O período da Guerra Fria (1947-1991), abordando não somente as transformações
nos cenários do "mundo desenvolvido", mas também àquelas que ocorridas nos "países periféricos".
O cenário do pós 2 Guerra Mundial inaugurou no mundo profundas
mudanças, os Estados Unidos declaravam sua superioridade militar em meios aos demais países, com explosão da bomba nos territórios de Hiroshima e Nagasaki, mesmo tendo a ciência que falta poco a guerra para o Japão se render, no entanto, essa foi a forma dos EUA comprar seu poderio bélico, Vijay Prashad (2020) que vai demarcar os anos seguintes da guerra fria, uma guerra aquecida pelo medo de uma realidade de ataque nuclear, de polarização de forças e de modo vida de um lado capitalista e do outro a formação das sociedades socialistas, ainda muito fechada em seus núcleos de países, e uma crescente sociedade de consumo do pós- guerra. No texto de Vizentini (2000) podemos ver também que sobre as condições econômicas os EUA saíram com muitas vantagens, já que ao ganhar a guerras as negociações, agora destruídos pelos anos que seguiram de guerra, exigiam estruturam e políticas de reconstrução, negociado com o EUA, além disso, a própria criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) pelo FMI era negociado os emprestes para as políticas de reestruturação social e econômica dos países flagelados pelas guerras, mas não só eles, tendo em vista, que a mão do império norte-americano queria dominar todos os continentes. Trazendo os argumentos de Prashad sobre o FMI, que o destaca como um instrumento de dominação imperialista sobre os países do Terceiro Mundo, como foi o caso do Brasil, Bolívia, Burquina Faso, forçados a seguir as políticas neoliberais ditadas pelas potências capitalistas, nesse caso países não envolvidos diretamente com a guerra, mas que em seu território tem interesse direto dos EUAS que requer sua intervenção, seja pela dívida, ou pelas políticas de intervenção pela paz com a ONU. Outra perspectiva que se refere à temporalidade da guerra fria e que destaca as transformações da sociedade no pós-guerra, mas que se restringe às experiências em países da Europa ocidental, em diferentes graus para cada país, são as políticas de bem-estar social. Elas pautam um ideal de modo de vida e de desenvolvimento projetado pelos EUA, destacando que, além de vitorioso e com vantagens econômicas, o país saiu com 80% das reservas de ouro, segundo Padroz (2019). Assim, ele dominou a geopolítica em torno da sociedade de consumo e do conforto, mudando radicalmente a forma de como a sociedade funcionava. Isso não quer dizer que essas mudanças tenham garantido uma relação de crescimento e desenvolvimento para todos os países. O próprio investimento para a reestruturação da Europa não foi mais do que uma forma de garantir a supremacia da América, como argumenta Padroz (2019). Mas toda essa efervescência e transformações, bem como as tensões sociais da época, modificaram o modo de pensar da sociedade, principalmente para movimentos de libertação e contestação, como o caso dos Panteras Negras, que contestava a realidade de opressão estrutural e segmentação da sociedade negra ainda é submetida. Os movimentos de contestações que emergiram nessa época, era tentativa de responder aos anseios de uma juventude, ainda marcada pela guerra, e pela segregação no caso da população negra dentro das grandes cidades que nos anos 60 ainda viviam políticas de segregação, seguindo também pela pelas crises que marcam esse novo modelo liberal, como a crises cíclicas do sistema capitalista. Essas transformações incluíram a desindustrialização, a financeirização, a desregulação, a flexibilização, a privatização e a terceirização das atividades produtivas; a ascensão do conservadorismo, do individualismo e do populismo nas esferas políticas; e a emergência de novos problemas e demandas sociais, como o desemprego estrutural, a pobreza extrema, a exclusão social uma sequência de problemas que marcam essa geração de forma irreversível. Em meio a toda essa transformação, a busca por mais riqueza e dominação de outros povos entre esses países ditos como potência continuou, não se restringindo apenas ao período colonial. Foi uma Guerra Fria em que a disputa por interesses econômicos, às vezes justificada por pacificação política, virou palco de guerras emblemáticas, como a do Vietnã. Nessa guerra, houve uma enorme desproporção de forças entre os dois lados. Os Estados Unidos enviaram mais de 500 mil soldados e usaram todo o seu arsenal bélico, incluindo bombas napalm e agente laranja, que causaram enormes danos humanos e ambientais. O Vietnã do Norte contava com o apoio da Frente Nacional de Libertação (FNL), também conhecida como Vietcongue, que era formada por guerrilheiros que lutavam no sul do país. Eles usavam táticas de guerrilha, como emboscadas, minas terrestres e túneis subterrâneos, para resistir à invasão americana, essa ação dos camponeses tendo armentos menos tecnológicos que de seus adversários foi surpreendente e um grande histórico de resistência que abalaria o poder do império norte-americano.
A guerra foi um fracasso para os Estados Unidos, que não conseguiram
derrotar o Vietnã, A guerra também gerou uma forte oposição interna dentro de seu próprio país e no mundo, pela primeira vez tinha a mídia acompanhando o cotidiano da guerra, não era só fotos, era as atrocidades sendo televisionadas todos os dias, gerando comoção mundial, e onde milhares de pessoas protestavam contra a intervenção militar e denunciavam as genocídio cometidas contra os vietnamitas.
O que é imponte destacar é que a guerra também revelou a fragilidade do
imperialismo americano e a força dos movimentos de libertação nacional no terceiro mundo.