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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE ARQUITEUTRA E URBANISMO


SISTEMAS ELÉTRICOS NA ARQ. E URBANISMO I
PROFESSOR: JOSÉ MAURÍCIO DE SOUSA

GRANDEZAS LUMINOTÉCNICAS:

1. LUZ – radiação eletromagnética que, ao penetrar no olho, acarreta sensação de


claridade. Cada freqüência, no intervalo das radiações visíveis causa no olho uma
sensação diferente de cor. A seqüência dessas cores é correspondente a do arco-íris
(infravermelho – LUZ –ultravioleta). A luz que contiver todas as radiações do
espectro visível causa, geralmente, nos olhos, a sensação de luz branca. A luz solar
contém, além das radiações com freqüências do espectro visível, radiações
ultravioleta e infravermelha. As radiações ultravioletas, dependendo da freqüência,
têm efeitos germicida, de bronzeamento sobre a pele humana, de ação antirraquítica
(pela formação da vitamina D). Os raios ultravioletas podem causar fluorescência
em certos materiais e reação fotoquímica em outros.

2. FLUXOLUMINOSO () – é a potência total de radiação emitida por uma fonte de


luz e avaliada pelo olho humano. Sua unidade é o lúmen (lm). Exemplos:
Lâmpada incandescente 100 W – 1.460 lm.
Lâmpada fluorescente 40 W – de 1.700 a 3.000 lm (dependendo da temperatura da
cor)

3. INTENSIDADE LUMINOSA (I) – em geral, uma fonte não emite luz da mesma
forma em todas as direções. A potência de radiação visível disponível numa dada
direção denomina-se intensidade luminosa, cuja unidade é a candela (cd). A
distribuição de luz de uma lâmpada ou luminária, em qualquer plano, pode ser
representada pela curva de distribuição luminosa (CDL). Tal curva é construída
supondo a lâmpada ou a luminária reduzida a um ponto o centro de um diagrama
polar e representando a intensidade luminosa nas diversas direções, por vetores
terão, por origem, o centro do diagrama. O lugar geométrico das extremidades dos
vetores será a CDL. A utilidade principal dessas curvas é a caracterização
luminotécnica de luminárias. Em geral, costuma-se referir os valores de intensidade
luminosa constantes de uma CDL a um fluxo luminoso de 1.000lm. Se a lâmpada
tiver fluxo luminoso diferente, os valores de intensidade luminosa deverão ser
multiplicados pelo fator correspondente. Para 1.600 lm, o fator será 1,6. Exemplos
de intensidade luminosa:
Lâmpada incandescente 100 W perpendicular ao eixo da lâmpada: 110cd.
Lâmpada fluorescente 40 W perpendicular ao eixo da lâmpada: de 180 a 330 cd
(conforme a cor).

4. ILUMINAMENTO OU ILUMINÂNCIA (E) – é a relação entre o fluxo luminoso


incidente em uma região do espaço pela área desta região. Portanto é uma densidade
de fluxo luminoso. O iluminamento será de 1 lux (lx) quando, por exemplo, o fluxo
de 1 lm incide uniformemente na superfície de 1 m². Na prática, porém, não é
possível contar com uma distribuição tão uniforme do fluxo luminoso na superfície
em questão para que o iluminamento seja o mesmo em qualquer ponto da superfície
iluminada. O iluminamento calculado pela fórmula E = /A deve ser encarado,
portanto como valor médio. Exemplos de iluminamentos:
Dia ensolarado de verão, em local aberto 100.000 lx
Dia encoberto no verão: 20.000 lx
Dia escuro no inverno: 3.000 lx
Boa iluminação em trabalho interno: 1.000 lx
Boa iluminação de rua: 20 a 40 lx
Noite de luz cheia: 0,25 lx
Luz de estrelas: 0,01 lx

5. LUMINÂNCIA (L) – a luminância de uma fonte de luz ou de uma superfície


iluminada é a medida de sensação de claridade provocada nos olhos e,
conseqüentemente avaliada pelo cérebro. A intensidade luminosa dessa superfície
por sua área aparente (dada pela posição do observador com relação à mesma)
denomina-se luminância. A luminância depende do tamanho aparente da superfície
(dado pela posição do observador) e da intensidade luminosa emitida pela superfície
na direção do olho. Unidade: cd/m². A unidade 1cd/m² representa uma luminância
relativamente pequena. É empregada na avaliação de superfícies iluminadas, por
exemplo: áreas internas ou revestimento de vias iluminadas.

6. PARÂMETROS CARACTERÍSTICOS DOS MATERIAIS


LUMINOTÉCNICOS - o comportamento dos materiais perante a luz pode ser
expresso pelos graus de reflexão, absorção e transmissão.

6.1 GRAU DE REFLEXÃO: ρ (rô) é a relação entre o fluxo luminoso refletido e o


fluxo luminoso incidente. ρ = fluxo refletido/fluxo incidente.

6.2 GRAU DE ABSORÇÃO: α (alfa) é a relação entre o fluxo absorvido e o fluxo


luminoso incidente. α = fluxo absorvido/fluxo incidente.

6.3 GRAU DE TRANSMISSÃO: β (beta) é a relação entre o fluxo transmitido e o


fluxo luminosos incidente. β = fluxo transmitido/ fluxo incidente.

Distinguem-se diversos tipos de reflexão ou transmissão dirigida, difusa ou mista. Na


prática, a reflexão e a transmissão estão sempre acompanhadas da absorção. A
transmissão está sempre acompanhada de reflexão. Vejamos exemplos de grau de
reflexão de vários materiais (em %):

Rocha: 60; Tijolos: 5 a 25; Cimento: 15 a 40; Madeira: 50; Madeira escura: 15 a 20;
Gesso: 80; Esmalte branco: 65 a 75; Azulejos brancos: 65 a 75; Vidro transparente: 6 a
8; Tinta preta/azul marinho: 5 a 10.
LÂMPADA

Para efeito de classificação dividiremos a s lâmpadas elétricas, quanto à forma de emissão


de luz, em:
a- Lâmpadas incandescentes
b- Lâmpadas de descarga

Para a escolha do tipo de lâmpada mais adequado para uma determinada aplicação, os
parâmetros que devem ser observados são os seguintes:
a- Rendimento luminoso (lúmen/watt)
b- Vida útil (medida em horas de uso)
c- Índice de reprodução de cores
d- Temperatura da cor da lâmpada.

Sob o ponto de vista econômico, A lâmpada de menor custo pode ser encontrada
utilizando-se a expressão:
Índice comparativo = Custo da lâmpada R$. Watt
Rendimento luminoso. Vida útil lm.h

No rendimento luminoso deve-se incluir a perda no reator, quando houver. O


rendimento luminoso não é linear, Isto é, quanto maior a potência da lâmpada maior é o
seu rendimento. Na tabela abaixo, temos o rendimento luminoso aproximado de
algumas lâmpadas incluindo a potência dos reatores.

LÂMPADA RENDIMENTO (lm/W)


Incandescente 10 a 20
Luz mista 20 a 25
Fluorescente 20 a 70
Vapor de mercúrio 40 a 55
Vapor de sódio (alta pressão) 90 a 120
Multivapores metálicos 65 a 85

TEMPERATURA DA COR
(https://www.youtube.com/watch?v=FL0Zl9E4ju8)
A temperatura da cor é um termo usado para descrever a cor de uma fonte de luz mediante
uma comparação com a cor do corpo negro considerado teoricamente como corpo radiante
perfeito. Como qualquer outro corpo incandescente, o corpo negro muda de cor à medida
que aumenta sua temperatura adquirindo, em princípio, um tom vermelho, mudando para
laranja, amarelo para alcançar, finalmente, o azul. A cor de uma chama de vela é similar ao
corpo negro aquecido a 1.800K (Kelvin), quando então se diz que a chama tem uma
temperatura da cor de 1.800K. A temperatura da cor em Kelvin de algumas fontes de luz é:
Céu azul De 10.000 a 30.000
Luz do dia (Sol + céu limpo) De 5.800 a 6.500
Luz do dia (Sol completamente encoberto) De 6.400 a 6.900
Luz do sol ao meio dia 5.250
Luz da lua 4.100
Lâmpada incandescente de 100W 2.875
Lâmpada fluorescente (“luz do dia”) 6.250

Nem todas as lâmpadas emitem a mesma cor de luz. Existe, por exemplo, a diferença
espantosa entre a luz visivelmente âmbar das lâmpadas de sódio e a luz relativamente
branca da maioria de outras lâmpadas. Mas mesmo assim, uma luz branca não é igual à
outra. Porque a cor da luz tem uma influência importante na impressão de cor de uma área,
a temperatura da cor de uma fonte de luz exerce um papel essencial. A luz é popularmente
chamada de “fria” ou “quente”. Para que se possa, entretanto, fazer uma comparação
objetiva da aparência da cor de várias fontes, expressões subjetivas como estas são
inadequadas. Uma escala precisa é requerida, e achada no termo temperatura da cor; a
graduação da cor da luz é comparada, de forma mais simples, sem rigor científico, com a
luz emitida por uma barra de ferro aquecida intensamente, cuja temperatura é conhecida.
Desta maneira, a cor da luz pode ser especificada por um valor em Kelvin (K). Quatro
categorias são normalmente conhecidas na prática:

a- 2.500 a 3.000K – Quente. A cor da luz das lâmpadas incandescentes, e algumas


lâmpadas fluorescentes (cores /82 e /90 philips), fluorescentes compactas e
lâmpadas ”sódio branca (SON)” SDW-T. Geralmente utilizadas para ambientes
íntimos e aconchegantes onde a ênfase está na “ambiência”.
b- 3.000 a 4.000K – Branco-neutro. A cor da luz das lâmpadas de halogênio. Combina
bem com a luz de lâmpadas incandescentes. É bem empregada em lugares onde há
contribuição da luz do dia
c- 4.000 a 4.900K – Branco-frio. A cor da luz das lâmpadas fluorescentes bem como
lâmpadas de vapores metálicos (“MNH”). Mistura-se bem com a luz do dia.
Usualmente aplicado em áreas comerciais onde é desejada uma aparência fria e de
clara eficiência
d- 5.000K acima – Luz do dia e luz do dia-fria. A cor de luz que se assemelha à luz do
dia, assim como as cores das fluorescentes comuns. Empregada em diversas
aplicações comerciais e industriais.

ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR


É freqüentemente presumido que uma vez que a impressão da cor venha ser decidida, as
propriedades de reprodução de cor são da mesma forma determinadas. Isto não é o caso.
Temperatura da cor e propriedades de reprodução de cor não tem nada em comum. Tanto a
luz do dia fria quanto a luz quente de uma lâmpada incandescente têm excelente
propriedade de reprodução de cor. O mesmo pode ser dito das lâmpadas halógenas. O
motivo disto é o espectro contínuo das fontes. Por outro lado, a maioria das lâmpadas de
descarga em gás tem um espectro interrompido ou de linhas. Isto influência na qualidade de
suas propriedades de reprodução de cor, que varia de muito pobre, como nas lâmpadas de
vapor de sódio à baixa pressão (SOX), até bom, como na série /90 de lâmpadas
fluorescentes. Ao selecionar um tipo específico de lâmpada, é essencial uma compreensão
clara das da luminária.

LÂMPADAS INCANDESCENTES
(https://www.youtube.com/watch?v=qmWpbykZBBQ)
Características Gerais
Nestas lâmpadas, um filamento de tungstênio com espiral simples, duplo ou triplo, é levado
à incandescência pela passagem de corrente elétrica. Sua oxidação é evitada num bulbo sob
vácuo ou preenchido com gás quimicamente inerte (por exemplo, nitrogênio). O bulbo pode
ser transparente, translúcido ou opaco, para redução da luminância. O tungstênio é utilizado
no filamento devido a suas ótimas propriedades físicas. Sua baixa pressão de vapor e seu
alto ponto de fusão (3.655K) permitem operação em altas temperaturas e
conseqüentemente, alta eficiência. As primeiras lâmpadas incandescentes tinham o
filamento de ósmio, carbono e tântalo. A vida útil média das lâmpadas incandescentes é de
1.000 horas.
Reprodução de cores e rendimento luminoso
O rendimento cresce com a potência da lâmpada. As lâmpadas de menor tensão têm
rendimento maior, pois seus filamentos grossos podem ser mais sobrecarregados. A vida
das lâmpadas incandescentes depende bastante da tensão de alimentação (quanto menor a
tensão, maior a vida). A cor da luz é branca avermelhada. Na reprodução de cores, as
tonalidades amarelas e vermelhas são destacadas, ao passo que as verdes e azuis são
amortecidas.
Temperatura da cor
A temperatura da cor de uma lâmpada incandescente está diretamente ligada ao rendimento
luminoso da lâmpada. Isso se deve ao fato de obtermos melhor rendimento luminoso desse
tipo de lâmpada aumentando a temperatura do filamento.
Cálculos elétricos
A instalação das lâmpadas incandescentes não requer dispositivos especiais, basta aplicar a
tensão nominal em seus terminais e a lâmpada acenderá. A potência considerada nos
cálculos é a potência nominal da lâmpada, sendo a mesma um elemento resistivo puro.
Toda potência é ativa (Watts).
Efeito estroboscópico
Nas lâmpadas incandescentes, não há oscilação na radiação luminosa produzida uma vez
que a inércia do filamento incandescente é maior que a oscilação da corrente em 60 hertz
(Hz).

LÂMPADAS FLUORESCENTES
(https://www.youtube.com/watch?v=QPm7sC33w-c)
Características Gerais
A produção de luz ocorre principalmente pela transformação de radiação ultravioleta
(gerada na descarga a baixa pressão em vapor de mercúrio) em luz visível, com o auxílio do
material fluorescente depositado nas paredes internas do bulbo. A descarga deve ser
estabilizada com um reator (ligação indutiva). A ignição da lâmpada requer, em geral, um
pulso de tensão, que se consegue mais facilmente comum dispositivo de partida (starter) em
conjunto com o reator.
Reprodução de cor e rendimento luminoso
Até recentemente, pensava-se que uma boa reprodução de cor só poderia ser obtida a custo
da eficiência. Na maioria dos casos, isso ainda é válido. E, com o intuito de satisfazer a
todos os requisitos, muitos tipos de lâmpadas fluorescentes são um compromisso entre o
fluxo luminoso ótimo e a reprodução de cor ótima; ou as lâmpadas têm uma reprodução de
cor excelente e baixo rendimento, ou fraca reprodução de cor e alto rendimento. Só um tipo
de lâmpada, a chamada florescente de nova geração, proporciona uma boa reprodução de
cor combinada com rendimento elevado. O novo conceito na construção dessa lâmpada
surgiu após novos conhecimentos no mecanismo de percepção de cor e o desenvolvimento
de novas dosagens no fósforo para esta finalidade. A cor da luz é emitida e determinada
pela composição de um pó fluorescente ou fósforo que cobre a parte interna do bulbo da
lâmpada.
Temperatura da cor
A temperatura da cor da lâmpada fluorescente varia de acordo com o tipo de lâmpada. No
Brasil, seis tipos são fabricados com aparência de cor fria, neutra ou intermediária e quente,
sendo que em alguns países existem até nove tipos. No quadro a seguir são encontrados o
rendimento luminoso (lm/W), o índice de reprodução de cor para cada tipo de lâmpada
fluorescente, bem como a classificação da tonalidade quente, intermediária ou fria.

Cor lm/W IRC(%) Temperatura da cor Tonalidade


Luz do dia especial 44 93 7.250 Fria
Luz do dia 65 77 6.250
Branca natural 44 93 4.100
Branca fria 80 65 4.100 Intermediária
Branca de luxo 51 87 3.800
Suave de luxo 44 93 2.650 Quente

Cálculos elétricos
Em instalações de lâmpadas fluorescentes devem ser tomados certos cuidados nos cálculos
elétricos, pois a inclusão dos reatores nesses cálculos é de fundamental importância. A
potência usada para o dimensionamento de condutores, interruptores e proteção é a
potência aparente, portanto a inclusão do reator nos cálculos não deve deixar de ser feita.

Efeito estroboscópico
A radiação luminosa das lâmpadas de descarga oscila com o dobro da freqüência da rede.
Este fato pode levar a ilusões ópticas nos objetos móveis (efeito estroboscópico), embora
essas oscilações sejam imperceptíveis ao olho humano que tem seu limite em torno de vinte
oscilações por segundo. Esse efeito pode ser reduzido utilizando-se circuitos trifásicos de
iluminação, o que inclusive em grandes instalações é mais econômico. Outro artifício
menos eficiente seria a utilização de reatores de diferentes fatores de potência.

Vantagens e desvantagens
(https://www.youtube.com/watch?v=8rGw3VPJvss)

Descarte
(https://www.youtube.com/watch?v=cTs-rRxKCT0)
LUMINÁRIAS
As luminárias servem de fixação para as lâmpadas e, eventualmente, para os reatores. Elas
desempenham três funções principais:
a- Dirigir o fluxo luminoso da lâmpada e adaptar a distribuição luminosa à finalidade
da iluminação;
b- Proteger contra o ofuscamento, ocultando a lâmpada ou reduzindo a luminância
(através de meios difusores de luz) a um nível suportável;
c- Proteger a lâmpada contra danos mecânicos ou químicos e promover proteção
elétrica adequada. (exemplo: luminária a prova de gases e vapores);
As luminárias são divididas em cinco grupos conforme sua distribuição luminosa. A
distribuição de luminânicia é importante para avaliar seu ofuscamento.
a- Direta: somente o piso e parte das paredes são iluminadas;
b- Preferencialmente direta: somente o piso é iluminado;
c- Uniforme: piso, paredes e teto são iluminados;
d- Preferencialmente indireta: somente o teto é iluminado;
e- Indireta: somente o teto e parte das paredes são iluminados.
As luminárias ainda são classificadas de acordo com a direção do fluxo luminoso que
orientam. Esta classificação é feita pela norma alemã DIN 5040, da seguinte forma:
A1-Iluminação direta, feixe concentrado (por exemplo, luminárias com refletores
espelhados e spots)
A2-Iluminação direta, feixe difuso (por exemplo, luminárias com refletores esmaltados
brancos e luminárias de embutir)
B3-Iluminação de feixe largo (por exemplo, calha suspensa)
C4-Iluminação semi-indireta de distribuição uniforme (por exemplo, luminárias com
refletor semi-invertido)
E2-Iluminação indireta (por exemplo, luminárias dirigidas para o teto e sancas).

Alguns fabricantes de luminárias apresentam processos de cálculos próprios levando-se em


conta fatores levantados em laboratórios.

ILUMINAÇÃO INTERNA
A iluminação interna é um item de fundamental importância em uma edificação. Uma
iluminação projetada com critério técnico proporcionará maior conforto e bem-estar às
pessoas que dela se utilizarem. Em instalações comerciais é importante fator de vendas, em
instalações industriais está diretamente ligada à produção e em ambientes de produção
intelectual não se têm idéias claras em ambientes mal iluminados.

PADRÕES DE QUALIDADE DA ILUMINAÇÃO


Para se projetar iluminação com qualidade devem ser levados em conta vários fatores:
a- Um iluminamento adequado para o tipo de atividade desempenhado.
b- Limitação de ofuscamento e brilho incômodo.
c- Distribuição harmônica da luminância no recinto.
d- Equilíbrio das sombras.
e- Temperatura de cor da lâmpada e cores adequadas do recinto.

ESCOLHA DO TIPO DE LÂMPADA


A iluminação artificial tem sempre que se aproximar da iluminação natural, portanto uma
observação da luz solar é importante na escolha da lâmpada. Durante o dia, com céu claro,
tem-se uma temperatura de cor fria e no pôr-do-sol tem-se uma temperatura de cor quente.
Assim, para baixos níveis de iluminamento, devem-se utilizar lâmpadas de aparência de cor
quente e, para altos níveis de iluminamento, lâmpadas de aparência de cor fria.

VARIAÇÃO DA APARÊNCIA DE COR. COMO FUNÇÃO DO ILUMINAMENTO

Aparência de cor
Iluminamento (lx) Quente Intermediária Fria
≤500 Agradável Neutra Fria
500 – 1.000 ↕ ↕ ↕
1.000 – 2.000 Estimulante Agradável Neutra
2.000 – 3.000 ↕ ↕ ↕
≥3.000 Inatural Estimulante Agradável

ILUMINAMENTO

Um iluminamento adequado para o tipo de atividade é a base para uma boa iluminação,
sendo também um dos muitos critérios de qualidade, não podendo portanto ser isolado
como parâmetro absoluto. A tabela a seguir mostra valores entre mínimos e desejáveis de
iluminamento de acordo com o grau de necessidade do uso da luz.

Mínimo para ambiente de trabalho 150 lux


Tarefas visuais simples e variadas (trabalho bruto) 250 –500 lux
Observações contínuas de detalhes médios e finos (trabalho normal) 500 – 1.000 lux
Tarefas visuais contínuas e precisas (trabalho fino, exemplo: desenho) 1.000 – 2.000 lux
Trabalho muito fino (geralmente iluminação local, exemplo: concerto Acima de 2.000
de relógio) lux

FATOR DO LOCAL
A boa iluminação do ambiente depende da sua área (largura e comprimento) e também do
seu pé direito. No nosso caso a altura deverá ser medida entre a luminária e o plano de
trabalho (por exemplo um escritório com pé direito de 2,80m possuirá uma altura, para
efeito de cálculo luminotécnico de 2,00m, pressupondo mesas de 0,80m). O fator do local é
calculado pela fórmula:

K= CxL
(C+L) x A
onde:
C = comprimento do local;
L = largura do local;
A = altura da luminária ao plano de trabalho.

FATOR DE UTILIZAÇÃO (η)


Valor obtido em tabelas de fabricantes onde se leva em consideração o fator do local e a
avaliação das reflexões médias do teto, das paredes e do piso. Os índices de reflexão são de
10% (superfícies escuras), 30% (superfícies médias), 50% (superfícies claras) e de 70%
(superfícies brancas). De posse destes dados encontra-se na tabela o índice correspondente
ao recinto em que se deseja projetar a iluminação.

DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE LÂMPADAS E LUMINÁRIAS


Primeiro determina-se o fluxo total requerido pelo recinto, através da fórmula:

Φ= SxE
ηxd

onde: S= área do recinto, E= nível de iluminamento desejado, η = fator de utilização e d =


fator de depreciação, considerando o período de manutenção e tipo do ambiente (segundo
tabela abaixo)

Ambiente 2.500h 5.000h 7.500h


Limpo 0,95 0,91 0,88
Normal 0,91 0,85 0,80
Sujo 0,80 0,66 0,57

Depois de calculado o valor do fluxo luminoso requerido pelo recinto, divide-se este fluxo
total pelo fluxo luminoso da lâmpada a ser utilizada, levando em consideração a quantidade
de lâmpadas por luminária encontra-se o número de luminárias a ser projetado.

DISTRIBUIÇÃO DE LUMINÁRIAS

O espaçamento entre as luminárias depende de sua altura ao plano de trabalho (altura útil) e
da sua distribuição de luz. Esse valor situa-se, geralmente, entre 1 e 1,5 vez a altura útil, em
ambas as direções. O espaçamento até as paredes deverá corresponder à metade desse
valor.

EXERCÍCIOS

1. Desejamos saber quantas luminárias TMS 426 com duas lâmpadas


fluorescentes TLRS 65/33 serão necessárias em um supermercado com
largura de 30,00m, comprimento de 70,00m e pé direito de 4,80m. Deseja-se
um nível de iluminamento de 200lux. Ambiente limpo com manutenção de
5.000h. Teto branco, parede e piso escuros.
2. Desejamos saber quantas luminárias HDK 452 com uma lâmpada a vapor de
sódio de alta pressão SON 150 serão necessárias em um supermercado com
largura de 30,00m, comprimento de 70,00m e pé direito de 4,80m. Deseja-se
um nível de iluminamento de 200lux. Ambiente limpo com manutenção de
5.000h. Teto branco, parede e piso escuros.
3. Desejamos saber quantas luminárias TCK 426 com duas lâmpadas
fluorescentes TLRS 40/33 serão necessárias em uma sala de aula com
largura de 5,00m, comprimento de 6,00m e pé direito de 3,00m. Deseja-se
um nível de iluminamento de 800lux. Ambiente limpo com manutenção de
5.000h. Teto branco, parede clara e piso escuro.

4. Desejamos saber quantas luminárias HDK 451 com uma lâmpada mista ML
250 serão necessárias em um armazém com largura de 8,00m, comprimento
de 15,00m e pé direito de 4,00m. Deseja-se um nível de iluminamento de
150lux. Ambiente sujo com manutenção de 7.500h. Teto claro, parede e piso
escuro.

5. Desejamos saber quantas luminárias HDK 451 com uma lâmpada mista ML
160 serão necessárias em um armazém com largura de 8,00m, comprimento
de 15,00m e pé direito de 4,00m. Deseja-se um nível de iluminamento de
150lux. Ambiente sujo com manutenção de 7.500h. Teto claro, parede e piso
escuro.

COMANDO DE LÂMPADAS
As lâmpadas ou tomadas podem ser comandadas de um número ilimitado de pontos
distintos. Uma instalação é confortável sempre que, quando se quiser comandar uma
lâmpada, exista um interruptor próximo. Portanto o comando de uma lâmpada em um
recinto deve estar nas possíveis entradas ou saídas deste (exceção feita a quartos).
Entretanto, quando duas entradas ou saídas estiverem muito próximas, pode-se utilizar um
só comando, sendo que uma verificação natural feita a partir do alcance da mão mostra que
dois interruptores devem ficar distanciados em mais de 2,00m. A seguir veremos os vários
esquemas de ligação e suas representações em planta.

Interruptor simples
https://www.youtube.com/watch?v=NMfrjWll7eo
Interruptor paralelo
https://www.youtube.com/watch?v=K0TwltgeR2w
Interruptor intermediário
https://www.youtube.com/watch?v=8_zQaMa9i9Q
Circuito de iluminação

https://www.youtube.com/watch?v=h3GWkQB_czo

TELERRUPTOR
https://www.youtube.com/watch?v=xjhqx5hDfo4

https://globoplay.globo.com/v/4462585/

CÁLCULOS BÁSICOS

Fórmulas da Lei de Ohm

Tensão = Resistência x Corrente


V (Volts, V) = R (ohms,Ω) x i (Amperes, A)

Potência = Tensão x Corrente


P (Watts, W) = V (Volts, V) x i (Amperes, A)
Exemplos:
1. Qual a corrente absorvida pela lâmpada incandescente aonde vão assinalados os valores
60W e 220V?
P = V.i
60 = 220i => i = 60/220 => i = 0,27A

2. Qual a resistência desta lâmpada quando usada em um circuito de 220V?


V = R.i
220 = R.0,27 => R = 220/0,27 => R = 814,8Ω

3. Se houver queda de tensão (o que provoca “luz fraca”) de 220V para 190V, qual será a
potência efetivamente consumida pela lâmpada?
P = V.i
P = 190 X 0,27 => P = 51,3W

4. Um chuveiro elétrico traz as indicações 4.400W e 220V. Qual o valor de sua resistência?
E da corrente absorvida?
P = V.i e V = R.i, então: i = P/V e i = V/R, logo, fazendo i = i:
P/V = V/R de onde teremos: P = V²/R ou R = V²/P
R = 220²/4.400 => R= 11Ω

P = V.i => i = P/V => i = 4.400/220 => i = 20A

5. Considerando o chuveiro na posição verão (modo econômico) sabemos que ele gastará
menos energia e sua potência será reduzida à metade (2.200W). E a sua resistência, será
menor ou maior? Qual será o valor da nova corrente?
R = V²/P => R = 220²/2.200 => R = 22Ω
P = V.i => i = P/V => i = 2.200/220 => i = 10 A

Resposta: sua resistência será dobrada, pois passará de 11 para 22 ohms, enquanto sua
corrente cairá pela metade.

CÁLCULOS E DIMENSIONAMENTOS DE CIRCUITOS

Em geral, numa residência os circuitos são dimensionados a partir de sua carga


(medida em Watts). Algumas cargas (consideradas altas) exigem um circuito exclusivo
como é o caso de chuveiros, torneira elétricas, condicionadores de ar, fornos elétricos, etc.
A iluminação e as tomadas de uso geral serão agrupadas de modo a formarem um circuito,
com fiação e proteção exclusivas. A ABNT exige que os circuitos de iluminação não se
misturem com os de tomada, embora por medida de economia o compartilhamento de luz e
tomadas em um só circuito é largamente utilizado. Algumas recomendações deverão ser
observadas no dimensionamento e divisão dos circuitos, como:
1. circuito(s) exclusivo(s) para cozinha e área de serviço;
2. circuitos individuais para equipamentos de potência igual ou superior a 1.000W;
3. circuitos individuais para aparelhos de ar condicionado (mesmo inferiores a
1.000W);
4. circuitos com pontos de luz e tomadas de uso geral racionalmente divididos pelos
setores da unidade (social, íntimo e serviço);
5. correntes de projeto (iluminação e tomadas de uso geral) limitadas a 15A, de
preferência;
6. ao dividir a instalação em circuitos terminais e ao distribuir os circuitos entre as
fases deve-se ter sempre presente a necessidade de equilibrar ao máximo as três (ou
duas) fases, isto é, as potências instaladas em cada fase devem ser muito próximas
uma das outras;
7. enquanto se distribui os circuitos, monta-se um quadro onde as cargas são
especificadas.

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES

10 A 1,5 mm²
15 A 2,5 mm²
20/30 A 4,0 mm²
35/40 A 10,0 mm²
50/60 A 16,0 mm²
70 A 25,0 mm²
100 A 35,0 mm²

TIPOS DE CONDUTORES
Condutor rígido / condutor flexível (cabo)
Cobre / Alumínio
Quando à isolação:
1.0 Isolação simples (450 / 750 V)
2.0 Dupla isolação (0,6/1,0 KV)
3.0 Cabo nu
DIMENSIONAMENTO DE ELETRODUTOS

1. INSTALAÇÕES EM ELETRODUTOS RÍGIDOS


As instalações embutidas em lajes, pisos, paredes e semelhados deverão ser feitas
exclusivamente em eletrodutos rígidos. A bitola mínima dos eletrodutos empregados é de
½”.
As emendas nos eletrodutos rígidos deverão garantir:
a. resistência mecânica equivalente à da tubulação;
b. vedação equivalente à da tubulação;
c. continuidade e regularidade da superfície interna;

A distância entre as caixas de derivação ligadas por eletrodutos rígidos deverá ser de:
a. trechos retilíneos – no máximo 15 metros;
b. redução de 3,00m por curva de 90º;
c. não poderá haver curvas reversas:

A soma das áreas totais das seções dos condutores contidos num eletroduto não pode ser
superior a 40% da área útil da seção do eletroduto.

Condutor 1 2 3 4 5 6 7 8 9
(mm²)
1,5 ½ ½ ½ ½ ½ ½ ½ ½ ¾
2,5 ½ ½ ½ ½ ½ ½ ¾ ¾ ¾
4,0 ½ ½ ½ ½ ½ ¾ ¾ ¾ ¾
6,0 ½ ½ ½ ¾ ¾ 1 1 1 1¼
10,0 ½ ¾ ¾ 1 1 1¼ 1¼ 1¼ 1½
16,0 ½ 1 1 1¼ 1¼ 1½ 1½ 1½ 2
25,0 ¾ 1¼ 1¼ 1¼ 1½ 2 2 2 2
35,0 ¾ 1¼ 1½ 2 2 2 2½ 2½ 3

A ABNT 5410 proíbe a instalação de mais de nove condutores por eletroduto.

2. INSTALAÇÕES EM ELTRODUTOS FLEXÍVEIS


Os eletrodutos flexíveis são empregados nas extensões feitas nas instalações em eletrodutos
rígidos para ligações de motores e outros aparelhos fixos sujeitos a vibrações.
Também são aplicados os eletrodutos flexíveis nos trechos de instalações compreendidos
entre instalações fixas e os aparelhos que ocasionalmente precisem ser deslocados, tais
como gambiarra de teatro e máquina de solda.
Os eletrodutos flexíveis não deverão ser empregados nos seguintes casos:
a. nas instalações embutidas;
b. nas instalações feitas nas partes externas dos edifícios ou sobre quaisquer estruturas
expostas ao tempo.

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

1. FUSÍVEIS – Estes dispositivos interrompem o circuito elétrico pela fusão (derretimento)


de seu elemento elo-fusível quando por este circula uma corrente de valor mais elevado
daquele para o qual foi projetado. Eles podem ser utilizados em circuitos com tensões até
500V.
https://www.youtube.com/watch?
time_continue=125&v=1Xh3YnQklB0&feature=emb_logo&ab_channel=MundodaEl
%C3%A9trica
até 2:30

https://www.google.com/search?q=fus
%C3%ADveis&tbm=isch&ved=2ahUKEwjG3ZHpharxAhXVCLkGHe9nCqQQ2-
cCegQIABAA&oq=fus
%C3%ADveis&gs_lcp=CgNpbWcQAzICCAAyAggAMgIIADICCAAyAggAMgIIADICC
AAyAggAMgIIADICCAA6CAgAELEDEIMBOgUIABCxA1C8wg9Y6dAPYNPTD2gAc
AB4AIABigOIAY4MkgEHMC42LjEuMZgBAKABAaoBC2d3cy13aXotaW1nwAEB&scl
ient=img&ei=-jbRYMb4ENWR5OUP78-
poAo&bih=852&biw=1745&rlz=1C1PRFC_enBR844BR844
2. DISJUNTORES TERMOMAGNNÉTICOS – São dispositivos com dois elementos
distintos: um térmico, que protege contra sobrecargas, e um magnético (bobina), que
protege contra curto-circuito. Estes disjuntores podem ser encontrados mono, bi ou
tripolares para tensões até 600V em corrente alternada e 250V em corrente contínua. Os
valores das correntes nominais são:
Monopolares: 10,15,20,25,30,35,40,50,60,70,90 e 100A;
Bi ou tripolares: 10,15,20,25,30,35,40,50,60,70,90,100,125,150,175,200,225,250,300,350 e
400A
Apenas tripolares: de 400A até 3.000A.
https://www.youtube.com/watch?
time_continue=103&v=qiIdRQr6eCQ&feature=emb_logo&ab_channel=EscoladaEl
%C3%A9trica-AndersonCampos
a partir de 1:30
CORRENTE DE PROJETO: é a corrente medida em condições normais, calculada através
da carga instalada no circuito;
SOBRECORRENTE:
1. Corrente de sobrecarga: é a corrente medida em um circuito com carga superior a
carga que proporcionou o dimensionamento dos condutores e disjuntor do circuito.
2. Corrente de curto-circuito: é a corrente medida quando os condutores fase e neutro
(ou fase e fase) entram em contato (ou seja, quando a resistência da carga é zero).
Esta corrente atinge valor muito elevado.

Os dispositivos de proteção protegem os fios e cabos e não os equipamentos que devem


possuir dispositivos internos para sua proteção.

https://www.google.com/search?q=disjuntores+termomagn
%C3%A9ticos&tbm=isch&ved=2ahUKEwjD1JTkhqrxAhUlAtQKHY_LBksQ2-
cCegQIABAA&oq=disjuntores+term&gs_lcp=CgNpbWcQARgAMgIIADICCAAyAggA
MgYIABAIEB4yBggAEAgQHjIGCAAQCBAeMgQIABAYMgQIABAYMgQIABAYMg
QIABAYOgQIABBDOgUIABCxAzoICAAQsQMQgwE6BwgAELEDEENQ4pkGWPKv
BmDAugZoAHAAeACAAdQBiAGtFZIBBjAuMTUuMZgBAKABAaoBC2d3cy13aXota
W1nwAEB&sclient=img&ei=_DfRYMPmEKWE0AaPl5vYBA&bih=852&biw=1745&rlz
=1C1PRFC_enBR844BR844

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