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Luana Reinert de Souza

Arquitetura e Urbanismo – 3ª fase

Resenha crítica – “Nós que aqui estamos por vós esperamos”

O documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos” de Marcelo


Masagão de 1998, retrata memórias do século XX, e mostra a realidade
vivenciada pela humanidade nesta época ao redor do mundo, como a
banalização da morte e da vida através da violência das guerras, o contexto
histórico, econômico e cultural deste período de grandes conflitos, golpes,
ditaduras, rebeliões e revoluções. Ressalta também as mudanças e os impactos
ocorridos neste século, no mundo e no homem, antes, durante e após estes
acontecimentos históricos resultados de desejos políticos e de domínio
territoriais, através da montagem de imagens do século XX que ligam fatos
acontecidos e histórias de pessoas normais ao passo que a revolução industrial
acontecia com o desenvolvimento tecnológico, apresenta inclusive os
sentimentos despertados nesta época como a esperança, loucura, angustia e
depressão das pessoas que neste tempo viveram e que contribuíram para a
construção da história.
Além de apresentar marcos históricos como a queda do muro de Berlim,
a invenção do telefone, do rádio, da energia elétrica, a produção de carros,
aviões e máquinas, manifestando as transformações da sociedade através da
industrialização, como a aceleração não somente da produção, mas também do
estilo de vida, bem como a produção de armamento, explosivos e bombas, que
contribuíram para a destruição em escala catastrófica.
O documentário identifica tanto pessoas conhecidas como pessoas
comuns mostrando a importância de cada indivíduo para história, suas
profissões, suas atividades e contribuições para o mundo, o que faziam em seu
dia a dia e coisas simples que gostavam, como jogar dominó e tomar Coca-Cola.
Muitos desses indivíduos tiveram suas vidas ceifadas pelas guerras e não
tiveram suas histórias contadas, muito menos reconhecidas, sendo apenas mais
uma “consequência” dentre tantas outras.
Cita também, as mudanças no papel das mulheres durante o século XX,
como a conquista do direito ao voto pelas lutas das sufragistas, a emancipação
feminina e igualdade sexual conquistada após manifestos como a queima de
roupas íntimas, a mudança dos costumes, comportamentos e do estilo de vida
da mulher, que deixa a cozinha e a casa em busca de independência, o uso de
minissaia, o papel das mulheres nas guerras e no processo de industrialização
e a crescente participação da mulher no mercado de trabalho, que apesar de
terem iniciado neste período, ainda são lutas recorrentes nos dias atuais, e que
permitem a busca da mulher pelo seu lugar na sociedade. Tal como, menciona a
diversidade religiosa, e a sua importância na formação das sociedades, e as
influências nas crenças religiosas durante as guerras e os problemas socias
vivenciados neste tempo.
A história não é composta somente por indivíduos notórios, mas é o povo
quem de fato a constrói e que agrega seu valor na formação da sociedade. De
certo modo, o documentário retrata com veracidade o dilema existente entre a
importância da vida e obsessão pelo poder, nos faz refletir sobre os
acontecimentos do século XX e suas consequências sobre a vida de forma geral,
nos levando a meditar sobre a desvalorização e a fragilidade da vida humana.
Em alusão ao letreiro do cemitério, o documentário nos leva a pensar que apesar
das desigualdades sociais, das pessoas relatadas no filme terem acumulados
bens materiais ou não, terem realizado grandes feitos ou não, todos têm o
mesmo fim.

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