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Curso de Missões
Alcançando Nações Para Cristo
"Enviar" pessoas capacitadas por Deus e pela Igreja, para que preguem o Evangelho;
"Pregar" para que homens, mulheres e crianças de todas as tribos, línguas, povos e
nações possam ouvir; "Ouvir" para que possam crer; "Crer" para que possam invocar o
nome de Jesus e, ao "lnvocar" o seu nome, possam ser salvos.
Quem primeiro se preocupou em "enviar" foi o próprio Deus. (João 3.16). Através
deste versículo, conhecemos a preocupação de Deus para com a humanidade decaída e
distanciada de si, razão pela qual, enviou Jesus, o seu Filho Unigênito, ao mundo para
uma única missão, salvar o homem perdido. (Lucas 19.10).
O verbo "dar", neste texto, não é simplesmente alguém estender a mão e oferecer
alguma coisa a outrem. É oferecer ou ofertar uma dádiva valiosa para alguém que não
merece, sem impor o recebimento de algo em troca. Foi exatamente o que Deus fez:
Ofereceu o seu Filho amado para resgatar o homem que havia se afastado
completamente dEle. Para se entender Missões é preciso partir deste princípio, que Deus
enviou o seu Filho e que o próprio Filho se deu para salvação dos homens perdidos.
Se compreendermos que Deus deu o seu Filho e que Jesus se deu a si mesmo para a
salvação da humanidade, podemos, então dizer:
MISSÕES é a Obra de Deus dada à Igreja que, seguindo o exemplo de Cristo,
proclamei por palavras e ações o Reino de Deus, chamando todos ao arrependimento e a
ter fé em Cristo, enviando-os a serem discípulos dEle.
Podemos concluir, através da missão confiada aos doze, que o alvo principal de
Missões é a proclamação do Reino de Deus a todos os homens. Inicialmente, só os judeus
estavam ao alcance da bênção enviada pelo Pai, mas o plano de Deus era alcançar
também os gentios e o meio para isto foi o fato de os judeus rejeitarem o Filho de Deus.
(Leia Atos 13.46).
Quando Jesus disse que o "Evangelho do Reino será pregado", falava de um reino;
de algo com autoridade. O reino teria algumas características que o tornaria
completamente diferente dos que tinham sido implantados no mundo até então.
Precisamos ter a visão de missões como a obra que exige prioridade - Caminhando para
a Galiléia (João 4.31-34), Jesus passa por Samaria e, enquanto seus discípulos saem a
procura de pão, Ele faz contato com uma mulher da aldeia samaritana. Para Jesus,
descortina-se a possibilidade de salvar aquele povo. Seus discípulos chegam e insistem
que coma, mas mesmo cansado e com fome, Jesus se recusa a comer e coloca o tipo de
prioridade que deve caracterizar seus seguidores. Há uma obra a realizar, e ela é mais
importante do que qualquer outra coisa. Precisamos recuperar este sentido de urgência
na realização de Missões. O seu tempo é hoje.
Precisamos ter a visão de missões como o desafio de cada oportunidade (Jo 4.35) - Os
discípulos sabiam que levaria ainda quatro meses para chegar o tempo de colher aqueles
cereais. No entanto, Jesus lhes diz:
"Levantem os olhos, pois há uma colheita a ser realizada imediatamente". Que acontece aos
frutos maduros que não são colhidos? Eles se perdem. É preciso aproveitar as
oportunidades. Deus tem criado condições favoráveis à pregação do Evangelho em
diferentes partes do mundo. Há um anseio pelas novas de salvação, e como estamos
respondendo a estas oportunidades que não sabemos até quando resistirão?
Precisamos ter a visão de missões como o meio de construir para a eternidade (Jo 4.36-
38). - Aqui há três situações possíveis quanto aos resultados imediatos (v.36); os
discípulos ceifariam o que outros semearam e plantariam o que outros colheriam (w. 37 e
38). Mas a que tipo de resultado se refere o texto? Ajuntar fruto para a vida eterna ou
para o reino de Deus. Então, “realizar Missões é conquistar vidas para o celeiro eterno de
Deus”. Este é o único trabalho cujos resultados não são transitórios. Porque fazer Missões
e o meio principal de se construir para a eternidade,
pequeno menino que tinha tão pouco, cinco pães e dois peixinhos (Jo
6.9), mas que nas mãos do Senhor Jesus seria multiplicado de tal forma
a saciar tantos e ainda sobejar. Como Pode um país pobre contribuir
para evangelizar países ricos? Jesus não tinha em mãos nada para usar
até que o rapaz lhe pôs nas mãos tudo o que tinha e então o milagre
aconteceu.
“Missões é compartilhar” o pouco que você tem, cinco pães e dois peixes, com o
Senhor Jesus que pode multiplicar este lanche, tornando-o num verdadeiro banquete
que pode alimentar milhões, tornando-o num verdadeiro banquete que pode alimentar
milhões que vivem sem Jesus.
Em outras palavras, Missões e Evangelização não são coisas distintas entre si, mas
ações interligadas e integrantes do plano de Deus. A Evangelização é o ato de
proclamação da mensagem, a implementação de Missões.
"Falar em Missões" sem querer saber "para que" fazemos Missões é o mesmo que
andarmos no escuro. Paulo, o grande missionário, foi sempre consciente de que há um
objetivo a ser alcançado em Missões. Das três indagações feitas por Paulo, no texto que
estamos aplicando para este estudo (Rm 10.14), a segunda interrogação é: "Como crerão
naquele de quem não ouviram?" Sabe qual é a resposta? Missões. Sim, Missões existe
para levar Cristo a todas as pessoas, fazendo-as crer que Ele é eterno e suficiente
Salvador.
Calcula-se que, hoje, apenas metade da população do globo terrestre já ouviu falar
do evangelho, e a outra metade representa cerca de 3,2 bilhões de pessoas, que estão
envolvidas nas trevas espirituais.
A África é o continente que mais cresce na aceitação do Evangelho, porém as suas
práticas pagãs continuam, devido a tradição cultural, arraigadas na alma do povo. O
sincretismo é um grande problema em muitas áreas. Um real arrependimento de pecado
e das obras das trevas está faltando e muitos cristãos africanos ainda continuam com
medo das feitiçarias e dos espíritos.
Já sabemos que o objetivo de Missões é levar todos à salvação, porém podemos ir mais
além do seu objetivo. Em todos os lugares da Terra o Evangelho deve ser pregado. Isto
está provado em Mateus 28.19: "Portanto ide, ensinai todas as nações". Jesus disse ide a
todas as nações ou o mesmo que "Ide ao Brasil, Japão, Coréia, Indonésia, aos países africanos
e de outros continentes". Salvação é uma dádiva oferecida independente de cor, raça,
idioma e posição social.
O Evangelho é para todos os povos, em todos os lugares
Atos 1.8 nos dá uma visão missionária global e estabelece quatro pontos estratégicos para
se fazer Missões. Através desses lugares, o referido escritor estabelece quatro pontos
estratégicos para se fazer Missões:
Jerusalém - É o trabalho missionário em nossos lares, vizinhança, escola, faculdade,
trabalho, etc. Este campo é muito vasto. Você já evangelizou alguém de sua família?
Ou seu colega de faculdade? Seus vizinhos? Pense nisto agora.
Judéia - É o trabalho realizado nas vilas e bairros próximos; este campo parece sem
nenhuma importância, porém não há dúvidas de que é um excelente local para uma
boa pescaria. Existem grandes bairros e vilas próximos de nós onde há milhares de
pessoas precisando ouvir a mensagem do Evangelho.
Samaria - É o trabalho realizado em cidades mais distantes, no interior do país, o que
se pode chamar de "Missões Nacionais".
Aos Confins da Terra - É o trabalho missionário realizado em todo o mundo, isto é,
"Missões Estrangeiras".
Nunca o mundo esteve tão aberto para o trabalho missionário como agora. Não
sabemos até quando durará tal abertura. Está na hora de obedecermos ao IDE de Jesus.
O mesmo livro de Atos que estabelece os lugares onde deve ser proclamado o
Evangelho, também nos dá um panorama geral da expansão da proclamação através do
trabalho missionário.
QUANTITATIVO:
Almas "acrescidas" (Leia Atos 2.41-42,47).
O Número de discípulos "continuava a se multiplicar" (Leia Atos 6.1,7; 9.31).
O Crescimento quantitativo era evidente por causa do Crescimento espiritual,
comunhão, compartilhamento, adoração e testemunhos dos crentes.
Além dos pontos estratégicos para se fazer Missões, Atos 1.8 diz que o trabalho
missionário deve ser feito "ao mesmo tempo" em cada um dos quatros lugares. O
trabalho dos discípulos não deveria primeiro ser iniciado e completado em um lugar
para depois partirem para outro. Essa "simultaneidade" está expressa nas palavras "tanto
em", "como em" e "até os".
A Igreja de hoje tem avançado consideravelmente na conquista dos povos, mas
temos que observar que existe metade da população do mundo que ainda não ouviu o
evangelho. Essa grande massa tem as barreiras transculturais da religião milenar e os
costumes quase que intransponíveis ao nosso mundo moderno. Os povos não
alcançados, na sua maioria, ainda são os que vivem na miséria social, cultural e
econômica. E sabemos que só o evangelho pode mudar este quadro social.
COMO FAZER MISSÕES
A evolução da sociedade é rápida e constante, ou seja, vivemos num mundo
globalizado. As nações se aproximam velozmente pelos meios de transportes e a
comunicação e os satélites quebraram as barreiras da distância divulgando toda e
qualquer notícia falsa ou verdadeira instantaneamente.
A igreja precisa agir ensinando ao nosso povo o que é básico. A Bíblia é a nossa
regra de fé e praticar missões é o objetivo principal dela. Jesus ordenou a permanência
dos seus discípulos em Jerusalém até o revestimento de poder. (Leia Lucas 24.49).
Retornar ao ensino básico é sentir a necessidade de revestimento de poder para que o
mundo de hoje seja alcançado não pela palavra persuasiva, mas pela demonstração do
Espírito Santo que transforma a vida das nações.
Cremos que estamos vivendo os últimos dias da oportunidade de salvação aos
homens e é urgente que a obra de missões seja realizada no poder de Deus que opera
milagres.
Em Marcos 16.20 lemos: "E eles, tendo partido, pregaram em toda parte,
cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio de sinais que se
seguiram".
Este versículo serve para nos lembrar que, acima de tudo, para se realizar uma
autêntica Obra Missionária, é preciso ter a cooperação do Senhor Jesus, porque sem Ele
nada podemos fazer. Jesus tem que estar em primeiro lugar em qualquer trabalho
missionário.
É Jesus quem nos manda ir e também, quem nos oferece princípios orientadores
para fazermos Missões. Os princípios estão demonstrados nas experiências dos primeiros
missionários. Podemos observá-los sendo postos em prática por Filipe por ocasião de
uma extraordinária experiência evangelística (Atos 8.26-40).
Observe a seguir:
Filipe NÃO DEIXAVA DE ANUNCIAR A CRISTO: Diz o texto (vers. 35) que
Filipe "abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus". Isto nos
leva a três importantes conclusões com base no sucesso ministerial daquele
extraordinário missionário:
ORAR
A oração do crente na Obra Missionária tem duas finalidades: a primeira pode ser
entendida comparando-se a oração com a missão dos "intercessores" nos dias do profeta
Isaias (Leia Is 62. 6-10). O versículo 10 oferece-nos a idéia de um caminho sendo aberto.
IR
Além de orar e contribuir, o crente deve estar pronto a ir fazer trabalho missionário, se
ainda não o está realizando. O profeta Isaias prontamente pediu que ele fosse o enviado,
quando o Senhor perguntou: "A quem enviarei, e quem irá por nós?". Para proclamar o
Evangelho, o Senhor não envia anjos. Ele usa homens e mulheres, seus discípulos (Leia
Hebreus 2.16 e II Pedro 1.12). Esteja pronto a repetir a resposta de Isaias? "...Então disse
eu: Envia-me a mim (lsaías 6.8b).
ANTES DA CHAMADA
• Deus chama seus servos de diferentes maneiras, para Ministérios específicos. Para
chamar, Ele fala direta ou indiretamente. Pode falar audivelmente ou por sinais. O
chamado pode ocorrer por um forte sentimento interior de que é a vontade de Deus para
determinada tarefa, ou pode ser através de mensagem transmitida por outrem ou por
sonho ou por visão. Às vezes, um servo recebe convicção do chamado de Deus tomando
conhecimento da necessidade urgente de que determinada obra seja feita.
Há muitas outras maneiras de Deus chamar alguém para sua obra. Deus é
infinitamente sábio e criativo. Porém, há dois passos na vida cristã que devem ser
analisados antes de alguém ser chamado para uma tarefa específica. Observe-os:
1° Passo: Comunhão com Deus. O primeiro passo é estar em comunhão com Deus. Não
se pode falar com alguém que esteja dando atenção a outra pessoa ou outra coisa. Não
haveria comunicação. Assim também é com Deus. Ele tem de esperar até que nos
voltemos para Ele e lhe demos atenção, para que possa repartir conosco os seus planos.
Este é um fato que precisa ser levado a sério tanto pelo candidato à missões como
pela missão ou igreja que o envia. A vida de um missionário deve estar intimamente
ligada com a igreja local.
Assim, para que haja mais segurança no envio do missionário é prudente que a
decisão final seja feita como resultado do discernimento de um grupo de pessoas que
estão procurando servir ao Senhor com jejum e oração.
Além disso, o missionário terá certeza de que um grupo de pessoas estará orando
por ele. Ele se sentirá ligado a um corpo e muito mais segurança.
6°- Circunstâncias:
Billy Bray levava uma vida indiferente a Deus, mas aos 17 anos converteu-se ao
Senhor e o servia com mais ardor do que quando servia ao diabo. Devido a pressão
econômica perdeu o emprego na cidade grande onde morava, longe dos pais. Ficou
somente a pergunta; "O que fazer?" Sem recursos e sem lugar para morar, finalmente
voltou à casa dos pais, à vila onde nascera. Ali começou a pregar o evangelho. Primeiro
ganhou seus pais para Cristo e mais pessoas. Continuou pregando nas demais vilas até
conseguir uma tenda de circo onde"' realizava cruzadas evangelísticas. Foram as
circunstâncias que ocorreram em sua vida que o levou a seguir esse caminho.
O VOLUNTÁRIO PASSIVO diz: "Senhor aqui estou." No ano seguinte, ele repete
as mesmas palavras. Cinco, dez anos mais tarde ele continua repetindo a mesma coisa, à
semelhança de um disco arranhado.
O voluntário passivo espera ouvir alguma voz sobrenatural ou até que o próprio
Deus desça e o transporte para algum país estrangeiro.
Mas Deus não usa voluntário passivos. Chegará o dia em que a saúde poderá
diminuir, a força da juventude se esvair, até mesmo as forças para caminhar poderá
fracassar, então passa a lamentar-se, dizendo: "Ah, se eu ainda fosse jovem!" Permita-nos
parafrasear, com minhas próprias palavras, o texto de Eclesiastes 12.1, escrito por
Salomão:
"Lembra-te de cumprir o chamado de Deus para tua vida enquanto tens saúde, força e disposição,
antes que cheguem os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: não tenho neles
contentamento”.
Thomas Waring, afirmou já no final de sua vida: "Ah! Se eu tivesse mil vidas, daria
todas pela África".
Se você sentiu-se tocado pelo Espírito Santo, e pode perceber a urgência divina, um
impulso compelidor que se toma impossível de resistir, saiba que satanás, o maior
opositor dessa obra, fará tudo quanto tiver ao seu alcance a fim de desencorajar-lhe.
Se Deus te chamou e você tem se apresentado como voluntário (a) ativo, então você
não deve firmar um compromisso com uma pessoa que não esteia viajando na mesma
direção. Agindo dessa forma, não haverá lugar para equívocos.
* Poderá fazer o que milhões de pessoas crentes têm feito: acomodar-se na monotonia
da vida moderna, casar, gerar filhos, trabalhar, conseguir a aposentadoria, morrer e ser
esquecido.
* Ou pode tornar-se um pioneiro, empregando a sua vida na grande tarefa a favor de
Deus, sendo o primeiro a entregar o evangelho a alguma tribo ainda não alcançada, e
assim ser relembrado para sempre. Qual a sua decisão?
Na primeira parte desta lição, aprendemos que Missões é a Obra de Deus dada à Igreja
que, seguindo o exemplo de Cristo, proclama por palavras e ações o Reino de Deus,
chamando todos ao arrependimento e a ter fé em Cristo, enviando-os a serem discípulos
dEle.
A Bíblia nos ensina que é da Igreja a responsabilidade missionária primária de
executar â Obra Missionária.
Nós queremos dizer com isto que quem envia os missionários é a igreja e não a
agência missionária. Quem avalia o trabalho e a vida do obreiro é a igreja local. Ela deve
Ter posições claras sobre as nações não alcançadas, definição dos povos transculturais e
acima de tudo priorizar as metas desta obra.
Ao longo da História da Igreja, Deus tem chamado homens e mulheres para
realizarem tarefas específicas. A todo instante, milhares de crentes estão sendo
chamados por Deus para as mais diversas tarefas.
O DESAFIO DE MISSÕES
"..mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (Atos 1.8).
Esse versículo tem sido a base de um sermão que em diversas igrejas e conferências
missionárias Deus tem usado para desafiar vidas e comunidades para a tarefa da
evangelização mundial. Nesse versículo encontramos condensado o plano de Deus para
a igreja.
Cristianismo
Igreja Católica........................................ 970.000.000
Igreja Ortodoxa e outras........................ 180.000.000
Protestantes e Evangélicos..................... 800.000.000
Outros Grupos....................................... 100.000.000
TOTAL................................................... 2.050.000.000
Outras Religiões
Islamismo.............................................. 1.150.000.000
Hinduísmo............................................. 770.000.000
Religiões Orientais................................ 680.000.000
Judaísmo................................................ 20.000.000
Animismo.............................................. 160.000.000
Outras................................................... 70.000.000
TOTAL.................................................. 2.850.000.000
Ateus e Secularistas
Sem Religião ........................................ 1 .200.000.000
TOTAL GERAL...................................... 6.100.000.000
BATALHA ESPIRITUAL
Devemos entender que estamos numa batalha espiritual. Fazer a obra de evangelista,
querer ver o mundo todo salvo, servir a Cristo, é atacar diretamente o inimigo, Satanás.
Porém Satanás não quer perder terreno e, então, procura enganar os cristãos, mantendo
escondido o conceito da batalha espiritual que mais lhe incomoda, que é a conquista dos
povos ainda não alcançados.
Os autores que escrevem sobre batalha espiritual sempre se preocupam com as
dificuldades espirituais individuais dos crentes. Poucos têm percebido que a batalha
espiritual mais eficaz é aquela que tira vidas das mãos de Satanás e ganha terreno para o
reino de Deus.
Ouvimos muito falar de vitória na vida pessoal, de libertação das obras malignas, de
cânticos de guerra, de armas de vitória, mas sempre em relação ao crente como indivíduo. O
povo precisa abrir os olhos e ver que Satanás o está enganando, não permitindo que veja o
aspecto mais amplo e mais eficaz da batalha, que é avançar no terreno do inimigo e saquear-
lhe os bens.
De acordo com a Bíblia, quem não tem Cristo pertence a Satanás (Mt 13.38) e, logicamente,
quando você começa a evangelizar uma pessoa, o inimigo não vai gostar e fará tudo para não
perder a vida que está em seu domínio. Você já tentou tirar um osso da boca de um cão
faminto? Que tal tirar a carne de um leão esfomeado? Saiba, então, que quando você decidiu
servir a Cristo, fez uma declaração de guerra contra Satanás.
A Bíblia apresenta alguns aspectos dessa batalha. Em Colossenses 1.13, ela diz: "Ele nos
libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor". Veja a
obra maravilhosa que Cristo fez por nós: outrora estávamos no império das trevas, cegos
espiritualmente, longe de Deus, sem esperança, escravizados, cheios de medo, sem saber
nada sobre o futuro, sob o domínio de Satanás. Mas Deus, por sua grande misericórdia,
libertou-nos do império das trevas e transportou-nos para o reino de Cristo. Que grandiosa
salvação! Aleluia! Mas como isso se deu? Foi quando alguém orou por nós e mostrou-nos a
verdade do evangelho. Portanto, quando saímos para pregar ou desejamos fazer a obra
missionária, devemos entender que estamos resgatando vidas do reino de Satanás, levando-
as para o reino de Cristo.
A Bíblia diz que o mundo jaz no maligno. Portanto, o trabalho de evangelização é uma
batalha que arranca vidas das garras de Satanás, transportando-as para as mãos de Cristo.
I - A Nossa Posição
Para enfrentar essa batalha precisamos, antes de qualquer coisa, saber qual é a nossa
posição espiritual, para termos ousadia, coragem e enfrentar o inimigo. Muitos de nós nos
sentimos impotentes e incapazes para a luta; por isso, precisamos entender o que a Bíblia fala
sobre a nossa posição. Em Efésios 1.19-22, encontramos as seguintes afirmações:
"... e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia
da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e
fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e
poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente
século, mas também no vindouro. E pôs todas as cousas debaixo dos seus pés e, para ser o
cabeça sobre todas as cousas, o deu à igreja..."
Dessa forma, o crente tem poder para dominar Satanás, expulsar demônios e exercer
autoridade sobre toda obra maligna. Por outro lado, Jesus Cristo afirmou:
"Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão demônios..." (Mc
16.17).
O Espirito Santo dá poder a todo crente para realizar as mesmas obras que Cristo realizou,
incluindo a expulsão de demônios. E preciso ter fé e pôr em prática a Palavra de Deus. Se
você é crente então pode expulsar demônios. Se você é crente e se Cristo controla sua vida,
saiba que está nesta posição espiritual, acima de todo poder de Satanás, e pode exercer
autoridade e expulsá-lo em nome de Jesus.
II - A Nossa Armadura
"Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de
toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a
nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim, contra os principados e potestades, contra
os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e,
depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com
a verdade, e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho
da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a
palavra de Deus; com toda a oração e súplica, orando em todo tempo no Espirito, e para isto
vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos, e também por mim; para que
me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para com intrepidez fazer conhecido o
mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que em Cristo eu seja
ousado para falar, como me cumpre fazê-lo" (Ef 6.10-20).
Neste trecho da Palavra, o apóstolo Paulo apresenta-nos a armadura de Deus. No verso 12,
a Bíblia afirma que a nossa luta não é física, mas espiritual. Há muita gente tentando expulsar
demônios pela força física, pelo muito gritar ou pela repetição de frases. Saiba que a luta está
no âmbito espiritual; logo, temos de nos revestir da armadura de Deus, mas antes temos de
estar fortalecidos no poder do Senhor, com uma vida de santidade, oração e cheia do Espírito
Santo; então vestiremos a armadura e estaremos prontos para a batalha.
III - A Nossa Estratégia
Para tornarmos efetiva a nossa vitória nesta batalha, precisamos de uma estratégia bem
planejada e estudada. Essa estratégia já está descrita na Palavra de Deus e constitui-se dos
seguintes passos:
1) Derrubar as portas do inferno
"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18).
Nesse versículo, Jesus está apresentando o instrumento de Deus para a execução dos seus
planos de restauração da humanidade. Jesus está dizendo: "Eu edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela", ou seja, o trabalho de Deus na restauração da
humanidade começa com um ataque frontal ao inferno. A igreja é o instrumento de Deus
para atacar o inferno, e o primeiro passo nessa estratégia é derrubar as portas do inferno.
Assim, o papel da igreja é derrubar as portas do inferno e entrar lá para tirar as vidas do
domínio de Satanás e levá-las para as mãos de Cristo. As portas do inferno não resistem ao
poder de Cristo manifesto na sua igreja. Aleluia!
2) Amarrar o inimigo
"Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; só então
lhe saqueará a casa" (Mc 3.27).
3) Roubar-lhe os bens
"Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só
então lhe saqueará a casa" (Mc 3.27).
No versículo acima, Jesus diz que devemos amarrar o valente e saquear-lhe os bens. Quais
são os bens de Satanás? São as vidas que ele tem em seu domínio. Portanto essas vidas
precisam ser resgatadas. Precisamos tirá-las das mãos de Satanás e levá-las para Cristo. Isso é
feito no campo espiritual.
c) Não dando lugar ao diabo — "... nem deis lugar ao diabo" (Ef. 4.27). A vitória já está
garantida, temos autoridade sobre Satanás, mas precisamos tomar cuidado para não lhe dar
lugar. O diabo é astuto e não vai aparecer diante de nós como um bicho feio. Ao contrário, a
Bíblia diz que ele se transforma em anjo de luz para nos enganar. E o faz com muita sutileza,
às vezes trazendo um mau pensamento, desviando-nos dos propósitos de Deus; outras vezes,
provocando divisões, contendas etc.; assim, devemos tomar cuidado e não dar lugar ao
pecado, às contendas e divisões na igreja, para que ele não obtenha vantagem nessa batalha.
Resumindo, esta deve ser então nossa estratégia: derrubar as portas do inferno e entrar lá,
amarrar Satanás, tirar as vidas de seu domínio e transportá-las para o reino de Cristo e
treinar essas vidas para que também se tornem soldados na batalha contra o inimigo.
Durante a semana, levam uma vida de comodismo, não se preocupando com a salvação
das vidas; mas no domingo resolvem atacar o inimigo. Louvamos a Deus porque em sua
misericórdia vidas estão recebendo a mensagem de Cristo e sendo salvas. Mas se pensarmos
bem e tivermos consciência de que estamos numa batalha espiritual, como será possível
atacar somente aos domingos? Onde está o nosso testemunho pessoal durante a semana? Por
que não fazemos discípulos de Cristo em nosso trabalho, em nossa escola, na vizinhança,
etc.?
É tempo de a igreja de Cristo despertar, abrir os olhos e lançar mão das armas espirituais,
entrando na batalha contra as trevas.
Linha dos que atacam uns aos outros
A situação apresentada acima é a dura realidade da igreja de Cristo hoje. Muitos crentes
estão brigando entre si. O denominacionalismo tem semeado discórdia, desunião e confusão
entre o povo de Deus. Podemos notar como uns têm atacando os outros e, muitas vezes, para
vergonha nossa, usando meios públicos de comunicação, desonrando o nome do Senhor
Jesus Cristo.
Se os líderes das denominações tivessem consciência clara da batalha espiritual que
estamos enfrentando, talvez parassem de atacar uns aos outros e se unissem espiritualmente,
para juntos derrotarem o inimigo.
imaginemos a alegria de Satanás quando vê os crentes brigando entre si. Não somos
contra denominações, mas contra o denominacionalismo que divide, discrimina e desune o
povo de Deus. Precisamos ter consciência de que nosso inimigo não é o irmão de outra
denominação e sim o diabo.
Aqui não entra só o denominacionalismo, mas também as correntes teológicas. Nesta
época, tem-se dado muita ênfase a algumas idéias teológicas e práticas que têm surgido, e
isso tem causado divisões. Sabemos que cada um tem suas convicções e bases bíblicas.
Podemos ter diferentes correntes teológicas, mas nunca nos dividir por causa delas.
Devemos nos unir no que concordamos, compreendendo-nos no que discordamos.
Devemos tomar cuidado para não nos envolver em um ministério para o qual Deus não
nos designou e assim prejudicar a igreja no cumprimento dos seus propósitos.
Há alguns crentes que querem somente ser afofados e paparicados, mas não querem se
comprometer com o senhorio de Cristo. Estes só dão trabalho e, muitas vezes, são colocados
em nosso caminho por Satanás, para que nos preocupemos com eles.
O pior é que aplaudem os que estão na linha de frente da batalha. Às vezes, vejo as reações
de algumas igrejas quando ouvem o testemunho de um missionário. Elas aplaudem, exaltam
a coragem e o desprendimento daquela vida, ficam admiradas com o altruísmo do
missionário e se deleitam com as histórias fascinantes e diferentes do campo. No final, dão
uma pequena oferta, apenas para desencargo de consciência, e voltam às suas atividades, não
percebendo que também fazem parte dessa batalha espiritual.
Infelizmente, para vergonha nossa, esta é a realidade da maioria das igrejas; o maior
número de soldados encontra-se nesta linha e são aqueles que não estão preocupados nem
engajados na batalha. Desobedecem voluntariamente ao comando do General, mas estão
aplaudindo os obedientes.
Deus tenha misericórdia de nós e faça descer sobre nós o poder do alto, para que cada
crente, e consequentemente cada igreja, assuma a responsabilidade de entrar nessa batalha,
usando todos os meios possíveis para que Cristo seja pregado a todas as nações.
Missões: Tarefa da Igreja Local
Deus, em sua infinita sabedoria e soberania, decidiu usar homens para a execução dos
seus planos. Se folhearmos a Bíblia, vamos encontrar Deus usando vidas para cumprir
seus eternos propósitos, tanto no Antigo Testamento, com o povo de Israel, como no
Novo Testamento, com a igreja.
I - No Antigo Testamento
O plano de Deus é encher a terra com Sua glória. O homem é o agente e instrumento
de Deus para cumprir seus propósitos. No Antigo Testamento encontramos Deus usando
situações e levando o homem a cumprir seu plano.
“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).
Com a queda houve a entrada do pecado no mundo, e a imagem e semelhança de
Deus ficaram distorcidas no homem.
Deus prometeu que o descendente da mulher feriria a cabeça da serpente, referindo-se
à vinda do Messias, que destruiu as obras de Satanás, o agente da queda. Por causa da
entrada do pecado, toda humanidade sofreu a consequência, que é a separação de Deus.
Mas, no mesmo instante, Deus prometeu a solução em Cristo.
Na obra de Deus em Cristo temos o processo de restauração da imagem e da
semelhança de Deus no homem.
Na Nação de Israel
Deus usa vidas para o cumprimento dos seus propósitos. Em sua soberania e
sabedoria ele decidiu organizar um povo, por meio do qual executaria seu plano de
espalhar sua glória a todas as nações.
a) Na chamada de Abrão, Deus prometeu abençoar todas as famílias da terra, por
intermédio do povo de Israel.
b) O povo de Israel tinha o ofício sacerdotal.
c) O povo de Israel era o veículo pelo qual Deus manifestava Sua salvação.
d) O povo de Israel era o instrumento para espalhar a glória de Deus.
II - No novo Testamento
Infelizmente o povo de Israel falhou no seu propósito missionário; eles não
perceberam que Deus os organizou para abençoar todas as nações; e até hoje os israelitas
pensam que as bênçãos de Deus lhes são exclusivas.
Deus decidiu organizar um novo povo, que é a igreja no Novo Testamento, à qual
designou a mesma tarefa missionária,
Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo deixa claro que está organizando um novo
povo:
"Porque ele é nossa paz, o qual de ambos fez um; e tendo derrubado a parede da separação que
estava no meio, a inimizade, aboliu na sua carne a lei dos mandamentos na forma de ordenanças,
para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em
um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade" (Ef. 2.14.16).
Essa fusão de judeus e gentios é a igreja, que tem a responsabilidade missionária de
tornar conhecida a sabedoria de Deus, conforme o versículo 10 do capítulo 3: "... para que,
pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tome conhecida agora dos principados e potestades
nos lugares celestiais".
A Igreja de Cristo
a) O instrumento de Deus para atingir seus propósitos na terra é a igreja
Quando Jesus estava executando seu ministério, tinha como objetivo deixar uma
organização que desse continuidade à obra de Deus na terra, e essa organização é a
igreja.
O papel da igreja
A igreja reconhece a chamada e seleciona os candidatos
Ninguém melhor do que a igreja local para reconhecer e identificar uma pessoa
chamada para a obra de missões. A igreja vê o fruto e identifica o dom porque está
convivendo e trabalhando com a pessoa. Por isso, é muito importante e de muita respon-
sabilidade a recomendação que uma igreja faz para uma pessoa ir ao campo missionário.
Se o candidato não produz fruto no país, não o produzira também no campo missionário,
e quem atesta a produção de frutos é a igreja local.
que é tempo de acabar com esse problema de uma vez por todas. Cada junta ou
Creio
agência deve enviar apenas candidatos recomendados pela igreja local, que estejam
produzindo frutos e comprometidos com a igreja e com eles.
O gráfico seguinte poderá ajudá-lo a entender os relacionamentos.
pessoal com o missionário, a igreja fica fria quanto à obra missionária. Quando o
missionário sai da igreja local comprometido com ela e dela recebendo o mesmo com-
promisso, a coisa é diferente.
Precisamos aprender o conceito de personalização. Personalização é cada membro da
igreja local envolvido pessoalmente na evangelização do mundo usando suas habilidades
e seus dons.
O Pastor – A Chave para missões Mundiais
Há um ditado que diz: "Tal pai, tal filho". Podemos transferi-lo para a situação
eclesiástica e dizer: "Tal pastor, tal igreja". Normalmente uma igreja é o que o seu pastor
é. Se o pastor leva Deus a sério, a igreja vai levar Deus a sério. Se o pastor é consagrado, a
igreja será consagrada. Se o pastor leva uma vida de santidade, a igreja também levará
uma vida de santidade. Se o pastor tiver visão missionária, a igreja também terá visão
missionária.
Se nossas igrejas não tem tido visão, nem programa e ministério de missões mundiais
é porque está havendo alguma falha. Uma delas está no preparo do pastor. Nossos
seminários estão entregando às igrejas, pastores sem visão missionária. Na maioria dos
seminários, missões são apenas uma matéria entre outras, dada em apenas um semestre,
somente com o objetivo de cumprir o currículo. Precisa haver uma mudança radical no
ensino teológico. Se missões são a razão de ser das igrejas, deveria então haver um
departamento ou cadeira de missões em cada casa de ensino teológico, como matéria
prioritária, básica e obrigatória em todos os cursos. Os pastores deveriam sair dos
seminários conscientes do seu papel e da razão de a igreja existir. Oremos para que Deus
faça uma mudança radical em nossas vidas, seminários e igrejas.
As Responsabilidades do Pastor
Vontade de Deus não se conhece; vontade de Deus se experimenta. Note que Paulo
está rogando à igreja que tome atitudes sérias no sentido de consagração e de separação
do mundo, mas tudo com um objetivo claro na mente: para que experimenteis qual seja a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Aqui fica bem claro que o propósito de
consagração dos crentes é fazer que cada um experimente, ou seja, comprove a vontade
de Deus, como ensina o texto no seu original.
Portanto, a tarefa de todo pastor é ajudar os membros de sua igreja a experimentar a
vontade de Deus para suas vidas, lançando-lhes os desafios emergentes da sua Palavra.
a) Apóstolo (no original, enviado) - É aquele que tem a visão de fazer coisas novas. Está
sempre preocupado em abrir novas igrejas e fazer novos projetos. É aquele irmão que sempre
vem com novas idéias e planos para a expansão do reino de Deus.
b) Profeta (no original, o que fala da parte de Deus) - É aquele que quer ver a igreja
obedecendo à Palavra de Deus. Sempre está exortando o povo. Este dom é diferente do
descrito em l Coríntios 12, pois aquele se refere a trazer uma mensagem direta de Deus para
a igreja.
c) Evangelista - É aquele que desafia, motiva e ensina a igreja a ganhar vidas para
Cristo. Ele pessoalmente ganha vidas, mas também cuida que a igreja esteja fazendo o
mesmo. Seu interesse sempre é a salvação de almas.
d) Pastor - É aquele que cuida do rebanho. Gosta de aconselhar, fazer visitas e estar em
comunhão com as pessoas. Sempre tem uma palavra de conforto para os necessitados.
Preocupa-se com o bem-estar das pessoas como indivíduos.
e) Mestre - É aquele que ensina a Palavra de Deus. Gosta de detalhes, e sempre está
ensinando os princípios bíblicos e expondo a Palavra. Seu maior interesse é saber o que a
Bíblia diz e ensinar ao povo.
Esses dons são distribuídos à liderança da igreja com o propósito de capacitar os
crentes para o desempenho do seu serviço.
Paulo está ensinando que o objetivo é aperfeiçoar (que poderia ser traduzido como
equipar), ou seja, dar condições aos crentes de exercerem o seu ministério. Quem tem um
serviço a realizar são os crentes, e tal serviço deve ter como objetivo final o cumprimento
dos propósitos da igreja, que é a evangelização do mundo.
Por isso todo pastor deve equipar os membros de sua igreja, para que eles tenham um
ministério e cumpram a vontade de Deus. Ah! Como precisamos de pastores segundo o
coração de Deus, homens que sirvam de modelo ao rebanho e o ajude a cumprir os
propósitos de Deus!
O Sustento de Missões
Como todo empreendimento, a obra de missões precisa de sustento.z Porém, quando
falamos nesse assunto, a primeira idéia que vem à nossa mente refere-se ao dinheiro, mas
não é apenas o dinheiro que sustenta missões. Neste capítulo, vamos separar as duas
facetas mais importantes do sustento de missões. A primeira é a oração; a segunda, as
finanças.
Oração
Como as demais atividades da igreja, o trabalho de missões é movido a oração. A
oração é uma arma poderosa para vencer barreiras e alcançar metas. Por meio da oração,
podemos ver as janelas dos céus abertas e as bênçãos de Deus caindo sobre o seu povo. A
oração move o coração de Deus. Não há problema ou dificuldade que resista a uma oração
persistente. Deus responde à oração, e o trabalho de missões pode ser sustentado só com
muita oração.
Temos de enfrentar a realidade de que estamos numa guerra espiritual. Fazer missões
é lutar diretamente contra as hostes satânicas. Jesus disse que as portas do inferno não
prevalecerão contra a igreja (Mt 16.18); disse ainda que devemos amarrar o valente e
saquear-lhe os bens (Mc 3.27). A Bíblia também nos diz que Deus “nos tira do reino das
trevas e nos transporta para o reino do filho do seu amor” (Cl 1.13-14). Portanto, o bom crente é
um ladrão! Ele amarra o Diabo, invade sua propriedade e rouba-lhe os bens
— as almas em seu poder nas trevas — e as encaminha para o reino de Jesus Cristo. Por
intermédio da igreja, o bom crente derruba as portas do inferno, entra, amarra o valente e
saqueia-lhe os bens; isso é feito pela oração. O Diabo treme de medo quando vê um crente
orando.
Os crentes, então, precisam reconhecer sua posição em Cristo, que é de superioridade
e vitória sobre todo poder do mal. Em Efésios 1.20-21 lemos: "...o qual exerceu ele em Cristo,
ressuscitando-o dentre os mortos, fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo
principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente
século, mas também no vindouro".
Note que Cristo está assentado nas regiões celestes, acima de todo espírito maligno,
acima do diabo e de sua hostes. Agora observe no mesmo contexto a nossa posição, em 2.6:
"... e juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo
Jesus". Veja bem isso: quando aceitamos Cristo, somos colocados nas regiões celestes em
Cristo portanto estamos na mesma posição de Jesus, ou seja, acima de todo principado e
potestade. Em outras palavras, o Diabo está debaixo de nossos pés. Aleluia! A vitória já
está garantida nessa luta, pela nossa posição em Cristo. Mas o Diabo é persistente, e temos
de usar a arma da oração para golpeá-lo. Em Efésios 6.10-20, o apóstolo Paulo fala sobre a
armadura de Deus na luta contra o Diabo, e nos versículos 18 e 19 explica que essa
armadura é movimentada com a oração. Missões são um trabalho de batalha espiritual,
que ataca e destrói as fortalezas do inimigo, e isso é feito por meio da oração.
Algumas sugestões bíblicas de oração missionária.
Finanças
Um dos assuntos que mais provocam medo e tensão nos pastores e líderes são as
finanças. Porém, se aprendermos a aplicar os princípios bíblicos, tudo funcionará bem
nessa área. Para conseguir bom êxito no sustento da obra missionária é preciso, além de
oração, dinheiro para cobrir as despesas. Por esse motivo, quero iniciar esta parte com
uma exposição bíblica de Filipenses 4.10-20, que apresenta alguns princípios bíblicos sobre
finança Primeiro para o missionário e depois para a igreja.
Em Filipenses 4.10-20 encontramos quatro princípios de finanças para o missionário:
O que e cultura?
É extremamente difícil definir bem, e de modo objetivo e concreto, o termo cultura. Isto
tem a sua razão no fato de que a cultura domina o nosso viver diário, a maneira como
pensamos, sentimos, falamos, comemos, nos vestimos e como mantemos relações
interpessoais. Muitas vezes esquecemos que somos filhos da e presos à nossa cultura.
O teólogo alemão H. Baiz define a cultura, cientificamente, como herança que o ser
humano recebe de seus antepassados e passa para a próxima geração.
O famoso antropólogo norte americano E. B. Taylor define a cultura como herança não
biológica do homem.
Cultura nada mais e do que a maneira como vivemos uns com os outros
A cultura é, portanto, a soma de todo conhecimento, experiência e prática que um povo
adota e exercita. A cultura é um conjunto de hábitos, tradições, valores, normas sociais e
convicções religiosas que um indivíduo, grupo ou povo herda de seus pais e passa para
os seus filhos como verdade ou orientação.
Partindo desta ampla definição percebemos que a cultura nunca chega ao fim em si
mesma. Ela nunca é absoluta, mas antes se encontra num processo evolutivo. Ela se
desenvolve. Nunca é algo estático. Ela se modifica, define-se, adapta-se muito mais do que
admitimos.
Para justificar estas teses precisamos apenas nos perguntar:
CONCEITO
Para a maioria das pessoas, cultura significa o "cabedal de conhecimento que alguém
possui", ou seja, pouco ou nenhum estudo. Quando se diz que alguém possui "muita
cultura", pensa-se logo que aquela pessoa tem um alto grau de estudo ou conhecimento.
Mas, se for pessoa de pouca instrução, ou sem nenhuma, de origem humilde, linguajar
rudimentar, ela é considerada "sem cultura". Puro engano. Para um antropólogo não há
grupo humano ou etnia sem cultura, pois ela é essencial à vida em sociedade. Todos
nascem dentro de uma sociedade e são enculturados dentro da sua cultura.
CARACTERÍSTICAS
A cultura é diversificada, constituída dos hábitos, mitos, religiões, folclores,
costumes, língua, estruturas sociais e realizações.
CULTURA E SOCIEDADE
Os animais (quase todos) vivem em sociedade, mas não possuem cultura. Eles são
guiados pelos instintos e não precisam aprender para sobreviver. Os peixes já nascem
nadando, as tartarugas, ao nascerem, dirige-se para o mar impulsionadas pelo instinto. As
abelhas constroem suas colméias e produzem o mel, mas o seu modo de trabalhar não
sofre alteração, não evolui tecnicamente de uma geração para a outra. Os pássaros não
precisam aprender a construir seus ninhos, nem o leão aprende a rugir ou caçar para sua
sobrevivência. Em tudo são regidos pelos instintos. Não possuem noção de religiosidade,
não têm conceito de valores materiais ou morais, não vivem regidos por estatutos ou leis
jurídicas, nem têm noção do que seja uma cosmovisão.
Entenda-se por cultura civilizada aquela em que o indivíduo tem várias opções a seu
dispor; ele pode escolher aonde, como e com quem vai viver; o que vai vestir ou comer; se
vai morar numa casa de madeira ou de alvenaria; qual profissão vai exercer, etc.
O SUPRACULTURAL NA CULTURA
Quando o Criador ordenou a nossos pais no Éden que crescessem, se multiplicassem,
povoassem a Terra e a governassem'(Gn 1.28-30) e, mais tarde, determinou a Noé e seus
descendentes que "estabelecessem a lei, a ordem e a justiça na Terr”' (Gn 9.5-6), Ele estava
lançando as bases da cultura; porém, esta, em si, é produção humana. Todavia, a cultura é
o campo onde intervêm as forças divinas e forças satânicas continuamente. Ela é o objeto
da ação do supracultural divino e do supracultural demoníaco.
Trata-se de uma guerra contínua entre as potestades das trevas e os anjos de
Deus, na qual o missionário, como ministro enviado de Deus às culturas que estão
dominadas por Satanás, tem de tomar parte, revestido com a armadura de Deus (Ef 6.10-
17), portando as armas da luz e da justiça, as quais não são carnais, pois somos a milícia de
Deus - Rm13.12:2.
Muitos povos vivem no atraso tecnológico e não prosperam por causa da sua
cosmovisão deformada pelo supracultural demoníaco. A cosmovisão monista do
hinduísmo, com seus 330 milhões de deuses, e do budismo tem levado seus seguidores ao
fatalismo e impedido o progresso da Índia e de outros países da Ásia.
O mesmo acontece com a maioria dos países africanos (e com alguns de outras
regiões, seguidores da cosmovisão tribal, com sua hierarquia de deuses, espíritos e
demônios), os quais estão presos à escravidão do animismo, do sincretismo e da feitiçaria,
etc. Por sua vez, a cosmovisão materialista tem levado o homem a negar a existência de
Deus.
TRANSCULTURAÇÃO
Esta definição do Aurélio novamente nos deixa bem claro que este papel o missionário
JAMAIS deve exercer. Sua tarefa não é alterar ou mesmo mudar os valores de uma
cultura, substituindo-os por outros de sua própria cultura.
O prefixo "trans" deriva-se do latim e significa "movimento para além de" ou "através
de". Portanto, em linhas gerais, MISSÕES TRANSCULTURAIS é transpor uma cultura
para levar a mensagem universal do Evangelho, A mensagem do Evangelho não pode se
restringir a uma só cultura, mas deve ter alcance abrangente, em todos os quadrantes da
terra, onde quer que haja uma etnia que ainda não a tenha ouvido.
DIFERENÇAS CULTURAIS
O conhecimento das diferenças transculturais entre os povos da Terra é de capital
importância para quem se dispõe a trabalhar no campo missionário. No seu estudo sobre
as diversas culturas, os antropólogos observaram as profundas diferenças existentes entre
elas, as quais evidenciam-se na maneira como os povos agem, falam, comem e vestem-se,
bem como nos seus conceitos de valores e crenças e nas pressuposições fundamentais que
fazem sobre o seu mundo.
Visto que o evangelista tem de aprender a passar pela rede intercultural a fim de
evangelizar outra cultura, é importante compreender o que constitui essa rede. Antes de
aprender a passar por ela, tem de saber em que as culturas se diferenciam. Podemos
dividir essas diferenças em sete categorias:
Vimos que o conhecimento cultural nos é transmitido desde a infância até o momento
em que morremos. A cultura não é estática, mas está em constante processo de mudanças
que acontecem lentamente. Porém há ocasiões em que a cultura muda quando um
missionário leva o Evangelho e o povo assimila conhecimentos novos mudando, muitas
vezes, sua maneira de vida. Com o tempo, um número cada vez maior de pessoas adotam
essa nova conduta cristã, tornando-a normal entre o povo.
Mas, não podemos nos esquecer que o trabalho do missionário não é "levar estereótipos
de uma cultura para a outra", mas é, no dizer Larry Patê a "proclamação do Amor de Deus, que
ultrapassa as fronteiras culturais, raciais e linguisticas. Ele deseja que todos pigmeus da África ou
os homens de negócios da Ásia - tenham a oportunidade adequada de seguir a Cristo".
Observe que foram citados como exemplo dois grupos de pessoas culturalmente
opostos:
Singh, o conhecido evangelista hindu, certa vez afirmou: "Se você está indo levar a
água da vida para o hindu, leve-a para ele em copo hindu". Ou seja, no nosso mundo
natural a composição da água é a mesma, H2O, mas o vasilhame utilizado pode ser
diferente.
Os missionários transculturais devem estudar com muito cuidado a estrutura social dos
grupos étnicos aos quais Deus os chamou. Como hóspedes entre esses povos, devem
aprender a fazer a obra até onde seja possível através destas estruturas. Usando esse
conhecimento (transcultural) ao planejar a estratégia de trabalho, alguns missionários tem
tido bastante êxito entre esses povos.
Não é o Evangelho que se curva à cultura, mas esta se curva ao Evangelho, Isto é fazer
missões transculturais. É preciso descobrir o "auproach" de cada cultura, ou seja, os seus
pontos de aproximação para comunicar de maneira adequada as verdades do Evangelho,
como fez Paulo entre os atenienses. Este é, na Bíblia Sagrada, um caso típico de missões
transculturais.
O Espírito Santo é criativo, isto é, usa métodos diferentes para diferentes culturas. Os
métodos desempenham um importante papel na realização nas metas do Espírito Santo
para a evangelização de grupos étnicos não alcançados.
• É bom perguntar, para os missionários experientes, como eles lidam com certas
questões culturais.
• Aprender bem a nova língua é o portal para a entrada na nova cultura. Isto ajuda na
comunicação eficiente do evangelho de Jesus Cristo.
• Diaconia aplicada (ajuda aos pobres, assistência espiritual e pastoral aos queridos que
perderam um parente, aos sofridos e perseguidos) abre as portas do coração de todas as
pessoas.
• Visitas às casas dão uma boa impressão dos costumes da nova cultura.
O Antigo Testamento nos traz uma revelação de um DEUS não nacionalista, mas um
DEUS missionário. Em pelo menos três ocasiões específicas, no livro de Génesis, Deus
tratou com toda a humanidade e não somente com uma nação:
Sabemos que de Abraão para Cristo houve aproximadamente 2.000 anos, e este foi o
prazo que Israel teve para cumprir sua tarefa missionária. As principais causas que
levaram Israel a perder a visão missionária foram:
O que é BÍBLICO reporta-se àqueles costumes que, mesmo diferindo de uma etnia para
outra, como foi mencionado reiteradas vezes no decorrer da lição, expressam com a
mesma grandeza e se nenhuma distorção os princípios da Palavra de Deus, que são
imutáveis e têm caráter universal.
O que é EXTRABIBLICO relaciona-se com aquelas áreas nas quais a Bíblia não interfere
especificamente, a favor ou contra, dependendo da consciência de cada um para julgar o
que é lícito e o que não é lícito. A Palavra de Deus não determina as cores das roupas que
devemos usar e nem o melhor tipo de calçados para os nossos pés. São, portanto, questões
extrabíblicas. Aqui prevalecem o bom senso e a orientação do apóstolo Paulo: (veja 1
Coríntios 10.23).
Exemplo disso é a poligamia em países africanos, tradição que passa de geração para
geração e que demanda da parte do missionário não entrar em choque para que as portas
não se fechem, mas em Ter atitude decidida para influenciar a mudança de
comportamento, sempre à luz dos princípios bíblicos e doutrinários.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Contextualização é a adaptação da mensagem do Evangelho comunicada pelo missionário
à cultura receptora, dentro do contexto da cosmovisão dessa cultura. Veja a pregação de
Paulo aos areopagitas (At 17.22-31). A Contextualização das verdades universais do
Evangelho numa cultura inclui a definição, seleção, adaptação e aplicação dessas
verdades universais, pois tem estreita ligação com as necessidades das pessoas na
sociedade (veja Aios 2.41-47), bem como na sua relação com Deus.
Pessoas de outras culturas agem e vivem de modo diferente de nós. Às vezes até pensam
diferente. Isto implica uma lógica diferente ou estranha. O que parece normal e lógico
numa certa cultura se torna, numa outra cultura, estranha e ilógica. De repente
percebemos que existem também outras atitudes, tradições e convicções, outros valores,
sentimentos e hábitos. Esta problemática, geralmente, não é uma questão de certo ou
errado, melhor ou pior; simplesmente é diferente, um problema que traz vantagens e
desvantagens para a pregação do evangelho.
No Japão existem muitas regras para a vida em sociedade. Quem cruza as pernas
ofende a pessoa que está próxima. Decente é pedir uma segunda xícara fervente de chá.
Cuidado com presentes - papel preto e branco leva o mal. Eles devem ser entregue ao final
de uma visita e jamais poderão ser desembrulhados diante do doador.
Na China os presentes devem ser embrulhados em papel vermelho. Agir com
nervosismo, falar alto ou outras reações emocionais constituem um escândalo, mas um
sorriso chinês é bem visto em qualquer circunstância.
Cuidado com qualquer contato físico com pessoas no Japão, na Tailândia e em Sri-
Lanka. Ninguém jamais poderá tocar os cabelos de uma criança tailandesa porque a
cabeça constitui a parte mais santa do corpo humano. Pior ainda é apontar o dedo para
alguém ou tocar os seus pés.
Os filipinos têm sérios problemas em aceitar crítica sobre seu país. Pessoas convidadas
devem chegar no local com, pelo menos, 15 minutos de atraso. Se elas chegam antes são
consideradas glutonas. Na China, por outro lado, a pontualidade os vestidos finos e a
decência são de suma importância. Gorjetas são desprezadas.
Quando você chega a um novo país é recomendado que comece logo observar e anotar
os costumes, hábitos, tradições, pensamentos predominantes e maneira de pensar, sentir e
comunicar. Desta forma você terá, aos poucos, um retraio fiel das pessoas que vivem nesta
cultura. Você será sensibilizado e preparado para, depois, aprender a língua e, finalmente,
comunicar o evangelho de Jesus Cristo. O importante é não criticar as coisas que você
ainda não compreende. Você sempre pode pesquisar, ler, observar, analisar e perguntar.
Deve-se entender também que atrás de cada costume há uma razão e um porquê. Se
não entendemos a razão, observando apenas como alguém fora da cultura, fazemos
julgamentos errôneos, considerando um costume ou outro como "absurdo"- e assim por
diante. Recusamo-nos a nos adaptar e, pior ainda, tentamos mudar as pessoas daquela
cultura, ensinar-lhes e impor-lhes os costumes da nossa própria cultura, que consideramos
a única certa. Isto é, na linguagem antropológica, etnocentrismo - quando a cultura
própria é o padrão para julgar-se qualquer outra cultura.
Nas culturas orientais, é proibido entregar ou receber algo com a mão esquerda.
Deve-se usar sempre a mão direita ao se relacionar com alguém ou para comer. A razão é
que a mão esquerda tem função de papel higiênico nesses países; portanto é imunda, e
como tal não pode ser estendida a outras pessoas.
Outro exemplo: não se pode acariciar pessoas na cabeça, nem mesmo crianças. De
fato, uns quinze anos atrás, nos cartões de desembarque para estrangeiros preencherem,
para entrar na Indonésia foram incluídos dois avisos: "Portar droga é passível de pena de
morte", e: "Não deve-se acariciar nem mesmo crianças na cabeça". O próprio povo não
sabe o porquê; só sabe que é muito má educação e insulto ser tocado na cabeça.
Estudando-se sua cultura, provavelmente a razão disso foi porque aquele país já fora um
país hindu, uns quinze séculos atrás. Pelo conceito hindu, a alma da pessoa encontra-se na
cabeça. Portanto, tocar alguém na cabeça insultaria ou faria mal à alma. Com o passar do
tempo, o povo não sabia mais a razão disso, embora o costume tenha se tornado um tabu,
uma tradição.
Vale a pena reiterar, para efeito didático, que coreanos e japoneses, entre outros povos
orientais, como citado anteriormente, têm também o costume de tirar os sapatos como
sinal de respeito antes de entrarem em qualquer casa.
Em outros países, como o Marrocos e Madagascar, é comum os homens andarem de
mãos dadas, não significando em hipótese alguma qualquer desvio de conduta moral. É
apenas uma forma de companheirismo.
Missionários brasileiros que trabalharam em Madagascar tiveram que adaptar-se às
circunstâncias, como mostra o testemunho de um deles:
“Quando viajávamos pela Ásia observamos que um costume entre os homens era
cumprimentarem-se dando três beijos na face, meu desejo era o de afastá-los quando
se aproximávamos. Se o fizesse, eu obviamente lhe comunicaria rejeição. Outras vezes,
quando caminhávamos com amigos, metia as mãos nos bolsos com medo de que
alguém me tomasse pela mão enquanto caminhávamos. Para os homens daqueles
lugares, andar de mãos dadas é uma expressão de amizade totalmente normal - o que
para mim, um latino, significa algo muito diferente. Novamente, sem dizer uma
palavra, eu estava comunicando coisas que dificultavam a comunicação do
Evangelho”.
Certa vez, uma igreja entendeu mal a viagem que um casal de membros seus fez ao
Oriente quando os viram participando de muitas refeições em suas fotografias e slides.
Acharam que haviam empenhado dinheiro para o casal ficar só comendo durante a
viagem. Faltou-lhes entendimento de que, ao oferecer ou convidar para refeições, os povos
orientais estão dando boas-vindas e oferecendo sua amizade. Se não houvesse refeições,
significaria que o casal fora rejeitado pelos povos pelos quais passaram. Ademais, no
Oriente, recusar uma comida ou um convite para refeição é como recusar a amizade
estendida. Isto fecharia as portas para uma exposição da Palavra do Evangelho.
Nós, às vezes, achamos que podemos e devemos ser francos, ou até temos o direito
de recusar certa comida, principalmente quando essa comida é muito diferente daquela
que costumamos comer - como, por exemplo; ovos chocos, cérebros de macaco, ratos,
cobras ou caramujos! Nossa tendência é de rejeitar o que desconhecemos, querendo o
conforto daquilo que conhecemos e gostamos. Como ocorreu com aquele obreiro que no
seu décimo dia na Europa ligou para sua mãe, dizendo que não agüentava mais comer só
pão e batata: queria feijão!
ACULTURAÇÃO
Quem visita o campo missionário chega como servo, aprendiz, forasteiro e não como
imperador, colonizador ou representante de uma cultura superior. Mesmo depois de ter
vivido por muitos anos no campo missionário, o europeu permanece europeu e o
americano não deixa de ser americano. Isto nada tem a ver com a falta de aculturação ou
interesse pelo país onde se vai servir.
Missionários não conseguem esconder sua herança cultural, seu país de origem, suas
raízes, seu modo de pensar e viver ou educar seus filhos. Ninguém exigiria isto.
O que se espera do novo missionário é que ele se adapte, que ele conviva, aprenda e
se comunique com os cidadãos nacionais como se fosse um deles. Este processo de
adaptação cultural se chama, na antropologia, assimilação ou aculturação.
Diante da realidade da aculturação existem duas possibilidades: ou o novo
missionário nega que vive numa cultura diferente e esperimenta um choque cultural
dramático que, na pior das hipóteses, pode custar sua própria vida, ou ele aceita o fato da
estranheza, do novo, do ser diferente, acaba aprendendo e assimilando, sem rejeitar a sua
identidade de origem.
CHOQUE CULTURAL
O choque cultural pode ser descrito como falta de orientação e estabilidade psíquicas
diante da realidade do novo e de sentir-se diferente diante da estranheza da nova cultura.
Este choque leva o indivíduo a sentir-se uma pessoa rejeitada, sem orientação, influência,
poder e competência para agir conforme as suas convicções ou necessidades básicas. De
certa forma, todo indivíduo passa por uma ou outra forma de choque cultural num país
estranho.
O que varia é a intensidade deste fenômeno. Poucos missionários negam que
passaram por um choque cultural. Na média, alguns dizem que passaram por momentos
curtos de crise e falta de orientação. Em alguns casos as pessoas adoeceram tão
gravemente que se tornaram candidatas ao suicídio. Outras precisaram voltar para casa.
De acordo com alguns especialistas, o "choque cultural" pode ser dividido em quatro
etapas:
• A Primeira etapa é a da "lua de mel". Nesse momento tudo é bonito; qualquer detalhe é
maravilhoso.
• A Segunda é a etapa "crítica", quando pensamos que tudo está mal. A comida é ruim, as
pessoas são desonestas e nada funciona bem. Sentimo-nos tentados a voltar para casa.
• A Terceira fase é a etapa inicial de "recuperação". Começa quando aceitamos os
costumes que, a princípio, considerávamos estranhos. Recobramos o senso de humor e
aprendemos lentamente a rir de nossos próprios erros.
• A Quarta etapa é a da "adaptação completa", quando nos sentimos "em casa" na nova
cultura. A partir daí nosso ministério começa a dar fruto.
Pelo desconhecimento da língua, das instituições dos costumes, dos valores, das
crenças e da cosmovisão do povo da cultura alvo, o choque cultural tem sido a causa
principal do desânimo de muitos missionários no campo. Esta reação é normal, visto que
todos os seus conceitos e comportamentos, além da diferença natural da língua, entram
em choque com a cultura do povo local.
A pessoa, então, entra num stress que varia de grau de profundidade, aparecendo no
dia-a-dia em forma de problemas emocionais e físicos, incapacidade de se portar
normalmente ou até mesmo pelo surgimento de doenças.
Quando está passando por um choque cultural, uma pessoa pode apresentar os
seguintes sinais:
O que pode ajudar alguém a vencer o choque cultural? Uma vida disciplinada,
humildade, flexibilidade, prontidão para ouvir e aprender ou aceitar aconselhamento
pastoral. Quando o missionário novato não consegue vencer o [choque cultural da
forma adequada, é melhor que ele retorne ao seu país de origem.
STRESS CULTURAL
O stress cultural pode ser descrito como um conjunto de elementos físicos e psíquicos
adicionais que o missionário sofre por viver numa nova cultura e num novo ambiente:
calor, umidade, alergia, língua, distância geográfica, estilo de vida, comida.
O stress cultural não é um fenômeno temporário. O missionário tem que aprender a
se adaptar às novas situações, embora isto se torne um desafio constante. Pessoas que
aprenderam a conviver com o stress cultural são pessoas bi-culturais.
CONCLUSÃO
Para concluir, fiquemos com o exemplo de Jesus que não obstante inserir-se na
cultura judaica, "jamais se mostrou prisioneiro dela, quando revelava exageros". Veja o
que escreveu o autor, em obra recente: "Sempre que fosse preciso tomar uma atitude que
contrariasse costumes estranhos já arraigados na consciência do povo, Jesus não hesitava
em fazê-lo. Foi assim em relação ao divórcio. Enquanto a lei de Moisés o previa em
circunstâncias bem mais amplas (Deuteronômio 22.1-4), o que tornou comum entre os
judeus, Jesus o restringiu apenas a casos de adultério (Mateus 5.31-32; Mateus 19.1-9). No
contexto deste último capítulo, o Senhor indiretamente condenou as instituições sociais da
poligamia e do concubinato, tão em voga no Antigo Testamento e cujos resquícios ainda
perduravam.
"O exemplo da mulher adúltera que, pela lei, deveria ser apedrejada se constituí em
outra lição sobre o modo como Jesus encarava os padrões éticos da cultura religiosa
judaica. Ele se apegava a valores absolutos e não relativos. Sob este prisma, o Mestre não
poderia, pela lógica, assentar-se junto ao poço de Jacó e dialogar com a mulher
samaritana... Ele, todavia, permaneceu fiel ao princípio universal do amor, que une todas
as raças e alcança o pecador de índole mais pervertida". Isto é missões transculturais.
O homem, em qualquer cultura ou parte da terra, sempre será um pecador
necessitado da misericórdia divina. Não importa o conceito que tenha do mundo, não
importa as suas crenças, práticas e costumes. O importante é que precisa ser avisado
urgentemente que, mesmo na cultura dele, corre sério risco de perder a salvação caso
rejeite a mensagem de Cristo.
Nós, servos do Senhor, temos a obrigação de avisá-lo de maneira inteligível, na
concepção que tem do mundo e na língua que lhe é comum, sentindo que o Cristianismo
irá melhorar sua cultura, e não anulá-la ou substituí-la.
*****FIM*****
AS MISSÕES CRISTÃ DE MOÇAMBIQUE aprecia o teu empenho! Lhe convidamos a parceria
do Departamento Acadêmico. Esta parceria é de canalização de recurso para o departamento de
acordo com o que Deus colocou no teu coração!
Bibliografia
a) Não deixe para estudar muito tarde, pois o sono pode atrapalhá-lo em sua
concentração;
b) Não deixe a luz do ambiente em que estiver, apagada, pois a claridade da
tela do computador torna-se ainda maior, provocando dor de cabeça e
irritabilidade.
3- Pense na possibilidade de imprimir sua apostila, pois pode ser que isso dê a opção,
por exemplo, de carregá-la para onde quiser e de grifar com caneta,
partes que ache importante.