Você está na página 1de 25

Equações de Diferenças Finitas Lineares

• Na seção anterior, obtivemos a solução analítica de sistemas de


equações diferenciais ordinárias lineares com coeficientes
constantes;

• Na presente seção, vamos obter a solução exata das equações


algébricas de diferenças finitas correspondentes às equações
diferenciais ordinárias estudadas anteriormente;

• Finalmente, vamos comparar as duas soluções com o objetivo de


estudarmos o erro introduzido pela aproximação em diferenças
finitas das equações diferenciais.
Solução de equação de diferenças finitas de primeira ordem e não
homogênea

un 1  un  ab n (4.40)
• Vamos obter primeiro a solução da homogênea mostrada na Eq.
(4.41);
• Por inspeção, podemos dizer que a solução da Eq. (4.41) é da forma
mostrada na Eq. (4.42a).

un 1  un (4.41)

Solução homogênea:

un  C1 n (4.42a)
• Vamos obter a solução particular da Eq. (4.40);
• Vamos admitir que a solução particular é da forma mostrada na
Eq. (4.42b).

un 1  un  ab n
(4.40)

Solução particular:

u n  C2 b n (4.42b)
Substituindo a Eq. (4.42b) na Eq. (4.40), podemos obter o valor da
constante C2, conforme a Eq. (4.43).

un  C2 b n (4.42b)

un 1  un  ab n (4.40)

C2b n 1
 C2b  ab
n n

ou

a
C2  (4.43)
b 
Finalmente, a solução total da Eq. (4.40) é a superposição das
soluções homogênea (4.42a) e particular (4.42b).

un 1  un  ab n
(4.40)

un  C1 n (4.42a)

un  C2 b n (4.42b)

a
un  C1  n
bn (4.45)
b 
Solução da equação de diferenças finitas de segunda
ordem linear e homogênea

un2  a1un1  a0un  0 (4.46)


• Assumindo que a solução da Eq. (4.46) é do tipo mostrada na Eq.
(4.48);
• Substituindo a Eq. (4.48) na Eq. (4.46), obtemos a Eq. (4.49).

un2  a1un1  a0un  0 (4.46)

u n  C n (4.48)

C n  2  Ca1 n 1 n
 Ca0  0

ou
 2  a1  a 0  0 (4.49)
• Da Eq. (4.49), obtemos os autovalores associados à Eq. (4.46) e
a sua solução, conforme mostra a Eq. (4.50).

un2  a1un1  a0un  0 (4.46)

 2  a1  a 0  0 (4.49)

un  c1  c2n
1
n
2
(4.50)
• Vamos apresentar uma forma diferente de obter-se o polinômio
característico de uma equação de diferenças finitas.

• O operador deslocamento é definido na Eq. (4.36).

1 2 2 1 3 3
E e hD
 1  hD  h D  h D   (4.36)
2 6
onde

d
D (4.37)
dt
h  t
Quando utilizamos o operador deslocamento a uma função,
obtemos a sua expansão em série de Taylor, veja a Eq. (4.38).

1 2 2 1 3 3
E un   un  hDun  h D un  h D un  
2 6
ou
du  1 2 d 2u  1 3 d 3u 
E un   un  t   t   t
2 
 
3 
(4.38)
dt  n 2 dt  n 6 dt  n

Portanto,
u n 1  Eu n
unk  E k un (4.39)

b n   E  b n
Utilizando o operador deslocamento à Eq. (4.46), obtemos a Eq.
(4.47).

un2  a1un1  a0un  0 (4.46)

E un  a1 Eun  a0un  0
2

ou

P ( E )u n  0 (4.47)

onde
P ( E )  E 2  a1 E  a0
• Comparando a Eq. (4.49) com a Eq. (4.47), vemos que P()=0 é o
polinômio característico da Eq. (4.46);

• Posteriormente, utilizaremos o operador deslocamento para obter


o polinômio característico das equações de diferenças finitas;

un2  a1un1  a0un  0 (4.46)

 2  a1  a 0  0 (4.49)

P ( E )u n  0 (4.47)

onde
P ( E )  E 2  a1 E  a0
Solução de sistema de equações de diferenças finitas
de primeira ordem

u1n 1  c11u1n   c12u2n 


(4.51)
u2n 1  c21u1n   c22u2n 
Podemos escrever o sistema (4.51) na forma matricial, conforme
mostra a Eq. (4.52).

u1n 1  c11u1n   c12u2n 


(4.51)
 n 1 n  n 
u2  c21u1  c22u2

 
un1  C un (4.52)

n 
 u1   c11 c12 
un   n  , C    
(4.53)

u2  c c
 21 22 
Vamos obter a solução do sistema (4.52) assumindo uma solução
do tipo mostrada abaixo. Substituindo na Eq.(4.52), resulta o
problema de autovalor e autovetor mostrado na Eq. (4.54).

  n
u n  x 
 
un1  C un (4.52)

ou

C    I x  0 (4.54)
Mas, também podemos obter a solução do sistema (4.52) utilizando
o operador deslocamento, conforme mostra a Eq. (4.54).

 
un1  C un (4.52)

 
Eun  C un
ou

C   EI un  0
ou ainda

C    I x  0 (4.54)
Resolvendo o problema de autovalor e autovetor mostrado na Eq.
(4.54), obtemos a solução do sistema (4.52), conforme mostra a Eq.
(4.55).

C    I x  0 (4.54)

 n n
un  C1 1 x1  C2 2 x2 (4.55)

onde

P   det C    I   0


ou

 2  c11  c22   c11c22  c21c12   0 (4.56)


Quando a equação for não homogênea, a sua solução será a soma da
solução homogênea e particular, conforme mostra a Eq. (4.58).

  
un 1  C un  f n (4.57)

Solução:

2
 n 
un   cm m xm  u p
(4.58)

m 1
Solução numérica exata da equação diferencial ordinária de
primeira ordem com coeficientes constantes.

du
 u  ab n (4.59)

dt
• Aplicando algum método numérico de marcha no tempo à Eq.
(4.59), obtemos uma equação de diferenças finitas do tipo
mostrada na Eq. (4.60);

• P(E) é o polinômio característico, Q(E) é o polinômio particular.

du t
 u  ae
(4.59)

dt

PE un  QE ab n (4.60)


• Vamos obter a solução particular da Eq. (4.60);

• Admitindo uma solução do tipo mostrada na Eq. (4.61);

PE un  QE ab n (4.60)

n 
u p  b n
(4.61)
• Substituindo a Eq. (4.61) na Eq. (4.60), obtemos a Eq. (4.62).

PE un  QE ab n (4.60)

n 
u p  b n
(4.61)

PE b n  QE ab n

 b P b   ab Q b 
n n

Q b 
 a (4.62)
P b 
• Substituindo a Eq. (4.62) na Eq. (4.61), obtemos a solução
particular mostrada na Eq. (4.63);

• Em geral, o termo forçante não é função do tempo;

• Para obtermos esta condição, basta substituir b=1 na Eq. (4.63);

• Assim, obtemos a Eq. (4.64).

u pn   b n (4.61)

Q b 
 a (4.62)
P b 

Qb  (4.63)
u pn   ab n
Pb 

n  Q1
up a (4.64)
P1
Finalmente, a solução total da Eq. (4.60) é a soma das soluções
homogênea e particular, conforme mostra a Eq. (4.65).

PE un  QE ab n (4.60)

Q(b)
un   Ci  ab i
n n (4.65)

i P (b)

Você também pode gostar