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Arquivo2-SOBER-2018 AÇAI
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All content following this page was uploaded by Gisalda Carvalho Filgueiras on 26 September 2018.
Resumo
O Pará é o maior produtor de frutas consideradas exóticas e o açaí é o produto mais
importante da fruticultura paraense. Neste aspecto, este trabalho expõe o processo da
produção do açaí sobre o desenvolvimento socioeconômico regional, considerando, a análise
da dinâmica do mercado do produto, sua evolução de preços a nível nacional e estadual,
observando nesta atividade a relação de geração de emprego e renda, dado que sua extração é
feita de forma manual pelos ribeirinhos, assim como expressa importante item na alimentação
local. Então, através de dados secundários, via o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), buscou-se com a estatística descritiva para ver a evolução (ou involução) da
produção, preços e ainda, pelo Sistema de Informação Geográfica –SIG, visualizar
espacialmente a produção extrativa deste fruto ao longo de cinco anos (1995; 2000; 2005;
2010 e 2015). Os resultados apontaram que a demanda do açaí tem sido crescente, entretanto,
em termos de produção regional, o açaí extrativo vem perdendo espaço para o açaí plantado,
às vezes, com uso de irrigação, conforme dados do crédito de financiamento para esta cultura
em tempos recentes (2000 a 2015) e, constatou-se ainda que pólos importantes de produção,
como Cametá, deixaram de explorar esta atividade.
Palavras-chave: Mercado de açaí; Oferta; Demanda; Ribeirinhos.
Abstract
Pará is the largest producer of fruits considered exotic and the açaí is the most important
product of the fruit of Pará. In this regard, this paper exposes the process of açaí production
on regional socioeconomic development, considering the analysis of the dynamics of the
product market, its price evolution at national and state level, observing in this activity the
relation of generation of employment and income, since its extraction is done manually by the
1. INTRODUÇÃO
2.1 MICROECONOMIA
Neste caso, as escolhas do consumidor são influenciadas por algumas variáveis que
em geral serão as mesmas que influenciarão sua escolha em outros momentos. Para que se
possa analisar a influência de fator sobre a demanda será necessário fazer uma simplificação
que consistirá na mudança do valor de uma variável, fazendo a hipótese de que tudo o demais
permaneça constante. Esta condição é interpretada pelo economista como a cláusula do
coeteris paribus, significa dizer, a demanda é função do preço, permancendo as demais
variáveis (se houver) constantes.
Dentre as frutas tropicais (abacaxi, acerola, cajá, caju, côco, goiaba, graviola,
maracujá, lima, manga, mamão), o açaí é o que mais se tem destacado em termos de
agregação de valor nos últimos anos. Além disso, apenas dois estados (Pará e Maranhão) tem
respondido com ofertas desse produto, porém, ainda insuficiente para o tamanho do mercado
sendo o estado do Pará o que responde por uma maior produção
Os extrativistas que são responsáveis pela extração do fruto açaí; os produtores, são
donos das propriedades dos açaizais, que vendem para o intermediário, os intermediários
fazem a coleta das rasas (cestos de palha) por via fluvial até a cidade, enquanto, os batedores
processam a fruta para a venda no próprio local. A indústria de processamento é responsável
por distribuir a produção do açaí para fora do estado (MAPA, 2016)
Oliveira et al. (2007) diz que a capital paraense concentra cinco principais pontos de
comercialização do açaí, sendo: porto do açaí, porto da palha, ponto certo e porto de Icoaraci.
Destacando, o porto da feira do açaí como principal ponto, por estar localizado entre
principais pontos turísticos, como o forte do castelo e o mercado popular do Ver-o-Peso.
A distância entre as áreas de produção e processamento do fruto, assim como o
transporte, dificulta a qualidade final do produto. A distribuição dos produtos acontece por via
marítima ou terrestre, para reduzir o custo quando a produção for destinada ao mercado
nacional, a empresa arca com uma parte e terceiriza a outra parte. Quando for para o mercado
internacional, se utiliza de dois procedimentos, primeiro por via terrestre até o porto de
Belém, em seguida, por via marítima (GONÇALVES et al., 2012)
No âmbito mundial a demanda e a oferta, segundo Conab (2015), existem uma
exportação do açaí como produto ligado a nutrição, saúde e alimentação natural. Apesar do
grande potencial produtivo e econômico, os extrativistas ainda precisam se enquadrar ao
padrão do mercado internacional, principalmente no que tange a qualidade e ao ganho de
produção, além, dos estabelecimentos de selos e certificados.
Um ponto a se destacar, de acordo com Tavares et al. (2015) é a inexistência de
código de Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)1 específico, da qual permitiria a
monitoração para a polpa como o mix de outros derivados, sendo assim se dificulta o
1
Trata-se de um código de oito dígitos estabelecidos pelo governo Brasileiro para identificar a natureza das
mercadorias e promover o desenvolvimento do comércio internacional, além de facilitar a coleta de dados e
análise das estatísticas do comércio exterior.
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa tem como ponto de referência o estado do Pará e seus municípios,
por concentrar um amplo território inundável, conhecidas mata de várzea ou igapó, propicia
para atividade extrativista da cultura do açaí. Ademais, dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE, 2015), o Pará possui uma área territorial de 1.247.955,381
km2, constituídos por seis mesorregiões, 22 microrregiões e 144 municípios.
Nesta direção, o estudo se propôs em fazer uma análise na área de extração do açaí,
através de uma especialização natural (cuja média é superior ao Estado paraense) da produção
(t) e VBP do açaí, selecionando os mais especializados e plotando-os em mapas, para os anos
de 1995, 2000, 2005, 2010 e 2015 mediante os dados secundário da produção do açaí, em
nível nacional e estadual (Pará), obtidos em sites oficiais, como o SIDRA-IBGE (2017).
A confecção dos mapas se deu através da análise no Sistema de Informações Geográfica
(SIG), no qual se fez o download do software de SIG, o QGIS que consiste em um programa
de geoprocessamento necessária para fazer a análise espacial dos recursos das duas variáveis
(quantidade produzida, em toneladas e o VBP, em valores atualizados, base IGP-DI2015 =
100).
De tal modo, o SIG é uma ferramenta essencial nesse estudo, no qual através dos dados
obtidos perante o site SIDRA.IBGE foi possível verificar as informações coletadas – VBP e
quantidade produzida e, em quais municípios ocorre esta produção – a partir na geração de
mapas, em uma abordagem espacial com base no referido município onde ocorre maior coleta
do produto açaí.
O SIG possui ferramentas que possibilitam formas de organização a coleta de dados a
partir dos objetivos que se deseja alcançar. Os elementos encontrados a partir da coleta de
dados podem se visualizados de diferentes abordagens devido a inúmeros componentes que o
sistema possui. Os mapas temáticos resultantes nesse processo poderão gerar diversas
informações geográficas analisadas no espaço. Nesse contexto, ter um conhecimento
geográfico no objeto de estudo se torna mais propício nas tomadas de decisões.
Para se fazer esta análise é preciso ter uma coleta de dados como, por exemplo, os
geocódigos dos municípios paraenses que foram destaque na produção do açaí, nos anos
selecionados, para correlacionarem as tabelas de atributos, analisadas no ambiente SIG e
assim fazer a representação espacial da tabela de valores produzidos (toneladas) e valores
gerados (VBP, mil reais), por município.
A metodologia empregada se dará por meio de dados secundários juntos as fontes
oficias do governo brasileiro (IBGE, CONAB, BANCO DA AMAZONIA, etc.), com revisão
de literatura relativa ao tema auxiliando a base teórica, cujas fontes são de caráter primarias
de informação (os livros, as teses, os artigos entre outros tipos) e sondar os trabalhos feitos a
respeito do açaí, entre o período 1995 – 2015, após isso, fazer uma análise em relação ao
assunto em discussão.
1.900,00 1.758,06
1.700,00 1.790,58
1.570,35
1.500,00 1.590,47
1.300,00
1.100,00
900,00 994,09
700,00
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Fonte: Elaboração da autora (2018).
Já, na Tabela 5, tem o valor gerado na atividade do açaí extrativo. A produção e valor
foram crescentes para o período, como se visualiza na Tabela 4 e 5, sendo que em termos de
VBP, este teve maior variação (902,25%) no período, em milhões, saindo de R$32 milhões
(1995) para R$328 milhões, indicando o aumento do preço do produto, já que em quantidades
produzidas (toneladas), o incremento não foi tão significativo (em torno de 24 mil toneladas),
o que representou uma variação de apenas de 22,87% entre 1995 e 2015.
REFERÊNCIAS
CONWAY Edmund. 50 Ideias de Economia que você precisa conhecer.1ª reimpressão. São
Paulo: Planeta, 2015.
HOMMA A.K.O. Extrativismo vegetal ou plantio: qual a opção para a Amazônia? Estudos
Avançados 26(74), 2012
MARCIEL, F.; COLMET, N.; REGINA, S.; XAVIER, R.; LACERDA, A.; MACHADO, G.;
SOUSA, R. Aprimorando o manejo tradicional de açaizais nativos. Agricultura – v.3 – nº 3 –
outubro de 2006.