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Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé

• Uma outra forma de se obter uma aproximação da primeira


derivada espacial será apresentada;

• Com apenas três pontos da malha computacional, podemos obter


uma aproximação de quarta ordem;

• Desejamos obter uma aproximação da primeira derivada espacial


utilizando três pontos da malha computacional, conforme a Eq.
(3.57).

 u   u   u 
 
b1      b1   a1ui 1  a0ui  a1ui 1  O x? (3.57)
 x i 1  x i  x i 1
Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé

Novamente, usamos a tabela de Taylor para determinar os coeficientes da Eq.


(3.57), conforme discutido na Sec. 3.4.

u   2u   3u   4u   5u   6u 
ui      
x  i x 2 i x 3  i x 4 i x 5  i x 6  i

 u  b1 x 2 b1 x 3 b1 x 4 b1 x 5


b1   0 b1 b1 x  
  x  i 1 2 6 24 120
 u 
  0 1 0 0 0 0 0
 x  i
 u  b1 x 2 b1 x 3 b1 x 4 b1 x 5
b1   0 b1 b1 x
  x  i 1 2 6 24 120

a1ui 1 a 1 a1 x a 1 x 2 a 1  x 3 a 1 x 4 a 1  x 5 a 1 x 6
 
2 6 24 120 720

a 0 ui a0 0 0 0 0 0 0

a1ui 1 a1 a1 x a 1 x 2 a 1 x 3 a 1 x 4 a 1 x 5 a 1 x 6
2 6 24 120 720

 u   u   u 
b1       b1    a1ui 1  a0ui  a1ui 1  O x?   (3.57)
 x i 1  x i  x i 1
Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé

Anulando a soma dos elementos das cinco primeiras colunas, pois temos
cinco coeficientes a determinar na Eq. (3.57).

 a1  a0  a1  0
 xa1  xa1  b1  b1  1
(3.58)
 xa1  xa1  2b1  2b1  0
 xa1  xa1  3b1  3b1  0
 xa1  xa1  4b1  4b1  0

3 3
a1  , a0  0 , a1  
4x 4x (3.59)
1 1
b1  , b1 
4 4
Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé
Substituindo as Eqs. (3.59) na Eq. (3.57), resulta a Eq. (3.60).

 u   u   u 
b1       b1    a1ui 1  a0ui  a1ui 1  O x?   (3.57)
 x i 1  x i  x i 1

3 3 1 1
a1  , a0  0 , a1   , b1  , b1  (3.59)
4x 4x 4 4

1  u   u  1  u 
        
3
4  x i 1  x i 4  x i 1 4x
 
ui1  ui1   O x4 (3.60)

4  u 
5
1
ert  x  5    (3.61)
120  x  i
Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé
Se avaliarmos a Eq. (3.60) nos pontos internos da malha computacional
mostrada na figura, podemos obter o sistema de equações (3.62).

 u   u   u  3
   4 
     ui1  ui1  (3.60)
 x i 1  x i  x i 1 x


u 3  
B1 4 1  B1 0 1u  b (3.62)
x x
onde  3  u  
 u2   
 x a  x  
u
u    a 
  0 
 
3 
 
u   u4  , b   0  (3.63)
     
   
u N 1   3  u 
u   
 x b  x b 
Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé

• Se dividirmos a Eq. (3.62) por seis, obtemos a Eq. (3.64);

• Note que no lado direito da Eq. (3.64), temos uma aproximação


de segunda ordem para a primeira derivada da função u(x);

u 3  
B1 4 1  B1 0 1u  b (3.62)
x x


1 u 1  1
B1 4 1  B1 0 1u  b (3.64)
6 x 2x 6
Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé

• A matriz de banda do lado esquerdo faz com que a Eq. (3.64)


seja uma aproximação de quarta ordem para a primeira derivada
espacial;

• A matriz de banda do lado esquerdo da Eq. (3.64) é conhecida


como correção de Padé;

1 u 1  1
B1 4 1  B1 0 1u  b (3.64)
6 x 2x 6
 3  u  
onde  u2    u    
 x  a 
a
 x
u 
  0 
 
3 
 
u   u4  , b   0  (3.63)
     
   
u N 1   3 ub   u  
 x  x b 
Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé

• Multiplicando a Eq. (3.62) por B(1,4,1)-1, obtemos a Eq. (3.65).

• Com apenas três pontos da malha computacional, conseguimos


obter uma aproximação de quarta ordem para a primeira
derivada espacial às custas da inversão de uma matriz
tridiagonal.


u 3  
B1 4 1  B1 0 1u  b (3.62)
x x

u 3  
B1 4 1 B1 0 1u  B1 4 1 b
1 1
 (3.65)
x x
Esquemas Hermitianos e Aproximações de Padé
Repetindo o mesmo procedimento seguido para obter a Eq.(3.65), podemos
obter também uma aproximação de quarta ordem para a segunda derivada
espacial, veja a Eq. (3.66).

u 3  
B1 4 1 B1 0 1u  B1 4 1 b
1 1
 (3.65)
x x

 u 12 
 
2

 B1 10 11
B1  2 1u  B1 10 11
b  O x 4
(3.66)
x 2 x 2

 u2  ua 
u  0
    12  
3

u   u4  , b  2  0  (3.67)
   x  

   
uN 1  ub 
Esquemas Centrados e Upwind

• Um esquema upwind é um esquema que respeita o sentido de


propagação das informações;

• Um esquema centrado é um esquema em que as derivadas são


aproximadas usando-se diferenças centradas sem levar em
consideração as velocidades de propagação de informação.
Esquemas Centrados e Upwind

Vamos analisar a equação da convecção (equação da onda de


primeira ordem) no espaço unidimensional [0,1], conforme a Eq.
(3.46).
u u
  0,  0 (3.46)
t x

u(0, t )  ua (3.47)

u ( x ,0 )  g ( x ) (3.48)
Esquemas Centrados e Upwind

• Não podemos especificar uma condição de contorno em x=1;

• As condições naquele ponto são determinadas pelas condições no


interior do domínio físico;

u u
  0,  0 (3.46)
t x
u(0, t )  ua (3.47)

u ( x ,0 )  g ( x ) (3.48)
Esquemas Centrados e Upwind
• Se optarmos por um esquema upwind, teremos que utilizar
obrigatoriamente uma diferença “backward” de modo a respeitar o
sentido da velocidade de propagação da onda.

• A Eq. (3.49) deve ser avaliada em todos os pontos interiores da


malha computacional, inclusive o contorno em x=1, veja a figura;

du 
   xui  0
dt i
du  ui  ui 1
  0 (3.49)
dt i x
Esquemas Centrados e Upwind

• Se manipularmos algebricamente a Eq. (3.49), podemos chegar a


Eq. (3.50);

• A aproximação da derivada espacial da Eq. (3.46) por uma


diferença “backward” é equivalente a aproximarmos a derivada
por uma diferença centrada com a adição implícita de um termo
de dissipação artificial;

du  ui  ui 1
  0 (3.49)
dt i x

u  ui 1  ui 1 x ui 1  2ui  ui 1
   (3.50)
t i 2x 2 x 2
Esquemas Centrados e Upwind

• Se tivéssemos utilizado uma diferença “forward” em vez de uma


“backward” para aproximar a derivada espacial, obteríamos a Eq.
(3.50), porém com um sinal negativo na frente do termo de
dissipação artificial, veja a Eq. (3.51);

• Este esquema será estável somente quando <0.

u  ui 1  ui 1 x ui 1  2ui  ui 1
    (3.51)
t i 2x 2 x 2
Esquemas Centrados e Upwind

• Podemos aproximar a derivada espacial da Eq. (3.46) utilizando


um esquema centrado, ou seja, utilizando uma diferença centrada;

• A Eq. (3.52) deverá ser avaliada em todos os pontos interiores à


malha computacional;

• A condição de contorno em x=1 deverá ser obtida através de uma


extrapolação dos valores dos pontos interiores;

u u
  0,  0 (3.46)
t x

u  ui 1  ui 1
  0 (3.52)
t i 2x
Esquemas Centrados e Upwind

• Este tipo de esquema centrado será provavelmente instável, pois


não existe um termo de dissipação artificial implícito como no
esquema “upwind”;

• Para garantir a estabilidade do esquema, será necessário


adicionar explicitamente um termo de dissipação artificial ao lado
direito da Eq. (3.52).

u  ui 1  ui 1
  0 (3.52)
t i 2x
Conceito de Equação Modificada

Vamos aproximar a derivada espacial da equação de convecção


(3.46) utilizando uma representação geral de diferenças finitas (3.53);

Obtemos uma diferença centrada, “backward” ou “forward” para =0, 1


e –1, respectivamente.

u u
  0,  0 (3.46)
t x

1
 xui   1   ui1  2ui  1   ui1  (3.53)
2x
Conceito de Equação Modificada

Aproximando a derivada espacial da equação de convecção (3.46)


utilizando a Eq. (3.53), obtemos a Eq. (3.54).

u u
  0,  0 (3.46)
t x

1
 xui   1   ui1  2ui  1   ui1  (3.53)
2x
u  
   1   ui1  2ui  1   ui1   0 (3.54)
t i 2x
Conceito de Equação Modificada

Vamos agora eliminar os termos ui-1 e ui+1 dentro do colchete da Eq.


(3.54) através da expansão em série de Taylor da função u(x), veja a
Eq. (3.55).

u  
   1   ui1  2ui  1   ui1   0 (3.54)
t i 2x
u  x 2  2u  x3  3u 
 1   ui 1  1   ui  1   x   1      1     
x i 2 x 2 i 6 x3 i
(3.55)
u  x 2  2u  x3  3u 
1   ui 1  1   ui  1   x   1      1   
2 
 
3 
x i 2 x i 6 x i
Conceito de Equação Modificada
• A Eq. (3.56) é a equação que estamos realmente resolvendo quando
aproximamos a derivada espacial da equação de convecção (3.46)
utilizando a aproximação da equação (3.53);

• A equação (3.56) é chamada de equação modificada;

u u
  0,  0 (3.46)
t x
1
 xui   1   ui1  2ui  1   ui1  (3.53)
2x

u u x  2u x 2  3u x3  4u


     (3.56)
t x 2 x 2
6 x 3
24 x 4
Conceito de Equação Modificada

• Quando =0 (esquema centrado) as derivadas pares


desaparecem da Eq. (3.56);

• Quando =-1 (forward) ou =1 (backward), as derivadas pares


permanecem na Eq. (3.56).

1
 xui   1   ui1  2ui  1   ui1  (3.53)
2x

u u x  2u x 2  3u x3  4u


     (3.56)
t x 2 x 2
6 x 3
24 x 4
Conceito de Equação Modificada
• As derivadas pares da Eq. (3.56) funcionam como termos de
dissipação somente quando >0;

• Quando a velocidade característica  é positiva, devemos utilizar


obrigatoriamente diferença “backward”;

• Quando  é negativo, devemos utilizar obrigatoriamente


diferença “forward”;

• A diferença centrada pode ser utilizada em ambos os casos, pois


os termos de dissipação desaparecem.

u u x  2u x 2  3u x3  4u


     (3.56)
t x 2 x 2
6 x 3
24 x 4

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