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As naturezas cognitiva e criativa da projetação em arquitetura: reflexões sobre


o papel mediador das tecnologias

Article  in  Rem Revista Escola de Minas · March 2001


DOI: 10.1590/S0370-44672001000100006 · Source: DOAJ

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1 author:

Rejane Moraes Rego


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE)
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ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UFPE: buscando uma proposta para potencializar a
interdisciplinaridade View project

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AS NATUREZAS COGNITIVA E CRIATIVA DA PROJETAÇÃO EM
ARQUITETURA: reflexões sobre o papel mediador das tecnologias

Rejane de Moraes Rego*


CEGI - CEFET-PE / PPG - FAUFBA
Rua Caetano Moura, 121 – Federação – Salvador - BA
CEP 40210-350 – rmrego@ufba.br

Abstract
This paper does a preliminary approach about architecture design process like a one where
creativity and reasoning skills to converge. It also approaches the mediation role of the
technologies used during development design process. The paper does a brief retrospect
about the graphic representation historically used in architecture design process and it
underlines important points about computational technologies potentials in changing design
process through new relationship between designers and their own creativity and reasoning
process.

Key Words
Architectural Design Process; Creativity and reasoning process; Computational technology
and designing.

Resumo
Este trabalho aborda o processo projetual em arquitetura, como um processo onde
convergem as naturezas cognitivas e criativas do indivíduo. Enfoca também o papel
mediador exercido pelas tecnologias empregadas no desenvolvimento da projetação. Faz
uma breve retrospectiva das técnicas de representação gráfica usadas historicamente no
processo de projetação em arquitetura e levanta aspectos relevantes quanto ao potencial
das tecnologias computacionais em trazer modificações ao processo projetual através das
novas articulações cognitivas e criativas a que são submetidos os projetistas.

Palavras Chaves
Processo projetual em arquitetura; Processos criativos e cognitivos; Tecnologias
computacionais e projetação.

Introdução

O tema abordado neste artigo insere-se no contexto de nossa pesquisa para


dissertação de Mestrado, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da
UFBA, na qual temos nos dedicado a investigar as características do processo projetual em
arquitetura e suas relações com as tecnologias computacionais, com vistas a verificar e
analisar as mudanças trazidas ao processo pelo uso de um instrumental técnico diferente.

Desta forma, a análise da projetação como um processo onde convergem de forma


especial as naturezas cognitivas e criativas do indivíduo, e da abordagem sobre a mediação
*
Mestranda em Arquitetura e Urbanismo – PPG-FAUFBA, sob orientação do prof. Dr. Arivaldo Leão de Amorim. Atualmente
em regime de Lotação Provisória por Tempo Indeterminado no LCAD – Laboratório de Computação Gráfica aplicada à
Arquitetura e ao Desenho - FAUFBA
que as tecnologias exercem entre o sujeito–projetista e o objeto-idéia, constitui-se numa das
questões mais relevantes de nossa pesquisa. Este procedimento nos permitirá entender o
potencial das tecnologias em influenciar os aspectos cognitivos e criativos envolvidos na
projetação, e consequentemente fundamentar a argumentação das inevitáveis mudanças
proporcionadas aos mesmos quando do uso de novos instrumentos tecnológicos.

Pretende-se no âmbito limitado deste artigo levantar as principais questões


envolvidas nesta discussão, relativas aos processos criativos e cognitivos e à representação
gráfica (quer nas suas formas tradicionais quer através de instrumento computacional) como
tecnologia historicamente mediadora no desenvolvimento da projetação arquitetônica.

Os processos criativos e cognitivos

Se considerarmos a bibliografia acerca da criatividade, verificaremos que existem


muitas definições para o termo, não havendo mesmo um acordo sobre o seu significado.
Não há também consenso se a criatividade seria uma habilidade distinta da inteligência, ou
um aspecto desta.

Para se ter uma idéia do acima descrito, basta observar as definições de vários
autores apresentadas por Alencar (1995):
“O termo pensamento criativo tem duas características fundamentais, a saber: é autônomo e é
dirigido para a produção de uma nova forma.” Suchman, 1981

“Criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou
satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo.“ Stein, 1974

“Criatividade representa a emergência de algo único e original.” Anderson, 1965

“Criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no


conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade; buscar soluções, formulando hipóteses a
respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os
resultados.” Torrance, 1965

Alencar (op. cit. p.16) ao observar as definições de criatividade, assinala que uma
das principais dimensões presentes nas mesmas e de um modo geral em todas as
abordagens, refere-se ao fato de que a criatividade implica emergência de um produto novo,
uma idéia original, ou reelaboração e aperfeiçoamento de produtos e idéias existentes.
Outro ponto comum, diz respeito ao fator relevância, significando que uma resposta não só
deve ser nova como também apropriada numa determinada situação.

Além da definição de criatividade, outra questão muito discutida na abordagem deste


tema trata das características do indivíduo criativo e sobre a forma como surge o produto
criativo. Predomina a visão de que a criatividade não pode ser desenvolvida ou ensinada,
pois trata-se de um “dom divino”. Assim, o indivíduo é ou não é criativo, sem meio termo.

Pesquisas mais recentes têm defendido a idéia de que qualquer indivíduo apresenta
um certo grau de habilidades criativas e que estas podem ser desenvolvidas e aprimoradas
por meio de treinamento e prática. Esta postura sobre a criatividade e os processos criativos
ressaltam a importância da preparação do sujeito (disciplina, dedicação, esforço consciente,
trabalho prolongado, conhecimento amplo de uma área do saber) como fator fundamental
para a produção criativa.
“Através de uma análise do comportamento de pessoas que deram contribuições criativas,
constatou-se que as grandes idéias ou produtos originais ocorrem especialmente em pessoas
que estejam adequadamente preparadas, com amplo domínio dos conhecimentos relativos a
uma determinada área ou das técnicas já existentes.” (Alencar, op.cit. p.17)
Durante muito tempo as pesquisas na área da criatividade consideraram o processo
criativo como um campo inacessível a uma investigação empírica. Nos anos 50 verificou-se
um interesse especial no desenvolvimento de abordagens sobre o assunto e segundo
Alencar, algumas teorias contribuíram de maneira relevante para aprofundamento do tema.

A autora destaca a teoria psicanalítica que numa de suas abordagens estabelece


duas fases para a criatividade: a inspiração, considerada mais importante e que requer o
abandono do pensamento lógico–racional; e a elaboração, caracterizada pela avaliação
lógica e rigorosa das idéias surgidas na fase anterior. Numa outra vertente da teoria
relaciona-se criatividade com invenção, defendendo-se que a emergência de um produto
novo é essencial para uma definição de criatividade. Neste caso considera a associação
livre como o processo pelo qual se realiza a criação e liberta o sistema pré-consciente
permitindo a fruição das idéias e ressalta a flexibilidade como condição básica para
adaptação às circunstâncias externas e internas.

Sobre a Gestalt, Alencar assinala que as contribuições constituíram-se a partir de


resultados de trabalhos experimentais na área da percepção, pensamento e solução de
problemas, com ênfase no pensamento produtivo o qual requer uma reestruturação de
problema, implicando em aspectos que poderiam ser considerados pensamento criativo.

A terceira teoria destacada pela autora é a humanista, surgida como protesto contra
as imagens limitadas do homem defendidas pela psicanálise e behaviorismo. Assim enfatiza
o valor intrínseco do indivíduo, o seu potencial para desenvolver-se, tornar-se e auto-
realizar-se, explorando-se as diferenças, os talentos diversos de cada ser. Apresenta o
pensamento de Rogers que “entende o processo criativo como a emergência de um novo
produto racional, que surge da singularidade do indivíduo, de um lado, e dos materiais,
acontecimentos ou circunstâncias de sua vida, de outro lado. O que constitui a essência da
criatividade para ele é a originalidade ou singularidade.“ (op. cit. p. 54)

Quanto à concepção de Maslow, outro representante da teoria humanista, Alencar


observa a distinção feita entre criatividade primária, secundária e integrativa. A primária
correspondendo à fase de inspiração que procede e utiliza processos primários de
pensamento e ocorre espontaneamente; a secundária baseada nos processos secundários
de pensamento e na disciplina, trabalho sistemático e conhecimento acumulado, que seria o
tipo apresentado pela maioria dos cientistas; e a integrativa reunindo as duas anteriores.

Alencar apresenta ainda algumas concepções de processo criativo segundo


pesquisadores como Poincaré, Helmholtz, Wallas, Smirnov e Leontiev que embora
estruturadas de formas diferentes possuem pontos similares. Estas semelhanças residem
no fato dos vários pesquisadores estabelecerem fases ou estágios para o processo criativo,
que são caracterizadas de maneira muito próximas, mesmo nomeadas de formas diferentes.

De modo geral são identificadas três fases onde na primeira (preparação ou


saturação) são reunidos dados, atos, sensações, e o problema é investigado em todas as
direções; na segunda (iluminação, incubação ou investigação) a característica comum
apresentada refere-se à maturação do problema, momento da realização de novas
combinações, que envolvem uma série de processos mentais; a terceira (verificação,
iluminação ou solução) é identificada como uma fase de verificação da idéia proposta.

Embora os processos criativos e os cognitivos tenham sido tratados historicamente


como coisas separadas, podemos perceber que a relação entre eles é bastante estreita, se
não quisermos afirmar que podem mesmo se confundir. Neste contexto, Alencar (op. cit.
p.24) apresenta algumas abordagens que trabalham a criatividade como um conjunto de
habilidades cognitivas, como Stein que afirma:
“Os processos cognitivos dizem respeito aos processos psicológicos envolvidos no conhecer,
compreender, perceber, aprender etc. Eles fazem referências à forma como o indivíduo lida
com os estímulos do mundo externo: como o sujeito vê e percebe, como registra as
informações e como acrescenta as novas informações aos dados previamente registrados.”

Quanto à abordagem de Guilford a autora considera que há uma distinção entre


potencial criador e pensamento criativo. O primeiro referindo-se a um conjunto de
habilidades e outros traços que contribuem para o pensamento criativo, distinguindo-se pela
inovação e originalidade. Para o pensamento criativo considerou que as operações
intelectuais de fluência, flexibilidade e originalidade juntamente com a elaboração,
redefinição e sensibilidade para problemas, constituem-se nos fatores mais importantes.

As operações intelectuais configuram aspectos do pensamento divergente1 e são


caracterizadas por:

• Fluência: habilidade em gerar um número relativamente grande de idéias na área de


atuação do sujeito;
• Flexibilidade: aspecto do pensamento que implica uma mudança de algum tipo, na
estratégia de realizar uma tarefa ou na própria direção do pensamento;
• Originalidade : o aspecto inovador;
• Elaboração: facilidade de acrescentar variedade de detalhes a uma informação, produtos
ou esquema, cujo papel nas produções criativas expressa-se pela progressão do tema;
• Redefinição: as transformações, revisões ou outras modalidades de mudanças na
informação;
• Sensibilidade para problemas: a habilidade de ver defeitos, deficiências em situações
aparentemente normais.

Alencar ressalta as pesquisas que “verificaram que as correlações entre os diversos


testes de criatividade eram similares àquelas observadas entre criatividade e inteligência”.
Concluiu-se que não se poderia descrever os domínios como independentes um do outro e
que seria incorreto somar os vários resultados em diversas medidas de criatividade, numa
tentativa de se dar um único indicador do nível de criatividade do indivíduo. “Considerando
tais aspectos, propuseram uma definição associativa de criatividade, a qual seria avaliada
através do número total de associações que a pessoa seria capaz de propor, e da raridade
de tais associações (somente fluência e originalidade)”. (p.30)

Ostrower (1987, p.20) destaca a capacidade de fazer associações como o fator


preponderante na ampliação da imaginação, que por sua vez constitui-se no centro do
processo criativo.
“Provindo de áreas inconscientes do nosso ser, ou talvez pré-conscientes, as associações
compõem a essência de nosso mundo imaginativo. São correspondências, conjecturas
evocadas à base de semelhanças, ressonâncias íntimas em cada um de nós com experiências
anteriores e com todo um sentimento de vida.”

A abordagem da autora fundamenta-se na concepção de que a criatividade é um


potencial inerente ao homem e a realização do mesmo é uma de suas necessidades. A
criação deve ser vista em um sentido global, onde viver e criar interligam-se. Argumenta
que criar corresponde a um formar, a um dar forma a alguma coisa nova, que se realiza
através de ordenações.
“O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de
relacionar, ordenar, configurar, significar. (op. cit. p.9)

“FORMAR importa em TRANSFORMAR. Todo processo de elaboração e desenvolvimento


abrange um processo dinâmico de transformação, em que a matéria, que orienta a ação
criativa, é transformada pela mesma ação. (op. cit. p.51)
A autora considera que os processos de criação ocorrem no âmbito da intuição,
embora integrem toda a experiência possível do indivíduo, incluindo a racional. Mas que só
tornam-se conscientes quando expressos, ou seja quando tomam forma. Neste sentido, a
“matéria” em elaboração criativa é mais que algo físico e está vinculada à área de atuação
dos indivíduos, que podem mesmo ser “pensamentos” como na filosofia.

Entretanto, mesmo que intuitivo – e portanto estreitamente vinculado à percepção e


à sensibilidade – o ato criativo é também um ato cognitivo. Na medida em que o dar uma
nova forma implica em domínio e conhecimento da “matéria” trabalhada e no nível de
associações que o indivíduo é capaz de realizar, “(...) o imaginar seria um pensar
específico sobre um fazer concreto.” (op. cit. p.32)

Este “pensar específico” se realiza através da capacidade humana de simular uma


série de atuações, associando objetos e eventos (por meio da memória), manipulando-os
mentalmente sem a presença física dos mesmos. Este processo de pensamento capaz de
imaginar simulações que vão ordenando a matéria, criando uma nova forma, principalmente
através das associações, relaciona-se com uma linguagem específica que estabelece a
comunicação entre o sujeito e o objeto em elaboração.

Ostrower afirma que “pensa-se falando” dentro de um quadro de idéias de uma


língua, inserida nos relacionamentos afetivos e intelectuais complexos de uma cultura.
“Na língua, como em todos os processos de imaginação, dá-se um deslocamento do real físico
do objeto para o real da idéia do objeto. A palavra evoca o objeto por intermédio de sua
noção. (op. cit. p.20)

“O homem usa palavras para representar as coisas. Nessa representação, ele destitui os
objetos das matérias e do caráter sensorial que os distingue, e os converte em pensamentos e
sonhos, matéria–prima da consciência. Representa ainda as representações. Simboliza não só
objetos, mas também idéias e correlações. Forma do mundo de símbolos uma realidade nova,
novo ambiente tão real e tão natural quanto o do mundo físico.” (op.cit. p.22)

Sobre a capacidade humana de pensar por representações, ou seja, através da


simulação de modelos mentais, Lévy (1993) destaca o papel relevante e mediador das
tecnologias da inteligência, que aliadas à inteligência humana, possibilitam a sistematização,
enquadramento, decodificação e decifração que constituem-se nas principais ações
envolvidas nos processos cognitivos e consequentemente na atividade criativa.
“A evolução biológica fez com que desenvolvêssemos a faculdade de imaginar nossas ações
futuras e seu resultado sobre o meio externo. Graças a esta capacidade de simular nossas
interações com o mundo através de modelos mentais, podemos antecipar o resultado de
nossas intervenções e usar a experiência acumulada. Além disso, a espécie humana é dotada
de uma habilidade operacional superior a das outras espécies animais. Talvez a combinação
destas duas características, o dom da manipulação e da imaginação, possa explicar o fato de
que quase sempre pensemos com o auxílio de metáforas, de pequenos modelos concretos,
muitas vezes de origem técnica.” (op.cit.p.70)

Procurando investigar como e porque diferentes tecnologias intelectuais geram


estilos de pensamento distintos, o autor considera que é necessário partir para uma
tentativa de explicação que requer uma análise precisa das diversas articulações do
sistema cognitivo humano com as técnicas de comunicação e armazenamento.

Neste contexto analisa a escrita como a mais importante tecnologia intelectual da


humanidade e de como a mesma configurou um modo de pensar, proporcionando um saber
teórico e uma forma de comunicação radicalmente nova, onde os discursos podiam
separar-se das circunstâncias particulares que tinham sido produzidos, o que levou o
exercício de interpretação, de atribuição de sentido, ao centro do processo comunicativo.
“As tecnologias intelectuais ocupam o lugar de auxiliares cognitivos dos processos
controlados, aqueles que envolvem a atenção consciente e dispõem de tão poucos recursos no
sistema cognitivo humano. Desta forma, as tecnologias intelectuais servem como paliativo para
certas fraquezas dos processos automáticos como as heurísticas de raciocínio e os
mecanismos esquematizados da memória de longo prazo.”(op. cit. p. 92)

Acreditamos que só poderemos abordar separadamente os processos cognitivos e


os criativos por uma escolha metodológica, que vise facilitar a compreensão da temática
trabalhada. Embora conheça-se sobre as relações entre os hemisférios cerebrais e as
atividades criativas e cognitivas, que são melhor exercidas por um deles (que normalmente
apresentam desenvolvimento desigual, relacionado com o tipo de treinamento a que é
submetido o indivíduo, principalmente através da educação), sabe-se, também, que o
cérebro procura trabalhar em conjunto. Um lado tenta superar as dificuldades do outro. Para
que esse processo de complementaridade seja eficiente é preciso desenvolver as
habilidades referentes aos dois hemisférios de maneira equilibrada. Este equilíbrio,
seguramente, aumentará o potencial criador do indivíduo.

A projetação é um processo onde as naturezas cognitivas e criativas convergem de


maneira singular. O ato de projetar é por essência uma criação através do domínio do
conhecimento específico de uma área do saber – um dar forma a uma matéria específica.
Em arquitetura esse conhecimento é multidisciplinar e até subjetivo, o que torna a relação
entre criação e cognição algo ainda mais evidenciado.

O processo projetual em arquitetura

O processo projetual envolve uma ampla gama de variáveis, as quais podem ser
caracterizadas em dois grandes grupos como internas e externas. Os aspectos relativos
aos indivíduos (conhecimento, experiências, habilidades, etc.) compõem o primeiro grupo e
aqueles referentes ao contexto (programa de necessidades, legislação, condições físico-
ambientais, tecnológicas e sócio-econômicas-culturais) determinam o grupo das variáveis
externas. Evidentemente esta separação não é estanque e nos serve apenas do ponto de
vista metodológico para análise do processo de projetação, do seu desenvolvimento e
condicionantes. Ambos os aspectos configuram uma imbricada relação cuja mediação se
dá através das tecnologias empregadas na progressão das etapas da projetação.

Entendemos, portanto, o processo projetual ou de projetação como concepção,


validação, desenvolvimento e formalização do espaço arquitetônico, através da interação
entre o(s) arquiteto(s) e a idéia, configurada em objeto por meio da representação gráfica –
desenhos - e/ou física – maquetes. (Silva, 1987; Borges, 1998)

Analisando-se as abordagens sobre o processo de projetação, observamos que há


uma semelhança entre as fases definidas para o mesmo com aquelas estabelecidas por
psicólogos para caracterizar os processos criativos. Em alguns casos, as abordagens da
psicologia foi utilizada por projetistas como os princípios da Investigação Operativa muito
utilizado na formulação de métodos de projeto na década de 60. (Broadbent, 1976)

É possível identificar nas etapas definidas para o processo ou método de projeto, as


mesmas características das fases estabelecidas pelos psicólogos para o processo criativo
(como preparação, incubação e verificação), que são caracterizadas como etapas de
análise, síntese e avaliação nas abordagens sobre métodos e processos projetuais.

O debate profícuo dos anos sessenta, de onde emergiram propostas relevantes para
a prática projetual em arquitetura, como as de Alexander, Jones, Christopherson e Page,
tinham em comum o fato de considerar o processo projetual como um processo de
resolução de problema, que por sua vez incorpora aspectos relacionados ao conhecimento
aprofundado da área, caracterizado por ampla gama de variáveis interligadas, com
conteúdos diferenciados que vão dos estéticos aos mais técnicos.

Lidar com essas variáveis distintas não é tarefa fácil como argumenta Schön (1988),
o que torna complexo o entendimento de como são articuladas as variáveis e os diferentes
indivíduos envolvidos no processo, cada qual com suas idiossincrasias.
“A projetação é, caracteristicamente, um processo social. Na maioria dos projetos existem
muitos tipos diferentes de participantes: arquitetos, engenheiros, construtores, representantes
de clientes e interesse de grupos, legisladores, desenvolvedores, que devem comunicar-se
entre si para concluir o projeto. Esses indivíduos em seus diferentes papéis tendem também a
perseguir interesses diferentes, ver coisas de modos diferentes, e até falar diferentes
linguagens.” (p. 182 – Tradução livre)

Para Lawson (1997) o processo projetual envolve ao mesmo tempo o pensamento


convergente e o divergente, ou seja, processo racional e lógico, por um lado, e intuitivo e
imaginativo, por outro. Argumenta, também, que a projetação é um processo no qual
problema e solução emergem juntos, pois o problema, freqüentemente, não pode ser
completamente entendido sem algumas soluções aceitáveis que o ilustre.

Acreditamos que o processo projetual em arquitetura, por sua grande complexidade,


tem nos instrumentos técnicos usados para seu desenvolvimento um fator de relevância
fundamental. Compreender como se estrutura a mediação exercida pelas tecnologias
empregadas na projetação é um caminho para o entendimento das naturezas criativas e
cognitivas envolvidas no processo, e também, consequentemente, como estas habilidades
tendem a se modificar a partir da adoção de tecnologias computacionais.

O processo de projetação em arquitetura e a mediação tecnológica

A progressão das etapas da projetação se utiliza de um suporte técnico para o


pensamento–criatividade do projetista, afim de que possa registrar a evolução do
desenvolvimento de sua idéia e comunicar-se com a mesma. O suporte historicamente
usado neste contexto tem sido a representação gráfica, que como uma tecnologia da
inteligência alia-se aos processos cognitivos e criativos do indivíduo permitindo ao mesmo a
comunicação com sua imaginação e também com todos os indivíduos envolvidos na
projetação. São comuns referências ao “diálogo” que se estabelece entre o projetista e sua
idéia através do desenho. Parafraseando Ostrower diríamos que no processo projetual
arquitetônico “pensa-se desenhando”.

Assim, o desenho tem sido o principal meio de comunicação de projetos


arquitetônicos desde o Renascimento, quando o emprego de uma determinada técnica de
representação a serviço da intenção (da idéia), configurou-se em uma prática que foi sendo
sedimentada à medida que estruturavam-se novas relações produtivas, que por sua vez
separavam os que pensavam (projetistas) dos que executavam (construtores).

O desenvolvimento de novas técnicas de representação teve sempre por objetivo


possibilitar a comunicação da intenção, da maneira mais fiel e clara possível, atendendo
consequentemente às exigências de viabilidade construtiva do objeto. Historicamente os
dois principais instrumentos da linguagem gráfica utilizados no processo de projetação tem
sido a perspectiva linear e o método mongeano, ambos concebidos e desenvolvidos em
contextos sócio-culturais bem específicos.
“... em virtude da nova visão de mundo que admitia e, mais, aprovava a materialidade dos
fenômenos, subvertendo os valores medievais, é que se pôde elaborar a proposta da
perspectiva. A perspectiva pôde tornar-se a maneira expressiva para dar forma à matéria
recém-descoberta. Puderam-se desenvolver as idéias de observação, de mensuração e
comparação, de análise racional..” (Ostrower, op. cit. p.110)

“Do ponto de vista histórico-econômico, a formação da geometria descritiva acontece na altura


em que a acumulação capitalística leva à concentração da produção em face da dispersão da
oficina artesanal e transforma o mestre artesão em operário. (...) O plano de representação, na
projeção ortogonal, exclui a diferença entre as linhas e os planos derivados de uma hierarquia
da profundidade avaliada de um ponto de vista no horizonte. O horizonte é uma linha hipotética
definida a partir da altura do olhar do observador. O infinito é um conceito abstracto tal como
abstracto é o funcionamento do capital, baseado na dinâmica de uma relação.” (Massironi,
1982, p.41)

As conquistas do século XV, especialmente a perspectiva, proporcionaram uma


mudança significativa para o processo projetual arquitetônico. Os arquitetos passaram a
dispor de uma técnica de representação gráfica capaz de apresentar o objeto arquitetônico
de uma maneira muito próxima do que seria quando construído, visto que a perspectiva
simula a visão humana para a percepção da tridimensionalidade do espaço, no campo
bidimensional do papel. Este instrumento incorporado à pratica profissional passou a mediar
as relações dialógicas 2 do arquiteto com a idéia de projeto, como também constituiu-se no
meio de comunicação entre projetista e construtores.

A segunda mais importante sistematização da representação gráfica para a atividade


projetual, verificou-se com Gaspar Monge, que desenvolveu um método de representação
de objetos tridimensionais no espaço bidimensional do papel, que permite a análise das
propriedades topológicas, geométricas e dimensionais do objeto, a partir de um conjunto
determinado de artifícios gráficos. Os sistemas desenvolvidos até então careciam de
precisão, essenciais ao processo construtivo, principalmente por não solucionarem a
questão das distorções sofridas pelo objeto quando de sua representação por meio de
perspectivas ou por desenhos planificados, que não guardavam as relações topológicas e
dimensionais do mesmo. A geometria descritiva passou a resolver esses problemas e
constitui-se em contribuição essencial ao mundo industrial emergente.

O desenho arquitetônico, estruturado através dos conceitos da geometria descritiva,


caracteriza-se pela representação segmentada do edifício através das vistas ortogonais
(plantas, cortes, elevações), que se por um lado registra fidedignamente as dimensões e
topologia dos elementos constituintes do objeto, por outro dificulta a percepção e
compreensão da volumetria do mesmo. Como elemento de apoio para superação dessa
dificuldade, nas fases iniciais da projetação (esboço preliminar e anteprojeto), é comum
recorrer-se à simulação da tridimensionalidade do edifício por meio de perspectivas, que
depois da sedimentação do método mongeano passou a ser um recurso mais usado nestas
fases ou para apresentação final do projeto ao cliente.

Ambos os sistemas de representação, como também a axonometria que tem sido


largamente empregada desde o movimento modernista, constituem-se em instrumentos
mediadores através dos quais o arquiteto pensa e cria o espaço arquitetônico.
“Quer no caso da perspectiva, quer nos das projeções ortogonais ou cotadas, encontramo-nos
perante códigos fortes e bem estruturados que permitem veicular múltiplos conteúdos
utilizando sistemas de sinais bem organizados, e que também deixam espaço a uma vasta
gama de execuções estilísticas diversas. “ (Massironi, op.cit. p. 101)

Os instrumentos de trabalho utilizados associados às técnicas tradicionais de


representação, acrescentam às habilidades cognitivas exigidas pelo sistema de
representação (passagem do raciocínio tridimensional para o bidimensional), a necessidade
de uma habilidade manual em grau elevado, para que a comunicação do projeto se dê em
moldes satisfatórios.

Como argumenta Abercrombie (1971), uma parte significativa do aprendizado do


projeto consiste em aprender a empregar o código (desenhos e maquetes), e o indivíduo
não só deve ser capaz de interpretar o código, como também deve saber manipulá-los.
Neste sentido, a autora destaca que a coordenação entre a informação procedente dos
músculos com a procedente dos olhos é muito importante para alcançar a capacidade
técnica de desenhar e para a apreciação e manipulação em geral das relações espaciais.

Zevi (1978, p.17) enfatiza o problema da representação do espaço arquitetônico


como um dos principais fatores de limitação da apreensão e compreensão total do mesmo.
“Quando queremos construir uma casa, o arquiteto apresenta-nos uma perspectiva de uma de
suas vistas exteriores e possivelmente outra da sala de estar. Depois apresenta-nos plantas,
fachadas e seções, isto é, representa o volume arquitetônico, decompondo-o nos planos que o
compõem e o dividem: paredes exteriores e interiores, planos verticais e horizontais. Do uso
deste método representativo, utilizado nos livros técnicos da história da arquitetura e ilustrado
nos textos populares da história de arte com fotografias, provém, em grande parte, a nossa
falta de educação espacial”.

O sistema de representação gráfica tem tido, portanto, grande influência no processo


de projetação, pois a criatividade e a noção de espaço está atrelada à capacidade manual
de representar (comunicar) adequadamente a idéia, como também interfere na própria
interação do projetista com o objeto, “materializado” por meio de desenhos.

Sabe-se que a percepção do espaço arquitetônico não se esgota nas três dimensões
(largura, altura e profundidade), e deve-se à fotografia a exploração da quarta dimensão,
atribuindo ao tempo - representado pelo deslocamento do observador ao ocupar sucessivos
e diferentes pontos de vista - uma maior experimentação da espacialidade interior ou
exterior do objeto arquitetônico.

O movimento cubista na pintura ao explorar o movimento e a quarta dimensão


inerente à percepção e apreensão do espaço, criou uma expressão gráfica singular, pondo,
de certa forma, em questão os métodos tradicionais de representação.
“..., a realidade do objeto não se esgota nas três dimensões da perspectiva; para possuí-la
integralmente eu deveria fazer um número infinito de perspectivas dos infinitos pontos de vista.
Existe, pois, outro elemento além das três dimensões tradicionais, e é precisamente a
deslocação sucessiva do ângulo visual.” (Zevi, op. cit. :21)

A habilidade para desenhar tem sido, portanto, uma exigência àqueles que desejem
tornar-se arquitetos, pois as técnicas de representação gráfica constituem-se no instrumento
mediador do processo dialógico da atividade projetual.

A adoção das tecnologias da Computação Gráfica, largamente desenvolvidas nos


últimos anos, podem ser consideradas como a terceira sistematização da representação
gráfica com grande influência no processo projetual arquitetônico. A mais importante destas
tecnologias para a projetação arquitetônica tem sido as ferramentas CAD, que mesmo
incorporando conceitos das sistematizações anteriores da perspectiva e da geometria
descritiva, apresenta conceitos próprios e caracteriza-se por uma maneira completamente
diferente de interação entre o indivíduo e o instrumento.

Aliadas ao CAD estão disponíveis outras ferramentas 3 que permitem a simulação


cada vez mais aproximada do objeto arquitetônico em desenvolvimento, com o potencial de
influenciar os processos criativos e cognitivos envolvidos na projetação arquitetônica.
Embora constituam-se, ainda, em tecnologias aplicadas essencialmente à representação,
estas ferramentas computacionais possuem recursos que permitem uma relação
completamente nova com o objeto projetual. As variadas formas de visualização do objeto
(estáticas ou animadas), a ampla gama de informações que podem ser relacionadas de
diversas maneiras, a agilidade e rapidez na construção de tipos diferentes de
representação, entre outros, configuram um ambiente projetual distinto, que potencializam
os processos associativos fortemente vinculados às habilidades criativas e cognitivas.
A partir do emprego de tecnologias computacionais na projetação já se pode, por
exemplo, observar uma modificação nas tradicionais fases da progressão do projeto que
não necessariamente seguem a seqüência de estudo preliminar, anteprojeto, projeto
executivo, detalhamento. Algumas destas etapas se confundem ou deixam de existir e
mesmo que estas estejam vinculadas ao tipo de representação gráfica e grau de definição
do objeto arquitetônico, são também expressão das fases de análise, síntese e avaliação
referenciadas nos métodos de projeto e processos criativos.

Como argumenta Lévy (op. cit. p.122) as facilidades de simulação proporcionadas


pelas tecnologias computacionais e os desdobramentos cognitivos que advêm dessa
possibilidade, estabelecem “um conhecimento por simulação do sistema modelado, que
não se assemelha nem a um conhecimento teórico, nem a uma experiência prática, nem ao
acúmulo de uma tradição oral.”

Embora ainda sejam muitas as limitações das tecnologias computacionais do ponto


de vista da concepção projetual e também quanto a uma interface mais amigável e
aproximada do gestual utilizado culturalmente pelos arquitetos (o uso do lápis, por exemplo),
acreditamos que já se pode verificar algumas modificações na maneira como o projetista se
relaciona com sua idéia e com os demais indivíduos envolvidos no processo a partir do
emprego deste instrumental. É importante considerar, neste contexto, que os arquitetos
recém graduados e os atuais estudantes de arquitetura têm tido um tipo diferente de
formação, que incorpora o uso dessas tecnologias, e que provavelmente estão estruturando
sua prática projetual sob novos processos criativos e cognitivos.

Reflexões finais

Mesmo que com um certo atraso, em relação aos países desenvolvidos, estamos
vivenciando um momento de transição na forma de projetar em arquitetura. A informatização
da prática projetual requer o aprendizado de um instrumental com características
completamente distintas das tradicionais técnicas de representação, além de uma
reformulação profunda na estrutura organizacional e gerencial das empresas.

A investigação das modificações gerenciais e organizacionais quando da


informatização da projetação em arquitetura tem sido objeto de inúmeras abordagens 4, visto
que aquelas são logo evidenciadas e interferem diretamente na produção da empresa.
Entretanto, acreditamos que investigações no âmbito do processo projetual, onde a
mediação tecnológica tem o potencial de configurar os processos criativos e cognitivos do
sujeito-projetista na sua relação com o objeto-arquitetônico, faz-se mister tanto como
contribuição para a evolução das tecnologias computacionais aplicadas à projetação
arquitetônica, quanto como forma de se repensar as práticas profissional e pedagógica.

Bibliografia
ABERCROMBIE, M. L. J.Percepción y cosntrución. In: Broadbent, G. y otros autores. Metodología
del diseño arquitectónico. Barcelona: Gustavo Gilli, 1971. (Coleccion Arquitectura y critica) 414p. p.
257 a 278.
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ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. Criatividade. 2 ed. Brasília: Editora UnB, 1995. 149p.
BORGES, Marcos M. A projetação e as formas de representação do projeto. Dissertação
(Mestrado). COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 1998. 130p.
BROADBENT, Geoffrey. Diseño arquitectónico – arquitetctura e ciencias humanas. Barcelona:
Gustavo Gilli, 1974. 463p. (Coleccion Arquitectura / Perspectivas)
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LAWSON, Brian. How designers think – the design process demystified. 3 ed. ver. amp. Oxford:
Architectural Press / Butterworth-Heinemann, 1997. 316p.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática.
Trad. Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. 203p.
MASSIRONI, M. Ver pelo desenho- aspectos técnicos cognitivos. São Paulo: Martins Fontes,
1982.
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OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 1987. 200p
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(publishers) Ltda. V.0, n. 3, p. 181 – 190, July.
SILVA, Elvan. Uma introdução ao projeto arquitetônico. 2ª ed. ver. amp. Porto Alegre: Ed. da
Universidade/UFRGS, 1998. 125p.
ZEVI, Bruno. Saber ver a arquitetura. Trad. Maria Isabel Gaspar e Gaëtan Martins de Oliveira. São
Paulo: Martins Fontes, 1978. 219 p.

1
Para Edward de Bono (O pensamento lateral. Trad. Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro:
Record, 1985. 126p.) o pensamento divergente ou lateral constitui-se num tipo de pensamento que
abrange uma forma de abordagem das situações onde transparece uma visão diversificada e criativa,
cuja interpretação da situação não segue a linearidade causa-efeito, característica do pensamento
vertical ou convergente.
2
O conceito de dialogia foi desenvolvido por Bahktin e consiste numa forma de conversação
reflexiva, quer entre um ou mais sujeitos, quer entre um sujeito e uma ou mais enunciações. As
relações dialógicas são entendidas como relações de sentido, seja entre os enunciados de um
diálogo real e específico, ou no âmbito mais amplo do discurso das idéias criadas por vários autores
ao longo do tempo e em espaços distintos. Cf: JOBIM e SOUZA, Solange. Bahktin: a dimensão
ideológica e dialógica da linguagem. In: Infância e Linguagem – Bahktin, Vygotsky e Benjamin.
Campinas: Papirus, 1996. P 97 115.
3
Além das ferramentas CAD dedicadas à arquitetura, os recursos de acabamento e texturização de
modelos, as técnicas de animação e a realidade virtual constituem-se em tecnologias de grande
aplicabilidade e relevância para o processo projetual em arquitetura.
4
Sobre esse tema ver os trabalhos de CORDEIRO, Aristóteles Lobo de Magalhães.O uso de
sistemas CAD como instrumento de integração na produção de edifícios. João Pessoa, 1996.
Dissertação (mestrado). UFPB-Centro de Tecnologia/Pós-graduação em Engenharia de
Produção.165p.; CHAPUIS, Florência. A difusão de Sistemas CAD em escritórios de arquitetura.
Dissertação (Mestrado), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 1995. 165p. ; NUNES, Roberta C. P. Implementação e padronização de
sistemas CAD: uma análise dos escritórios de projeto no Rio de Janeiro. Dissertação
(Mestrado), Universidade Federal Fluminense, Niterói, 1997. 149p .

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