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Unidade II
5 EQUAÇÕES
Introdução
A resolução de problemas matemáticos está sempre associada à lógica. Isso quer dizer que você tem
que usar raciocínio lógico quando analisa os problemas a serem resolvidos. Para que a matemática possa
ajudá-lo a solucioná-los, você deve construir o que chamamos de uma sentença matemática. O primeiro
passo para resolver um problema é construir a sentença matemática em que aparece pelo menos um
elemento que você desconhece: o resultado. Na linguagem matemática temos uma maneira de escrever
por meio de símbolos.
Linguagem e matemática
Sentença em português: Sentença matemática:
cinco somado a 8 5+8
três vezes cinco 3x5
o dobro de um número 2xX
Note que quando desconhecemos o valor do elemento utilizamos uma letra para representá-lo; no
exemplo acima, usamos o x para representar esse elemento. Esse elemento desconhecido recebe, na
linguagem matemática, o nome de variável ou incógnita.
Utilizando essa linguagem, qualquer pessoa que a conheça, no Brasil, Japão, China etc. pode resolver
o problema.
Uma equação pode ser comparada a uma balança de dois pratos, isto é, deve manter o equilíbrio. O
conteúdo de cada lado deve ser equivalente. Assim, o símbolo de igualdade “=” é usado para separar os
dois lados da equação que se assemelham aos pratos da balança. Outro elemento importante em uma
equação é a resposta ao problema representado na equação. Para representar o valor desconhecido
usamos uma letra qualquer, por exemplo, x. Assim, você pode escrever uma equação desta forma:
4x + 4 = 28
Note que a sentença matemática diz: quatro vezes x mais quatro é igual a vinte e oito. A letra x
representa a variável ou incógnita.
• Uma ou mais letras indicando valores desconhecidos que são denominadas variáveis ou incógnitas.
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Matemática Aplicada
4x+4 = 28
Para resolver essa equação, utilizamos o seguinte processo para obter o valor de x.
4x + 42 = 28 Equação original
4x + 4 - 4 = 28 - 4 Subtraímos 4 dos dois membros
4x = 24 Dividimos por 4 os dois membros
x=6 Solução
Definição
Uma equação é definida como toda e qualquer igualdade (=) que somente pode ser satisfeita para
alguns valores que estejam agregados em seus domínios.
Resolver uma equação do 1º grau significa achar valores que estejam em seus domínios e que
satisfaçam à sentença do problema, ou seja, será preciso determinar de forma correta a raiz da
equação.
Na forma simples de entender a solução de equação do 1º grau, basta separar as incógnitas dos
números, colocando-os de um lado do sinal de igual (=). Dessa forma, os números ficam de um lado da
igualdade e do outro lado as constantes.
Para assimilar, veja alguns exemplos de fixação resolvidos:
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Unidade II
4x – 12 = 8
4x = 8 + 12
4x = 20
x= 20/4 » x = 5 >> V = {5}
b) Qual o valor da incógnita x?
2 – 3.(2 - 4x) = 8
2 – 6 + 12x = 8
12x = 8 - 2 + 6
12x = 6 + 6
x = 12/12
x=1
V = {1}
Outros exemplos de equações de 1º grau:
x + 5 = 10 5x – 3 = 28 3x + 12 = 4
2x – 4 = 0 10 + 4.(5.4x) = 5 – (x + 8)
Observe que, como informado no método de resolução dos problemas que envolvem equações do
1º grau, sempre colocamos de um lado as incógnitas e de outros os números para que se tenha assim a
solução da equação. Ao resultado da raiz dá-se o nome de conjunto “V” ou conjunto de solução “S”.
Lembrete
Para a ≠ 0 e b ≠ 0, temos:
x = -b/a
S = {-b/a}
Para a ≠ 0 e b = 0, temos:
x = 0/a
S = {0}
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Matemática Aplicada
V = {0}, não existindo, neste caso, raiz ou solução que satisfaça a equação, e a equação então é
denominada de “impossível” ou “sem solução”.
Ainda se tratando da forma (a ≠ 0), observe a seguinte suposição de equação:
b=0
0x = 0
V=R
Assim, é possível dizer que a equação é indeterminada, pois qualquer valor para a incógnita x se
torna raiz ou solução da equação ou do problema dado.
Quando efetuarmos as devidas reduções de termos, pode acontecer de o coeficiente que estiver
acompanhando a variável ser um número negativo (-).
Caso isso ocorra, o correto a fazer é multiplicar ambos os membros da equação por (-1), eliminando
assim o sinal negativo.
Veja alguns exemplos:
a) 4x – 2 = 6x + 8
Reduzindo os termos:
4x – 6x = 8 + 2
-2x = 10
Verifique que o número que acompanha o “x”, ou seja, o coeficiente, tem o valor negativo (-), e então
multiplicam-se os termos da equação por (-1).
Assim, temos aos valores:
-2x = 10 (-1)
2x = - 10
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Unidade II
Verifique, então, que após multiplicar os termos por (-1) temos o coeficiente da incógnita “x” na
forma positiva, agora sim podendo prosseguir com a operação.
x = -10/2 >> x = -5
2x + 4 = 8
2x + 4 - 4 = 8 - 4
2x = 4
x = 2
V={2}
Saiba mais
<http://educacao.uol.com.br/matematica/equacao-de-1-grau-1-
definicao.jhtm>.
<http://educacao.uol.com.br/matematica/equacao-de-1-grau-2-
resolucao.jhtm>.
<http://educacao.uol.com.br/matematica/equacao-de-1-grau-3-
problemas.jhtm>. Acesso em: 08 maio 2011.
As equações algébricas são equações nas quais a incógnita x está sujeita a operações algébricas
como: adição, subtração, multiplicação, divisão e radiciação.
68
Matemática Aplicada
Denominamos equação do 2º grau toda equação do tipo ax²+bx+c com coeficientes numéricos a,
b e c com a ≠ 0.
Exemplos:
Equação a b c
x²+4x+1 1 4 1
-2x²+3x-2 -2 3 -2
Caso 1: b=0
A equação do 2º grau é incompleta, veja a resolução:
x²-9=0 ⇒ x²=9 ⇒ x= ⇒ x=
Note que o coeficiente b não está presente.
Caso 2: c=0
A equação do 2º grau é incompleta, veja a resolução:
x²-9x=0 basta fatorar o fator comum x
x(x-9)=0 ⇒ x=0,9
Note que o coeficiente c não está presente.
Caso 3: b=c=0
2x²=0 ⇒ x=0
Note que os coeficientes b e c não estão presentes.
Uma equação do 2º grau pode ter até 2 raízes reais, que podem ser determinadas pela fórmula de
Bhaskara.
O fundamento usado para obter essa fórmula foi buscar uma forma de reduzir a equação do 2º
grau.
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Unidade II
Seja a equação:
a x² + b x + c = 0
x² + (b/a) x + c/a = 0
4a²x²+4abx+4ac=0
4a²x²+4abx=-4ac
Fatoramos o lado esquerdo e substituímos o lado direito (b²-4ac) por (delta), temos então:
(2ax+b)² =
2ax+b =
2ax=-b
1) 3x²-7x+2=0
a=3, b=-7 e c=2
= (-7)²-4.3.2 = 49-24 = 25
Substituindo na fórmula:
e
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Matemática Aplicada
2) -x²+4x-4=0
a=-1, b=4 e c=-4
∆ = b2 - 4ac = 4²-4.-1.-4 = 16-16 = 0
» x=2
Neste caso, tivemos uma equação do 2º grau com duas raízes reais e iguais (∆ = 0).
3) 5x²-6x+5=0
a=5 b=-6 c=5
∆ = b2 - 4ac = (-6)²-4.5.5 = 36-100 = -64
Note que ∆ < 0 e não existe raiz quadrada de um número negativo. Assim, a equação não possui
nenhuma raiz real.
As equações do segundo grau podem ser representadas no plano cartesiano. Essa representação tem
a forma de uma parábola.
Gráfico da função:
Como podemos observar, a parábola pode ter a concavidade voltada para cima ou para baixo,
depende o valor do coeficiente a.
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Unidade II
A função do 2º grau pode ter três resultados possíveis, chamados raízes. Esses resultados
dependem do valor de ∆. Fazendo f(x) = 0 podemos calcular essas raízes pela formula de Bháskara.
Lembrando que: ∆ = b2 - 4ac
Quando ∆ > 0
A equação do 2º grau possui duas soluções distintas, isto é, a função do 2º grau terá duas
raízes reais e distintas. A parábola intersecta o eixo das abscissas (x) em dois pontos, como
podemos ver abaixo:
Quando ∆ = 0
A equação do 2º grau possui uma única solução, isto é, a função do 2º grau terá apenas uma raiz
real. A parábola irá intersectar o eixo das abscissas (x) em apenas um ponto.
Quando ∆ < 0
A equação do 2º grau não possui soluções reais, portanto, a função do 2º grau não intersectará o
eixo das abscissas (x).
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Matemática Aplicada
Exemplos de aplicação
1) A soma das idades de André e Célio é 24 anos. Descubra as idades de cada um deles sabendo-se
que André é 4 anos mais novo do que Carlos.
Resolução: primeiro passamos o problema para a linguagem matemática. Vamos tomar a letra c para
a idade de Carlos e a letra a para a idade de André, logo a=c-4. Assim:
c + a = 24
c + (c - 4) = 24
2c - 4 = 24
2c - 4 + 4 = 24 + 4
2c = 28
c = 14
2) O levantamento da população de duas cidades revelou que a população de uma delas, que
chamaremos de cidade A, é o triplo da população da outra, chamada de cidade B. Se as duas cidades
juntas têm uma população de 100.000 habitantes, quantos habitantes tem a cidade B?
a + b = 100.000
3b + b = 100.000
4b = 100.000
b = 25.000
3) Uma casa com 260m2 de área construída possui 3 quartos de mesmo tamanho. Qual é a área de
cada quarto se as outras dependências da casa ocupam 140m2?
3x + 140 = 260
3x = 260 -140
3x = 120
x = 40
4) Existem três números inteiros consecutivos com soma igual a 393. Que números são esses?
x + (x + 1) + (x + 2) = 393
3x + 3 = 393
3x = 390
x = 130
Você pode verificar que os números procurados são: 130, 131 e 132.
5) Resolva as equações a seguir:
a)18x - 43 = 65
b) 23x - 16 = 14 - 17x
c) 10y - 5 (1 + y) = 3 (2y - 2) - 20
d) x(x + 4) + x(x + 2) = 2x2 + 12
e) (x - 5)/10 + (1 - 2x)/5 = (3-x)/4
f) 4x (x + 6) - x2 = 5x2
Resposta a:
18x = 65 + 43
18x = 108
x = 108/18
x=6
Resposta b:
23x = 14 - 17x + 16
23x + 17x = 30
40x = 30
x = 30/40 = 3/4
Resposta c:
10y - 5 - 5y = 6y - 6 -20
5y - 6y = -26 + 5
-y = -21
y = 21
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Matemática Aplicada
Resposta d:
x² + 4x + x² + 2x = 2x² + 12
2x² + 6x = 2x² + 12
Diminuindo 2x² em ambos os lados:
6x = 12
x = 12/6 = 2
Resposta e:
[2(x - 5) + 4(1 - 2x)] / 20 = 5 (3 - x) / 20
2x - 10 + 4 - 8x = 15 - 5x
-6x - 6 = 15 - 5x
-6x + 5x = 15 + 6
-x = 21
x = -21
Resposta f:
4x² + 24x - x² = 5x²
4x² - x² - 5x² = -24x
-2x² = -24x
-2x = - 24
x = 24/2 = 12
6) Determine um número real “a” para que as expressões (3a + 6)/ 8 e (2a + 10)/6 sejam iguais.
(3a + 6) / 8 = (2a + 10) / 6
6 (3a + 6) = 8 (2a + 10)
18a + 36 = 16a + 80
2a = 44
a = 44/2 = 22
a) 5/x - 2 = 1/4 (x 0)
b) 3bx + 6bc = 7bx + 3bc
Resposta a:
-8x = x – 20
-8x - x = -20
-9x = -20
x = 20/9
Resposta b:
Saiba mais
Veja um exemplo de resolução de equação do segundo grau no site
abaixo:
<http://www.brasilescola.com/matematica/equacao-2-grau.htm>.
Acesso em: 08 maio 2011.
6 FUNÇÕES
6.1 Conceito
Por vezes podemos identificar, em várias situações práticas, variáveis que estão em relação
de dependência. Aqui, buscamos explicitar situações que envolvam essa relação de dependência,
determinando, assim, suas variáveis.
Essa identificação será baseada em parte da teoria de conjuntos vista na unidade I. Lá, verificamos
que podemos relacionar números por meio de relações gráficas em um plano cartesiano, números que,
de maneira geral, são chamados de x e y pelos matemáticos.
Apesar de amplamente rejeitado, em diversos momentos de nosso dia a dia empregamos o conceito
de função, até sem perceber.
76
Matemática Aplicada
Exibiremos a seguir algumas situações do nosso cotidiano nas quais podemos destacar tais relações
funcionais.
Quando completamos rapidamente o cálculo do valor de um lanche em que pedimos dois salgados
e um refrigerante, não sabemos imediatamente quanto iremos gastar?
Ao completarmos uma previsão de gastos residenciais e compará-los com a renda familiar, saberemos
se teremos condições de adquirir um bem?
Ao calcularmos a quantidade de material necessária para uma reforma, poderemos estimar os gastos
iniciais?
É fato que o conceito de função, juntamente com sua representação gráfica, é a ferramenta matemática
mais potente na formatação de problemas empresariais, motivo que nos levará a estudá-lo de modo amplo.
Além disso, deve-se exercitar continuamente, pois o gestor precisa tomar decisões constantemente, amparado
por ferramentas matemáticas, para obter o sucesso pretendido. Claramente, em uma relação entre pares
ordenados, não há absolutamente nenhuma condição especial que a estabeleça, isto é, qualquer conjunto de
números é uma relação, contanto que esses números sejam pares ordenados.
Já para uma função temos condições precisas que definem sua existência. Ainda assim, funções são
um tipo especial da relação.
Vejamos:
(I) não há elemento x em A sem correspondente y em B (não podem “sobrar” elementos de A);
(II) qualquer elemento x de A tem um único correspondente y em B (não pode haver elemento de A
“associado” a mais de um elemento de B).
Outra representação, mais conveniente e muito mais utilizada, é: uma função é uma relação entre
duas variáveis x e y, de forma que o conjunto de valores para x seja atribuído e a cada valor x seja
associado um e somente um único valor para y, como y = f(x).
Nesse caso:
A relação entre as variáveis x e y tem uma significação de grande apelo visual, que destaca
propriedades da função.
Pode-se, por meio da descrição gráfica da função, observar diretamente, por exemplo, se as variáveis
estão em relação crescente (ou seja, aumento em x associado a aumento em y) ou se a variação de y é
dependente quadrática da variação de x, etc.
6.2 Definição
Dados dois conjuntos A e B não vazios, chama-se função (ou aplicação) de A em B, representada
por f : A → B ; y = f(x), a qualquer relação binária que associa a cada elemento de A um único
elemento de B.
Portanto, para que uma relação de A em B seja uma função, exige-se que a cada x ∈ A esteja
associado um único y ∈ B, podendo, entretanto, existir y ∈ B que não esteja associado a nenhum
elemento pertencente ao conjunto A.
Observação: na notação y = f(x), entendemos que y é imagem de x pela função f, ou seja: y está
associado a x por meio da função f.
Exemplos:
Para definir uma função, necessitamos de dois conjuntos (domínio e contradomínio ) e de uma
fórmula ou uma lei que relacione cada elemento do domínio a um e, somente, um elemento do
contradomínio.
Quando D(f) (domínio) ⊂ R e CD(f) (contradomínio) ⊂ R, sendo R o conjunto dos números reais,
dizemos que a função f é uma função real de variável real. Na prática, costumamos considerar uma
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Matemática Aplicada
função real de variável real como sendo apenas a lei y = f(x) que a define, sendo o conjunto dos valores
possíveis para x, chamado de domínio e o conjunto dos valores possíveis para y, chamado de conjunto
imagem da função. Assim, por exemplo, para a função definida por y = 1/x, temos que o seu domínio é
D(f) = R, ou seja, o conjunto dos reais diferentes de zero (lembre-se de que não existe divisão por zero),
e o seu conjunto imagem é também R, já que se y = 1/x, então x = 1/y e, portanto, y também não pode
ser zero.
Dada uma função f: A → B definida por y = f(x), podemos representar os pares ordenados (x,y) ∈ f onde:
Assim, por exemplo, sendo dado o gráfico cartesiano de uma função f, podemos dizer que:
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Unidade II
Exemplo:
Uma função y = f(x) é injetora quando elementos distintos do seu domínio possuem imagens
distintas, isto é:
x1 ≠ x2 ⇒f(x1) ≠ f(x2)
Exemplo:
Exemplo:
Exemplos de aplicação
a) f, g e h
b) f e h
c) g e h
d) apenas h
e) nenhuma das alternativas anteriores
Resolução:
Sabemos que numa função injetora elementos distintos do domínio possuem imagens distintas, ou
seja:
f não é injetora, pois duas pessoas distintas podem ter a mesma idade.
g é injetora, pois não existem dois países distintos com a mesma capital.
h é injetora, pois dois números naturais distintos possuem os seus dobros também distintos.
2) Seja f uma função definida em R - conjunto dos números reais tal que f(x - 5) = 4x. Nessas
condições, pede-se determinar f(x + 5).
Resolução:
x-5=u→x=u+5
3) (UEFS 2005) Sabendo-se que a função real f(x) = ax + b é tal que f(2x2 + 1) = - 2x2 + 2, para todo
x ∈ ?R, pode-se afirmar que b/a é igual a:
81
Unidade II
a) 2
b) 3/2
c) 1/2
d) -1/3
e) -3
Resolução:
2ax2 + a + b = -2x2 + 2
(-1) + b = 2 \ b = 2 + 1 = 3
Logo, o valor procurado a/b será a/b = -1/3, o que nos leva tranquilamente à alternativa d.
Resposta: 9x + 5.
A função y = f(x) é par, quando ∀ x ∈ D(f) , f(-x) = f(x), ou seja, para todo elemento do seu
domínio, f(x) = f (-x). Portanto, numa função par, elementos simétricos possuem a mesma imagem.
Uma consequência desse fato é que os gráficos cartesianos das funções pares são curvas simétricas em
relação ao eixo dos y ou eixo das ordenadas.
Exemplo:
82
Matemática Aplicada
y = x4 + 1 é uma função par, pois f(x) = f(-x), para todo x. Por exemplo, f(2) = 24 + 1 = 17 e
f(-2) = (-2)4 + 1 = 17
A função y = f(x) é ímpar, quando ??∀ x ∈ D(f), f(-x) = - f(x), ou seja, para todo elemento do seu
domínio, f(-x) = - f(x). Portanto, numa função ímpar, elementos simétricos possuem imagens simétricas.
Uma consequência desse fato é que os gráficos cartesianos das funções ímpares são curvas simétricas
em relação ao ponto (0,0), origem do sistema de eixos cartesianos.
Exemplo:
y = x3 é uma função ímpar, pois para todo x teremos f(-x) = - f(x). Por exemplo, f(-2) = (-2)3 = - 8 e
- f(x) = - (23) = - 8.
83
Unidade II
Entenda mais: se uma função y = f(x) não é par nem ímpar, diz-se que ela não possui paridade.
Exemplo:
O gráfico abaixo representa uma função que não possui paridade, pois a curva não é simétrica em
relação ao eixo dos x e, não é simétrica em relação à origem.
É toda função f(x) = k, em que k é uma constante real. Verifica-se que o gráfico dessa função é uma
reta horizontal, passando pelo ponto de ordenada k. O gráfico de uma função constante é uma reta
paralela ao eixo dos x. Veja o gráfico abaixo:
Exemplos:
a) f(x) = 7
b) f(x) = -2
Sendo A e B conjuntos de números reais, e m uma constante real diferente de zero, dizemos que uma
função f: A → B, com f (x) = a.x é uma função linear.
84
Matemática Aplicada
O gráfico de uma função linear é um conjunto de pontos sobre uma reta que passa pelo ponto (0,0),
ou a origem do gráfico cartesiano:
f(x) = ax (a ∈ R)
Você pode dizer também: o gráfico da função linear é uma reta não perpendicular ao eixo Ox e que
cruza a origem do plano cartesiano.
Esse tipo de função apresenta um grande número de aplicações em nosso dia a dia. Mesmo problemas
muito complexos podem ser representados, em primeira aproximação, por esse tipo de função, daí seu
uso frequente em economia, gestão de recursos humanos, descrições de mercado etc.
Uma função é chamada de função afim (ou função do 1º grau) se sua sentença for dada por y = a.x
+ b, sendo a e b constantes reais com m ≠ 0.
Verifica-se que o gráfico de uma função do 1º grau é uma reta. Assim, o gráfico pode ser obtido por
meio de dois pontos distintos.
y1 = a . x1 + b
y2 = a . x2 + b
85
Unidade II
Subtraindo membro a membro as duas relações anteriores e tendo em conta que x2 = x1 + 1, obtém-
se o coeficiente angular a:
2. Assim, conhecendo-se dois pontos de uma reta A (x1, y1) e B (x2, y2), o coeficiente angular a é
facilmente determinado.
3. Da mesma forma, conhecendo-se um ponto P (x0, y0) de uma reta e seu coeficiente angular a, a
função correspondente é dada por y – y0 = a (x – x0). Ou seja: equação da reta y=a.(x - x0) + y0
3. O gráfico intercepta o eixo dos x na raiz da equação f(x) = 0 e, portanto, no ponto de abscissa
x = - b/a.
4. O gráfico intercepta o eixo dos y no ponto (0 , b), onde b é chamado coeficiente linear.
8. Quando a função é linear, ou seja, y = f(x) = ax, o gráfico é uma reta que sempre passa na
origem.
86
Matemática Aplicada
6.6 Aplicações
O valor a ser pago na conta de água de uma empresa depende do consumo medido no período; o
tempo de uma viagem de caminhão entre duas cidades depende da velocidade média desenvolvida no
trajeto; consequentemente, é um cálculo que nos leva a um custo logístico.
Unidade I
Quando uma indústria lança um produto no mercado, para fixar o preço desse produto, ela
tem que levar em conta os custos para a sua produção e distribuição, que dependem de diversos
fatores, entre eles as despesas com energia, aluguel de prédio, custo das matérias-primas e salários.
Como esses custos podem variar, a indústria tem que “equacionar” essas variáveis para compor o
preço do seu produto.
Podemos utilizar a linguagem matemática para representar essas relações de dependência entre
duas ou mais grandezas.
Dizemos que:
Vejamos algumas definições úteis em uma análise gerencial em que se utilizam os conceitos e
métodos analíticos das funções.
A demanda (ou procura) de um determinado bem é a quantidade desse bem que os consumidores
pretendem adquirir num certo intervalo de tempo (dia, mês, ano e outros). Podemos entender a demanda
como a quantidade de produtos que compradores desejam e podem adquirir em diversos níveis de
preço. Devemos observar uma relação inversa/negativa entre preço e quantidade (lei geral da demanda).
O que isso significa?
A demanda de um bem se dá por causa de várias variáveis: preço por unidade do produto, renda
do consumidor, preços de bens substitutos, gostos e outros. Supondo-se que todas as variáveis
mantenham-se constantes, exceto o preço unitário do produto (p), verifica-se que o preço p
relaciona‑se com a quantidade demandada (x). Chama-se função de demanda a relação entre p e
x, indicada por p = f(x).
87
Unidade II
• preço;
• renda;
• preço de produtos similares;
• gosto;
• expectativa;
• número de consumidores;
• marca;
• atendimento;
• localização;
• forma de pagamento;
• qualidade;
• propaganda;
• status;
• etc.
Qd = -a.P +b
Onde:
Essa função de 1º grau é representada por uma reta decrescente, já que a < 0. Isso está em
concordância com o gráfico de p em função de x (que chamaremos de curva de demanda), é o de
uma função decrescente, pois, quanto maior o preço, menor a quantidade demandada. Cada função
de demanda depende dos valores em que ficaram fixadas as outras variáveis (renda, preço de bens
substitutos e outros). Assim, se for alterada a configuração dessas outras variáveis, teremos nova função
de demanda.
Por outro lado, temos a definição de função oferta: é a quantidade de produtos que vendedores
desejam e podem produzir para vender em diversos níveis de preço. Existe uma relação direta/positiva
entre preço e quantidade (lei geral da oferta).
88
Matemática Aplicada
Quando se tratar de oferta, pense como um empresário: “Se o preço estiver subindo, eu vou vender
mais produtos”.
• preço;
• preço dos insumos;
• tecnologia;
• expectativa;
• concorrência;
• demanda;
• sazonalidade;
• impostos;
• temperatura;
• disponibilidade dos insumos;
• tecnologia;
• religião;
• etc.
É o ponto de interseção entre as curvas de demanda e oferta. Assim, temos um preço e uma
quantidade de equilíbrio:
p
Por exemplo:
oferta
3
demanda
500 x
I
89
Unidade II
C = CF + CV
É definida como a diferença entre a função receita R e a função custo C. Assim, indicando a função
lucro por L, teremos:
Vamos, agora, resolver alguns exercícios repetindo e exemplificando essas definições administrativas
de grande importância em atividades empresariais.
5
Disponível em: <http://www.emersonmatematica.blogspot.com.br>. Acesso em: 14 abr. 2011.
90
Matemática Aplicada
Resolução
D = 0,5p + 50.
D = 0,5. 30 + 50 = 65.
2. Suponha que as funções demanda e oferta sejam dadas por funções lineares, tais que:
D(p) = 34 - 5p
S(p) = -8 + 2p
Resolução
De acordo com a definição dada, o equilíbrio de mercado é um par (p,y) tal que y = D(p) = S(p), ou seja:
91
Unidade II
34 - 5p = -8 +2p
34 + 8 = 2p + 5p
42 = 7p
p=6
Para obter a quantidade de equilíbrio, basta substituir p = 6,00 em umas das funções, utilizando a
função oferta; temos:
S = -8 + 2.6 = 4.
3. Considere a função RT = 20,5.q, em que o preço é fixo (R$ 20,50) e q é a quantidade de produtos
vendidos (0 ≤ q ≤ 120 unidades). Qual é a quantidade de produtos vendidos quando a receita total atinge
o valor de R$ 1.025,00?6
Resolução
RT = 1025
20,5.q = 1025
q = 1025
20,5
q = 50 unidades vendidas.
Portanto, a receita total atinge o valor de R$ 1.025,00 quando são vendidas 50 unidades do produto.
Saiba mais
7 AJUSTE DE CURVAS
Em matemática e estatística aplicada existem muitas situações em que conhecemos uma tabela
de pontos (x; y). Nessa tabela, os valores de y são obtidos experimentalmente e deseja-se obter uma
expressão analítica de uma curva y = f(x) que melhor se ajuste a esse conjunto de pontos.
6
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/matematica>. Acesso em: 14 abr. 2011.
92
Matemática Aplicada
Por exemplo, no departamento de uma empresa podemos obter uma tabela com valores do custo
total (CT) de um produto em função da quantidade q de produção, como mostra a tabela abaixo:
Observamos que no gráfico acima não passa uma reta por todos os pontos. Com base nisso, podemos
fazer as seguintes perguntas:
1) Qual é a curva que melhor se adapta para o conjunto de pontos, isto é, qual é a expressão analítica
ou a função que melhor se ajusta para os pontos (x; y)?
2) Qual é a previsão do custo total para dez unidades do produto?
Observação: As respostas destas duas questões você encontrará mais à frente, no item 7.2.
x x1 x2 x3 x4 x5 ... xn-1 xn
y y1 y2 y3 y4 y5 ... yn-1 yn
93
Unidade II
A ordenação desses pares em uma distribuição cartesiana será influenciada pelos valores de xi e yi, (i
= 1...n), logo, podemos obter, por exemplo, o seguinte gráfico:
Podemos constatar a possibilidade de obtenção de uma função real que passe nos pontos ou pelo
menos passe próxima dos pontos (xi,yi) dados.
A teoria de interpolação é a área matemática destinada a estudar tais processos para obter funções
que passem exatamente pelos pontos dados, enquanto que a teoria de aproximação estuda processos
resultantes de funções que se aproximem ao máximo dos pontos dados. Lógico que se pudermos gerar
funções que se aproximem dos pontos dados e que tenham uma expressão fácil de ser manuseada
teremos gerado algo positivo e de valor científico.
Existem vários processos matemáticos para a solução do problema; podemos destacar o método dos
mínimos quadrados, que tem por finalidade gerar o que se chama em estatística de regressão linear
ou ajuste linear.
A proposta de qualquer uma das funções é encontrar quais são os valores dos coeficientes
a 0, a 1 e a 2, de forma que a soma dos quadrados das distâncias (tomadas na vertical) da referida
curva y = f(x) a cada um dos pontos dados (y i) seja a praticável, daí o nome método dos
mínimos quadrados. Isso pode ser feito através de cálculos avançados que consideram todas
as variáveis utilizadas ou simplificado pelo chamado método dos mínimos quadrados que
estudaremos a seguir.
94
Matemática Aplicada
Consiste em um dos mais simples e eficazes métodos da análise de regressão. É utilizado quando
temos uma distribuição de pontos e precisamos ajustar a melhor curva para esse conjunto de dados.
Analisaremos o caso em que a curva de ajuste é uma função linear, muito frequente nos casos
empresariais. Na verdade, pela necessidade de agilidade nas respostas e tomadas de decisões, problemas
mais complexos podem ser aproximados pelo caso linear, considerando as duas variáveis mais
significativas para cada caso.
y = Ax + B
(médias aritméticas).
Aplicaremos o modelo para responder às duas perguntas do problema inicialmente proposto no item 7.
Para facilitar os cálculos, construímos a tabela e calculamos os elementos da fórmula do método dos
mínimos quadrados, onde y representa o custo total (CT) e x representa a quantidade q.
x y x.y x2
1 164 164 1
2 272 544 4
3 348 1044 9
4 416 1664 16
5 500 2500 25
Soma = ∑ 15 1700 5916 55
95
Unidade II
y = 81,6x + 95,20
Exemplo:
Ajuste uma parábola para os dados da tabela e projete a quantidade vendida para um preço de
venda igual a R$ 120,00.
Solução - gráfico
Preço de venda em R$
97
Unidade II
Para facilitar os cálculos, construímos uma tabela e calculamos os elementos da fórmula do ajuste da
parábola, onde y representa a quantidade e x o preço de venda, e, na última linha, os somatórios das colunas.
x y x.y x2 x3 x4 x2. y
15 150 2250 225 3375 50625 33750
38 185 7030 1444 54872 2085136 267140
59 210 12390 3481 205379 12117361 731010
80 173 13840 6400 512000 40960000 1107200
100 145 14500 10000 1000000 100000000 1450000
292 863 50010 21550 1775626 155213122 3589100
Assim, a quantidade demandada para o preço de R$ 120,00 é de 77,82 unidades. Note que quando
tratamos de unidades vendidas o resultado pode ser aproximado, no caso, podemos aproximar para 78
unidades.
Graficamente:
Quantidade X preço de venda
y = -0,0298x2 + 3,3416x + 105,95
Quantidade em
unidades
Preço de venda em R$
98
Matemática Aplicada
O método de regressão linear consta, por exemplo, no tutorial do Microsoft Excel, que faz parte do
pacote Office da Microsoft, utilizado pela grande maioria dos profissionais.
É fácil utilizá-lo para ajustar curvas ou equações de múltiplas variáveis. O programa possui duas
ferramentas para desenvolver regressões.
A primeira é a descrita neste estudo e tem a vantagem de ser mais automatizada. Essa opção precisa
ser instalada por meio do menu Ferramentas/Suplementos/Análise de dados, escolhendo-se depois a
opção Ferramentas/Análise de dados/Regressão.
Nesse caso, o MS-Excel pode calcular os resíduos e gerar os gráficos automaticamente, porém, cada
nova equação precisa ser gerada desde o início.
A ferramenta de análise Regressão realiza uma análise de regressão linear usando o método de
“quadrados mínimos” para encaixar uma linha em um conjunto de observações. Podemos analisar como
uma única variável dependente é afetada pelos valores de uma ou mais variáveis independentes.
Por exemplo, ao analisar como o desempenho de um atleta é afetado por fatores como idade, altura
e peso. Podemos distribuir partes da medição de desempenho para cada um desses três fatores, com base
em um conjunto de dados de desempenho e, em seguida, usar os resultados para prever o desempenho
de um novo atleta não testado. A ferramenta Regressão usa a função de planilha LINEST.
Sistemática de cálculo
Para uma função linear, com o aspecto formal tipo Y = a0 + a1*X1+ a2*X2+... +ak*Xk, o ajustamento
da equação de regressão pode ser realizado com a função estatística PROJ.LIN (na versão em inglês,
LINEST), da seguinte forma:
Como resultado dos cálculos efetuados pelo programa, será exibida uma matriz sempre com o
seguinte formato:
ak ak-1 ... a2 a1 a0
Onde a0 é a constante, a1.ak são os coeficientes das variáveis, ep0...epk são os erros padrão de
cada estimativa destas, R2 é o coeficiente de determinação, epy é o erro padrão da estimativa, F
é o parâmetro de teste de Fischer-Snedecor, GL é o número de graus de liberdade, SQRegres é a
soma dos quadrados da regressão e SQResid é a soma dos quadrados dos resíduos. Os elementos
marcados como “#N/D” são espaços sem resultado, normais, decorrentes do desenho da função
(na versão em inglês vem “#N/A”).
É importante verificar que a posição dos elementos no quadro de resultados é sempre a mesma,
independentemente da posição dos dados da amostra na planilha, indicados na fórmula.
Os testes t podem ser determinados pela razão entre os dados da primeira e da segunda linha,
(tai=ai/epi). Os erros serão calculados utilizando os coeficientes determinados (atenção à posição
deles: a constante está na última coluna, o coeficiente da primeira variável na penúltima e assim
por diante).
Mais esclarecimentos podem ser encontrados no item “regressão” (“regression”), no menu “Ajuda”
do programa.
100
Matemática Aplicada
8 MATEMÁTICA FINANCEIRA
De modo geral, podemos afirmar que esta disciplina é a divisão da matemática aplicada que estuda o
comportamento do dinheiro ao longo do tempo, quantificando as transações que ocorrem no universo
financeiro, levando em conta a variável tempo, ou seja, o valor monetário no tempo (time value
money, como se diz usualmente no mercado financeiro). As principais variáveis tratadas no processo de
quantificação financeira são taxa de juros, capital e tempo.
Os conceitos de matemática financeira são integralmente aplicáveis tanto nos fluxos de caixa
sem inflação, expressos em moeda estável “forte”, quanto nos fluxos de caixa com inflação,
expressos em moeda “fraca”, que perdeu seu poder aquisitivo ao longo do tempo, em decorrência
da inflação.
Iniciaremos nossos estudos considerando a hipótese de moeda estável, isto é, assume-se que a
moeda utilizada no fluxo de caixa mantém o mesmo poder aquisitivo ao longo do tempo.
A seguir, veremos os reflexos da inflação na análise dos fluxos de caixa, segundo os modelos pré-
fixado e pós-fixado.
A diferença básica existente nos dois modelos corresponde ao valor percentual da taxa de juros a
ser adotada em cada caso. É evidente que nenhum conceito de matemática financeira sofre qualquer
alteração pela mera variação do valor da taxa de juros.
Juros
Juro é a remuneração gerada por um capital aplicado ou emprestado. O valor é obtido pela diferença
entre dois pagamentos, um em cada tempo, de modo que se tornem equivalentes.
Podemos, então, dizer que juros são a remuneração de um capital aplicado a uma taxa estipulada
previamente durante um determinado prazo. Resumindo: é o valor recebido pela utilização de dinheiro
emprestado.
101
Unidade II
Logo,
Taxa de juros
É a forma de se estipular o montante de juros, ou seja, o valor percentual a ser pago pelo uso do
capital emprestado durante um tempo pré-estipulado (anual, trimestral, semestral, mensal etc.). Assim,
a taxa de juros é o valor produzido numa unidade de tempo e é simbolizada pela letra i.
Exemplo:
10% ao mês; sua representação poderá ser feita na forma decimal, isto é, 0,10.
3
3% a.a. 100 0,03 a.a.
13,5
13,5% a.m. 100 0,135 a.m.
5
5% a.d. 100 0,05 a.d.
A modalidade em que a taxa de juros é aplicada ao capital inicial ao longo de determinado período
denomina-se sistema de capitalização simples (juros simples). Já quando a taxa de juros é aplicada sobre
o capital atualizado com os juros do período (montante), temos um sistema de capitalização composta
(juros compostos). Em geral, e por razões óbvias, o mercado financeiro trabalha apenas a modalidade de
juros compostos, em que temos maior rentabilidade.
102
Matemática Aplicada
compreendam as operações de matemática financeira, demonstrando de forma clara o que ocorre com
o capital durante o período estipulado.
A linha horizontal registra a escala de tempo, ou seja, o horizonte financeiro da operação. O ponto
zero indica o instante inicial e os demais pontos representam os demais períodos de tempo (datas).
Exemplo:
O diagrama da figura acima, por exemplo, representa um projeto que envolve investimento inicial de
800, pagamento de 200 no terceiro ano e que produz receitas de 500 no primeiro ano, 200 no segundo,
700 no quarto e 200 no quinto ano.
8.3 Capitalização
Regras básicas
Nas fórmulas da matemática financeira, o prazo da capitalização e a taxa de juros devem estar
expressos, necessariamente, na mesma unidade de tempo. Os critérios de transformação do prazo ou da
taxa para a mesma unidade de tempo dependem do regime de capitalização definido para a operação.
Para juros simples, podemos observar os seguintes exemplos:
Critérios de capitalização
103
Unidade II
7
Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/matematica-financeira/capitalizacaosimples.html>. Acesso em: 14
abr. 2011.
8
Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/matematica-financeira/capitalizacaosimples.html>. Acesso em: 14
abr. 2011.
104
Matemática Aplicada
Juros simples
Os juros simples, diante de suas restrições técnicas, têm aplicações práticas bastante limitadas.
São raras as operações financeiras e comerciais que formam temporalmente seus montantes de juros
segundo o regime de capitalização linear. O uso de juros simples restringe-se, principalmente, às
operações praticadas no âmbito de curto prazo.
No entanto, as operações que adotam juros simples, além de apresentarem geralmente prazos
reduzidos, não costumam apurar o seu percentual de custo (ou rentabilidade) por esse regime. Os juros
simples são utilizados para o cálculo dos valores monetários da operação, mas não para apuração do
efetivo resultado percentual (taxa interna de retorno).
Vale ressaltar, ainda, que muitas taxas do sistema financeiro estão referenciadas a juros simples,
porém, a formação dos montantes das operações processa-se exponencialmente. Um exemplo disso é
a caderneta de poupança com juros de 6% ao ano, juros mensais de 0,5% ao mês, com capitalizações
mensais a juros compostos.
9
MARQUES, Paulo. Disponível em: <http://www.geocities.com/paulomarques_math/arq9-2.htm>. Acesso em: 14 abr. 2011.
105
Unidade II
Note que:
(a) Os juros – nesse caso, simples – são calculados sempre em relação ao capital
inicial de R$ 100,00.
J=Cin
Onde:
J = juros
C = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos
M = C (1 + i n)
Saiba mais
10
MARQUES, Paulo. Disponível em: <http://www.geocities.com/paulomarques_math/arq9-2.htm>. Acesso em: 14 abr.
2011.
106
Matemática Aplicada
Resumo
Uma equação pode ser comparada a uma balança de dois pratos, ela
deve manter o equilíbrio. O conteúdo de cada lado deve ser equivalente.
Assim, o símbolo de igualdade “=” é usado para separar os dois lados da
equação, “os pratos da balança”.
107
Unidade II
Exercícios
Questão 1. (Provão 2002) A Pedroso Ltda. está realizando um estudo de viabilidade econômica para
Aloha Surf Ltda., uma pequena fábrica de pranchas de surf. Para tal, determinou o custo fixo anual de
operação da fábrica em R$1.500.000,00 e um custo unitário variável de R$100,00. A Aloha pretende
vender suas pranchas a um preço unitário de R$200,00. De quantas unidades deve ser o ponto de
equilíbrio (produção em que a receita total é igual ao custo total) anual da fábrica?
a) 100.000
b) 75.000
c) 50.000
d) 20.000
e) 15.000
108
Matemática Aplicada
Ponto de equilíbrio é o valor de unidades que devem ser vendidas para que a receita total seja igual
ao custo total, ou seja, o ponto no qual o lucro é igual a zero. Desta forma, temos:
Onde C é o custo total; CF é o custo fixo; Cv é o custo variável; Cu é o custo unitário e Q a quantidade
vendida.
Questão 2. Considere o seguinte Diagrama de Fluxo de Caixa, relativo a uma operação de desconto
de duplicatas realizada por uma empresa em um banco. Os títulos negociados foram resgatados na data
de vencimento, sem atraso.
Nas condições em que foi realizado o desconto, a taxa efetiva de juros pagos pela empresa foi de:
a) 3,00% a.m.
b) 3,29% a.m.
c) 3,49% a.m.
d) 3,69% a.m.
e) 3,19% a.m.
Figura 1 - Fonte: SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São
Paulo: Atlas, 2002.
Figura 2 - Fonte: Pontos: contando na caverna. Foto: Alek Baptista/Muhpan. Disponível em: <http://
muhpan.wordpress.com/>. Acesso em: 14 abr. 2011.
Figura 3 - Fonte: SILVA, S. M. da; SILVA, É. M. ; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores.
São Paulo: Atlas, 2002.
Figura 4 - Fonte: Adaptado de FONSECA, J. S.; MARTINS, G. A.; TOLEDO, G. L Estatística aplicada. São
Paulo: Atlas, 2009.
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
UMA MENTE brilhante. Direção: Ron Roward. Produção: Brian Grazer e Ron Howard. Los Angeles:
Imagine Entertainment, 2001.
Textuais
FONSECA, Jairo Simon da; MARTINS, Gilberto de Andrade; TOLEDO, Geraldo Luciano. Estatística
aplicada. São Paulo: Atlas, 2009.
HAZZAN, Samuel. Fundamentos de matemática elementar: conjuntos, funções. vol.1, 8. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
HAZZAN, Samuel; POMPEO, José Nicolau. Matemática financeira. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
JUER, Milton. Matemática financeira: praticando e aplicando. São Paulo: Qualitymark, 2003.
MORETTIN, Pedro Alberto; HAZZAN, Samuel; BUSSAB, Wilton O. Cálculo: funções de uma e de várias
variáveis. São Paulo: Saraiva, 2003.
SILVA, Sebastião Medeiros da; SILVA, Élio Medeiros da; SILVA, Ermes Medeiros da. Matemática para os
cursos de economia, administração e ciências contábeis. São Paulo: Atlas, 1999.
_____. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2002.
WEBER, Jean E. Matemática para economia e administração. 2. ed. São Paulo: Harbra, 1986.
110
Exercícios
Sites
http://www.algosobre.com.br/matematica-financeira/capitalizacaosimples.html
http://www.brasilescola.com.br
http://www.emersonmatematica.blogspot.com.br
http://www.geocities.com/paulomarques_math/arq9-2.htm
http://educacao.uol.com.br/matematica/conjuntos---operacoes-relacoes-de-pertinencia-e-
inclusao.jhtm
http://educacao.uol.com.br/matematica/conjuntos-numericos-respostas-aos-problemas-da-
realidade.jhtm
http://educacao.uol.com.br/matematica/equacao-de-1-grau-1-definicao.jhtm
http://educacao.uol.com.br/matematica/equacao-de-1-grau-2-resolucao.jhtm
http://educacao.uol.com.br/matematica/equacao-de-1-grau-3-problemas.jhtm
http://www.brasilescola.com/matematica/equacao-2-grau.htm
http://www.brasilescola.com/matematica/funcao.htm
http://www.brasilescola.com/matematica/grafico-funcao.htm
http://www.brasilescola.com/matematica/operacoes-com-conjuntos.htm
http://www.infopedia.pt/
111
112
113
114
115
116
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000