamente. Cada vez que ela falava com Hilnå
ou com os oficiais da equipe da Teocracia, ela percebia como seus valores fundamentais
eram diferentes.
Os países do extremo oeste - com a Santa Teocracia como centro - praticavam uma
religião chamada Noirya. Eles consideravam a deusa da terra e os destinos que ela governava
como a divindade absoluta. A fé postulava que a deusa concedia às pessoas os papéis que
elas deveriam cumprir e os destinos que deveriam cumprir. Todas as almas nasceram em
suas famílias para cumprir esses papéis.
Noirya era a religião nacional da Santa Teocracia, e sua doutrina era estritamente seguida,
considerada ainda mais elevada do que as leis da nação. Nesse país, não se podia escolher
a própria profissão, e a casa era vista como o fator mais importante nos casamentos.
Individualismo e liberdade de escolha simplesmente não existiam.
Um oficial militar da Teocracia, que estava em silêncio ao lado de Hilnå até agora,
pigarreou alto. Os ombros de Hilnå estremeceram, como se ela tivesse acabado de ser
repreendida.
“Ah… Minhas desculpas. Eu disse algo rude?
Seus olhos dourados disparavam nervosamente, como um gatinho repreendido. Sim,
apesar do que ela disse, Hilnå não quis dizer nada com isso. Sua maneira de pensar era
ligeiramente, embora fundamentalmente, diferente da de Lena.
Além disso, a linguagem da Santa Teocracia era diferente da linguagem comum

usada pela República e pela Federação. Hilnå, no entanto, falava na língua comum
desde que Lena e o Pacote de Greve foram despachados para a Santa Teocracia, a
fim de acomodá-los. Ela falava com tanta naturalidade que Lena às vezes esquecia que
essa não era sua primeira língua.
“Não, não deixe que isso te incomode… Além disso, Hilnå, sinta-se à vontade para me chamar
de Lena.”
A expressão de Hilna se iluminou. A esse respeito, ela era muito jovem

que era três anos mais novo de Lena.
“Oh, muito obrigada, Irmã Lena!”
O oficial de estado-maior tossiu secamente novamente. Desta vez, Hilnå deu de
ombros de forma exagerada. Os olhos do oficial de estado-maior permaneceram fixos
à frente, mas seu olhar tinha a afeição gentil que alguém poderia dirigir a uma irmã mais
nova e a profunda reverência que alguém demonstrava por sua querida princesa.
Pareceu a Lena comovente. Este pequeno comandante de corpo deve ser muito amado
por seus subordinados.
“Nesse caso, Hilnå, há algo que eu gostaria de perguntar. Como você descobriu o
Cuco Jiryal quando ele está a setenta quilômetros das linhas de frente?”
“Os oráculos da divisão de previsão o detectaram”, respondeu Hilnå.

Percebendo a confusão nos olhos de Lena, o oficial de estado-maior
acrescentou: “Oráculos são como chamamos aqueles agraciados com a habilidade
psíquica do Heliodoro, Coronel. Talvez possa ser melhor descrito como a capacidade
de detectar preventivamente ameaças que se aproximam de si e de seus parentes e
camaradas. Ao contrário da clarividência dos Pyropes e da visão futura da Sapphira,
eles não podem observar a ameaça de forma tangível, mas em troca, o raio efetivo de
sua detecção é muito maior. Os oficiais oráculos de nossa geração podem detectar
toda a área ao redor das nações amigas do extremo oeste.
“Acredita-se que os oráculos sejam uma das principais razões pelas quais nossa
Santa Teocracia e os países vizinhos conseguiram manter suas terras. Diz-se que nos
tempos antigos, muito antes de a Santa Teocracia ser estabelecida, havia um oráculo
cujo alcance de detecção estendia-se por mais de cem mil quilômetros.”
Isso lembrou Lena de Shin, cuja habilidade era capaz de abranger toda a República
e a frente oeste da Federação... Embora cem mil quilômetros parecessem uma figura
exagerada.
Hilnå continuou:
“Como disse o oficial de estado-maior aqui, os oráculos não têm uma visão
tangível das ameaças que percebem. Enviamos batedores para dentro do território
da Legião, e foi assim que descobrimos aquele gigante, o Cuco Jiryal.”
“Com base nas observações preliminares da Santa Teocracia, estima-se que o

Halcyon seja uma versão melhorada do Weisel. Felizmente, isso também significa
que ele herdou a velocidade de movimento lento do Weisel de alguns quilômetros
por hora.”
Ao contrário da Federação, da República, da Aliança e do Reino Unido, que
compartilhavam a mesma língua comum com diferentes dialetos, a Santa Teocracia
e a língua dos países do extremo oeste deram aos seus falantes um sotaque único.
Como tal, Shin e os oficiais da Federação lutaram para pronunciar suas palavras.
Para tanto, quando os militares da Federação se comunicavam entre si, usavam

uma designação diferente para o tipo de Fábrica Ofensiva: Halcyon. Como a Santa
Teocracia, baseava-se na imagem do pássaro do submundo.
Idílico. Um pássaro lendário disse viver nos mares do norte.

Olhando para frente, Frederica deu um passo à frente e franziu a testa.
“…Mesmo assim, isso é bastante incômodo. Resumindo, isso significa que o
Halcyon se combinou com o Noctiluca. Acredito que poderíamos continuar nos
referindo a ele como o Noctiluca do mesmo jeito.”
“Isso é apenas uma teoria, dadas as circunstâncias. Não podemos verificar isso
até destruí-lo e, posteriormente, investigá-lo.”
Embora, na verdade, a habilidade de Shin tenha praticamente confirmado que
esse era o caso. Logo após chegar à Santa Teocracia, ele sentiu o Noctiluca, e não
demorou muito para ele concluir que tinha ouvido sua voz vindo do que os militares
da Sagrada Teocracia descreveram como o Cuco Jiryal.
Mas superficialmente, eles tiveram que fingir que não passava de uma hipótese.
Eles não podiam revelar nem mesmo a existência do Para-RAID para a Santa
Teocracia, e eles foram estritamente ordenados a usar apenas o rádio para se
comunicar e manter a existência do dispositivo RAID em segredo.
“Você está certo… Então, já que esta Legião pode ser o Noctiluca, por que não
está atirando em nós apesar de estarmos em seu alcance efetivo?”
“Ele está apenas fora do alcance efetivo, então provavelmente pretende bombardear
as linhas de frente e a retaguarda de uma vez. Nós previmos isso. Com esse tamanho,
é improvável que seja capaz de disparar e se mover ao mesmo tempo.”
Por mais amplo que fosse o alcance de tiro do inimigo, sua velocidade de
movimento era excepcionalmente lenta. Ele tinha que parar de se mover sempre que
atacava, então sua tática ideal seria chegar o mais perto possível antes de ser alvejado
e varrer todas as linhas inimigas de uma vez.
Com isso dito, Shin estreitou os olhos. Fazia todo o sentido que a Teocracia
estivesse em pânico.
“Com o alcance de um Morpho ou Noctiluca, dependendo de onde o inimigo atira,
ele poderia facilmente bombardear todo o território da Teocracia. Na pior das hipóteses,
esta unidade da Legião pode acabar dizimando toda a nação.”
“Então, hum, nossa missão é destruir o Halcyon antes que ele chegue à sua posição
de tiro prevista, certo?”
Rito estava liderando o 2º Batalhão no lugar de Yuuto, e Michihi assumiu o comando
do 3º Batalhão. Eles foram posicionados quinze quilômetros à frente do Armée
Furieuse, perto das linhas de frente.
Eles estavam em um depósito de suprimentos camuflado para munição e
combustível. Até os armazéns camuflados pré-fabricados eram de cor cinza pérola. Um
intérprete da Teocracia os informou que, como esses armazéns eram apenas
ligeiramente herméticos, seria melhor eles ficarem sentados em seus Feldreß. E assim
eles embarcaram nos cockpits de suas unidades. Rito falou enquanto chamava o mapa
de operação em sua tela óptica.
Ele sentiu o sorriso sarcástico de Michihi através do Para-RAID e do rádio,
que estavam trabalhando em conjunto.
“Eu diria que é pular muitas etapas, Rito. você fez isso
parece que todos nós vamos apenas carregá-lo.
"Eu sei eu sei. Primeiro, os militares da Teocracia vão lançar um ataque diretamente
contra a Legião para mantê-los presos. Enquanto isso,
O batalhão avançado do Cap'n Nouzen e nós da força principal estão escondidos, certo? O
povo da Teocracia é muito forte. Eles estão totalmente bem em lidar com a diversão por conta
própria.
Mesmo da perspectiva de uma ex-criança-soldado como Rito, os militares da Teocracia
pareciam completos, disciplinados e poderosos.
Suas instalações e equipamentos estavam muito mais esgotados em comparação com os de
um país grande como a Federação, mas seus ânimos estavam elevados, e tanto as unidades
posicionadas nas linhas de frente quanto os soldados que guardavam a frente doméstica
estavam preparados.
Parecia que eles estavam adorando o comandante do corpo, no entanto. Eles carregavam
retratos dela e rezavam para sua imagem a cada passo ou cantavam seu nome. Bandeiras
representando ela tremulavam ao redor deles, e os cânticos dos soldados sem rosto podiam
ser ouvidos em todos os lugares. O fervor religioso de toda a cena era desconcertante, mas
acima de tudo…
“… Essa é facilmente a parte mais assustadora.”
Rito rapidamente dirigiu seu olhar para os soldados. Os soldados da Teocracia que
caminhavam do lado de fora do hangar estavam cobertos da cabeça aos pés em trajes de
vôo cinza-pérola que cobriam completamente seus corpos, e também usavam máscaras e
óculos de proteção que escondiam seus rostos. Eles pilotavam alguns Feldreß de formato
estranho que eram da mesma cor cinza pérola de seus uniformes.
A cena era como uma fileira de cavalos resplandecentes, montados por cavaleiros sem
rosto em meio à neve cinzenta.
“Eu sei o que você quer dizer, mas eles não têm escolha. O
O campo de batalha da teocracia… O setor em branco está cheio de cinzas.”
A península Severed Head, localizada no final da ponta noroeste do continente. Ou como
era conhecido - o setor em branco. Um terreno baldio fechado por cinzas vulcânicas que
choveram sobre ele por vários séculos. O vulcão localizado no centro da península tornou-se
ativo, lançando grandes quantidades de fumaça e cinzas vulcânicas e tornando a terra
inóspita para a vida humana.
Com países inteiros de pessoas e animais selvagens fugindo da área, a faixa de terra foi
abandonada por centenas de anos. No momento, o sol havia sido bloqueado pelas cinzas e
fumaça que nublavam os céus, e a superfície estava coberta por uma espessa camada de
cinzas. Os metais pesados recolhidos com o magma poluíram as águas, criando uma
verdadeira terra de ninguém.
A maior parte da ofensiva da Legião enfrentando a Teocracia ficou em branco
setor sua principal esfera de influência. Como tal, o campo de batalha da Teocracia estava
centrado em torno desta região vulcânica.
Esta foi a razão por trás dos uniformes estranhos da Teocracia e do design exclusivo de
Feldreß.
A cinza vulcânica foi o resultado do magma derretido irrompendo do subsolo e subindo
para a superfície como partículas sólidas. Eles eram essencialmente pequenos cacos de vidro
natural. Suas bordas eram afiadas como navalhas e facilmente capazes de danificar a pele e
os globos oculares. Inalá-los por períodos prolongados pode causar sérios danos aos pulmões.
Simplificando, este não era um campo de batalha em que alguém poderia sobreviver com
qualquer parte de seu corpo exposta desnecessariamente.
Como tal, todos os soldados da Teocracia usavam trajes ambientais, sem exceção, sempre
que saíam dos hangares. Dito isto, seus militares não tinham patente que correspondesse a
soldados de infantaria. Em vez de ser atendido pela infantaria, o Feldreß da Teocracia usou
pequenas unidades de extensão móveis para cobrir o fogo no campo de batalha.
Rito podia ouvir a risadinha de Michihi.

"Mas você se dava bem com os pilotos, não é, Rito?"
"Bem, sim. Não consigo entender o que eles estão dizendo, mas brincar com eles foi muito
divertido.”
Os referidos pilotos eram crianças-soldados, aproximadamente da mesma idade dos processadores.
Eles ficaram bastante curiosos ao ver os primeiros estrangeiros que viam desde que podiam se
lembrar. Sempre que tinham tempo, vinham ao quartel do Strike Package para se divertir. Eles
trocavam doces, jogavam cartas ou simplesmente competiam no passatempo favorito dos
militares, flexões.
No final do dia, eles brincavam de frango com xícaras de chá, esperando não misturar
aquele com molho de pimenta e os temperos especiais da Teocracia.
Pelo menos eles fizeram até que Shin e alguém que parecia um oficial sênior da Teocracia
intervieram para repreendê-los.
Aliás, foi quando mostraram a Rito o retrato do comandante do corpo. Uma garota Citrina
com cabelos loiros brilhantes e olhos dourados. Eles seguravam esses retratos como tesouros
preciosos, como se apresentassem a imagem de algum tipo de princesa encantada.
“Row refoa, Himmelnåde. Tsuriji yuuna, Reze.” Significa aproximadamente: “nós

honro você, Lady Himmelnade. Rèze, nossa estrela guia…”
O oficial de estado-maior que assistiu ao briefing deu-lhe o significado
por trás dessas palavras. Esse oficial compreendia a linguagem da Federação e, ao recitar
as palavras, colocava a mão no bolso do paletó de seu uniforme cinza-pérola. Provavelmente
havia um medalhão ou algo do tipo nele que continha o retrato dela, porque ele parecia um
crente devoto quando realizou o gesto.
Era a própria imagem da adoração; de fanatismo; De fé.

Os oitenta e seis, que não acreditavam em Deus nem no céu, não conheciam ninguém
que já havia agido dessa maneira.
Fora do hangar, onde os Reginleifs estavam prontos, Rito podia ouvir o mesmo canto
de todo o campo de batalha do setor branco de neve cinzenta. Foi isso que o informou que
a operação havia começado. Os soldados sem rosto da Teocracia ergueram suas vozes
em louvor à sua princesa guerreira.
Rema refoa, Himmelnåde!

Tsuriji yuuna, Reze!
Assim começou a primeira etapa da operação. O corpo militar da Teocracia lançou seu
ataque, agindo como uma distração.
Como se para responder ao cântico jubiloso nas linhas de comunicação, Hilnå ergueu seu
bastão de comando em uma das mãos, balançando o topo de sua cabeça perolada para
tocar seus sinos. Os sinos de vidro soaram clara e friamente.
“Pelo destino da terra e orgulho de seu povo, Shiga Toura, marche!
A batalha nesta terra é a nossa guerra. Eu rezo para que você desempenhe seus papéis
com perfeição!”
As ordens de Hilnå foram claras como cristal e viajaram para longe, ressoando
docemente pelo campo de batalha cinzento. Mas no momento seguinte, os ecos delicados
de sua voz brilhante, semelhante a areia de sílica, foram substituídos pelos rugidos e gritos
de guerra dos soldados.
A visão disso oprimiu Lena. Ela nunca tinha comandado um exército tão grande.
"Isso é... incrível", disse ela, maravilhada.

Hilnå era mais jovem que Lena, mas suas habilidades de liderança e comando eram
impressionantes. A reação deles só poderia ser descrita como fervorosa devoção — até
mesmo fanatismo. O olhar de Hilna permaneceu fixo na tela frontal,
e ela não poupou um olhar na direção de Lena. Exibido naquela tela estava o emblema da
unidade de seu 3º Corpo de Exército, Shiga Toura: um cavalo cinza veloz e malhado.
“Todos os filhos do meu corpo tiveram seus pais e irmãos mortos pela Legião”, disse
Hilnå.
Lena arregalou os olhos em choque. Os nascidos na Teocracia tiveram suas profissões
decididas pela família em que estavam. Os soldados nasciam em famílias de soldados, o
que significava que todos os soldados que morreram nos últimos onze anos eram parentes
dos soldados que estavam ali agora.
As cinco divisões que compunham este corpo olharam para o símbolo vacilante,
franzindo seus lábios vermelhos como se estivessem segurando as lágrimas.
“Eu não sou diferente.”
Esse comandante de corpo de quinze anos fazia parte de uma família guerreira.
“Perdi minha própria família para a Legião. A Casa Rèze é uma família de santos com
grande influência política. Para honrar esse papel, quando a guerra estourou onze anos
atrás, os da Casa Rèze foram para o campo de batalha como generais. E todos eles
morreram. Todos eles... exceto eu.
Santo era um título dado ao mais alto clero da fé Noirya. Dentro da Teocracia, o clero
era visto como funcionários do governo, bem como comandantes militares.
Mas mesmo que Hilnå fosse muito jovem para ficar no campo de batalha durante a
eclosão da guerra, o pensamento de toda a sua família morrendo... A luta deve ter sido feroz.
Os olhos de Hilnå, dourados como o sol poente, se encheram de uma luz severa por um momento.
Mas quando ela se virou, suas feições pálidas haviam recuperado o sorriso gentil de antes.
“É porque eles sabem que todos me adoram tanto. Nós perdemos nosso
famílias, afinal... Todos nós fizemos.
Os Juggernauts estavam perto do Armée Furieuse em ordem de lançamento. Pilotando

Wehrwolf, Raiden ficou ao lado de Shin no modo de espera e ativou o interfone com uma
mão. Shin se virou para olhar em sua direção.
“Shin, o 2º e 3º Corpo de Exército da Teocracia se mudaram para se divertir. isso é
Em andamento agora. Devemos lançar em breve também, para permanecer dentro do cronograma.”
"Entendido. Frederica, prepare-se para se mudar também.

Enquanto ele olhava para ela com seus olhos vermelho-sangue e falava com uma voz serena,
Frederica assentiu com orgulho. Nesta operação, Frederica não ficaria no centro de comando com
Lena, mas entraria na batalha como pessoal de observação, fazendo uso de sua habilidade. Ela
havia sido posicionada com a força principal da brigada na retaguarda das linhas de frente, como
Rito e Michihi, onde trabalhou ao lado do batalhão de artilharia.
“Enquanto a unidade de desvio da Teocracia afasta a Legião, seu batalhão de vanguarda

avançará para trás das linhas de frente e manterá o alcance de operação do Halcyon sob controle.
Ao fazer isso, nós da força principal passaremos pela brecha criada pelo desvio e avançaremos
sessenta quilômetros no território da Legião para destruir o Halcyon... correto? Como você pode
ver, eu tenho uma compreensão firme da situação. Você pode contar comigo."
Shin assentiu. Mas, de repente, Frederica olhou para ele, o sorriso desapareceu de seus
lábios.
"Você reuniu a determinação de fazer uso de mim, Shinei?"
Ela não estava se referindo ao seu papel como auxiliar de observação nesta operação.
Ela quis dizer usar sua autoridade como a última imperatriz do Império para fechar permanentemente
a Legião.
“… Sinceramente, prefiro não,” Shin disse com um suspiro.
Ele era um Oitenta e Seis e se orgulhava de lutar até o último suspiro.
Colocar o destino da humanidade diretamente nos ombros de uma jovem e sacrificar uma criança
para acabar com a guerra... Sua bondade era algo que ele não podia aceitar...
Mas por causa dessa insistência, um de seus companheiros não pôde mais lutar. Por mais
amargo que estivesse em admitir isso, ele não desviou o olhar da cruel realidade que estava em
jogo.
“Mas eu quero que o sacrifício de Theo seja o último. Não pude fazer nada por ele, mas posso
fazer algo sobre isso... não posso me dar ao luxo de não fazer isso.
Não era apenas para seus companheiros Oitenta e Seis ou seus camaradas do Strike Package.
Foi assim que as vidas de inúmeros soldados em todos os campos de batalha onde a Legião
estava sendo combatida não teriam que ser perdidas.
Frederica continuou olhando para ele e sinceramente colocou seus pensamentos em palavras.
Para que ele não tivesse que arcar com o peso dessa decisão sozinho.
“Eu disse a você, não disse? Mesmo eu não serei uma criança para sempre. Raiden e
Vladilena pediram isso a você, e eu também. Confiando em mim, como você faria
confiar neles é o mesmo que pedir apoio a um companheiro de batalha... Você não precisa
se sentir relutante em fazê-lo.”
“Não vou colocá-lo em ação até que os preparativos tenham sido feitos. O fato de eu não
estar disposto a sacrificar você não vai mudar.
“Estou amaldiçoado a estar na companhia de um irmão superprotetor, ao que parece...
Mas que assim seja. Você nunca se permitiria agir da mesma maneira que a República.
Ela falou com um leve sorriso torto e então, como se tivesse percebido
alguma coisa, ela acrescentou:
“…No entanto, com relação àquele trunfo problemático que eles inventaram desta vez.
Por mais superprotetor que você seja, devo pedir que nunca mais me coloque nesse tipo de
coisa.
"Sim..."
O design do Halcyon inspirou-se tanto no Weisel quanto no Noctiluca - e era
apropriadamente enorme. A torre de 88 mm de um Reginleif não poderia causar nenhum
dano significativo a ela. Mesmo uma torre de 120 mm de Vánagandr ou uma de 125 mm de
Barushka Matushka não tinha poder de fogo para destruí-la.
E foi por isso que esta nova arma foi introduzida. Foi por isso que eles
pessoal de observação necessário. Porque esta nova arma era…
“... É apenas uma aposta arriscada após a outra com eles, não é?”
Frederica perguntou friamente.
“O fato de eles terem algum tipo de contra-medida preparada desta vez é uma melhoria”,
respondeu Shin.
De repente, uma voz interrompeu a conversa.
“Tenho certeza de que aqueles que carecem de uma arma na escala e majestade de
nosso cisne negro falariam com ciúmes. É por isso que acho os plebeus humildes tão
desagradáveis. Tanto quanto a anedota banal da raposa chorando uvas verdes, as massas
olham para a aristocracia com inveja mesquinha.
"…Com licença?" Frederica ergueu as sobrancelhas.
Embora a melhor pergunta a fazer fosse…
…Quem é?
Shin foi levado de volta pela voz condescendente que se intrometeu em seu
conversação. Não era, de longe, o tipo de voz que alguém esperaria ouvir em uma base militar.
“Para começar, o fato de que esses esqueletos frágeis são a força principal aqui, em vez do
maravilhoso Vánagandr do meu irmão mais velho, é surpreendente! Você deveria contemplar esta
unidade e conhecer a verdadeira majestade de um orgulhoso cavaleiro!”
Era a voz aguda... de uma jovem. Frederica inconscientemente desviou o olhar para o orador,
cujo tufo de cabelo acabava de atingir seu campo de visão. Olhando mais para baixo, ela se
deparou com um par de olhos dourados olhando para ela.
Era uma criança, de uns dez anos. Seu cabelo carmesim, quase rosa, estava enrolado em
duas tranças que pendiam de sua cabeça como um par de orelhas de cachorro. Apesar de estar na
linha de frente, ela usava um vestido de seda escarlate e uma tiara incrustada de pedras vermelhas.
Ela era, nos termos mais simples, uma garota muito vermelha .
Shin não a conhecia, mas se acostumara a ver essas coisas nessa expedição; ela era uma
mascote. A fim de garantir a destruição do Halcyon e reunir as informações necessárias, a 1ª
Divisão Blindada de Shin juntou-se a outra unidade da Federação.
O próprio Shin havia entrado no campo de batalha mais ou menos na mesma idade que essa
garota tinha agora, e ele também se acostumou a ver Frederica aqui. Mas entre os mascotes
militares da Federação, os Sirins do Reino Unido e o jovem comandante do corpo de exército da
Teocracia, a visão de meninas no campo de batalha estava se tornando muito comum. Embora
tivesse demorado mais do que a maioria das pessoas para chegar a essa conclusão, a situação
não era menos aparente.
"Você não quer dizer absurdo?" Frederica perguntou com uma sobrancelha levantada.
"Oh...!" A garota mascote levantou a voz em um gesto surpreendentemente franco de surpresa.
Frederica caiu na gargalhada sem reservas (provavelmente como forma de se vingar da garota
por seu comentário), e a garota olhou para ela, os cantos dos olhos levantando-se indignada.
"Como você ousa?! Seu bárbaro descarado!”

"Com licença?! Se alguém aqui é descarado, ouso dizer que seria você!
Shin soltou um suspiro cansado.
Ela repreendeu Rito sobre isso, mas a própria Michihi achou a Teocracia um pouco
estranha. Soldados sem rosto vestidos em um Feldreß cinza-pérola brilhante e
desconhecido, acompanhados por incontáveis pequenos drones... Mas o mais estranho
de tudo era a maneira como os militares da Teocracia se comportavam. Eles eram
solenes, cheios de piedade. Em vez de parecerem impiedosos, eles pareciam estar
marchando em peregrinação.
Algo sobre isso pareceu a Michihi indefeso e frágil. Talvez fosse porque os Oitenta
e Seis não acreditavam em Deus ou no céu.
O interfone crepitou e ela ouviu uma voz que não a alcançou.
através da Ressonância Sensorial.
“Você está nervosa, senhorita? Não se preocupe, o Regimento Myrmecoleo
protegerá igualmente o povo fraco da Teocracia, assim como vocês, filhos
indefesos do Pacote de Ataque.”
A carícia aveludada da voz carregava a entonação desagradavelmente suave,
única da antiga nobreza giadiana. O Império Giadiano era uma nação com mais nobres
e príncipes do que qualquer outra no continente e, aparentemente, havia vários dialetos
nobres.
Esse dialeto específico era diferente daquele usado por Richard, que era
tecnicamente o pai adotivo de Michihi, e do chefe de gabinete, Willem. Não era familiar,
o que talvez o tornasse mais desagradável ao ouvido.
Michihi suspirou baixinho, de uma maneira que não seria captada por este jovem.
Ela poderia dizer que ele estava tentando ser atencioso com ela à sua maneira. Ela
olhou ao redor, descobrindo que além da forma branca de seu Reginleif, Hualien, havia
mais uma unidade dentro do hangar. Erguia-se sobre oito pernas poderosas, sua
estrutura imponente coberta por uma espessa armadura composta.
Estava equipado com duas metralhadoras pesadas e um canhão de cano liso de 120
mm capaz de abater até mesmo um Löwe ou um Dinosauria.
Seu revestimento não era o revestimento de cor de aço da Federação, mas sim, um
cor canela viva.
Este foi o principal Feldreß da Federação - o M4A3 Vánagandr. Uma unidade
filiados à força que havia sido despachada com eles nesta operação.
"O Regimento Blindado Livre de Myrmecoleo... certo?"
Ela não estava muito curiosa sobre eles, mas Grethe explicou as circunstâncias com
antecedência. Eles já foram um exército privado sob o comando de um grande nobre e agora
foram integrados ao exército da Federação. O revestimento de cinábrio foi aplicado não apenas
em seus Vánagandrs, mas também nos Úlfhéðnar - os exoesqueletos usados pela infantaria
blindada que servia como seus consortes.
De fato, os nobres pareciam ter uma tendência para o fingimento teatral. Este revestimento
era uma cor viva e vistosa que não serviria para camuflar suas unidades no campo de batalha
pálido da Teocracia ou nos terrenos urbanos e florestais da frente oeste da Federação.
Na verdade, provavelmente não havia campo de batalha em que uma cor tão berrante faria
qualquer coisa além de destacar essas unidades. A guerra moderna era governada pela
racionalidade. Não havia lugar para nada tão anacrônico quanto cavaleiros passeando em
armaduras brilhantes.
A armadura vermelha refletia intensamente a luz fraca do hangar como um espelho. Isso
porque a armadura estava completamente imaculada. Talvez o revestimento tenha sido
reaplicado e polido para sua primeira verdadeira batalha. Era um contraste gritante com o
Reginleif, que carregava inúmeras cicatrizes e arranhões de suas batalhas sem fim, sem se
importar com isso.
Este Vánagandr estava intocado porque ele nunca conheceu uma batalha.
“Sei que você falou por bondade, mas não preciso de um novato em sua primeira batalha
para me tratar como uma criança... Eu apreciaria se você não me tratasse com condescendência,
por favor e obrigado.”
Cada uma das cinco divisões do 3º Corpo de Exército da Teocracia se lançou e entrou em
combate. Soltando um suspiro, Hilnå olhou para Lena e inclinou a cabeça inquisitivamente.
“Como você descreveria as pessoas do Regimento Blindado Livre? Eu não tive muita
chance de falar com eles...”
Ela tinha falado com o Oitenta e Seis, então? Lena se perguntou. A Brigada de Expedição
recebeu um quartel separado dos militares da Teocracia.
“Os Oitenta e Seis foram bastante amigáveis quando me receberam no hangar,

as salas de reunião ou os corredores. Também jogamos um pouco”, disse Hilnå.
Então ela tinha falado com eles.
Hilna sorriu enquanto se gabava de sua habilidade no jogo de cartas.
“Ouvi dizer que eles eram elites que fizeram do campo de batalha sua casa, mas
fiquei agradavelmente surpreso com seu comportamento amigável. Parece que os
Oitenta e Seis também se dão muito bem entre si.
“Eles são camaradas que sobreviveram ao campo de batalha do Setor 86, afinal.”
Lena sorriu ao responder, com um tom de orgulho na voz. “Mas quanto à sua pergunta...
desculpe, mas sou um oficial da República. Não estou a par de assuntos relativos às
forças armadas da Federação.
Alguns oficiais do estado-maior instaram Marcel a responder em seu lugar, e ele
abriu os lábios para explicar.
“Eles eram originalmente os restos dos regimentos que foram criados para defender
o território dos antigos nobres…” O olhar de Marcel disparou, como se buscasse refúgio
do olhar curioso nos olhos grandes, claros e dourados de Hilnå.
Nos tempos do Império, os governadores tinham seus próprios regimentos. Quando o
Império caiu, a maioria deles foi integrada às forças armadas da Federação, mas alguns
dos nobres mais influentes mantiveram alguns desses regimentos como exércitos
privados. A maioria deles é composta por jovens nobres ou filhos de ramos familiares
que extraem sangue dessas casas nobres.”
No Império, a nobreza era aquela da classe guerreira.
O recrutamento não era dever dos plebeus, mas um privilégio concedido apenas à classe
dominante.
“Portanto, o povo Myrmecoleo provavelmente é filho de antigos nobres.
O senhor deles é a Casa Brantolote, uma poderosa família Pyrope, então eu acho que
eles provavelmente são jovens nobres Pyrope.”
"Entendo..." Lena disse pensativa.
"Oh, é assim…?!" Hilna reagiu com entusiasmo.
Ambos assentiram, impressionados com a explicação fluida. De fato, o comandante
do regimento Myrmecoleo e os oficiais que eles viram no briefing eram todos bonitos e
refinados, como se poderia esperar de jovens nobres.
No entanto, Marcel, que havia oferecido a explicação, tinha uma expressão bastante
insatisfeita.
"Mas... Sobre isso... Eles..."
Correndo incansavelmente pelo hangar temporário cinza-pérola estava uma garotinha da Teocracia.
Ela era uma menina de seis a sete anos, jovem mesmo para os padrões de Bernholdt e dos soldados
Vargus, que estavam acostumados a ver mascotes.
Ela carregava consigo um cajado com um queimador de incenso esculpido no que pareciam ser
pilares de cristal. Brandindo-o sobre as cabeças dos soldados da Teocracia, ela entoou algum tipo de
oração antes que os soldados se separassem. Ela então correu para Bernholdt e seus homens. O
queimador de incenso na ponta de seu cajado balançava conforme ela se movia, então os Vargus
tinham que abaixar a cabeça de vez em quando. Um jovem intérprete militar da Teocracia correu até
eles, com uma expressão nervosa.
“Minhas mais profundas desculpas, sargento da Federação. É costume em nosso país receber
essas bênçãos antes de partirmos para a batalha.
Espero que não tenha achado desagradável...”
“Ah, não, está tudo bem. Obrigado senhorita."
A garota não conseguia entender o idioma da Federação, então ela olhou timidamente entre o
intérprete e Bernholdt. Em vez disso, Bernholdt se agachou e falou com ela na altura dos olhos.
Percebendo que ele estava agradecendo, seus olhos se iluminaram e ela sorriu de volta para ele.
Foi então que Bernholdt percebeu um grupo vestido com cores marcantes passar
pelo corredor que liga ao hangar. O Regimento Myrmecoleo.
"Que tal isso?" ele os chamou. “Eles poderiam abençoá-lo antes de sua primeira batalha.”
Mas eles nem sequer olharam em sua direção, muito menos disseram qualquer coisa. Eles
simplesmente passaram, seus físicos tão bem educados e desenvolvidos quanto se poderia esperar
de um oficial modelo. Mas a maneira como eles passaram por Bernholdt e seus companheiros Vargus
deu a impressão de que os estavam ignorando como se fossem cães vadios.
Os soldados Vargus zombaram.

“Já estamos acostumados com eles. Eles são assim desde que eram
implantado aqui. Caras assustadores, no entanto.
“Bem, isso é nobre para você. Os governadores nunca tratam ninguém com decência humana
básica”.
Não era tanto que eles consideravam as pessoas dos territórios de combate como bestas, como
as pessoas do Império faziam. Era mais que os nobres imperiais não viam ninguém além de seus
colegas nobres como humanos. sejam eles
ex-súditos do Império ou animais, eles eram igualmente indignos de serem vistos por um
nobre, muito menos falados.
Como eles tratavam a todos igualmente mal até certo ponto, Bernholdt sabia que não devia
se ofender. Felizmente, a garota também não parecia muito ofendida, em vez disso, correu
para os processadores do esquadrão Scythe para oferecer-lhes uma bênção.
“Eu não entendo, no entanto. Quando servíamos aos nobres, eles sempre nos davam um
barril de cerveja sempre que nos casávamos, tínhamos um filho ou quando um de nossos pais
morria em batalha”, disse um dos soldados Vargus.
“Sim, porque servimos a um guerreiro Onyx,” disse Bernholdt.
"Ah... Bem, provavelmente é isso, então."
Bernholdt e seus companheiros Vargus nasceram no território de um nobre Onyx.
Como eles já foram soldados de um Onyx, os filhos dos nobres Pyrope os viam como uma
monstruosidade ainda maior. Os oficiais do Pyrope continuaram a se afastar silenciosamente,
sem virar suas cabeças escarlates ou dar a eles um olhar carmesim.
A oficial que os conduzia era a própria imagem de uma nobre cavaleira, seu cabelo
dourado preso em tranças. Os jovens oficiais do sexo masculino que a seguiam tinham cabelos
perfeitamente penteados e dedos meticulosamente tratados, e usavam trajes de vôo que se
ajustavam perfeitamente a seus corpos.
Eles eram exemplos brilhantes de como se poderia esperar que os nobres se parecessem.
Mas foi então que Bernholdt de repente se virou.
Espere…
Algo estava errado. Esses Pyropes tinham cabelos ou olhos carmesins . Olá
eram liderados por um oficial de cabelos dourados .
"...Hum."
A discussão estridente das duas garotas se arrastou, para grande angústia de Shin.
“Para começar, seu cisne negro? O que você quer dizer com isso? Esse pássaro, o
Trauerschwan, foi desenvolvido pelo instituto de pesquisa e confiado ao Strike Package! Não
se aproprie disso como se fosse seu, sua garota insolente.
“Mas foram os bravos soldados de nosso Regimento Myrmecoleo que foram encarregados
de transportá-lo para a Teocracia! Seu tosco Oitenta e Seis não conseguiria transportar uma
arma tão delicada!
“Isso eu vou conceder a você, porque atuar como mulas de carga é o único trabalho
isso se encaixa em seus Vanagandrs preguiçosos.”
“V-você diz isso quando seus Reginleifs covardes são bons apenas para deslizar por
aí…! E como você ousa professar ser uma mascote, uma deusa da vitória, quando usa
um uniforme tão abafado!
“Suponho que uma garota que vê o campo de batalha como uma espécie de salão
de baile diria isso. O que você espera conseguir com esse seu vestido berrante e pouco
prático? Você pretende entrar na Legião com música e dança?
Decidindo que não tinha nada a ver com a situação atual, Raiden se agachou na
cabine do Wehrwolf, enquanto Shin permaneceu preso no fogo cruzado das brigas das
duas garotas. Para ser específico, Frederica agarrou a manga de seu traje de vôo,
impedindo sua fuga.
Suficiente! Isso é vergonhoso!” A garota de vestido pisou em frustração, seus saltos
altos estalando contra o chão. “Se escondendo nas costas do seu irmão, não é? Covarde!"
“Verde de inveja, não é? Fora inútil!”

"V-você... sua... tábua de lavar!"
“Pigmeu minúsculo!”
Shin não aguentou mais.
"Pare com isso. Você está sendo imaturo — disse ele a Frederica.
“E isso não é muito elegante da sua parte, princesa,” outra voz interrompeu a
discussão.
Ambas as meninas instantaneamente se calaram. Mas, embora tivessem ficado
quietos, eles ainda olhavam um para o outro com visível inimizade, como dois gatinhos
prestes a sibilar. Shin se virou para encarar a pessoa que havia parado a outra garota.
Esta era uma voz familiar, de fato. Ele os conheceu antes de despachar para cá e os
viu algumas vezes na Teocracia durante reuniões e sessões de treinamento conjunto.
“Peço desculpas se nosso mascote disse algo rude, capitão. Você também, mascote.
O homem tinha o físico esguio e traços refinados característicos da antiga nobreza

do Império. Seu traje de vôo blindado era idêntico em design ao padrão militar da
Federação, mas tinha cores de cinábrio aplicadas a ele. Sua medalha de unidade era o
símbolo de um monstro grotesco que era um cruzamento entre um leão e uma formiga
gigantesca.
O comandante do Regimento Blindado Livre da ex-arquiduquesa de Brantolote— “…Major

Günter.”
“Como eu já disse inúmeras vezes antes, você pode me chamar de Gilwiese…”, disse o
homem, aproximando-se dele com os ombros caídos.
Ele parecia ter apenas vinte anos de idade. Ele tinha cabelos escarlates brilhantes e olhos
carmesins de um Pyrope, assim como Frederica e Shin. A garota se virou e correu para Gilwiese
em lágrimas. Ele era muito mais alto do que ela e teve que se agachar para aceitar seu abraço.
"Ah mano! Isso é inaceitável! Não podemos deixar que esses oitenta e seis selvagens
vulgares sejam a força principal! Não podemos reconsiderar?!”
"De novo com isso...?" ele disse, contorcendo seu rosto bonito e agradável em seu melhor
olhar de repreensão. “Isso está além de rude, princesa. É a primeira vez que você conhece o
capitão e o mascote do Strike Package, não é? Você deve dar-lhes uma saudação adequada.”
A garota que ele chamava de “Princesa” inchou as bochechas em um beicinho, mas ele não
ceder. Eventualmente, ela levantou a bainha de seu vestido em uma mesura mal-humorada.
“…A Deusa da Vitória do Regimento Livre de Myrmecoleo, Svenja Brantolote. É um prazer
conhecê-lo, capitão Shinei Nouzen, e seu atrevido bajulador.”
Ela disse o sobrenome de Shin, Nouzen, com um sotaque estranho. A Casa Brantolote eram
os mestres do Regimento Myrmecoleo e uma família Pyrope que se opunha à Casa Nouzen, que
era o pilar das famílias Onyx no Império Giadian.
Frederica abriu os lábios para retrucar contra essa provocação flagrante, mas Shin
silenciou-a puxando o boné de soldado para baixo do nariz.
Você só vai complicar as coisas. Fique quieto.
Aliás…
“…Eu pensei que seu pessoal estava estacionado no quartel-general da Brigada de
Expedição. Você não deveria estar na linha de frente com o segundo-tenente Michihi, major?
Shin perguntou.
"Bem, você vê ..." Gilwiese desviou o olhar, coçando desajeitadamente a têmpora com uma
unha perfeitamente cortada. “Por mais que tenha vergonha de admitir, a princesinha aqui dormiu
demais. Os nervos pré-batalha a mantiveram acordada.
"Irmão!" Svenja gritou, com as bochechas vermelhas.
“E embora esperar que uma dama termine de se vestir seja dever de um cavaleiro, eu
não poderia priorizar isso em vez de uma operação. Então deixei meu vice-comandante para
lidar com a força principal e disse a ele para seguir em frente. Não deve demorar muito para
alcançar um pelotão de Vánagandrs, então vou me reagrupar com eles antes que seja hora
de começar a sério… E além disso, eu queria trocar algumas palavras com você antes do
início da operação, Capitão Nouzen .”
Shin olhou fixamente para Gilwiese, que simplesmente deu de ombros.
“O Ceifador que lidera os Oitenta e Seis, o Nouzen mestiço. Sempre me perguntei o que
passa pela sua cabeça enquanto você luta. Ele poderia ser o mesmo que nós? Eu pensei."
"...?"
Foi então que Shin notou. Ele recebeu o cabelo de ônix preto de seu pai, mas seu irmão,
Rei, recebeu o cabelo carmesim de Pyrope de sua mãe.
No entanto, o cabelo ruivo de Gilwiese tinha um tom diferente em comparação com o de seu
irmão e o de sua mãe. Ter Svenja e seu cabelo carmesim, que era o tom natural de um Pyrope,
como referência deixou claro a artificialidade do tom particular de vermelho de Gilwiese.
Seu cabelo estava tingido. E os olhos de Svenja eram dourados - provavelmente a marca
de alguém misturado com o sangue de Heliodor. Shin não tinha prestado muita atenção nisso
até agora, mas olhando para trás, ele teve a impressão de que todos os oficiais do Regimento
Myrmecoleo eram Pyropes misturados com alguma outra linhagem.
Os nobres imperiais abominavam a mistura de linhagens. E nos dez anos
desde que o Império se tornou a Federação, esses valores não desapareceram.
Isso explica tudo, pensou Shin com amargura.
O símbolo de sua unidade era um antlion. Um monstro com cabeça de leão e corpo de
formiga. Duas espécies separadas misturadas em uma. Uma unidade composta por aquelas
crianças nobres que, embora sugando o sangue da aristocracia, não puderam ser totalmente
aceitas por causa de sua herança mista.
“Mas suponho que estava errado. Marquis Nouzen é um avô gentil para você,
ele não é? Exceto... Se for esse o caso, por que você está lutando?”
“…”
Shin soltou um breve suspiro... Eugene havia feito a mesma pergunta a ele uma vez.
“…Major Günter, a operação já está em andamento. Não temos muito tempo para...”
Gilwiese o olhou com um sorriso desajeitado.

“Sim, é por isso que eu quero te perguntar... eu agradeceria se você
poderia responder.”
Ele queria que Shin, que era um filho de sangue imperial mestiço e, ao mesmo tempo, não estava
sendo usado como peão pelas casas nobres, respondesse a essa pergunta.
“... É por causa da guerra.”
Levara sua família e muitos de seus irmãos e irmãs de armas.

O Setor Oitenta e Seis o privou de seu futuro e liberdade. Foi uma catástrofe absoluta. Assim como o
turbilhão metálico de violência que decepou parte do braço de Theo e uma parte de seu futuro junto
com ele.
“Eu quero acabar com isso. Embora possa parecer estranho para você, major.
“Sim. Afinal, quando esta guerra terminar, ninguém mais tratará você e seus amigos como heróis.
Vocês vão voltar a ser crianças. Todos vocês são guerreiros habilidosos, mas não têm nada além
disso. E mesmo assim, você quer acabar com a guerra?”
"Porque eu não quero ser um herói."

Gilwiese abriu um leve e amargo sorriso.
“Entendo... invejo você. Eu… Não podemos ser tão fortes. Eu gostaria que tivéssemos, se
pudéssemos. Mesmo agora."
Torne-se heróis.
A velha nobreza do Império manteve seu orgulho de guerreiros. Por serem os que governavam,
em virtude de reinarem supremos no campo de batalha. E esse regimento era feito daqueles que não
podiam ser aceitos naquelas famílias, por causa de seu sangue misturado.
Talvez fosse exatamente por não serem aceitos que eles estavam desesperados para provar sua
condição de nobres.
Enquanto Gilwiese falava com um rosto tão solene, Svenja puxou a manga de seu traje de vôo
cor de cinábrio em reclamação.
"E é exatamente por isso que eu disse isso, irmão!"
"Princesa, eu já te disse: isso não pode ser feito."
“Vocês são irmãos?”
Seus nomes de família eram diferentes, mas como suas raízes eram supostamente
Da mesma forma, era perfeitamente possível que eles realmente fossem irmãos.
"Essa é a primeira vez que você realmente me pergunta alguma coisa", disse Gilwiese, levantando
uma sobrancelha travessamente.
Shin pareceu um pouco surpreso com isso, ao que Gilwiese riu antes de continuar:
“Não irmãos, mas próximos o suficiente. Não é apenas a princesa aqui, mas todos nós em
Myrmecoleo somos camaradas e irmãos. Alguns de nós estão ligados pelo sangue, sim, mas outros
não. Imagino que seja o mesmo para você.
O pacote de greve. Os Oitenta e Seis que viveram e morreram juntos no campo de batalha do
Setor Oitenta e Seis. Depois de pensar um momento, Shin assentiu. A esse respeito, Gilwiese estava
certo. O Regimento Myrmecoleo e o Eighty Six eram semelhantes nessa relação. Eles não estavam
ligados pelo sangue, mas eram irmãos em virtude de fazerem do mesmo campo de batalha seu lar e
do mesmo orgulho seu vínculo.
“…Sim, é,” Shin disse. “Nesse caso, deixo minha 'irmã mais nova' aos seus cuidados, major.”
“Segundo Tenente Kukumila, sim?” Gilwiese assentiu com firmeza. "Ela estará segura comigo,
capitão."
Ele então abriu um sorriso mais relaxado e sarcástico.
“E o mesmo acontecerá com aquele problemático cisne negro.”
"Garfos."
O 1.720º plano preliminar do Instituto de Pesquisa Sênior, o Cisne Negro da Morte - Trauerschwan.
Ele estava em desenvolvimento, mas não foi concluído a tempo de parar o Morpho durante a
ofensiva em larga escala. Sua introdução no campo de batalha foi decidida devido à descoberta do
Noctiluca e do Halcyon.
Era o canhão elétrico da própria Federação.
O Halcyon era grande demais para ser desafiado apenas com Feldreß. E assim o Trauerschwan
foi o pivô para destruí-lo nesta operação.
Michihi e Rito foram implantados com a força principal à frente deles. Eles foram encarregados de
protegê-lo enquanto avançavam nos territórios da Legião. Era, para todos os efeitos, o trunfo da
Brigada de Expedição da Federação.
O railgun da Legião foi desenvolvido para atacar e contra-atacar a uma distância absurda de
quatrocentos quilômetros, derrubando os inimigos com um único tiro destrutivo. E agora eles tinham
seu próprio railgun absurdo de longo alcance e alto calibre para combatê-lo.
Mas no momento…
“Eu entendo que ainda é um protótipo incompleto, mas acho que é muito cedo para trazer esse
railgun.”
Era para ser um railgun absurdamente longo e de alto calibre, exceto
que ainda era um protótipo em desenvolvimento. Sua velocidade inicial de dois mil e
trezentos metros por segundo excedia a velocidade máxima de um canhão de artilharia,
mas estava muito longe da velocidade inicial do Morpho de oito mil metros por segundo.
O mesmo se aplicava ao peso das ogivas que poderia impulsionar. Ele poderia
destruir Löwe a centenas de quilômetros de distância, mas os cálculos preliminares
indicavam que, para destruir o Halcyon de maneira confiável, ele precisaria disparar a
doze quilômetros de distância - um alcance lamentavelmente curto, indigno do título de
canhão de longa distância .
Um grupo vestido com trajes de vôo cinábrio se aproximou deles, suas botas
militares batendo no chão. A oficial loira na liderança, uma capitã, saudou enquanto
observava visivelmente Shin e Frederica com o menor dos olhares.
“Major, está quase na hora de partir.”

“Entendido, Tilda. Princesa, vamos. Obrigado pela conversa, Capitão Nouzen.”
"Sim irmão." Svenja assentiu.

Não se sentindo nem um pouco interessado na atitude da capitã,
Shin sentiu algo suspeito sobre a troca de Gilwiese e Svenja.
“Você leva seu mascote para a linha de frente?”
Ao contrário do Reginleif, que era monolugar, o Vánagandr apresentava um cockpit
de dois lugares e era um Feldreß destinado a ser pilotado por um par. Tanto o artilheiro
quanto o assento do piloto tinham controles para operar o Vánagandr sozinho em caso
de emergência.
Como tal, um Vánagandr poderia carregar uma Mascote - que não deveria ser
capaz de pilotar ou atirar como artilheira - para o campo de batalha fazendo-a ocupar
um dos assentos, mas...
O aceno de cabeça de Gilwiese foi acompanhado por um sorriso honesto e amigável.
“Claro, ela é nossa Deusa da Vitória.”
Observando o grupo vestido de cinábrio se afastar, Frederica olhou para Shin.

"Você me colocou com o Trauerschwan e depois atrasou minha partida o máximo
possível para evitar que eles me vissem, não foi, Shinei?"
"...Sim."
Mas isso só acabou forçando a mão do destino. O fato de ela ter feito essa pergunta
implicava que Frederica entendia. Quando Svenja se apresentou, Shin não deu chance
a Frederica de anunciar seu nome, e a conversa com Gilwiese foi para impedi-la de
falar alguma coisa.
“Não sei o que os generais lhe contaram sobre os Brantolotes, mas não precisa
ficar tão alarmado. A família Günter é um ramo da família Brantolote e vassalos da
retaguarda da casa imperial. Assim como os lobos protegem seus filhotes, você estará
seguro desde que não lhes faça mal.
"... Eles me avisaram, sim."
Antes de serem despachados, o major-general Richard disse a Shin que, embora o
Pacote de Ataque tivesse permissão para falar com o pessoal do Myrmecoleo, ele
deveria ser cauteloso com eles. Ele o informou sobre a rivalidade que eles tiveram com
os nobres Pyrope durante os últimos dias do Império - a rivalidade entre a facção
Imperial, que residia na casa Imperial, e a facção da Nova Dinastia, que buscava
usurpar a hegemonia.
A arquiduquesa Brantolote era a líder da facção da Nova Dinastia. Isso a tornava
inimiga da última imperatriz do Império Giadiano, Augusta - conhecida por poucos como
Frederica.
Mesmo com a queda do Império e a ascensão da Federação em seu lugar, isso não
mudou. E um dos métodos dos usurpadores para estabelecer sua legitimidade para o
trono seria casar-se com uma mulher da antiga casa imperial. Isso significava que, com
Frederica sendo a imperatriz, a facção da Nova Dinastia tinha valor em roubá-la.
Mas essa não era a única razão pela qual Shin era tão cauteloso com Gilwiese.
“Sua facção à parte, não consigo confiar naquele homem pessoalmente...
não posso realmente colocar o dedo nisso, mas…”
Shin estreitou os olhos, pensando nisso. Aconteceu durante a primeira reunião, na
Federação... Ele sentiu algo ameaçador de Gilwiese que trouxe à tona memórias
indesejadas. Talvez pudesse ser descrito como uma espécie de posse. Como se o
homem se movesse em nome de seu objetivo e nada mais, e desde que conseguisse
isso, não se importaria de morrer.
"Ele me lembra de mim mesmo... Do jeito que eu costumava ser no Setor Oitenta e
Seis..."
“Vanadis para todas as unidades avançadas do batalhão. Mudando para a fase 2. Faça
os preparativos.
"Entendido."
Assim que ficou aparente, Shiden se aproximou de Shin.

Foi no primeiro dia deles na Teocracia, no mesmo dia em que Shin ouviu .
Me leve com você. Tem que ser eu - eu tenho que ser o único a derrubá -la .
A habilidade de Shin já foi capaz de perceber todas as unidades da Legião em todos os

campos de batalha do Setor 86 da República. Seu alcance era incrivelmente vasto. Até que eles
fossem mais para o oeste da República e alcançassem as terras da Teocracia, ele não poderia
ouvir as vozes da Legião aqui. Mas ao chegar, ficou claro se o Noctiluca havia se refugiado da
perseguição do Strike Package aqui ou não.
“Shiden,” ele disse.

“Não se preocupe em esconder isso de mim. Se essa é a sua ideia de ser atencioso, saiba
que não é da sua conta.
Shiden era mais alta que a maioria das mulheres, o que significa que seus olhos encontraram
os de Shin mais ou menos no mesmo nível. Ela o agarrou pelo colarinho e o encarou com um
olhar severo. Seus olhos eram como sangue congelado. Durante o primeiro encontro, ela achou
a apatia por trás de sua expressão irritante, mas agora ela odiava isso.
“Não vou deixar ninguém tirar o direito de colocá-la para descansar. nem mesmo você
—”
Seus olhos estranhos o cravaram com a raiva escandalosa de um animal ferido.

Friamente retornando seu olhar, Shin falou novamente.
"Shiden."
Era a voz do deus guerreiro que uma vez reinou no campo de batalha do Setor Oitenta e
Seis - uma voz sonora e autoritária. Shiden ficou em silêncio, como uma criança que acabou de
ser repreendida. Usando aquele momento de surpresa, Shin se livrou de seu aperto, pegando
sua própria gravata e puxando-a para mais perto de si.
ele.
"Acalmar. Você mesmo disse. Não posso deixar você entrar na operação do jeito que está
agora.
Do jeito que você está agora, não podemos deixá-lo fazer parte da força de ataque na
próxima operação, Comandante de Operações.
Shiden disse isso a Shin antes da operação Dragon Fang Mountain.
“Você vai derrotá- la, e depois? Se você acha que pode simplesmente morrer depois de
colocá-la para descansar, não vou levá-lo junto. Porque não é que você ache bom morrer
assim - você quer morrer assim. E não vou trazer alguém com esse tipo de atitude comigo. Só
é preciso um idiota com um desejo de morte para expor todos os outros ao perigo.”
Você é um passivo.
Shiden cerrou os dentes. Ela entendeu o que Shin queria dizer. Admitir isso a frustrava,
mas era óbvio. Foi a escolha certa para um capitão, para um comandante. Ele não poderia
trazer ninguém que achasse que poderia comprometer a missão. Qualquer indignação ou raiva
que ela pudesse estar sentindo não era algo que ele pudesse levar em consideração.
E não era porque essa operação em particular era algum tipo de ato de equilíbrio difícil
que trazê-la foi uma má ideia. Shin tinha a vida de todos em suas mãos, não importa para qual
batalha eles estavam indo. Ele tinha que manter o equilíbrio.
Mas mesmo que ela percebesse que era a escolha sensata, seus sentimentos não se
conformavam com isso.
Quem... diabos é você... para falar comigo como se soubesse alguma coisa sobre isso...?
“Morrer enquanto a colocava para descansar…? O que diabos você sabe sobre
como é isso?!” ela rosnou para ele.
"Tudo", respondeu Shin friamente. “Eu queria colocar meu irmão para descansar durante
a missão de Reconhecimento Especial.”
Shiden arregalou os olhos em surpresa. A missão de Reconhecimento Especial. Uma
operação com uma taxa de sobrevivência de 0%, ordenada pela República para garantir que
um Oitenta e Seis morresse definitivamente. Uma ordem de execução velada que foi forçada
a Shin dois anos atrás.
O fato de ele ter dito que queria “colocar seu irmão para descansar” significava que sua
irmão, um colega Oitenta e Seis, deve ter sido assimilado pela Legião.
“Eu lutei pelo Setor 86 apenas para fazer isso. E eu pretendia
morrer assim que eu o colocar para descansar... Mas eu enganei a morte. Eu sobrevivi. E
depois disso... bem... você viu como eu era depois da batalha com o Morpho.
Há um ano, ao amanhecer, após a batalha onde caçaram aquele gigantesco dragão.
Ele ficou parado como uma criança perdida no meio daquelas borboletas de metal azul,
seu Reginleif branco pálido esfarrapado e quebrado.
Na época, Shiden achou que ele parecia feio.
“Você me chamou de patética. E se Lena não tivesse vindo ajudar, eu teria uma morte
lamentável lá atrás. E é para lá que você está indo agora... Não vou levar você comigo.
Não vou deixar alguém como você marchar para a morte.
No momento em que esse tipo de pessoa derrotasse seu alvo, eles perderiam a razão
de lutar e a razão de viver... e despencariam para a morte. Ele não deixaria isso acontecer
com ela.
Shiden cerrou os dentes. Ela então exalou alto, como se estivesse desabafando suas
emoções.
“…Você adora falar merda mesmo em momentos como este, não é? 'Alguém como
eu'? Você poderia ter deixado essa parte de fora.
Shin zombou dela.
“O fato de você ter demorado tanto para mencionar isso é exatamente o que eu estou
falando sobre. Você não está agindo como você agora.
“Sim, sim, claro, o que você disser. Você está sempre certo, não é?
Ela desviou o olhar dele com sarcasmo nos olhos, coçando a cabeça
aproximadamente. Ela voltou a ser tão espinhosa com ele como sempre.
"…Você tem razão. Eu não sou eu mesmo agora. Então eu vou consertar isso. eu vou voltar para
meu eu habitual antes do início da operação. SW…"
Ela soltou as palavras em voz baixa, como se estivesse ciente do ressentimento
crescendo na boca do estômago, mas ela ativamente afastou tudo. "... me dê um pouco
mais
de tempo antes de decidir me deixar para trás, sim?"
“Bem, de uma forma ou de outra, cheguei a tempo de me juntar ao batalhão

avançado, mas…”
Tendo perdido seu esquadrão, o Ciclope de Shiden estava atualmente

acompanhando o esquadrão Nordlicht. Ela estava com o primeiro grupo a
despachar, junto com Shin e metade do esquadrão Spearhead. Recebendo aquela
ligação inesperada de Shiden, Shin olhou para Ciclope de dentro da cabine do
Undertaker. Ele estava no meio de ter o Armée Furieuse anexado à sua unidade.
Um anúncio na linguagem da Federação e depois na linguagem da Teocracia os
informou que o batalhão avançado estava prestes a partir. O obturador do hangar
se abriu e os processadores confirmaram que seus velames estavam selados.
Pessoal sem roupas de proteção evacuado para segurança
quartos.
Mas e Kurena? Tem certeza de deixá-la para trás?

Sua voz não estava provocando. Estava preocupado. Shin piscou. Com um
zumbido estridente, a veneziana frontal do hangar se abriu de lado e o teto se
dobrou, revelando um céu cinzento. Olhando para ela através da tela ótica, ele
respondeu: “Não vou deixá-la para trás e nem pretendo. Kurena é uma atiradora
de elite. Ela tem um papel a desempenhar em outro lugar.”
A cabine familiar de Gunslinger estava cheia de extensões de console e

subjanelas. Cordões de conversão e cabos fora do padrão foram fixados no lugar
com fita adesiva. Mas por mais apertado que fosse o cockpit, Kurena esperava
ansiosamente o momento de partir.
Enquanto o exército da Teocracia realizava seu desvio, a força avançada se
preparava para partir. Atrás da força avançada e mais abaixo na ordem de partida
estava a força principal da Brigada de Expedição da Federação, escondida em um
hangar temporário. Lá estavam os contornos familiares dos Reginleifs, bem como
as armações carmesim dos Vánagandrs do Regimento Myrmecoleo Livre.
Junto com eles também estava o protótipo de railgun da Federação, o
Trauerschwan. E fixo no topo de sua moldura estava o Gunslinger, com Kurena
sentada dentro dele.
O Trauerschwan foi construído com o Morpho como seu inimigo teórico e,
portanto, era tão grande quanto o próprio Morpho, com mais de dez metros de
altura e um comprimento total de mais de trinta metros. Mas ao contrário do
Morpho e sua semelhança com um lendário dragão maligno, o Trauerschwan parecia um
gigantesco cisne agachado - se alguém olhasse para ele de maneira tão favorável.
Afinal, era um protótipo retirado do laboratório. Não era para estar em combate real e estava
coberto com escudos de poeira que pareciam ter sido aplicados às pressas. Suas pernas
pareciam uma coleção de peças aleatórias misturadas, cada uma com diferentes revestimentos
e graus de descoloração. As câmaras de controle para as pernas ficavam assimetricamente em
ambas as partes, como se para mostrar o quão apressadamente elas foram construídas após o
fato.
Múltiplos cordões pendiam deles como vasos sanguíneos, que subiam e se conectavam ao
Pistoleiro.
Como seu sistema de controle de fogo de combate estava incompleto, Gunslinger teve que
servir como seu substituto.
Era ainda mais desagradável do que o Juggernaut da República, que era frequentemente
chamado de caixão de alumínio. Mas Kurena estava satisfeito com a perspectiva de manusear
esta arma feia. Ela se viu cantarolando uma musiquinha feliz. Ela balançava as pernas
alegremente, como uma criança pequena animada para sair em uma viagem.
Porque ela estava feliz. Kurena estava feliz por ter sido incumbido disso.
"Curena."
Quando Shin entregou a ela o manual do Trauerschwan, Kurena sentiu como se ele
tivesse acabado de convidá-la para um baile de conto de fadas. Uma charmosa festa noturna
em um castelo iluminado pela lua, mágica o suficiente para tirá-la de seus trapos cobertos de cinzas.
Um baile encantado onde, por uma noite, só ela poderia usar um vestido prateado e sapatinhos
de cristal.
O manual era um amontoado de arquivos e não tinha encadernação; Na verdade, era um
manual improvisado feito na hora. Mas isso não importava. Seu coração pulou de alegria
quando ela o aceitou.
“Conforme discutido no briefing, estamos deixando você servir como o
O artilheiro de Trauerschwan.
"Sim...!"
Eles estavam no corredor de um bloco residencial na Teocracia; fora designado para o
Pacote de Ataque e estava localizado em uma base do exército na retaguarda da frente norte
da Teocracia. O corredor também era cinza-pérola. As passagens tinham formato octogonal e
a fragrância de incenso queimado parecia pairar no ar. O cheiro de madeira de águia encheu
a área, como se para abafar o fedor de sangue e aço.
O protótipo do railgun, Trauerschwan. Os fatores gerais e os problemas não resolvidos

em torno de seus recursos foram explorados durante o briefing. Foi, no final das contas, um
protótipo que não foi feito para combate ao vivo. Podia disparar, mas seu sistema de controle
de fogo estava incompleto. Também carecia de um sistema de resfriamento, essencial para
suportar combates prolongados.
Ele tinha um mecanismo de recarga automática, mas também era um protótipo e exigia
duzentos segundos para recarregar com sucesso. Por mais lenta que fosse a velocidade de
movimento do inimigo, o máximo que o Trauerschwan podia disparar era um
ou dois tiros. E com um humano lidando com a correção da visão, era absolutamente necessário
que os tiros fossem precisos.
E ele estava deixando esse dever crucial apenas nas mãos dela.
Shin ainda confiava nela. Shin ainda precisava dela. Isso provou isso e a deixou feliz.
Seu coração palpitava de excitação. Ela sentiu que agora poderia atingir o menor alvo
possível na maior distância possível, bem no centro do alvo.
Mas, ao mesmo tempo, embora seu coração estivesse prestes a explodir, algum canto
gelado dele a advertiu de que não podia falhar desta vez. Esse pensamento espreitava no fundo
de sua mente como uma geleira sinistra.
Essa geleira era sua inquietação. Na verdade, ela estava incrivelmente ansiosa. Afinal, ele
confiava nela a ponto de colocar essa imensa responsabilidade diretamente sobre seus ombros.
Ele acreditava que ela era boa o suficiente. Ela não podia decepcioná-lo, não importa o quê.
Ela não podia trair sua confiança.

Desta vez, com certeza, ela seria útil para Shin e os outros.
"Eu posso fazer isso."
Ela disse as palavras como se reafirmasse seu juramento de lutar até o último suspiro ao
lado de todos os outros. Ela abraçou o manual, apertando-o contra o peito como se temesse
que alguém pudesse roubá-lo.
De certa forma, era tudo o que ela tinha. Além de seu orgulho e as habilidades que ela tinha
aperfeiçoada para permanecer ao seu lado, ela não tinha mais nada.
“Desta vez, não vou errar, aconteça o que acontecer. Então você pode ficar tranquilo. Eu tenho esse."
Shin franziu a testa, preocupado.
“Não se preocupe com isso. Eu confio em você... não vou te abandonar.”
Não me abandone.
Essas palavras saíram dos lábios de Kurena assim que eles se retiraram dos Países da
Frota. Ela expressou seu profundo desejo de se agarrar a ele.
"Sim eu sei disso." Kurena assentiu com um sorriso, como se esperasse que ele dissesse
isso. “Eu realmente faço. Mas também sou um Oitenta e Seis.
Ela era alguém que lutaria até o fim.
“Lutar até a morte é o nosso orgulho, e eu quero proteger esse orgulho também.”
Mas quando ela disse isso, a expressão de Shin tornou-se atormentada pela dor. Ela disse
essas palavras para ele quando eles deixaram os Países da Frota para trás, e ele respondeu
com um olhar semelhante. Depois de um momento de contemplação, inseguro
pensando se deveria ou não falar o que pensava desta vez, ele abriu os lábios.
“Você disse que não precisávamos mudar, certo?”
"...Sim."
Se for difícil para você, não precisa se forçar a mudar.
“Se você não quer mudar, pode ficar do jeito que está. Isso é bom.
Mas se você acha que não pode mudar... Se você se apega a esse orgulho como uma maldição
—”
Os olhos de Shin pareciam mais vivos do que no Setor Oitenta e Seis ou no campo de
batalha do Reino Unido. No Reino Unido, parecia que ele foi estimulado por um frágil mal-estar a
andar na corda bamba, a oscilar no fio da navalha. E no Setor Oitenta e Seis, seus olhos vermelho-
sangue eram tão frios quanto a superfície de um mar congelado.
Mas, em algum momento, esse gelo derreteu e ele se tornou como a superfície serena de um
lago. Kurena podia se ver refletida naqueles olhos. Eles a olhavam com preocupação, como se
sofressem uma dor profunda.
Ele estava bem na frente dela, então por que... por que ele parecia tão distante? “...
então esse é um fardo que você não precisa se forçar a carregar.”
“Resfriamento do trilho da catapulta completo. Todas as juntas confirmadas bloqueadas.

Lista de verificação final completa.”
As pernas soltaram um guincho alto e metálico enquanto giravam. Eles carregavam o peso
de dois trilhos alongados de noventa metros de comprimento e seus amortecedores de recuo em
forma de arado.
De volta ao hangar, os trilhos haviam sido dobrados para trás como asas, mas agora estavam
desdobrados e lançados para cima, como pontas de lança apontando para o céu. Mesmo sem
contar os trilhos, o comprimento total da máquina era de quarenta metros, igualando-se à estatura
impressionante do Morpho.
Seu revestimento não era a coloração metálica típica da Federação, nem o marrom escuro de
sua nação natal, a Aliança. Era preto metálico, a cor dos Ghost Riders, os soldados espectrais
que marchavam na calada da noite.
O Oitenta e Seis já havia visto cenas semelhantes várias vezes antes. Era como o mecanismo
usado para lançar o veículo alado de efeito solo da Federação, o Nachzehrer, durante a operação
de perseguição Morpho, também
como a unidade de apoio da Legião que eles pilharam durante a operação no Reino Unido,
os Zentaurs. E, finalmente, um mecanismo semelhante foi usado na catapulta na cabine de
comando do Stella Maris para lançar planos embarcados.
“Mk. 1 Armée Furieuse preparativos de lançamento completos.”
Os Reginleifs, parecendo vinte e quatro wyverns negros como breu, pararam lentamente
sobre os trilhos.
"Pode ser um pouco tarde demais para perguntar isso, mas você foi despachado para o
Pacote de Ataque como instrutor, certo, capitão Olivia?"
Como Raiden tinha que assumir a cadeia de comando caso o capitão estivesse fora de
serviço, ele não poderia lançar ao mesmo tempo que Shin. Este último liderou o 1º Pelotão,
enquanto Raiden liderou o 2º Pelotão da força avançada.
Os Juggernauts do pelotão de Shin sentaram-se na catapulta do Armée Furieuse,

aguardando a ordem de desdobramento. Eles ficaram mais de dez metros acima do solo,
onde Raiden estava. Ao olhar para cima, ele mudou seu foco para o 3º Pelotão, onde um
único Stollenwurm marrom estava entre as unidades brancas.
Theo havia servido como vanguarda do 3º Pelotão e alguém precisava preencher o
vazio deixado em sua ausência. Para esse fim, Olivia, que era especialista em combate
corpo a corpo, juntou-se ao grupo. Foi uma contribuição bem-vinda, mas…
“Você deveria fazer parte de uma unidade de combate ao vivo? E o grupo avançado,
nisso…”
“...Bem, existe uma regra que diz que um instrutor não pode lutar na linha de
frente?”
Olivia respondeu enquanto trançava o cabelo dentro de Anna Maria. Raiden podia ouvir
o som de seu cabelo sendo arrastado enquanto ele o amarrava atrás da cabeça, e o som
da corda esticando contra seus dedos. Parecia terrivelmente próximo ao som de um antigo
espadachim desembainhando sua lâmina ou um arqueiro puxando a corda de seu arco.
“Esta é a batalha inaugural do Armée Furieuse, e a unidade avançada será a

primeira a fazer uso do Manto em combate ao vivo. Como operador experiente do
Mantle, assim como seu instrutor, faz sentido que eu me junte a você.”
No militarista Reino Unido, as proezas marciais eram o orgulho da realeza, e até os

príncipes pilotavam Feldreß. O mesmo vale para o tenente e representante de Vika
nesta missão, Zashya. Se necessário, era dever de uma nobre filha de Roa Gracia
proteger o herdeiro e o território de seu suserano.
Aprender a pilotar um Feldreß ou manejar uma arma de fogo da mesma forma que o
soldado raso mais comum não era visto como vergonhoso, mas como uma virtude a ser
elogiada.
“Senhora. Aplicamos o máximo de blindagem que as limitações de peso permitiam,
mas os Alkonosts são unidades com blindagem leve. Por favor, tenha isso em mente
enquanto luta.”
"Eu estou ciente. Obrigado, capitão.
Zashya respondeu ao aviso respeitoso de seu subordinado de sua posição na força
avançada. Seu cabelo estava preso em duas tranças e seus olhos violetas estavam
escondidos atrás de um par de óculos. Ela geralmente usava seu próprio Barushka
Matushka, especializado em interrupção de comunicação e guerra eletrônica.
Mas um Barushka Matushka era uma unidade muito pesada para fazer parte da
força de avanço. Então, em vez disso, ela se juntou à frente em um Alkonost que tinha
ferramentas de guerra eletrônica aplicadas às pressas. A força avançada era uma
unidade de pequena escala que seria efetivamente isolada dentro do território inimigo.
Durante esse tempo, a interferência eletromagnética do Eintagsfliege interromperia as
ondas de rádio, impedindo que a força avançada recebesse suporte de informações de
Vanadis.
Dependendo da situação, os links de dados internos do batalhão avançado podem
ser cortados. Assim, no lugar da força principal, Zashya e sua unidade, Królik, dariam
esse apoio ao batalhão avançado. Normalmente, os Sirins seriam os encarregados de
funcionar como relés de comunicação, mas esta foi a primeira vez que o Strike Package
usaria o Armée Furieuse. E os casos em que novas armas foram usadas pela primeira
vez foram situações propensas a desenvolvimentos inesperados. Não se podia confiar
nos inflexíveis Sirins para lidar com isso. E assim Zashya intensificou.
Tudo em nome de seu soberano, por quem ela ofereceria sua carne e seu sangue.
“Vamos em nome do Príncipe Viktor. Krolik, implantando para alcançar

a missão. Deixo o comando das forças terrestres em suas mãos.”
Apesar de fazer parte do Strike Package, Dustin era o menos proficiente entre os processadores. Em
vez de ficar estacionado com o batalhão avançado, ele foi colocado na força principal da Brigada de
Expedição, que deveria lançar ao lado do Trauerschwan.
Sua atribuição normal havia sido temporariamente alterada e ele estava estacionado nas linhas
de frente, deixando o esquadrão Spearhead para trás. Mas foi então que ouviu uma voz no Para-RAID.
"Dustin."
Anju?
Eu verifiquei a configuração de Ressonância e descobri que ela foi definida para ser o único alvo
dessa troca. Dustin se sentou. Assim como o resto dos membros do esquadrão Spearhead, ela fazia
parte do batalhão avançado. O que a levaria a contatá-lo em um momento como este?
"O que há de errado-?"
“Você disse que não iria morrer e me deixar para trás, certo?”
Mesmo enquanto falava, Anju pensou nos últimos seis meses. Aos dias que passaram juntos no Strike
Package e às incontáveis conversas que ela teve com Dustin. Ao povo dos Países da Frota, que foi
forçado a se livrar de seu orgulho. Para Theo, que teve seu caminho para o propósito interrompido no
meio do caminho.
No outro dia, ela passou por Shin e Kurena e ouviu a conversa deles. Ela ouviu o que Shin disse
a Kurena ao confiar a ela o papel de artilheira do Trauerschwan.
Transformar o próprio orgulho - que deveria ser um desejo ou um sonho - em um

xingamento.
Isso estava na mente de Anju desde então. Ela não pôde deixar de se perguntar se isso também
se aplicava a ela.
Eu ainda tenho sentimentos por Daiya...
Isso não era mentira. E ainda... não
consigo pensar em você da mesma forma que pensava nele.
Isso era, de fato, uma mentira.
Se ela não sentisse nada, não teria segurado a mão dele naquela festa. Ela não teria explorado
aquela caverna com ele... Ela não teria
observei o mar, brilhando com a luz fosforescente do Noctiluca, com ele. Não como amigos,
mas como algo... mais?
No entanto, ela ainda não conseguia responder aos sentimentos dele, porque isso ainda
parecia uma traição. Significaria esquecer Daiya.
Parecia que ela estava usando a memória de Daiya como desculpa para não seguir em
frente…
Daiya... não ficaria feliz com o quão covarde eu estou sendo, ficaria?
Ela respirou fundo e exalou silenciosamente, para que Dustin não ouvisse.
Por alguma razão, ela sentiu muito... medo. Mas ela sufocou o sentimento e falou.
“Posso confiar nessas palavras? Porque com certeza voltarei para o seu lado também.”
Por um momento, Dustin arregalou os olhos. Mas então ele acenou com a cabeça resolutamente.
"Claro!"
“Para toda a Brigada de Expedição da Federação, seus soldados da Federação e os Oitenta

e Seis. Aqui é o comandante do 3º Corpo de Exército da Teocracia, Himmelnåde Rèze,
falando. Estarei contando com sua ajuda na aniquilação do tipo Offensive Factory, Halcyon.”
À medida que as forças da Federação se conectavam à frequência pretendida, a voz de

uma garota falou com eles através do comunicador sem fio. Kurena levantou a cabeça
surpresa.
É ela, a pequena general da Teocracia. Ela era apenas dois ou três anos mais velha que
Frederica e alguns anos mais nova que Kurena. Ela aparecia de vez em quando no quartel
do Strike Package, então Kurena a conhecia. Eles até conversaram, embora brevemente.
Apenas alguns dias atrás... Sim, bem na época em que Shin disse a ela para atuar como
artilheira do Trauerschwan.
…então esse é um fardo que você não precisa se forçar a carregar.

O orgulho deles. Seu jeito de ser, de lutar até que suas vidas se esvaíssem.
"Isso é…!"
Essas eram palavras que Kurena não podia aceitar. Ela pensou desesperadamente em
responder e discutir, mas Shin levantou a mão para interrompê-la. Sentindo a nitidez em seu olhar,
ela seguiu sua linha de visão enquanto engolia sua indignação.
Ao virar da esquina havia uma escultura de pilar em forma de uma deusa, feita de vidro branco
perolado. A luz que brilhava através dele era refratada em um brilho prismático. Era uma deusa
alada e sem cabeça, que dizia respeitar o próprio continente.
De pé na sombra daquele pilar estava uma garota baixa com longos cabelos loiros.
Ela lembrava vagamente uma criatura fada.
“Eu—me desculpe…! Não quis interromper, ou melhor, espreitar ou
escutar…!” ela disse de maneira afobada, ficando vermelha até as orelhas.
Foi então que Kurena entendeu que a garota na frente deles estava entendendo mal o que
estava acontecendo entre ela e Shin.
“N-não! Nós não somos assim!” Kurena borrou, mas assim que ela
Percebendo o que ela acabara de dizer, ela só ficou ainda mais em pânico.
Ela negou seus sentimentos muitas vezes, mas nunca na frente de Shin.
Mas enquanto Kurena estava visivelmente aborrecida, Shin olhou para a garota, surpreso de outra
maneira.
“Você é o comandante do corpo de exército da Teocracia, certo? Em geral
Rèze… O que você está fazendo aqui?”
“O comandante do corpo?!” Kurena exclamou.
“N-não, eu simplesmente adotei o papel dos meus pais…”, Hilnå disse nervosamente.
E então, depois de aparentemente se acalmar, ela falou novamente - seus olhos sinceros e
dourados como o sol poente.
“Pensei em vir cumprimentá-lo, Oitenta e Seis. Como você disse, sou o comandante do corpo
e, como tal, vim como representante do meu corpo para recebê-lo como nosso salvador.
Um sorriso floresceu em seu rosto angelical e puro.

“... Como aqueles que, como eu, conhecem a guerra desde a infância.”
Era a mesma voz, mas de alguma forma parecia sonora e clara, mesmo através do ruído estático
do comunicador sem fio.
“Salve-nos de nossa situação, heróis de uma terra estrangeira… Que as bênçãos da

deusa da terra os mantenham seguros. Que as presas de suas montarias de aço nunca
entorpeçam e que seus escudos permaneçam firmes.”
Ela provavelmente esticou seu rosto inocente em sua carranca mais feroz e
ficou o mais ereta e firme que pôde.
Salve-nos de nossa situação, ela disse.
"Eu irei."
Ela disse essas palavras antes.
Com a mão direita, ela tocou inconscientemente a arma no coldre em sua coxa. Era uma
pistola automática de 9 mm com um percussor interno. Uma arma fornecida a ela pela
Federação, como muitos dos Oitenta e Seis, para se matar no pior cenário e acabar com a
vida de seus companheiros caídos.
Ela nunca havia disparado uma arma para esse propósito. Porque desde seu tempo no
Setor 86, outra pessoa sempre carregou esse fardo por ela.
“Capitão Nouzen, o batalhão avançado está prestes a partir. Esta será nossa primeira
utilização operacional do Armée Furieuse. Por favor... permaneça cauteloso.
O batalhão avançado estaria invadindo profundamente o território da Legião. Não haveria
para onde correr. Um único erro pode resultar em Shin e seu grupo presos no meio do
território inimigo. O medo de que isso acontecesse constantemente, durante toda a operação,
congelou o coração de Lena.
Pior ainda, havia a possibilidade de o Rabe ou o Stachelschwein detectá-los e, se isso

acontecesse, o batalhão avançado ficaria indefeso. Esta operação foi muito mais perigosa
do que as excursões anteriores.
Na operação anterior a esta, Shin caiu do Mirage Spire e mergulhou no mar. E se ele
não tivesse voltado disso?
Ela estremeceu; parecia que um pingente de gelo havia escorrido por sua espinha. Lena não
conseguiu suprimir seu medo, apesar de sua melhor tentativa...
Mas Shin simplesmente a olhou com um sorriso sardônico.
“Não esqueci a ordem que você me deu quando voltamos dos Países da Frota,
Lena... acho que não conseguiria esquecer.
mesmo que eu quisesse.”

"Canela…!" Lena ergueu a voz para ele, perturbada pela atitude provocativa em
sua voz.
Porque naquele momento, Shin havia tocado seus lábios. Ela podia sentir isso
através da Ressonância. Quando eles fizeram aquela promessa, ele a beijou...
Eles também haviam se beijado algumas vezes antes disso. Isso só era aceitável
porque os dois sozinhos estavam ressonados, mas…
Não, o gravador de missão do Reginleif anotou tudo o que o piloto disse durante
uma operação. Essas gravações resultaram em Shin ficando constrangido algumas
vezes, então ele aprendeu a lição e manteve suas expressões verbais para coisas que
não seriam claras sem o contexto adequado.
Mas Lena estava a par do contexto, e isso ainda a envergonhava. e se
Grethe perguntou a ela o que ele quis dizer com isso durante o interrogatório.
…Nada vai acontecer. Vou pedir para Shin explicar.
“Essa é sua ideia de se vingar de mim? Porque se algo acontecer,
Eu vou levar você para baixo comigo.
“Ah, então você sabe que fez algo que justifica retaliação. Estive me
perguntando se posso começar a ficar de mau humor por causa daquele mês em
que você me deixou esperando antes de irmos para os Países da Frota.
“Bem, sim... Mas quero dizer... Isso vai soar como uma desculpa, mas não há
nenhuma linha de comunicação física no centro de treinamento, e eles não nos
permitiram enviar nenhuma correspondência. E o fato de ter deixado isso no ar por um
mês inteiro me fez sentir estranho… Hmm…”
Quanto mais ela falava, mais ela percebia que estava errada.
"…Desculpe."
Ela o ouviu rir.
“Não posso morrer logo depois que você finalmente me deu sua resposta, posso?”
Então não se preocupe. Eu vou ficar bem.
Lena sorriu com essas palavras implícitas. Foi por isso que Lena fez aquele
juramento naquela época, desejando um milagre. Foi então que ela pensou em uma
maneira de voltar para ele.
“Sim... E também, Shin? Na verdade ainda estou com o seu casaco, para quando
tiver que usar a cigarra... Você costuma passar colônia, né? Tem o seu cheiro.
Às vezes... vestir o casaco me acalma.”
“—?!”
Ela podia ouvir Shin de repente começar a tossir. Aparentemente, isso o pegou de
surpresa. Foi um pouco indecente da parte dela, mas ela sentiu que ele teve o que
merecia, então ela continuou sem problemas.
“Provavelmente vou tomá-lo emprestado para todas as operações de agora em diante. eu posso abraçá-lo apertado
sempre que me sinto ansioso.”
“…”
Ele ficou em silêncio, aparentemente imaginando algo... Lena decidiu parar por aí. Ela
não deveria mais provocá-lo antes de uma operação.
“Vou devolvê-lo quando a operação terminar... Vou trazê-lo pessoalmente de volta
todas as vezes. Então, por favor... deixe-me ter a oportunidade.
Por favor… fique seguro.
"Cuide-se."
“Eu...” Shin disse, e então se corrigiu. "Vejo você então."
Lena arregalou os olhos com essas três palavras curtas. Ele não disse, estou fora.
Um sorriso brincou em seus lábios. Por mais inapropriado que tenha sido, ele falou com
ela não como um oficial superior, mas como um camarada. Ou talvez... como alguém a
quem ele jurou sua vida. Essa frase a deixou feliz.
“Sim, tenha cuidado!”
“Curso claro! Armée Furieuse, começando o lançamento!”

O curso deles, na verdade, não estava nem um pouco claro, com o Eintagsfliege
preenchendo seu caminho. Além disso, normalmente não se lançaria um Feldreß pilotado
no ar. Mas, na verdade, ninguém estava com vontade de fazer piadas.
Um ônibus espacial semelhante a um bloco de partida rebocou os Reginleifs enquanto

eles disparavam pelos trilhos. A sensação de ser lançado era dada pela intensa aceleração
de uma catapulta eletromagnética. Shin já havia experimentado isso antes em simuladores
e durante o lançamento do Nachzehrer, mas não conseguia se acostumar.
Em um piscar de olhos, a catapulta foi de uma ponta a outra dos trilhos. Em seguida,
quebrou no final dos trilhos com um som alto e a trava foi desfeita.
O Reginleif era um Feldreß leve, mas ainda pesava dez toneladas.

E esse peso estava sendo jogado no ar com força total para os confins
do céu do norte.
O Mk. 1 Armée Furieuse, produzido pela Alliance of Wald.
Uma catapulta eletromagnética destinada a lançar Feldreß no céu, para que eles pudessem
marchar pelos céus como a donzela de guerra que lhes deu o nome e descer no campo de batalha.
Um sistema para permitir que os Reginleifs decolem, muito parecido com o Nachzehrer ou um
caça a jato de navio, transformando-os em armamentos aerotransportados.
Sacudindo a força da gravidade, os Reginleifs ganharam altitude, suas estruturas revestidas
com outro armamento aerotransportado - um dispositivo de propulsão denominado Manto de
Frigga.
Um manto mítico que transformaria qualquer um que o usasse em um falcão. Como o próprio
nome indicava, permitia que os Reginleifs voassem pelo ar enquanto ofuscava sua aparência.
Como as armas de superfície não tinham uma forma aerodinâmica que lhes permitisse manter
o equilíbrio e a altitude, elas as envolviam e lhes davam carenagens. Também foi equipado com
dois propulsores de foguetes para erguer suas dez toneladas no ar. Assim que as carenagens
deixaram o ônibus espacial, os foguetes dispararam e suas asas de estabilização foram acionadas.
Ao atingir o impulso, o Manto de Frigga disparou para os céus. Fiel ao seu nome como manto,
era coberto por finos flocos de prata do tamanho de penas de pássaros, que refletiam a luz e as
ondas de rádio, piscando o tempo todo.
Tendo ganhado asas de fogo e escondido atrás de plumas de prata, os Reginleifs voaram.
Quando Gilwiese olhou para cima das linhas de frente, ele não conseguiu ver corretamente os
Juggernauts enquanto eles navegavam pelo céu. Eles voaram em altitudes e velocidades que não
eram visíveis para as pessoas no solo. Ele simplesmente olhou, sabendo que eles deveriam estar
lá em cima neste céu nublado de cinzas, e murmurou para si mesmo.
“Um exército de fantasmas voando pelo céu, liderado por uma divindade da guerra, o deus da
morte. Estes eram os Cavaleiros Fantasmas.
A divindade guerreira que liderou aquele exército de fantasmas também dublou como um ceifador de
almas que governou as almas dos soldados mortos. Os mortos da guerra se reuniram sob aquele deus,
oferecendo suas almas para marchar em batalha gloriosa sob seu serviço para sempre.
Mas como a divindade guerreira se sentiu sobre isso?

Balançando a cabeça uma vez, Gilwiese fez seu Vánagandr se levantar. Era uma unidade tingida com
o revestimento de cinábrio exclusivo do Regimento Myrmecoleo, em oposição à cor metálica usual da
Federação. A Marca Pessoal em seu lado era a de uma tartaruga marinha com a cabeça de um bezerro -
identificador: Falsa Tartaruga.
“Mock Turtle para todas as unidades – estamos indo embora também.”
Os flocos de prata que cobrem o Manto de Frigga e o exterior do Juggernaut eram, de fato, asas de
Eintagsfliege. Ou, para ser exato, eram imitações modeladas a partir deles. O Strike Package havia
invadido e conquistado com sucesso as bases de produção da Legião no passado. Um deles era a base
da Dragon Fang Mountain, onde eles tomaram a custódia de Zelene. Durante esse tempo, eles também
coletaram algumas amostras, que foram usadas para criar este dispositivo.
Penas de falcão de folha metálica que perturbavam, refratavam e absorviam todos os tipos de ondas
eletromagnéticas, incluindo a luz. Durante seu desenvolvimento na Aliança, eles receberam o apelido de
Whitehawk Plumes.
As capacidades de interrupção eletromagnética do Mantle permitiram que ele escondesse os Reginleifs
tanto do Rabe, que voou bem acima deles e estava equipado com um radar antiaéreo, quanto do radar
terrestre de Stachelschwein.
Mas a admissão do motor a jato de uma aeronave ainda sugaria as penas, o que destruiria o motor da
mesma forma que o Eintagsfliege fez. Em vez disso, o Mantle usava propulsores de foguetes, que não
precisavam de ar para sua combustão e podiam voar através dessas nuvens de penas prateadas. No
entanto, era muito ineficaz para substituir um motor a jato. A única coisa que podia fazer era lançar objetos
mais leves que um caça a jato, impulsionando-os em uma viagem só de ida.
À medida que os Reginleifs voavam pelo ar, as temperaturas fora de suas unidades eram baixas o
suficiente para congelar os pulmões nesta altitude. Shin inspecionou seu altímetro. O motor do foguete
terminou sua combustão e, com sua tarefa cumprida, foi alijado do Manto.
Em seu lugar, um par de asas e hélices destinadas a planar desdobradas e desdobradas.

O motor do foguete era altamente ineficiente para o vôo real. Mesmo os militares da
Federação raramente o usavam para suas aeronaves, apenas utilizando-os para atingir a
altitude necessária e reunir energia cinética, que seria usada para planar para baixo. E
assim os Reginleifs desceriam do ar, como um exército de fantasmas.
As asas artificiais pegaram o vento, transformando a trajetória das unidades de uma

subida para uma descida lenta. Shin sentiu seu sangue e seus órgãos subirem, o que
induziu uma sensação estranha e desconhecida de flutuar. Ele ficou tenso - os humanos
eram criaturas incapazes de voar, e estar em tais altitudes os enchia de um medo instintivo
de cair e cair de uma grande altura.
Eles mergulharam diagonalmente no céu gelado. As unidades aerotransportadas
começaram sua rápida descida nas profundezas do território inimigo.
Mesmo neste campo de batalha no extremo norte, os relatórios das unidades de patrulha
da Legião que enfrentaram as forças inimigas foram rapidamente captados pelo Rabe
voando nos céus. Ao receber um desses relatórios de um Tausendfüßler movendo-se
rapidamente pelas linhas de frente para fins de reabastecimento, o Rabe não entrou em
pânico. Ele simplesmente parou por um momento antes de decidir sobre uma diretiva.
<<Restos de unidade não cadastrados no banco de dados detectados. Presume-se que seja um motor
de foguete.>>
E, no entanto, não houve relatos de inimigos infiltrados no setor relevante. Nem o

Ameise vigiando as linhas de frente nem o Stachelschwein vigiando os céus das áreas
traseiras notaram nada.
E o próprio radar do Rabe também não detectou nada.
Mas dada a temperatura do motor descoberto, não fazia muito tempo desde que ele
pegou fogo e caiu. Não poderia ser um motor não descoberto pertencente a alguma unidade
desconhecida e abatida. O que significava que provavelmente foi descartado no caminho.
Isso veio de um ataque aéreo que usou algum tipo de

mecanismo de interferência eletromagnética para enganar o radar.
Provavelmente foi semelhante à própria tática da Legião de anexar propulsores de
foguetes e planadores ao Ameise para permitir que eles voassem de cima. Em
nesse caso, o objetivo da unidade inimiga seria…

<<Eagle Cinco para o Plano Ferdinand. Infiltração de unidade inimiga confirmada.>>
O Rabe enviou um alerta para seu trunfo, que estava posicionado na parte de
trás das linhas da Legião, ao invés de estar na ofensiva. Este foi um avanço aéreo
nas profundezas dos territórios da Legião. Não poderia ter sido feito simplesmente
em nome de perturbar as linhas de frente.
<<O objetivo do inimigo presumivelmente é a destruição ou captura do Plano Ferdinand. permanecer
alerta>>
<<Planeje Ferdinand para Eagle Five. Reconhecido.>>

<<Recursos integrados ativados. Síntese de Colare, espera de ativação.>> <<Melusine
One, espera de ativação de combate.>>
“Eles nos notaram.”

Shin semicerrou os olhos ao ouvir o uivo do Halcyon, revelando que era um
combate operacional. Ainda assim, não parecia que seus sensores ópticos ou
mesmo quaisquer unidades antiaéreas estivessem fixos neles. A Legião
provavelmente encontrou um motor alijado. As Plumas de Whitehawk deveriam ter
mantido os Reginleifs escondidos mesmo a esta curta distância. Enquanto isso, uma
grande sombra metálica estava surgindo. Eles estavam acima de sua posição de pouso planejada
Claro, a capacidade de Shin de ouvir os fantasmas detectou vagamente o uivo
do Halcyon por um bom tempo.
“…Se eu soubesse que isso iria acontecer, eu teria dominado o uso dessa coisa
antes,” sussurrou Shin. Ele falou silenciosamente o suficiente para que não fosse
pego pelo Para-RAID enquanto ele olhava o ciclope de Shiden com um olhar.
A descida continuou enquanto a estrutura maciça do Halcyon se aproximava
abaixo deles. Assim como a Fênix usava o Eintagsfliege para camuflagem óptica, o
Manto de Frigga enganava até mesmo os raios de luz visível emitidos pelo radar.
Os sensores ópticos azuis da Legião ainda não conseguiram detectar os Reginleifs.
Sob a proteção do Manto, o Feldreß desviou-se para os arranha-céus adjacentes.
Seu ponto de pouso foram as ruínas de uma antiga base militar da Teocracia,
construída sobre o que antes era uma cidade. Os prédios eram como lápides
gigantes, e eles escondiam Undertaker e os outros Reginleifs.
da vista do Halcyon. O chão cinza ficou cada vez mais próximo. Juntamente com o
altímetro de Shin, um par de asas de desaceleração se abriu, reduzindo rapidamente a
velocidade de queda da unidade.
"Manto de Frigga, desligado."
A exibição de uma janela holográfica se iluminou e as asas deslizantes e carenagens
da unidade se fecharam. Imediatamente depois, uma força poderosa sacudiu o
Reginleif. O intenso impacto do pouso percorreu a fuselagem ao levantar uma nuvem
de cinzas vulcânicas.
As valquírias brancas como a neve desceram sobre o campo de batalha de cinzas
e prata.

INTERLÚDIO
ONDE ESTAVA O PÁSSARO AZUL O

TEMPO TODO?
“Então você vai voltar para a Federação amanhã, hein, garoto?”

Os feridos graves que permaneceram hospitalizados nos Países da Frota foram sendo
gradualmente transferidos para hospitais da Federação. Theo seria a última transferência.
Ele estava programado para ser transferido no dia seguinte. A sua estadia nesta cidade
litorânea do norte parece ter sido bastante longa e, ao mesmo tempo, como se tivesse
passado em um piscar de olhos.
“Sim… Hmm. Obrigado por cuidar de mim por tanto tempo…”, disse Theo com uma
leve reverência.
Ishmael franziu a testa e acenou com a mão com desdém.
"Pare com isso. Somos nós que devemos agradecer.
"Mas, capitão..."
“Não tenho mais um navio para comandar, garoto.”
“…Mas você é um capitão naval. Eu sei que você está ocupado, mas você sempre me
visita.”
Ishmael vinha carregando rosas, que eram vermelhas em um grau quase exagerado, e
aproveitou o fato de que os internados não tinham para onde correr para trazer iguarias
locais que o povo dos Países da Frota

usado para provocar os turistas.
Na primeira vez, ele chegou vestindo um grande lençol, fingindo ser um fantasma.
Foi uma brincadeira banal o suficiente para fazer Theo gritar e jogar coisas nele. Era irritante e
barulhento... E Theo estava sinceramente grato por isso. Ele teria ficado muito mais deprimido
se tivesse ficado sozinho. Isso daria tempo para pensamentos indesejados correrem
desenfreados por sua mente.
Talvez ele estivesse melhor se tivesse ouvido Ishmael e refletido sobre suas palavras para
começar. Sobre a ideia de permanecer neste mundo, mesmo depois de perder o orgulho que
você tanto preservou.
Incapaz de encontrar as palavras certas, Theo murmurou baixinho.
"…Posso ser honesto?"
Essa era uma confissão que ele não podia fazer a nenhum de seus amigos, nem mesmo a
Shin. Ele sabia que isso o tornaria um fardo, e ele não queria isso. Dizer as palavras seria
pouco mais do que reclamar neste momento. Seria choramingar, e ele não queria que seus
amigos lidassem com isso. Mas este homem... pode ouvi-lo.
"Eu não... quero deixar de ser um processador."
Enquanto Theo falava, algo úmido escorreu por suas bochechas e pingou no chão.
“Eu nunca quis a guerra, mas quero lutar ao lado deles até não ter mais luta. Eu queria ir
com eles para a próxima operação... Eu odeio isso. Eu odeio que tenha que terminar assim,
com tudo ainda no ar.”
"...Sim." Ishmael assentiu profundamente.
Seus olhos esmeralda eram tão profundos e insondáveis quanto os mares do sul. o O
não conseguia se lembrar do pai, mas seus olhos provavelmente eram da mesma cor.
“Deve ser assim. Eu não vou dizer que entendo como você se sente, de
curso. Não é tão simples assim.”
“Você entende. Quer dizer, o Stella Maris...
"Certo. Essa foi sua última viagem.
Os danos infligidos pelo Noctiluca não tornaram aquele enorme navio completamente
incapaz de autopropulsão, mas os Países da Frota não tinham forças para repará-lo. Assim
como o Pacote de Ataque foi informado durante a operação, eles não poderiam mais reconstruir
a Frota Órfã. Eles eram

colocando os materiais que eles tinham de lado para potencialmente reconstruir a frota após
a guerra. Mas por quanto tempo eles poderiam continuar dizendo isso?
Mesmo que a guerra terminasse, eles poderiam levar séculos para restaurar a frota à sua
antiga glória.
O supercarrier, os navios anti-leviatã, os cruzadores de longa distância…
Sua construção não foi feita pela iniciativa dos Países da Frota. Foi com a ajuda do Império
Giadiano.
E as técnicas de construção naval foram inúteis na Guerra da Legião. Nem Theo nem
Ishmael poderiam dizer quanto desse conhecimento seria transmitido às gerações futuras.
Poderia muito bem ser deixado sem herança, ou talvez a Federação não estivesse disposta
a ajudar nos esforços de reconstrução. A frota pode nunca ser reconstruída.
“Deixei de fazer parte dos clãs do Mar Aberto. É assim que as coisas têm sido
por todos esses anos temos caçado esses pedaços de sucata.
Mas ele ainda tinha que viver. Apegar-se à vida, para não envergonhar os que morreram.
Ismael fez isso. E Theo também. E para isso…

“Espero encontrar algo também”, disse Theo. “Algo novo para se agarrar.”
"Você irá. E você não precisa se apressar. Levei anos procurando e vagando. É por isso
que… quando você estiver perdido, quando não tiver ideia de para onde ir, eu estarei lá para
ouvi-lo, garoto. Somos parentes, afinal. Mesmo que essa conexão tenha mil anos.
Ele disse a Theo a mesma coisa antes da operação Mirage Spire.

Mas desta vez, Theo sorriu sarcasticamente. Ele não sentia mais a sensação cega e
imprudente de recusa e negação que pairava sobre ele na época.
Frederica disse uma vez que as pessoas eram feitas do sangue que corria em suas
veias, das terras que chamavam de lar e dos laços que forjavam.
Essas palavras continham verdade, mas, ao mesmo tempo, também estavam erradas.
As pessoas, e de fato os Oitenta e Seis, não conseguiam manter suas identidades sozinhas.
Eles precisavam de um lugar para onde voltar. Pessoas para viver ao lado. Todo mundo fez.


Mas naquela época, e até agora, eles não estavam sozinhos. Eles tinham companheiros.
Theo tinha Shin, Raiden, Anju e Kurena. Esses camaradas eram seu lugar para onde voltar, os
“laços” que lhe deram forma. Eles definiram um ao outro, apoiaram um ao outro.
E mesmo agora, quando não podia mais lutar, ainda queria acreditar que poderia voltar para
eles se assim o desejasse. E era por isso que passava cada dia sem perder a noção de quem era.
Porque seus companheiros permitiram que ele confiasse neles.

E foi nesse ponto que ele percebeu que Grethe e Ernst - que o
A Federação também os tinha procurado.
Laços de sangue. Títulos da terra. As coisas que eles perderam.
Eles poderiam ser reivindicados.
Essas não eram coisas que ele tinha desde o nascimento, como sua família ou sua terra natal.
Essas foram as coisas que ele ganhou no final de sua estrada. Mesmo que os perdesse, ele poderia
encontrar novas coisas para se agarrar e novos lugares para estar. Ele poderia encontrar alguém
para se apoiar durante os momentos mais difíceis. Como este parente de mil anos dele.
“…Obrigado, Tio,” Theo disse.

Ishmael franziu a testa desagradavelmente.
“Pelo menos me chame de irmão mais velho. Vá em frente, tente dizer isso.
Theo sorriu. Como um sobrinho poderia sorrir para um tio distante que estava apenas
um pouco mais velho do que ele.
"Não."

CAPÍTULO 3
FORA COM SUA CABEÇA!
“Hmm... Capitão? Capitão... Nouzen.
Na época, Kurena ainda se chamava Shin Captain Nouzen. Ela tinha acabado de ser designada
para sua unidade, mas ela ouviu os rumores sobre ele no teatro anterior. O ceifador sem cabeça do
Setor 86. Qualquer um que lutou ao lado dele, exceto o “lobisomem” que serviu como seu tenente,
morreu. Um processador amaldiçoado. Ela estava com medo desses rumores, e seu comportamento
gelado não fez nada para torná-los menos credíveis. Então ela mal falou com ele.
Na época, Shin tinha apenas começado a crescer, e seu corpo não era tão magro quanto era
esquelético e de aparência frágil. Ele mal falava, e sua expressão raramente parecia mudar. Ele não
parecia alguém que confiava nos outros. E então ele simplesmente respondeu ao chamado de Kurena
olhando para ela.
Seus olhos estavam vermelhos como sangue. A cor derramada por aqueles destinados a perecer.
Encarar seu olhar frio fez Kurena reflexivamente ficar tensa. Eles provavelmente o chamavam de
ceifeiro porque ele parecia ter a cor da morte nele. E os nomes de seus camaradas mortos. Seus
corações. E o dever de levá-los todos sem falta até o destino final.
Nosso Ceifador, eles o chamavam.

A única salvação preciosa deixada para os Oitenta e Seis, que haviam sido abandonados

por Deus.
Foi apenas no dia anterior que Kurena o viu pela primeira vez. A visão dele colocando
para descansar um camarada que foi mortalmente ferido, mas não podia morrer. A visão dele
entregando a bala final.
"Hum... eu..."
A zona de combate que o Halcyon ocupava era, até poucos anos atrás, uma base da linha
de frente da Teocracia. E antes disso, era uma cidade velha que agora estava em ruínas. As
paredes de ladrilhos brancos opacos pareciam lápides, e os arranha-céus retangulares
erguiam-se ao redor do campo de combate como paredes de alvenaria.
Havia uma fileira de prédios da mesma cor cinza-pérola das bases frontais da Teocracia,
e entre eles havia uma torre de artilharia antiaérea abandonada. Undertaker pousou atrás
daquela torre, pousando no chão coberto de cinzas.
O Manto de Frigga explodiu e pegou fogo, desintegrando-se no ar em uma chuva de

faíscas. As outras cinco unidades de seu pelotão pousaram atrás dele e silenciosamente se
posicionaram em formação. Eles se moveram rapidamente após o pouso, reduzindo o tempo
que ficariam indefesos, e se esconderam atrás dos prédios próximos. “—4º e 5º Pelotões,
apresentem-se.”
“Todas as unidades do 5º Pelotão pousaram com sucesso, Shin.”

“O mesmo vale para o 4º Pelotão. Prosseguindo para ajudar as unidades de outros
pelotões.”
A ligação de Shin foi prontamente atendida. O capitão do 4º Pelotão não fazia parte da
primeira unidade defensiva da primeira ala, mas era um Portador do Nome que sobreviveu à
ofensiva em larga escala do ano passado. Sua habilidade e comando eram páreo para Anju,
Raiden, Kurena e qualquer um dos outros capitães de pelotão. O mesmo valia para o capitão
do 3º Pelotão, que estava substituindo Theo.
Os esquadrões Nordlicht e Scythe logo relataram sua chegada.
Seguindo-os estavam os 2º e 3º grupos. Todas as unidades do batalhão aerotransportado
pousaram com sucesso. Por fim, Zashya colocou Królik em um ponto de grande altitude, para
servir como relé para o link de dados.
“Krolik, relatando. Tenho confirmação visual do alvo.

Começando a análise e transmitindo imagens.

"Entendido. Todas as unidades, permaneçam em espera em suas posições e
confirmem a filmagem...”
Mas ele não conseguiu terminar a frase. Rugidos ensurdecedores e estrondosos
incontáveis que não foram captados pelos sensores de áudio sacudiram suas unidades.
O Halcyon ergueu-se do outro lado dos prédios, sua forma maciça preenchendo a metade
inferior da tela óptica de Shin.
"N-de jeito nenhum...!"
"Merda, é enorme...!"
O suspiro de descrença de alguém vazou para a Ressonância. Mesmo os Eighty
Six, veteranos experientes que eram, ficaram com medo e pasmos com seu tamanho
inacreditável. Os contornos robustos de suas costas arredondadas lembravam um javali
ou um ouriço. Tinha quarenta metros de altura e sua extensão total era de
aproximadamente setecentos metros de largura. Era como um porco-espinho gigantesco
e sem penas.
Mesmo um Dinosauria parecia um mosquito em comparação com essa forma maciça.
O Halcyon era originalmente um Weisel, então toda vez que tocava a terra, revelava
buracos em seu ventre. Aqueles foram feitos para lançar unidades da Legião recém-
produzidas, mas agora pareciam apenas orifícios. O Halcyon era dotado de sensores
ópticos, que estavam lá como se para cobrir qualquer um dos incontáveis pontos cegos
de seu grande corpo.
Ao longo do centro de suas costas havia uma estrutura em forma de leque que
lembrava a barbatana dorsal de um peixe lutador ou a cauda de um pavão - uma fileira
de dissipadores de calor, que toda a Legião empregava. Isso indicou o fato inacreditável
de que mesmo esse monstro não era uma simples fábrica de produção, mas uma máquina
de combate autônoma capaz de se mover.
Era como ver um gigante ressuscitado em forma mecânica e mecânica.
Como o dragão de várias cabeças do Apocalipse. Mas em vez de sete cabeças, ela era
coroada por cinco railguns de 800 mm, cada um deles desviando e girando em busca dos
esqueletos sem cabeça escondidos na sombra dos escombros das ruínas.
Shin falou, sua voz cautelosa, mas calma.
“Todas as unidades, lembrem-se do que eu disse durante o briefing. Nosso objetivo
é destruir e, se possível, capturar o Halcyon. O papel do batalhão aerotransportado é
incapacitá-lo, mesmo que temporariamente, e mantê-lo ocupado até que o Trauerschwan
atinja sua posição de tiro.”
Eles observaram tanto mesmo durante os estágios de elaboração da operação, mas

com o inimigo bem na frente deles, era evidente que seria difícil danificar esse
oponente com um canhão de 88 mm de Reginleif. Um bombardeio do canhão
ferroviário de alto calibre do Trauerschwan seria uma necessidade nesta
operação.
“O esquadrão Spearhead cuidará da paralisação do Halcyon, enquanto os
esquadrões Scythe, Nordlicht, Stinger, Fulminata e Sarissa trabalharão para
distrair e destruir cada um dos cinco railguns. Da esquerda para a direita, os
railguns serão designados por Frieda, Gisela, Helga, Isidora e Johanna.
Além de servir como retransmissor de comunicações, Królik também serviu
como unidade de apoio ao comando. Os cinco railguns projetados em sua tela
óptica foram sobrepostos com os nomes que ele acabou de designar. Ele
baseou-se nas designações que Yuuto deu aos railguns do Noctiluca,
preenchendo o resto de acordo com o código fonético. Essas eram designações
que não deveriam ser transportadas para operações simultâneas.
“O esquadrão Scythe deve lidar com Frieda. O esquadrão Sarissa deve lidar
com Gisela. O esquadrão Stinger cuidará de Helga, o esquadrão Fulminata
cuidará de Isidora e o esquadrão Nordlicht cuidará de Johanna. Não há outras
unidades ativas da Legião na área de combate, exceto o Halcyon, mas
permaneça vigilante contra ataques de unidades inativas.”
"Entendido", respondeu o capitão do esquadrão do Scythe. “Felizmente,
este é um campo de batalha urbano com muitos edifícios. Podemos nos
aproximar chamando a atenção dos railguns e deixando que os prédios
tomem o fogo por nós.”
“Vou acompanhar a mira dos railguns”, disse Zashya. “Dada a rapidez
de seus tiros, seria praticamente impossível evitá-los depois que
disparassem. Se você receber um aviso de que está na mira do inimigo,
priorize a evasão acima de tudo.”
“E esquadrões de artilharia como nosso esquadrão Archer e o
esquadrão Quarrel estarão em posição de oferecer fogo de cobertura para
os esquadrões corpo a corpo. Estaremos escondidos atrás dos prédios,
assim como o esquadrão Spearhead vai se mover…”
Dois pares de asas de borboleta que pareciam ter sido entrelaçadas com
fios de prata se abriram imponentemente atrás de cada um dos railguns.
Isso ajudou a exaurir o calor - um presságio de que os railguns estavam em
operação de combate. Dez pares, perfazendo um total de vinte asas, cobriram
o céu atrás do Halcyon.

O estrondo de vários gemidos e gritos surgiu da barriga da besta, emanando do núcleo do

Halcyon. Um deles era uma voz que Shin já tinha ouvido uma vez: a confusão de gemidos e uivos
agonizantes que ressoaram do Noctiluca. Shin estreitou os olhos enquanto olhava para ele.
Espero que você tenha a chance de se vingar disso.

Garfos. Este é o campo de batalha onde isso vai acontecer.
E quando os cinco railguns dispararam, seus próprios núcleos de controle levantaram suas
vozes em cinco gritos diferentes. Quatro deles eram gemidos desconhecidos, gritos, respirações
ofegantes e gritos de agonia... Mas um deles era um sussurro familiar e angustiado. A lamentação
fria e oca de uma garota que teve uma morte aquosa naquele campo de batalha cerúleo.
<<…Tão frio.>>
Shana.
O Para-RAID transmitiu aquela voz a dezenas de quilômetros de distância, aos ouvidos de Lena,
Frederica e Kurena.
<Tão frio... tão frio. SoColdSOCOLD tão FRIO.>>
"Não…!"
Enquanto Kurena esperava pelo sinal do batalhão aerotransportado de que eles haviam
aberto hostilidades com o inimigo, ela ficou no topo da armação do Trauerschwan. Ao ouvir aquela
voz, sua respiração ficou presa na garganta.
Durante a batalha com o Noctiluca, Shana escalou o Mirage Spire para derrubá-lo. Como
resultado, ela não conseguiu escapar a tempo e morreu em batalha. Como se estivesse morrendo
no lugar de Kurena, que, apesar de ser um atirador habilidoso e designado, estava paralisado
pela dúvida e pelo medo.
Shana havia caído na água junto com a torre de aço em colapso.
O Noctiluca, que navegou nessas mesmas profundezas, provavelmente recolheu seu corpo e
integrou sua rede neural em um de seus railguns.
Não como ovelha negra, mas como pastor.
As águas escuras e geladas do mar do norte eram frias a ponto de quase congelar. A
decomposição do tecido cerebral de Shana após sua morte

provavelmente levou mais tempo como resultado. Shin, que podia ouvir as vozes dos
fantasmas mecânicos, devia saber disso.
A realização a chocou.
Não pode ser.
Ela pensou que Shin decidiu não trazê-la para o batalhão aerotransportado porque
confiava em sua habilidade como atiradora. Mas será que esse não era o seu verdadeiro
motivo? E se fosse o contrário? E se ele não a trouxesse porque não podia confiar nela
para lutar contra Shana, que morreu por causa de seu medo? Porque ele julgou que tê-
la ao seu lado naquela condição seria muito perigoso...?
Assim que o choro de Shana os alcançou, a tela do radar de Undertaker detectou um

Juggernaut saltando para a frente. Ele nem precisou checar seu identificador para saber
quem era. O ciclope do esquadrão Nordlicht.
Shiden.
Ele reflexivamente pensou em repreendê-la, mas então ele reconsiderou. Foi por
isso que designou o esquadrão Nordlicht para cuidar de Johanna. Shiden estava agindo
em uma explosão impulsiva, mas contanto que ela cumprisse a missão, ele poderia
ignorá-la.
“Shiden, 'Shana' está dentro do núcleo de controle de Johanna. Você pode cuidar
disso?
Ela não respondeu a sua pergunta. Ele concluiu que ela provavelmente ouviu
ele, então, em vez disso, ele dirigiu a pergunta ao capitão do esquadrão Nordlicht.
“Bernholdt, o idiota está ficando selvagem, como pensávamos. Fique de olho nela.
"Eca. Sim, tudo realmente correu do jeito que pensamos
iria... Entendeu isso.
Desta vez, Shiden realmente respondeu, sua voz grossa com aborrecimento: “Eu
ouvi isso, Shin! Quem você está chamando de idiota?!” — o que silenciou a
conversa de Shin e Bernholdt. Ela estava aparentemente mais controlada do que eles
esperavam. O fato de ela ter chamado Shin pelo nome em vez de usar o apelido usual
para ele era prova de que ela não estava completamente calma, no entanto.
“…É quase impressionante que vocês dois se enfrentem mesmo em um
tempo como este”, comentou Bernholdt.
“Ela ignora as transmissões no meio de uma operação. chamando-a de

idiota funciona muito bem... Mas eu estou contando com você.”

Bernholdt e os Vargus devem ser capazes de acompanhar Shiden, mesmo que ela faça algum
truque imprudente. Foi por isso que ele a colocou no esquadrão Nordlicht para começar.
Ele sentiu Bernholdt abrir um pequeno sorriso.

“Não diga mais nada, capitão. Tudo bem, vamos indo, rapazes! Nós
tenho que cobrir essa mocinha quando ela começar a ficar imprudente!
Com Ciclope avançando e atuando como tiro inicial, os oito esquadrões do batalhão aerotransportado
entraram em ação. Eles correram pelas ruínas, que estavam cobertas pelo mar de cinzas, abrindo
caminho para o imponente gigante que estava acima deles.
O objetivo do esquadrão Spearhead era incapacitar o Halcyon. Para fazer isso, eles primeiro
precisavam se agarrar ao inimigo e, como tal, contornaram a borda externa das ruínas da cidade,
na esperança de ficar atrás dele.
Dois esquadrões foram equipados com configurações de artilharia para oferecer fogo de
cobertura na batalha contra os railguns. Para tanto, eles se aproximaram do flanco do Halcyon
para assumir posições de tiro. Eles, assim como Spearhead, viajaram nas sombras dos prédios,
para evitar serem detectados pelo inimigo.
Enquanto isso, os cinco esquadrões encarregados de eliminar os canhões ferroviários se

espalharam por toda a vasta área urbana, usando a cidade como cobertura das miras das enormes
torres. Eles se aproximaram da jugular do Halcyon como cinco garras. Eles também serviram como
uma distração para desviar a atenção do Halcyon da abordagem do esquadrão Spearhead.
Os Reginleifs se mostraram intencionalmente, mas correram pelo campo de batalha para não
mostrar seu número total ao inimigo. Enquanto se moviam, os sensores do Halcyon os detectaram
um por um. Os barris ameaçadores desviaram, cortando ruidosamente o vento enquanto giravam.
Eles mudaram de uma posição curva, que indicava que estavam procurando o inimigo, para um
rumo linear, sinalizando que estavam mirando.
O volume de seus uivos aumentou, como se estivessem chamando alguma coisa. "...!"

Correndo pela estrada da cidade da Teocracia, que havia sido montada em um padrão
semelhante a um tabuleiro de xadrez, Shin parou de repente. Tendo ouvido aqueles uivos, ele
olhou para cima imediatamente. Aquele som não pertencia a uma unidade oculta esperando no
modo de espera. Foi outra voz que surgiu das profundezas do Halcyon.
No momento seguinte, fendas se abriram nas laterais dos dissipadores de calor, disparando
alguma coisa. Esses objetos se moviam pelo ar em uma curva, lenta o suficiente para que a visão
cinética de um humano os visse com facilidade. Havia tantos deles, enrolados e abraçados aos
joelhos enquanto voavam pelo ar…
Minas autopropulsadas?
Mas por que? Por que usar minas autopropulsadas agora ? Shin não entendeu a intenção do
inimigo, mas deu o aviso do mesmo jeito. A experiência que o manteve vivo por tanto tempo lhe
disse que o plano do inimigo não era claro, apenas significava que eles tinham que ser mais
cautelosos.
“Todas as unidades. Minas autopropulsadas estão sendo disparadas do interior do alvo.
A intenção deles é desconhecida, mas evite contato com...”
“—Ugh, as miras dos railguns estão consertadas!”
Um aviso cortou suas palavras. Zashya. Ela se posicionou acima deles para ajudar com
suporte de comunicação e análise de combate e se ofereceu para ajudar com manobras evasivas.
“Ciclope, Freki Três, Vlkodlak, fujam! E cuidado com um

segundo voleio de Isidora e Gisela—”
Mas então Olivia engoliu nervosamente.
“—Todas as unidades, desviem! Esqueça suas linhas de fogo; qualquer um que esteja dentro
na frente de um railgun, fuja!”
No momento seguinte, todos os cinco railguns rugiram como um. Ninguém no batalhão
aerotransportado poderia perceber imediatamente o que aconteceu naquele momento. Eles
naturalmente não podiam, já que a velocidade de disparo dos railguns era de oito mil metros por
segundo. A visão dinâmica de um humano não poderia esperar perceber algo se movendo
naquela velocidade.
O cenário das ruínas desapareceu completa e totalmente.
Não era apenas um único ponto no campo de batalha. Era como se algum invisível,

mãos gigantescas haviam escavado a terra de cima. Cinco pontos diferentes, cada um deles
em um raio de cinquenta metros, foram eliminados.
Assim como Olivia, com sua capacidade de ver três segundos no futuro, os havia avisado,
uma tempestade de destruição em grande escala obliterou todas as estruturas em seu alcance,
levando a uma ferida circular nas ruínas da cidade.
Um momento depois, o guincho do vento encheu repetidamente seus sensores de áudio.
Os projéteis de 800 mm, cada um pesando uma dúzia de toneladas, dispararam essencialmente
à queima-roupa, com sua velocidade inicial preservada. Seu impacto desencadeou grandes
quantidades de energia cinética que rasgou o chão, mas o batalhão avançado não conseguiu
nem ouvir o som estrondoso de sua explosão. Algumas estruturas ficaram estranhas, como se
tivessem sido cortadas completamente. Mas então eles deslizaram ao longo de sua seção
transversal, como se lembrassem que a gravidade se aplicava a eles, e colidiram com a terra
pulverizada das ruínas.
Esse aviso de último segundo veio bem na hora. Os Oitenta e Seis estavam acostumados
a não ficar diretamente opostos a seus inimigos. Afinal, enfrentar um Löwe ou um Dinosauria
naqueles caixões de alumínio, com seu mísero poder de fogo, seria suicídio. Nenhum dos
Juggernauts foi pego no amplo raio de destruição. No entanto…
"Que diabos…?" …
mais explosões rugiram em vários outros pontos da cidade. Esses eram lugares que não
podiam escapar do fogo dos canhões ferroviários e tiveram as minas autopropulsadas
implodindo sobre eles. No momento em que Shin viu as torres do railgun virarem na direção
das detonações, ele percebeu por que o Halcyon havia espalhado aquelas minas
autopropulsadas.
Verificando o link de dados, confirmei que todas as suas unidades ainda estavam intactas.
Nenhum deles havia sido afundado pelas minas. Os velozes Reginleifs e os Vánagandrs
blindados não seriam destruídos tão facilmente por minas autopropulsadas. Em outras
palavras, o Halcyon não espalhou as minas autopropulsadas para destruir qualquer Feldreß,
mas sim…
“Qualquer um que tenha uma mina detonada sobre eles, fuja e assuma manobras
evasivas! Está usando o som das explosões para rastreá-lo!”
Como eles estavam lutando em uma área urbana com pouca visibilidade, o som da
autodestruição estava sendo usado como um sinal para informar rapidamente o Halcyon das
posições do inimigo. No momento seguinte, os railguns rugiram novamente. O vento deu um
uivo estridente quando mais cinco punhos de ferro cravaram no chão, transformando estruturas
em pedaços circulares de terra arrasada.

Shin ouviu cinco processadores suspirarem de alívio ao escaparem por pouco.

aqueles tiros. Um deles, Bernholdt, começou a estalar a língua.
“Acho que apropriar-se das minas automotoras como uma espécie de sistema
de alarme é uma maneira de usá-las…
Os escombros desmoronaram novamente. Os prédios estavam escavados, como se

uma faca os tivesse cortado sem se preocupar com concreto ou metal. E havia a questão
daquele som estridente do vento, o fato de que a transmissão da energia cinética era
avassaladora e o raio da explosão era muito grande para o diâmetro dos projéteis.
Todos os Juggernauts que tentaram se aproximar do Halcyon, incluindo Undertaker,

estavam muito perto para segui-lo com seus sensores ópticos. Mas Królik, que havia
ficado para trás, provavelmente podia ver tudo direito.
“Królik, você pegou isso com seu sensor óptico? Você pode analisar...?
“Eu mal vi quando disparou pela segunda vez. O inimigo está usando disparos
em cadeia!”
Antes que ele pudesse perguntar mais alguma coisa, Zashya transmitiu os resultados
de sua análise. A filmagem enviada dos dados ópticos do Królik era de qualidade um pouco
baixa, mas capturou por pouco o momento anterior ao impacto. Assim que o projétil de 800
mm de diâmetro atingiu o solo, ele se transformou em uma forma maciça de cinquenta
metros. A princípio, parecia um disco achatado de prata, mas na verdade estava mais
próximo de uma rede de arremesso.
“Assim que a concha sai do focinho, ela se divide e se dispersa em um círculo.
A ogiva principal no centro e outras sete bombas menores estão conectadas como
uma teia de aranha por fios moleculares. Eles destroem ou simplesmente cortam
tudo em um raio de cinquenta metros dentro de sua linha de fogo… Na época em
que os veleiros estavam sendo usados, disparos em cadeia eram feitos amarrando
projéteis com correntes para quebrar os mastros dos navios inimigos. É parecido
com isso.”
Concentrar a força destrutiva em um ponto retarda sua força mais penetrante, mas se
o objetivo for maximizar o alcance de sua destruição, espalhá-la em uma linha seria mais
eficaz. Tornou mais fácil acertar o alvo ao atirar de perto, onde era difícil influenciar a
trajetória. Ao conectar os setenta e seis pontos em uma linha, criou uma superfície de fios.
Isso marcou um novo método de ataque. Não foi um tiro de canhão de longa distância,

que poderia destruir bases inteiras ou penetrar em bunkers, mas um projétil de curta distância
que varria uma área ampla.
“…Esta é uma contramedida anti-Feldreß…uma contramedida anti-Reginleif.”
Uma contramedida contra o Strike Package, que havia derrotado com sucesso duas
unidades da Legião, o Morpho e o Noctiluca… Uma contramedida contra eles.
A força diversiva chamou a atenção da grande maioria das forças da Legião, mas, mesmo
assim, a rota que o Trauerschwan e a Brigada de Expedição da Federação tomaram não foi
de forma alguma livre de inimigos. Tendo recebido a notícia de que o batalhão avançado havia
aberto as hostilidades, a força principal da Brigada de Expedição da Federação finalmente
enfrentou as forças da Legião a vinte quilômetros de seu ponto de tiro designado.
Eles entraram em combate com cada unidade se movendo em formação de diamante;

Unidades de reconhecimento lideravam o pelotão, posicionadas ao longo da frente e de trás
de cada formação. Este consistia em dois batalhões de batedores Reginleif e o Regimento
Livre de Myrmecoleo como vanguardas.
Os três grupos foram recebidos por uma nuvem negra - uma grande força de fantasmas
mecânicos, tão numerosos quanto o nome indicava. E além deles, também havia algo único
no campo de batalha do setor em branco…
"...?!"
Assim que Gilwiese fixou sua mira no flanco de um Löwe, ele engoliu em seco nervosamente
quando as patas traseiras da Falsa Tartaruga afundaram no chão. Havia uma cavidade
escondida sob a camada de cinzas que cobria o chão, e ele erroneamente pisou nela.
Ele operou os manípulos de controle rapidamente, sem prestar atenção ao grito de Svenja.
Ela estava sentada confortavelmente no assento do artilheiro atrás dele. Gilwiese ajustou
rapidamente a direção da Falsa Tartaruga e puxou o gatilho. O sistema de controle de fogo
de alta fidelidade do Vánagandr sabia manter sua mira fixa em um inimigo que estava dentro
de seu alcance de tiro. Mesmo que a unidade tivesse sido inclinada ou mesmo virada, ela
mantinha a mira de sua torre fixa nos inimigos em que havia travado.
A torre de 120 mm emitiu um rugido verdadeiramente ensurdecedor ao disparar. Tendo
sido perfurado pelo flanco, o Löwe lançou chamas e caiu no chão. Com o recuo intenso do tiro,
jogando-o para trás, Mock Turtle

Retirou as pernas e fixou a postura. Foi só então que Gilwiese finalmente soltou a respiração.
“Minhas desculpas, princesa. Você está bem?"

"S-Sim... Isso não é nada para mim, irmão."
Aparentemente, quando o recuo do tiro os empurrou para trás, ela bateu a cabeça contra
o encosto. A garota mascote tentou esfregar a dor de sua cabecinha, balançando a cabeça
bravamente com os olhos cheios de lágrimas. Ela então rapidamente arrumou seu vestido,
que agora estava desgrenhado. Como a “filha” da arquiduquesa Brantolote, ela era o símbolo
das unidades imperiais e não tinha permissão para ter uma aparência feia, mesmo no campo
de batalha.
Olhando ao redor, Gilwiese podia ver os outros Vánagandrs ao seu redor e os Reginleifs
das unidades de batedor sendo pegos e tropeçados pelas cinzas quebradiças. Além disso,
sua tela óptica estava pontilhada com uma estranha e fraca turbidez. Cada vez que eles se
moviam rapidamente, as bordas afiadas das cinzas vulcânicas faziam pequenos arranhões
graduais nas lentes de seus sensores ópticos.
Mas o pior de tudo…
"Ugh, de novo não - o telêmetro a laser...!" Um grito raivoso ecoou pelo rádio da empresa.
Quando o vento começou a se intensificar, ele levantou uma espessa cortina de cinzas,
que interrompeu o laser de mira do armamento principal. O sistema de controle de tiro não
poderia calcular a trajetória do projétil até o alvo corretamente sem ele; ele usava o laser para
aplicar correções ao tiro e não conseguia coletar informações precisas sem ele.
Ele conteve a vontade de estalar a língua; ele estava na presença da princesa, afinal. Em
vez disso, Gilwiese sussurrou amargamente. Ele pensou que eles treinaram completamente
na preparação de qualquer desenvolvimento, mas...
“Não demos conta disso. O verdadeiro governante do setor em branco não é o
Legião. É a cinza.
Não era visível entre os arranha-céus, mas Shin se lembrava de ter visto a montanha de
entulho empilhada atrás do Halcyon quando eles desceram. Foram os restos de todos os
recursos metálicos que consumiu.
Este gigante provavelmente parou nesta cidade com o propósito de reabastecer suprimentos...
o que significa que ele tinha muita munição sobressalente.

Este foi um problema.

Shin podia ouvir onde as minas automotoras estavam posicionadas, é claro, mas
simplesmente eram muitas. Ele não podia alertar todos os membros de seu esquadrão.
Um campo de batalha urbano significava que havia muita cobertura e, como as minas
autopropulsadas eram aproximadamente do tamanho de um humano, tanto o radar
quanto a tela óptica poderiam facilmente ignorá-las.
Pior ainda, como o radar e a tela óptica poderiam ser impedidos por toda a
cobertura, o Halcyon optou por usar um grande número de minas autopropulsadas no
lugar do Ameise, que geralmente fazia o reconhecimento.
Em um campo de batalha de alcance tão próximo, o som de qualquer explosão
serviria como um alarme que não poderia ser impedido e, como a unidade que os
produzia seria destruída pelo bombardeio dos canhões ferroviários, seria mais
econômico usar .as minas automotoras descartáveis.
“Todas as unidades... sinto muito, mas não posso rastrear individualmente cada mina
automotora. Mas você pode ouvir a voz do Halcyon, então use isso para cronometrar sua esquiva
—”
"Sim. Nós sabemos, Shin; você não precisa nos dar esse aviso”, disse o
capitão do esquadrão Sarissa.
“Estamos ressoando com você, então podemos ouvir o núcleo de controle
do Halcyon e os railguns. Assim que eles começarem a gritar, saberemos que
devemos nos esquivar”, disse o capitão do esquadrão Fulminata, balançando a
cabeça.
Shin piscou surpreso por eles o interromperem. Os outros capitães logo entraram
na conversa também.
“Nós vamos conseguir de alguma forma, mesmo sem você nos dizer as
posições das minas autopropulsadas, você sabe. Você pode ter esquecido, mas
sobrevivemos ao Setor Oitenta e Seis e à ofensiva em larga escala muito bem,
mesmo sem você por perto.
"..." Shin respirou fundo. "Você tem razão. Desculpe."
“Você se concentra na sua parte do trabalho, certo...? Fim de transmissão."
O capitão pontuava a conversa com código de rádio, o que não fazia sentido com
o Para-RAID, pois eles permaneciam conectados ao Ressonância. Raiden, que estava
correndo ao seu lado, desviou seu sensor óptico na direção de Shin.
“Todos eles sabem falar por si mesmos, não é...?

De qualquer forma, tanto aqueles tiros em cadeia quanto as minas autopropulsadas

eram coisas que não esperávamos. O que nós fazemos? Se você está preocupado
com isso, podemos enviar alguns membros do esquadrão Spearhead para ajudar a
enxugá-los.
"…Não."
Shin balançou a cabeça depois de parar para pensar por um momento. o outro
Os capitães confiavam nele para completar esta tarefa, então ele deveria corresponder a essa confiança.
“É inesperado, mas não algo com o qual não possamos lidar. Nós deveríamos estar bem
mantendo o plano inicial… Além disso, o Halcyon não é o único.”
Shin estreitou os olhos friamente enquanto falava.
“Criamos nossas próprias contramedidas contra isso.”
“Simplificando, precisamos tomar cuidado e evitar afundar no chão e escorregar nas cinzas.”
Servindo como batedores, os Reginleifs no 2º Batalhão de Rito e o 3º Batalhão de Michihi

lideraram o ataque enquanto a força principal da Brigada de Expedição lutava contra a Legião.
Uma e outra vez, a unidade pessoal de Rito, Milan, escorregou e quase caiu das cinzas.
Mas aos poucos, Rito foi aprendendo a lutar neste terreno.
A postura dos Reginleifs era tal que quase parecia que eles estavam agachados e
rondando pelo chão, tornando muito fácil para os orifícios de entrada de seus pacotes de
energia sugarem as cinzas. Isso resultaria em seus filtros de poeira entupidos. Nesse caso…
“Só temos que correr sem descer ao chão!”

A armação branca do Milan subiu ao ar. Grauwolf e Löwe, com seus escassos sensores,
confiaram em Ameise para servir como seus olhos e ouvidos. Usando aqueles Ameise como
base, o Milan os chutou, pousando e pisando no lançador de foguetes das unidades Grauwolf
quando eles se viraram para encará-lo, e então se aproximou de Löwe.
Assim que a torre do tipo Tanque se moveu em sua direção, ele a evitou pulando na
direção oposta. No momento em que o Löwe enrijeceu em preparação para atirar, ele se
lançou no topo de sua torre e o bombardeou à queima-roupa, destruindo-o completamente.
Ele nem mesmo considerou a maneira como

amassado, em vez disso, voltou os olhos para a próxima unidade que usaria como base antes
de pular para longe.
Sua trajetória era bastante limitada no meio do salto e não havia cobertura para escondê-lo
do fogo inimigo no ar. Então ele não pulou muito alto ou muito longe. Ele se moveu em pequenos
saltos em cima das unidades da Legião que pontilhavam o campo de batalha, nunca dando-lhes
tempo suficiente para focar suas vistas nele.
“Aaah…!”
O fogo de cobertura de suas unidades consorte rasgou as linhas da Legião. Devido à falta
de medo, decorrente do fato de não estarem vivos, a Legião avançou para proteger o Löwe mais
valioso e ficou no caminho do Milan. Um Grauwolf subiu no topo do Löwe para o qual Rito se
dirigia.
Balançando sua lâmina de alta frequência, ele empurrou sua ponta para frente para interceptar
a aproximação de Milan…
Vendo isso, Rito disparou uma âncora de arame diretamente abaixo dele.
“Só porque estou tentando não cair no chão, não significa que não vou fazer isso.”
Enrolando o fio, ele mudou sua trajetória para se mover para baixo, aterrissando no chão.
Ao mesmo tempo, puxou a âncora consigo, acertando-a na cabeça do Grauwolf em um golpe
que empacotou toda a energia cinética de sua queda. Sua mandíbula (?) Bateu com força contra
o topo da torre do Löwe, e Rito fez questão de matar o Grauwolf atirando no lançador de foguetes
em suas costas.
As balas rastreadoras, destinadas a confirmar a trajetória, criaram uma explosão induzida dentro
do lançador de foguetes, envolvendo o Grauwolf e o Löwe em uma explosão massiva.
Claro, Rito sabia que não seria realista supor que isso seria suficiente para destruir o Löwe.
Antes que as chamas pudessem se apagar, ele disparou sua torre de 88 mm para terminar o
trabalho.
Se Shin estivesse lá, ele poderia dizer a ele se era necessário ou não.
O Reginleif de seu tenente parou ao lado dele.
“Puta merda, Rito…! O que é que foi isso?!"
"Legal certo?!" Rite disse com um sorriso. “Eu meio que improvisei, como o
Capitão e segundo-tenente Rikka!”
“Eu vou fazer isso também,” seu tenente disse solenemente.

“Estou feliz que esteja indo bem para você, Rito, mas não exagere…” Michihi murmurou
com um sorriso enquanto observava a luta do 2º Batalhão.
Rito ser imprudente e imprudente não era novidade, mas essas acrobacias eram
algo completamente diferente. A saída do atuador e do pacote de energia do Reginleif
era alta em proporção ao peso da unidade, e foi isso que permitiu que ele realizasse
essas proezas. Mas a unidade de Michihi, Hualien, tinha uma configuração de supressão
de poder de fogo equipada com um canhão automático de 40 mm. Com isso em mente,
ela não estava interessada em tentar imitar aquelas acrobacias.
Dito isso, o 2º Batalhão parecia estar seguindo o exemplo de Rito. Suas vanguardas,
bem como as unidades de supressão de incêndio, começaram a atacar as linhas da
Legião com a mesma tática. Como um bando de lobos territoriais, eles atacaram as
fileiras de aço e começaram a comer para sair.
Esse fervor se espalhou para o 3º Batalhão de Michihi e, em pouco tempo, ela podia
ouvir os atiradores de seu esquadrão rindo.
“Com a Legião distraída, atirar neles é fácil.”
“Primeiro, abatemos os restos que atacam as vanguardas e depois priorizamos
os Löwe.”
Enquanto as unidades de supressão de superfície posicionadas na parte de trás das
linhas do batalhão faziam piadas, elas recebiam pedidos de apoio.
“—Uma nova força inimiga chegou da esquerda e da frente.
Presume-se que sejam reforços.
“Dê-nos algum fogo de cobertura antes que eles se reagrupem! Dustin,
cuidado com o fogo amigo!”
“Você não diz. Entendido, Sagitário. Não se deixe envolver
meu péssimo tiro!”
Inúmeros foguetes e explosivos caíram sobre as unidades de socorro, derrubando
Grauwolf e Ameise. O esquadrão que solicitou fogo de cobertura anteriormente investiu
contra o Löwe vindo de três direções. Sem o apoio do Ameise para fornecer-lhes
informações sensoriais, os tipos Tank estavam indefesos enquanto os Reginleifs os
atacavam como tubarões famintos.
“…”
Mesmo um Portador do Nome experiente como Michihi nunca tinha visto moral e
seriedade tão elevados. Isso não era desespero. Foi... entusiasmo. Fervor, forte o
suficiente para dominá-la.
Se a guerra acabasse...
Se eles terminassem a guerra, isso significaria que os Oitenta e Seis seriam

abrindo mão de seu orgulho, por vontade própria. Mas apesar disso…
O som dos obuses podia ser ouvido retumbando intermitentemente no horizonte nebuloso
e cinza das forças da linha de frente da Legião. Isso foi obra do batalhão de artilharia, que
havia atirado pela retaguarda sob o comando de Lena. Posicionados na retaguarda da força
principal da brigada, eles dispararam ferozmente contra o inimigo. A unidade Alkonost tinha
saído para fazer reconhecimento e, usando os dados que trouxeram, o batalhão desencadeou
uma chuva de fogo e aço. Entre as tomadas, a voz de Lena alcançou os Processadores como
um sino prateado soando na Ressonância.
“Vanadis para todas as unidades. Há outra tempestade de cinzas se aproximando.

Todas as unidades que cortaram na frente, recuam por enquanto. Transmitirei as
posições estimadas do grupo inimigo. Para evitar fogo amigo, não atire fora do alcance
designado. ataque!"
A cortina de cinzas obstruiu os lasers telêmetros e sensores ópticos tanto para a
humanidade quanto para a Legião. No momento seguinte, o rugido de metralhadoras pesadas
de 12,8 mm, canhões automáticos de 40 mm, lançadores de foguetes múltiplos e canhões de
cano liso de 88 mm encheram o ar, rasgando a cortina de cinza com fogo, fumaça e ondas
de choque.
A Rainha Manchada de Sangue do Oitenta e Seis havia previsto as posições corretas
através deste campo de batalha invisível como um oráculo.
“…Vocês são todos incríveis, sabia disso?” um suboficial próximo
proferido de dentro de sua unidade pessoal.
A resposta de Michihi não veio de orgulho ou aspiração, mas com um tom de reserva.
"Sim... só um pouco."
Aplicava-se a Rito, a Dustin e a Lena, bem como a Shin, Raiden e Anju, que não estavam
neste campo de batalha. Vendo o fervor de seus camaradas, que lutaram como se quisessem
acabar com a guerra com suas próprias mãos, Michihi se sentiu como... ela simplesmente
não conseguia acompanhá-los. Como se eles fossem correr na frente e deixá-la para trás...
Mas Michihi engoliu essas palavras antes que elas pudessem sair de seus lábios.
Também alcançou Kurena e Trauerschwan. A força principal da brigada consistia em quatro

batalhões Reginleif e o Regimento Myrmecoleo. Rito de

O 2º Batalhão e o 3º Batalhão de Michihi estavam à frente da formação como batedores

e eram apoiados por trás pelos três batalhões do Myrmecoleo, carregados como
estavam com forte poder de fogo. Seus flancos foram reforçados pelos outros dois
batalhões do Strike Package como um amortecedor, com um batalhão de artilharia
Reginleifs na retaguarda.
O Trauerschwan foi guardado de todas as direções enquanto aguardava seu papel.
Como uma princesa sendo guardada por seus lacaios - quando ela foi, de fato, afastada
por ser inútil. O Trauerschwan foi um protótipo construído às pressas que não foi feito
para combate ao vivo. Um fardo problemático e indesejado de um cisne negro.
Talvez Shin e o resto de seus companheiros no Strike Package não precisassem

disso para começar. Afinal, a decisão de trazer o Trauerschwan foi tomada depois que
Kurena e a 1ª Divisão Blindada receberam ordens de ir para a Teocracia - quando o
Halcyon foi descoberto lá e concluiu-se que o Noctiluca poderia estar envolvido com ele.
Com o Halcyon, eles receberam ordens para priorizar a destruição em vez de

coletar seu núcleo de controle, e o departamento de pesquisa emprestou-lhes o
Trauerschwan para fazer isso. Shin então confiou a Kurena como sua artilheira. E ainda
para começar…
…Shin e o Strike Package já haviam inventado uma maneira de incapacitar
gigantescas unidades da Legião como Noctiluca e Halcyon com nada mais do que
Reginleifs.
A própria existência do Noctiluca veio como um desenvolvimento inesperado durante a

operação Mirage Spire, mas uma vez que o Strike Package o encontrou inicialmente,
tornou-se uma unidade com a qual eles estavam familiarizados. E eles não foram
descuidados o suficiente para embarcar em outra operação sem tomar contra-medidas
para isso.
Não havia supercarriers na Teocracia. Eles não podiam esperar que o Stella Maris
os ajudasse. O Strike Package precisava encontrar uma maneira de afundar o Noctiluca
enquanto confiava apenas em suas torres de 88 mm. Isso era algo que os Oitenta e
Seis, e especialmente os comandantes do grupo, tinham que considerar.

E assim, enquanto a base do Pacote de Ataque em Rüstkammer fervilhava de

atividade em preparação para sua próxima operação, Shin, Siri, Canaan e Suiu, bem
como os capitães de esquadrão sob eles, se reuniram para discutir seus métodos.
As formas mais válidas de se opor a um canhão de longa distância desse alcance
eram artilharia de igual calibre ou aeronaves guiadas. Mas faltava aos Oitenta e Seis
autoridade para decidir usá-los. Isso estava no reino da artilharia, arsenal e oficiais
militares. E os superiores já haviam considerado isso e estavam trabalhando para
adquirir essas contramedidas.
Era papel do Strike Package, então, encontrar maneiras não convencionais de
lidar com o problema.
Para começar, um Feldreß não tinha nada que tentar abater uma enorme arma
de artilharia que poderia atingir uma distância de quatrocentos quilômetros em um
confronto direto. Assim que o railgun disparasse, eles já teriam perdido. Portanto, a
primeira ordem do dia era impedir que disparasse. Eles precisariam cruzar seus
quatrocentos quilômetros de alcance antes que o canhão elétrico pudesse atingi-los.
E se eles pudessem se aproximar ainda mais e permanecer dentro dos trinta
metros do comprimento de seu cano, nunca seria capaz de atirar neles, para
começar. Enquanto eles permanecessem dentro desses trinta metros de alcance
mínimo, o enorme dragão não poderia soprar suas chamas neles, permitindo que
eles o matassem.
Eles tiveram que encontrar uma maneira de fazer isso. E era nessa mesma
altura que as três divisões blindadas seriam despachadas em simultâneo, permitindo-
lhes testar as suas propostas em combate ao vivo. Siri e a 2ª Divisão Blindada
sugeriram mirar nas asas e barbatanas de aquecimento residual dos canhões
ferroviários. Canaan e a 3ª Divisão Blindada se concentraram em invadir o interior
do inimigo através das entradas de serviço e escotilhas de manutenção, que usariam
antes para capturar o núcleo de controle das unidades Weisel e Almirante.
E Shin e sua 1ª Divisão Blindada…
“Acabamos usando um railgun para priorizar a destruição do inimigo. Mas,

honestamente, preferimos romper sua armadura e enlouquecer com isso. Afinal,
temos Nouzen do nosso lado. Ele poderia simplesmente abrir caminho com suas
lâminas de alta frequência.
Como a 1ª Divisão Blindada realizou uma reunião para discutir sua forma de

enfrentando o Halcyon, Claude falou para iniciar as negociações. Ele era o capitão do 4º Pelotão
do esquadrão Spearhead. Um menino com uma aparência muito distinta, ele tinha cabelos ruivos
e olhos brancos prateados afiados escondidos atrás de um par de óculos.
Acabara de ser decidido que cada divisão blindada resolveria a situação por conta própria, e
os capitães da 1ª Divisão Blindada se reuniram na quarta sala de reuniões da base. Dados visuais
e de combate sobre o Morpho e o Noctiluca estavam sendo projetados em inúmeras telas
holográficas, juntamente com algumas estatísticas estimadas e... por alguma razão, um filme de
monstro gigante.
Enquanto todos focavam seus olhares nele, Shin simplesmente deu de ombros.
“Eu posso entender um ataque frontal em vez de um ataque por trás, o que convida todos os
tipos de fatores incertos para a equação. Mas vamos concordar que uma contramedida que
depende apenas de uma pessoa que possa executá-la não é bem uma contramedida.”
“Você poderia apenas nos ensinar como fazer essas acrobacias. E faríamos o possível para
aprender.”
“Se fosse tão fácil, esse cara não seria o único louco o suficiente para usar essas lâminas. De
todos, em sete anos no Setor 86, ele foi a única pessoa a equipá-los, sabe?” Tohru, que servia
como capitão do 3º Pelotão no lugar de Theo, respondeu.
Coincidentemente, ele tinha cabelos loiros e olhos verdes assim como Theo, mas enquanto
era um Aventura, seus traços faciais, estatura e o ar sobre ele eram completamente diferentes.
“Bem, se um tiro de pequeno calibre não pode perfurá-lo de uma só vez, que tal atirarmos no
mesmo ponto repetidamente? Você sabe, é, uh… Como você chama de novo?
Se você não pode acertar o inimigo com uma flecha, acerte-o com uma aljava de flechas…?”
“Você quer dizer uma saraivada de flechas?” Michihi perguntou.

“Certo, isso. Obrigado, Michihi. Então, sim, devemos ir para isso. Depois de acertarmos uma
vez, podemos continuar atirando naquele ponto. Dessa forma, acabaremos rompendo a armadura
absurdamente espessa que Noctiluca e Halcyon têm.”
"Kurena é a única precisa o suficiente para fazer isso," Raiden rosnou. “E se apenas uma
pessoa pode fazer isso, não é uma contramedida válida.”
“Acho que estamos no caminho certo, no entanto. Quero dizer, o canhão principal do Stella
Maris também não o atravessou de uma só vez; foram necessários alguns projéteis para abrir um
buraco nele. Não precisa ser exatamente o mesmo ponto. Nós só precisamos nos concentrar

ao atingir a mesma área…”

"Eu tenho isso!" Rito exclamou. “Por que não fazemos o railgun do Halcyon disparar através de
sua própria armadura?! Quero dizer, um railgun definitivamente funcionaria em uma batalha anti-
railgun!”
“Ótima ideia, Rito. Vamos pegar o bastão especial que temos para repelir projéteis de 800 mm.
“Ah, mas se o Halcyon for ainda maior que o Noctiluca, talvez não precisemos derrubar nenhum
projétil. Dependendo do ângulo em que dispara, pode se desequilibrar”, sugeriu Anju.
"Espere, Rito, Anju, espere", Raiden interrompeu a discussão. “Isso está ficando confuso.
Vamos com calma. Falaremos primeiro sobre a ideia de Tohru e depois podemos considerar a de
Rito. Precisamos colocar tudo em ordem”.
As coisas já estavam bem caóticas. Olivia estava presente na sala. Ele não participou ativamente
da discussão, pois não conhecia o Reginleif, mas responderia se sua opinião fosse necessária. Em
vez disso, ele estava sentado e fazendo as atas da reunião, abrindo um sorriso divertido e sardônico
com a conversa que se desenvolveu enquanto ele digitava rapidamente no terminal de informações.
Kurena também estava lá, parada e silenciosa como se estivesse sobrecarregada com a
situação. Ela estava desesperada para sugerir algo... Desesperada para encontrar uma maneira de
ajudar a todos, mas todos eram tão apaixonados por isso que ela sentia que não conseguiria
acompanhá-los. Nenhuma palavra saiu de seus lábios.
Um jovem uniformizado, vinculado ao refeitório da base, entrou na sala e colocou uma bandeja
com alguns lanches leves. Aparentemente, eles pularam o almoço novamente. Eles estavam tão
absortos todos os dias em suas reuniões de contramedidas que muitas vezes esqueciam que era
hora das refeições. Assim, o pessoal de abastecimento costumava trazer refeições leves que o
Pacote de Greve pudesse comer com as mãos, como sanduíches e canecas cheias de sopa.
Como todos viram a comida que estava sendo carregada, a discussão morreu
para baixo, e eles olharam a bandeja fixamente.
“Isso é bom. O meu tem carne empanada e frita,” disse Raiden.
Até mesmo Shin, que Raiden costumava dizer que não tinha paladar, pegou um
sanduíche e olhou para ele com curiosidade.
“Certo, tem picles e... mostarda? Ouvi dizer que é bom.”
“Oh, eu tenho queijo e folhas de figueira cozidas.”
“A sopa também está boa! O sabor dos cogumelos secos é realmente rico.”

Eles estavam tão envolvidos com a reunião que não perceberam que já passava da hora do
almoço. Seus estômagos vazios os levaram a ignorar a reunião e, em vez disso, se concentrar em
encher as bochechas. Vendo isso, o jovem soldado zombou deles.
“Quero que você saiba que o cozinheiro-chefe brigou com você por se esquecer de comer a
comida pela qual ele estava trabalhando como um escravo. Ele jurou pela honra de seu chef que
sua comida faria você parar sua reunião hoje. Sentindo-se humilhado ainda, crianças?
"Desculpe por isso."
“Nosso mal.”
"Nós lamentamos."
Todo mundo balançou a cabeça se desculpando, nunca colocando para baixo
seus utensílios. O jovem deu um aceno de cabeça satisfeito.
“Esta é a cozinha regional da terra natal do chefe de cozinha… Na verdade, há outra variação
que usa arenque oleado, mas é difícil conseguir arenque em tempo de guerra. Então, quando a
guerra acabar, ele vai deixar você tentar isso.”
O único porto da Federação era ocupado pela Legião, então, naturalmente, eles não
conseguiam pescar arenque. Mas a menção disso fez Kurena tremer. Quando a guerra acabar.
Aquilo novamente. Todos continuaram dizendo isso, mesmo que tal coisa fosse impossível.
“Ah sim, eu me lembro de comer pratos de peixe quando era criança,” Tohru disse para
ninguém em particular.
Todos fixaram os olhos nele, ao que ele simplesmente deu de ombros.
“Eu morava perto do mar, então a gente cozinhava muito peixe. Era o melhor prato do meu
avô. Ah, ele era um pescador. Havia uma receita passada de família para cozinhá-los… Não quero
muito voltar para a República, mas lembrar disso me dá um pouco de saudade.”
Ver seu sorriso pensativo só fez Kurena se sentir mais deprimida. Não importava o quão
nostálgico ele fosse sobre isso; ele nunca mais comeria aquele prato. O avô de Tohru havia sido
morto pela República, então eles não podiam mais se sentar para jantar um peixe juntos.
Mas então Claude falou com muita indiferença, como se afirmasse o óbvio.
“Apenas faça isso. Assim que a guerra acabar, podemos ir para o mar sempre que quisermos
querer. Então faça isso.”
"Oh, certo. Ok, então quando a guerra acabar, vou recriar o prato do vovô!”
“Cozinhar é a sua motivação?”
“Quero dizer, pode muito bem, certo? Ainda não decidimos o que faremos depois

a guerra ainda. Então eu pensei, por que não tentar?

“Gosto do vovô, comida caseira da mamãe... Ah sim, onde foi que minha mãe
dizer que ela era de novo? Talvez eu faça uma viagem para lá assim que a guerra acabar.
Kurena arregalou os olhos em choque. Ela finalmente percebeu por que Shin, Raiden e os
outros poderiam ser tão sérios em encontrar uma maneira de parar o Halcyon.
Eles querem acabar com a Guerra da Legião... e se libertar do campo de batalha...
Certo. Mesmo nesse ponto, Shin parou de olhar para Kurena. Era como se ele a tivesse deixado
para trás e começado a se afastar. Ele foi pego no fim de uma guerra que Kurena pensou que
nunca terminaria. Ocupada em descobrir como descartar o orgulho de guerreira que Kurena se
apegava como sua auto-identidade. Como se tentasse deixá-la para trás.
A verdade era que Shin... poderia já tê-la abandonado há muito tempo. E foi por isso que ele
não a trouxe com ele para o campo de batalha. Talvez fosse por isso que ele não a chamaria agora.
Porque eu sou inútil. Eu não podia atirar quando precisava. Porque eu sou
impotente, e não pude salvar Theo e Shana.
Ele não precisa mais de mim.
Era uma lógica absurda, tanto que se ela estivesse um pouco mais calma, ela perceberia o
quão estranho ela estava agindo. Só se poderia esticar o bom senso até agora. Shin estava na
linha de frente, enfrentando o Halcyon naquele exato momento. Claro que ele não teve tempo de
ligar para ela.
Mas Kurena faltou compostura para tirar essa conclusão simples. Ela odiava se sentir inútil.
Ela estava com medo de ser impotente. E ter seu próprio desamparo diante de seus olhos a
assustava mais do que qualquer coisa.
A cor do cabelo prateado brilhou em suas memórias. Havia um prussiano
uniforme azul da República. Longos cabelos prateados e olhos da mesma cor.
Garfos. Assim como quando você ficou sentado de braços cruzados e viu seus pais serem mortos
a tiros.
…Não. Isso é uma mentira. Aquele policial nunca disse nada disso. Ele disse que sentia muito.
Ele implorou por perdão por não ser capaz de salvá-los.

Então, a quem pertencem esses olhos?

Os porcos brancos são todos escória.
Não duvide disso. Mas então por que você não os impediu? Por que você não se
agarrou a eles para atrapalhar...? Se você ama tanto sua mãe e seu pai, por que os
deixou levar um tiro em vez de enfrentar os soldados?
O mesmo valia para sua irmã mais velha. Kurena poderia ter arranhado os porcos
brancos quando eles vieram para levá-la ao campo de batalha. Mas ela ficou quieta e não
fez nada. Ela não lutou contra eles. Ela apenas deixou que eles a levassem embora.
Mas você não fez isso. Você não poderia fazer isso. Afinal... Afinal, você é...
Os olhos prateados zombavam dela. Não... eles não eram de prata. Talvez fossem
ouro. De quem eram os olhos?
Isso mesmo. Afinal, você é…
Você é uma criança indefesa, impotente demais para se opor a qualquer coisa que vier à sua frente.
caminho.
"...!"
Ela temia as pessoas. Ela se encolheu diante do mundo. Ela temia o futuro. E a razão
para isso era clara. Ela sabia por que estava com tanto medo de dar um único passo à
frente.
É porque eu sou realmente impotente.
Assim como ela era naquela época, quando soube que não podia fazer nada.
Mesmo que ela tentasse seguir em frente, alguém simplesmente direcionaria sua
malícia para ela. Mesmo que ela tentasse segurar a felicidade, alguém estaria lá para
arrancá-la de suas mãos.
E quando o fizessem, ela não seria capaz de resistir novamente. ela seria
impotente e simplesmente os deixaria levar tudo de novo...
Kurena estava agindo de forma estranha desde que a voz de “Shana” se tornou audível.
Isso era algo que preocupava Lena enquanto ela comandava a brigada de sua posição
no centro de comando do corpo.
A Ressonância Sensorial compartilhou o que eles estavam ouvindo, ligando suas
consciências, para que Lena pudesse captar as emoções que seriam

transmitidos se estivessem conversando cara a cara. E Kurena estava conectada a ela

através do Para-RAID, e ela estava definitivamente em um estado inquieto. Ela estava
assustada, confusa e abalada. Ela procurou alguém para se agarrar enquanto se enrolava
com medo de ser abandonada.
Shin parecia ter percebido isso. Ele não podia poupar-lhe nenhuma palavra, mas Lena
poderia dizer que era como se ele estivesse olhando furtivamente para ela. Shin estava no
meio da batalha. Ele não poderia muito bem falar com ela agora. Nesse caso…
Lena abriu os lábios, mas então Gilwiese falou inesperadamente.
“Você se importa, Pistoleiro? Segundo-tenente Kukumila, acredito?
Enquanto ambos eram afiliados à Federação, este era o comandante de outra unidade e
um oficial com quem ela mal havia falado antes. Para uma jovem dos Oitenta e Seis como
Kurena, isso foi uma surpresa. No calor do momento, ela se esqueceu de responder, mas
Gilwiese não a culpou por isso e continuou:
“Eu ouvi falar de sua reputação, Gunslinger. Você sobreviveu ao mortal Setor Oitenta
e Seis e apoiou o Pacote de Ataque em seus muitos empreendimentos marciais. Um
atirador incomparável do Oitenta e Seis... E é porque ouvi falar de sua reputação que não
queria que você servisse como artilheiro do Trauerschwan.
O som de alguém engolindo nervosamente podia ser ouvido pelo rádio. Provavelmente
era a própria Kurena, ouvindo sua própria voz com clareza surpreendente. Ela prendeu a
respiração, não de medo, mas como uma criança pode reagir quando seus defeitos são
apontados.
“Ouvi falar de seu fracasso durante a operação Mirage Spire e decidi que não se pode
confiar em você com isso. Um guerreiro que congela nos momentos críticos não conta
como soldado. Não posso permitir que você fique parado quando chegar a hora de atirar.
Os soldados, assim como as armas, só são vistos como eficazes quando trabalham
sempre que são usados. E eles estavam lidando com um protótipo de arma que não era
considerado confiável para começar. Gilwiese chegou a pedir a Shin e Lena que
removessem Kurena da operação juntos. Mas aquele que recusou severamente seu
pedido...
“Mas ele ainda insistiu que confiássemos a você o Trauerschwan. Capitão

Nouzen insistiu nisso.
O Octogésimo Sexto Pacote de Ataques. A unidade composta pelo povo abandonado da

República, os Oitenta e Seis. Gilwiese ouviu dizer que era liderado por um “Nouzen” de sangue
misto. E quando o fez, sentiu uma estranha sensação de afinidade por esse garoto. Ele ainda
não o conhecia, e essa emoção era muito unilateral. Mas ele ainda se sentia assim.
Se aquela família de guerreiros reconhecesse Shin como um dos seus, eles não o teriam
deixado para liderar uma unidade de ralé comum. E se assim for, Gilwiese poderia vê-lo como
o mesmo que o Regimento Myrmecoleo. Um mestiço rejeitado por sua casa - uma ferramenta
conveniente a ser usada, apenas para que suas realizações pudessem ser mantidas em favor
de sua família.
Uma cabeça de leão com corpo de formiga - uma criatura destinada a morrer de fome
porque não podia consumir a presa que caçava.
Uma criança sem um lugar para pertencer, sem ninguém para amá-la.
Mas Gilwiese estava errado sobre Shin.
“Esta arma nos foi emprestada pelo Instituto de Pesquisa Sênior para esta operação
conjunta. E não direi que, por esse motivo, a autoridade para decidir qual de nossos
subordinados servirá como seu artilheiro recai diretamente sobre mim.
Eles estavam em uma sala de reuniões cinza-pérola octogonal em uma das bases da
linha de frente da Teocracia. Tubos de um branco leitoso que exalavam um brilho prismático
cobriam as paredes. Shin estava do outro lado desta sala de design desconhecido, olhando
para Gilwiese enquanto falava.
“Mesmo assim, se você está dizendo que deveríamos desistir dela por causa de um erro,
devo dizer que sua atitude como comandante é muito insensível. Se você descartasse
qualquer soldado por um único erro cometido, não seria capaz de manter uma unidade. O
segundo-tenente Kukumila vacilou na operação anterior; isso é verdade. Mas não acho que
você tenha motivos para concluir que ela não vai se recuperar.
Você não tem o direito de presumir que ela não vai se recuperar.
“E se ela falhar de novo?” Gilwiese perguntou, suprimindo as amargas emoções
borbulhando em seu próprio coração.

O Regimento Myrmecoleo era uma unidade recém-formada. Eles não tiveram

nenhuma falha em seu nome porque, para começar, não tinham experiência em
combate. Eles eram de longe os menos confiáveis aqui. Shin e seu grupo, com seus
sete anos de experiência em combate, poderiam ter jogado esse fato na cara dele, e
Gilwiese não estaria em posição de retrucar.
Mas eles não o fizeram. E não foi porque Shin não estava ciente dos fatos. Se ele
não fosse tão esperto, não teria sobrevivido às batalhas contra a Legião, e o
experiente Oitenta e Seis não seguiria suas ordens. Nesse caso, a única razão pela
qual ele não mencionou foi porque pensou que seria covarde. O padrão - ou talvez
orgulho - que ele estabeleceu para si mesmo não permitiria que ele fizesse algo tão
desprezível.
Foi sua nobreza que o impediu de fazer isso. E assim, ele olhou para Gilwiese
com os mesmos olhos vermelhos como os seus.
Uma mistura de sangue Onyx e Pyrope - uma união de pessoas que era
intensamente desaprovada no Império. E a aparência de Shin era a própria imagem
da nobreza imperial, o que provavelmente o levou a ser muito discriminado entre as
pessoas do Setor Oitenta e Seis também. Enquanto isso, a República, que era sua
pátria, o desprezava por ser uma mancha imunda de Oitenta e Seis.
E ainda este nobre mestiço imperial, este menino de oitenta e seis, não mostrou
qualquer sinal de ressentimento de tudo o que odiava enquanto ele olhava de volta para Gilwiese.
“Se isso acontecer, vou lidar com o erro dela e recuperar o controle da situação.
Tomar medidas para cobrir as falhas de um subordinado é responsabilidade de um
comandante.”
Seu tom era firme, mas sem veneno. Era como se ele naturalmente pensasse
que era seu dever conceder a seus camaradas tantas chances de se redimirem
quantas precisassem, enquanto os protegia de qualquer maneira.
Lena também estava presente na conversa, mas permaneceu em silêncio. Essa
também era sua demonstração de confiança. Tanto para Shin, quanto para Kurena,
que não estava presente. Tanto Lena quanto Shin acreditavam que Kurena se
redimiria - mesmo que ela tivesse cometido um erro fatal e patético na operação
anterior e prejudicado a confiança deles nela.
Ver isso despertou emoções estranhas dentro de Gilwiese. Se ao menos ele
tivesse alguém assim... Alguém que o protegesse, protegesse e acreditasse nele.
Como um irmão ou uma irmã...
E depois de anos ansiando por um relacionamento tão saudável e confiante, ele

não poderia, de boa fé, cuspir na cara deles.

"Entendido. Se você for tão longe para garantir para ela... eu vou respeitar sua decisão.
Gilwiese continuou falando, pensando na solidão e no tom de vergonha que sentiu naquela
época. Kurena parecia estar apavorada do outro lado do rádio. O olhar em seus olhos era
muito mais familiar do que o de Shin, que tinha exatamente a mesma cor de olhos que ele.
“O capitão Nouzen deixou esse trunfo em suas mãos porque acreditava que você se
levantaria novamente. Ele o confiou a você porque acreditava que você não é impotente.
Ela tinha os olhos de uma criança que havia sido espancada com tanta força que sua
vontade de resistir foi completamente quebrada. De uma criança que internalizou e gravou
sua impotência nas profundezas de seu coração. Ele conhecia aquele olhar.
Ele tinha visto isso várias vezes nos corredores isolados da propriedade de Brantolote.
Ela era como um espelho para ele. Um espelho que ele odiava — que refletia coisas
que ele não queria ver.
“E você tem o dever de responder a essa fé. Se alguém acredita em você e você
também acredita nele, você precisa responder à fé dele. Pessoas assim... São muito mais
difíceis de encontrar do que você jamais poderia imaginar.
Por favor, responda. Porque você foi agraciado com um raro tipo de sorte, com o
precioso privilégio de conhecer pessoas como eles. Eu não tinha ninguém assim. Ninguém
acreditaria em mim desse jeito ou cuidaria de mim desse jeito. Ninguém para esperar que
eu volte a ficar de pé.
Você só tem uma chance na vida e, como a perdemos antes de nascermos, ninguém
nos olha de relance. A única coisa que sempre desejamos, pela qual sempre aspiramos,
foi arrebatada antes mesmo de termos a chance de alcançá-la e agarrá-la.
Mas isso não é o mesmo para você. Você tem pessoas que acreditam em você. Se
você tem um desejo, eles farão o possível para atendê-lo. Então acredite neles. Você pode
não ver agora, mas as mãos deles estão estendidas para você agora mesmo.
Por favor. Não tome isso como garantido.
“Então você tem que se levantar, segundo-tenente Kukumila.”

Mesmo que eu não pudesse. Mesmo que eu ainda não consiga.

“Você tem pessoas que acreditam em você, que estão esperando que você se levante. Então
faça isso mais uma vez. Faça isso todas as vezes. Atenda a chamada deles. Você pode ajudá-los...
Levante-se.
Então você não acaba como eu.
Sem perceber, a menção do nome de Shin e o som daquelas palavras fizeram um arrepio
percorrer a espinha de Kurena. Ela percebeu que ele não havia desistido dela. E não apenas isso. Ele
não tinha intenção de abandoná-la, mesmo que ela falhasse. Isso por si só a abalou, mas não foi tudo.
Ela não queria ser impotente. Ela queria lutar. Estar ao lado dele.
Foi assim que ela se sentiu no começo, mas foi mais do que isso
agora.
"Hmm... ah..."
Kurena estava prestes a levantar uma questão séria. Eles estavam no campo de batalha do
Setor Oitenta e Seis, em uma base cercada por campos minados. Foi logo depois que ela foi nomeada
para o esquadrão sob o comando desse garoto que se chamava Ceifador.
Ela olhou para o rosto dele, que ainda não era familiar na época. Mesmo que ela temesse que
seus sentimentos pudessem transparecer, uma parte dela esperava muito levemente que isso
acontecesse.
"Não... doeu?" "...?"
Ela não especificou o que queria dizer, e Shin ficou compreensivelmente surpreso com a
pergunta. Sua surpresa era difícil de discernir em sua expressão; ela só podia ver porque estava bem
na frente dele. Mas foi a primeira vez que Kurena viu esse capitão impassível agir como um menino
de sua idade. E isso foi o suficiente para que tudo realmente se encaixasse para ela.
Ele era apenas um menino, apenas um ano mais velho que ela, e quase na metade de seu
adolescentes.
"Atirar em Jute ontem não o machucou, capitão Nouzen?"

Enquanto acariciava as bochechas de Jute, suas mãos manchadas com sangue e vísceras

de um amigo, ele nem sequer piscou. E, assim como um ceifador sem coração, ele puxou o
gatilho com indiferença e calma.
"Você está apenas escondendo... quando realmente dói...?"
Por um longo momento, Shin ficou em silêncio. Como se estivesse pensando em
compartilhar o que ele estava abrigando com esta garotinha diante dele. Mas então ele disse:
“... Só um
pouco.”
"…Certo. Certo, sim, acho que seria...”
Claro que dói. Mas saber disso fez Kurena se sentir um pouco aliviada.
Nesse caso…
"Eu poderia fazer isso por você na próxima vez."
Ele piscou os olhos vermelho-sangue novamente. Mas até agora, essa cor não assustou
dela. Olhando em seus olhos, Kurena falou com veemência.
“Eu sou muito bom com uma arma, sabe? Se for de tão perto, nunca errarei meu alvo.
Então... eu poderia fazer isso por você.
No seu lugar.
Lembrar deles… Carregá-los com você provavelmente é algo que só você pode fazer.
Porque você é mais forte do que qualquer um de nós. Mas posso compartilhar essa dor... Eu
poderia carregar um pouco do seu fardo. Se você apenas me deixasse.
Ela sentiu seus dedos começarem a tremer, então ela cerrou os punhos com força para
esconder. Ela estava com medo. De fuzilar os que não podiam morrer, os que não podiam ser
salvos, para não terem de ser integrados na Legião. Alguém poderia chamar isso de
misericórdia, mas mesmo assim, significava matar outro ser humano. Isso a assustou.
Ela não queria ter que fazer isso. Mas era exatamente por isso que ela não podia deixá-lo
carregar aquele fardo sozinho.
Shin olhou para ela em silêncio e então balançou a cabeça.
“Fui eu quem fez essa promessa com eles… Então acho que devo ser eu a fazê-lo.”
"…Certo…"
Kurena deixou cair os ombros. O fato de que isso lhe deu um pouco de conforto a fez sentir
vergonha de si mesma. No entanto, quando o Ceifador olhou para Kurena... pela primeira vez,
ele sorriu na presença dela.
"Mas... obrigado."

Certo... Na época, ela não disse isso a ele ou poliu sua habilidade como atiradora para que
pudesse ser útil para ele ou ficar ao seu lado. Era para que ela pudesse lutar com ele até o
fim, mesmo que esse "fim" fosse sua morte. Para que, quando o manto de Reaper se
tornasse pesado demais para suportar, ela pudesse pegá-lo em seu lugar.
Para que ela pudesse... ajudá-lo, mesmo que fosse um pouquinho.
Ele era como uma família, como um irmão para ela, embora não estivessem ligados
pelo sangue. Ele era seu precioso... irmão de armas.
O capitão Nouzen sempre será um irmão mais velho para você. Isso nunca vai mudar.
Foi a tenente Esther dos Países da Frota quem disse isso a ela.
Ela era alguém que vivia agarrada ao orgulho – assim como eles – e foi privada até disso
no final. E ela estava certa; O relacionamento de Kurena com Shin não mudou. Shin não
virou as costas para ela. Ele disse isso antes da operação também, com os olhos cheios de
preocupação. Ele disse que não a abandonaria. Que ela não precisava carregar aquele
fardo se acabasse virando uma maldição.
Ele simpatizava com a dor dela. Se ela apenas se concentrasse nisso, ela poderia sentir
suas emoções mesmo agora, através do Para-RAID.
A Ressonância não apenas transmitia palavras; permitia que alguém sentisse as
mesmas vicissitudes de emoção que alguém pode sentir ao falar com outra pessoa cara a
cara. E não apenas Shin, mas Raiden, Anju e Lena estavam todos preocupados com ela.
E ao duvidar de si mesma, ela quase os machucou.

“Major Günter, umm... Obrigado.”
O Halcyon contava com o gatilho das minas autopropulsadas para alinhar suas miras, e
parecia que os cinco esquadrões de diversão estavam começando a usar isso a seu favor.
As marcas destrutivas dos tiros em cadeia dos cinco railguns estavam claramente errando
as posições que os esquadrões estavam ocupando.
Eles lutaram em ruínas antes por causa de sua experiência no Setor Oitenta e Seis e
na Federação; como tal, eles sabiam passar pelas minas autopropulsadas e atirar nelas de
uma distância segura e, ao fazê-lo, desviaram a mira dos canhões ferroviários. Sob o
comando de Zashya de cima, os cinco railguns acabaram criando escombros que ofereciam
mais cobertura para esconder o

Reginleifs do próprio fogo das armas.

Por fim, a traseira de metal preto do Halcyon apareceu além do emaranhado de
prédios e das colinas das ruas. Contando com o desvio dos cinco esquadrões e
traçando um amplo arco para contornar as ruínas, o esquadrão Spearhead finalmente
alcançou o ponto atrás das costas do Halcyon.
Eles se espalharam atrás da cobertura dos muitos prédios que estavam meio
desmoronados ao redor do Halcyon.
“Todos os batalhões, entrem. O esquadrão Spearhead está em posição.
"Entendido. Quarrel e Archer também estão em posição. Estamos prontos
para oferecer fogo de cobertura a qualquer momento.”
“O esquadrão Scythe, assim como todos os esquadrões de desvio, estão
começando a se aproximar do inimigo. A distância restante é de aproximadamente
dois mil. Estamos ao alcance de uma torre de tanque.
O capitão do esquadrão Scythe sorriu com doce orgulho.
“Já era hora, então… Vamos mostrar do que somos feitos!”
"Certo."
O Halcyon pode ter dominado este lugar, como um soberano sentado em seu
trono, mas…
"Vamos ensiná-lo que este é o campo de batalha do Strike Package - o Reginleif ."
Após a refeição, o próprio chefe de cozinha entrou sorrindo, trazendo canecas de café
cheias de creme e açúcar. Assim que o grupo terminou o café, eles finalmente
retomaram a discussão sobre como lidar com o Halcyon. Talvez fossem os altos níveis
de açúcar no sangue ou os efeitos revigorantes do intervalo, mas logo perceberam que
a discussão estava chegando a um beco sem saída. Afinal, eles haviam se desviado
bastante.
"Vamos voltar ao assunto em questão, então", disse Shin, atraindo o olhar de todos
para ele. “Não podemos vencê-lo em uma luta de artilharia. Então vamos ter que
encurtar a distância antes que ele se prepare para atirar, antes mesmo de nos notar.
Usar o Armée Furieuse deve tornar essa parte mais fácil... Se isso se transformar em
outra batalha naval, teremos que rezar para que não haja uma tempestade como da
última vez.

“...Mesmo durante a batalha naval, tivemos que escalar o bastardo antes que
pudéssemos fazer qualquer coisa, então teremos que descobrir isso,” Raiden disse,
balançando a cabeça. “Reginleifs não podem correr na água, você sabe.”
Shin acenou de volta antes de continuar:
“A próxima operação deve ser uma operação de superfície, então não acho que
será mais complicado do que lutar contra o Morpho. Na época, a unidade de defesa do
inimigo continuou diminuindo nossas forças, então acabou sendo um contra um no final.
Mas se pudermos cruzar o território inimigo pelo ar, devemos ser capazes de alcançar
o railgun sem perder nossas forças. O railgun em si não é tão ágil, então é quase um
alvo fácil. Subir não deve ser tão difícil.”
A primeira vez que enfrentaram uma Legião equipada com railgun foi há um ano, na
cidade de Kreutzbeck. Tendo emboscado com sucesso Shin e o esquadrão Nordlicht, o
Morpho recuou após atirar neles, sem prestar atenção ao sucesso de seu tiro.
Nesse ponto, as quinze unidades do esquadrão Nordlicht estavam todas intactas. E

dentro daquelas ruínas da cidade, havia muitos prédios altos ao redor do Morpho. Foi
por isso que ele escolheu correr. Ele sabia que lutar sozinho contra vários Feldreß em
um ambiente urbano o colocava em desvantagem, e essa foi a razão pela qual a
gigantesca unidade de artilharia da Legião decidiu se retirar da cidade de Kreutzbeck.
"…Certo."
“Mais cedo, quando você mencionou a barragem... Você disse isso com base na
premissa de que entraríamos na faixa de trinta metros onde os railguns não seriam
capazes de atirar em nós. Em outras palavras, você está dizendo que estaríamos perto
o suficiente para agarrá-lo. Não que estivéssemos tentando atirar de longe, certo?”
Os outros processadores levantaram suas vozes em compreensão. Eles tinham
uma arma assim. Uma arma que poderia atingir o mesmo ponto com precisão de laser,
sem ferir os processadores.
Um dos armamentos fixos de um Reginleif, essa arma só era útil quando estava
presa ao inimigo, mas enquanto estivesse, seria capaz de atingir seu alvo com precisão
e força.
“Os bate-estacas!”

Os cinco esquadrões se aproximaram do Halcyon enquanto distraíam seus railguns.

Fechando o alcance para algumas centenas de metros, eles dispararam entre edifícios e
escombros como flechas enquanto se aproximavam.
Os canhões de 800 mm rangiam ao se virarem para interceptar os alvos que corriam pelo
chão. Além disso, canhões automáticos antiaéreos espalhados por todo o corpo do Halcyon,
como os espinhos de um porco-espinho em pé.
“Achamos que você faria isso, idiota!”
No momento seguinte, sombras pálidas apareceram no topo dos arranha-céus próximos,
mirando os canhões automáticos de seu ponto cego como se zombassem da própria ideia de
usá-los. Tendo permanecido em um local onde o Halcyon não pudesse vê-los, este grupo de
Reginleifs disparou suas âncoras de arame perto dos telhados e as puxou, desenhando um
arco para subir. Estes eram os pelotões Quarrel e Archer, que estavam equipados com
configurações de Howitzer para apoio de artilharia.
Os Reginleifs foram projetados para lutar nos campos de batalha da Federação, em

terrenos florestais ou urbanos. A maioria das outras armas móveis lutou em terreno urbano.
Sua blindagem espessa e torres de tanques pesadas e de alto calibre tornavam difícil para
eles se moverem. Em contraste, Reginleifs se destacou em combate tridimensional enquanto
usava edifícios altos como base.
Foi por isso que aquele exército de esqueletos recebeu agilidade e alto rendimento. Eles
apareceram no pico da cidade, no coração do único campo de batalha onde permaneceram
incomparáveis. E a partir daí, eles poderiam mirar no único ponto fraco que todas as armas
blindadas compartilhavam: sua blindagem superior relativamente mal protegida.
Foi por isso que esse grupo rastejou no chão o caminho todo
lá, para que agora eles pudessem atacar de cima.
“Ficamos perto do chão para condicioná-lo a fixar seus olhos em nós. Esse era o
nosso plano o tempo todo, e você caiu nele, anzol, linha e chumbada!
E com esse comentário sarcástico, eles atiraram. Os canhões automáticos antiaéreos

com os quais o Halcyon estava equipado para interceptação de curto alcance foram
explodidos, impotentes para resistir, pois foram fixados inutilmente no solo.
Os cinco esquadrões que se aproximavam do Halcyon aproveitaram sua

atenção divertida, trocando suas munições e abrindo fogo também. A rajada de altos
explosivos entrou na abertura de 800 mm entre um par de trilhos e acionou seu fusível
cronometrado. Este foi o mesmo feito que Theo usou na batalha do Noctiluca para
impedi-lo de atirar. Naquele momento, um projétil HEAT disparou acidentalmente ao
tocar os trilhos. Mas desta vez, os esquadrões usaram altos explosivos com um raio
de explosão maior e um fusível cronometrado para disparar dentro do cano. Ao mirar
bem entre os trilhos em um curto alcance, eles foram capazes de produzir o mesmo
resultado.
O metal líquido que servia de eletrodo que alimentava e impulsionava os projéteis
espirrou no céu, explodindo em uma explosão de fragmentos que saíram voando a
uma velocidade de oito mil metros por segundo. A enorme arma foi empurrada para
trás, como se recuasse. Enquanto isso, os pelotões restantes dos cinco esquadrões
avançavam.
Distância restante: trinta metros.
Eles mergulharam no ponto cego dos railguns. Com seus canos com trinta metros
de comprimento, eles não poderiam atirar a essa distância. Lançando suas âncoras
de arame para escalar rapidamente os edifícios próximos e chutando contra o flanco
do Halcyon, as silhuetas de marfim moveram-se rapidamente em direção às cinco torres.
Enquanto seu enorme inimigo arrastava os pés e tremia em uma tentativa furiosa de
se livrar deles, eles acionaram três de seus quatro bate-estacas, empurrando-os contra
a armadura do Halcyon em uma tentativa de se segurar.
Como nas últimas vezes, os railguns desenrolaram os fios condutores de seus
respectivos pares de asas, alguns deles empurrando-os por baixo como gêiseres na
tentativa de interceptar os Reginleifs. Mas os esquadrões Quarrel e Archer impediram
esse ataque, disparando projéteis altamente explosivos no ar que derrubaram os fios
com suas intensas ondas de choque e abrindo caminho para seus camaradas.
Protegidos pela pressão invisível dessas explosões, os Reginleifs começaram a

alcançar o topo dos cinco railguns. Lançando suas torres de 88 mm à queima-roupa,
eles abriram fogo.
Eles dispararam projéteis APFSDS (Armour-Piercing Fin-Stabilized Discarding
Sabot) com sua velocidade inicial de mil e seiscentos metros por segundo perfeitamente
retida... que foram desviados pela blindagem do Halcyon em uma chuva de faíscas.
Foi difícil. Ao contrário do Löwe ou Dinosauria, este não era um modelo que exigisse
muita mobilidade. Mesmo que isso significasse um aumento de peso, a blindagem de
suas torres foi reforçada.

Isso foi, no entanto, algo que o Strike Package previa que poderia acontecer.
Eles mudaram sua seleção de armamento para o armamento principal da perna

dianteira direita, um bunker anti-blindagem de 57 mm. Dos quatro bate-estacas que eles
tinham nas quatro pernas, eles mantiveram um sem uso ao subir.
Eles não conseguiram desenvolver um novo armamento do zero em tão pouco
tempo, mas conseguiram criar uma nova arma improvisada com base em uma já
existente. Eles tiveram a sorte de ter as peças de reposição para ele. Afinal, com apenas
um processador de toda a unidade usando esta arma, eles tinham muito com o que
trabalhar.
Acionar. O bate-estacas da perna direita foi ativado. E imediatamente depois que o
bate-estacas disparou, a lâmina de alta frequência fixada no lado externo da caixa do
bunker, voltada para baixo, foi explodida pelo parafuso explosivo. Seguia uma diretriz
que também estava ligada à capa. Sua ponta deslizou em direção à blindagem da torre.
A borda em brasa da lâmina de alta frequência mergulhou na armadura espessa

como água. Ele abriu caminho e, mesmo sem confirmar o dano, os Reginleifs limparam
as lâminas e os bate-estacas juntos. No momento em que os Reginleifs pularam, fios
foram disparados por trás do escudo das explosões, atacando a torre. Mesmo com
aquele impacto, as lâminas cavaram fundo demais para serem desalojadas.
Enquanto isso, os próprios bate-estacas saíram como se tivessem sido jogados para
longe e, sem nada para segurá-los no lugar, os bate-estacas balançaram para o lado.
Não era diferente da pilha usada pelos soldados de um antigo império para inutilizar os
escudos dos soldados inimigos. Os drivers se curvaram como o pilum, aplicando pressão
na haste que segurava a lâmina de alta frequência no lugar e empurrando-a mais fundo
na blindagem das torres... Isso não era algo que os processadores previam, no entanto.
“Talvez possamos modificá-lo para causar isso intencionalmente”, Shin pensou em

voz alta.
“Seria bom se pudéssemos fazer isso… Quanto maior o buraco, mais
mais fácil é mirar!”
As lâminas de alta frequência foram empurradas para baixo a ponto de ficarem
perpendiculares ao solo, até que finalmente saíram do outro lado e caíram, deixando
para trás longos cortes que atingiram os mecanismos internos das torres. Era como se
uma besta gigantesca tivesse passado suas garras por cada

torre.
Mais uma vez, os Reginleifs fixaram seus canhões de 88 mm nas torres. Todos eles,
desde os que saltaram, aos que subiram o Halcyon com suas âncoras de arame, aos que
ficaram no chão para oferecer fogo de cobertura.
Todos eles puxaram seus gatilhos de uma vez.
Tendo confirmado que os canhões automáticos do Halcyon haviam desaparecido e todos os

cinco canhões ferroviários foram impedidos de disparar, o esquadrão Spearhead avançou de
seu esconderijo. Enquanto o Halcyon se contorcia e balançava furiosamente com as lâminas
que haviam sido enfiadas em suas torres, Undertaker saltou de costas, empurrando todas as
quatro lâminas nele. Como os orifícios de implantação do Halcyon eram usados como saídas
para minas autopropulsadas, as armadilhas podiam ser facilmente colocadas dentro deles;
assim, Shin evitou se infiltrar por lá.
Balançando a lâmina de alta frequência presa a seu braço de luta, ele cortou a espessa
carapaça do gigante. No momento seguinte, a Anna Maria de Olivia escalou também,
trazendo sua lança de alta frequência para as duas rachaduras que haviam sido esculpidas
na armadura do Halcyon com precisão mortal. A fim de ter dupla certeza de que o plano
funcionaria, Shin retraiu uma das estacas de suas patas dianteiras e a empurrou novamente,
acionando-a.
A armadura se dobrou em uma forma triangular distorcida e depois desabou para dentro.
Enquanto suas duas unidades saltavam para abrir espaço, o Wehrwolf de Raiden e o
Bandersnatch de Claude dispararam seus canhões automáticos no buraco. As balas
rastreadoras, destinadas a confirmar a trajetória dos tiros, deixaram um rastro brilhante
enquanto zuniam pelo ar, lançando uma luz momentânea nos confins escuros da estrutura
interna do Halcyon.
Logo abaixo dos cinco railguns havia algo que parecia uma torre enorme. Era um pente,
muito parecido com o usado pelo canhão de 40 cm do Stella Maris. Um grande forno de
reciclagem o acompanhava, consumindo destroços e entulhos para colocá-los em uso
novamente. Ele tinha um tanque de cultivo cheio de fluido prateado—Liquid Micromachines—
bem como um tanque de armazenamento.
Havia também um grande número de máquinas e encanamentos dentro dele. Shin não
conhecia as complexidades da produção de munição, então não sabia o que eles deveriam
fazer. Para ele, parecia de fato o

tigelas mecânicas de um animal gigantesco.

Ele procurou por algo que pudesse ser seu núcleo de controle, mas não encontrou nada
que se encaixasse no projeto. A essa distância, Shin podia detectá-lo mesmo sem o sentido
da visão - sua habilidade o detectou, permitindo que ele o ouvisse .
Os gritos sobrepostos de vários pastores foram distribuídos de forma desigual dentro de

seus mecanismos internos. Cada grito — não, talvez indivíduos inteiros estivessem divididos
— emanava de um ponto diferente. Uma rede nervosa de micromáquinas se espalha por toda
a malha mecânica como uma cortina fina.
Ao contrário do Weisel, que estava escondido nas profundezas dos territórios da Legião e
não foi construído para o combate, o Halcyon era uma unidade da Legião feita para a batalha.
E sendo tão grande quanto era, dividir seu processador central aumentava a redundância. O
Halcyon era capaz de produzir Liquid Micromachines por conta própria, portanto, mesmo que
sofresse algum dano em seu processador central, seria capaz de repará-lo no local. Além do
mais, a torre do tanque de Reginleif e o Howitzer eram relativamente fracos e, embora
teoricamente pudessem destruir a rede nervosa, isso seria bastante difícil.
Afinal, eles precisariam contar com o bombardeio do Trauerschwan.
E para fazer isso…

“Mire nas pernas! Anju, contamos com você!”
Em preparação para o bombardeio dos railguns, os Reginleifs colocaram sua munição em

projéteis HEAT. Seu jato de metal de alta temperatura ondulava impiedosamente nas marcas
de garras deixadas pelas pilhas de lâminas, incendiando as Micromáquinas Líquidas que
compunham os núcleos de controle das enormes torres.
Shiden podia ver algumas borboletas de metal saindo de uma das armas, Johanna. Ela
já tinha visto isso antes, mesmo durante a batalha do Noctiluca; foi a visão do vôo de um
núcleo de controle na tentativa de escapar das chamas e da destruição.
As Liquid Micromachines se transformaram em um bando de incontáveis borboletas prateadas.
Estes eram o núcleo de controle de Johanna - Shana.

“Você não vai fugir!”
Com um rugido furioso, ela escalou a torre em chamas de Johanna. Por esta

batalha, ela trocou o canhão de chumbo grosso em seu braço de montagem de arma por uma
torre de tanque de 88 mm. Definindo os fusíveis cronometrados em seus projéteis HEAT, ela
fixou sua visão nas borboletas prateadas que se espalhavam no céu cinzento...
“Não adianta, senhorita! Desça daí!”
Um momento depois que o aviso de Bernholdt a alcançou, um alerta de proximidade
começou a soar em seus ouvidos. Ao acordar, ela viu um fio elétrico balançando sobre ela,
suas cinco garras se movendo em uma trajetória para cortar sua unidade. Em sua tentativa
fervorosa de evitar que Shana escapasse, ela havia negligenciado a atenção ao seu redor. E
agora era tarde demais para ela se esquivar.
Droga. Eles me pegaram... Foi uma isca.
Usar o cadáver de um camarada para atrair seus aliados era um dos truques mais antigos
do livro. Longe dela adivinhar se os pedaços de sucata fizeram isso intencionalmente, mas o
resultado final foi o mesmo. Eles a atraíram.
Ou talvez Shana só queira me derrubar com ela...

Mas ela saiu daquele devaneio agridoce quando um projétil HEAT voou por baixo,
estourando no ar em uma explosão estrondosa. As ondas de choque da explosão derrubaram
o fio, e enquanto Shiden ficou pasmo por um momento, um Reginleif subiu na torre e atingiu o
Ciclope, fazendo com que ambos caíssem.
O símbolo do esquadrão de Reginleif era o de um cão lobo acompanhando um

deus da guerra, e seu número de identificação era 01. Freki One. Unidade de Bernholdt.
“Eu juro, essa garota é tão difícil! Você estará recebendo alguns
Reclamações minhas quando terminarmos aqui, capitão!
Quando o Ciclope caiu, Shiden olhou para frente e encontrou a identidade de quem havia
disparado aquele projétil HEAT. O único equipamento com revestimento marrom na unidade
aerotransportada, com a forma de um animal quadrúpede - um Stollenwurm. Anna Maria de Olivia.
Usando sua habilidade de olhar brevemente para o futuro, ele previu a situação de Shiden.
Ela foi repentinamente dominada pela raiva e levantou a voz com raiva.
Agora, eu estava tão perto - tão perto - de me juntar a Shana, que morreu antes de mim.
“Fique fora do meu caminho, Bernholdt! Você também, capitão!

“Somos nós que devemos dizer isso, segundo-tenente.”
Shiden ficou atordoado em silêncio. Essa observação cortou sua explosão como o

estalo de um chicote. Aquela voz casual, mas um tanto firme... Era Olivia?
“Sua tarefa é suprimir o railgun. Você se ofereceu para esta tarefa, o que
significa que você tem que ir até o fim. Se você está mais interessado em ter um
suicídio amoroso com aquele canhão elétrico, então você é um impedimento e uma
responsabilidade para esta operação. Demitir-se."
Ocupado em dar instruções a Anju, Shin chegou tarde demais para agir no calor do
momento. Ao abrir espaço para a Bruxa da Neve, ele virou os olhos no momento em que
Anna Maria resgatou Ciclope.
"Obrigado, capitão. Você a salvou.
“Eu mantenho meus 'olhos' abertos para ficar atento a desenvolvimentos
inesperados, mas ainda bem que eu estava por perto. Eu mal consegui fazer isso.
A capacidade de Olivia de ver três segundos no futuro estendeu apenas alguns

dezenas de metros ao seu redor. Não era muito largo. Olivia então abriu um sorriso.
“Com o que aconteceu com o segundo-tenente Rikka, posso entender seu
desejo de minimizar as perdas. Mas você não precisa carregar esse fardo sozinho.
Além disso, proteger pirralhos malcomportados é responsabilidade de um adulto.
Deixe-me cuidar disso, por favor.
"…Obrigado."
Ao lado dele, a Bruxa da Neve levantou-se de sua posição de espera, carregada com
o mais pesado dos armamentos primários do Reginleif, o lançador de mísseis. Ele trocou
de lugar com Bandersnatch e definiu seus alvos. Assim que terminou, disparou toda a
sua munição de uma vez.
Vinte mísseis voaram para o interior do Halcyon. Estes eram mísseis anti-armadura
leve, destinados a Ameise ou Grauwolf. Eles não foram muito eficazes contra Löwe,
Dinosauria ou Morpho. Mesmo que os mísseis tivessem atingido um alvo direto, esta era
uma gigantesca fábrica de munição que produzia projéteis de 800 mm extraordinariamente
grandes. Eles não causariam nenhum dano incapacitante.
No entanto…
Conforme os mísseis se espalharam dentro da fábrica, eles detonaram, liberando uma
barragem ofuscante de fragmentos auto-forjados. Os explosivos produzidos por esses
fragmentos explodem em inúmeras pequenas erupções.

Os explosivos explodiram, garantindo aos fragmentos auto-forjados uma velocidade de três

mil metros por segundo. Línguas de chamas carmesim ganharam vida através do interior da
fábrica. As paredes altas e herméticas aqui não permitiam que as chamas escapassem do lado
de fora.
Vendo que uma barragem não era suficiente, Snow Witch deu lugar a outra unidade de
supressão de superfície, que prontamente disparou seus próprios mísseis contra o Halcyon.
Em seguida, uma terceira unidade também disparou, como se para garantir duplamente que o
trabalho fosse feito.
Em pouco tempo, as altas temperaturas das chamas excederam o que os enormes
dissipadores de calor do Halcyon poderiam suportar. Mesmo as vinte asas de resfriamento dos
railguns não conseguiam expelir o calor rápido o suficiente. Todas as partes do Halcyon, desde
seus pacotes de energia de alta temperatura, até os railguns e seus sistemas de recarga, e
eventualmente até mesmo os núcleos de controle distribuídos de forma desigual começaram a
superaquecer.
E também os músculos artificiais de suas pernas, que ficavam quentes sempre que o
Halcyon se moveu, suportando seu peso e permitindo que ele andasse.
e…
Shiden só podia ouvir a Legião porque ela estava conectada a Shin e sua habilidade através
do Para-RAID. Agora que ele estava ao lado do Halcyon, seus uivos e gritos eram
excepcionalmente altos.
Gemedos, gritos, sussurros de ressentimento e gritos de terror. E também,
Os gemidos de Shana, circulando acima em sua tentativa de escapar das chamas.
Com a ajuda do esquadrão Archer, o esquadrão Nordlicht disparou rajadas ao redor de
Shana, canalizando as frágeis e inflamáveis borboletas para uma pequena área. Eles estavam
dirigindo bem na frente de onde Ciclope estava parado, então ficou claro que eles estavam
tentando ajudá-la.
Os gemidos choveram sobre Shiden. Agora que Shana havia se dividido em
borboletas, sua voz era menos um uivo alto e mais um sussurro fraco.
Tão frio.
Se ela atirasse em Shana agora, quando todo o seu ser estava reduzido a essas duas
palavras, ela realmente desapareceria. Shana realmente estaria perdida para sempre. E Shiden
não tinha mais nada. Sem família ou cidade natal. Nenhuma cultura para herdar, nenhuma
herança étnica para recorrer. Nenhum futuro para sonhar ou

uma visão clara de como o presente deveria ser.

Muitos outros Oitenta e Seis estavam no mesmo barco. Mas Shiden sempre
pensou que ela conseguiria de alguma forma, de um jeito ou de outro. Enquanto ela
tivesse Shana e os membros do esquadrão Brísingamen, que estiveram com ela no
Setor Oitenta e Seis e além, ela encontraria uma maneira de perseverar.
Mas agora esse dia nunca chegaria.
Porque não é que você ache bom morrer assim. Você quer morrer assim.
A voz de Shin vagou por suas memórias. Ele disse isso na desconhecida base
cinza-pérola da Teocracia. Um lugar que, apesar de ser uma instalação militar, tinha
um cheiro esterilizado, como se rejeitasse o cheiro sujo e metálico do exército.
Naquele momento, o Ceifador realmente viu o coração de Shiden, assim como o
desejo mórbido que ela manteve escondido.
Ele era alguém que já abrigou esse mesmo desejo. Que havia perdido de vista
como viver para realizar esse desejo. E então ver Shiden desejar a destruição da
mesma forma que ele... o irritou. Foi o suficiente para fazê-lo querer arrastá-la do
precipício da morte, mesmo que ela chutasse e gritasse o tempo todo.
Eu não vou levar alguém com esse tipo de atitude comigo.

Sim. Isso mesmo. Por isso joguei fora essa atitude. Mas o que devo fazer agora?
Mesmo que eu desista do meu desejo de morrer levando-a comigo, como vou viver
sem ela? Sem o resto deles?
Essas eram palavras que ela nunca compartilharia com Shin. Ela sabia como eles eram
patéticos, e a vergonha de tudo isso significava que ela nunca poderia deixar Shin saber como
ela realmente se sentia.
E então ela perguntou. Alguém que estava presente ao lado dela, mas não era
um Oitenta e Seis. Alguém mais velho, que não iria rir dela ou parecer confuso, mas
responderia a sua pergunta.
"...Ei."
"…Ei. Capitã Olívia. Posso te perguntar uma coisa?

Foi uma Ressonância Para-RAID pessoal, que foi vista como inadequada no
meio de uma operação. Mas ao invés de repreendê-la por isso, Olivia simplesmente

franziu a testa. A maneira como essa jovem rude parecia fazer a pergunta, como se implorasse
por sua ajuda, fez com que ele percebesse que ela ainda era uma menina em seu corpo.
adolescentes.
"O que você faria se você fosse eu? E se você encontrasse sua pessoa no campo de
batalha? E se você não pudesse derrotá-la sem arriscar sua vida...? Se você pudesse morrer
junto com ela?”
Por um longo tempo, Olivia permaneceu em silêncio. Sua pessoa. No caso dele, era sua noiva.
Ela foi vítima da Guerra da Legião e pode muito bem ter sido assimilada. Ela poderia estar vagando
ainda como uma pastora, em algum lugar no campo de batalha.
“Bem, eu lutaria. Eu arriscaria minha vida, como você disse... Mas não morreria.”
Como seria doce se ele pudesse morrer enquanto a colocava para descansar. Se fosse assim
que as coisas terminassem. Seria uma conclusão tão bela, poética, inebriante... Tão reconfortante
e convidativa quanto a corrupção.
"... Por que você não morreria?"
“Os pais de Anna ainda estão esperando que ela volte para casa. na frente dela
sepultura vazia. Eu tenho que deixá-los saber como isso termina.
Se eles fossem culpá-lo por não mantê-la segura, ele não seria capaz de culpá-los por isso.
Mas eles não o fizeram. Eles ficaram felizes em vê-lo visitar seu túmulo todos os anos, no
aniversário de sua morte e em seu aniversário. Mas eles também pediram que ele a esquecesse.
Eles eram muito gentis com ele. Ele devia isso a eles para fazer esse relatório.
“Eu tenho que proteger a pátria que ela amava, e não posso, de boa fé, dizer que fiz isso até
que toda a Legião tenha partido. Eu tenho que recuperar o cenário que ela amava… E além disso…”
E, de fato, o mais importante. "... se

eu derrotá-la, finalmente... terei permissão para chorar em seu túmulo."
Durante o funeral de sua noiva, Anna Maria, Olivia não chorou. Ele queria, mas não o fez. Ele
não conseguiu derramar uma única lágrima. Porque ela não estava lá. Aqueles abomináveis
demônios da sucata a levaram embora. Então ela não tinha realmente descansado, e derramar
lágrimas por ela agora não seria certo.
“Preciso oferecer flores a ela e derramar minhas lágrimas adequadamente, em todos os
aniversários e comemorações. Todos os anos, até chegar a minha hora... Então não posso morrer
ainda. Não até que eu tenha feito isso.
Ele encontraria um novo amor nos próximos anos, como seus pais esperavam? Ele conheceria
alguém novo? Olivia ainda não sabia. Talvez isso

aconteceria. Talvez não.

Mas ele ainda traria flores para ela todos os anos. Ele não esqueceria Anna
Maria enquanto vivesse. Então, por agora, pelo menos por causa dela, ele viveria
sobre.
Shiden sorriu levemente.

"Certo. Eu te entendo.
Assentindo, Shiden fixou a mira da arma de cano liso de 88 mm em Shana.

Isso mesmo, Shana. Não enterrei você e também não visitei seu túmulo. Então,
todos nós que sobrevivemos, talvez possamos nos encontrar todos os anos no dia
dessa operação, para que possamos beber e torcer por você. Mas agora, também
não podemos fazer isso.
Isso seria suficiente? Shin não conseguia se perdoar apenas por isso, e foi por
isso que ele ficou paralisado quando ela o viu no campo de batalha um ano atrás.
Quando ele desejou poder desaparecer no campo de batalha que consumiu alguém
que ele amava.


Mas o Ceifador escapou daquele inferno. Então ela teve que encontrar uma saída
também. Afinal, se aquele idiota conseguiu, não há como ela não conseguir também.
"Sim, Shana."
Todos os seus camaradas que morreram antes dela.
Seus pais, que morreram nos campos de concentração.
Sua irmã mais nova, a quem ela falhou em proteger.
Ela, que estava presa no Setor Oitenta e Seis.
Até mais.
Não vou esquecer nenhum de vocês. Você não vai mais me segurar.
Ela puxou o gatilho.
Com seus núcleos de controle queimados, as torres dos cinco railguns caíram no chão,
como animais que tiveram seus pescoços quebrados. O calor das chamas consumindo
o Halcyon por dentro excedeu seu limite de temperatura, forçando seu sistema de
propulsão a um desligamento de emergência.
Esta foi a primeira fase do plano para destruir o Halcyon. A tarefa da unidade
aerotransportada. Para quebrar as pernas do Halcyon e esmagar suas presas - os
railguns - antes que o trunfo da humanidade, o Trauerschwan, estivesse em posição de atirar.
E eles fizeram isso. Seus canhões foram queimados e seus músculos artificiais não
podiam suportar seu peso. O gigantesco gigante desabou no chão em um terremoto
alto e trovejante.

INTERLÚDIO
PARA SABER COMO MATAR

SIEGFRIED, É PRECISO...
"Olá."
O hospital militar na capital da Federação, Sankt Jeder, ficava relativamente longe da base
Rüstkammer. Apesar disso, Annette espiou a enfermaria do hospital, fazendo com que Theo e
os outros meninos do Oitenta e Seis internados lá piscassem surpresos.
Uma brisa refrescante, fresca, mas não muito gelada, soprou no quarto pela janela, que
estava entreaberta. O céu cinza de outono parecia combinar perfeitamente com a janela de vidro
fino.
À medida que seus corpos se recuperavam, os meninos recuperavam sua resistência,
deixando-os entediados e inquietos por falta de coisas para fazer. Muitos dos colegas de quarto
de Theo decidiram ler livros complicados ou fazer o dever de casa em dia. O Oitenta e Seis na
cama ao lado dele estava conversando com uma criança que espiou lá dentro, procurando por
outra pessoa. Theo não queria conversar com ninguém, então nem olhou para o garoto.
Por alguma razão, Theo sentiu que sua mente estava ocupada por um vazio branco que
nada poderia preencher. Isso o deixou vago e distraído antes que ele percebesse. Ele estava
tão entediado quanto o resto deles, mas por algum motivo, não

ocorrer a ele para passar o tempo de alguma forma.

Ele estava assim desde que voltou para a Federação. Quando Shin e Ishmael vieram visitá-lo, ele
teve tempo para refletir sobre como levar sua vida agora. Mas ao voltar para a Federação, ele perdeu
todo o seu ânimo. Talvez ele apenas não quisesse parecer patético na frente daqueles dois, e depois
de vir aqui, ele finalmente esgotou a proeza mental que usava para se manter excitado.
Essa criança não o conhecia e naturalmente não sabia de sua situação, então ele não queria falar
com ele. Em vez disso, ele nivelou seu olhar com Annette e perguntou: “… O quê?”
"EU. Achei que você estaria ficando entediado agora. Então, já que estava passando, pensei em
comprar alguns filmes ou desenhos animados para vocês assistirem juntos.”
Ela abriu sua sacola na frente da grande televisão compartilhada. Estava cheio de dados de
mídia. Os meninos se arrastaram ao redor dela, levantando suas vozes em aplausos eufóricos.
Droga, Annette, você é um anjo? Deus te enviou ou algo assim?

"Isso ajuda muito - estamos entediados aqui."
“Espere, eu conheço este; é chato como o inferno.
"Huh." Annette ergueu uma sobrancelha para esse último comentário. "Tudo bem, eu vou levá-los
todos de volta, então."
“Ah, espere, espere, você não aceita uma piada? Não vá! Quero dizer, você pode, se quiser -
apenas saia do cinema!
“Você quer assistir alguns filmes com eles, garoto? Alguma coisa chamou sua atenção?
“Não, meu pai está aqui, então vou embora. Tchau todo mundo!
"Sim, sim, até mais... Vocês conhecem os pais daquela criança?" Annette perguntou aos meninos.
“Não, ele é um garoto do Oitenta e Seis que era muito jovem para ser convocado. ele viu
as notícias sobre nós e pediu a seu pai adotivo que nos visitasse.”
...Merda, pensou Theo.
Se ele soubesse que aquele garoto era um cara do Oitenta e Seis, ele não o teria ignorado assim.
O garoto se importou o suficiente para vir checá-los, então ele deveria ter prestado atenção nele.
A criança pegou a mão de um homem de uniforme - provavelmente seu pai adotivo -

que acenou para eles antes de sair. Theo se sentiu culpado por não acenar de volta para o garoto,
que já havia se afastado naquele momento. Em vez disso, ele olhou para Annette.
"Você disse que estava apenas de passagem?"

Annette deu uma olhada para ele, mas não respondeu. Em vez disso, ela disse:
“Por mais entediado que pareça, você não está realmente tentando se ocupar, está?”
“Eu simplesmente não estou com vontade. Acho que não estou com disposição.
A ideia de fazer algo para passar o tempo não lhe ocorrera.

Ou melhor, ele não conseguia fazer nada.
“Já que você está aqui, você se importa se eu perguntar? Hum…"
Qual era mesmo o primeiro nome dessa garota Alba? Theo se perguntou. Ela era amiga de
Lena e uma velha conhecida de Shin, mas Theo não falava muito com ela antes. Eles conversaram
um pouco durante a operação no Reino Unido e algumas vezes quando se encontraram. Ainda
assim, referir-se a ela como “Major Penrose” parecia impessoal e rígido.
“Você pode me chamar de Annette,” ela disse.

“Obrigado... Annette, você já pensou no que vai fazer a seguir? Como quando a guerra acabar.
Ou como você veio para o exército da Federação após a ofensiva em larga escala.
"Sim..." Annette murmurou vagamente.

Isso fez Theo perceber que sua pergunta era insensível, o que o fez ficar em silêncio.
“Desculpe,” ele finalmente disse.

“Está tudo bem… Minha mãe morreu na ofensiva em larga escala, sim. Mas eu tenho que dizer
adeus.
“Ela não fugiu,” Annette disse com um sorriso amargo. Na véspera do festival de fundação da
República, sua nação caiu. Annette disse a sua mãe que ela tinha que evacuar, mas sua mãe
simplesmente se livrou de seu aperto com um sorriso.
“Ela disse que não queria ser um fardo ou se arrepender. E que ela queria ver seus amigos
mortos que moravam na casa ao lado. E papai, ela disse que o deixou esperando por muito tempo...”
Os outros meninos na sala estavam começando um filme na grande televisão.

Eles foram considerados suficientes para ouvir o som do filme por meio de fones de ouvido sem fio.
Como Theo não estava usando fones de ouvido, o filme era apenas uma filmagem silenciosa para
ele. Os outros meninos tinham os olhos fixos na televisão,

e eles não estavam olhando em sua direção.

“De qualquer forma, de volta à sua pergunta. Sim... não pensei muito nisso.
Na ofensiva em larga escala, eu estava ocupado apenas sobrevivendo. E quando vim para a
Federação, descobrir como me desculpar com Shin era a única coisa em minha mente. Por
enquanto, eu só quero viver com isso, eu acho. Há muitas coisas que eu gostaria de fazer algum
dia.”
"Como o que?"
“Como se vestir bem, comer comida saborosa e ver novos filmes. Ah, e jogando uma torta em
Lena e Shin pela primeira vez. Um com muito creme. E eles não podem jogar uma de volta em
mim.
"... Isso é o que você quer fazer?" Theo não pôde deixar de perguntar.
Sem chance. Algo tão básico? Todas as coisas que ela mencionou beiravam o trivial.
“É algo que vale a pena fazer,” ela disse com um encolher de ombros. “Tipo, se eu te dissesse
que tem uma barraca na praça que vende pão frito muito bom, você ia querer dar uma olhada,
certo? Não que eu vá comprar para você... Mas você se concentra em pequenas coisas assim e
depois encontra outra coisa para fazer. E você continua fazendo isso até que seu tempo acabe.
Theo sorriu sarcasticamente com essas palavras. Não que ela não quisesse morrer porque
havia coisas que ela queria fazer. Ela ainda estava viva, então queria fazer alguma coisa. Talvez
a vida consistisse em repetir esse processo indefinidamente.
Então, se a escolha fosse entre viver sua vida sem rumo e se divertir…
"... Bem, acho que vou fazer de checar aquela baia meu objetivo até que eu tenha permissão
para sair."
"Coisa boa. E enquanto você está nisso, me ajude a jogar os pés em Lena e Shin.
Tenho certeza de que ambos temos o direito de fazer isso. E Raiden também. Oh, eu quero jogar
uma torta em Dustin também…”
“Para Dustin, temos que incluir eu, Shin, Raiden, Kurena… Na verdade, conte Lena também.
E Rito - ele também conhecia Daiya. De qualquer forma, todos nós temos o direito de jogar um pé
nele.
Fazia quatro meses desde que Dustin e Anju ficaram presos no Reino Unido, mas fazia
apenas um mês desde a festa de dança. Alguém tinha que se perguntar o que Dustin estava
esperando.
“Ah, e eu quero jogar uma torta no príncipe. Por nenhum motivo em particular.

"Claro que sim."
Eles trocaram olhares por um momento e depois riram.

“Acho que vou ter que descobrir o que vou fazer com a minha mão esquerda até então…
Ah, certo, meu caderno de desenho — disse Theo, como se de repente se lembrasse de que
estava faltando depois de todo esse tempo. “Está no meu quarto na base. Traga-o na próxima
vez que vier me visitar.
Annette sorriu para ele.
“Roger, eu vou lidar com esse erro para você.”

CAPÍTULO 4
ESPELHO, ESPELHO, NA PAREDE,

O QUE MOSTRAM OS ESPELHOS
COMUNS?
Em frente aos restos fumegantes de um Weisel, uma voz humana - uma presença
incomum nos territórios da Legião - soou em um grito triunfante.
“Inferno, sim, acabou! Nós ganhamos! Uau!”
Esse grito veio de Siri, que estava sentado na cabine de sua unidade, Baldanders.
Transmitido pelo Para-RAID, pelo rádio e pelo alto-falante externo de sua unidade,
seu grito de vitória ecoou por todo o campo de batalha.
Eles estavam no extremo norte da frente oeste da Federação, no sopé de uma
montanha que fazia parte da cordilheira Dragon Corpse, que também servia como
fronteira do antigo Império com o Reino Unido. Era a zona de operação designada da
2ª Divisão Blindada do Pacote de Ataque.
Um comandante do Regimento Livre, que estava ocupando uma base próxima,
respondeu com um sorriso sardônico. Como estavam em zonas de combate
adjacentes, Siri e ele foram ressonados para evitar fogo amigo.
“Boa voz, primeiro-tenente. Um esplêndido barítono... me lembra um cantor
de ópera que ouvi certa vez.

“Ora, obrigado. E, uh... desculpe. Esqueci que ainda estava ressoando com você.
Ele tinha esquecido, de fato. Coçando a bochecha desajeitadamente, ele cortou a

Ressonância. Ainda assim, esta batalha tinha sido caótica o suficiente para que a vitória o
fizesse gritar a plenos pulmões. Tinha sido irritante e cansativo.
Antes que o inimigo pudesse se preparar para o combate, os Reginleifs deveriam invadi-
lo saltando com o Armée Furieuse e assumindo o controle da situação.
O plano da Federação estava certo; eles encontraram apenas um pequeno número de
unidades da Legião, que provavelmente foram definidas para proteger o Weisel diretamente.
A estratégia de Siri para lidar com grandes tipos de Legion como o Noctiluca -
bombardeando seus dissipadores de calor - provou ser bem-sucedida. No entanto, os
dissipadores de calor do Weisel eram maiores e adequadamente espessos e duráveis, e
tinham várias camadas deles. Ele ainda tinha alguns dissipadores de calor sobressalentes
dentro de seu corpo e, depois de aparentemente ter quebrado, voltou à vida novamente.
Isso foi algo que eles não planejaram.
Um novo alvo de Ressonância conectado à Siri. Desta vez, foi Canaan, que estava na
fronteira norte das regiões da velha República.
Bom trabalho. A 3ª Divisão Blindada neutralizou seu alvo
trinta minutos atrás, a propósito.
O relatório foi entregue em uma voz que era só de negócios, mas foi
definitivamente uma ostentação. Siri estalou a língua com o tom indiferente.
"Isso está dentro da margem de erro aceitável, seu idiota."
“Bem, os mais rápidos para limpar seu objetivo foram alguns soldados do
Regimento Livre na frente norte, então você está certo. Também deixou claras as
limitações do meu método. Se não pudermos prever com precisão onde está o núcleo
de controle, precisamos começar a atirar às cegas. Além disso, as aberturas e poços
de implantação estão cheios de minas e anteparas blindadas. Demora muito para
passar por eles.
"Sim..."
Entrar por uma abertura de implantação geralmente era visto como
algo a ser evitado, mas no caso do Weisel, provou ser eficaz.
“Desta vez, reunimos informações sobre sua estrutura interna com esse ataque
simultâneo, então provavelmente seremos mais precisos em nossas previsões da
próxima vez. Mas acho que devemos desistir

tentando entrar pelas aberturas de implantação.

“Nosso método também foi eficaz, mas estourar todos os dissipadores de calor leva
muito tempo. Eles são mais difíceis do que você pensa, e o inimigo é muito grande.
Mirar nele com uma torre de tanque naquela elevação é difícil. Desta vez, foi bom, porque
estávamos lutando em terra, mas se for uma batalha no mar como com o Noctiluca, acho
que não terá problemas para esfriar de qualquer maneira.”
Ele então mencionou que provavelmente valia a pena aprender como esses sistemas
funcionavam, mesmo que estritamente por curiosidade.
“O povo da 1ª Divisão Blindada está usando facas para cortar a armadura e atirar
mísseis em seu interior. Esse é o tipo de ideia maluca que Nouzen e sua alegre banda
teriam, eu acho. Mas esse plano pode ter sido o mais eficaz, afinal.
“Contanto que você possa abrir um buraco em sua armadura, na pior das
hipóteses, você nem precisa desligar seus sistemas de resfriamento. É possível
destruir seu núcleo de controle ou seu reator de energia… Dito isso, Nouzen e seu
grupo ainda estão lutando.”
Hum? Siri levantou uma sobrancelha.
"Espere, eles estão trabalhando com o Myrmecoleo Free Regiment, aquele protótipo de
railgun, e Nouzen, que pode detectar o núcleo do inimigo... e eles ainda não terminaram?"
“Bem, eles estão enfrentando aquela unidade Halcyon. O Weisel que tem railguns
nele. Eles têm que marchar sobre aquele pássaro monstruoso enquanto sacam seus
canhões ferroviários. Imagino que isso demore um pouco.
“… Não, na verdade, pelo que parece, parece que tudo correu bem até a parte em
que eles pararam o Halcyon,”
Suiu, que estava em treinamento na Federação, de repente interrompeu a conversa.
Sua voz soou bastante tensa.
"-O que está errado?" Siri perguntou.
"Aconteceu alguma coisa?" Canaã parecia preocupado.
"Sim. O coronel Grethe já está em movimento, e todos os membros da 4ª Divisão
Blindada - suboficiais e abaixo - e os oficiais de estado-maior devem registrá-lo. Ouça
o que ela tem a dizer, se puder também.

O Halcyon caiu no chão, resultando em um terremoto que fez até mesmo os

Reginleifs de dez toneladas pularem, e soprou uma espessa camada de cinzas no
ar como uma espécie de suspiro exausto. Shin suspirou por conta própria e, embora
ainda permanecesse cauteloso, ele falou.
Queimá-lo por dentro por um momento não foi suficiente para removê-lo, afinal.
Todos os núcleos de controle, com exceção dos railguns, estavam intactos. Ele
ainda podia ouvir seus uivos.
“Vanadis. Incapacidade temporária do Halcyon bem-sucedida.
Procedendo para manter a área de combate protegida até que Trauerschwan e a
força principal da brigada assumam posições de tiro.”
"Entendido. Bom trabalho, todas as unidades aerotransportadas — respondeu Lena,

ouvindo os processadores do batalhão aerotransportado saudarem a Ressonância.
“Ciclope, não faça nada imprudente, por favor.”
Em contraste com sua operação nos Países da Frota, onde eles estavam
bastante contra a parede, a contramedida que eles criaram por conta própria provou
ser eficaz e produziu resultados. Isso os fez se sentirem ainda mais realizados.
Shiden, a quem ela repreendeu, simplesmente deu uma resposta vaga e

imediatamente investiu contra Shin.
“Sim, senhora... Ah, e a propósito, Li'l Reaper? Ei, Li'l Reeeeaper. Estou
falando com você, Reaper!
"Ugh, o que você quer?" Shin respondeu com ansiedade flagrante em sua voz.
“Você sabe muito bem o que eu quero. Eu arrisquei meu pescoço para manter o
a mira do railgun está fora de você - você não tem algo a dizer?
“Você se ofereceu para isso. Não preciso ouvir suas queixas.
“Eu não estava reclamando, estava? Eu só disse que você tem algo que
precisa me dizer.
Shin respondeu com um clique exasperado da língua.
Bernholdt e o esquadrão Nordlicht pareciam surpresos, enquanto Anju conteve
uma risada. Raiden, Claude e Tohru riram alto. Lena não pôde deixar de sorrir
enquanto dava as próximas ordens; parecia que tinha sido também

muito tempo desde que ela ouviu Shin e Shiden brigando assim.
“Undertaker, Ciclope, chega disso. Batalhão aerotransportado, mantenha uma vigilância
cuidadosa sobre a área de combate. Força principal, precisamos colocar o Trauerschwan em
posição o mais rápido possível…”
Foi então que Hilna disse algo. Não era na língua comum da República ou da Federação,
mas na língua da Teocracia, que nem Lena nem o Oitenta e Seis conseguiam entender.
E então dentro da tela holográfica gigante projetada no comando

Centro…
…todos os soldados com o símbolo da unidade de um veloz cavalo malhado cinza - os

soldados de Shiga Toura, o 3º Corpo de Exército da Teocracia sob seu comando direto - de
repente pararam em suas trilhas.
Lena, os oficiais de estado-maior e o pessoal de controle como Marcel foram todos

levados de volta. A unidade de desvio não estava programada para parar de marchar neste
momento, é claro.
"...Hilna, o que você-?" Lena se virou para encará-la.
Desta vez, Hilnå falou na língua comum da República e da Federação. Com um sorriso
angelical e uma voz tão suave e flexível quanto areia de sílica exuberante.
“Maldita Rainha. Oitenta e seis. Você vai desertar para o nosso país?
"...?!"
Rito engoliu em seco nervosamente quando incontáveis pontos de repente preencheram
sua tela de radar. Estava bem à frente na direção em que viajavam, em uma área livre da
força de avanço da Legião. O IFF não respondeu a essas unidades; suas assinaturas de
calor eram desconhecidas. E eles estavam espalhados em uma formação de leque –
posicionados para uma emboscada.
"Espalhar!"
No momento em que gritou essa ordem para suas consortes, ele já havia se movido para
fazer o Milan pular. Rito era um Oitenta e Seis e tinha seus sentidos de guerreiro aguçados
pelas adversidades da guerra. Ele não era otimista o suficiente para adotar uma abordagem
de esperar para ver quando confrontado com unidades não identificadas.

em uma emboscada.
O estrondo estrondoso de tiros de canhão de alto calibre rugiu à frente deles. Como Rito
suportou a aceleração severa que resultou de sua manobra evasiva, ele olhou para a tela óptica
com seus olhos de ágata. Um projétil aerodinâmico mal havia roçado o flanco do Milan. Uma
grande nuvem de cinzas se ergueu da fonte daquele tiro.
Sua velocidade de disparo era rápida. E mais, desencadeou uma explosão poderosa atrás de
si que era exclusiva daquela arma.
Uma arma sem recuo.
“Merda, isso significa que outro tiro está vindo! Continue se esquivando!”
O canhão rugiu alto novamente e os projéteis HEAT mais uma vez choveram sobre eles. Mais
nuvens de poeira surgiram, enchendo o ar e cegando seu campo de visão.
Uma arma sem recuo era uma arma anti-blindagem que anulava o recuo de disparar projéteis
grandes, liberando-a como uma onda de choque atrás dela. Com esse método, até mesmo um
Feldreß leve poderia carregar uma arma de grande calibre, mas apresentava grandes falhas.
A maior parte da energia cinética da pólvora foi dedicada a reduzir o recuo, tornando os
projéteis mais lentos, e a intensa explosão para trás levantou areia e sedimentos, expondo a
posição do atirador. Por esse motivo, as unidades que usavam canhões sem recuo não carregavam
um cano, mas seis deles. O primeiro tiro exporia a posição de alguém, mas caso não conseguisse
destruir o inimigo, poderia-se disparar um segundo ou terceiro tiro imediatamente.
Isso foi algo que Rito aprendeu imediatamente antes desta operação. Ou seja, nem Reginleifs
nem Juggernauts - nem a Legião que se opôs a eles - usaram esta arma sem recuo. O que
significava…
O vento soprou, levando consigo algumas das cinzas que pairavam sobre o campo de batalha
como uma cortina. E do outro lado apareceu um grupo de pequenas sombras cinza-pérola.
Cinza pérola.
Estas foram unidades que sacrificaram a pura mobilidade para priorizar permanecer acima
das cinzas que cobriram esta terra. Eles tinham quatro pernas largas de aparência mecânica.
Mantinham grande superfície de contato com o solo e lembravam as asas de um pássaro. Mesmo
considerando a forma daquelas pernas, que pareciam rastejar pelo chão, elas tinham torsos curtos,
não mais altos que Frederica. Estendendo-se de cada um de seus flancos havia um conjunto de
três

Canhões gigantescos de 106 mm sem recuo, abertos como asas.

Eles pareciam ter sido construídos às pressas no meio de uma guerra. Eles eram
difíceis de olhar. A visão deles parecia quase brutal, como observar pequenos pássaros
feridos arrastando suas asas quebradas pelo chão.
O blindado tipo 7, Lyano-Shu.
O drone não tripulado que acompanhava o Feldreß oficial militar da Teocracia, o
blindado tipo 5 Fah-Maras. Muitos Fah-Maras foram destruídos durante a década de
combates e, portanto, os drones tipo 7 foram produzidos em grande número para compensar.
"...Por que?"
As unidades Fah-Maras apareceram atrás do Lyano-Shu. Eles se moviam de uma
maneira típica do Feldreß da Teocracia, algo que lembrava uma criança engatinhando,
como um animal arrastando seus membros quebrados. Ele também tinha oito pernas
semelhantes a asas, mas como era uma unidade tripulada, e a situação de estresse da
guerra significava que a vida do piloto tinha que ser priorizada, sua espessa e pesada
blindagem frontal era coberta com placas de blindagem extras. Até mesmo o motor e o
cartucho de seu canhão de rifle de 120 mm foram colocados à frente da cabine para
proteger o piloto, criando um design bastante distinto.
Não poderia haver mais dúvidas. Os militares da Teocracia - que haviam sido seus
aliados até agora - apontaram suas armas para o Oitenta e Seis e o Pacote de Oitenta e
Seis Ataques da Federação, como inimigos.
Diante do olhar atordoado de Lena, Hilnå sorriu.

Enquanto ela se virava de costas para a tela principal, os oficiais de controle e estado-
maior da Teocracia permaneciam com os olhos fixos em seus consoles, como se nada
disso fosse fora do comum. Eles não consideraram o corpo parando abruptamente em seus
rastros e as palavras repentinas dos comandantes do corpo com dúvida ou confusão. Eles
permaneceram em silêncio e indiferentes, como se tudo estivesse indo conforme o planejado.


A única mudança era que seus rostos, escondidos sob os capuzes, estavam inclinados
ligeiramente enquanto eles trocavam olhares e começaram a sussurrar um para o outro.
Lena suportou o impulso de estalar a língua. As unidades da linha de frente não eram as
únicas envolvidas nisso. Os oficiais do estado-maior também estavam envolvidos. Se nada mais,
a totalidade do 3º Corpo de Exército, Shiga Toura, eram seus inimigos.
Mas, além disso, ela notou algo mais que estava errado: as vozes dos oficiais do estado-
maior da Teocracia e as linhas de suas mandíbulas, que eram ligeiramente visíveis sob seus
capuzes. Eles pareciam muito mais jovens do que ela imaginara. Eles tinham, na melhor das
hipóteses, a mesma idade de Shin e Lena, senão um ou dois anos a menos.
Claro, policiais adolescentes não eram tão incomuns nos dias de hoje. A Federação tinha
seus oficiais especiais e Lena, é claro, estava acostumada a estar perto do Oitenta e Seis. Mas
este era o centro de comando do corpo. E mesmo com o número cada vez menor de soldados,
os soldados mais velhos da Teocracia tinham apenas vinte anos.
Foi estranho. Era como se tudo indicasse que o exército da Teocracia era formado
inteiramente por adolescentes e jovens adultos... E, de fato, Lena não conseguia se lembrar de
ter visto um único soldado adulto desde que chegara à Teocracia.
Os oficiais do estado-maior, os tradutores, as crianças-soldado que apareciam para brincar com
eles — eram todos jovens.
E então Hilnå observou Lena, que ficou sem palavras, com olhos indiferentes. Ela desviou o
olhar para os oficiais da Federação, vestidos com seus uniformes pretos metálicos, enquanto
suas expressões mudavam de suspeita para cautela e angústia, e então repetiu a pergunta.
“Você vai desertar para o nosso país? Oitenta e seis, Bloody Reina e muitos oficiais de
estado-maior. Apresentem suas conquistas e feitos de heroísmo – vocês mesmos – como uma
oferenda para nós.”


***
Em termos da cadeia de comando, o 3º Batalhão não tinha relação hierárquica com o

Pacote de Ataque, então não havia razão para Shin estar conectado a Hilnå pelo rádio.
Mas mesmo assim a voz de Hilnå chegou aos seus ouvidos, e de forma sonora.
Sua voz foi transmitida através do dispositivo que eles receberam em alta
volume. Foi claramente transmitido a eles com a intenção de que eles ouvissem.
“Você vai desertar para o nosso país? Oitenta e seis, Bloody Reina e muitos
oficiais de estado-maior. Apresentem suas conquistas e feitos de heroísmo – vocês
mesmos – como uma oferenda para nós.”
"... O que ela está pensando?"
A operação ainda estava em andamento e eles nunca pediram para desertar para
começar com. Mas isso claramente não era uma pergunta ou um convite. Isso foi…
“Você deve se deliciar com o desejo de salvar os outros, heróis. Então saiba
que a situação do nosso país é muito mais terrível do que a da Federação. Priorize-
nos sobre a Federação e todos os outros países, pois nenhum é mais lamentável e
desamparado do que nós.”
…uma ameaça.
Eles queriam tirar as informações que o Strike Package tinha. Ou talvez eles
quisessem colocar as mãos nos Oitenta e Seis como soldados - assim como os
remanescentes da República, os Arquibancadas, fizeram.
Parecia que a implantação do Eintagsfliege era fraca no momento. Havia apenas
traços escassos de ruído estático espalhados pela transmissão de rádio enquanto a gentil
filha da garota dançava nas ondas do rádio.
"Se você se recusar a aceitar, você perecerá neste campo de batalha."
Mesmo assim, o Oitenta e Seis não conseguia entender o que estava acontecendo. Eles
podiam entender que o exército da Teocracia, que havia sido seus aliados até agora, de
repente voltou seus focinhos contra eles. Eles podiam entender que agora eram seus
inimigos. Mas por que? O que diabos estava acontecendo?
Os primeiros a responder a isso foram o Regimento Myrmecoleo. A única das cinco
divisões a permanecer como retaguarda em vez de atuar como parte de

a força de desvio, que havia permanecido atrás do resto da força principal - a 8ª Divisão.
Quando o inimigo se esgueirou por trás deles, as unidades cor de canela imediatamente se
viraram e abriram fogo.
Os Reginleifs reagiram um pouco tarde demais. Eles não foram vergonhosamente
atingidos pelos primeiros tiros, mas quando Gilwiese viu a divisão diretamente atrás dele se
mover de uma forma que mostrava claramente que eles não anteciparam o ataque surpresa,
ele conteve a vontade de estalar a língua.
Eles provavelmente nem pensaram que a Teocracia poderia traí-los. Eles não
esperavam traição em nenhum dos campos de batalha dos outros países em que estiveram,
ou no território da Federação, apesar do fato de que não era sua própria pátria.
“Você é muito ingênuo, Oitenta e Seis! Pessoas e até mesmo países inteiros podem
trair você; Você não sabe disso?!”
E tudo isso depois que a Federação e a Teocracia os empurraram para atuar como
força avançada e unidade aerotransportada, que eram de longe os papéis mais perigosos
nesta operação!
No entanto, mesmo com isso em mente, eles nunca consideraram isso. Essas crianças
soldados, que foram forçadas a entrar no mortal Setor 86 da República, que lutaram e se
agarraram à vida, nunca cedendo ao desespero. Eles não sabiam que, no final das contas,
a guerra não passava de um método grande e desagradável que as pessoas empregavam
para resolver disputas entre si.
“Gilwiese a todos os capitães! A partir deste momento, o Regimento Livre de Myrmecoleo
encerra voluntariamente sua missão de apoio aos militares da Teocracia!”
Sua ordem não foi recebida com nenhuma dúvida ou confusão. Desde que eles foram
implantados, Gilwiese manteve algumas suspeitas em relação à Teocracia e até mesmo
em relação ao Pacote de Ataque, como uma lâmina entre os lábios. Ele estava sempre
pronto para a traição, então quando isso aconteceu, ele não foi pego de surpresa.
“A unidade blindada da Teocracia em nossa direção ao meio-dia deve ser definida como
uma unidade inimiga desconhecida. Em nome da proteção da Brigada de Expedição da
Federação...
Afinal, o Regimento Livre de Myrmecoleo foi estabelecido como uma ferramenta a ser
usada em nome de um conflito. Assim, a nobreza poderia usá-los para roubar os direitos
dos militares dos civis. Assim, o nobre carmesim Pyropes poderia recuperar o título de herói
do mestiço Onyx. E assim eles poderiam ter certeza de que aqueles que beberam o sangue
dos Pyropes, mas mancharam

por ser oficiais comuns, poderia permanecer como uma força militar, mantendo a honra de ser um
soldado. “—abrimos hostilidades
com o 3º Corpo de Exército da Teocracia, 8º
Divisão, bem como a unidade inimiga desconhecida. Nós vamos mostrar a eles!”
Mostre aquelas crianças, que podem ter conhecido a malícia e a irracionalidade de um campo
de batalha invadido pela Legião, mas ainda eram ignorantes e inocentes da escuridão e da
escuridão do mundo da humanidade.
“…Mesmo tendo sido traídos por sua própria pátria e tendo tudo tirado deles, essas crianças
não perderam a humanidade fundamental necessária para acreditar em algo.”
Achei despachante. Mas quando as palavras escaparam de seus lábios, o rugido do pacote de
poder do Vánagandr os abafou, e eles falharam em alcançar o poder de Svenja.
ouvidos.
"Se você se recusar a aceitar, você perecerá no campo de batalha."

Kurena ouviu essas palavras com espanto em branco. foi o mesmo
Menina delicada, delicada e aparentemente virtuosa que ela conheceu antes, a mesma que orou
por seu sucesso na batalha pouco antes da missão. Ela pediu a eles que salvassem seu país, e o
Strike Package respondeu às suas palavras.
Mas então uma emoção sombria surgiu do fundo de seu coração como uma estalagmite.
Kurena apertou os dedos dos pés amargamente. O comportamento adorável daquela garota, seu
sorriso, a gentileza que ela dirigia a eles.
Era tudo uma mentira.
"…Como você ousa."

Por que ela acreditou nela? Ajude-nos, disse ela, como se dissesse para lutar em nosso nome.
Ela acariciou seus egos, chamando-os de heróis, quando tudo o que ela realmente queria era usá-
los como armas. E isso não era diferente do que os porcos brancos da República diriam.
E realmente, os porcos brancos não existiam apenas na República. Havia outros porcos como
eles em todos os lugares. E a Teocracia era apenas mais uma. Todos os outros países eram
capazes disso. Eles os tentavam com palavras doces e sorrisos gentis, falando de esperanças
intangíveis como sonhos e o futuro.
Era assim que todos tentavam tirar vantagem dela e de seus amigos.
Em todos os lugares era o mesmo. Sempre foi o mesmo.

Todos, exceto seus companheiros, sempre tentariam fazer uso deles,

e então eles tirariam tudo de forma cruel e implacável.
Era assim que os Oitenta e Seis sempre eram tratados. No Setor Oitenta e Seis, foi pela
morte no campo de batalha. Em lugares mais pacíficos, era através de expressões de pena. E
aqui na Teocracia, foi forçando o manto de herói sobre eles.
Sempre foi feito com tanta naturalidade, como se usar e ser usado fosse a
natureza fundamental do mundo.
Era como se uma cortina escura tivesse caído sobre seu campo de visão.
Certo. No fim das contas, era assim que as pessoas — como era o mundo. Frio, implacável,
insensível e desprezível. Era um lugar onde quanto mais esperança você tivesse, mais você
poderia esperar perder.
Como eles levaram os pais dela. Como como eles levaram embora sua irmã mais velha.
Assim como eles tiraram o orgulho de Theo, mesmo quando ele não queria nada mais do que
lutar até o fim.
Ela não acreditaria em mais nada. Os únicos dignos de confiança eram seus companheiros.
E todos os que não eram seus camaradas eram seus inimigos ou pessoas sem sentido que
simplesmente não tinham virado as costas para eles ainda.
Ela não acreditaria nas pessoas. Ou o mundo, ou o futuro. Ou o fim da guerra.
<<Resfriamento do sistema de propulsão concluído. Plano Ferdinand,

reiniciando.>> <<Aviso. Os núcleos de controle dos railguns números um a cinco foram todos eliminados.
Começando os reparos usando o núcleo do railgun número um como base para a reprodução.>>
<<Melusine Dois, começando a reprodução. Melusina Três, iniciando a reprodução.
Melusine Four, começando a reprodução—>>
<<Melusine Six, reprodução completa.>>
<<Railguns números um a cinco—recomeçar.>>

De repente, o tremor do gigante agachado, não muito diferente das convulsões de um

inseto moribundo, tornou-se uma vibração estável. Era o som do poderoso sistema de
propulsão do Halcyon reiniciando. Ele havia sido construído para suportar seu enorme
peso e acabara de se recuperar de seu desligamento temporário devido ao
superaquecimento.
O gigante metálico levantou sua forma gigantesca, fazendo com que a terra
tremer sob seu peso.
<<Tão frio.>>
E quando o Halcyon subiu, os lamentos de dor das meninas, que haviam sido
silenciados, derramaram-se de sua forma maciça mais uma vez. O pastor controlando
o railgun… o fantasma mecânico de Shana. Seu lamento ecoou ao redor deles de perto
de cada uma das cinco torres ao mesmo tempo.
<<Tão frio.>> <<Sofrio.>> <<SOfriocOlD.>><<ld>><<FRIO>><<Tão>><<FrioCOldCOLD>>
<<Coldldldldldldld…!>>
"Ngh?!"
“Aaah…!”
Esta foi a primeira operação em que Olivia e Zashya entraram em ressonância com
Shin em combate ao vivo. Os dois ainda não estavam acostumados com sua habilidade
e prontamente cortaram o link do Para-RAID e deixaram a rede de comunicação.
A agonia - a loucura mecânica era simplesmente tão intensa.
Os railguns reativados giraram, apontando para o céu. A luz intermitente de uma
descarga de arco atravessou o céu cinzento enquanto desencadeava uma barragem
longa e incessante para cima.
As unidades do batalhão aerotransportado escaparam da chuva de chumbo grosso,
que pesava várias toneladas, e rapidamente se afastaram do Halcyon para escapar do
alcance do bombardeio dos estilhaços. Tendo afastado os insetos que zumbiam ao
redor deles e recuperado seu alcance mínimo, os railguns moveram seus canhões para
um nível de elevação - horizontalmente. Os lamentos de Shana mais uma vez
aumentaram de tom.
"...!"
"Droga, de novo não...!"
“Ouvir isso de perto… É realmente difícil…!”
O peso absoluto daqueles gritos atingiu o coração de todos. Até mesmo Raiden e
os membros do esquadrão Spearhead, que lutaram ao lado de Shin por anos e estavam
acostumados com sua habilidade. Até mesmo Claude e os processadores do batalhão
aerotransportado, que já haviam participado de várias operações com ele.

"Canela! Você está bem?!"

"Sim. É um pouco difícil quando está muito perto, mas a esta distância, vou ficar
bem.”
O fato de os cinco railguns poderem voltar à vida sem usar as borboletas líquidas
como o Noctiluca fez foi uma surpresa… , e poderia colocá-los em uso sem ter que
expô-los ao exterior.
Olivia logo se reconectou à Ressonância e, um momento depois, também

Zashya. Seus dentes ainda batiam um pouco, mas ela falou corajosamente.
“I-levou apenas duzentos segundos para reiniciar. Está se recuperando mais
rápido do que o esperado, Capitão Nouzen! E com a marcha do Trauerschwan
sendo obstruída ainda por cima, se tentarmos superaquecê-lo toda vez que ele
for ativado, não teremos projéteis suficientes para durar muito tempo!”
Anju então entrou na conversa.

“Shin, temos apenas sete lançadores de mísseis entre nós e a outra unidade.
O esquadrão de artilharia quer economizar munição para evitar que os tiros do
Trauerschwan sejam interceptados. É como ela diz: não podemos continuar
derrubando de novo e de novo.”
“Não temos tantos tanques ou projéteis de canhão automático sobrando,

qualquer. Não podíamos trazer Fido para nosso pequeno e agradável voo.”
"Sim. Então, na pior das hipóteses, mesmo que não possamos incapacitá-lo,
precisamos pelo menos garantir que ele não atire no Trauerschwan. Confirmamos
que as estacas de lâmina são eficazes; só precisamos destruir o Halcyon e nosso
objetivo será concluído.
De qualquer maneira, eles tinham que derrotar essa ameaça à Federação. E, se
pudessem, precisavam coletar informações ou peças dos destroços. E o mais
importante, todos eles tiveram que voltar vivos. Então, em nome de todos esses
objetivos…
“Królik, estou compartilhando imagens óticas do interior do Halcyon com você.
Você pode destacar os tubos do sistema de resfriamento?”
“Roger; essa é a nossa contramedida se ficarmos sem foguetes, certo? Vou
mandar fazer.
"Shiden, posso contar com você para lidar com Shana novamente?" ele perguntou a Shiden,

que permaneceu em silêncio desde que os gritos recomeçaram.

Ele sabia que essa era uma pergunta cruel de se fazer. Ela decidiu colocá-la para descansar com
as próprias mãos e até fez isso, apenas para Shana voltar à vida como se fosse contra ela. Pedir a
Shiden para matá-la novamente era muito cruel.
Mas sua resposta foi surpreendentemente calma.

“Sim, eu vou lidar com isso. E não fale comigo com esse tom preocupado, Li'l Reaper.
Ela até sorriu para ele ironicamente, inesperadamente.

“Vou esmurrá-la tão profundamente no subsolo que ela não terá escolha a não ser ficar no
chão. Ninguém pode enterrá-la além de mim.
O porte de armas de fogo era estritamente proibido na sala de controle da Teocracia.

Antes de entrar, Lena e os outros foram instruídos a deixar as armas para trás e obedeceram a essas
instruções. O cano de um fuzil de assalto era longo demais para ser escondido. E então Lena não
tinha forças para se defender, para não falar de sair dali.
"Não", disse Lena por cima do ombro. "Nós recusamos."

No momento seguinte, o oficial de controle sentado ao lado dela chutou sua própria cadeira e se
levantou. Ela estava vestida com um uniforme cor de aço, para enganar a Teocracia fazendo-a pensar
que ela fazia parte do pessoal de controle.
E à primeira vista, ela parecia perfeitamente humana. A única coisa que a diferenciava era o tom
vívido de seu cabelo e seus olhos vidrados. E, claro, o cristal quase nervoso em sua testa.
Para Sirin.
"Situação presumida, Oito do Vermelho. Começando o combate."

Ela ergueu as palmas das mãos para o pessoal que guardava as portas, que de repente jorrou
sangue e cambaleou para trás. Ela provavelmente era um modelo modificado que tinha uma arma de
fogo repetida escondida entre os mecanismos do braço.
O porte de armas de fogo era estritamente proibido na sala de controle da Teocracia.
Antes de entrar, Lena e os outros foram instruídos a deixar as armas para trás e obedeceram a essas
regras. E foi por isso que a possibilidade de uma Sirin, uma boneca mecânica que escondia uma arma
de fogo dentro de seu corpo, era algo que Hilnå e os guardas não podiam prever.

"-Correr!"
Ao mesmo tempo, um oficial do corpo de suprimentos largo jogou Lena por cima do ombro e
correu em direção à saída. Os oficiais masculinos de controle e inteligência seguiram o exemplo,
chutando os guardas que estavam ajoelhados no chão e segurando seus ombros feridos, e
apertaram o botão que operava o mecanismo da porta.
O oficial de suprimentos deslizou pela porta, dando cobertura a Lena. Os oficiais de controle,
oficiais de estado-maior e o Sirin que havia entrado sorrateiramente como oficial os seguiram.
Felizmente, não havia sinal de nenhum soldado da Teocracia no longo corredor. Eles correram pelo
corredor, mas ainda era um caminho perigoso de trilhar. Era uma única linha reta sem nada para
oferecer cobertura.
Vendo Marcel estremecer, o oficial que corria ao lado dele diminuiu a velocidade e perguntou:
“Segundo Tenente Marcel, você está bem?”

“Mesmo que seja uma distância curta, ainda posso correr melhor do que qualquer punk nas
ruas.”
Marcel era originalmente um operador de Vánagandr, mas mudou de profissão para oficial de
controle depois de machucar a perna. Sua perna não conseguia reagir tão rápido quanto seria
exigido de um Operador, mas ele era perfeitamente capaz de correr, mesmo assim.
“…Mas percorrer longas distâncias pode ser muito ruim. Não se preocupe;
deixe-me para trás se as coisas derem errado.
“Você sabe que não podemos fazer isso”, disse o policial.
“Sim, servir como retaguarda é um dever de Sirin,” a garota mecânica interrompeu a conversa.
Ao virarem uma esquina, usaram a parede como cobertura e pararam por um momento. A Sirin
pediu desculpas e arregaçou a calça do uniforme que cobria seus joelhos esguios. Aparentemente,
havia uma fenda dentro de sua pele artificial.
Marcel não pôde deixar de desviar o olhar, mas os oficiais ofegaram.
Sob as pernas de forma humana dessa garota artificial havia ossos prateados e metálicos e nada
mais. Seu corpo era sustentado e impulsionado por um atuador linear cilíndrico. Não havia nem
mesmo substitutos artificiais onde deveriam estar seus músculos, mas várias metralhadoras
escondidas dentro da abertura vazia de suas pernas.
“Sua Alteza preparou isso em caso de emergência. Eles usam balas pontiagudas giratórias
personalizadas de alta velocidade, feitas para alvos antipessoal. Eles deviam

ser útil para sair daqui.

Sua velocidade inicial era rápida e eles deveriam ser capazes de penetrar nas placas do
corpo. Além do mais, as balas giravam dentro do corpo, causando danos aos tecidos sem
desperdiçar energia cinética. Da perspectiva de Vika, a Teocracia - ou melhor, os humanos em
geral - eram perfeitamente capazes de trair, e se preparar para isso era natural para ele.
A vivacidade de tudo isso fez Lena e Marcel estremecerem. Os oficiais de pessoal, por
contraste, não hesitou em pegar os punhos da arma.
“—Os pedaços de sucata são uma coisa, mas este não é o tipo de brinquedo que deveríamos
visar às pessoas”, disse um oficial da equipe de operações, menos para os dois e mais para si
mesmo.
A garota Sirin assentiu.
“Deixo o resto com vocês, amigos humanos... não posso correr por muito mais tempo, então
vai ficar aqui e ganhar tempo.
Ela acabou com seus músculos artificiais e só se moveu minimamente em seu atuador
linear. Ela ainda podia andar, mas não podia correr por muito tempo. Ela sorriu para eles e saiu,
e momentos depois, eles puderam ouvir uma forte explosão sacudir o centro de comando que
acabaram de deixar para trás. As perfumadas paredes cinza-pérola tremeram.
O 3º Corpo de Exército da Teocracia, que estava encarregado do desvio, havia parado no local,
mas isso era irrelevante para a Legião contra a qual eles estavam lutando no momento. Uma
parte das unidades da Legião se virou e correu para defender o Halcyon, mas muitos da Legião
ainda permaneceram para exterminar o inimigo.
Isso significava que o exército da Teocracia, que deveria manter a Legião sob controle, foi
parado no lugar pela Legião que deveriam distrair.
Para começar, uma divisão inteira, com dezenas de milhares, era uma unidade muito grande
para mudar de curso ou parar em suas trilhas tão facilmente. Especialmente quando o inimigo
na frente deles estava tentando impedi-los de fazer qualquer coisa. E com o 2º Corpo de Exército
bem ao lado deles, eles foram impedidos por seu próprio tamanho grande e pela horda da
Legião lutando contra eles.
Mas mesmo que todos os militares da Teocracia tenham se voltado contra eles, os únicos a
lutar diretamente contra a Brigada de Expedição da Federação foram

o regimento de emboscada à frente deles e a 8ª Divisão, que os atacou por trás.
E enquanto duas divisões eram uma força muito maior em comparação com eles, os
Reginleifs do Pacote de Ataque e os Vánagandr do Regimento Livre de Myrmecoleo eram
da Federação Feldreß - modelos de ponta desenvolvidos por uma das potências militares
mais fortes do continente e aperfeiçoados no campo de batalha.
Apesar da desvantagem numérica, a Brigada de Expedição da Federação interceptou com
sucesso o ataque do exército inimigo.
No entanto…
…o Fah-Maras era uma unidade tripulada, e Rito e seus camaradas não podiam usá-lo
como um trampolim da mesma forma que fizeram contra a Legião.
Mesmo que soubessem que esta unidade não era um caixão ambulante frágil como o
Juggernaut, e mesmo que fosse tão blindado e robusto quanto um Vánagandr ou um Löwe.
Nada disso importava. Havia pessoas lá dentro.

"Por que…?!"
Ele se lembrou de um menino que gostava de comer cascas de limão. Outro que era
bom em queda de braço. Um menino mais velho que lhe serviu chá com condimentos
picantes misturados quando chegaram à Teocracia.
Eles não estavam mentindo sobre isso - isso era óbvio - mas se for esse o caso, então
por quê?
Ainda assim o alarme soou.
Por mais fina que fosse a armadura do Reginleif, ele desviava balas de 12,7 mm, mas
ser atacado havia ativado seus alertas. Um rifle de detecção provavelmente havia atirado
nele. Como as cinzas atrapalhavam as miras a laser, esse rifle era usado exclusivamente
para focar a mira de uma arma no campo de batalha do setor em branco.
E se um rifle de localização tivesse sido disparado, isso significava que um tiro de canhão estava prestes a
acontecer.
Rito se esquivou, virando reflexivamente o cano de sua arma de 88 mm em direção ao

inimigo. Mas seus olhos se fixaram em um Fah-Maras. E lá dentro pode ter havido alguém
que dividiu doces com ele, competiu com ele ou brincou com ele.

Rito vacilou no último segundo. Mas os Fah-Maras dispararam contra ele sem vacilar.
Ele podia ouvir uma voz vindo de seu alto-falante externo. Parecia que quem estava falando
era uma menina, ou talvez um menino cuja voz ainda não tinha engrossado.
Eles falavam em uma língua que ele não conhecia, mas seu modo de falar deixava claro
sua intenção.
Desculpe.
Se eles chegaram a dizer isso... então por quê? "...!"
Rito teve sorte de ter tomado medidas evasivas antes do tempo. O projétil do tanque
passou por Milan por pouco, passando por ele antes de estourar. Os fragmentos dos
projéteis atingiram sua unidade de perto, quebrando sua tela óptica. Os fragmentos
pontiagudos da tela choveram sobre sua cabeça.
"Rito?!"
“Estou bem, só um pouco arranhado. Desculpe, posso continuar comandando, mas
lutar pode ser um pouco demais agora.”
Os cacos da tela óptica apenas o arranharam. Mas o corte estava na testa, logo acima
do olho direito. Seu olho dominante estava selado com sangue e, ao tocá-lo, percebeu que
não era uma ferida que fecharia sozinha tão cedo. Ele tentou limpar o sangue, mesmo
sabendo que era inútil.
"Por que…?!"
“Os imperiais estão tão obcecados pela guerra como sempre…”
Apenas um soldado da Federação lutou contra os da base, apenas para se autodestruir

no final. Ela havia escondido algum tipo de dispositivo altamente explosivo nela, que tinha
até rolamentos de esferas escondidos dentro dele para funcionar como estilhaços.
O cinza-pérola estéril das paredes agora estava manchado de sangue, seu fedor sufocando
o aroma da madeira de águia perfumada do centro de comando.
Hilna suspirou. A explosão de um explosivo seria letal o suficiente por conta própria,
mas eles tiveram que adicionar bolas metálicas para criar um chumbo grosso, aumentando
sua letalidade e alcance. Foi uma ideia semelhante a uma mina de chumbo grosso. A
garota tinha uma pistola, que ela de alguma forma escondeu consigo, mas uma vez que
ficou sem balas, ela se recusou a se render. Se os oficiais de controle não tivessem notado
seu desafio e agarrado o soldado da Federação, nenhuma das pessoas do centro de comando

teria sobrevivido.
Os dois oficiais que a haviam segurado foram arrancados pelo chumbo grosso, e a
soldado que se explodiu foi dizimada pela explosão. Três pessoas de carne e osso, bem
como inúmeros fragmentos de metal, espalhados pelo centro de comando em um respingo
sangrento. O oficial que empurrou Hilnå para o chão estava coberto de sangue de outras
pessoas e também estava sangrando um pouco.
Hilnå, no entanto, foi mantida em segurança por sua proteção e pelo sacrifício dos
outros dois oficiais. Não havia um arranhão nela. Uma gota de sangue que espirrou em
suas bochechas brancas foi a única coisa que suas lâminas fiéis falharam em desviar.
“Você está bem, princesa?!” perguntou o policial que a havia protegido.

"Garfos. Você tem meus agradecimentos, assim como os dois que se sacrificaram.
Um corpo humano poderia servir como um escudo eficaz contra balas e chumbo grosso.
Desde o surgimento das forças armadas modernas, houve inúmeras histórias de soldados
que se lançaram sobre granadas de mão para salvar seus camaradas.
E é assim que protegemos nosso país: sacrificando muitos.
Hilnå enxugou a gota de sangue sob os olhos, desenhando uma linha de ruge sangrento
em sua pele imaculada e branca como a neve, como maquiagem.
“Aderir ao seu destino e cair na batalha conforme o chamado do destino ditar.
Que sorte... e invejável.
Um Vánagandr cor de cinábrio cobriu um Reginleif que não conseguiu escapar de um tiro,
ficando no caminho do tiro e bloqueando o projétil HEAT com sua firme armadura frontal. A
placa sólida evitou que o jato de metal invadisse o interior do Vánagandr, enquanto o
APFSDS de 120 mm, que disparou de volta como um contra-ataque, destruiu o Lyano-Shu.
“Você está bem, garoto?”

"O-obrigado..."
“Não mencione isso. Proteger mulheres e crianças do perigo é nossa honra.”
Ao ouvir essa conversa pelo rádio e quase imaginando o sorriso cheio de dentes do
piloto de Vánagandr, Frederica sentiu-se um pouco relutante. Mas depois de ver a visão
com seus próprios olhos, ela abriu os lábios em agradecimento.

Ela estava sentada dentro de uma das câmaras de controle de perna do Trauerschwan,
escondida atrás da formação Reginleif. O grupo de Lena ainda estava fugindo, e seus substitutos
interinos, os comandantes de esquadrão, estavam todos no meio do combate. Por mais que ela
fosse uma mascote e carecesse de qualquer autoridade, ela deveria pelo menos agradecê-los
em seu lugar.
A blindagem frontal de um Vánagandr poderia bloquear até mesmo um projétil de tanque de 120
mm, mas embora ela se sentisse compelida a dizer a eles para não serem imprudentes, ela também
percebeu que seria desnecessário.
Mas Svenja, que provavelmente tinha visto a mesma coisa que Frederica, entrou na
transmissão antes que ela pudesse. E rudemente nisso.
“Você viu isso agora mesmo, Oitenta e Seis?! Os Vánagandrs do Regimento
Myrmecoleo irão protegê-lo, então fique escondido e se esconda na última fila! Nossos
corcéis carmesins não permitirão que nenhuma flecha sorrateira passe...”
Frederica gritou de volta para ela. Como o mascote de outra unidade ousa dizer isso a eles?!
“Sua armadura frontal , é isso! Seu Vánagandr lento e preguiçoso é bom para fazer uma
parede, talvez. E deixando tudo de lado, você não tem nenhuma autoridade sobre sua própria
unidade, para não falar do direito de comandar outras unidades. Mantenha a cabeça baixa e a
boca fechada, seu ornamento mesquinho!
"Eep?!"
Embora ela tivesse gritado com ela a plenos pulmões, sem nenhuma reserva, a voz de
Frederica ainda era a de uma jovem adolescente. Ainda foi o suficiente para fazer Svenja se
sacudir e se encolher de forma audível o suficiente para Frederica ouvir pelo rádio. Enquanto
Frederica levantava uma sobrancelha, o alvo da ligação mudou para Gilwiese.
“Você está certo. Peço desculpas se confundimos a cadeia de comando. No entanto,

eu apreciaria se você pudesse se abster de levantar a voz para nossa princesa. Ela é
bastante sensível a gritos.
"... Bem, suponho que nenhum dano foi feito, pois nenhum dos Processadores a estava
ouvindo."
Afinal, os Oitenta e Seis estavam supostamente acostumados com os Controladores da
República ocasionalmente tagarelando sobre a Ressonância Sensorial e o rádio. Eles não iriam
simplesmente desconsiderar as palavras de algum mascote desconhecido; eles não lhe dariam
ouvidos, para começar.

Dito isso, Frederica franziu o cenho. Não causaria nenhum problema no wireless, mas...
“No entanto, você me diz para não gritar, mas cabe a você educá-la sobre os fundamentos do
comportamento no campo de batalha. Preste atenção nisso. E não me peça para evitar repreendê-la
por isso. Você afirma ser a figura do irmão dela, não é?
"…Peço desculpas."
“…Eu posso ver porque ela é a 'irmã mais nova' do Capitão Nouzen. Ela tem uma boa cabeça sobre
os ombros, princesa.
Depois de desligar o rádio com um sorriso sardônico, Gilwiese virou-se com algum esforço, de
frente para o assento do artilheiro. Eles estavam dentro da cabine de dois lugares da Mock Turtle. O
assento era muito apertado para um adulto, mas grande demais para o pequeno corpo de Svenja.
Especialmente agora, enquanto ela se sentava toda encolhida e tremendo. Gilwiese falou com ela
com calma consciente.
“Não era a arquiduquesa gritando com você. Não era a arquiduquesa te repreendendo. Está bem.
Não tenha medo.
“S-sim…” ela murmurou, levantando a cabeça com medo.
Os sinais de lágrimas e pânico ainda estavam claros em seus olhos dourados.
Aquela garota mascote não saía do lado de Shin, então ele presumiu que ela fosse uma garota
relacionada à Casa Nouzen. Ou talvez ela estivesse envolvida com o pai adotivo de Shin — o
presidente temporário, Ernst. O presidente era um soldado antes da revolução, e os soldados eram
nobres ou plebeus afiliados ao seu regimento. Independentemente disso, eles estavam sob o comando
do governador. Para que o ex-governador pudesse ter confiado a Shin para cuidar de um filho
ilegítimo. Não era implausível.
De qualquer maneira, aquela garota provavelmente veio de uma linhagem guerreira Onyx e
também tinha sangue Pyrope correndo em suas veias.
E apesar de ser uma mestiça Pyrope, como Svenja, ela não conseguia compreender seu terror
ao ser repreendida. E ela até argumentou com um adulto como Gilwiese sem nenhum sinal de medo.
"…Nada de bom. Eu sinto... Qual é a palavra certa para isso? Indignado, suponho.
Ele não poderia culpar a garota mascote por ter crescido sem

sempre conhecendo o gosto do chicote. O Onyx não precisava se envolver em procriação seletiva
e, portanto, não teve filhos que fossem produtos fracassados.
Desperdícios indesejados de esforço que tiveram que viver suportando gritos e xingamentos por
serem parasitas inúteis.
“B-Irmão. Certo, devemos nos reportar ao 'Pai', nesse caso. Se fôssemos informar ao 'Pai'
que essa desculpa de segunda categoria de uma teocracia nos traiu, tenho certeza que ele daria
a retribuição...”
“Assumindo que poderíamos contar a ele. Princesa… O Eintagsfliege está travando
nossas comunicações. Não podemos entrar em contato com a Federação agora.
"...Oh."
Entre eles e a Federação estavam a Teocracia, a República e os países do extremo oeste,
bem como as zonas e territórios contestados pela Legião. Os Eintagsfliege foram constantemente
implantados em seus territórios, sua interrupção eletromagnética bloqueando a comunicação sem
fio.
Em outras palavras, o que quer que acontecesse com a Brigada de Expedição na Teocracia,
o continente da Federação não seria alertado sobre isso. Eles não tinham como pedir à Federação
que os salvasse dessa situação ou pressionar a Teocracia.
O Strike Package, e originalmente o Republic, empregou a Ressonância Sensorial. Uma

recriação mecânica de uma lasca da habilidade do Marquês Maika.
Eles falharam em reproduzir totalmente a habilidade, é claro, mas o dispositivo permitia
comunicações que ignoravam a distância e a interrupção do Eintagsfliege.
Mas era, no final das contas, apenas uma máquina. Alguém na Federação precisava ter um
Dispositivo RAID configurado para se comunicar com a 1ª Divisão Blindada, e eles precisavam tê-
lo ativado neste exato momento. E mesmo que Gilwiese e Svenja informassem alguém da
Federação, levaria tempo para que a ajuda chegasse.
E no clima atual, era improvável que a Federação, mesmo que fosse herdeira do glorioso
Império Giadiano, estivesse disposta a entrar em guerra com a Teocracia. Falando realisticamente,
tudo o que eles perderiam seriam dois regimentos. Eles não começariam uma guerra apenas para
recuperá-los. Especialmente não os Oitenta e Seis, que não eram cidadãos da Federação por
nascimento ou tinham famílias que queriam vê-los de volta.
Eles seriam elogiados como heróis trágicos, e os cidadãos clamariam sobre seu destino por
um tempo, mas assim que a Federação anunciasse que eles cessariam

apoiando a Teocracia ou fazendo alguma outra sanção, a história logo seria esquecida.
Ninguém se importaria se uma unidade de plebeus morresse. No final, o Regimento

Myrmecoleo nada mais era do que um peão descartável, tanto para a Federação quanto
para seus senhores. A perda deles não causaria dor duradoura a ninguém.
“…E é por isso que ser uma unidade de destaque não faz nenhum favor a você.”
"Mas... qual é o ponto?" Shin murmurou para si mesmo.

Não era algo que ele deveria estar pensando nessa situação, mas simplesmente não
fazia sentido. O que estava acontecendo provavelmente não desencadearia uma guerra
com a Federação, mas criaria antagonismo e apenas pioraria a posição da Teocracia.
As relações da Teocracia com a Federação, o Reino Unido e a Aliança azedariam e

eles perderiam qualquer apoio futuro que deveriam receber. E embora não fosse tão grave
quanto o caso da República, eles ainda seriam marcados como párias por forçar crianças
soldados a entrar em combate... E tudo o que ganhariam em troca disso seriam dois
regimentos blindados.
Nem saiu.
Não, mesmo antes de considerar isso, para começar…
“… Por que eles estão fazendo isso agora?”

Essa foi a parte que se destacou para Lena. Afinal, o Halcyon só foi forçado a uma
imobilidade temporária devido ao superaquecimento. Era a enorme e ameaçadora arma
apontada contra o templo da Teocracia; eliminá-lo deveria ter sido sua principal prioridade.
E não apenas ainda estava à solta, mas seus exércitos também estavam travados em
combate com as forças da linha de frente da Legião.
Então, por que eles trairiam a Brigada de Expedição da Federação e se arriscariam a
lutar em duas frentes — mesmo que um dos exércitos contra os quais lutariam fosse muito
mais fraco? Por que traí-los agora? Não havia nada que eles ganhassem se voltassem
contra eles aqui.
Hilnå mencionou conquistas e informações, mas a Federação
A Brigada de Expedição não havia se apoderado do núcleo de controle da Legião, para não falar de

eliminando o Halcyon, que era seu objetivo inicial. Não seria tarde demais para atacá-
los depois; na verdade, se a Teocracia queria tanto traí-los, deveriam tê-lo feito depois
de terem completado a missão — quando derrotaram a ameaça iminente do Halcyon e
possivelmente se apossaram de informações confidenciais ou dos destroços do canhão
elétrico.
Concluída a operação, a Brigada de Expedição estaria fatigada e desguarnecida.
Se a Teocracia os atacasse mais tarde esta noite, quando estivessem fora de seus
Reginleifs, até mesmo os Oitenta e Seis seriam capturados sem muita resistência. Sim,
mesmo do ponto de vista de capturar os Oitenta e Seis, atacá-los após a conclusão da
operação teria dado à Teocracia muito mais por muito menos esforço.
Nesse caso, por quê? Por que fazer isso agora e se dar ao trabalho de infligir
perdas desnecessárias uns aos outros?
Todos os corredores pelos quais eles correram não tinham sinais de soldados ou
guardas. Eles seguiram em direção ao hangar da base. As metralhadoras que
receberam só tinham um número limitado de balas cada uma, por terem que ficar
escondidas, mas chegaram sem ter disparado nenhuma.
Eles olharam para fora e viram o ar pálido que conduzia à persiana.
Eles não podiam atravessar aquele terreno sem roupas de proteção.
“Entre em Vanadis!”
Foi então que Lena recebeu uma transmissão através do Para-RAID. Era do capitão
do esquadrão de guarda do QG, que eles haviam deixado para trás como uma unidade
de reserva.
“Dissemos para vir buscá-lo antes mesmo de você nos chamar!
Envie-me uma transmissão quando estiver tudo dentro; estamos quebrando a
veneziana!
"Sim, obrigado!"
Um subpiloto subiu no banco do motorista de Vanadis e ligou o motor. Sem sequer
verificar se todos haviam agarrado alguma coisa, ele pisou firme no pedal.
“Segundo Tenente Nana!”

"Sim senhora!"
Duas metralhadoras pesadas soltaram um guincho agudo que lembrava uma serra
elétrica. Suas balas atravessaram a veneziana metálica em questão de segundos. Com
o tiroteio cessando um momento depois, Vanadis mergulhou pelo buraco na veneziana
com um estrondo estridente e alto.

Fragmentos metálicos voaram no ar. Dentro do hangar, os Reginleifs saudaram a

carruagem de sua rainha, formando uma formação defensiva em torno dela em um piscar
de olhos.
A visão de figuras uniformizadas, carregando rifles de assalto, finalmente entrando em
o hangar, encheu o monitor de Vanadis.
Kurena pôde ver a unidade de Mika, Bluebell, sendo explodida logo abaixo dela através do
sensor óptico do Trauerschwan.
"Mika!"
Não foi um golpe direto na cabine. Sua unidade também não foi muito danificada. Mas
ela estava definitivamente ferida. Com seu flanco esquerdo virado para longe, Bluebell
ficou preso no lugar e uma unidade consorte se aproximou dele com um Juggernaut para
rebocá-lo. E mesmo assim, unidades cinza-pérola se aproximaram deles.
Acabara de chegar uma transmissão informando que Rito também estava ferido e teve
que recuar para o fundo da linha. Kurena só podia ficar de braços cruzados, cerrando os
punhos dentro da cabine do Gunslinger, que tinha ambas as pernas dianteiras e traseiras
fixadas no bloco da cabine do canhão elétrico gigante.
"...Por que?"
Eles fizeram isso para alguns bastardos que iriam enganá-los e usá-los. Para pessoas
horríveis que tentariam empurrar a dificuldade e a dor da batalha para outra pessoa e fingir
que não existiam.
Por que somos sempre nós?
De repente, ela percebeu que o denso nódulo de emoção que carregava em seu
coração era raiva. Não fervia em seu peito, nem ardia na boca do estômago. Era frio e
duro, como um objeto estranho que estava preso dentro dela e não ia embora. Como um
veneno congelado e coagulado que se agarrou a ela por dentro.
Era uma indignação que estava latente dentro dela durante todo o
o Setor Oitenta e Seis e desde então.
“Por que nós… sempre temos que ser os que lutam…?!”
Protegido por um esquadrão de Reginleifs, Vanadis escapou do centro de comando do

corpo e mudou-se para o deserto de cinzas. Vanadis não estava sem meios de

autodefesa, mas sua metralhadora de corrente de 120 mm e metralhadoras pesadas

careciam de energia. Sua mobilidade também estava muito longe do que os Reginleifs
eram capazes. Como tal, o veículo de comando não foi feito para combate e eles
precisavam evitar todo e qualquer confronto.
O mesmo valia para o esquadrão de guarda, que havia sido deixado para trás
como reserva mínima em caso de emergência. Eles correram pelo terreno cinzento,
escondendo-se atrás de qualquer colina que pudessem encontrar para evitar o combate
com a teocracia militar. Eles tiveram que procurar uma maneira de romper o cerco do
corpo e tentar se reagrupar com o resto de suas forças.
Eles conseguiram escapar da base inimiga, mas se Lena e os outros fossem
capturados novamente, eles poderiam ser usados como reféns para pressionar o
Oitenta e Seis. E também precisavam recolher os técnicos e a equipe de manutenção
do Armée Furieuse, que se encontravam a quinze quilômetros de distância. Lena só
podia rezar para que estivessem bem.
“Segundo Tenente Oriya, Segundo Tenente Michihi! qual é o seu
status?!" Lena perguntou a eles através do Para-RAID.
“Estamos completamente cercados, coronel!”
“A 3ª Divisão e as linhas do regimento de emboscada são finas em
três horas! Estamos tentando romper a partir daí!
Frederica então entrou na conversa com outro relatório.
“O 2º Corpo de Exército da Teocracia também está começando a se mover
em nossa direção. Eles ainda estão enfrentando a Legião, no entanto, então eles
não podem contribuir para o cerco... Ter andado sobre os oficiais e soldados da
Teocracia enquanto fazia o papel de uma criança inocente provou ser útil.”
Esse último comentário fez Lena piscar algumas vezes, por mais inapropriado que
fosse nessa situação tensa.
“Frederica… Você consegue entender a linguagem da Teocracia?”
Sua habilidade permitia que ela visse o passado e o presente de qualquer pessoa
que conhecesse, mas, até onde Lena sabia, exigia que ela pelo menos soubesse o
nome deles e tivesse trocado palavras com eles.
“Bem o suficiente para manter uma conversa básica. Falei com eles, mas fiz
parecer que não consigo entendê-los muito bem. Como eu disse, fiz o papel de
uma criança inocente, sorrindo como uma garota indefesa faria em uma terra
estrangeira. Repeti meu nome como uma criança até que eles perceberam minha
intenção e deram o seu próprio, e

isso bastava para a minha capacidade de trabalho... Esta terra é muito longe da
República e da Federação, afinal. Presumi que não faria mal errar por excesso de
cautela.
Ela provavelmente não esperava uma traição total, mas Frederica assumiu que
algum tipo de mal-entendido ou falta de comunicação poderia levar a uma situação
inesperada.
“Eu provei que sou útil, Vladilena?”
“Claro que sim, Frederica... Obrigado. Você é uma grande ajuda.
Ela podia sentir Frederica acenar com satisfação. Lena, no entanto, considerou
cuidadosamente suas informações. O 2º Corpo de Exército estava avançando. Não se
podia esperar que dois regimentos retivessem o exército de um país inteiro. Em termos
de tempo perdido e fadiga do batalhão aerotransportado e munição restante, eles não
poderiam deixar isso durar muito…
“—Mas, Coronel, espere.”
Alguém interveio. Era Mitsuda, um dos comandantes dos batalhões de configuração
de artilharia Reginleif. Sua voz tinha um tom de descontentamento que ele não tentava
esconder, embora não fosse dirigida à própria Lena. Ele então continuou, seu tom mais
calmo e mais controlado.
“Digamos que temos o grupo de Shin saindo do Halcyon.
Não podemos voltar depois disso?”
Lena enrijeceu e engoliu nervosamente. Mitsuda continuou.
“Quero dizer, o grupo de Shin parou temporariamente o Halcyon, mas ainda
está intacto. Se apenas deixarmos isso lá, o pessoal da Teocracia não terá muito
trabalho cuidando disso? Eles ligaram para a Federação pedindo ajuda porque,
afinal, era demais para eles lidarem. Então, enquanto eles estão ocupados com
isso por conta própria, podemos ir para casa.
Isso os salvaria de ter que lutar inutilmente contra a Teocracia,

o que os impediria de sofrer perdas desnecessárias nessa batalha.
"Bem…"
Eles poderiam fazer isso? Garfos. Levaria algum esforço, mas eles poderiam ajudar
Shin e o batalhão aerotransportado a escapar, evacuar as linhas de frente no caos que
se seguiria e deixar a Teocracia. Eles teriam que explodir o Armée Furieuse e o
Trauerschwan para se livrar deles e não deixá-los para trás para serem apreendidos
pelo inimigo. Mas comparado a travar uma batalha sem esperança contra uma nação
inimiga, isso salvaria inúmeras vidas.

Mitsuda então falou em tom distante, sem fazer nenhum esforço para esconder o
desgosto e o ressentimento sem fundo que sentia.
“Sim, temos orgulho de lutar até o fim. E claro, se a Federação quiser se
aproveitar da nossa vontade de perseverar, vamos deixar, desde que nos ajudem
a fazer isso... que sejamos mártires por eles”.
Ao ouvir essas palavras, Michihi estremeceu como uma pessoa que acabou de ter seus
pensamentos lidos em voz alta. Rito tentou negar, embora parte dele tivesse que se
perguntar sobre isso. E Kurena simplesmente concordou do fundo do coração.
Essa mesma dúvida, frustração e indignação ardeu no coração de cada um dos
Oitenta e Seis e foi despertada por essas palavras. Afinal, eles tinham o dever de lutar
por pessoas como essas? Ou, pelo menos, para pessoas como essas também? Só
porque lutar até o fim estava em sua natureza, só porque eles se orgulhavam de fazê-lo,
isso não significava que eles simplesmente desistiriam e obedeceriam. Quando alguém
os enganou, apontou suas armas para eles e exigiu que lutassem por eles, eles tinham
o direito de recusar.
Para começar, eles não lutaram para proteger ninguém ou salvar nada. Isso era
verdade tanto no Setor 86 quanto fora dele. Eles não lutaram pelos porcos brancos da
República. Eles fizeram isso por seu orgulho e seus camaradas.
Eles não correriam e não desistiriam. Eles lutariam até o fim, até o último suspiro,
eles suspirariam em seu momento final - cumprindo seu orgulho como Oitenta e Seis. E
se eles acabassem protegendo os porcos brancos pelo caminho, bem, eles não iriam
gostar, mas fariam o que fosse necessário.
A Federação os usou como ponta de lança para destruir as principais posições da
Legião, como ferramenta diplomática e como material de propaganda. Eles sabiam
disso. Os cidadãos da Federação só viram os Oitenta e Seis através da mídia e das
notícias e pensaram que eles eram alguns heróis trágicos a serem glorificados. Mas, por
outro lado, a Federação deu-lhes muito em troca, então eles aceitaram a contragosto.
Mas eles não queriam ser ferramentas ou material de propaganda e definitivamente

não queriam ser vistos como heróis. Eles sempre lutaram por si mesmos. Por seu
orgulho, pelo tipo de pessoa que queriam ser e o que

eles acreditaram. Não para outras pessoas.

E era por isso que, agora que haviam deixado o Setor 86, não lutariam por gente como
aquela. Nem agora, nem nunca. Então, se eles não lutassem aqui... se eles simplesmente
abandonassem essas pessoas que os deixaram à própria sorte... não haveria nada de errado
com isso... certo?
Mas a dúvida que moveu o Oitenta e Seis por um momento foi dilacerada.
Foi como o golpe decisivo de uma lâmina afiada como navalha.
“Funcionário para Vanadis.”
Sua voz clara e serena chegou aos seus ouvidos: “A
unidade aerotransportada retomará sua missão, conforme inicialmente decidido.
Manteremos a zona de batalha sob controle até que o Trauerschwan esteja em posição.
— declarando
que não abortariam a operação.
Lena, Kurena e as crianças soldados sussurraram seu nome, como se estivessem saindo
de um sonho. Todos eles tinham sentimentos diferentes, mas todos pronunciaram igualmente
o nome do Ceifador sem cabeça que uma vez reinou no campo de batalha do Setor Oitenta e
Seis. Do deus da guerra que uma vez os liderou.
"Canela…"
Eles ainda não haviam eliminado o Halcyon. A operação ainda estava em andamento.
A chuva de chumbo grosso os obrigou a se manter afastados do Halcyon, mas enquanto
ele lutava para diminuir a distância mais uma vez, ele continuou falando. Ressonar com toda a
divisão blindada fez sua cabeça latejar, mas ele aguentou um pouco mais.
Shin sabia como eles se sentiam. Ele odiava isso tanto quanto eles. Ele não queria lutar
por pessoas que não eram melhores que os porcos brancos da República, muito menos morrer
por eles. Especialmente agora, quando perceberam que tinham o direito de recusar... O direito
de dizer que não queriam morrer.
No entanto…
“Eu entendo sua raiva. Mas se ignorarmos o Halcyon, ele pode aparecer na frente da
Federação a seguir. E se não apreendermos o núcleo de controle de uma unidade de comando
- as informações confidenciais da Legião e o próprio railgun - o

Federação não terá futuro. Esta não é uma operação em que podemos nos dar ao luxo de
ser consumidos por nossas emoções e desistir.
Eles não podiam abrir mão de sua chance de viver com raiva e indignação.
Suas vidas simplesmente não eram inconstantes e transitórias o suficiente para permitir
isso.
O núcleo de controle do Halcyon não era um oficial imperial. Nem era o núcleo do
Noctiluca, nem os “Shanas” que operavam os railguns. Nenhum deles tinha as informações
de que a Federação mais precisava. Mas mesmo assim.
Mitsuda falou. Não por insatisfação ou uma tentativa de argumentar, mas
como uma criança que perdeu a razão de ser teimosa e insistente.
"Mas, Shin... Mas..."
“Eu já disse isso, Mitsuda. Eu entendo sua raiva. Não está fora de lugar.
Mas não vale a pena apostar nossas vidas. Se as coisas realmente ficarem perigosas,
consideraremos a retirada então.”
“…Roger.”
Mitsuda acenou com a cabeça através da Ressonância, embora ainda relutantemente.
Tendo confirmado isso, Shin cortou a Ressonância com toda a unidade. Assim que o fez,
ele pôde sentir claramente o sorriso amargo de Raiden sobre a Ressonância.
"Bem, não é como se voltar do combate fosse tão simples quanto Mitsuda diz."
A unidade aerotransportada trabalhou sob a suposição de que a unidade terrestre

lidaria com a eliminação da Legião nas linhas de frente para eles. Lutar contra o Halcyon
era uma coisa, mas ter que lutar para sair da área com o Halcyon atirando neles por trás
poderia ser um pouco difícil, especialmente porque eles não podiam contar com a ajuda do
exército da Teocracia.
"Sim. Todas as unidades, você me ouviu. Estamos retomando a operação.”
Todos na unidade aerotransportada compartilharam a posição de Raiden. Nenhum
deles expressou qualquer reclamação, mantendo um tenso senso de tensão. A operação
recomeçou. No entanto, quem poderia dizer quanto tempo eles teriam que esperar para
que o Trauerschwan assumisse sua posição de tiro agora?
“Com base na análise do sistema de resfriamento, talvez não tenhamos que esperar
que o Trauerschwan se posicione para destruir o Halcyon e, se for possível, faremos isso
imediatamente. Até lá, tente não desperdiçar munição se não for necessário.”

Através do campo de batalha do Setor Oitenta e Seis e da Federação, ela o seguiu. Ela ansiava
por ele de uma maneira que beirava a fé religiosa. Mas ao ouvi-lo agora, Kurena só pode reagir
com descrença.
"Por que?"
Por que ele continuou dizendo que a guerra ia acabar, mesmo nessa situação?
Por que ele insistiu em ter fé neste mundo? Em um mundo que ria enquanto matava sua mãe e
seu pai a sangue frio? Em um mundo que cortaria o braço de um Oitenta e Seis que desejava
lutar até o último suspiro?
Os porcos brancos levaram sua família embora assim mesmo. Você viu Theo perder uma mão
assim como eu. Então por que? Como você ainda pode fazer isso?
Por um longo tempo, havia um abismo decisivo, uma rachadura, que existia entre ela e Shin.
Entre oitenta e seis como ela e oitenta e seis como Shin.
E agora ela viu. A parede que separava os que deixaram o Setor 86 e os que não puderam sair
— os que ficaram para trás.
“Você vai nos deixar? Ei…"

Nosso Ceifador. Ou assim pensei…
Você vai nos abandonar?
Quando costumávamos ser seus camaradas?
“A unidade aerotransportada retomará sua missão, conforme inicialmente decidido.

Manteremos a zona de batalha sob controle até que o Trauerschwan esteja em posição.
De todas as coisas, ela nunca esperava isso.

Ao ouvir as palavras resolutas e dignas do capitão do Oitenta e Seis, Hilnå não pôde deixar
de arregalar os olhos e ficar boquiaberta.
Não pode ser. Não pode. Os próprios Oitenta e Seis estão dizendo isso? Não... Afinal.
Ela não conseguia parar o sorriso abrindo caminho para seus lábios.
"Ver? Seu deus da guerra, seu Ceifador também diz, Oitenta e Seis.
Nem Lena nem o Oitenta e Seis podiam ver aquele sorriso, mas era terrivelmente distorcido...
e um tanto autodepreciativo.
“Esse é o seu papel. Tal é a vontade da deusa da terra e o destino

concedido a você por este mundo. Todos vocês não conhecem nada além de conflito. Você não tem
outro lugar para morar. Você viverá no campo de batalha e lá também morrerá. Esse é o único destino
reservado para você.”
Assim como nós.
As palavras de Shin através da Ressonância eram coisas que todos pensaram, mas nenhum deles
colocou em palavras. Ele não teve tempo para debater o assunto porque a batalha com o Halcyon
estava prestes a recomeçar, então Lena falou em seu lugar.
“Todas as unidades. Você não precisa ver isso como uma forma de salvar a Teocracia. você não é
Heróis. Você pode e deve lutar por suas próprias razões.”
Fazer essa ligação era dever de um comandante. E ela não queria ter
as palavras que ele disse sejam usadas contra ele.
“E mesmo que você se orgulhe de lutar até seu último suspiro, isso não significa que seu único
propósito é lutar. Vocês não são drones e não são armas. E você não deve deixar esse absurdo enganá-
lo! No entanto, concluiremos esta operação. Nós vamos destruir o Halcyon!”
Se eles estavam descontentes ou infelizes, que isso fosse feito contra ela e não contra Shin. Ela
era uma rainha vivendo sob o Oitenta e Seis. Em vez de nunca derramar seu próprio sangue no campo
de batalha, ela deveria permanecer mais calma do que seus subordinados.
“E para esse fim, devemos primeiro romper esse bloqueio! Coopere com o Regimento Myrmecoleo
e abra uma brecha no cerco do inimigo!”
Mas assim que ela disse isso, ela percebeu que algo sobre esse plano estava
criticamente desligado. Rompendo um bloqueio. Um cerco completo.
por que?
Um exército é mais fraco quando disperso. Um exército perdedor sofre a maior parte de suas
perdas durante a retirada. E é por isso que, como regra geral, não se assume uma formação que não
permita a fuga do inimigo. Quando empurradas para trás, as pessoas são tão propensas ao pânico e
fogem quanto os animais.
Mas se sua via de fuga é cortada e a morte os encara de frente, os soldados são levados a lutar
até o último suspiro. E assim como os animais são mais perigosos quando encurralados, os soldados
exibem uma ferocidade extraordinária

uma vez libertado dos grilhões da inibição e do bom senso.

Forçar o inimigo nesse tipo de posição só resultaria em mais
baixas para o lado atacante.
É por isso que recorrer a cercar seu inimigo é menosprezado.
A menos que se procure eliminar o inimigo em sua totalidade, é essencial deixar uma via de
escape. Se a Teocracia realmente quisesse absorver os Oitenta e Seis em seu exército,
bloquear Kurena, Michihi, Rito e a força principal da Brigada de Expedição com um cerco
total não fazia sentido.
E, além disso, havia o momento estranho do ataque surpresa e o fato de que o grupo de
Lena não havia encontrado nenhum dos soldados inimigos até que eles escapassem. Eles
não mantiveram Lena e os oficiais de controle como reféns.
E o ponto mais estranho era que eles estavam tendo todo esse trabalho, fazendo inimigos
de grandes potências como a Federação e o Reino Unido, apenas para roubar dois
regimentos.
E se o objetivo de Hilnå não fosse fazer com que o Oitenta e Seis se rendesse?
Talvez essa situação, cheia de contradições e inconsistências, não fosse a vontade do
exército da Teocracia, mas sim...
— ...sei que você está aproveitando isso, Hilnå — disse Lena em voz baixa, mudando a
transmissão do rádio para o comprimento de onda do centro de comando da Teocracia.
Seu tom era de raiva reprimida, como se ela não se sentisse inteira consigo mesma sem
fazer esse comentário final.
“Você ouviu o que eu acabei de dizer, certo? Você está errada, Hilna. Os Oitenta e Seis
permanecem no campo de batalha por causa de seu orgulho - não porque é seu destino.
Eles não brigam porque acreditam que o conflito é seu único caminho. Eles estão lutando
para acabar com esta guerra!”
"Não. Nós não estamos,” Kurena cuspiu amargamente.

Porque era Lena falando, ela não estava tão irritada quanto poderia ter
estive. Mas se alguém tivesse dito essas palavras, ela teria ficado furiosa.
Eles não estavam lutando para acabar com a guerra. Nem todos os Oitenta e Seis
pensavam como Shin. Lena só disse isso porque ela estava perto de Shin o tempo todo. Ele
queria acabar com a guerra, e Lena olhou para ele em primeiro lugar.
Claro, Kurena pensou que o fim desta maldita guerra seria um

coisa boa também. Ela queria ver o sonho de Shin se tornar realidade – ver a guerra chegar ao
fim. Mas se acabasse, ela não teria um lugar ao lado dele, e não poderia mais ajudá-lo.
mas…
Kurena estava confusa com a forma como seus pensamentos estavam girando em círculos.
O que ela queria fazer, realmente? A resposta foi bem simples. Ela queria que as coisas
continuassem do jeito que estavam. Para ajudar Shin e todos os seus companheiros, aqui no
campo de batalha. Pelo menos aqui, ela sabia onde ela pertencia... onde ela estava. Shin estava
muito mais à vontade agora do que no Setor 86, e passar os dias com seus camaradas era muito
mais agradável. E para isso…
Ela se lembrou de algo que Theo disse a ela uma vez.

Quase parece que você não quer que a guerra acabe.
Na época, ela disse que não era isso que ela queria dizer. Mas isso não era verdade.
Na verdade , era o que ela queria dizer.
"A guerra tem que acabar...?"
Ei…
Mas quando essas palavras vieram à mente, algo alcançou seus ouvidos como o estrondo de
um trovão que se seguiu a um clarão ofuscante de relâmpago. Enquanto o flash rasgava a noite,
esse estrondo sacudiu o firmamento.
"Não!"
Era Hilna.
"Aquilo não pode ser! Não acredito que um cidadão da República, um desses tomadores, tenha a
ousadia de dizer isso!”
Hilnå gritou, como se lançando fogo justo para esta rainha argent que
ousou falar como se soubesse de tudo.
Você não entende isso. Você nunca entendeu os sentimentos daqueles que tiveram tudo
tirado deles - a fixação absoluta com a qual eles se apegam à única coisa que lhes resta.
“O destino deve ter dirigido o Oitenta e Seis! Afinal, eles não foram expulsos de sua pátria, a
República, e forçados a viver no campo de batalha? Se a guerra os privou de tudo e de tudo, se
eles não tinham nada além das cicatrizes dessa privação em seu nome... então eles não podem
se livrar desse destino! Eles

não pode curar essas cicatrizes!”
Mesmo sem perceber, ela agarrou com força seu bastão de comando. Parecia que aquele
velho pesadelo estava voltando à vida bem antes dela.
olhos.
Mesmo dez anos depois, ela ainda se lembrava da atrocidade que atingiu sua família com
muita clareza.
“Porque eu sou o mesmo! O mesmo já aconteceu comigo! Eu nunca poderia esquecer os
santos que me apoiaram para ser uma trágica figura de proa! Não vou esquecer o que a Teocracia
fez, como eles me transformaram em um santo da guerra para garantir a unidade de nosso povo
diante da calamidade!”
"O que você está falando-?"
“Minha família, Casa Rèze, foi toda morta pela Legião no início da guerra.”
Ela podia ouvir a respiração de Lena presa na garganta.

Casa Rèze — uma linhagem de santos. Sempre que a guerra estourou, era dever dos
membros da Casa Rèze servir como comandantes de corpo ou comandantes de divisão. Mas
esses comandantes não poderiam ter sido todos mortos logo após o início da guerra.
“Uma jovem santa, com toda a sua família dizimada pela maldita Legião.
Apesar de ser uma adolescente frágil, ela traria julgamento sobre a Legião. O símbolo da
Teocracia, lutando nobremente com raiva em seu coração.
Foi nisso que eles tentaram me transformar, e para fazer isso... o exército da Teocracia abandonou
minha família.”
O centro de comando do corpo foi atacado pela Legião. A unidade de escolta da base foi
retirada do centro de comando na época coincidentemente devido a ordens equivocadas, e a
unidade de resgate foi coincidentemente paralisada por uma emboscada imprevista da Legião,
não chegando a tempo.
Na época, a jovem Hilnå estava falando com sua família por meio de uma transmissão. Sua
avó — a comandante do corpo — sua mãe, seu pai, seu avô e seus irmãos — comandantes de
divisão e oficiais de estado-maior — e seu tio e sua tia.
E apesar de ser apenas por meio de uma transmissão, ela teve que assistir enquanto toda a
sua família era brutalmente assassinada.
Os outros santos chamaram Hilna mais cedo naquele dia. Ela era muito jovem para entrar no
centro de comando integrado e abriu a transmissão apenas uma vez para poder falar com sua
mãe. E esses santos ficaram de lado,

assistindo enquanto ela testemunhava o assassinato de sua família.

Ela nunca os esqueceria. Aquele pesadelo. As coisas que ela viu. O
rostos vis e insensíveis de seus compatriotas.
“Meu pai, minha mãe, minha avó, meu tio e meus irmãos e irmãs foram todos dilacerados
pela Legião. E os santos que permitiram que isso acontecesse... disseram que tomaram uma
decisão dolorosa e se sacrificaram tanto, apenas para superar essa provação torturante. Eles
derramam lágrimas de alegria o tempo todo, embriagados de sua própria sublimidade.”
“Minha pátria roubou minha família de mim e, portanto, nunca mais amarei este país. Eu não tenho nada
além do meu destino como o santo da guerra, e as cicatrizes que ele deixou em mim são algo que não
vou deixar ninguém tirar. Eu nunca poderei abandoná-los!”
Kurena sentiu como se as coisas que Hilnå acabou de dizer fossem gritadas para ela por
seu reflexo no espelho. A garota que ela pensava ser igual aos porcos brancos, a própria
personificação de tudo o que havia de errado com o mundo, era exatamente como eles. Ela
era uma imagem espelhada dos Oitenta e Seis.
Ela era uma criança que teve sua família e local de nascimento negados. Ela era uma
garota que teve o esforço de guerra forçado sobre ela. Ela era uma criança deixada com nada
além desse destino - esse orgulho de viver no campo de batalha.
Era como se Hilnå tivesse acabado de estourar tudo o que ela mantinha engarrafado, seus
olhos dourados queimando furiosamente.
Sim está certo. Hilna tem razão.
Depois de ter tirado tudo dela, Kurena não conseguia deixar de lado a única coisa que lhe
dava um senso de identidade. Mesmo que esse algo fosse suas cicatrizes. Especialmente
não…
“Não me diga que você não pode entender isso. Você deveria ser a última pessoa
tentando tirar isso de mim.
Shin deveria ter as mesmas cicatrizes. E ele sabia que ela não queria
perdê-los, até mesmo isso ser tirado.
Você sabe que não posso desejar o futuro, então... não quero que a guerra acabe.
Não tire isso de mim.
Eu só posso existir no campo de batalha. Não me force a deixar o único lugar ao qual
pertenço.

O choro de Hilna foi como um grito. Era o grito de uma criança indefesa que finalmente
encontrou solidariedade em outra criança perdida. E agora ela estava agarrada a esse aliado,
chorando e se recusando a deixá-lo ir.
“Tenho certeza que você, mais do que todas as pessoas, saberia! Vocês crianças soldados que
foram forçados a se tornarem fantasmas vivos, vagando pelo campo de batalha e se alimentando da guerra!
E você, o Ceifador Sem Cabeça que foi forçado a oferecer a salvação em um campo de batalha
abandonado pelos deuses! Você sabe que o mundo só tira e nunca dá! Você sabe que erguer
estandartes de virtude como justiça e retidão não tem sentido!”
Shin olhou para o chão. Houve um tempo em que ele se sentia da mesma maneira.
Justiça e retidão não tinham significado. Sentira isso no Setor Oitenta e Seis, no quartel do
esquadrão Spearhead, onde estava predestinado a sofrer uma morte sem sentido seis meses
depois.
Na época, ele não duvidou. Ele pensou que era simplesmente uma eventualidade, uma
verdade do mundo.
E aqui estava Hilna, dizendo as mesmas coisas agora. Ela era como o Oitenta e Seis -
uma criança lançada no campo de batalha pela malícia da humanidade.
Ela agora segurava a verdade do Setor Oitenta e Seis como sua bandeira.
Ficar parado e se recusar a se mover. Preso dentro dos limites daquele
campo de batalha. Deixar suas cicatrizes consumi-la, ao invés de permitir que elas se curem.
E Lena, por sua vez, ficou ali com os olhos arregalados em choque. Ela tinha certeza disso. O
que Hilnå acabou de dizer foi...
Um novo pontinho apareceu em uma das holo-janelas de Vanadis, que tinha um mapa da
área exibido nela. Os sistemas de radar dos Reginleifs que estavam atualmente cercados pelo
inimigo identificaram aquela nova unidade, e de alguma forma conseguiram transmiti-la a
Vanadis, apesar da interferência eletromagnética.
Ele retornou uma assinatura IFF. Era o pelotão de reconhecimento do 2º Corpo de Exército
da Teocracia, I Thafaca. Ao vê-lo, Lena chamou a unidade com a qual eles estavam prestes a
fazer contato - uma das unidades do esquadrão Scimitar.

"Gremlin!"
A traição inesperada da Teocracia, a interferência das cinzas no ar e o conhecimento de

que o batalhão aerotransportado estava isolado atrás das linhas inimigas. Tudo isso se
juntou para formar confusão e pânico, latente no estômago do processador de Gremlin. E
foi por isso que, quando o alerta de proximidade soou na cabine, eles só conseguiram
ofegar de surpresa.
Eles chutaram o Lyano-Shu que se aproximava deles, mas ao desviar o olhar, de
repente avistaram a silhueta volumosa de um Fah-Maras atrás da cortina de cinzas. Seu
dossel se abriu e uma figura humana saltou. Sua insígnia era a de uma ave de rapina de
seis asas - o 2º Corpo de Exército da Teocracia.
Eles estão tão perto?!

O pânico do Processador finalmente levou seus pensamentos a um ponto de ebulição.
Eles reflexivamente fixaram a mira de sua metralhadora no soldado vestido com roupas
de proteção cinza pérola, que, por qualquer motivo, apressadamente acenou com as mãos
no ar.
"Gremlin!" Lena gritou com eles através da Ressonância Sensorial.
“Não atire!”
"?!"
Eles moveram o cano reflexivamente, saltando para longe para não serem atingidos
primeiro e criando distância entre eles. Só então perceberam plenamente que o soldado
havia desembarcado de sua unidade, descartando seus meios de atacá-los. O soldado
apontou repetidamente para seu rosto sem forma, mascarado e com óculos de proteção,
para o qual o Processador entendeu sua intenção e mudou a frequência para o
comprimento de onda da Teocracia.
A interferência eletrônica que foi tecida em torno do 3º Corpo de Exército falhou em se
estender até aqui. O rádio estalou alto com ruído estático, e uma voz jovem - não muito
distante da idade do próprio Processador - falou com eles, gaguejando na língua da
República.
“Não somos seus inimigos! Ouça-nos, oitenta e seis!
Depois de ouvir isso através da Ressonância, Lena confirmou que sua suspeita

estava correto.
Então realmente é só...
“Hilna. Todo esse enredo... Você é o único por trás disso, não é?”
Não foi a Teocracia decidindo trair a Federação. Hilnå estava fazendo isso sozinha.
A batalha deles com a 8ª Divisão da Teocracia e o regimento de emboscada continuou, mas

Michihi ainda estava cercado de confusão e dúvidas. E quanto mais a luta durava, mais
pronunciado crescia seu conflito interior.
Provavelmente porque ela ouviu a conversa de Lena sobre o passado de Hilnå. Parecia
que a história da garota ecoava a dela. Foi o mesmo absurdo que arruinou a vida dos Oitenta e
Seis. Dez anos atrás, quando a Guerra da Legião estourou, Michihi e seus companheiros eram
todos crianças. Eles foram repentinamente expulsos para os campos de internamento, onde
foram afastados de seus pais, avós e irmãos. Eles foram condenados à batalha como partes de
um drone e forçados a lutar e morrer para que o Alba da República pudesse colher os benefícios.
Cada um deles havia sido cruelmente privado de seus lares e famílias, da inocência que
permitia até mesmo sonhar com um futuro.
E isso aconteceu aqui também. Neste país distante a oeste. E talvez estivesse acontecendo
em todos os lugares.
O que eu estou lutando, realmente?
Essa dúvida fez com que as mãos de Michihi tivessem cãibras. Ela percebeu que não
estava movendo os controles ou puxando o gatilho tão rápido quanto de costume, mas não
pôde evitar. Parecia que ela estava lutando contra seu próprio reflexo no espelho, e até mesmo
um experiente soldado do Oitenta e Seis como ela estava hesitando.
Eu não posso pensar sobre isso. Eu tenho que me concentrar em quebrar esse bloqueio e
fugir.
Ela balançou a cabeça, um tanto engolindo uma explosão de infantilidade.
impotência que a fazia querer chorar.
Os Fah-Maras sob o comando do comandante da unidade inimiga foram acompanhados
por uma força de drones Lyano-Shu. Se ela destruísse os Fah-Maras que os comandavam, o
Lyano-Shu seria parado imediatamente, então a maneira mais rápida de acabar com isso seria
mirar nos Fah-Maras.

Mas tanto Michihi quanto seus companheiros se concentraram em destruir o Lyano-

Shu. Em vez de mirar na unidade tripulada, eles focaram o fogo nas extensões
controladas remotamente. Eles não queriam matar outras pessoas. Lutar até o fim pode
ter sido o orgulho deles, mas isso não significava que eles estavam dispostos a matar
outros.
Tendo passado suas vidas guerreando contra a Legião, esta foi a primeira batalha
dos Oitenta e Seis contra outros humanos. Esta não era uma luta em que eles queriam
participar.
Eles não queriam parar de matar.
Outro Lyano-Shu fixou a mira de sua arma sem recuo nela. Se ela pulasse como
sempre fazia, suas pernas ficariam presas nas cinzas.
Segurando com força seu aperto apertado nas alavancas de controle, ela decidiu se
manter firme e virou o cano de seu canhão automático.
A torre de canhão do Reginleif era limitada em termos de grau de elevação, mas era
capaz de girar. Foi mais rápido do que as unidades da Teocracia, que tiveram que virar
toda a sua armação junto com suas torres.
Ela apertou o gatilho.
Os projéteis atingiram o alvo, concentrando-se primeiro nas articulações das patas
dianteiras. Quando a unidade inimiga perdeu o equilíbrio, ela desabou e Michihi finalizou
com outra barragem. Mirar nas pernas primeiro era o estilo de combate usual de Michihi,
aprimorado ao lutar contra a Legião, que era muito mais ágil do que os Juggernauts.
Embora o fogo do canhão automático de 40 mm fosse poderoso, faltava-lhe a força

destrutiva de um projétil de tanque de 88 mm. O fogo do canhão automático rasgou o
Lyano-Shu, mas ainda manteve sua forma. Mas então sua blindagem frontal se abriu,
como o dossel de uma cabine. E de dentro saiu uma mãozinha, como o braço esfarrapado
de uma boneca.
Huh…?!
Michihi arregalou os olhos horrorizada.
Era a mãozinha de uma criança. Isso era... uma mina automotora? Mas o que uma
unidade da Legião estaria fazendo dentro de um Lyano-Shu?
Michihi estava além de confusa. Pensamentos inundaram sua mente em um estado
de caos incontrolável. A realidade do que ela acabara de testemunhar estava fora de
dúvida e não exigia mais clareza, mas ela se recusava a acreditar em seus olhos. Seus
instintos a levaram a rejeitar a realização, gritando para ela negar a verdade.

A blindagem frontal do Lyano-Shu — não, seu canopy — se soltou. E por dentro,

deitado dentro do cockpit que havia sido dilacerado por tiros de canhão automático...
…eram os restos mortais de uma garotinha, com menos de dez anos de idade.

CAPÍTULO 5
E O PIPER AVANÇADO, E
OS RATOS E AS CRIANÇAS
SEGUIDO
"Não... Não pode ser...!"

Ninguém poderia culpar Michihi quando sua unidade, Hualien, deu um passo para trás
atordoado. Naquele momento, todos os Juggernauts cessaram imediatamente o combate. Os
Reginleifs tinham um recurso de link de dados. Desde que permanecessem a uma curta
distância um do outro, eles poderiam compartilhar dados mesmo sob interferência
eletromagnética. E então os membros de seu batalhão, que estavam agrupados ao lado dela,
e o próprio batalhão de Rito, que estava lutando nas proximidades, todos receberam aquela
filmagem.
A filmagem do cadáver de uma jovem dentro do Lyano-Shu que Hualien acabara de
destruir.
Eles tinham a impressão de que eram drones de extensão conectados ao Feldreß primário
da Teocracia. Eles eram tão pequenos que ninguém teria acreditado que poderia haver
humanos vivos dentro deles. Mas aquela garota provavelmente era uma piloto. Eles dificilmente
poderiam registrar que ela era uma pessoa devido à terrível condição em que seu corpo estava
agora. Em cima de sua cabeça, que tinha

foram parcialmente cortadas, eram duas tranças loiras.

Claro, essa visão grosseira não era algo que eles desconheciam totalmente. Os
Juggernauts que eles usaram para lutar contra a Legião eram essencialmente caixões
ambulantes, então todos os Oitenta e Seis já tinham visto os corpos de seus camaradas
explodidos por projéteis de tanques, carbonizados por mísseis antitanque ou dizimados por
metralhadoras pesadas.
Depois de testemunhar tal tragédia com tanta frequência, era uma visão que eles ficariam
felizes em nunca mais ver.
Então, o que os fez congelar não foi o estado terrível do cadáver. Era o fato de que o
corpo dessa criança os lembrava muito de si mesmos.
Embora tenham sido eles que pintaram esse quadro, os Oitenta e Seis congelaram.
O link de dados mal conseguiu superar a interferência e transmitir aquela filmagem para
Vanadis também.
"…Oh meu Deus."
Lena ficou sem palavras. Foi demais. Foi precisamente porque esta era exatamente a
mesma maneira que a República tratou os Oitenta e Seis que ela achou tão difícil de acreditar.
Uma arma que se dizia ser um drone autônomo era, na verdade, pilotada por pessoas.
Por crianças.
Poderia haver algo mais absurdo?
Os únicos que desenvolveram com sucesso uma máquina de combate totalmente
autônoma foram, até onde Lena sabia, o falecido Império Giadiano. Até o Reino Unido –
onde foi inventado o Modelo Mariana, a base para a inteligência artificial da Legião – usava
Barushka Matushkas.
A Teocracia era tecnologicamente inferior em comparação com esses dois países e,
portanto, não poderia ter desenvolvido um drone funcional nos últimos onze anos.
Mas ainda assim, o Lyano-Shu tinha apenas cento e vinte centímetros de comprimento.
Era ainda menor do que Frederica. E assim Lena se convenceu de que ninguém poderia
estar dentro dele.
Mas se o piloto fosse uma criança mais nova que Frederica, que estava no início

adolescentes, ou mesmo Svenja, que estava se aproximando dos dez...

"...!"
O pequeno tamanho do Lyano-Shu deveu-se ao fato de ser um Feldreß improvisado e
montado às pressas.
“Eles os fizeram pequenos porque planejavam colocar crianças neles desde o início…!
Minimiza a área de superfície da unidade e economiza matéria-prima! Isso é... horrível! Eles
estão usando pessoas - crianças - como peças de drones...!"
Hilnå deu de ombros com indiferença diante da acusação de Lena.

“Nunca dissemos que os Lyano-Shu eram drones não tripulados . E um soldado da
República, você, que forçou o Oitenta e Seis a ser peças de drones, não tem o direito de
nos criticar.
"E daí?! Isso não significa que você pode apenas— Você está colocando crianças em Feldreß, por
céus…!"
"Não temos escolha... A Teocracia quase não tem nenhum soldado adulto sobrando."
Todos que a seguiram. Oficiais do estado-maior do corpo. Os comandantes das

divisões, regimentos e batalhões. E os pilotos das poucas unidades que sobraram de seus
legítimos Feldreß, o tipo 5 Fah-Maras. Todos menos eles…
“Os soldados de nosso país – nossas lanças de deus, Teshat, como as chamamos
- foram todos levados à quase extinção por esses onze anos de guerra.
Frederica franziu a testa enquanto se sentava dentro da câmara de controle de pernas

apertadas do Trauerschwan.
“Eu não te contei porque você não perguntou, Vladilena. Nem contei aos Oitenta e
Seis, nem a Bernholdt e os Vargus. Achei que seria uma revelação muito desagradável
para todos vocês.
Zashya balançou a cabeça amargamente, seus olhos roxos de Tyrian nublados com
ódio. Ela estava sentada dentro da cabine blindada de seu Alkonost, escondida no pináculo
de uma estrutura religiosa nas ruínas da cidade.

"Sim... O Príncipe Viktor ordenou-me firmemente que não o mencionasse enquanto

não houvesse necessidade... Na verdade, é porque este país é tão radicalmente
diferente que Sua Alteza não poderia vir aqui."
"Noirya proíbe derramamento de sangue", disse Frederica. “Levantar a mão para o

próximo e derramar seu sangue é visto como um pecado que nunca pode ser lavado.
Isso se aplica não apenas a Shekha, os adeptos da fé Noirya, mas também a Aurata e
ao povo da Teocracia. Não se deve derramar sangue de pagãos, de pessoas de
diferentes etnias e de outras nações. Qualquer um e todos estão sob a proteção
sagrada de Noirya. Mesmo se alguém - quem quer que seja - levantasse sua espada
contra a Santa Teocracia, um Shekha nunca poderia contra-atacar em retaliação.
“Mas todos os países precisam de um exército para manter seus cidadãos seguros.
A princípio, eles contrataram soldados das nações ocidentais, mas mesmo assim eram
pessoas de outro país. Eles priorizaram suas terras natais sobre a Teocracia e não
eram vistos como confiáveis.
“Então a Teocracia percebeu que era necessário organizar um exército de seu
povo. E ainda Noirya é a religião nacional. Todo o seu povo obedecia aos seus preceitos
e, portanto, nenhum dos cidadãos da Teocracia tinha permissão para derramar o
sangue de outro ser humano. E assim, para resolver essa contradição, eles decidiram
que os soldados que defenderiam a Teocracia não deveriam ser contados como seus
cidadãos. Eles são considerados como armas vivas e móveis enviadas pela deusa da
terra da fé para defender a Shekha.”
Daí as lanças de Deus: o Teshat. Eles eram considerados não como humanos, mas
como armamentos divinos. E assim, embora tenham nascido na Teocracia, os preceitos
não se aplicavam a eles. Eles não eram Shekha e, portanto, foram autorizados a se
opor violentamente a qualquer invasor sem manchar a fé da Teocracia.
“A Teocracia se considera uma terra sagrada. Uma terra que não pode manchar a
mão de Deus com sangue. É por isso que tanto o Reino Unido quanto o antigo Império
certa vez chamaram a Teocracia de país louco .”
“O Império Giadian, o Reino Unido de Roa Gracia e os outros países eram todos
militaristas, sustentando a proeza marcial como um símbolo de

orgulho. Eles provavelmente acharam inaceitáveis os ensinamentos da Teocracia,

que viam o pecado na posse de um exército. A República de San Magnolia orgulhava-
se da democracia, onde a defesa nacional era dever do povo e considerada um
símbolo de patriotismo. Eles provavelmente também teriam considerado as práticas
da Teocracia antinaturais. Nosso país não compartilha o mesmo ponto de vista
sobre a guerra, o que nos faz parecer estranhos.”
O país louco, Noiryanaruse. Hilnå só tinha ouvido os rumores de como seu país
era visto. Desde que ela conseguia se lembrar, o extremo oeste foi isolado das
outras nações pelas fileiras da Legião e pela interrupção do Eintagsfliege. E por
causa disso, foram os valores desses outros países, e não os da Teocracia, que
estranharam Hilnå.
“Mas para os desta terra… essas leis não parecem nada estranhas. Na
Teocracia, a família em que você nasceu decide sua futura profissão, suas
perspectivas de casamento e o resto de sua vida. O destino de uma pessoa é decidido no nascime
E é por isso que as crianças nascidas nas oficinas de Teshat veem como seu destino
natural servir como lanças da deusa.”
O regime da Teocracia ligava as linhagens que tinham certos atributos físicos às
profissões para as quais seriam mais adequadas. E assim, para manter a força de
seu exército, aqueles com as características e qualidades que os tornavam mais
adequados para serem soldados eram fornecidos periodicamente para “oficinas”,
onde muitas mulheres Teshat serviam como “ferreiras”. Mas, por outro lado, não
havia diferença entre as famílias Shekha e as oficinas Teshat. Um arranjo bastante
distinto.
“Não agimos como a República fez quando rotulou os Oitenta e Seis como gado
em forma humana. Os Teshat podem não ser vistos como humanos, mas são
considerados mensageiros divinos. Eles são tratados com respeito e reverência em
suas vidas diárias. Aqueles que se tornam oficiais devem lidar com a diplomacia e
recebem o ensino superior necessário para fazê-lo. Os Shekha não têm poder militar
próprio, então se nós Teshat estivéssemos insatisfeitos com a forma como fomos
tratados, teríamos nos rebelado e derrubado a Teocracia há muito tempo... Mas nem
nós nem nossos ancestrais ficamos descontentes. Não por séculos…”
A Teocracia não permitia que alguém exercesse livremente sua profissão. O
próprio conceito disso não existia neste país. E assim não havia diferença prática
entre os cidadãos e a classe guerreira do Teshat. Para outros países, isso parecia
altamente incomum, mas os próprios Shekha e Teshat não consideravam a maneira
como eram tratados como ruim.

Considerando tudo, este foi o resultado de sua educação. e

a educação pode ser vista como uma lavagem cerebral de certa forma.
E assim eles não estavam descontentes.
Após dez anos de luta, a maior parte dos Shekha adultos pereceu na Guerra da Legião, e até
mesmo os anciãos, que eram vistos como reservas, foram eliminados. Isso levou a Teocracia a um
estado em que eles não tiveram escolha a não ser enviar Shekha, que normalmente ainda estaria
em treinamento de combate, para as linhas de frente. E mesmo agora, a Shekha não se arrependeu
de sua sorte na vida. "... até que essa doutrina foi derrubada."
Da perspectiva do Shekha do 3º Corpo de Exército, as palavras de Hilnå e o fogo queimando dentro

delas soaram como uma denúncia. Especialmente aos oficiais de controle, aos oficiais de estado-
maior e aos pilotos do Fah-Maras, que eram mais velhos do que ela.
A maioria das fileiras da Teocracia eram pilotos Lyano-Shu, crianças menores de dez anos.
Mas aqueles que os comandavam eram todos jovens, na melhor das hipóteses em meados da
adolescência ou por volta dos vinte anos. Pouquíssimas pessoas em todo o corpo eram mais velhas
do que isso, e todos os outros já haviam morrido.
Onze anos lutando contra a Legião os desgastaram a ponto de quase quebrar.
E eles foram informados de que era seu destino fazê-lo. Proteger os escolhidos puros e
imaculados e obedecer ao santo que era seu general. E assim eles viveram suas vidas. Tendo sido
informados de que este era o seu destino, eles obedeceram obediente e reverentemente.
Ao lado da jovem santa que os liderava, pois era seu destino fazê-lo.
E ainda essa doutrina...
“Com a ofensiva em larga escala do ano passado, a única dádiva de Deus sobrevivente foram
os bebês. E isso deixou claro que os dias da Teocracia estão contados. Os santos se reuniram
para discutir uma solução e optaram por descartar a doutrina. Eles decidiram recrutar a Shekha,
que, até agora, nunca havia lutado por causa de sua fé.”
…foi derrubado por ninguém menos que a própria Teocracia.
Hilnå falou, seus olhos dourados como estrelas, queimando com fúria celestial, e seu

Olhe como chamas incandescentes. Ela balançou o braço direito no ar quase por reflexo,
fazendo o sino de vidro de seu bastão de comando soar e a seda de sua manga farfalhar.
“Insistindo que esse era o destino do Teshat, eles nos levaram à quase extinção. Mas
quando chegou a hora de outros pisarem no bloco de corte, eles alegaram que não foi o
destino que os trouxe até lá. Depois de dizer que era nosso papel dado pela deusa viver no
campo de batalha e usar isso como desculpa para roubar tudo de nós, eles tiveram a
ousadia de tirar até mesmo esse destino! Para rejeitá-lo!
Esse destino tirou tudo de Hilna. A ordem do destino foi o que estimulou gerações de
Shekha ao longo dos séculos a manchar-se com sangue e cair sobre as espadas de seus
inimigos no lugar de seus compatriotas.
Tudo o que restava era o destino da vida no campo de batalha. E o destino era uma
palavra pesada. Ele carregava peso suficiente para fazer o fato de que eles essencialmente
tiveram tudo o mais roubado deles parecer trivial em comparação.
Mas a Teocracia derrubou esse destino. Eles o desprezaram, chamaram-no de inútil e o
trataram como algo que poderia ser tirado por capricho.
Eles valorizavam tanto suas próprias vidas que, mesmo depois de negarem a Hilnå e a
Shekha qualquer outra coisa, eles mais uma vez tiraram tudo deles.
“E isso é imperdoável. Não vamos tolerar isso. Não nós, que roubamos tudo em nome
da guerra. Nosso destino, lutar até o fim, é a única coisa que nos resta. Se eles conseguirem
arrancar até isso de nós... então teremos realmente perdido tudo."
E assim, se a alternativa fosse perder tudo o que tinham…

“Que a Teocracia fracasse. Que tudo se perca. Se eles consideram suas vidas tão
queridas para eles, deixe-os perecer. Que a guerra continue para sempre.”
Deixe qualquer esperança de sobrevivência desmoronar.
Que a mão estendida da salvação seja cortada.
Que tudo e todos se percam para sempre.
“Desta vez, seremos os únicos a fazer a tomada.”
Para proteger a única coisa que lhes restava - seu dever como soldados - mesmo que
escapasse de seu alcance coletivo. Essa era a maneira de retribuir ao país que os criou
para viver e respirar a guerra e depois os descartou.
Uma grande façanha de suicídio em massa.

O espelho se quebrou.
Um calafrio percorreu Kurena.
"Isso não é…"
O orgulho de lutar. O orgulho ao qual os Oitenta e Seis se apegavam mesmo quando
fomos privados de todo o resto. A sensação era quase idêntica.
Eles haviam perdido tudo no campo de batalha, e o orgulho que os mantinha vivos
naquela paisagem infernal era tudo o que tinham para lhes dar forma, propósito e identidade.
No final, eles não podiam nem desejar mais nada.
Era idêntico até o desejo sombrio, fraco e tácito de ver a guerra nunca acabar.
Mas, por mais idêntico que fosse, ainda era diferente.

"Deixar tudo e todos morrerem - não é isso que eu...!"
Não era o que ela queria. Mas talvez, houve um tempo em que ela se sentiu assim.
Aquele jovem santo carregava um delírio obsessivo que nascia do orgulho do campo de
batalha, não se apegando a mais nada. Até que no final, ela jogou tudo e qualquer coisa fora.
Era o que Kurena teria sido se ela realmente não desejasse nada além do campo de batalha.
Em outras palavras, Hilnå era quem Kurena poderia ter sido. e essa
a realização fez Kurena estremecer.
Isso a tornou consciente - e, portanto, incapaz de negar - seu próprio desejo. Desejar
afastar o futuro, mesmo que isso destruísse o futuro que ele desejava.
"…Não."
Ela balançou a cabeça desesperadamente. Não. Ela não queria isso. Mesmo que ela
tivesse desejado isso em algum momento, agora, ela não queria que tudo fosse destruído.
Ela não queria desejar isso.

"Nós... nós não queremos isso nunca...!"
“Não vou dizer que não simpatizo com você, mas o que isso tem a ver com o que você está
fazendo agora?” Gilwiese interrompeu a conversa de Hilnå e Lena com um suspiro.
Este era um nível de egoísmo que ele não suportava ouvir. Se Hilnå não fosse uma
criança, ele nem teria sentido pena dela. Ela

deve ter sido realmente uma criança magoada e lamentável. Mas o que realmente
conseguiu gritar tão teatralmente sobre suas cicatrizes e segurá-las como justificativas?
“Para nós, militares da Federação, tudo o que você acabou de dizer honestamente
não é da nossa conta. Se lutar dentro da Teocracia é o que você quer, então vá em
frente, destrua um ao outro. Você mesmo disse isso antes. Você poderia reunir os Teshat
e liderá-los em uma revolta contra seu país.”
Se eles fossem tão pressionados por soldados que tivessem que recorrer ao envio
de crianças pequenas para o campo de batalha, a Teocracia teria sido impotente para
resistir a um corpo de exército se voltando contra eles. Na verdade, eles nem precisaram
se revoltar ativamente. Tudo o que eles precisavam era permitir a passagem da Legião
e deixá-los reduzir a Teocracia a cinzas para eles.
Mas Hilna não fez nada disso.
“Por que você está envolvendo os soldados da Federação? Por que envolver os
Oitenta e Seis — pessoas que foram tratadas da mesma forma que você? Por que lançar
toda aquela performance mais cedo, pedindo-nos para desertar e fazendo parecer que a
Teocracia nos traiu?
Hilna olhou para ele com curiosidade. Major Gunter, sim? Comandante do Regimento
Livre de Myrmecoleo… Como um comandante pode ser tão estúpido?
“Eu disse tudo e todos, não disse?”
tudo. Certamente, ele não achava que ela queria apenas tirar a vida da Teocracia.
“Se fôssemos levar nosso país à ruína por não querer que a guerra fosse tirada de
nós… seríamos vistos como tolos por tal motivo. Ninguém choraria por nós. Mas todos
simpatizam com os Oitenta e Seis. Todos têm pena deles, e se eles morressem, todos
ofereceriam suas lágrimas em homenagem, não é mesmo?”
Ela tinha ouvido falar que foi o que aconteceu em outros países quando as
atrocidades do Setor 86 vieram à tona. A República que forçou aquela tragédia sobre os
Oitenta e Seis foi marcada com um estigma do qual nunca poderia se livrar.
“Eles são as crianças-soldados de quem todos tanto se compadecem e que foram

ajudar a Teocracia com a bondade de seus corações. Mas essa teocracia

os traiu, passando-os à espada por revidar. Deixa um gosto amargo na boca, não é? Isso faria com
que todos queimassem de indignação, chorassem lágrimas amargas e culpassem a Teocracia sem
fim. Uma tragédia ideal e verdadeiramente agradável, não?
“Então você fez isso para manchar o nome da Teocracia.”

"Garfos. E…"
Que a Teocracia seja louvada por todos.

Que sua honra e dignidade queimem em cinzas.
Que sejam rotulados de traidores.
Que qualquer confiança e fé que eles tenham seja perdida.

Que eles nunca encontrem ajuda.
Que a Legião devore tudo o que eles são.
Que todos temam sua traição.
E... que a Federação perca a fé de seu povo. “… se os cidadãos
da Federação culpassem o regime da Federação pelo sacrifício dessas crianças-soldado, o
governo de seu país ficaria cauteloso com a traição e hesitaria em fazer justiça… Todos os outros
países perderiam o poder de se defender e cairiam um após o outro.”
Hilna falou essas palavras quase esperançosa. Como se estivesse sonhando acordado. Como
uma garota tentando fazer seu futuro desejado existir.
“E se isso acontecer, tudo pode acabar… Toda a humanidade pode ser levada à extinção.”
Depois de um silêncio longo e atordoado, Gilwiese suspirou.

“—Uma perspectiva imatura. Infantil, até.
“Bem, desde que Lena descobriu, eles poderiam verificar a comunicação

registros mais tarde, o que pode absolver a Teocracia”, admitiu Hilnå.
Falar de uma forma que permitiria aos Reginleifs e Vánagandrs da Federação registrar tudo o
que saiu pela culatra em Hilnå. Ela praticamente admitiu tentar fazer parecer que a Teocracia estava
tentando usurpar os soldados da Federação. Se tudo o que ela queria era maximizar o número de
perdas, não deveria ter poupado Lena e os oficiais de controle no centro de comando.
“Mas de qualquer forma, contanto que alguém seja sacrificado, é tudo a mesma coisa... Se

muitos Oitenta e Seis morreriam e a Federação descobriria esse registro, você deve
esperar muito que eles o considerem crível. Porque para mim…"
Hilna riu. "... soa
como nada mais do que uma desculpa esfarrapada."
O desejo de Hilnå era tão infantil que Lena não pôde deixar de zombar dele.
Como uma deusa cruel e impiedosa, empunhando a espada do julgamento e da
condenação.
“Hilna. Tudo isso assumindo que depois de acabar com a Expedição
Brigada, a Federação até ouvirá tudo o que você tiver a dizer.
A voz de Hilna vacilou em um mal-entendido.
“As comunicações sem fio neste campo de batalha estão bloqueadas pelo bloqueio.”
"Garfos. Assim como a República foi fechada em todas as direções.”

E tendo visto isso, Frederica falou. Ela, que usou sua habilidade de perscrutar o
passado e o presente de qualquer pessoa com quem ela falou, usou seu poder para
observar o 2º Corpo de Exército da Teocracia com antecedência.
“Parece que eles estão vindo, Vladilena. A cavalaria que você estava esperando está
quase chegando.”
Uma voz então ecoou pelo campo de batalha. Não foi pelo rádio, que ainda estava
emperrado, mas veio alto de um alto-falante. Estava cheio de ruído, com o interior do alto-
falante danificado pela exposição a cinzas e poeira, mas tinha um certo timbre. Como o
som da água pingando em uma panela de barro.
"Este é o comandante do 2º Corpo de Exército - I Thafaca - e o primeiro general sagrado, Totoka, falando."
Este grupo ainda deveria estar longe. Ele estava transmitindo pelos alto-falantes de
alta potência da unidade de reconhecimento, destinados à guerra psicológica.
“Ouvimos e aceitamos a declaração da Federação. Nós vemos sua perspicácia

e boa vontade favoravelmente, sábia rainha do Strike Package.
Hilna engasgou de espanto.

"Por que…?! Como a Federação pôde reagir tão rapidamente?!”
Hilnå apenas bloqueou as comunicações de rádio. Mas a Federação nunca contou à

Teocracia sobre essa tecnologia. E como a Federação era

tão inflexível e firme em manter essas informações em segredo, Lena presumiu que
eles estavam sendo cautelosos com alguma coisa. Para tanto, ela não contou nada
a Hilnå, mesmo quando a tratou com tanta gentileza.
Eles foram igualmente proibidos de divulgar a habilidade de Shin e a existência
dos Sirins. Vika, o príncipe do Reino Unido, não participou e, em vez disso, enviou
Zashya em seu lugar. E, finalmente, Zelene, que eles não hesitaram em levar para
os Países da Frota, não foi trazida aqui para a Teocracia. Saber de tudo isso deixava
perfeitamente claro que Lena não deveria confiar nos comandantes deste país.
Ela sabia que Hilnå e o Teshat a tratavam com respeito, mas mesmo assim...
Lena era, acima de tudo, a comandante tática do Pacote de Ataque. Sua Rainha
Sangrenta. Os Oitenta e Seis eram seus companheiros e subordinados, e mantê-los
seguros era sua primeira prioridade.
“Temos uma tecnologia sobre a qual nunca falamos, chamada Para-RAID. Um
dispositivo de comunicação capaz de se comunicar mesmo através do bloqueio do
Eintagsfliege. A Federação tem acompanhado toda essa situação desde o início.”
E provou ser útil de uma forma que eles não previram; a Federação conseguiu
entrar em contato com o governo da Teocracia e pressioná-los, de modo a evitar
que os combates se prolongassem e quaisquer baixas. Além disso, para evitar que
as transmissões da Federação passassem pelo território da Legião, elas precisavam
ser retransmitidas pelo Reino Unido. Isso significava que Roa Gracia havia recebido
notícias do que aconteceu aqui também.
Diplomaticamente falando, mesmo que a luta parasse ali mesmo, a Teocracia
ainda estaria em uma posição comprometida por permitir que um de seus generais
fizesse algo tão escandaloso quanto isso. Mas como a Federação estava
perfeitamente ciente das circunstâncias, a Teocracia provavelmente não teria
nenhuma sanção contra ela.
“Sua trama foi completamente desfeita, Hilnå. Você perdeu. A teocracia não falhará. você
não usará a Federação como vanguarda para suas ambições infantis.
“…”
“Ordene a seus soldados que se rendam. Por favor. Não adianta mais lutar.”
O comandante do 2º Corpo de Exército continuou. Sua voz também parecia

terrivelmente jovem.
“Renda-se, Reze. Faça isso agora e sua punição não será tão severa... A Teocracia
proíbe o derramamento de sangue. Não queremos ver atrocidades cometidas contra nossos compatriotas”.

Mas Hilnå de repente sorriu com desprezo flagrante.

“Você diz isso agora, depois de tudo o que foi feito...? Se você quer que isso pare, abandone
seus ensinamentos aqui e agora. Eles podem muito bem ser jogados fora amanhã de qualquer maneira.
Um silêncio pairou entre eles, antes que o comandante do 2º Corpo de Exército suspirasse
uma vez.
“Muito bem… Segundo Sagrado General Himmelnåde Rèze, comandante do 3º Corpo de Exército, Shiga
Toura, e todos os seus subordinados. A Fé Noirya e a Santa Teocracia de Noiryanar usam, por meio deste,
reconhecê-los como insurgentes. Daqui em diante, puniremos seus crimes. Você está condenado à morte.
"...!"
Lena cerrou os dentes. O comandante do corpo continuou friamente, talvez
Inconsciente de seus sentimentos ou talvez simplesmente optando por ignorá-los.
“Todas as unidades da Federação e da Brigada de Expedição – vocês são livres para
abrir hostilidades contra eles. A Federação não será responsabilizada por quaisquer baixas
que você possa infligir aos insurgentes.”
A resposta de Gilwiese foi assustadora, como se insinuasse que eles não precisavam de sua
aprovação para saber que não seriam culpados por isso.
"Entendido. Permita-nos nos exibir suprimindo os insurgentes antes mesmo de você
chegar.”
Mas Lena, ao contrário, não ordenou que os Oitenta e Seis os destruíssem, embora o primeiro
general sagrado tivesse dado permissão para isso. Era realmente a única maneira? Eles podem
ter sido seus inimigos, mas ainda eram seres humanos. Crianças.
Mesmo que tivessem que lutar, se pudessem simplesmente capturar Hilnå, talvez
eles poderiam minimizar as baixas—
“Não se preocupe”, Hilnå disse com um sorriso de escárnio, como se percebesse sua intenção. "O
Teshat apenas obedecia à voz de um santo.”
A dela era uma voz desesperada, como a de uma velha derrotada. Até mesmo as
reverberações daquela risada e voz pareciam únicas, como o tilintar de gotas de água. Não muito
diferente do tom do primeiro santo general. Essa qualidade vocal única que os santos possuíam
deve ter sido o que o Teshat obedecia.
Lena cerrou os punhos. Nesse caso, se eles pudessem se reagrupar com o 2º

Corpo de Exército e seu general, sua voz poderia pedir-lhes que parassem. Ele não
deu ordem para parar de lutar antes, mas não poderia ser que ele fosse o único capaz
de cancelar as coisas.
Porque se fosse assim, se um comandante de corpo morresse em batalha, não
sobraria ninguém para assumir o cargo. Com isso em mente, Hilnå não poderia ser a
única sobrevivente de sua família. A teocracia não poderia ter corrido esse risco. Que
a ordem de cessar-fogo ainda não tivesse chegado pode ter sido simplesmente porque
a qualidade do som da transmissão estava ruim por causa do alto-falante danificado, a
ponto de sua voz não ser clara o suficiente para mandá-los parar.
Mas talvez se eles usassem os sistemas de comunicação sem fio que a Teocracia
sempre usou...
Ela precisaria confirmar isso com o 2º Corpo de Exército e, para isso, eles teriam
que se reagrupar.
“Vanadis para todas as unidades. Quebre o bloqueio. Precisamos cooperar com o
2º Corpo de Exército...”
Mas então, de repente, uma voz falou de volta para ela. Era a voz de alguém,
alcançando-a através do Para-RAID. Uma voz de Oitenta e Seis... Não, talvez
representasse todas as vozes de Oitenta e Seis.
"Não."
Era uma voz imprudente, em pânico, assustada... e infantil.
"Não. Não atire em mim.
Ao contrário de Não me faça atirar neles.
Lena engasgou e então cerrou os dentes com força.

Isso mesmo. Seria Não atire em mim. Os Oitenta e Seis foram enviados para os
campos de internamento quando eram tão jovens quanto os pilotos Lyano-Shu, se não
mais jovens. Nessas tenras idades, eles foram expostos à violência e abuso verbal e
tratados como prisioneiros ou gado. As pessoas com os uniformes azul-prussiano de
sua terra natal apontavam armas para eles quando eram pequenos.
Sim, o padre disse isso a ela. As crianças, aos sete ou oito anos de idade, eram
expostas a uma violência avassaladora à qual eram impotentes para resistir. Deve ter
sido uma experiência traumática. Alguns deles tinham visto sua família e

amigos massacrados e testemunharam seus pais caindo mortos diante de seus olhos.
Os Oitenta e Seis não puderam deixar de sobrepor a imagem de si mesmos e o terror

que havia sido gravado em suas almas com os jovens soldados à sua frente. Eles não
conseguiram atirar neles.
Eles não podiam deixar de ouvi-lo. O choro de seus próprios eus mais jovens, implorando
para não serem baleados.
"Não... mesmo que não fosse o caso..."

Shin acreditava que não seria capaz de atirar de qualquer maneira, fosse um soldado
adulto ou uma criança-soldado de sua idade. Ele ainda podia manter a compostura, mesmo
porque ele e o batalhão aerotransportado estavam lutando contra o Halcyon e não estavam
enfrentando nenhum oponente humano. Mas ele nunca tinha imaginado isso. Enfrentar um
ser humano no campo de batalha - matar um companheiro humano na guerra.
Atirar em outra pessoa não era um conceito estranho para Shin. Ele atirou em um número
incontável de camaradas, que jaziam gravemente feridos, mas ainda vivos.
Ele concedeu-lhes a libertação da morte. Houve momentos no campo de batalha do Setor
Oitenta e Seis e, de fato, até mesmo na Federação, sempre que era necessário.
Mas ele nunca matou um humano por maldade, alguém que ele via como um inimigo.
Imaginar isso o gelou até a boca do estômago. A primeira vez que teve que atirar em outro
Oitenta e Seis até a morte, ele ficou com medo. O ato de apontar uma ferramenta de
assassinato para outra pessoa o enojava.
Portanto, ter que fazer isso, sem a intenção de dar a alguém a paz da morte ou impedir
que fosse levado pela Legião, era impensável.
Lutando até o fim. Eles já haviam dito essas palavras tantas vezes, sem ao menos uma
pitada de preocupação ou culpa. Mas agora Shin percebeu que eles só podiam fazer isso
porque, o tempo todo, eles estavam enfrentando a Legião - fantasmas mecânicos e sem vida.
“Não podemos atirar neles. Não podemos lutar... outras pessoas.
Enquanto os Reginleifs permaneciam parados, a batalha do Regimento Myrmecoleo

contra a 8ª Divisão do 3º Corpo de Exército da Teocracia e o regimento de emboscada só se

intensificava. Na verdade, parecia estar balançando a favor de Myrmecoleo.
“Mesmo depois de uma emboscada e bloqueio, e mesmo com Feldreß otimizado para este
campo de batalha pálido, isso é tudo que eles conseguem fazer.”
A batalha foi tão unilateral que Gilwiese não pôde deixar de proferir esta
observação exasperada. Eles estavam andando por cima deles. Foi um massacre.
O Vánagandr não conseguiu igualar a fidelidade absurdamente alta do Löwe ou do
Dinosauria, mas ainda assim foi agraciado com a honra de ser a principal arma blindada da
Federação, um herdeiro de uma potência militar e uma superpotência mundial atual.
Foi equipado com uma poderosa torre de 120 mm e placas de chapa de aço de 600 mm de
espessura. Sua produção maciça permitia que seu peso total de cinquenta toneladas se movesse
a velocidades próximas a cem quilômetros por hora. De muitas maneiras, era provavelmente
uma das armas blindadas mais poderosas da humanidade.
A Teocracia tinha aversão à batalha e, portanto, desenvolveu os Fah Maras apenas para
fins de autodefesa. Essas unidades defensivas e as armas improvisadas que eram os Lyano-
Shu não eram páreo para os Vánagandrs.
Em sua tentativa de se orientar, os Fah-Maras se debateram sobre as cinzas como peixes

levados à praia. Os Vánagandrs se aproximaram deles como lobos famintos, explodindo-os com
tiros à queima-roupa. Tendo esgotado seus canos, os Lyano-Shu ficaram impotentes ao serem
expostos aos rugidos de canhões de cano liso de 120 mm, ao guincho de metralhadoras giratórias
de 12,7 mm e ao staccato de fuzis de assalto pesados.
“Inimigo suprimido. Eles são tão indefesos que é quase um

buzzkill, Falsa Tartaruga.
“Eles têm a vantagem ambiental e numérica, mas não estão usando. Eles são
descoordenados e sua habilidade está faltando.”
“Eles são como um bando de ratos de brinquedo. Tudo o que eles fazem é correr em
círculos, e eles não estão pensando nem um pouco.”
“Olhe para os ratos, e eles vão te morder. Não seja descuidado, especialmente perto dos
Fah-Maras. A arma principal deles é forte o suficiente para atravessar um Vánagandr se atingir
você no flanco ou nas costas.”
Não havia muitos Fah-Maras implantados e, portanto, eles não eram muito bons.

ameaça. Ainda assim, ao contrário do Lyano-Shu, que era tão pequeno que só podia ser
pilotado por uma criança, o Fah-Maras era uma arma blindada genuína que estava em uso
desde antes da Guerra da Legião. Eles eram pilotados pelo Teshat mais velho - embora, com
base no que Hilnå disse, eles estariam no final da adolescência. E como eram mais velhos,
tinham mais experiência de combate e serviam tanto como a fonte mais forte de poder de
fogo das forças blindadas inimigas quanto como seus comandantes.
Esses pontos fizeram com que os Vánagandrs os destacassem e focassem o fogo neles.
E, de fato, Gilwiese falou quando Mock Turtle enfrentou um Fah-Maras que havia atirado. Ele
estava amassado no chão, fumaça preta subindo do flanco destruído de seu bloco de cockpit.
Um grupo de Lyano-Shu se reuniu ao redor da Tartaruga Falsa quando sua formação se

desfez. Eles não estavam correndo para desferir um contra-ataque rápido, nem estavam
correndo para se proteger, temendo que fosse atrás deles em seguida.
Eles estavam simplesmente tão impressionados que ficaram enraizados no lugar, ou
talvez, eles quebraram a formação por medo. Alguns Lyano-Shu até se viraram
descuidadamente, olhando boquiabertos para a unidade inimiga que havia derrotado seu
comandante. Como crianças com olhos de corça que olharam em volta apenas para perceber
que seu irmão mais velho havia desaparecido em algum lugar.
Oh, Gilwiese percebeu amargamente. É por isso.
Isso foi parte do motivo pelo qual ele e o Eighty-Six inicialmente confundiram o Lyano-Shu
com drones. Eles não eram apenas pequenos demais para uma pessoa comum pilotar, mas
todas as ações que executavam também eram terrivelmente lentas e rígidas. Parecia que
tudo o que eles faziam, desde avançar até disparar suas armas, tinha um atraso. Como se
todas as suas ações exigissem instruções explícitas. Era uma falta de flexibilidade que não
se esperaria de um soldado treinado.
Como ratos mecânicos movidos a mola, incapazes de pensar em seus

ter.
Dentro daquelas feias armas antitanque não havia nada além de crianças, bebês -
soldados apenas no nome.
“Todas as unidades. Os Fah-Maras são os cérebros das unidades inimigas, e os Lyano-
Shu nada mais são do que ratos que seguem a melodia de sua flauta.
Eles não podem se mover sem que alguém lhes dê ordens. Concentre-se em eliminar os Fah-
Maras e depois eliminar o Lyano-Shu.”
"Entendido."

Em pouco tempo, as unidades de cinábrio se reuniram em torno dos pássaros cinza-

pérola maiores. Como Gilwiese previu, o Lyano-Shu caiu em um estado de pânico atordoado
e perturbado sem seus comandantes. Gritos irromperam de seus alto-falantes externos. O
regimento não conseguia entender o que eles diziam, mas ficou claro pela gritaria dos
jovens que eles regrediram a crianças confusas, desnorteadas e aterrorizadas.
Me ajude. Me salve. Irmão. Irmã. Não me deixe. Eu não quero ficar sozinho.
Por um segundo, Gilwiese engasgou. Mesmo sem olhar, ele podia sentir
Svenja se enrolou atrás dele. Sufocando aquela emoção, ele repetiu suas ordens.
“Varrê-los.”
Essa varredura se desenvolveu em uma competição por velocidade entre as companhias e

batalhões individuais do Regimento Myrmecoleo. Eles lutaram para ver quem poderia
avançar e suprimir seus inimigos mais rapidamente. O campo de batalha tornou-se um
campo de caça, onde todos competiam por presas e glória. Aplausos e risos encheram a
frente pálida.
Uma barragem de projéteis APFSDS de 120 mm viajou pelo ar a 1.650 metros por
segundo, capaz de rasgar chapas de aço blindadas de 600 mm. Eles estavam efetivamente
movendo pedaços de energia cinética. Mesmo que eles não conseguissem penetrar na
própria armadura Feldreß, a força por trás deles ainda rasgaria o corpo humano do frade
em pedaços. Nem mesmo um cadáver permaneceria após a explosão, poupando seus
agressores de testemunhar os restos mortais das crianças.
Ver o Oitenta e Seis exibir fraqueza e evitar lutar só serviu para

agitar as forças do Regimento Myrmecoleo para a frente.
Você vê agora? Os Oitenta e Seis não são realmente guerreiros. Eles são covardes
sem um pingo de determinação. Mas somos verdadeiros guerreiros. Verdadeiros herdeiros
do nobre sangue e orgulho do Império, valentes heróis que trazem honra ao nosso pedigree.
Eles riram alto, competindo por quem poderia reivindicar o maior número de mortes e
declarando seus nomes em gritos por meio de alto-falantes externos para os líderes inimigos
nos Fah-Maras.
Como nobres em uma caça esportiva, ou os antigos cavaleiros correndo pelo

campo de batalha.
A sede de sangue enlouquecida desceu sobre o campo de batalha.
Vendo isso, o Oitenta e Seis ficou imóvel. Não por medo da carnificina decretada por esses cavaleiros,
mas por terror diante do evento traumático que estava ocorrendo diante deles. Isso não era mais uma
batalha. Foi um massacre. Abate unilateral.
Uma recriação vívida do momento em que suas próprias cicatrizes foram esculpidas em seus corpos.
carne e almas.
Quando os Oitenta e Seis foram enviados para os campos de concentração, eles tinham armas
apontadas exatamente da mesma maneira. Eles não perceberam na época, mas quem fez isso foram
os soldados de seu próprio país - as pessoas que normalmente teriam a tarefa de defendê-los.
De repente, esses mesmos soldados choveram abusos físicos e verbais sobre eles, apontando
suas armas para eles com desprezo e malícia.
Eles mataram pessoas para coagir e assustar os outros à submissão. Alguns os viram atirar em
humanos vivos e respirando mortos por diversão maliciosa ou um senso de humor doentio. As vítimas
podem ser seus pais ou irmãos, talvez amigos ou vizinhos. E eles foram impotentes para resistir àquela
violência absurda. Tudo o que eles podiam fazer era violar e oprimir por tudo isso.
"…Não. Isso não. Não!"
Eles não podiam lutar contra eles. Não humanos - não crianças. Eles não podiam matar seus
próprios eus do passado. E mais importante que isso…
"…Nós precisamos parar isso."
Eles tinham que acabar com essa atrocidade. Eles não suportariam ver estes
imagens de seus eus passados são pisoteadas até a morte assim.
Eles tiveram que parar isso. Desta vez, eles tiveram que parar.
O massacre cinábrio continuou. O nobre Pyrope aplaudiu alegremente, avidamente, embriagado de

emoção. Como meninos correndo pelos campos calmos da primavera. Eles tinham que fazer isso, ou
então não seriam capazes de suportar. Eles tinham que vencer. Esse era o papel deles. O primeiro
papel que fracassados mestiços inúteis como eles já receberam, e sua última chance de se redimirem.

Desde que podiam se lembrar, eles foram considerados inúteis.

Eles foram todos fracassos. Apesar do grande esforço colocado em seus nascimentos,
consistindo em várias gerações de reprodução seletiva, eles ainda eram mestiços.
Eles foram odiados e abusados por tornarem todos esses esforços infrutíferos.
Sua sorte na vida era viver sob a nobreza imperial e sua adesão à pureza do sangue. Viver
sob aqueles que os desprezavam e zombavam deles ou de seu sangue misturado. Eles os
chamaram de inúteis. Parasitas. Mestiços humanos que valiam ainda menos que cães de
caça.
Eles não tinham dignidade, nem afeto e nem futuro pela frente. Como filhos de sangue
mestiço, suas famílias nunca os reconheceriam e ninguém ofereceria qualquer ajuda ou
proteção para falhas de procriação seletiva.
Eles eram vistos como desgraçados que não deveriam ser exibidos em público e eram
proibidos de sair de casa, para nunca serem expostos ao mundo.
Tudo o que eles tinham era aquela metade do sangue Pyrope correndo em suas veias e
o devaneio de que eles mereciam aquele sangue. Que eles eram herdeiros dignos da
linhagem de guerreiros Pyrope que uma vez reinou sobre o continente. Que eles eram
guerreiros ousados, poderosos e nobres. O sonho de que seus eus inúteis algum dia seriam
celebrados como heróis.
E então chegou o momento em que eles foram informados de que teriam a chance de
fazer isso acontecer. Uma última chance de mostrar que eram Pyropes orgulhosos.
E esse era o Regimento Livre de Myrmecoleo. A primeira e única chance que tiveram de
validar sua existência.
Então eles tiveram que provar isso. Provar que eram guerreiros dignos do manto de
herói. Eles tiveram que provar isso para o mundo e, mais importante, para si mesmos.
Eles tinham que provar seu devaneio, seus ideais, aquilo que lhes dava propósito. Eles
se orgulhavam de seu sangue guerreiro. Deixar de se tornar heróis seria uma traição a essa
identidade. Eles não podiam permitir que isso acontecesse.
Então eles tiveram que sair vitoriosos. E um simples triunfo não seria suficiente. Eles
tinham que vencer de uma maneira tão impressionante e avassaladora que o mundo inteiro
não teria escolha a não ser prestar atenção.
E assim os cavaleiros levantaram suas vozes em gargalhadas caóticas enquanto corriam
pelo campo de batalha em busca de presas.

Svenja sentou-se no meio deste grande campo de batalha, proibida de puxar o gatilho da
arma blindada em que estava e, ao mesmo tempo, incapaz de se alegrar com a euforia
da batalha. Para ela, parecia apenas terrível. Ela estava sentada pálida e trêmula, mas
incapaz de desviar os olhos. Como filha da arquiduquesa Brantolote, ela não foi autorizada
a abandonar a batalha.
"Princesa! Você está vendo isso, princesa?! como vai o nosso
batalha olha para você?!”
"C-claro que estou!" Ela assentiu com lágrimas nos olhos. “Aquele primeiro impulso
do dardo naquele fosso, sim? Tilda, Siegfried!
Ela gritou o nome do vice-comandante e de seu piloto enquanto eles comemoravam
com orgulho. Ela observou enquanto o Vánagandr de cinquenta toneladas esmagava
impiedosamente um Lyano-Shu, rompendo facilmente o bloco da cabine. Ela viu o lodo
vermelho dos destroços.
“Ambroise, Oscar, vocês fizeram bem em matá-los um após o outro. Isso dá oito
comandantes inimigos, certo? E você também é maravilhoso, Ludwig, Leonhart…”
"Princesa, isso é o suficiente."

Vendo suas corajosas tentativas de elogiar seus cavaleiros, apesar de conter as
lágrimas e a náusea, Gilwiese falou.
“Mesmo que você não diga nada, seu coração está com eles...
tem que se forçar a fazer mais.”
“M-mas, irmão, esse é o papel que o 'Pai' me confiou.”
Ele se viu estalando a língua rudemente.
“Por que você deve estar tão obcecado com seu papel…? Nada mais é do que uma
coleira de escrava. Eles forçaram esse desejo de nos tornarmos heróis, fazendo parecer
que era algo que queríamos o tempo todo.”
Os cavaleiros e heróis cantados em poemas épicos, sustentando elevados ideais de
nobreza e justiça. Ideais que não tinham lugar no mundo real. Eles foram criados para
desejar isso e nada mais... E, de fato, tornou-se sua única aspiração.
Um silêncio terrível desceu sobre os dois, como o momento assustador antes do vidro
se estilhaçar. Gilwiese se virou assustado, olhando para Svenja com os olhos arregalados.
Suas adoráveis feições estavam desprovidas de expressão, e o

a voz saindo de seus lábios era como a de uma velha.

"... Por que você deve dizer isso?"
Seus olhos dourados estavam vazios, apenas capazes de refletir a luz, como espelhos
exibindo uma lua cheia que não estava ali.
“'Pai' falou. Além disso, este é o nosso único papel. Se não pudermos fazer isso,
realmente não teremos mais nada. É um papel tão crucial, importante e elevado!”
"...Svenja."
“O mesmo deve valer para você também, irmão! Deveria! Todos nós, cada um de nós,
devemos cumprir esse papel! É tudo o que temos. Eu, você, todo mundo - não há mais nada
em nossos nomes. Por que você deve dizer que precisamos parar?!”
"Porque-"
Não tire isso de mim! E não descarte seu próprio papel, irmão! Porque fazer isso seria
nos abandonar. As únicas coisas que temos são esse papel e uns aos outros. É por isso que
estamos sempre juntos, não é? Você também se sente assim, não é, irmão? Isso é tudo o
que somos. Cães vadios sem nada em nossos nomes, exceto os camaradas que compartilham
nossas cicatrizes e vivem nos mesmos canis! “…”
Ouvir seus gritos o fez cerrar os dentes.

Não, Svenja, ela... ela também não tem mais poder para se opor a isso.
Foi batido nela, em nós, desde que éramos muito pequenos e jovens. Não temos mais forças.
Foi como ela disse. O único caminho disponível para eles era aquele em que cumpriram
seus papéis. O Regimento Livre de Myrmecoleo era para ser nada mais do que um peão na
busca pelo poder da arquiduquesa Brantolote. E se não se mostrassem úteis, seriam mais
uma vez forçados a viver como vadios inúteis.
Então, para evitar que Svenja e seus companheiros fossem forçados a voltar para o
chiqueiro, ele teria que ajudá-los a se tornar uma espada que traria mais glória para sua
família.
…Sua megera horrível.
“No final, nosso único caminho… é deixar que essa maldição nos prenda e nos impulsione.”

“Umm, Major Gunter…”

Kurena abriu os lábios timidamente. Os encarregados de mover esta gigantesca arma
construída às pressas não estavam com vontade de ouvir qualquer transmissão que não fosse
dirigida a eles, mas Kurena, o artilheiro, tinha pouco a fazer no momento.
“Eu posso ouvi-la. A garota mascote... Svenja, certo? Ela deixou o rádio ligado.
Svenja se comunicou algumas vezes com Frederica e a equipe de controle do
Trauerschwan pelo rádio e aparentemente manteve as configurações do rádio naquela
frequência, ligando-o por engano.
Kurena podia ouvir que Gilwiese estava sem palavras. Ele rapidamente desligou a
transmissão e reconectou um momento depois.
“Segundo Tenente Kukumila, desculpe, mas você poderia esquecer tudo o que
acabou de ouvir? Se os outros descobrissem que eu briguei com a princesa apesar da
minha idade ou que agi de forma tão fraca, isso refletiria mal em mim.
"Sim, eu não vou contar a mais ninguém..." ela disse em uma tentativa de jogar fora,
balançando a cabeça como se para sinalizar que isso era inconseqüente. "Mas..."
"Mas?"
"É só, hmm, me desculpe."
Gilwiese pareceu surpreso.
"... Pelo que você está se desculpando, exatamente?"
“Se eu fosse seu subordinado e ouvisse você dizer isso, pediria desculpas.
E... há outra pessoa a quem devo me desculpar exatamente pelo mesmo motivo. “…”
“Eu não quero que eles me deixem. Mas também não quero prendê-los a mim. Eu não
quero amaldiçoá-los assim. Mas... tenho certeza de que agi da mesma maneira que Svenja
acabou de agir.
Era como se Svenja tivesse lançado algum tipo de maldição para prender Gilwiese a ela,
da mesma forma que os soldados de Myrmecoleo haviam amaldiçoado Svenja para que ela
permanecesse ligada a eles. Eles eram camaradas, irmãos carregando as mesmas cicatrizes,
então essas cicatrizes deviam ser seu vínculo. Uma maldição em forma de orgulho, de suas
cicatrizes comuns.
É como…
Kurena disse a Shin que ele não precisava mudar, mas na verdade, tudo o que ela fez foi
implorar para que ele continuasse o mesmo. Os oitenta e seis se orgulhavam de lutar até o fim.

Mas em algum lugar ao longo do caminho, eles esqueceram que esse orgulho não era a única
coisa pela qual viver - que eles tinham mais pelo que viver.
Pela primeira vez, ela percebeu que estava presa pela maldição conhecida como orgulho. E
não apenas isso; Em algum momento, ela começou a tentar amarrar os outros com aquela
maldição. Ela amarraria seus camaradas e amarraria Shin, para que eles não a deixassem para
trás em sua busca pela felicidade pessoal.
“Então, me desculpe... me desculpe, eu tentei amarrar seus pés para que você não pudesse.
ir embora. E, Svenja?
Kurena não obteve resposta, mas presumindo que estava sendo ouvida, ela continuou: "Eu
sei que é difícil, mas não use suas cicatrizes para manter seu irmão mais velho hospedeiro... Por
favor."
Não o segure com tanta força que ele não possa escapar... Mesmo que pareça
Ele pode tentar deixar você. Porque não é isso que ele está tentando fazer.
Embora ela se sentisse um pouco covarde por fazer isso, ela desligou o dispositivo RAID
antes de receber uma resposta. Enquanto conversavam, Shin lutava e crianças morriam. Ela não
tinha tempo para falar com Gilwiese em um momento como este. Então ela respirou fundo.
Não mude. Não me deixe para trás. Sim, eu desejava isso.

Ela estava ciente do desejo sombrio fermentando no fundo de sua mente. Provavelmente
nunca desapareceria. mas…
Eu quero te mostrar o mar.
Ele havia encontrado um desejo para si mesmo. E ela estava feliz por ele. Alguma parte dela
verdadeiramente, honestamente, queria ver isso acontecer. Erguendo a cabeça, ela cerrou os
dentes, suportando a repentina e terrível tontura que a invadiu.
Seguir em frente ainda a assustava. Ela tinha medo de seguir em frente desde a infância.
Porque além do próximo passo, a boca da arma que levou seus pais e irmã também pode estar
esperando por ela. Aquele momento em que a malícia humana ressurgiria poderia estar à
espreita além do próximo passo, pronto para tirar tudo dela novamente. E pode muito bem ser
que, mais uma vez, ela seja negada, magoada e impotente para fazer qualquer coisa a respeito.
Mas mesmo assim.
“Vamos seguir em frente.”

Essa voz viajou pelo campo de batalha cinzento através da Ressonância Sensorial. Era uma
voz cheia de determinação, mesmo que houvesse uma pitada de medo nela. Michihi murmurou o
nome daquela pessoa em transe. Com uma pitada de descrença. Era difícil acreditar que aquela
era a mesma garota que ficara tão abatida e abatida depois da última operação.
"Curena."
“Vamos seguir em frente. Temos que salvar Shin. Precisamos derrotar Shana. E o Lyano-Shu…
Temos que salvá-los também.”
Ela pensou que havia recuperado a compostura, mas sua voz ainda tremia.
Ela ainda estava assustada. O medo era paralisante. Tomar uma decisão tão importante foi
assustador. Afinal, a vida de todos estava em jogo. E se ela cometeu um erro? E se Shin e o
batalhão aerotransportado, e Lena e Rito e Michihi, e o resto da força principal da brigada - e se
todos eles fossem mortos por causa de suas palavras?
Esse pensamento a assustou infinitamente.

Mas ainda…
“Se aquele santo ou o que quer que fale com eles, isso deve parar essas crianças, certo?
Então vamos chamar o santo do 2º Corpo de Exército para vir. Chegaremos à posição de tiro de
Trauerschwan, pegaremos Shin depois que eles derrotarem Shana e nos reagruparemos com o 2º
Corpo de Exército para acabar com a interferência eletrônica. Se fizermos isso, a batalha com
essas crianças terminará... Podemos parar com isso.”
Podemos acabar com o sangrento massacre de crianças que são como nós.
“Nós... nós não podemos nos dar ao luxo de nos matar mais. temos que parar
tudo. Tanto esta batalha quanto a estúpida guerra que nos mantém no lugar!”
Ouvindo seu grito, alguém sussurrou. Não foi tanto uma resposta para ela, mas um sussurro
que eles dirigiram a si mesmos, como se para reconfirmar algo.
"…Isso mesmo. Vamos."

Alguém o seguiu. Ou talvez, foram todos os outros.
"Vamos."
Para seus amigos. Por seus companheiros, por mais distantes que estejam. Para o Teshat,
que não pôde partir. E o mais importante - para o seu próprio bem.
Eles podem não ter sido capazes de salvar seus próprios eus mais jovens, mas eles

poderia salvar as crianças bem na frente deles agora.

Se eles pudessem dar-lhes uma mão, por mais escassa que fosse a ajuda, mesmo quando
ninguém estava lá para salvá-los quando eram pequenos... então isso seria a salvação para eles
também.
"Vamos."
Para salvar nossos camaradas. Para salvar quem éramos no passado.
"Vamos!"
Ao som dos gritos e aplausos do Oitenta e Seis, Lena franziu os lábios.

Vamos.
Nesse caso, era seu papel abrir o caminho a seguir.
“Major Gunter. Estamos indo para a posição de tiro do Trauerschwan.
Ajude-nos a quebrar o bloqueio. Quero que você aumente a distância na direção das três horas,
onde a 8ª Divisão do 3º Corpo de Exército e o regimento de emboscada se conectam.”
Se eles retomassem sua marcha, a batalha com o Teshat das unidades do 3º Corpo de
Exército e as crianças-soldados era inevitável. Lena não podia tolerar o assassinato de crianças e,
por isso, doía-lhe jogar o fardo de sua batalha sobre Gilwiese e o Regimento Myrmecoleo. Mas se
os Oitenta e Seis achavam que essa era uma linha que não podiam cruzar, Lena respeitaria isso.
Ela não poderia colocar a vida de crianças-soldados estrangeiras sobre as de um companheiro

unidade da federação, bem como seus próprios subordinados - e camaradas.
Gilwiese sorriu amargamente, é claro.
"Então você está nos pedindo educadamente para fazer o seu trabalho sujo, Bloody
Queen?"
"Sim", disse Lena com firmeza. “Eu reconheço isso, e minha ordem permanece, Major. Como
a Rainha servindo sob eles.”
Sobrecarregue-se com este pecado, assim o Oitenta e Seis não terá que fazê-lo. Grave-o em
sua carne, em sua própria alma, para que os corações dos oitenta e seis permaneçam inteiros.
Suportarei a crueldade de ter que pesar a vida de meus camaradas contra a vida de outros. Não
permitirei que o Oitenta e Seis faça essa escolha, nem serei atormentado por ela.
Porque eu sou a Rainha dos Oitenta e Seis — e sua companheira de armas.

Gilwiese aprofundou seu sorriso sarcástico.

“Isso é um problema, coronel Milizé. Fui eu quem disse que faríamos isso para
começar. Se você é a Rainha do Oitenta e Seis, então eu sou o irmão mais velho que lidera
o Regimento Myrmecoleo. Deixar um forasteiro como você assumir a culpa por meus
irmãos mais novos feriria nossa dignidade... Seria um grande problema se deixássemos
você assumir a responsabilidade por este massacre só porque você nos ordenou a fazê-
lo. “…”
“Nós aceitamos, Rainha de Prata. Todos, temos nossas ordens, e assim vamos.
Myrmecoleo, todas as unidades!”
“Conto com você, capitão dos Cavaleiros Cinnabar. Todas as unidades do Pacote de Ataque!”
Ambos deram suas ordens. O Capitão dos Cavaleiros de Cinnabar para sua ordem de
antlions, e a Rainha de Prata para seu exército de esqueletos agraciados com o nome de uma
Valquíria.
“Crie um caminho para essas Valquírias através das nuvens!”
“Retome sua marcha a toda velocidade e entregue o Trauerschwan à sua posição de tiro!”
Parecia que a força principal havia rompido o bloqueio do 3º Corpo de Exército e retomado sua
marcha. Shin notou isso pelos movimentos da Legião, mesmo estando longe das linhas de frente
da Teocracia, lutando contra o Halcyon.
As forças da linha de frente da Legião interromperam sua batalha com as divisões do 3º
Corpo de Exército e seguiram para as ruínas da cidade em que estavam lutando.
“Lena, há uma unidade da Legião se reunindo no caminho de avanço da força principal.”

A unidade da Legião era menor do que o previsto. Como o 3º Corpo de Exército havia
interrompido sua marcha, ele presumiu que a Legião enviaria um grupo consideravelmente maior
para interceptar a força principal do Pacote de Ataque. Talvez o 2º Corpo de Exército tenha
enviado uma força que manteve a Legião sob controle, ou talvez a batalha da Legião com o 3º
Corpo de Exército ainda estivesse em andamento. De qualquer jeito…
“E eu acho que eles não serão capazes de evitar lutar contra três deles. Faça com que a
força principal se prepare para a batalha.”

Shin detectou a posição da Legião com sua habilidade e, com base nisso, Lena calculou a rota que
os levaria a encontrar o menor número possível de unidades da Legião. Mas, mesmo assim, a linha
Reginleif protegendo o Trauerschwan se desfez rapidamente.
Eles estavam lutando nos territórios da Legião e, mesmo que houvesse menos inimigos do que o
esperado, a formação cinza-metálica ainda era tão grande e ameaçadora quanto o nome da Legião
indicava. Priorizando a manutenção da velocidade do Trauerschwan, cada esquadrão Reginleif se
separou da equipe para distrair as forças da Legião enquanto corriam pelo campo de batalha cinzento.
Eles lutaram com maior fervor do que antes. Há pouco tempo, muitos dos Oitenta e Seis haviam
perdido a coragem ou a força para seguir em frente, e o resto sentia reservas em relação aos que o
faziam.
Mas agora eles haviam encontrado o caminho. Eles haviam encontrado sua coragem.
O sistema de navegação inercial emitiu um alerta, informando a todos que o Trauerschwan havia
alcançado sua posição de tiro. Naquele exato momento, o Hualien de Michihi caiu, suas pernas
dianteiras cedendo. Ele foi espancado e danificado por toda parte. Não havia nenhum Reginleif
restante ao redor do Trauerschwan ileso para formar um batalhão. Todos os outros estavam fora,
ganhando tempo ou mantendo o inimigo sob controle. Com base em quantos ainda estavam
conectados à Ressonância, não houve muitas baixas, mas esta foi uma batalha dentro do território
da Legião. Eles não durariam muito.
"... É por isso que temos que... parar com isso aqui..."
Essas batalhas. A luta contra o Halcyon, e esta escaramuça inútil com o 3º Corpo de Exército da
Teocracia. Ver crianças morrerem antes dela, ser lembrada da dor de ver sua família, amigos e
camaradas morrerem - tudo isso a fazia se sentir tão impotente. Ela odiava isso. Parecia que exibia
suas cicatrizes para o mundo ver. Como se dissesse que todos e qualquer um poderia se machucar,
e isso era natural. Foi desagradável e terrível.
Ainda respirando pesadamente, Michihi exalou bruscamente uma vez e respirou novamente,
gritando.
"Kurena, estamos contando com você!"
Um pensamento passou pela cabeça de Michihi. Se esta guerra - esta operação - pudesse
terminar, ela queria visitar a terra natal de seus ancestrais algum dia. Claro, ela não tinha nenhum
parente ou conhecido lá. Ela não conhecia o lugar bem o suficiente para sentir falta dele.
Mas esse ainda era o desejo dela. Um que ela encontrou e decidiu por si mesma.

De volta ao Setor 86, eles não tinham futuro e, pelo menos, tinham que decidir
como viveriam e morreriam por si mesmos. Este foi o mesmo. Ela decidiu desejar para
si mesma. Seu próprio futuro, escolhido por suas mãos.
Até agora, desejar a morte no final de suas batalhas era algo que ela não podia
mais fazer. Talvez até o nome dos Oitenta e Seis perdesse seu significado quando
toda essa luta chegasse ao fim.
Mas mesmo assim. Mesmo que seu orgulho, seus sacrifícios e as cicatrizes que
carregavam se tornassem sem sentido... Ela não queria se tornar uma pessoa patética
que não conseguia decidir seu próprio jeito de viver. Seus próprios desejos, ou futuros.
"Vamos acabar com esta batalha!"
Os cinco canhões ferroviários do Halcyon de repente ignoraram o batalhão

aerotransportado e viraram em uma direção inesperada. As pesadas torres giravam,
guinchando alto e fazendo chover faíscas enquanto viravam para o sul. Ele estava
mirando na direção do Trauerschwan - havia detectado sua aproximação.
O Trauerschwan era enorme, tão grande quanto o Morpho, e era um protótipo. Não
poderia tomar uma ação evasiva. Os Reginleifs começaram a bombardear o Halcyon
imediatamente, com a intenção de espalhar seu metal líquido e interromper seu disparo.
Foi uma arma que a humanidade introduziu no campo de batalha somente depois
de esperar seu tempo. Uma nova arma não registrada no banco de dados da Legião.
Mas os railguns imediatamente o reconheceram como uma ameaça mais urgente do
que os Reginleifs e se moveram para derrubá-lo. No entanto, os altos explosivos
bombardeando-o repetidamente dizimaram seus eletrodos, forçando o Halcyon a recuar.
O líquido prateado foi levado pelas explosões, brilhando nas chamas enquanto
dançava no ar como respingos de sangue.
Mas os Reginleifs estavam ficando sem munição. Se o Trauerschwan fosse
destruído, não haveria como terminar esta batalha. E assim o batalhão aerotransportado
atirou nele para salvar sua vida. Todos prenderam a respiração, pensando que
poderiam ter conseguido. Mas, como se visse aquela pausa momentânea, um railgun
ergueu sua cabeça.
joana. A railgun que originalmente continha Shana. O liquido

Micromáquinas que espirravam de todas as cinco torres reunidas entre seus trilhos.
Usar cada pedaço desse líquido para regenerar um único railgun seria mais rápido do que cada gota
retornando ao seu respectivo railgun e reparando as partes que faltam por dentro.
A escolha do Halcyon foi correta. Aproveitando o momento em que o bombardeio diminuiu, Johanna
completou seus preparativos para atirar novamente. Gavinhas de corrente elétrica dançavam com um
grito ensurdecedor enquanto corriam sobre o cano em forma de lança.
“Eu não vou deixar você!”
No momento seguinte, Ciclope saltou na frente do barril. Ela preferiu destruir o railgun que
originalmente abrigava Shana novamente, em vez de deixar o Trauerschwan eliminá-lo. Ela subiu, mais
uma vez mirando no rasgo na torre.
Ela foi incumbida de lidar com Johanna. Ela disse que faria isso.
Então , desta vez, ela manteve sua promessa.
E assim Shiden apareceu na mira de Johanna. Acionando e purgando seus bate-estacas para se
erguer, ela mudou sua postura no ar, fixando a mira do canhão principal do Ciclope nas profundezas do
cano de 800 mm.
Então, calibre 800 mm - um canhão de longa distância, hein? Sniping nunca foi o seu forte.
Você é quem fala. Você também usou um canhão de chumbo grosso. Você também não era um
franco-atirador.
Ela pensou ter ouvido uma voz fria responder.
Sempre te odiei, desde o primeiro dia em que nos conhecemos.
Era o tom gelado de Shana. A primeira coisa que ela disse quando se conheceram. Eles sempre
brigavam na hora. Mesmo depois que todos, exceto eles, morreram na primeira enfermaria para a qual
foram designados no Setor Oitenta e Seis, eles continuaram discutindo.
Da próxima vez, vou enterrar seu corpo.
Quando isso acontecer, cavarei sua sepultura.
Na época, ela não gostava muito de Shana. Shana também a odiava. Era por isso que eles sempre
batiam cabeça. Não importa o que acontecesse, eles sempre competiam.
Mas se uma delas morresse, a outra cavaria sua sepultura. Esse foi o

uma coisa que eles fariam um pelo outro, não importa o quê.
"O único que pode te colocar para descansar... sou eu."
Acionar.
A torre de canhão de 88 mm do Ciclope rugiu um momento mais rápido do que Johanna.
O tiro que ele disparou atingiu o eletrodo que atravessava os trilhos naquele exato momento,
fazendo com que os circuitos enlouquecessem.
A torreta de Johanna, seu cano de trinta metros de comprimento - e o Cyclops, que estava
bem na frente dela - foram todos destruídos pela violenta explosão do railgun de 800 mm.
"…Seu idiota."
Shin viu isso acontecer. Ao receber a notícia da aproximação do Trauerschwan, Shin mudou-
se para superaquecer o Halcyon mais uma vez. E ele viu isso acontecer. Para-RAID de Shiden...
desligado. O blip do Ciclope havia desaparecido do link de dados.
Mas eles não tiveram tempo para gastar confirmando sua sobrevivência. Os quatro railguns
restantes poderiam disparar novamente se recebessem mais Liquid Micromachines. E isso
tornaria o sacrifício de Shiden sem sentido.
Usando suas lâminas de alta frequência para rasgar o Halcyon, ele aumentou a abertura que
eles esculpiram nele. Ele não sabia quanto tempo levaria para reativar os railguns. As três
unidades de supressão de superfície, Undertaker, Anna Maria e as seis unidades em seus
pelotões dispararam contra o Halcyon em
onze.
Uma chuva de fogo, mísseis anti-blindagem leve e projéteis HEAT encheram a barriga da
besta. O gigante de aço mais uma vez caiu de joelhos.
"Kurena!"
Vamos acabar com essa luta!

"Sim, eu sei." Kurena assentiu brevemente. "Michihi, pessoal."
Daqui em diante, era sua vez de brilhar.
“Trauerschwan, posicionando-se em posição de tiro!”
Os baques de várias travas pesadas sendo desfeitas atingiram seus ouvidos quando dois
amortecedores de recuo em forma de arado foram implantados em ambos os lados da torre como o

asas de um pássaro. A estrutura maciça cavou no chão, fixando-se na posição e levantando a

poeira ao seu redor em uma grande nuvem. Abrindo suas quatro asas maciças, assumiu a
posição de uma ave aquática estendendo seu pescoço.
Um head-mount display baixou automaticamente na frente dela. Foi feito para mira precisa
e conectado ao sistema de controle de fogo do Trauerschwan.
O longo e fino cano — o proverbial pescoço da ave aquática — estremeceu quando seu ângulo
de disparo foi cuidadosamente ajustado.
Kurena estava acostumado com a capacidade de resposta imediata do Reginleif e, portanto,
o alinhamento horizontal e vertical dos trilhos parecia terrivelmente lento. Sistema de refrigeração
online. Capacitor conectado. Circuitos chefe e vice-chefe operando normalmente.
<<Aviso. Exposição ao radar de uma assinatura de calor não registrada detectada quinze quilômetros,
NNW.>>
"Eu sei disso", ela sussurrou com voz rouca.
O Halcyon era uma unidade da Legião equipada com railgun. Em outras palavras, o
sucessor de Morpho. Claro que tinha um sistema de radar para autodefesa— <<Aviso
retirado. Ondas de radar encerradas.>>
“—Kurena!”
Assim que ela voltou sua atenção para o aviso, uma voz a chamou. E ela soube quem era
imediatamente. Ela nunca confundiria o dele com o de qualquer outra pessoa.
Canela.
“Os railguns do Halcyon estão todos silenciados, e nós o superaquecemos

novamente, então ele não pode se mover! O tempo estimado até a reativação é de cento
e setenta segundos... Desculpe, mas conto com você para cuidar do resto.”
"Roger isso - você pode contar comigo." Ela assentiu com a cabeça, uma pitada de timidez
em sua voz.
Cento e setenta segundos. O tempo de recarga da Trauerschwan foi de duzentos segundos,
o que significa que ela não teve tempo de disparar um segundo tiro. Mas tudo bem. Um tiro era
tudo que ela precisava. Até agora, coisas como a questão do que aconteceria se ela falhasse,
ou a ansiedade de perceber que ela não poderia se dar ao luxo de estragar desta vez - nada
disso estava em sua mente.
O batalhão aerotransportado foi forçado a uma batalha mais longa do que o esperado.
Mas mesmo assim, eles colocam suas vidas desesperadamente em risco para comprar para
ela aqueles cento e setenta segundos. Com a traição do 3º Corpo de Exército, o

A Brigada de Expedição era o único obstáculo restante em seu caminho para derrotar a Legião.
Mas, apesar de todos esses desenvolvimentos inesperados, seus companheiros ainda abriram
caminho para que ela chegasse à posição planejada.
Todos colocaram suas vidas em risco para ajudar Kurena a chegar aqui - então agora a única
coisa que restava era ela atirar no inimigo.
Isso estava lá.
Roger, pode contar comigo.
Ela percebeu, com um sorriso, que havia dito essas mesmas palavras para Shin inúmeras
vezes no passado. No campo de batalha do Setor 86, ela dava essa resposta regularmente.
Inúmeras vezes, ele dependeu dela, contou com ela, e ela correspondeu às suas expectativas.
Ela abateu unidades comandantes da Legião. Unidades de Observação. os restos

de seus camaradas, que foram forçados a se tornar fantasmas mecânicos.
Nesse caso, pelo menos no campo de batalha, ela o salvou o tempo todo, desde então. Ou
talvez ela já estivesse fazendo isso desde o começo, quando ela abriu seu coração para ele e
agradeceu por assumir a dor de ser seu Ceifador.
Um bipe eletrônico soou. O sistema de controle de tiro informou a ela que a trajetória projetada
de seu tiro estava travada no alvo. Mas ainda não. Ainda estava um pouco desligado.
Tudo lhe foi tirado por esta guerra. E foi por isso que ela
não podia se dar ao luxo de perder mais nada.
Ela realinhou sua visão e então sussurrou, como se estivesse rezando.
“Vamos acabar com isso. Vamos acabar com esta guerra com nossas próprias mãos.”
Ela apertou o gatilho.

O Trauerschwan - o primeiro railgun que a humanidade já introduziu no campo de batalha -
rugiu. Uma quantidade absurda de energia elétrica, capaz de abastecer uma cidade inteira,
impulsionou um projétil que voou sobre a terra, com o objetivo de derrubar o Golias mecânico.
Uma descarga de arco embranqueceu a terra cinzenta como um relâmpago. As asas fechadas
do Trauerschwan e a gigantesca estrutura metálica refletiam a luz, tornando-se pretas. Por um
segundo, tornou-se puro ébano – digno de seu nome como o Cisne Negro da Morte.

Um som ensurdecedor, como a quebra de incontáveis vidraças, rasgou o céu.
Devido ao calor de atrito contra o projétil, que foi impulsionado a uma velocidade
de 2.300 metros por segundo no espaço de uma fração de segundo, os trilhos do
Trauerschwan começaram a se fundir e derreter, e o recuo do tiro os quebrou em
pedaços. A contramassa ondulava por trás do Trauerschwan para compensar o recuo,
mas a contramassa falhou em conter adequadamente a massa e se espalhou para o
solo cinzento com os fragmentos dos trilhos.
Rasgou o céu cinzento, como as coloridas flores de fogo que ela vira uma vez no
céu noturno do campo de batalha. Os fragmentos espalhados captaram os raios do sol,
refletindo um arco-íris de luz prismática.
E antes que o fragmento final pudesse cair no chão, o raio
a flecha havia perfurado a forma maciça do gigante de aço à distância.
“Impacto confirmado”, disse Frederica. “E um golpe direto, ainda por cima.

Trabalho impressionante… Kurena.”
"Sim."
O Halcyon deu uma guinada. Rachaduras corriam por ele, decorrentes do buraco
gigantesco que havia sido perfurado através dele. Incapaz de suportar o próprio peso,
começou a perder a integridade estrutural. Era como ver uma grande escultura
desmoronar, tendo perdido suas amarras secas. Desfez-se com a majestade de um
monstro mítico e com a rapidez de ter sido derrubado pela fúria de um Deus.
Enquanto ela assistia através da tela implantada sobre sua ótica, um pensamento
passou por sua mente. A verdade é que sempre foi assim, mas ela não tinha percebido
até agora.
Quando ela era uma criança enviada para os campos de concentração, quando
seus pais e irmã morreram, ela não podia lutar. Ela era muito jovem, muito impotente e
muito fraca para oferecer qualquer resistência. Qualquer absurdo que pudesse ter
caído sobre ela era algo sobre o qual ela não podia fazer nada.
Mas as coisas eram diferentes agora.
Anos se passaram. Ela havia crescido e não era mais uma criança impotente. Ela
tinha a força, os meios e, mais importante, a vontade de revidar. Para lutar contra a
Legião e o desespero que eles trouxeram. Contra
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qualquer absurdo que possa ter tentado acontecer com ela.

Se ela quisesse acabar com este massacre, ela poderia acabar com isso.
Se ela desejava salvaguardar o futuro que ele queria, o futuro que ela queria, ela poderia
defendê-los de qualquer malícia que a humanidade pudesse dirigir contra eles.
As pessoas e o mundo eram cruéis e insensíveis. Malicioso e irracional. Mas, mesmo assim,
ela se oporia a eles, aconteça o que acontecer. Ela protegeria até mesmo o futuro à frente deles.
Você ficou de braços cruzados e viu seus pais serem assassinados.

Sim. E isso tem me atormentado desde então. Eu estive... com medo desde então.
Mas agora posso protegê-los. Papai, mamãe e minha irmã... e o eu do passado.
A interferência eletromagnética que isolou o campo de batalha foi suspensa.

Os Lyano-Shu que estavam equipados com equipamentos de interferência foram destruídos ou
incapacitados. E sem esperar mais um minuto, o lado da Federação começou a bloquear a
frequência que Hilnå usava para enviar comandos ao 3º Corpo de Exército.
Em pouco tempo, a voz de outro santo encheu o campo de batalha, cavalgando

as ondas de rádio agora claras.
“Eu invoco o verdadeiro nome da deusa da terra de ' '! Todas vocês, lanças ímpias do
3º Corpo de Exército, cessem suas liturgias!”
Essas palavras foram incutidas em todas as psiques de Teshat durante o treinamento, de modo
a impedi-los de se rebelar e forçá-los a interromper qualquer combate, independentemente de sua
vontade. Esta foi uma medida de segurança que nunca havia sido usada antes, mas no final,
cumpriu seu papel.
Em seguida, falou o comandante das duas unidades da Federação, entregando uma mensagem
que possivelmente não teria chegado ao Pacote de Greve caso o 3º Corpo de Exército tivesse
decidido rejeitar as ordens do primeiro santo general.
“Vanadis para todas as unidades do Strike Package. Assim que o batalhão
aerotransportado for recuperado com segurança, recue para os territórios da Teocracia.
“Mock Turtle para todas as unidades do Regimento Myrmecoleo. Pare tudo

hostilidades com o 3º Corpo de Exército e auxiliar na recuperação do batalhão

aerotransportado. Coopere com o 2º Corpo de Exército para eliminar a Legião e...
O teor da voz de Gilwiese contrastava com o timbre prateado de Lena.

Hilnå foi tomada por tal desespero que a fez cair no chão.
ó terra. Ó deusa alada e sem cabeça.
"Por que você me abandonou...?"
Foi então que uma comunicação de Lena chegou até ela.
“Hilna. Você perdeu... Por favor, aproveite esta chance e entregue-se.”
Hilnå não pôde deixar de zombar com desdém da preocupação clara e genuína em sua
voz. Quão compassiva alguém que se dizia ser a Rainha Manchada de Sangue poderia fingir
ser?
“Isso é misericórdia, Rainha? Depois que virei minha espada contra você e seus cavaleiros?
"Não." O tom de Lena era calmo e suave, mas ainda assim áspero. “Tudo o que eu quero é
que você não sobrecarregue os Oitenta e Seis com o peso do seu desejo e a sombra da sua morte.
Eles não são heróis. São crianças que ficaram assustadas com esta guerra… Que estão ocupadas
apenas se mantendo vivas… Assim como você.”
Isso é verdade. Eu sabia. Ainda assim, eu queria que descêssemos juntos. Eu não queria
redenção para nenhum de nós. Se conseguíssemos fazer isso, eu... e o Teshat provaria que
não poderíamos nos salvar. Nosso descuido não foi culpa nossa...
Depois de parar por um momento, Lena abriu os lábios novamente.

“Percebi uma divisão do 3º Corpo de Exército encarregada de manter a Legião sob controle
enquanto a força principal da Brigada de Expedição marchava para a posição de tiro. Eles
cumpriram seu antigo dever, lutando contra a Legião.
“…? O que você me...?
“Eles continuaram fazendo isso mesmo depois que sua trama foi exposta, Hilnå. Seus
subordinados mantiveram a maior parte das forças da Legião sob controle. E eles
provavelmente fizeram isso para impedir que a Legião ficasse no caminho da força principal.
Portanto, não haveria mais Oitenta e Seis vítimas e o peso do seu pecado não aumentaria.
"...?!" Hilna arregalou os olhos com essas palavras inesperadas.

“Você não queria que mais nada fosse tirado de você, certo? Seus soldados te amam tanto,
Hilna. Não se odeie quando eles se importam tanto com você. Não prive o seu

soldados, que tanto te estimam, deixando-te morrer. Deixe que eles se sintam recompensados pelo fato
de terem conseguido protegê-lo.”
A transmissão foi cortada. E como se isso fosse o sinal deles, alguns homens em
uniformes cinza-pérola – soldados que não eram seus subordinados – invadiram o centro de
comando. Suas braçadeiras traziam o símbolo de uma ave de rapina. Teshat do 2º Corpo de
Exército. Todos carregavam rifles de assalto, que começaram a virar contra ela.
Mas antes que eles pudessem, Hilnå largou seu bastão de comando e se ajoelhou
lentamente.
Por que você me abandonou, deusa da terra? Por que você abandonou meus
subordinados, minha pátria? Não importa…
“Não posso abandonar meus subordinados.”
Eles... eles sozinhos não me abandonaram. Mesmo quando todos e tudo o fizeram,
quando o resto do mundo virou as costas para mim, eles permaneceram.
“Você é difícil de matar, sabia, Shiden? Qualquer outra pessoa teria morrido fazendo o que
você fez.
“Essa é a primeira coisa que você me diz? Prefiro não ouvir isso do cara que sobreviveu
à missão especial de reconhecimento com taxa de sobrevivência zero.
A língua de Shiden estava afiada como sempre, apesar do fato dela estar coberta de
sangue. Ela ainda estava de pé com seus próprios pés, então, para uma pessoa ferida, ela
era relativamente alegre.
Foram necessárias algumas pessoas para forçar o dossel empenado do Ciclope, mas
uma vez que o fizeram, ela não saiu pior do desgaste. Shin olhou para dentro, olhando para
Shiden com os olhos estreitados. Ela teve a sorte do diabo quando se tratava de fugir de
situações mortais. Ele quase se sentiu irritado consigo mesmo por perder a compostura
quando parecia que Ciclope havia sido explodido ao lado de Shana. Não que ele fosse
expressar o quanto estava preocupado com ela.
"Então, Li'l Reaper, como vai a batalha?"

"Acabou. Estamos esperando nossa unidade de resgate.
Com o Halcyon destruído, as unidades da Legião que anteriormente corriam para as
ruínas da cidade para oferecer assistência pareciam ter decidido

recuar para seus territórios. Quaisquer unidades da Legião que ainda estivessem no caminho da
unidade de recuperação estavam sendo varridas pelo Regimento Myrmecoleo e pelo 2º Corpo de
Exército. Eles também terminaram de varrer quaisquer minas autopropulsadas deixadas nas
ruínas da cidade, e não havia mais unidades inimigas ao redor de Shin e do batalhão
aerotransportado.
Shiden assentiu, murmurando um oh sim?, e se espreguiçou. Claro, desde que ela foi
espancada e machucada por toda parte, ela começou a ganir de dor no meio do caminho e soltou
um uivo enérgico enquanto se recuperava de sua postura desajeitada.
“Aaah, caramba! Eu nunca vou fazer esse tipo de truque novamente!”
“Por favor, não. Eu tenho reclamações suficientes sobre você de Bernholdt para
durar uma vida inteira.”
Ela acabou ficando muito louca, afinal. Shin então lançou um olhar fugaz em sua direção.
"...Você está bem?"

Ela foi forçada a atirar em alguém que era tão querido para ela que ela perdeu todo o senso
de compostura e inibição. Ela olhou de volta em seus olhos sérios.
“ Você está bem, Li'l Reaper? Desde quando você se preocupa comigo?
"... Esqueça o que eu disse."

Irritado, Shin desceu dos destroços do Ciclope. Ao vê-lo virar as costas em flagrante
desconforto, Shiden o chamou.
“Como eu coloco isso? Foi agradável à sua maneira, eu acho.
Shin parou, sem se virar para olhar para ela.
"O campo de batalha. Lá, eu tinha um lugar ao qual pertencia, mais ou menos. Então pensei
que talvez pudesse passar o resto da minha vida lá. Seja o Setor 86 ou a Federação.
O campo de batalha. O lugar onde eles estavam determinados a ficar, não importa o quê.
Eles chegaram a abraçar e até mesmo agarrar-se ao mortal Setor Oitenta e Seis, a fonte de tanta
dor. “…”
“Mas sabe? Enquanto estivermos no campo de batalha... isso vai continuar acontecendo.
Qualquer um de nossos amigos pode acabar morto.
Prefiro não perder mais amigos como perdi Shana.
“Eu nunca mais quero ter que fazer algo assim novamente. Eu superei essa porra de guerra.

E é por causa disso…

Ele virou os olhos vermelho-sangue para olhá-la, e ela os encarou, abrindo um sorriso jovial e
aliviado.
“Vamos acabar com essa maldita guerra já… Temos toda a nossa vida pela frente, certo?”
Gilwiese fazia parte da unidade de recuperação do batalhão aerotransportado. Parte disso era
porque ele queria ver todos os soldados do Oitenta e Seis de volta à segurança, é claro, mas o
mais importante, ele tinha um objetivo a alcançar.
As ruínas da cidade haviam sido reduzidas a grandes extensões de terreno baldio, que falavam
silenciosamente dos intensos combates ali ocorridos. Era como se um gigante tivesse socado o
chão sem parar. Lá, eles se reagruparam com Shin e o batalhão aerotransportado.
Gilwiese esperou até que seu vice-capitão e os Vánagandrs sob seu comando fossem
recuperados. Apenas quando isso foi concluído ele foi manter guarda sobre a área, pilotando sua
unidade para a ponta norte das ruínas.
A parte norte da Teocracia - o ponto mais profundo do setor em branco dentro dos territórios
da Legião. O lugar mais distante que um corpo humano poderia existir sem roupas de proteção. A
habilidade Esper de Svenja era muito diferente da original, então seu alcance era muito menor. Se
ele não a trouxesse até aqui, ela não seria capaz de detectá -lo.
“Encontrei, irmão Gilwiese.”

Os olhos dourados de Svenja brilharam enquanto ela olhava para longe, para o norte. Sua
habilidade Esper foi a única coisa que a criação seletiva foi capaz de reproduzir, mesmo que
apenas parcialmente. Ela era um dos poucos oráculos de Heliodor remanescentes na Federação
e na Teocracia, capaz de localizar ameaças distantes.
“Tornou-se bastante fraco, mas há vestígios da cor que os Espers da Teocracia deixaram para
trás quando o detectaram. Afinal, a ameaça que seus oráculos encontraram não era o Halcyon.
“…Então realmente não é. Os funcionários da Federação definitivamente sabem como fazer

seu trabalho.”
As ações e movimentos do Halcyon eram, honestamente falando, bastante antinaturais.
Mesmo que percebesse o fato de que o reconhecimento da Teocracia o havia descoberto, isso
não significava que tinha que ir em frente e atacá-los. ele veio

mais perto, como se estivesse se exibindo. Como se os convidasse a abrir hostilidades com
ele.
Enquanto estava lá, a atenção da Teocracia tinha que permanecer focada nele.
Afinal, os territórios da Legião foram permanentemente bloqueados pelo Eintagsfliege, e o
setor em branco e sua ameaça cinzenta rejeitaram a entrada de toda e qualquer vida.
Mas eles o colocaram lá para evitar que a humanidade chamasse sua atenção para
aquela área. O Halcyon era uma isca imponente destinada a alertar o olhar da verdadeira
ameaça à espreita nas profundezas dos territórios.
“Devemos compartilhar isso com o Strike Package. Talvez eles tenham encontrado
algo do lado deles.”
O papel de Zashya dentro do batalhão aerotransportado era atuar como um relé de

comunicação e oferecer análise avançada de informações. E também…
“…Você fez bem, Sirins. Inicie a sequência de autodestruição.
Os Sirins haviam sido implantados desde o dia anterior. Não dentro dos Alkonosts, mas
simplesmente em suas formas humanóides. Ela os fez investigar a área de cem quilômetros
nos territórios da Legião. E agora Zashya deu a seus pássaros mensageiros esta ordem. Era
lamentável, mas eles não podiam permitir que a Teocracia, ou pior, a Legião, colocasse as
mãos neles.
Qualquer informação óptica que os Sirins percebessem era retransmitida e armazenada
dentro de Królik. Eles só tinham visto as coisas à distância, já que não podiam se dar ao luxo
de serem descobertos e capturados, mas era o suficiente para usar para análise.
Olhando para a imagem em sua subjanela, ela sussurrou:
“Impressionante, Príncipe Viktor. Eu encontrei. É como você esperava.
Diante dela estava a imagem do andaime de uma torre imponente...
a forma de um prisma hexagonal.
Parecia que Hilnå não havia mandado seu pessoal atrás da equipe de manutenção que havia
ficado na base. Talvez ela simplesmente não tivesse homens suficientes para fazer isso.
Houve um pouco de luta, mas a equipe de manutenção conseguiu manter a catapulta Armée
Furieuse segura.
No momento em que se reagruparam com Lena e a equipe de controle, o 2º Exército

Corps chegou para protegê-los e eles cuidadosamente permitiram que Vanadis entrasse.
Assim que finalmente se sentiram seguros o suficiente para relaxar um pouco, receberam a
notícia de que a unidade de resgate havia se reagrupado com o batalhão aerotransportado.
Logo depois, o Para-RAID de Lena recebeu uma ligação do comandante do batalhão
aerotransportado e, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Lena falou.
"Canela. Bom trabalho lá fora.
"Lenha."
Era o tom sereno de sempre de Shin. A batalha com o Halcyon foi bastante severa, mas
felizmente, parecia que ele não estava gravemente ferido. Lena suspirou de alívio. Um
momento depois... “Lena, você
poderia enviar Fido? temos algo que
precisa coletar”.
Realmente?
A primeira coisa que ele disse a ela, logo de cara, foi sobre Fido?
É verdade que o trabalho de recuperação ainda não estava completo, o que significa que
eles ainda estavam efetivamente no meio da operação. A esse respeito, o comportamento de
Shin era justificável, mas entre isso e todas as outras coisas que a mantinham tensa, Lena
considerou seu pedido mal-humorada.
Afinal, as coisas também estavam muito difíceis do lado dela. Ela trabalhava até o limite e
estava bastante preocupada com ele.
Shin então riu sobre a Ressonância.
"Desculpe, não resisti... Mas realmente preciso que você mande Fido."
"Vixe...!"
“Estamos bem neste lado. Embora eu tenha ouvido que você teve que puxar alguns
faça acrobacias malucas e escape do QG do inimigo.”
Seu tom era claramente provocador. Lena franziu os lábios.
"…idiota."
“Bem, não fui eu quem disse essas coisas perturbadoras logo antes de uma
operação.”
Aparentemente, a pequena briga deles antes do início da operação ainda não havia
terminado. Lena verificou o relógio na tela ótica, que mostrou que haviam se passado apenas
algumas horas. Mas parecia que eles tiveram aquela discussão boba dias atrás. Ela curvou os
lábios em um sorriso meloso. E ela disse de novo, desta vez de uma forma mais despreocupada,
seu tom cheio de felicidade.
"Seu otário."

Shin não disse nada em resposta, mas ela podia senti-lo sorrir sobre a Ressonância.
"E pode ser um pouco cedo demais para dizer isso, mas... bem-vindo de volta."
"Sim... é bom estar de volta."
Talvez percebendo que ela estava falando com Shin, Fido cambaleou animadamente.
Vendo pelo canto do olho, Lena fez uma pergunta. Ela desejou que eles pudessem continuar
conversando um pouco mais, mas ela não podia perder muito mais tempo com brincadeiras
que não estivessem relacionadas à operação.
"Então você disse que havia algo que você precisa coletar?"
"Certo", disse Shin com uma pitada de hesitação, olhando para o Halcyon.
O esquadrão Spearhead havia se afastado dele para não ser pego pelo tiro do
Trauerschwan, e eles se reagruparam em torno de seus destroços após sua eliminação. Por
meio de sua capacidade de ouvir as vozes da Legião, ele ainda podia ouvir que mal funcionava
dentro dos destroços amassados. Seu poder permitiu que ele detectasse onde estava o núcleo
de controle.
“Alguns deles foram destruídos, mas precisamos coletar os
destroços dos cinco railguns e parte do núcleo de controle do Halcyon.
Para ajudar em seu retorno, a Teocracia preparou um trem especial e extravagante perto da
fronteira da Teocracia, que os levaria de volta para casa. Esta foi a maneira de seu país mostrar
gratidão e boa fé por ter as forças da Federação apanhadas em seu escândalo.
A área estava longe das linhas de frente. Aqui, as cinzas vulcânicas mal alcançavam o céu
azul. Os vagões da locomotiva moviam-se lentamente pelas planícies outonais deste país
estrangeiro. Um vento florido, trazendo consigo o perfume dos arbustos nativos da região,
entrava pela janela aberta. Essas flores eram pequenas flores douradas, frequentemente
usadas como folhas de chá na Teocracia.
Era um chá que Lena havia se acostumado a beber no último mês.

Durante os briefings, ou durante suas refeições diárias na base... e durante uma reunião que a
Teocracia realizou para se desculpar formalmente pelo incidente de Hilnå.

Os Teshat talvez não pudessem ser vistos como responsáveis, pois estavam apenas
cumprindo ordens. Mas Hilna havia se rebelado contra seu país. Lena perguntou o que seria
dela depois disso... mas o primeiro general sagrado, Totoka, apenas disse que ela não seria
executada por isso. A fé proibia o derramamento de sangue como um mal absoluto, e foi a
Teocracia que forçou o Teshat ao serviço militar. Mesmo que ela fosse uma criminosa, a
execução seria vista como assassinato e como um pecado da mesma forma. Por causa
disso, a Teocracia não permitia a pena de morte.
Seus laços familiares e de clã serão cortados, e ela ficará confinada a seu
lar. Isso é certo.
Quando os santos que cuidavam dos assuntos do governo vieram visitar o quartel que
o Pacote de Greve usou durante sua expedição, ela conheceu o primeiro general sagrado
no salão do quartel. Esta foi a resposta que ele deu quando ela perguntou.
Muito parecido com Hilnå, ele era muito mais jovem do que sua posição implicaria. Ele
parecia ter cerca de vinte anos e tinha os longos cabelos dourados presos em uma trança.
Seus olhos também eram de um tom dourado.
Pessoalmente, eu preferiria que ela pudesse ser perdoada de sua prisão domiciliar assim
que a guerra terminasse... Mas eu não deveria estar dizendo isso na sua frente. Não depois
que ela ameaçou suas vidas. No entanto, você se recusou a matá-la e aos pequenos. Não
deveríamos então cumprir a vontade da deusa da terra e poupar sua vida?
E o Teshat? Lena perguntou.

Eles realmente são inocentes. Um santo os ordenou e eles foram obrigados a obedecer.
Isso é tudo. Eles serão enviados de volta para serem reeducados assim que o exército
estiver devidamente reorganizado... Mas pode ser o momento certo para reconsiderarmos
esses costumes. Talvez a Legião seja a maneira da deusa da terra nos mostrar que não
podemos mais continuar assim.
Lena compreendia perfeitamente os sentimentos do general. Ele pretendia lutar contra
os costumes que dominaram esta terra por séculos. Talvez como forma de absolver Hilna
de seus pecados. Ela teve sua família roubada dela e o papel de mulher sagrada imposta a
ela pela guerra.
Ainda assim... enquanto Lena achava que isso era o começo de uma mudança, o
começo de um passo à frente, ela estava com o Oitenta e Seis esse tempo todo. E alguns
deles não concordavam com a ideia de virar as costas para o campo de batalha e viver suas
vidas em uma jaula dourada de paz. Então talvez o

o mesmo valeria para o Teshat.

Talvez fosse verdade para Hilnå, que chorou e implorou para que nada mais fosse
tirado dela - tanto que ela lançaria sua própria pátria nas chamas pela causa.
"Vaia."
"Eep!"
Enquanto olhava pela janela, perdida em pensamentos de coisas que não tinha poder
para mudar, sentiu algo frio tocar sua nuca. Lena se virou surpresa, apenas para encontrar
Kurena. Ela tinha duas garrafas de refrigerante nas mãos e aparentemente pressionou a
superfície fria e gotejante de uma delas contra a pele de Lena.
Era uma bebida aromatizada com mel e frutas cítricas, exclusiva da Teocracia.
Entregando uma das garrafas para Lena, ela se sentou à sua frente.
“Você está pensando nas crianças do exército da Teocracia?” ela perguntou a ela.
"Sim ..." Lena suspirou, envolvendo as mãos em torno da garrafa fria.

Kurena deu de ombros para ela casualmente.
“Veja, você não deveria ter que arcar com tudo assim. Isso só vai te puxar para fora.”
Sentindo o par de olhos prateados nela, Kurena se concentrou intencionalmente em abrir

sua garrafa. Kurena certamente se sentiu mal por eles também, é claro. Hilnå e o Teshat
foram forçados a lutar e tiveram seus futuros tirados deles. Eles eram como imagens
espelhadas dos Oitenta e Seis. mas…
“Pode parecer frio vindo de mim, mas não há mais nada que você ou eu possamos
fazer por eles. Eles são os únicos que podem decidir seus destinos.”
Quando os Oitenta e Seis foram acolhidos pela Federação, eles tiveram pena e foram
instruídos a entrar em uma jaula de paz. A Federação disse que era para sua felicidade...
Mas os Oitenta e Seis odiaram. Kurena ainda odiava essa ideia.
A liberdade era inteiramente sobre escolha, afinal - e isso incluía o que fazia alguém feliz
e como alguém queria levar sua vida.
Se liberdade era isso, ela queria escolher por si mesma.
E se essas crianças não pudessem escolher seus próprios destinos... elas
provavelmente nunca seriam capazes de escapar das memórias do

Incontáveis coisas que lhes foram tiradas.

“Além disso, você não disse isso, Lena? Você não pode se concentrar em crianças de outro
país. Você tem alguém que precisa priorizar ao seu lado.
Então é melhor você tratá-lo como seu número um, entendeu?
"Hmm... você quer dizer...?"
Nem preciso dizer, é claro.
O rosto de Lena ficou vermelho e seus olhos prateados correram ao redor por um momento
em pânico. Kurena não iria ignorar isso, no entanto. Ela olhou para ela ameaçadoramente com
seus grandes olhos dourados. Ela tinha o direito de fazer essa pergunta. Ela absolutamente,
definitivamente fez.
"Você... deu a ele sua resposta?"
"Eu... eu fiz..." Lena respondeu, seu rosto vermelho como uma beterraba e sua voz quase
inaudivelmente fina.
Sua reação deixou claro que ela não estava mentindo. Aliás, algumas outras garotas - Anju,
Shiden, Michihi, Mika e Zashya - estavam sentadas por perto e se viraram para olhar para a
conversa enquanto fingiam ser casuais. Lena percebeu isso, é claro. Daí sua timidez.
Mas de qualquer forma, Kurena assentiu. Bom. Porque se ela não desse a ele um
resposta...Kurena seria duramente pressionada para fazer o que viria a seguir.
“Então a primeira coisa que você tem que fazer quando voltarmos para casa é convidar Shin
para um encontro. É seu primeiro encontro como namorada dele. Você precisa torná-lo
inesquecível.
Não que ela realmente soubesse muito sobre o que namorados e namoradas faziam, mas
aparentemente, era assim que as coisas aconteciam.
Anju se inclinou em seguida. Ela colocou os dois cotovelos no encosto do assento atrás de
Lena e olhou para baixo.
“Nesse caso... Lena, a Tenente Esther nos deu um presente de despedida antes de
deixarmos os Países da Frota. É um perfume único nativo daquela região, feito com algo chamado
âmbar cinza. Aparentemente, eles coletam dos leviatãs? Eu tenho um pouco, mas cheira muito
bem. Ela nos disse para entregá-lo a você se você der uma resposta clara a Shin.
“… Por que a tenente Esther também sabe disso…?!”

A resposta foi que Lena estava tão ocupada fugindo de Shin que todos se sentiam mal por
ele. Então Marcel consultou a tenente Esther, Anju reclamou e Rito acidentalmente deixou
escapar. Como tal, Ishmael e alguns dos outros oficiais ouviram ou foram consultados sobre isso.
Ismael ajudou

Participe na obtenção do perfume âmbar cinzento para eles.

Mas tirando isso, Anju sorriu para ela.
“Aparentemente, é algum feromônio que os leviatãs emitem durante a temporada
de acasalamento. Então a tradição dos clãs do Mar Aberto é usá-lo durante o namoro
ou na noite de um casamento.”
"Anju?!"
“Além disso, aparentemente, o rei do Reino Unido de três gerações atrás o espalhou
pelo quarto em sua primeira noite. Ele invocava o azul profundo do fundo do oceano e
tinha a dignidade de um dragão ou algo assim. De qualquer forma, dizem que é um
cheiro muito distinto e agradável.
“Huh, então isso realmente não deixa você no clima? Chato,” Shiden disse
secamente.
“Se quiser algo mais romântico, que tal um perfume de gardênia ou jasmim?”
Michihi entrou na conversa. “A família do meu clã tinha o costume de aplicá-lo borrifando
no ar durante a primeira noite. Ele usa todas essas flores que têm esse aroma doce e
sexy com efeito afrodisíaco!”
E enquanto ela ria e sorria com essa troca barulhenta, Kurena silenciosamente se
afastou.
Alguns dos compartimentos do trem foram ocupados pelo Regimento Myrmecoleo,

com o restante sendo atribuído ao Pacote de Ataque. De uma forma ou de outra, seus
compartimentos acabaram sendo separados em compartimentos para homens e
mulheres.
Kurena abriu a porta horizontal que levava ao compartimento adjacente para os

meninos. Ela tinha verificado onde ele estava antes do tempo. As janelas aqui também
estavam abertas, e assim o leve aroma de flores flutuava. Dentro de um camarote
para quatro pessoas, ela encontrou Shin cochilando, encostado no encosto de seu
assento.
Ele havia sido ferido durante a operação anterior e foi enviado para comandar esta
operação aerotransportada assim que se recuperou dos ferimentos. E esta missão
deixou-o bastante maltrapilho à sua maneira. Ele provavelmente estava exausto.
O livro que ele estava lendo estava aberto em suas mãos, e ele parecia tão indefeso
que a ausência do gato preto sentado em seu colo parecia quase antinatural.

Ela lançou um olhar para Raiden, que estava ocupando o assento oposto e
simplesmente ergueu uma sobrancelha de forma provocante enquanto ele se levantava.
Ele deixou o compartimento, cutucando Rito e alguns dos outros garotos do esquadrão
Claymore que espiaram lá dentro com curiosidade, e os levou para fora junto com ele. Ele
então acenou para alguns dos outros membros do esquadrão Spearhead sentados por
perto, como Claude, Tohru e Dustin, e gesticulou para que eles se levantassem também.
Em pouco tempo, eram apenas ela e Shin no compartimento.
Você não precisava fazer isso.
Ela estava aqui apenas para poder colocar seus próprios sentimentos à vontade. O
próprio Shin não precisava ouvir. Ela simplesmente diria sua peça e acabaria com isso. Ele
poderia dormir com isso por tudo que ela se importava. Afinal, ele estava cansado, então
não acordá-lo seria melhor.
Mas então ela balançou a cabeça. Sua timidez estava elevando sua cabeça mesmo
neste momento, sussurrando aquelas palavras sedutoras em seus ouvidos. Mas não. Isso
não seria certo. Ela tinha que colocar seus sentimentos para descansar. Enfrentá-los de
frente e resolver tudo. Fugir iria anular o propósito.
"Shin," ela o chamou suavemente. "Shin, um... você tem um minuto?"
"…Milímetros." Uma voz escapou de seus lábios quando ela o sacudiu um pouco.
Ele abriu as pálpebras e piscou algumas vezes antes de olhar para Kurena.
Seus olhos vermelho-sangue. A única cor que Kurena achava ser a mais bonita do
mundo. E antes que ele pudesse perguntar a ela o que é isso?, Kurena o venceu.
"Eu te amei, Shin."
Seus olhos vermelhos piscaram uma vez. E então eles se contorceram amargamente,
dolorosamente. Era porque ele sabia que não podia e não tinha intenção de responder às
palavras de Kurena, seus sentimentos.
…Sim. Eu sei. Você não iria se esquivar da pergunta. Você não vai fugir ou mentir
sobre o fato de que você não pode responder. Essa é a parte cruel sobre você.
Você é honesto de uma forma cruel.
"Eu te amo até agora... provavelmente sempre vou te amar."
Mesmo que ela amasse outra pessoa mais tarde, ela ainda amaria Shin. Mesmo que
essa pessoa hipotética a amasse de volta. embora

ela não podia nem começar a imaginar isso, mesmo se ela começasse uma
família com aquela
pessoa... ...ela sempre, sempre amaria Shin.
Ele era um salvador para ela e seus amigos no Setor Oitenta e Seis. ao
camarada. Um irmão de armas. E realmente, ela teria desejado que ele a tivesse
escolhido em vez de qualquer outra pessoa. Ele era o que ela mais amava, aquele
de quem ela mais dependia.


Ela o amava, como um irmão.

Meu... gentil e precioso Ceifador.
"Entao e por isso…"
Ela queria que o caminho de seu camarada, sua família, a pessoa com quem ela mais se
importava no mundo fosse abençoado. Era, talvez, o desejo mais natural e óbvio que alguém
poderia nutrir por outro. Mesmo com o mundo sendo o que era, desejar isso era de se esperar.
"…você tem que ser feliz. Você tem que encontrar a felicidade,”
Kurena disse a ele com um sorriso.
Shin permaneceu em silêncio por um breve momento. Ele estava dividido entre a resposta
que queria dar a ela e as palavras que poderia dirigir a si mesmo. E depois de permanecer em
silêncio e aceitar esses sentimentos conflitantes, ele finalmente disse uma coisa.
Não importava o que ele queria dizer a ela, ele não conseguia responder aos sentimentos de
Kurena, então ele disse a única coisa que tinha permissão para dizer.
"Desculpe."
“Não fique. Afinal, até agora…”
E mesmo agora. E provavelmente sempre.
"... Eu nunca me arrependi de amar você."

EPÍLOGO
O RELÓGIO CONTINUA, MESMO EM

O ESTÔMAGO DO CROCODILO
Quando Lena e os outros voltaram para a base de Rüstkammer, relatos da operação com os
militares da Teocracia e a situação de seu exército já estavam no ar há vários dias no noticiário.
Além disso, por meio do que pode ou não ter sido um mal-entendido, o Regimento Myrmecoleo
ajudando a recolher o batalhão aerotransportado após a derrota do Halcyon de alguma forma
foi dramatizado para eles “resgatando” o Oitenta e Seis.
“Não está errado, mas é uma história muito... enfeitada.” Lena conseguiu enquadrar isso
da maneira mais diplomática que pôde.
Gilwiese (que foi descrita como uma jovem nobre leal à arquiduquesa) e Svenja (que teve
sua tenra idade de dez anos omitida e foi chamada de "beleza inigualável") atraíram grande
parte da atenção da mídia. O noticiário quase parecia um tablóide. Lena considerou toda a
situação com um sorriso irônico.
Nos seis meses desde o lançamento do Pacote de Greve, a mídia e o público começaram
a considerar suas realizações e sucessos militares como algo de se esperar. Eles estavam
ficando entediados com isso. Agora eles tinham um novo assunto para chamar sua atenção;
eles precisavam de novos heróis para admirar.
Lena notou com um estranho sorriso que, talvez ao contrário de Svenja,

Gilwiese não ficaria muito satisfeito com essa atenção. Grethe simplesmente deu de ombros.
“Imagino que a arquiduquesa Brantolote mexeu os pauzinhos para que isso acontecesse.
Essa é a razão pela qual esse regimento existe de qualquer maneira.
"E eles decidiram bancar o bobo da corte para distrair as massas", acrescentou Vika em um
tom prático. “Um arquiduque não glorificaria os atos de seus próprios soldados apenas para
monopolizar todos os holofotes.”
Lerche, que teve seus reparos concluídos enquanto o Pacote de Ataque estava na Teocracia,
estava de pé atrás dele, como sempre. Ele então olhou para o papel que acabara de ser entregue
da sede integrada da Federação.
“Afinal, não podemos deixar que a mídia relate isso. Até que possa ser colocado em uso
prático, você deve mantê-lo escondido até mesmo de seus próprios civis, para que a Legião de
alguma forma não saiba disso.
"-Garfos."
Desde sua operação nos Países da Frota, o Pacote de Ataque recebeu outra diretiva, além de
destruir importantes posições da Legião.
Eles deveriam capturar os núcleos de controle das unidades comandantes da Legião.
Durante esses ataques simultâneos, não apenas a 1ª Divisão Blindada de Shin teve sucesso
nessa tarefa, mas a 2ª Divisão Blindada e um Regimento Livre que estava atacando outra posição
também recuperaram os núcleos de controle de algumas unidades Weisel.
E os resultados desses esforços foram a pequena montanha de papéis empilhados na frente

deles. Na verdade, eram documentos em papel, não eletrônicos, que eram normalmente usados
pela Federação. Essa foi uma precaução destinada a impedir que a Legião de alguma forma
acessasse essa informação vital.
“Folhas de especificações técnicas para um Morpho produzido em massa, o Noctiluca e o
Halcyon. E mais importante, dados de localização para várias posições de comando da Legião.
Este é um grande lance.
"Garfos. E se for esse o caso, então…”
Durante todo o caminho desde a Teocracia até a Federação, cinco Processadores confessaram
seus sentimentos a Kurena, por qualquer motivo.
Eles sabiam que Kurena ansiava por Shin, e ao ouvir que ela finalmente

chegaram a um acordo com seus sentimentos, todos eles pararam para expressar seus
próprios sentimentos por ela. Dois deles eram conhecidos dela, dois com quem ela mal
falava, e um deles era um cara da mesma idade que ela, de seu pelotão. Ele disse que
escondia seus sentimentos, mas sempre a admirou.
Ser desejada era estranho daquele jeito delicado. Mas enquanto ela apreciava que eles
considerassem a situação, ela não podia deixar de se sentir estranhamente irritada com o
fato de que todos eles efetivamente esperaram que ela fosse rejeitada.
Com aquela emoção estranha fermentando em sua mente, Kurena caminhou pelos
corredores da base. Virando uma esquina, ela se deparou com Theo, que acabara de sair
de seu quarto.
"Oi Kurena. Bem vindo de volta."
Seu tom era leve. Mesmo que sempre.
"Obrigado... Finalmente saiu do hospital?"
“Sim, recebi alta há pouco tempo. Vim hoje pegar minhas coisas.
Algo estava saindo de sua manga no lugar de sua mão esquerda perdida. Não era... um
membro protético, mas sim um gancho, por qualquer motivo.
Percebendo o olhar de Kurena, Theo riu.
“Ah, isso. Legal, não é? O capitão Ishmael o enviou para mim.
Kurena se sentiu culpada por pensar nisso, tanto por causa de Theo quanto de Ishmael,
mas... pareceu-lhe estranho.
"Isso, uh, sabe... Faz parecer que um crocodilo comeu minha mão."
"Oh aquilo. Bem, acho que isso é verdade para os piratas…”
Ele ergueu a mão de gancho enquanto carregava uma bolsa grande no ombro.
Essas foram provavelmente as coisas que ele parou para pegar. E como seu quarto aqui
era tecnicamente seu “local de residência”, o fato de ele ter vindo pegar suas coisas
implicava algo.
"...Você está se aposentando?"
O sorriso desapareceu de seus olhos de jade quando ele olhou para ela. Não havia
raiva por ela tocar naquela ferida, ou tristeza. Eles estavam serenos. Como água morna.
“Bem, eu não estou planejando fazer isso. Ainda não. Mas preciso ir para a reabilitação
e, como vou trabalhar em um ramo diferente das forças armadas, meu currículo também vai
mudar.
Ele não poderia permanecer um processador no ramo blindado. Então, em vez disso, eu

iria por outro caminho. Longe desta base. E talvez ele deixasse o exército completamente.
“Vou ver como é longe do campo de batalha um pouco mais cedo do que o resto de
vocês,” Theo disse com um sorriso brilhante. “Pessoas que desistiram pelo mesmo motivo
estão me ajudando… E se acontecer com mais alguém, posso ajudar.”
"Sim." Kurena acenou de volta para ele com um sorriso.

Mesmo que não pudesse ficar no campo de batalha, mesmo que não pudesse lutar, ele
poderia encontrar algo novo para lhe dar forma. Levaria algum tempo, mas ele poderia fazê-
lo. Afinal, eles já haviam se definido como Oitenta e Seis uma vez antes.
Para que ela pudesse acreditar tanto em Theo quanto em si mesma. Porque agora... ela
não precisava mais ter medo. Ela podia se despedir dele com um sorriso.
"Sim. Até mais, Theo.
“Portanto, os resultados da análise desses núcleos de controle já foram divulgados. Os

superiores da Federação realmente estavam motivados com isso, hein?
“Eles nos pediram para obter esses núcleos de controle porque achavam que eram
importantes ou necessários e fizeram isso rapidamente. Talvez isso apenas mostre que a
Federação se sente seriamente encurralada.”
Lena e os outros oficiais obtiveram os resultados da análise, e essa notícia também
chegou a Shin, o capitão do esquadrão, e seus tenentes. Como tal, o fato de Shin e Raiden,
respectivamente o capitão e o vice-capitão da 1ª Divisão Blindada, estarem discutindo esse
assunto não era natural por si só.
Mas isso foi apenas um pretexto para a conversa real que eles estavam tendo.
A fraca luz do sol de outono filtrava-se pelos corredores do quartel da base de
Rüstkammer. Foi mais ou menos nessa época, dois anos atrás, no local de descarte final que
era a primeira ala do Setor 86, que eles receberam a ordem de partir para a missão de
Reconhecimento Especial. A marcha da morte deles. E assim como então, o sol de outono
brilhou sobre eles.
Raiden falou secamente. Ele estava falando não dos relatórios de resultados oficiais para
Lena, mas dos resultados ocultos apenas eles sabiam.
"... Eles encontraram."

"Sim."
Ernst relatou isso diretamente a Shin, Raiden, Kurena e Anju, bem como a Theo antes
de deixar a base. Esta era uma inteligência secreta conhecida apenas pelos cinco deles.
Uma base oculta estimada como um ponto de transmissão capaz de enviar um comando
de desligamento para cada unidade da Legião estava entre as bases de comando que eles
descobriram.
Parecia que a ideia de acabar com a Guerra da Legião por meios convencionais era
impossível. Até a Federação estava começando a sentir a sensação de crise. Mas as chaves
necessárias para detê-lo estavam todas ao alcance de Ernst agora.
Então, o que veio a seguir foi claro.

Eles deram uma volta no corredor, onde encontraram Anju, e atrás dela... estava
Frederica. A garota olhou para Shin com seus olhos vermelhos, que queimavam com
determinação. Ela também tinha ouvido as notícias.
Eles ainda precisariam esperar que Ernst e os outros concluíssem suas manobras
políticas para garantir a segurança de Frederica. E a próxima operação seria grande, então
os militares teriam que se preparar adequadamente.
Mas mesmo assim, uma vez que acabou...
“Vamos para a contra-ofensiva.”

POSFÁCIO
Estou no limite do meu limite de páginas, então sem conversa fiada desta vez!
Olá a todos, aqui é o Asato Asato. Obrigado por esperar como sempre! 86
— Eighty-Six, Vol. 9: Valkyrie Has Landed está aqui para o seu prazer de leitura.
Desta vez, cobrimos o arco da Teocracia. Como você provavelmente já imaginou, o
Teshat vem da mesma inspiração do Eighty-Six. Na verdade, eu estava planejando escrevê-
los em outro romance, mas acabei introduzindo-os em 86 de qualquer maneira.
Primeiro, alguns anúncios. Na verdade, estou tão limitado no espaço da página porque
há tantos anúncios a fazer, o que é muito emocionante.
O volume 1 do mangá 86—Operation High School de Somemiya está à venda!
E! A Bandai também anunciou que venderá modelos de plástico dos Juggernauts e Lena! E
Ichiban Kuji anunciou que também lançará mercadorias! O mundo de 86 continua se
expandindo a um ritmo alarmante! Por favor, apoiem todos eles, assim como a adaptação
do mangá de Yoshihara e a adaptação do anime!
A seguir, alguns comentários.

• O Armée Furieuse
A nave espacial que leva nossos heróis para a batalha é importante.
Desde o Volume 3, venho quebrando a cabeça sobre como romper a Legião e
transportar Shin e seu grupo para a batalha contra o chefe final. No Volume 6,
percebi que eles não podem simplesmente abrir caminho através das linhas inimigas.
No entanto!

Se eles não conseguirem abrir caminho, eles só precisam voar sobre ele. E o tanque
leve M551 Sheridan, que serviu de inspiração para o Juggernaut, também
foi retratado após os Ghost Riders (mencionados mais tarde), então pensei, sim,
vamos fazê-lo voar!
Mas as aeronaves não podem voar pelo ar por causa do Eintagsfliege... Então,
por que não dispará-las com uma catapulta?! Não se preocupe, vai ficar tudo
bem - o Morpho está bem ali, atirando projéteis que pesam várias toneladas por toda
parte, então isso pode funcionar! E o Volume 5 teve o Ameise sendo impulsionado
usando catapultas, então se eles podem fazer isso, os Reginleifs também podem
descobrir algo!
Foi assim que criei uma unidade aerotransportada impulsionada por uma
catapulta.
Deus, eu me sinto
estúpido. • Os Cavaleiros Fantasmas
Um exército de fantasmas galopando pelo céu noturno. Na mitologia alemã e

nórdica, diz-se que o próprio Odin lidera os cavaleiros. E como Shin já é
considerado Odin, por que não fazer dos Eighty-Six the Ghost Riders, então? Na
verdade, esse era o nome original que eu tinha em mente para o esquadrão Nordlicht
no arco da Federação. Mas não o usei então, então imaginei que poderia usá-lo
para o armamento aéreo.
Por último, alguns agradecimentos.
Aos meus editores, Kiyose e Tsuchiya. Não há muito que eu possa dizer desta vez
além de... me desculpe...
Para Shirabii. Enquanto escrevia este volume, fiquei muito empolgado ao ver
como você desenharia o confronto de Frederica e Svenja no Capítulo 2.
Para I-IV. Eu estava realmente ansioso para aproveitar o fato de você ter incluído
aletas de calor em todas as unidades da Legião. Com o Volume 9, finalmente tive a
chance!
Para Yoshihara. O arco da República está finalmente chegando ao seu clímax no
mangá!
Para Somemiya. O estudante Shin continua provocando Lena o tempo todo. dê a ele
algum karma ruim já!
Ao Diretor Ishii. A maneira como você renderiza Kurena é muito fofa. eu bonita

much escreveu o Volume 9 por ciúmes de quão adorável você a fez parecer!
Para Bandai. Já encomendei meus modelos de plástico. Yay!

E a todos vocês que adquiriram este livro. Muito obrigado a todos.
A história do orgulho e das cicatrizes dos Oitenta e Seis, que está em andamento desde o
Volume 4, finalmente chega à sua conclusão neste volume. A partir de agora, eles começam
a lutar com os olhos fixos no futuro. Por favor, observe a história deles por mais um tempo.
De qualquer forma, espero que, mesmo por um breve momento, eu possa levá-lo ao
campo de batalha nos confins mais distantes, onde as cinzas caem como neve. Para ela e
para o lado deles enquanto vacilam nos interstícios do orgulho, desejos e maldições.
Música tocando enquanto escrevo este posfácio:

“Amusement City Veronica” por YurryCanon

Obrigado por comprar este ebook, publicado pela Yen On.
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Press, juntamente com ofertas especiais e conteúdo exclusivo, inscreva-se no boletim
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86-EIGHTY-SIX, Vol. 9 Valkyrie Has Landed - Unlocked - Compressed PDF

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Tradução de Roman Lempert

Este livro é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são

Tradução para o inglês © 2022 por Yen Press, LLC

A digitalização, upload e distribuição deste livro sem permissão é um roubo da

Primeira edição do Yen On: fevereiro de 2022

Yen On é uma marca da Yen Press, LLC.

Nomes de dados de catalogação na publicação da Biblioteca do

Outros títulos: 86—oitenta e seis. Descrição

Disciplinas: CYAC: Ficção científica.

ISBNs: 978-1-9753-3999-9 (brochura)

Prólogo: A Besta da Gula Capítulo

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Junte-se ao nosso Discord e conheça milhares de leitores do LN para conversar

<<Planeje Schwertwal para todas as unidades de guarnição do setor em branco.>>

antes que suas pernas finalmente cedessem e ele tombasse.

Os uivos da máquina cruzaram o ar cinzento e nebuloso. Esta terra foi descartada e

<<Sinal de resgate do Plano Schwertwal recebido. Reconhecido. Desdobrando forças.>>

<<—Você é capaz de integração?>>

Apesar de eventualmente falhar em sua tarefa de conquistar o maior ninho de leviatã, o

"...Desculpe." Dustin baixou a cabeça.

“Somos oficiais especiais e o exército investiu dinheiro em nosso treinamento.

Os grandes países ao norte e ao sul ostentavam tecnologia altamente avançada. O

“As próteses do Reino Unido são construídas para uso em seus

“A capitã Olivia também mencionou a tensão mental que a tecnologia cria”,

Dezoito membros do esquadrão Brisingamen morreram ou desapareceram durante a batalha. Alguns

Um deles era o vice-capitão do esquadrão, Shana.

"... Acho que esse é um caminho a percorrer."

Eles sobreviveram a tudo juntos, e ainda...

"Tenho certeza que você vai encontrá-la lá."

comandante estavam estacionados na Aliança de Wald no momento. Apesar das grandes

acostumado, ter um amigo saindo da ativa assim... dói.”

Eu conheço esse sentimento. É o mesmo para nós.”

O esquadrão Sledgehammer original, que era a primeira unidade defensiva na frente

pertencentes a nós, humanos. Certo?"

onze Goldenagato | mp4directs.com

para a ponte nessas condições.

em múltiplas bases de produção.”

peças de produção Weisel; especialmente seus núcleos de controle.”

A Legião não usava fala humana, e com a cobertura Eintagsfliege

O Armée Furieuse - o novo armamento do Reginleif. Colocá-lo em uso a bordo do supercarrier

“Mesmo depois de chegar à Federação, eu tinha dúvidas se a guerra iria ou não

“Você sempre encontra a pior coisa para dizer, não é?”

Esperava-se que os quatro comandantes, assim como os capitães de esquadrão e

Shin estreitou os olhos. O setor em branco na ponta mais ao norte do oeste

quinze Goldenagato | mp4directs.com

provavelmente foi embora... Espero que você tenha a chance de se vingar.

sobrancelha ou virar uma única mecha de cabelo - ele respondeu:

Ele não compartilhou essa informação, nem mesmo com eles.

"... Irmão Zafar."

Ele ignoraria isso - por respeito ao seu precioso irmãozinho.

"Você e meu pai devem permitir que eu faça isso?"

Lerche suspirou desanimado. Os Sirins não respiraram, mas Vika permitiu

"Você tem minha gratidão."

vinte Goldenagato | mp4directs.com

"... Desculpe, eu estava inconsciente debaixo d'água quando apareceu."

Eu também sou um sobrevivente... Sobrevivi ao Setor Oitenta e Seis, a ofensiva em

"... Eles realmente comem essas coisas...?"

As pupilas douradas de Kurena se contraíram. Meu jogo? Saímos fácil…?!

"Como posso ficar calmo...?"

“…Eu posso ter ido longe demais,” Mika murmurou.