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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por KLEBER HENRIQUE DE OLIVEIRA, protocolado em 30/11/2017 às 18:48 , sob o número 10138635620178260019.
DA ______ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE AMERICANA – SP.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1013863-56.2017.8.26.0019 e código 331AFAE.
DÉLCIO BELMUDES DA SILVA
JUNIOR, brasileiro, solteiro, empresário, portador da cédula de identidade RG n.º
27.183.230 SSP/SP e inscrito no CPF sob n.º 297.026.898-13, residente e
domiciliado na Rua Santa Inez nº 181, apartamento 163 bloco CIEL, na cidade de
Americana/SP, CEP 13.473-060, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, por intermédio dos advogados e procuradores que esta subscrevem,
propor a presente:

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face de MERCADO BITCOIN


SERVIÇOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no sob nº CNPJ
18.213.434/0001-35, com sede na Rua Olimpíadas, 205, CJ 41, Vila Olímpia, São
Paulo/SP, CEP: 04551-000, pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos,
articuladamente, para amplo e irrestrito convencimento do MM. Juízo.

I – RESUMO DA DEMANDA

A presente ação versa acerca da obrigação da


empresa Requerida em restituir valores indevidamente retirados da conta do
Autor, estes consubstanciados na moeda virtual BITCOIN, aduzindo a Requerida
ter se tratado de fraude, o que não merece prosperar.

Avenida São Jerônimo, 740 - Americana, SP – 13471-200 - ffx (19) 3461.3858 - contato@oliveiraepivi.adv.br
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Sendo assim, em razão dos prejuízos sofridos

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caberá a ela indenizar material e moralmente o Autor, nos termos que passamos a

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expor.

II – O QUE É BITCOIN?

Primeiramente, importante esclarecer a este


Juízo sobre o que se trata o MERCADO BITCOIN, o que ajudará a delimitar a
abrangência dos pedidos feitos na presente ação.

Conforme pode ser verificado pelo próprio


site na internet da Requerida “bitcoin é uma forma de dinheiro, assim como o
real, dólar ou euro, com a diferença de ser puramente digital e não ser emitido
por nenhum governo. O seu valor é determinado livremente pelos indivíduos no
mercado. Para transações online, é a forma ideal de pagamento, pois é rápido,
barato e seguro. É uma tecnologia inovadora.”1

Em termos técnicos, bitcoin é um software


consubstanciado em um apontamento contábil eletrônico em que é registrada uma
conta corrente com o referido saldo. O diferencial é que o código-fonte deste
software é aberto, ou seja, não há um servidor que controla a rede, sendo ela
aberta para todos os usuários, o que da maior segurança nas transações realizadas.

Quando se pesquisa sobre o tema


encontramos a definição leiga de bitcoin como “uma tecnologia digital que
permite reproduzir em pagamentos eletrônicos a eficiência dos pagamentos com
cédulas descrito acima (pagamento em dinheiro feito pelo comprador diretamente
ao vendedor). Pagamentos com bitcoins são rápidos, baratos e sem
intermediários.”2

1
Disponível em http://www.infomoney.com.br/blogs/cambio/moeda-na-era-
digital/post/3160782/dez-formas-explicar-que-bitcoin
2
Disponível em https://www.bitcoinbrasil.com.br/o-que-e-bitcoin/

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A enciclopédia livre, WIKIPÉDIA, assim os

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define:

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“Bitcoin (símbolo: Ƀ; abrev: BTC ou XBT , peer-to-peer electronic cash
system) é uma moeda digital do tipo cripto moeda descentralizada, e
também um sistema econômico alternativo, apresentada em 2008 na lista
de discussão The Cryptography Mailing por um programador, ou um grupo
de programadores, de pseudônimo Satoshi Nakamoto;
É considerada a primeira moeda digital mundial descentralizada, e tida
como responsável pelo ressurgimento do sistema bancário livre.
O bitcoin permite a transação financeira sem intermediários, mas
verificadas por todos os nós da rede Bitcoin peer-to-peer, que são gravadas
em um banco de dados distribuídos, chamado de blockchain.
A topologia peer-to-peer (ou P2P) da rede Bitcoin, ou sistema econômico
alternativo,[17] e a ausência de uma entidade administradora central, que
torna inviável qualquer Autoridade financeira ou governamental manipular
a emissão e o valor de bitcoins ou induzir a inflação com a produção de
mais dinheiro.”3

Isso significa que a pessoa que detém


bitcoins possui verdadeira carteira de investimento, em analogia ao portador de
ações.

Como não existe uma unidade central que


cria as unidades monetárias ou verifica as transações, existem usuários chamados
“mineradores” que contribuem com força de processamento de seus
computadores, vez que as verificações das transações são feitas através de
computadores conectados que demonstram que a transação realizada é verdadeira.

3
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Bitcoin

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4

esclarecem-o-que-e-bitcoin.htm

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Disponível em https://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/03/13/perguntas-e-respostas-
Algumas imagens que resumem o processo4:
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Conforme expôs Fernando Ulrich em sua
obra: “o protocolo, portanto, foi projetado de tal forma que cada minerador
contribui com a força de processamento de seu computador visando à
sustentação da infraestrutura necessária para manter e autenticar a rede da
moeda digital. Mineradores são premiados com bitcoins recém-criados por
contribuir com força de processamento para manter a rede e por verificar as
transações no blockchain. E à medida que mais capacidade computacional é
dedicada à mineração, o protocolo incrementa a dificuldade do problema
matemático, assegurando que bitcoins sejam sempre minerados a uma taxa
previsível e limitada.”5

5
ULRICH, Fernando. Bitcoin: a moeda da era digital – São Paulo: Instituto Ludwig von Mises

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Isso significa que a mesma moeda não pode

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ser utilizada duas vezes exatamente em razão da criptografia de chave pública, a

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qual tem sua verificação pela rede de computadores conectados.

Na presente data, uma unidade de bitcoin


está avaliada em R$ 37.500,00 (trinta e sete mil e quinhentos reais) conforme
informação disponível no próprio site do Mercado Bitcoin.

Era o que se havia de relatar!

III – DOS FATOS

O Autor é usuário do MERCADO BITCOIN,


onde até a data de 27/07/2017 possuía um crédito de R$ 5.121,44 (cinco mil cento
e vinte e um reais e quarenta e quatro centavos) em sua conta virtual – a qual não
movimentava desde 05/05/2017 – conforme se extrai do extrato anexo –
documento 01.

Em 28 de julho do presente ano (2017) o


Autor visando adquirir “bitcoin”, tentou acessar sua conta através da digitação
do login e senha, mas não conseguiu, porém, recebeu minutos após sua tentativa
de acesso um e-mail da empresa Requerida, a qual lhe informou que sua transação
havia sido aprovada com sucesso.

O Autor não havia realizado nenhuma


transação, vez que sequer conseguiu acessar sua conta. Ato contínuo, o Autor
tentou novamente realizar o login em sua conta.

Para sua surpresa o acesso foi novamente


negado e o Autor recebeu outro e-mail da Requerida, afirmando uma segunda vez
que sua transação havia sido aprovada com sucesso.

Brasil, 2014, p. 20.

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Sendo assim, o Autor buscou a modificação

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de sua senha, recebendo um e-mail da Requerida para que realizasse o

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procedimento de alteração, o que foi devidamente feito, mas – inacreditavelmente
– mesmo com a nova senha o acesso foi negado!

Diante da ausência de acesso à sua conta e do


recebimento de diversos e-mails informando que sua transação havia sido
realizada com sucesso, o Autor enviou e-mails à Requerida informando que não
havia realizado transação alguma, bem como sua conta estava com acesso negado,
razão pela qual estava desconfiando que poderia ter havido alguma tentativa de
invasão (documentos anexos – 02 e 03).

Importante esclarecer que para todas as


operações do MERCADO BITCOIN o procedimento padrão é a comunicação
entre as partes através de chats ou e-mails.

Os e-mails recebidos pelo Autor indicavam


as seguintes operações realizadas na sua conta virtual (vide documentos 02 e 03
anexos):

 Transferência de Bitcoins #445051 na quantidade de 0,56073000 BTC


(bitcoins) em 28/07/2017 às 16h:04:06, originária da Ordem de compra
#38622660 realizada às 16h:01:55 do dia 28/07/2017, proveniente das
seguintes operações:

 #724743 na quantidade de 0,13079 BTC;


 #724744 na quantidade de 0,01900 BTC; e
 #724745 na quantidade de 0,42495 BTC.

Em razão da informação do Autor de que não


havia realizado nenhuma transação foi aberto um procedimento de investigação
pela Requerida, a qual, em resposta, assim aduziu (documento 05 anexo):

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“Olá Delcio,
Analisamos a sua conta e verificamos que o acesso foi legítimo, realizado

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com seu login e senha. Não podemos nos responsabilizar pela sua
retirada, pois ela foi feita com o seu PIN.
É impossível acessar a sua conta sem a senha, assim como é impossível
realizar retiradas de bitcoins sem a utilização do PIN. Não há como o
sistema permitir acesso à conta sem estas informações.
Infelizmente os bitcoins foram enviados para um endereço que não
pertence ao nosso site, de modo que não temos como recuperá-los.
Seu computador ou dispositivo que utiliza para acessar a plataforma do
Mercado Bitcoin pode estar infectado por um trojan ou outra ameaça de
segurança.
Peço que atualize seu antivírus e faça uma varredura completa em seu
computador e certifique-se de que o equipamento está seguro para acessar
seus aplicativos e plataformas pessoais.
Recomendo que troque a senha do seu e-mail pessoal ative um segundo
fator de autenticação para acessá-lo (o aplicativo Authy também pode ser
usado como token para contas de e-mail).
Como uma medida de segurança o Mercado Bitcoin irá manter os limites
zerados para transferências de valores de sua conta, garantindo que
ninguém conseguirá realizar saques de reais ou moedas digitais...”

Ou seja, a Requerida se limitou a afirmar que


a operação foi legitima, e se eximiu de qualquer responsabilidade apenas alegando
que os valores foram enviados para contas não administradas por ela. Não
obstante, foi informado acerca da remoção de seu token de acesso, sendo que ele
nunca habilitou token algum!

O Autor não realizou qualquer transferência


ou autorizou qualquer ordem de compra, de maneira a tornar absurda e maliciosa
a atuação da empresa Requerida, a qual aduz que a operação realizada foi
legitima, insinuando que a falha na segurança possa ter se dado por culpa
exclusiva do Autor, mediante infecção de vírus em seu computador.

Sendo assim, diante da negativa da


Requerida em devolver os valores que foram indevidamente retirados de sua
conta, ao Autor não restou outra alternativa senão o ingresso da presente medida,

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vez que lhe foi subtraída a importância de R$ 5.121,00 (cinco mil cento e vinte e

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um reais), convertidos em 0,56158 bitcoins, além do direito de ganho financeiro

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com a referida moeda virtual, o que não se pode admitir.

Importante salientar que o Autor não é a


única vítima da fraude perpetrada, conforme reclamações no site RECLAME
AQUI as quais seguem anexas, referentes ao mesmo mês em que ocorreu a
invasão da conta do Autor. Vejamos:

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6

Os casos acima colacionados são idênticos ao


vivenciado pelo Autor, o que demonstra que outros usuários consumidores estão
amargando os prejuízos decorrentes da falha na prestação dos serviços da
Requerida, a qual busca se eximir de qualquer responsabilidade.

O que causa estranheza é o fato das contas


destinatárias das transferências terem todas um registro eletrônico que
supostamente permitiria sua fácil identificação e localização pela Requerida, mas
esta simplesmente aduz que os valores foram transferidos para contas fora de sua
administração.

O Autor também realizou reclamação no


RECLAME AQUI, na mesma data em que não conseguiu acesso à sua conta e
tomou conhecimento das transferências realizadas, narrando os fatos (doc. 06):

“Mercado Bitcoin Fraudado! Tive saques indevidos hoje, a


responsabilidade pela segurança é da empresa, inclusive
6
Disponíveis em: https://www.reclameaqui.com.br/mercado-bitcoin/saque-
fraudulento_h_R_SDqG_xpBTMMW/ ; https://www.reclameaqui.com.br/mercado-bitcoin/conta-
invadida-falha-na-seguranca-do-token_aLk9SN7dUHaVW8gd/ ;
https://www.reclameaqui.com.br/mercado-bitcoin/transferencia-indevida_DNoLLzaFuEHwSi7U/
; https://www.reclameaqui.com.br/mercado-bitcoin/saque-indevido-e-cancelamento-da-
conta_OtEPzZjhyn6-1zdm/

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problemas de Phishing, quero saber onde estão meus

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Bitcoins?

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Mercado Bitcoin
(/empresa/mercado-bitcoin/)
Americana - SP ID: 27797117  28/07/17 às
18h39 denunciar
Login-Senha (/busca/?q=Login-Senha) Moeda em espécie
(/busca/?q=Moeda em espécie)
Serviços de câmbio e transferência de
dinheiro (/categoria/servicos-de-cambio-transferencia-de-dinheiro/)
Não consegui acessar minha conta hoje, dia 28/07/17 e logo em seguida
recebi um e-mail informando sobre um saque realizado em minha conta,
em Bitcoin! Eu NÃO SOLICITEI SAQUE!!! Meus dados e senhas
NINGUÉM POSSUI!!! Somente eu!!!
Tenho todos os códigos e dados do
endereço eletrônico de destino deste saque. O Mercado Bitcoin informa
nos e-mails que não se responsabiliza por saques feitos a não ser que o
destino faça a devolução e isso é um absurdo! Pela lei, os bancos e
instituições são RESPONSÁVEIS pela segurança do sistema e por isso eu
quero meu caso Solucionado, caso contrário terei que tomar outras
providências dentro da lei, na justiça.
Porém eu acredito na seriedade desta instituição, tenho certeza que
solucionarão o meu problema e de outras pessoas que eu ví aqui que
passaram pelo mesmo problema que eu...
Obrigado, aguardo retorno com a solução do meu caso.”

Contudo, não houve solução satisfatória.

Sendo assim, a presente medida visa o


pagamento do dano material sofrido pelo Autor, no importe de R$ 5.121,00 (cinco
mil cento e vinte um reais), bem como, o impedimento de ganho efetivo com a
valorização da moeda virtual, uma vez que a mesma está se valorizando cada dia
mais, além dos danos morais decorrentes do descaso da empresa Requerida e da
privação de numerário investido, levando em conta que na data do saque indevido
o valor do “bitcoin” era de R$ 8.972,76 (oito mil novecentos e setenta e dois reais
e setenta e seis centavos) e no dia da distribuição da presente ação o valor é de R$
37.500,00 (trinta e sete mil e quinhentos reais):

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IV – DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR e DA EQUIPARAÇÃO COM INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA

O Autor deve ser amparado pelo Código de


Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), visto que a Requerida é fornecedora de
produtos e serviços, enquadrando-se as partes no que dispõe os artigos 2º e 3º,
parágrafo 2º do referido diploma legal.

Manifesto que o Autor é destinatário final dos


serviços oferecidos pela empresa, sendo ela fornecedora, estando preenchidos os
requisitos dos artigos 02º e 03º da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, a
saber:

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“Artigo 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou

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utiliza produto ou serviço como destinatário final.

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Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Artigo 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial.”(grifos nossos)

Sendo assim, temos que a proteção do


consumidor encontra amparo em sua posição de vulnerabilidade no mercado de
consumo, dando suporte para que sejam aplicadas as regras da legislação
específica como forma que o Estado encontrou para garantir o equilíbrio entre as
partes.

Nesse sentido, para a fixação do regime o que


deve ser levado em consideração é sua causa, de maneira a justificar a aplicação
do CDC e a análise das cláusulas contratuais à luz de suas disposições.

Não obstante, temos que a Requerida deve


ser equiparada a instituição financeira, vez que, conforme a própria definição,
“instituição financeira é uma organização cuja finalidade é otimizar a alocação
de capitais financeiros próprios e/ou de terceiros, obedecendo uma co-relação
de risco, custo e prazo[1] que atenda aos objetivos dos seus patrocinadores (no
sentido da palavra inglesa stakeholder), incluindo pessoas
físicas ou jurídicas que tenham interesses em sua operação
como acionistas, clientes, colaboradores, Cooperados, fornecedores, agências
reguladoras do mercado onde a organização opere.”7

7
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituição_financeira

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Nos termos do artigo 1º da Lei 7.492 de

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1986:

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“Artigo 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a
pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade
principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros,
em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição,
negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários.
Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:
I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio,
capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros;
II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste
artigo, ainda que de forma eventual.”

Evidente que a atividade desenvolvida pela


Requerida se enquadra na referida definição, pois faz a intermediação de compra e
venda de moeda, ainda que virtual.

Sendo assim, por tratar-se de instituição


financeira, trazemos à baila a Súmula 297 do Superior Tribunal de Justiça, a qual
preceitua que “o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições
financeiras.”.

Indubitável que a presente relação jurídica


trata-se de relação de consumo, temos que fazer algumas ponderações no que
tange ao ônus da prova, pois sendo norteada pela Lei nº 8.078, de 11 de setembro
de 1990, insta trazer a baila seu artigo 6º, inciso VIII, um dos direitos dos
consumidores, qual seja, da inversão do ônus da prova, vejamos:

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do


ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz,

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for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por KLEBER HENRIQUE DE OLIVEIRA, protocolado em 30/11/2017 às 18:48 , sob o número 10138635620178260019.
regras ordinárias de experiências;(grifo nosso)

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1013863-56.2017.8.26.0019 e código 331AFAE.
A lei em questão, a qual regula as relações de
consumo, inovou ao trazer determinações próprias e particulares que tratam
especificamente das questões em que fornecedores e consumidores integram a
relação jurídica, principalmente no que concerne à matéria probatória.

Neste sentido, inovou o legislador pátrio,


excepcionando aquela regra geral trazida no artigo 373 do Código de Processo
Civil.

Da simples leitura do dispositivo supra


verifica-se, sem maior esforço, ter o legislador conferido ao Juiz a incumbência
de, presente o requisito da verossimilhança das alegações ou quando o
consumidor for hipossuficiente, poder inverter o ônus da prova.

Andou bem o legislador ao introduzir este


dispositivo em nosso ordenamento. Isto porque o consumidor é, indubitavelmente,
o polo mais frágil da relação firmada, e carece de proteção contra os abusos
perpetrados por parte dos fornecedores.

Esta vulnerabilidade do consumidor foi


reconhecida pelo próprio Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 4º que,
per si, já ampara a sua proteção nesta questão da prova.

Assim, de acordo com doutrina e a


jurisprudência pátria dominante, o momento processual mais adequado para
aplicação do disposto no inciso VIII, do artigo 6º, do CDC, seria entre o
pedido inicial e o despacho saneador, tendo em vista que a inversão não é
automática e por isso não pode ser considerada, tal qual no processo civil,
como regra de julgamento.

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Consoante brilhantemente expõe Rizzatto

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Nunes:

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1013863-56.2017.8.26.0019 e código 331AFAE.
"Este pensamento está alinhado com a
distribuição do ônus da prova do art 333 do CPC e não com aquela
instituída no CDC.”.8

Para o renomado Autor é possível chegar a


esta conclusão através de um raciocínio de singela lógica, consistente em ser
preciso que o Estado-Juiz se manifeste no processo para saber se a
hipossuficiência foi reconhecida ou se a verossimilhança está presente.

Concluí então que: "diante da norma do


CDC, que não gera inversão automática, que o magistrado venha a decidir
apenas na sentença respeito da inversão, como surpresa a ser revelada para as
partes".

É de bom alvitre asseverar e reiterar que a


não aplicação das regras de inversão do ônus da prova predisposta no nosso
CDC estará ferindo a Carta Magna e a sua persecução de uma prestação
jurisdicional equânime.

Pedimos vênia para juntar recente decisão de


primeiro grau que reconheceu a relação de consumo da ora Requerida em
processo análogo – documento 07 anexo.

Assim, demonstrado está que, de forma


cabal, o caso em discussão é regido pelas normas de proteção do consumidor, bem
como estão presentes os requisitos para concessão da inversão do ônus da prova.

Desta feita, em respeito aos princípios do


contraditório, ampla defesa, do devido processual, bem como para se evitar

8
NUNES, Luis Antonio Rizzatto. Comentarios ao CDC: direito material (arts. 1 a 54), p 124, ed.
Saraiva, São Paulo, 2000.

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sentença surpresa, requer a concessão da inversão da prova desde a primeira

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manifestação de Vossa Excelência no presente feito.

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V – DO MÉRITO

Primeiramente, importante frisar que a boa-fé


é um princípio normativo que exige uma conduta das partes com honestidade,
correção e lealdade. O princípio da boa-fé, assim, impõe a todos um dever de agir
em conformidade com a confiança que se espera nas relações sociais.

Nas palavras de Tereza Negreiros:

“O princípio da boa-fé, como resultante necessária de uma ordenação


solidária das relações intersubjetivas, patrimoniais ou não, projetada pela
Constituição, configura-se muito mais do que como fator de compreensão
da autonomia provada, como um parâmetro para a sua funcionalização à
dignidade da pessoa humana, em todas as suas dimensões.”9

No presente caso, evidente que a Ré não agiu


conforme os ditames da boa-fé, vez que a invasão no acesso à conta virtual do
Autor se deu tão somente por falha nos seus sistemas de segurança, não havendo
como imputar a ele qualquer responsabilidade pelo ocorrido.

Nesse sentido, notório que – informando a


Ré da fraude perpetrada, e tendo esta ocorrido perante inúmeros usuários em datas
semelhantes, o que se espera da empresa é que retorne o valor indevidamente
retirado da conta de seu cliente em moeda virtual equivalente 0,56158 bitcoins,
vez que, quando teve o acesso de sua conta negado sua intenção era justamente
adquirir “bitcoin” com o valor existente na ocasião em sua conta (R$ 5.121,44) –
vide extrato anexo – documento 01.

9
Fundamentos para uma Interpretação Constitucional do Princípio da Boa-Fé, Ed. Renovar, Rio
de Janeiro, 1998, pág. 222-223

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Evidente que a maneira justa e correta de

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reparar o dano suportado pelo autor é o pagamento da indenização por danos

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materiais no equivalente aos bitcoins retirados de sua conta, no importe de
0,56158, vez que sua aquisição visa exatamente adquirir moeda virtual que está se
valorizando.

Isso significa que, em caso de procedência da


presente demanda, quando a Requerida for efetuar o pagamento da indenização
por dano material o valor correspondente em reais não terá correspondência ao
valor de bitcoins que foi retirado da conta do Autor, não sendo sanado
integralmente o prejuízo sofrido.

Sendo assim, a indenização por dano material


deve ser formulada no valor correspondente a 0,56158 bitcoins.

A atitude promovida pela Requerida


consubstancia-se em um ato ilícito, visto que houve falha no seu sistema de
segurança, provocando dano material ao usuário, Autor da presente demanda.

Conforme preceitua Orlando Gomes “ato


ilícito é a ação ou omissão culposa com a qual se infringe direta e imediatamente
um preceito jurídico do direito privado, causando-se dano a outrem” (Introdução
ao direito civil, p. 314).

Assim, quando alguém comete um ato ilícito,


há infração de um dever e a imputação de um resultado. E a consequência do ato
ilícito é a obrigação de indenizar, de reparar o dano, nos termos do artigo 186 e
927 do Código Civil.

Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

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Artigo 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a

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outrem, fica obrigado a repará-lo.

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Com efeito, a consequência jurídica do ato
ilícito perpetrado pela Requerida em prejuízo ao Autor é, portanto, o dever de
ressarcir os danos que causou e ainda causa, vez que está privado da quantia
indevidamente retirada de sua conta virtual, não podendo realizar qualquer
transação, o que frustra a própria finalidade do serviço oferecido pela Requerida.

Analisando-se a responsabilidade civil das


fornecedoras em face dos seus clientes, não há dúvida de ser a Requerida parte de
uma relação de consumo, sendo o cliente Autor, consumidor.

Nesse sentido, a invasão na conta do Autor


com realização de transações não Autorizadas e negadas por ele caracteriza
prestação defeituosa do serviço, pela qual a instituição financeira responde de
maneira objetiva.

De amplo conhecimento as inúmeras fraudes


de ocorrem no sistema da internet, de maneira que a Requerida deve garantir a
segurança de quem utiliza essa modalidade de acesso para movimentar a conta,
vez que a própria propaganda do serviço oferecido por ela é a utilização de uma
moeda virtual, ou seja, que somente existe nos meios eletrônicos de tecnologia
pela rede de internet, o que impõe de maneira ainda mais incisiva a obrigação de
garantir a segurança do sistema.

Não há nenhuma justificativa apta a afastar


sua responsabilidade pela invasão na conta virtual do Autor, respondendo a
Requerida objetivamente. Nesse sentido a Súmula 479 do STJ, a qual deve ser
aplicada em razão da Requerida enquadrar-se como instituição financeira:

“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados


por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no
âmbito de operações bancárias”.

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Trazendo os fatos para as normas do CDC,

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tem-se que é inequívoca a responsabilidade da Requerida no caso em apreço, pois

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seu objeto encontra-se sob o pálio do Código de Defesa do Consumidor,
notadamente em seu artigo 6º, inciso VI, que assim expressa:

“Artigo 6º - São direitos básicos do consumidor:


(...)
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;”

No presente caso, a falta de diligência do


configura vício de qualidade por insegurança do serviço nos termos do artigo 14
do CDC, vejamos:

“Artigo 14 - O fornecedor de serviços responde independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

Trata-se de responsabilidade objetiva do


fornecedor pelos danos causados ao consumidor pelo serviço defeituoso, sejam
estes de ordem material ou moral. Essa falha na prestação do serviço ocorre
devido a não observância do dever de cuidado. Deste modo, os fornecedores de
serviços respondem independentemente de culpa (presumida em razão do dever
de qualidade adequação e segurança dos serviços colocados no mercado de
consumo, e do dever de agir segundo a boa-fé objetiva), pelos danos causados na
prestação dos seus serviços.

Nesse sentido a lição de CAVALIERI


FILHO:

“Pela teoria do risco do empreendimento, todo aquele que se disponha a


exercer alguma atividade no mercado de consumo tem o dever de

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responder por eventuais vícios ou defeitos dos bens e serviços fornecidos,

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independentemente de culpa. Este dever é imanente ao dever de

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obediência às normas técnicas e de segurança, bem como aos critérios de
lealdade, quer perante os bens e serviços ofertados, quer perante os
destinatários dessas ofertas. A responsabilidade decorre do simples fato
de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir, estocar, distribuir e
comercializar produtos ou executar determinados serviços. O fornecedor
passa a ser o garante dos produtos e serviços que oferece no mercado de
consumo, respondendo pela qualidade e segurança dos mesmos”.10

Evidente, portanto, que houve inobservância


do dever de cuidado por parte da Requerida, a qual deverá indenizar o Autor pelos
prejuízos suportados, não havendo o que se falar em culpa exclusiva de terceiro,
vez que cabe a ela manter a segurança de seu sistema.

Além disso, não basta que o fato de terceiro


seja inevitável para excluir a responsabilidade do fornecedor, é indispensável que
seja também imprevisível, o que não é o caso, vez que as fraudes nos sistemas de
segurança dos sites que administram capital são corriqueiras.

Nesse sentido a jurisprudência, a qual deve


ser analogicamente aplicada em razão da semelhança com os casos de fraude
bancária:

“RECURSO DE APELAÇÃO INTERPOSTO CONTRA R. SENTENÇA


PELA QUAL FOI JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE AÇÃO
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - ALEGAÇÃO
DE INCORREÇÃO, ANTE A OCORRÊNCIA DE DANO MORAL
INDENIZÁVEL - EXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR -
INDEVIDA MOVIMENTAÇÃO EM CONTA CORRENTE POR

10
Programa de Responsabilidade Civil. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 422

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TERCEIRA PESSOA - APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO

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CONSUMIDOR - PROVAS ENCARTADAS AOS AUTOS QUE FAZEM

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PRESUMIR A VERACIDADE DOS FATOS INICIALMENTE
ARTICULADOS - CASA BANCÁRIA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DE
COMPROVAR A REGULARIDADE NA REALIZAÇÃO DOS SAQUES -
SITUAÇÃO QUE EVIDENCIA A INSEGURANÇA E O DESCONFORTO
DO CONSUMIDOR PELOS SERVIÇOS PRESTADOS, POSTO QUE NÃO
ATENDERAM À EXPECTATIVA NECESSÁRIA AO CUMPRIMENTO DA
OBRIGAÇAO CONTRATUAL, RAZÃO PELA QUAL SURGE, DE,
FORMA INEXORÁVEL, O DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL
CONFIGURADO.RECURSO PROVIDO. TERMO INICIAL DE
INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA - PEDIDO DE REFORMA -
JUROS DE MORA QUE INCIDEM DESDE O EVENTO DANOSO
(SAQUES INDEVIDOS) - RECURSO PROVIDO.” (TJSP
00370843420118260007, rel. Des. SIMÕES DE VERGUEIRO,
julgamento em 14/04.2015)

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. RESPONSABILIDADE
CIVIL. MOVIMENTAÇÃO INDEVIDA NA CONTA-CORRENTE DO
AUTOR DECORRENTE DA ABERTURA
DE CONTA BANCÁRIA MEDIANTE FRAUDE DE TERCEIRO.
QUANTUM INDENIZATÓRIO ARBITRADO A TÍTULO DE DANO
MORAL. MAJORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7/STJ.
VALOR ARBITRADO COM RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. DECISÃO MANTIDA. 1. O recurso especial
não comporta o exame de questões que impliquem revolvimento do
contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a Súmula n.
7/STJ. 2. Em hipóteses excepcionais, quando manifestamente evidenciado
ser irrisório ou exorbitante o valor da indenização, a jurisprudência desta
Corte permite o afastamento do referido óbice para possibilitar a revisão.
3. Na hipótese, o Tribunal local, consideradas as peculiaridades do caso

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em questão, manteve a indenização fixada pelo Juízo singular em quantia

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que não se distancia dos princípios da razoabilidade e da

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proporcionalidade. 4. Agravo regimental desprovido.” (STJ AgREsp
1259612 RN, rel. Min. ANTONIO CARLOS FERREIRA, julgamento em
28/05/2013)

“CONTRATO BANCÁRIO. Responsabilidadecivil. Movimentações indevid


as na conta bancária do Autor Ausência de provas quanto a regularidade
das movimentações, ônus que cabia à instituição financeira Ré Danos
morais configurados Valor da indenização que se afigura razoável e
proporcional RECURSO NÃO PROVIDO.” (TJSP APL
00010027320118260663, rel. Des. RENATO RANGEL DESINANO,
julgamento em 12/12/2013)

Por fim, temos que a negativa em restituir o


valor indevidamente retirado da conta virtual do Autor pode ser enquadrada,
ainda, na hipótese prevista no inciso V do artigo 39 do CDC, que dispõe:

“Artigo 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre


outras práticas abusivas
[...]
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;”

Portanto, Excelência, indubitável é a


responsabilidade da Requerida pela falha na prestação de seus serviços, não
garantindo a segurança de seu sistema e possibilitando a invasão da conta virtual
do Autor com consequente transferência de ativos para conta de terceira pessoa
completamente desconhecida por ele, bem como realização de compras não
Autorizadas. Não obstante, em razão da negativa em retornar o valor para a conta
do Autor, evidente sua responsabilidade em ressarci-lo pelos danos materiais
ocasionados, conforme exposto.

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DO DANO MORAL

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No âmbito constitucional, não se pode
olvidar que a Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso X, normatizou, de
forma expressa, que são invioláveis a intimidade, a vida privada e a honra e a
imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação. Trata-se de previsão inserida no Título dos
Direitos e Garantias Fundamentais, ou seja, os bens jurídicos ali referidos são
cruciais para o desenvolvimento do Estado Democrático.

A concessão dos danos morais tem por


escopo proporcionar à pessoa lesada meios para aliviar sua angústia e sentimentos
atingidos. No presente caso, o descaso da Requerida em solucionar o problema
enfrentado pelo Autor por falha na execução de seu serviço, nas condições em que
os fatos ocorreram, enseja indenização por dano moral.

Não obstante, deve ser fixada tendo em vista


dois pressupostos fundamentais, a saber: a proporcionalidade e razoabilidade.
Tudo isso se dá em face do dano sofrido pela parte ofendida, de forma a
assegurar-se a reparação pelos danos morais experimentados, bem como a
observância do caráter sancionatório e inibidor da condenação, o que implica o
adequado exame das circunstâncias do caso, da capacidade econômica do ofensor
e a do efeito pedagógico que há de decorrer da condenação.

Vejamos, a propósito, o que ensina o mestre


Sílvio de Salvo Venosa em sua obra sobre responsabilidade civil:

“Os danos projetados nos consumidores, decorrentes da atividade do


fornecedor de produtos e serviços, devem ser cabalmente indenizados. No
nosso sistema foi adotada a responsabilidade objetiva no campo do
consumidor, sem que haja limites para a indenização. Ao contrário do que

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ocorre em outros setores, no campo da indenização aos consumidores não

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existe limitação tarifada."11

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A reparação do dano moral não visa,
portanto, reparar a dor no sentido literal, mas sim, estimar um valor
compensatório que amenize o sofrimento provocado por aquele dano, sendo a
prestação de natureza. Assim, no caso em comento, notória a ofensa a direitos
extrapatrimoniais, haja vista toda a angústia e transtorno que o Autor vem
sofrendo ao ter quantia vultosa subtraída de sua conta virtual.

Conforme citado, a situação se agrava diante


do serviço oferecido pela Requerida se dar exclusivamente pelos meios
VIRTUAIS em razão de intermediar transações com moeda VIRTUAL, ou seja,
todas as operações se dão através da rede de internet, o que torna imperativo um
sistema seguro para os usuários, não podendo se eximir de suas responsabilidades
alegando genericamente que houve invasão através de vírus no computador do
Autor.

As demais reclamações de outros usuários,


em datas semelhantes a da ocorrência da fraude na conta do Autor deixa
claro que houve falha no sistema de segurança da Requerida, de maneira que
ela não pode se eximir de suas responsabilidades perante seus clientes.

Por fim, com relação à prova do dano


extracontratual, pacífico na doutrina e na jurisprudência que o dano moral existe
tão-somente pela ofensa sofrida e dela é presumido, sendo bastante para justificar
a indenização, não devendo ser simbólica, mas efetiva, dependendo das condições
socioeconômicas do Autor e, também, da parte Requerida.

É corrente majoritária, portanto, que para a


existência do dano moral não se questiona a prova do prejuízo, e sim a violação de
11
4 Direito Civil. Responsabilidade Civil, São Paulo, Ed. Atlas, 2004, p. 206

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um direito constitucionalmente previsto. Por isso, a prova destes danos restringir-

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se-á à existência do ato ilícito, devido à impossibilidade e à dificuldade de

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realizar-se a prova dos danos incorpóreos.

No presente caso a própria jurisprudência


acima colacionada é cristalina no tocante ao cabimento de indenização por dano
moral em caso de movimentações indevidas na conta do consumidor.

No mesmo sentido da reparação dos danos


materiais, para a caracterização do dever de indenizar devem estar presentes os
requisitos clássicos: ação ou omissão voluntária, relação de causalidade ou nexo
causal, dano e, em alguns casos, a culpa. No tocante especificamente à culpa,
lembramos que o presente caso é regido pelas normas do Código de Defesa do
Consumidor, sendo a responsabilidade da Requerida objetiva, não havendo o que
se falar em culpa.

Para o caso em comento, nem se


argumente que a situação vivenciada pelo Autor é mero dissabor, não
passível de qualquer indenização, o que se poderia discutir em caso de
solução efetiva do problema por parte da Requerida, o que não foi feito!

Não há como eximir a Requerida da


responsabilidade que lhe cabe, cumprindo, pois, reparar os danos morais
causados, pois como bem ensinou Pontes de Miranda em magistral lição:

“Sempre que há dano, isto é, desvantagem no corpo, na psique, na vida,


na saúde, na honra, no nome, no cRédito, no bem-estar ou no
patrimônio, nasce o direito a indenização”.12

Ainda fazendo eco à doutrina, assentamos


que é do Direito a concepção ampla do termo patrimônio, no qual se enquadram

12
in “Tratado de Direito Privado”, t. XXXI, p. 181

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todos os bens que devam ser juridicamente protegidos, isto é, não se computam

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somente aqueles de ordem material. Patrimônio não significa somente a riqueza

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constituída por bens materiais, referindo-se a todos os bens de ordem material e
moral e, entre estes, o direito à vida, à liberdade, à dignidade, à honra e à boa
fama.

Na relação obrigacional existente, há com


muita clareza o nexo causal entre o fato (falha no serviço prestado) e os danos
(retirada indevida de numerário da conta virtual do Autor), gerando como
consequência o dever da Requerida em indenizar o Autor por todos os prejuízos
que vem amargando.

Resta evidente a subsunção dos fatos às


normas vigentes, demonstrando de forma cristalina e irrefutável o dever de
indenização, vez que obrigada a garantir a segurança nas operações das contas que
administra.

Dessa maneira, diante dos fatos narrados, o


Autor entende como devido, a título de indenização por dano moral o valor de R$
6.000,00 (seis mil reais), o que desde já se requer.

VI – DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer se digne Vossa Excelência a:

1) Reconhecer a aplicação do Código de Defesa do


Consumidor ao presente caso, CONCEDENDO a inversão do ônus da prova em
favor do Autor;

2) Reconhecer a empresa Requerida como INSTITUIÇÃO


FINANCEIRA;

Avenida São Jerônimo, 740 - Americana, SP – 13471-200 - ffx (19) 3461.3858 - contato@oliveiraepivi.adv.br
fls. 29

3) Promover a CITAÇÃO da Requerida no endereço da

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por KLEBER HENRIQUE DE OLIVEIRA, protocolado em 30/11/2017 às 18:48 , sob o número 10138635620178260019.
exordial para que, querendo, responda através de contestação no prazo legal;

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1013863-56.2017.8.26.0019 e código 331AFAE.
4) Julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente
demanda, condenando a Requerida à restituir ao Autor em sua conta a importância
de 0,56158 bitcoins ou ao pagamento do valor correspondente a esses bitcoins
(0,516158), cuja conversão deverá ser realizada em reais no momento do
pagamento a título de danos materiais (sendo que hoje o valor seria de R$
19.355,92); bem como condene a Requerida ao pagamento de indenização por
dano moral arbitrado no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais);

4) Condenar a Requerida no pagamento das custas e


verbas de sucumbência, estas na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da
causa.

Requer a produção de todas as provas


admitidas em direito, tais como o depoimento pessoal das partes, inquirição de
testemunhas, juntada de outros documentos, realização de prova pericial, vistorias
e quaisquer outras porventura necessárias, à exclusão de nenhuma que preciso for.

Dá-se a causa o valor de R$ 25.355,92 (vinte


e cinco mil, trezentos e cinquenta e cinco reais e noventa e dois centavos).

Nestes termos,
Pedem deferimento.
Americana, 30 de novembro de 2017.

KLÉBER H. DE OLIVEIRA JOSÉ PIVI JUNIOR


OAB/SP N.º 220.412 OAB/SP N.º 195.214

Avenida São Jerônimo, 740 - Americana, SP – 13471-200 - ffx (19) 3461.3858 - contato@oliveiraepivi.adv.br

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