Você está na página 1de 9

FACULDADE DE ENGENHARIA DE SOROCABA

Bacharel em Engenharia Química


Laboratório de Engenharia Química

Operação da estação de tratamento de água


(ETA)

Afonso Santos – 132582

Daniel Lui - 110120

Guilherme Loureiro – 132664

Lucas Fonseca – 132684

Magno Nhã - 130446

Prof. Me. Valter Luís Zuliani Stroppa

Sorocaba, 15 de Março de 2016


1. OBJETIVOS

Tratamento e análise de água bruta através de uma estação de tratamento de água


(ETA), utilizando floculadores, sedimentadores, filtros e substâncias químicas como
ácido, base e floculante onde atuaram na separação de partículas sólidas e no
controle de pH e como complemento o teste de floculante utilizando o método do Jar
Test.

2. INTRODUÇÃO

Com o crescimento continuo da população, industrialização e a agricultura a


demanda por água de qualidade adequada e potável também aumenta, muitas vezes
os moradores e empreendedores da região não tem acesso à água na superfície e
isso faz com que eles busquem água subterrânea que na maioria das vezes contem
impurezas e contaminantes, e para que a água possa ser utilizada, devemos nos
certificar que ela esteja limpa e tratada.

Por isso, uma das prioridades da sociedade é o tratamento de água, que tem
como principal objetivo a purificação da água bruta para que atenda às necessidades
de consumo do ser humano.

Neste experimento utilizou-se parte do padrão de tratamento para as ETA’s


reais: Floculação, Sedimentação, Filtração e controle de pH. Contudo, nas reais
estações de tratamento, há ainda fases finais de desinfecção, com uso de cloro e
fluoretação, para tratamento de cáries de quem a consome. [2]
3. MATERIAIS

 Água da torneira;
 Água bruta (coletada na lagoa da Facens);
 Bombas Peristálticas;
 Floculante (PAC) [3];
 Solução ácida;
 Solução Alcalina;
 Béquer;
 Pipeta de Pasteur;
 Pipeta graduada;
 Pêra;
 Turbidímetro MCF 500;
 Baldes;
 Mangueiras;
 Bomba submersa;
 Jar Test;
 pHmêtro;
 Soluções padrões.
4. MÉTODO

A introdução aos seguintes partes do equipamento é de extrema importância para o


completo entendimento do experimento:

Tanque de mistura rápida: Processo de mistura dos agentes químicos (ácido, base
e floculante) com a água bruta, facilitando a homogeneidade da alimentação;

Floculador: Processo onde é alimentada a mistura homogenia provinda do tanque de


mistura rápida com a função de aglutinar as impurezas presentes na água bruta.
Neste experimento foi usado para tal fim o Poli-Cloreto de Alumínio (PAC); [3]

Sedimentador de alta taxa: A fase em que a água é deixada totalmente em repouso


para que os flocos em suspensão no líquido decantem por diferença de densidade; [3]

Filtração: Processo da passagem do líquido por um filtro com várias camadas, como:
cascalho, pedregulho e areia. Em estações de tratamento reais, há também uma
camada de carvão ativado e em algumas, outras camadas diferentes de diferentes
materiais com o fim de aumentar o rendimento; [2]

Turbidímetro: analisa a turbidez da água, devido à quantidade de partículas em


suspensão em seu meio. O Turbidímetro é calibrado com o uso de padrões, e então
experimentado com a amostra da água tratada; [1]

Jar Test: é um equipamento utilizado para o ensaio de floculação, e a obtenção das


dosagens ótimas para Floculante, coagulante e estabilizador de Ph. Para este
experimento, utilizamos apenas para o controle do Floculante. [4]
5. PROCEDIMENTO

Inicialmente transfere-se a água coletada para o tanque de água bruta (TQ1)


através de sifão com o auxílio de baldes e mangueira.
Antes da alimentação do equipamento com a água bruta, é necessário a
calibração do pHmêtro e o ajuste do controlador das bombas de solução ácida,
alcalina, floculante. Para esse experimento usou-se uma potência de 50±5% da
bomba (B1) que é utilizada para a alimentação de água bruta, e 20±10% para a
bomba (B2) que é responsável pela alimentação do floculante.
Após os ajustes de todos os parâmetros e o equipamento completo de água
tratada, abrem-se as válvulas do sistema para que a água bruta e as substâncias
possam ser mandadas para o tanque de mistura rápida, onde se encontra do eletrodo
do pHmêtro para que haja o controle e ajuste de pH automático, em seguida a mistura
homogênea de água bruta, floculante, ácido e base serão redirecionadas para os
floculadores.
Os floculadores ajudam a aumentar a área e tempo de contato dos agentes
devido à estrutura física do equipamento, fazendo com que a água circule por mais
tempo, assim aumentando a quantidade de flocos facilitando a ação do sedimentador
de alta taxa, que por sua vez fará o trabalho de reter as partículas sólidas ao máximo,
também utilizando a sua estrutura física diminuindo a turbulência do sistema para
enviar uma substância mais limpa possível para os filtros.
Depois de passado pelo sedimentador de alta taxa, direcionou-se o fluxo da
água para os filtros disponíveis: simples, duplo e lento (em ciclos diferentes) para que
fossem filtradas e retiradas as impurezas solidas que ainda estavam na água.
Por fim, a água que passou pelos filtros foi direcionada aos tanques de água
tratada (TQ2), onde eram retiradas amostras para análises de turbidez e pH.
Com todos os testes concluídos e feitos todas as análises necessárias das
amostras, devem ser realizadas a retrolavagem com o intuito de limpar os filtros
retirando todas as partículas solidas retida pelo mesmo, descarregando essa água
com impurezas no tanque de água bruta.
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A estrutura do floculador melhora muito a função da ETA, promovendo um


contato maior entre floculante-água bruta e alcalinizante-água bruta, dispondo toda
água a ser tratada aos reagentes utilizados no tratamento, porém a água bruta
utilizada no experimento estava com muitas partículas sólidas causando a formação
de flocos e sedimentação inesperada dos mesmos em um intervalo de tempo médio
de 10 minutos, representadas respectivamente pelas figuras 1, 2 e 3.

Figura 1 - Floculador início Figura 2- Floculador durante Figura 3 - Floculador final

Na figura 3, percebe-se uma falha no tratamento onde as impurezas


sedimentadas no floculador não eram esperadas nesta etapa, isso pode ter ocorrido
por conta de erro da concentração usada do floculante e também se deve considerar
que a água bruta estava com muitas impurezas sólidas que foram favorecidas a
sedimentar ao entrarem em um ambiente favorável para a decantação, esse problema
poderia ser resolvido com à adição de um decantador antes do tanque de mistura
fazendo com que entre apenas água com partículas suspensas de sólidos, facilitando
o processo inteiro.
O Sedimentador de alta taxa utilizado no experimento foi escolhido por conta
do seu menor volume ocasionando um tempo de espera menor, porém com o passar
do tempo o sedimentador foi saturado devido a alta quantidade de flocos formados,
mesmo com uma grande retenção nos próprios floculadores, podendo observar nas
figuras 4 e 5.

Figura 4 - Sedimentador início Figura 5 - Sedimentador final


Após a água ter passado pelo sedimentador, o fluxo foi redirecionado para os
filtros simples e de dupla camada, porém por limitações do equipamento á apenas
uma saída para esses filtros impossibilitando a análise individual dos mesmos. Outra
dificuldade encontrada foi na estrutura dos filtros simples e dupla camada sendo
relativamente pequeno comparado com o volume de água a ser tratada, facilitando a
saturação deles, portanto as análises da água provinda deles não deram um resultado
satisfatório, podendo ser notado na figura 6, porém o filtro lento, tendo uma camada
filtrante bem maior, teve mais sucesso ao filtrar as impurezas, trazendo assim um
resultado satisfatório, onde se pode notar a diferença da água tratada versus a água
bruta na figura 7.

Figura 6 - Amostra Filtro Figura 7 - Comparação (Tratada x Bruta)

Como complemento dos experimentos da estação de tratamento de água, foi


realizado em paralelo o teste do floculante Poli-Cloreto de Alumínio (PAC) utilizando o
método do Jar Test, para determinar a concentração de floculante para uma ação
efetiva, utilizando a água bruta e água de torneira para comparação, figura 8, onde foi
determinada proporção de 0,16% v/v de PAC, o final do teste pode ser observado à
criação de flocos e a decantação do mesmo, figura 9.

Figura 8 - Jar Test início Figura 9 - Jar Test Final


Todas as amostras retiradas passaram pelo teste de turbidez utilizando um
turbidímetro e pelo teste de pH utilizando o pHmetro do próprio equipamento (ETA),
para a comparação entre eles, os resultados estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1 - Resultado de Turbidez

Amostra Turbidez (NTU)


Água Bruta 191,00
Água da Torneira 0,31
Água tratada (ETA - Filtro Simples e Camada Dupla) 16,50
Água tratada (ETA - Filtro Lento) 0,39
Sistema contínuo (ETA) *
(*) Teste impossível, por variância do sistema

Com os valores obtidos, nota-se o alto valor de turbidez da água filtrada com
os filtros simples de camada dupla, podendo afirmar a saturação do leito filtrante,
possibilitando a passagem de impurezas. O valor de turbidez da água filtrada com o
filtro lento teve uma grande aproximação da turbidez da água de torneira, concluindo
um resultado positivo para o teste.

Os valores de pH das amostras foram basicamente próximas, tanto entre elas


quanto da amostra da torneira, contudo, as amostras dos filtros deveriam estar
preferencialmente mais próximas do pH=7, para que á água seja o mais próximo do
neutro. Resultados descritos na tabela 2.

Tabela 2 - Resultado de pH

Amostra PH
Água Bruta 7,03
Água da Torneira 7,97
Água tratada (ETA - Filtro Simples) 6,27
Água tratada (ETA - Filtro Lento) 6,27
Sistema contínuo (ETA) 6,70
7. CONCLUSÃO

Como previamente suposto, o experimento da estação de tratamento de água (ETA)


concluiu a eficácia dos equipamentos utilizados e mesmo que com possíveis
melhorias obteve-se sucesso ao tratar a água utilizando o sedimentador de alta taxa
junto com o filtro lento, chegando a um valor de turbidez próximo à água da torneira.
O Jar Test também obteve um resultado satisfatório mostrando que é necessário
uma porcentagem pequena de floculante mesmo para uma água com muitas
impurezas, também deve-se levar em consideração que o Jar Test é muito didático
para o entendimento da funcionalidade de um floculante.

8. REFERÊNCIAS
[1]http://www.saneago.com.br/site/concursos/2007/pdf/Manual_Operacao_de_Estaca
o_de_Tratamento_de_Agua.pdf

[2]http://planetasustentavel.abril.com.br/pops/como_funciona_estacao_pop1306x940.
shtml

[3]http://www3.corsan.com.br/sistemas/trat_agua_etapas.htm

[4]http://www.splabor.com.br/blog/jar-test-2/aparelho-jar-test-e-o-ensaio-de-floculacao-
saiba-mais/

Você também pode gostar