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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS (ICHS)


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCILINA: AMÉRICA II
ALUNA: ARIANA OLIVEIRA GONÇALVES – 19.1.398
PROFESSOR: MATHEUS FAVARO REIS
Unidade III: A América Latina, entre governos reformistas e revoluções: Colômbia,
Guatemala, Bolívia e Cuba

Sandra Patrícia Arenas Grisoles (2013) levanta uma questão em seu texto, “Colômbia: a
memória em meio à guerra”, que nos faz refletir não só o caso da Colômbia, porém, os
países da América que passaram por guerras civis, ou por períodos de ditadura, onde o
terror era a ordem no momento.
Sandra (2013) afirma em seu texto que não se tem claro o que deu início ao conflito na
Colômbia, podendo ter originado com guerra civil do século XIX e início do XX.
Segundo a autora, o país passou, entre 1948 e 1953, por guerra civil não declarada entre
os partidos políticos liberal e conservador, que levou à violência, em especial contra os
camponeses, que foram obrigados a sair de suas terras e se abrigarem nas florestas, o
que e leva a criação de uma força contrária de autodefesa, as FARC (Fuerzas Armadas
Revolucionarias de Colômbia).
Meio a este conflito, a população não se sente segura, uma vez que segundo Sandra
(2013), a sociedade não reconhece o estado como ferramenta de manutenção de
conflitos sociais. O mesmo ocorre em período de ditadura, no qual é o próprio estado
que oferece risco à população. Podemos aqui refletir a respeito do caso do Brasil, onde a
ditadura levou várias pessoas por simplesmente expressar sua opinião contrário ao
governo.
Qual é então a memória possível nessa situação senão o medo, a injustiça e o
sofrimento? Segundo a autora, “O apelo à memória é ambíguo e problemático, pois o
contexto de guerra permanente leva a uma impossibilidade da memória, ao
esquecimento e da história” (GRISALES, 2013, p.131). A vida das pessoas que
convivem com a guerra se transforma, ficam marcados pelo horror e por um passado
que nunca passa.
A identidade de um grupo social está ligada às manifestações culturais, símbolos e ao
imaginário. Segundo os autores Amauri Carlos e Vânia Noronha (2017), “o imaginário
não é nem uma mera crença individual, nem simples produção social, ele articula o polo
biopsíquico com o sócio cultural, expressando tanto as invariâncias arquetipais, como as
variações das configurações socioculturais” (FERREIRA; NORONHA, 2017, p.72).
.
Segundo Nildo Viana (2006), os valores são construídos de forma social através do
processo histórico de vida, pela socialização. Daí a importância da memória social para
a formação de identidades coletivas, mas também para a formação do próprio indivíduo.
Alguma dessas histórias individuais e coletivas da guerra acabam sendo esquecidas em
função de uma história oficial que tenta apagar essas lembranças. A autora Sandra da
Patrícia (2013) nos lembra da importância de se resgatar essas menores, através de
pinturas, filmes, documentários, livros e produções acadêmicas, entre outros meios de
resgate histórico, para não só que essas histórias não sejam esquecidas, mas para além
disso, de dar voz a tantos que sofreram e ainda sofrem com a guerra.

REFERÊNCIA
FERREIRA Amauri Carlos; NORONHA Vânia. O imaginário entre fronteiras da
educação e da religião. Editora Horizonte, Belo Horizonte, v. 15, n. 45, p. 68-91,
jan./mar. 2017 – ISSN 2175-5841.
GRISALES, Sandra Patrícia Arenas. Colômbia: a memória em meio à guerra. Tempo
soc. [online]. 2013, vol. 25, n. 2, p. 123-139. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
0702013000200007&script=sci_abstract& tlng=pt>. Acesso em 21 de junho de 2021.
VIANA, Nildo. Memória e Sociedade: uma breve discussão teórica sobre memória
social Espaço Plural — Ano VI - Nº 14 - 1º Semestre de 2006 — Versão eletrônica
disponível na internet: www.unioeste.br/saber

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