Elementos de Matemática Números Reais – Intervalos e Inequações - Síntese e Fichas de Exercícios

Números Reais - Intervalos e Inequações

Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1
1 Inequações: noções gerais e primeiros exemplos .......................................................... 2
2 “Combinação” de Inequações ........................................................................................ 4
3 Estudo do sinal de funções ............................................................................................ 6
Exercícios Propostos I ...................................................................................................... 7
Exercícios Auto-Avaliação I (30/40 minutos) .................................................................. 7
Exercícios Propostos I (Resolução) .................................................................................. 8
Exercícios Auto-Avaliação I (Resolução) ...................................................................... 11
Anexo A: Revisões de Aritmética .............................................................................. 13
A.1 - Síntese e Formulário: Potências ........................................................................ 13
A.2 - Síntese e Formulário: Casos notáveis ................................................................ 13
Síntese/Resumo/Formulário (Inequações) ...................................................................... 14
Síntese/Resumo/Formulário (Intervalos) ........................................................................ 15
Síntese/Resumo/Formulário (Relação de ordem: <, >, …) ............................................ 15

Introdução
Uma inequação é uma sentença matemática, com uma ou mais incógnitas, expressas por
uma desigualdade, diferenciando da equação, que representa uma igualdade. É
representada através de relações que não são de equivalência, ou seja, apresenta os
sinais de maior    , maior ou igual    , menor    ou menor ou igual    ao invés do
sinal de igualdade que é o que caracteriza as equações. O que se pretende resolver, neste
estudo, são inequações com uma incógnita.
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1 Inequações: noções gerais e primeiros exemplos

Soluções ou raízes de uma inequação são os valores das incógnitas que satisfazem a
inequação, que a transformam numa desigualdade numérica.

Exemplo: Sabendo que 2  x  4 , enquadre:

3x  2  x  4  2  3  x  3  4  3  6  3x  12
1  x  2  x  4  2   x  4  3  1  x  3
2 x  3  2  x  4  4  2 x  8  7  2 x  3  5
4  3x  2  x  4  6  3x  12  2  4  3x  16

Exemplo: Determine o conjunto de soluções da inequação 2x  3  4x 1

RESOLUÇÃO 2 x  3  4 x  1  2 x  4 x  3  1  2 x  4   2 x  4    1

 2x  4  x  2  x  , 2 .

Exemplo: Determine o conjunto de soluções da inequação 10  2 x  4  x  1

RESOLUÇÃO 10  2 x  4  x  1  2 x  4 x  4  10  6 x  6   6 x  6    1
 6 x  6  x  1  x  ,1 .

4x 1
Exemplo: Determine o conjunto de soluções da inequação 2 x  3 
2
4x 1 4x  6 4x 1
RESOLUÇÃO 2x  3     4x  6  4x  1  4x  4x  1  6
2 2 2
 0  5 .

O resultado final é uma proposição universal. Assim, o conjunto de soluções coincide

com toda a recta real.

x6 x4
Exemplo: Resolva a inequação   4 1  x 
2 3
x  6 x  4 4 1  x  3x  18 2 x  8 24 1  x 
RESOLUÇÃO     
2 3 1 6 6 6
 3x  18   2 x  8  24  24 x  3x  2x  24x  18  8  24  25x  50  x  2
 x   2,  .

Exemplo: Resolva a inequação 4  x 2  5

RESOLUÇÃO 4  x  5   x  5  4   x  1  x  1 .
2 2 2 2

O resultado final é uma condição impossível (o quadrado de um número real nunca

pode ser negativo. Assim, o conjunto de soluções coincide com o conjunto vazio    .
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x 1
Exemplo: Resolva a inequação  x
1 x 1 x
x 1 x x 1  x  1 x x  x2  1
RESOLUÇÃO  x      
1 x 1 x 1 x 1 x 1 x 1 x 1 x
  x  x  x 2  1  1  x  0  .

Mas este processo de resolução só é valido para 1  x  0 visto que, caso contrário, o
sinal da desigualdade deveria ser trocado. Assim, a melhor resolução deste tipo de
inequação passa por um quadro de sinais:

x x  x2  1 x x  x2  1 x2 1
   0  0
1 x 1 x 1 x 1 x 1 x

Para que a fracção seja maior que 0 , ou os dois termos são ambos positivos ou são
ambos negativos:

x  1 1 
x 1
2
 0  0 
1 x   0. 
x2 1   Imp. 
1 x

Assim, a solução da inequação dada, é: x  ; 1 .

Comentário 1: A última linha do quadro preenche-se com a regra de sinais usual da/o
divisão/produto.

Comentário 2: O recurso a um quadro de sinais, permite resolver o que se pede:

x2 1 x2 1 x2 1 x2 1
  0  , mas também  0, 0 e  0.
1 x 1 x 1 x 1 x

Comentário 3: Na realidade, neste caso particular, temos:

x2 1  x 1 x  1  0   x  1  0  x  1  x  1  x  1  x  1 .
0  
1 x x 1

6
Exemplo: Resolva a inequação  5 x
x
6 6 x 5  x  6 5x  x2 x2  5x  6
RESOLUÇÃO  5 x     0  0.
x x x x x x

Assim, para que a fracção seja menor que 0 , os dois termos têm de ter sinais contrários.
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x  0 2 3 
x  5x  6
2
   0  0 
x  0     
x  5x  6
2
 Imp.  0  0 
x

Assim, a solução é: x  ;0   2;3 .

Cálculo auxiliar: Resolução da equação do 2º grau.

5  25  24 5 1
x2  5x  6  0  x  x    x  3   x  2  .
2 2

Comentário: Considere-se o polinómio de grau 2 , P  x   ax 2  bx  c , com duas raízes

reais distintas. Entre as raízes, P  x  tem sinal contrario ao sinal de a ; fora do intervalo
das raízes, P  x  toma o sinal de a . Alternativamente podemos pensar em termos do
sentido da concavidade da parábola.

2 “Combinação” de Inequações
As soluções da conjunção de inequações são os valores das incógnitas que satisfazem
ambas as inequações, ou seja, a intersecção dos conjuntos solução de cada uma.

 3x  6   2x  4 
Exemplo: Determine as soluções de   9  2 x     3x 
 3   2 
3x  6 3 x  6 24  6 x
RESOLUÇÃO  9  2 x    3x  6  24  6x
3 3 3
 3x  6x  24  6   9x  18  x  2  x  2, 
2x  4 2 x  4 6 x
 3x    2x  4  6x  2x  6x  4  8x  4 
2 2 2
1  1
x  x   ,  .
2  2
 1  1
A intersecção das soluções é x   ,   2,   x  x   2,  .
 2  2

Comentário: Ter uma conjunção é equivalente a ter um sistema, i.e.:

 3x  6
 9  2 x
 3x  6   2x  4   3
  9  2 x     3x   
 3   2   2x  4
 3x
 2
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Exemplo: Determine as soluções de  x  6  9  2 x     x 2  16  .

RESOLUÇÃO Como a segunda inequação impossível, o resultado será sempre 
(independentemente do resultado da primeira inequação).

As soluções da disjunção de inequações, são os valores das incógnitas que satisfazem

pelo menos uma das inequações, ou seja, a reunião dos conjuntos solução de cada uma.

 x2 
Exemplo: Determine as soluções de  3x  5  11  x     1 x 
 2 
RESOLUÇÃO Vamos resolver cada inequação separadamente:

3x  5  11  x  3x  x  11  5  4x  16  x  4  x  4, 

x2 x  2 2  2x
 1 x    x  2  2  2x  3x  0  x  0  x  ,0 .
2 2 2

A reunião das soluções é x  ,0  4,  .

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3 Estudo do sinal de funções

Exemplo: Estude o sinal da função definida por: f  x   x 2  3x  2

RESOLUÇÃO De modo a estudarmos o sinal da função, calculemos os seus zeros.

Zeros da função:
  3   3 2 4 1 2  3 9 8 3 1
f  x   0  x  3x  2  0  x 
2
x x
2 1 2 2

Ver nas folhas de apoio
de Mat. 0 - pág. 6 como resolver
equações de 2º grau

3 1 3 1 3 1 2 4
x x x   x   x   x  1 x  2
2 2 2 2 2

Sinal da função: Coeficiente do termo em x 2 : a  1  0, então a concavidade é voltada

para cima

 f  x   0  x  1  x  2  x  ,1  2, 

 f  x   0  1  x  2  x  1, 2

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Exercícios Propostos I

EPI.1 Resolva as seguintes inequações:

a)  4  x 2  2x 2  1  0

b) x 2  x  2  x 1  x   0

c) x 2  x 2  4x  5   x  4   0

d) x 2   x 2  1  0

x2  x  2
e) 0
x4

EPI.2 Estude o sinal das funções definidas por:

a) f  x   2x  x 2
b) f  x   3x  x 2  3

Exercícios Auto-Avaliação I (30/40 minutos)

AAI.1 Estude o sinal das funções definidas por:

a) f  x   x 2  3
b) f  x   x 2  6x  9
c) f  x   x  x  4   4

AAI.2 Resolva as seguintes inequações:

a) 2x  x3
1
b) x+1 
1+x

Sugestão: Poderá recorrer a resoluções baseadas em gráficos de funções conhecidos.

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Exercícios Propostos I (Resolução)

EPI.1 Resolva as seguintes inequações:

a)  4  x 2  2x 2  1  0

Resolução:  4  x 2  2x 2  1  0  4  x 2  0 C.A.
 2 x  2
 

Pois 2x 2 1 0

Cálculo auxiliar:
4  x 2  0  x 2  4  x 2  4  x  2  x  2  x  2

4  x 2  0  2  x  2

b) x 2  x  2  x 1  x   0

Resolução: x 2  x  2  x 1  x   0   x  2  x 1  x   0  1  x  0  x  2

Pois x 2  0

Cálculo auxiliar:

x  1 0 2 

x2      0 
x    0   
1 x  0     
 x  2  x 1  x   0  0  0 
Logo x 2  x  2  x 1  x   0  1  x  0  x  2

c) x 2  x 2  4x  5  x  4  0

Resolução: x 2  x 2  4x  5  x  4   0   x 2  4x  5  x  4   0  x  4  0  x  4

Pois x 2  0 
Pois x 2  4x  5  0.

Cálculo auxiliar:
4  42  4 1  5  4  16  20 4  4
x 2  4x  5  0  x  x  x   x 
2 1 2 2
8
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x 2  4x  5  0
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d) x 2  x 2  1  0

Resolução: x 2  x 2  1  0  x 2  1  0 x  0  x 2  1  0  x  0  x   x  0  x 

Pois x 2  0

e) x  x  2  0
2

x4

x2  x  2
Resolução:  0  x  4  1  x  2
x4

Cálculo auxiliar:
  1   1  4 1   2  
2
1 9 1 3 1 3 1 3
x x20 x 
2
x x x x
2 1 2 2 2 2
2 4
 x    x   x  1  x  2
2 2

x  4 -1 2 

x2  x  2    0  0 
x4  0     
x2  x  2
x4
 N.D
.  0  0 

x2  x  2
Logo  0  x  4  1  x  2
x4

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EPI.2 Estude o sinal das funções definidas por:

a) f  x   2x  x 2

Resolução: De modo a estudarmos o sinal da função, calculemos os seus zeros.

Zeros da função:
f  x   0  2x  x 2  0  x  2  x   0  x  0  2  x  0  x  0  x  2  x  0  x  2

Sinal da função: Coeficiente do termo em x 2 : a  1  0, então a concavidade é voltada

para baixo

 f  x   0  0  x  2  x  0, 2
 f  x   0  x  0  x  2  x  ,0  2, 

b) f  x   3x  x 2  3

Resolução: De modo a estudarmos o sinal da função, calculemos os seus zeros.

Zeros da função:
  3   3 2 4 1 3
f  x   0  3x  x 2  3  0  x 2  3x  3  0  x 
2 1
3  9  12 3  3
x  x  x 
2 2
condição impossível

A função não tem zeros.

Sinal da função: Coeficiente do termo em x 2 : a  1  0, então a concavidade é voltada

para baixo

 f x  0
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Exercícios Auto-Avaliação I (Resolução)

AAI.1 Estude o sinal das funções definidas por:

a) f  x   x 2  3

Resolução: De modo a estudarmos o sinal da função, calculemos os seus zeros.

Zeros da função:
f x   0  x2  3  0  x 2  3  x 
condição impossível

A função não tem zeros.

Sinal da função: Coeficiente do termo em x 2 : a  1  0, então a concavidade é voltada

para cima

 f x  0

b) f  x   x 2  6x  9

Resolução: De modo a estudarmos o sinal da função, calculemos os seus zeros.

Zeros da função:
f  x   0  x 2  6x  9  0  x 2  2  3x  32  0   x  3  0  x  3  0  x  3 (zero duplo)
2

Sinal da função: Coeficiente do termo em x 2 : a  1  0, então a concavidade é voltada

para cima

 f x  0

c) f  x   x  x  4   4

Resolução: De modo a estudarmos o sinal da função, calculemos os seus zeros.

Zeros da função:
f  x   0  x  x  4   4  0   x 2  4x  4  0  x 2  4x  4  0  x 2  2  2x  22  0

  x  2   0  x  2  0  x  2
2
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Sinal da função: Coeficiente do termo em x 2 : a  1  0, então a concavidade é voltada

para baixo

 f x  0

AAI.2 Resolva as seguintes inequações:

a) 2x  x3

x3  2x  0  x( x 2  2)  0

 2 0 2
x - - 0 + +
x 2
2
+ 0 - - 0 +
x( x 2  2) - 0 + 0 - 0 +

A   ,  2   0,  2 
   

1
b) x+1 
1+x

B   ,2   1,0

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Anexo A: Revisões de Aritmética

A.1 - Síntese e Formulário: Potências

Regras das potências

Definições
1) Potência de expoente natural
a1  a
a n  a  a  a
n factores

2) Potência de expoente inteiro

 a0  1
1
 a n  ,
an
3) Potência de expoente racional
n

 a m  m an
Propriedades
 a m  a n  a m+n
Produto
 a m  bm   a  b 
m

am
 n  a m-n , a  0
a
Quociente m
am  a 
 m   , b0
b b
  a m  = a mn
n
Potência de potência

A.2 - Síntese e Formulário: Casos notáveis

 a  b   a 2  2ab  b 2
2
Quadrado da soma:
 a  b   a 2  2ab  b 2
2
Quadrado da diferença: (que é um caso particular do anterior)

Diferença de quadrados:  a  b  a  b   a 2  b2
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Síntese/Resumo/Formulário (Inequações)

Inequações de 1ºgrau Resolução

b
ax  b  0, a  0 ax  b  0  x  
a

b
ax  b  0, a  0 ax  b  0  x  
a

Inequações do tipo Resolução

A(x)  B(x) > 0 A(x)  B(x) > 0   A(x) > 0  B(x) > 0    A(x) < 0  B(x) < 0 

A(x)  B(x) < 0 A(x)  B(x) < 0   A(x) > 0  B(x) < 0    A(x) < 0  B(x) > 0 

Inequações do tipo Resolução

A(x) A(x)
>0 > 0   A(x) > 0  B(x) > 0    A(x) < 0  B(x) < 0 
B(x) B(x)

A(x) A(x)
<0 < 0   A(x) > 0  B(x) < 0    A(x) < 0  B(x) > 0 
B(x) B(x)

NOTA Redução da resolução de uma inequação complexa à análise de sinal (com ou

sem recurso a um quadro de sinais) de uma expressão, passando pela determinação dos
zeros.
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Síntese/Resumo/Formulário (Intervalos)

Intervalos e conjuntos
a, b   x  IR : a  x  b
a, b  x  IR : a  x  b
Limitados
a, b  x  IR : a  x  b
a, b   x  IR : a  x  b
a,   x  IR : x  a
a,   x  IR : x  a
Ilimitados , b   x  IR : x  b
, b  x  IR : x  b
,   IR

Síntese/Resumo/Formulário (Relação de ordem: <, >, …)

Sejam a, b  IR
 a  b b  a
 a  b a  ba  b
 a  b a  ba  b

Propriedades

Sejam a, b,c,d  IR

 a  b  a  b  b  a (Propriedade tricotómica )

 a  b  b  c  a  c (Propriedade transitiva)

 a  b  a  c  b  c (Monotonia da adição)

 a  cb  d  ab  cd

 a  0  a2  0

 a  b  a   b
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 a  b  c  0  a c  bc
(Monotonia parcial da multiplicação)
 a  b  c  0  a c  bc

 a  b  0  a  0  b  0  a  0  b  0
 a  b  0  a  0  b  0  a  0  b  0

 0  a  b  a 2  b2
 a  b  0  a 2  b2

 0ab a  b

1
 a 0 0
a
1
 a 0 0
a

1 1
 0ab 
a b
1 1
 a b0 
a b

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