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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS V - CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO RELAÇÕES INTERNACIONAIS
HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II
2° PERÍODO - DIURNO

Amanda Soares Cunha / Raquel Bandeira Timóteo

De uma forma única se apresenta o filme “Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos
- A breve história do século XX” um nome já emblemático para um século que tanto se viveu,
que tanto marcou a humanidade e sua história, um século que de breve nada têm, que até nos
pequenos livros de história se estende por páginas quase intermináveis. Sem narrador próprio,
o filme se desenrola com um narrador único e especial, os pensamentos do telespectador, de
acordo com o desenrolar das imagens, com uma trilha sonora mais que única, os pensamentos
tentam traçar uma linha narrativa para a história que nos é apresentada.
Com algumas legendas pontuais e que contam mais do que aparentam dizer. “ Alex
Anderson 1882-1919…Salário: 22 dólares/ semana…12 horas por dia incluso
sábado…Domingo: piquenique…Nunca teve um Ford T.” (falando sobre a exploração do
trabalhador) “M. Reisfeldt 1867-1911…Profissão: Alfaiate...Objetivo Imediato:*imagem de
um pombo voando*. Assim são contadas a história do homem descobrindo a tecnologia e
tentando por em prática suas ambições e desejos, por mais mirabolantes e impossíveis que
parecessem, mostrando vários aspectos do desenvolvimento vivido no séc. XX.
Nos é mostrada a evolução das cidades que passam a crescer e “não mais cheirar a
cavalo”, o advento da máquina desde à vapor até a de escrever. O homem passa a ter uma
visão de futuro, uma perspectiva de evolução que antes não era possível, construções como a
torre Eiffel. Mas tudo é atrapalhado, vidas são perdidas, histórias interrompidas e pessoas
forçadas a lutarem em fronts e viveremos horrores de guerras iniciadas por indivíduos que
continuavam a construir seus futuros sem muitas implicações.
Muita tecnologia foi desenvolvida para uso bélico, muitos avanços foram
concretizados, mas a custo de milhões de vidas inocentes, um horizonte de boas expectativas
se transformou em uma realidade tosca e miserável, de traumas e vícios para suportar os
horrores vivenciados nas guerras, guerrilhas e combates.
A vida de cidadãos comuns vai contando a história do mundo, pequenos detalhes,
vidas talvez vistas como insignificantes nos explicam como se desenrolou esse século que tem
tanta história pra contar quanto um museu. Desse modo, soldados que levantaram o muro de
Berlim, telefonistas, funcionários de fábricas automobilísticas, todos são exemplos das vidas
que ajudaram a construir a história de talvez o maior século vivido pela humanidade e tiveram
suas vidas afetadas por ela. Como também a história não vivida, contada por pessoas que
estavam distantes demais da caoticidade, da tecnologia, da guerra e de seus horrores para
terem suas realidade afetadas pela quebra da bolsa, pela disputa EUA versus URSS ou
Capitalismo versus Socialismo.
Vidas inteiras voltadas à destruição, arruinando cidades, traumatizando nações,
dizimando populações. Assim, sonhos se transformaram e foram usados para criar pesadelos,
- como foi a realidade do avião - desenvolvido para que o antigo desejo do homem de voar
fosse concretizado e mais tarde se tornou um instrumento de disseminação de bombas,
finalizando com a vida de homens sonhadores e cheios de expectativa.
Em meio a todo esse caos já instalado, ganhava força os regimes autoritários e
fascistas, em grande parte na Europa, tais como Nazismo, Fascismo Italiano, Maoísmo,
Stalinismo e vários outros que pregavam segregação, ódio ao diferente e desprezo a minorias,
contribuindo com o aumento das estatísticas de mortos e tirando a autonomia do povo em
decidir sobre si, uma alienação do eu, até que a prevalência e destruição desses regimes
cessassem, levando muitos a se refugiarem em países como o Brasil.
Assim, até que se conseguisse derrotar esses regimes, muitas pessoas tiveram suas
vidas tiradas, territórios foram destroçados, nações perdidas e massacres concretizados, tudo
em prol da tirania de seus governantes, se usando do medo e do terror. De modo que, mesmo
com o fim da Segunda Guerra, não houve paz, ou pelo menos não para o mundo fora da
Europa (e EUA), obrigados a ser palco de uma “Guerra Fria” que esquentava cada vez mais.
Esta guerra que agora contava com todos os tipos de embates entre EUA e URSS,
tanto diretos quanto indiretos, recheados de ataques em forma de propagandas, espionagem e
financiamentos. Ao passo que muitos tentavam alertar quanto aos perigos de tais abordagens,
Martin Luther King, Che Guevara, John Lennon, Mahatma Gandhi e outras personalidades
pacifistas que buscavam atrair a atenção para os problemas terrenos enquanto todos voltavam
às suas vistas para uma corrida espacial.
Em meio a isso, mulheres tentavam conseguir seu espaço na sociedade, enfrentando
um machismo que relutava em conceder direitos básicos como o do voto, e só a via como um
objeto a ser consumido. Com a guerra, a participação feminina na sociedade aumentou,
devido a escassez de mão de obra masculina, desencadeando ondas de feminismo e luta pelos
direitos das mulheres, em busca de mais participação social, em diversas partes do mundo.
Movimentação que perdeu parcialmente a força em um pós guerra no qual muitos filhos e
maridos necessitam cuidados, do mesmo modo que gerou revoltas e protestos, como queima
de sutiãs, para combater o discurso da submissão feminina e garantir o espaço da mulher na
sociedade.
Para além disso, inovações como energia elétrica, rádio e aspirina foram sendo
incorporadas à sociedade. A sociedade enfim parecia poder novamente se preocupar com seus
desejos por mais fúteis que fossem, já que suas vidas não mais eram ameaçadas a cada dia por
bombas e guerras. E dessa forma novos problemas e soluções eram desenvolvidas pelo
capitalismo que demonstrava-se mais e mais sobressalente em relação ao adversário
-socialismo- criando, na mesma proporção, desejos, alegrias, desigualdades e mazelas. Agora
o homem poderia se preocupar com coisas como arte, existencialismo e todas as mais diversas
questões que abarcam a sociedade humana, anteriormente deixadas de lado a fim de se
preocupar com a sobrevivência. Até a religião voltou a ter seu lugar em discussões e
preocupações inerentes ao ser humano, mas miséria, negligência e intolerância ainda eram
problemas sérios a serem enfrentados em um futuro próximo.

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